Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 19/02/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Brasil contabiliza quase 300 mil erros na assistência à saúde em um ano

Estudo aponta percepção dos brasileiros em relação aos serviços de saúde

Artigo – Acreditação: transformando equipes e garantindo resultados

Ahpaceg alerta sobre escassez de insulina nos hospitais privados: tratamentos podem ser comprometidos

Médico condenado por matar a ex é denunciado por adolescente por abuso sexual durante atendimento para dor no estômago

Da Digitalização à Inteligência Artificial: O que esperar do setor de saúde em 2025

MEDICINA S/A

Brasil contabiliza quase 300 mil erros na assistência à saúde em um ano

Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil contabilizou 295.355 mil falhas na assistência à saúde. Os dados foram levantados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em informações fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Entre as ocorrências mais graves estão a administração incorreta de medicamentos, seja por dosagem ou tipo errados, e a realização de cirurgias em locais equivocados no corpo dos pacientes. Além disso, destacam-se casos de lesão por pressão, divididos em três tipos: contusão (lesão dos tecidos moles causada por trauma), entorse (alongamento dos ligamentos) e luxação, considerada a mais grave, em que há deslocamento do osso da articulação. Esses dados refletem a seriedade das falhas no sistema de saúde brasileiro e o impacto que podem ter na segurança do paciente.

Existem, no entanto, diversas medidas que podem ser implementadas para reduzir estes erros e até evitar óbitos. Uma delas é a implementação de processos de acreditação, que permitem às instituições adotar protocolos de segurança mais rigorosos para proteger os pacientes.

Recentemente, a ONA conduziu uma pesquisa com aproximadamente 100 instituições de saúde, para avaliar a redução de falhas após a implementação de medidas de segurança. “Mais de 30% dos entrevistados relataram que as falhas na administração de medicamentos diminuíram em 51%; os erros na identificação de pacientes caíram 52%; as infecções hospitalares reduziram 42%; as falhas na prescrição de medicamentos baixaram 35%; enquanto os problemas de comunicação diminuíram 37%. Houve ainda uma redução de 33% nas quedas de pacientes nos leitos e de 45% tanto nas falhas na esterilização de materiais quanto na manutenção preventiva dos equipamentos”, evidencia a gerente de Operações da ONA, Gilvane Lolato.

“A obtenção da acreditação é um processo desafiador que exige comprometimento, disciplina e uma profunda mudança cultural dentro das organizações. Além de aumentar a segurança no atendimento médico e na realização de exames e diagnósticos, também traz maior precisão e confiança tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde. O processo contribui ainda para minimizar riscos e reduzir falhas operacionais”, acrescenta Gilvane.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram anualmente cerca de 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda, levando a aproximadamente 2,6 milhões de mortes.

O cenário de acreditação no Brasil

Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), apenas 1.932 estão acreditadas. Deste total, a ONA é responsável por 72,1% das certificações, o que corresponde a mais de 1.500 instituições, sendo 422 hospitais. No entanto, apenas 0,45% das instituições de saúde no Brasil possuem certificação. Dentre as acreditadas, 68,4% são de gestão privada, 22,2% de gestão pública, 8,3% filantrópica e 0,1% são de gestão militar.

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Estudo aponta percepção dos brasileiros em relação aos serviços de saúde

Um levantamento inédito conduzido pela Wellon, startup de mercado de saúde digital, traçou um panorama sobre a percepção dos brasileiros em relação aos serviços de saúde. Realizada entre janeiro e outubro de 2024, a pesquisa analisou a experiência de 642.561 pacientes de 18 estados do País, com base em 4,7 milhões de atendimentos em hospitais, clínicas, laboratórios, operadoras de saúde e unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

“A pesquisa traça um panorama abrangente e inédito sobre a avaliação do atendimento médico no Brasil, revelando informações valiosas sobre satisfação, lealdade e desafios enfrentados pelos pacientes em diversas regiões e contextos de saúde”, destaca Eduardo Nunes, cofundador e CEO da Wellon.

A pesquisa mostrou que 30,66% dos pacientes buscam serviços que auxiliem no diagnóstico inicial das condições de saúde, seguidos de 19,06% dos pacientes que buscam por laboratórios e 17,78% que buscam diagnóstico por imagem, mostrando que a maioria dos entrevistados tem uma forte busca já nos sintomas iniciais. Ainda apenas 8,71% dos pacientes buscam diretamente hospitais, a maioria dos casos são resolvidos diretamente em Unidades de Pronto Atendimentos (UPA’s) ou nos Postos de Saúde (PS).

Outro dado que chama atenção destaca a região Norte liderando a pesquisa de satisfação dos pacientes, com um NPS médio de 75,5, seguida pelo Nordeste, com 73,9. Já o Centro-Oeste apresentou o pior desempenho regional, com um NPS médio de apenas 56,5. Entre os estados, Rio Grande do Norte (88,2), Tocantins (83,8) e Santa Catarina (83,4) se destacaram positivamente, enquanto Goiás (46,9), Pernambuco (50,1) e Mato Grosso do Sul (57,8) registraram as avaliações mais baixas.

“Esses dados sinalizam a importância de adotar estratégias regionais específicas para atender melhor às necessidades locais. Por exemplo, na região Norte, onde a satisfação é mais elevada, a manutenção dessas práticas pode servir como modelo para outras regiões. Já no Centro-Oeste, a identificação das causas da baixa satisfação e a implementação de ações direcionadas, como a melhoria da comunicação com os pacientes ou a oferta de serviços mais personalizados, podem contribuir para a elevação do NPS”, ressalta Nunes.

Um dos destaques da pesquisa foi o impacto da comunicação digital no relacionamento com os pacientes. O WhatsApp lidera como principal canal de interação, representando 89,57% dos contatos com instituições de saúde, evidenciando a preferência por soluções digitais rápidas. O estudo também revelou um índice de fidelização de apenas 39,27%, indicando oportunidades para melhorar a retenção de pacientes por meio de experiências mais positivas e consistentes. “A baixa fidelização sugere a necessidade de integrar melhor os serviços e fortalecer os canais de comunicação e atendimento, consequentemente aumentando a satisfação e lealdade dos pacientes em todo o Brasil”, explica o CEO.

Como funciona a pesquisa?

Para medir a satisfação e lealdade dos pacientes, o estudo utilizou o sistema Net Promoter Score (NPS), que avalia os serviços de saúde em uma escala de 0 a 10. O NPS é calculado pela diferença percentual entre promotores (avaliadores positivos) e detratores (avaliadores negativos), fornecendo uma métrica confiável de qualidade percebida.

No perfil dos participantes, o maior número está na faixa etária entre 41 e 60 anos, que representa 35,67% da amostra total. Em relação ao gênero, as mulheres lideraram a participação, representando 64,82% do total de respondentes, enquanto os homens somaram 35,06%. Apenas 0,12% optaram por não revelar sua identidade de gênero.

“Este relatório é uma contribuição significativa para mapear a satisfação com o sistema de saúde no país e identificar oportunidades de melhorias. Ao utilizar o NPS, conseguimos quantificar a lealdade dos pacientes e entender, de forma precisa, o que os leva a recomendar ou não os serviços de saúde, permitindo a implementação de ações mais direcionadas para a melhoria contínua da qualidade assistencial”, finaliza Nunes.

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Artigo – Acreditação: transformando equipes e garantindo resultados

Desde a pandemia de covid-19, a saúde global enfrenta desafios cada vez mais complexos, que exigem soluções inovadoras e adaptadas à realidade de cada país e comunidade. Esses desafios afetam diretamente os profissionais de saúde, revelando fragilidades estruturais e sociais que precisam ser enfrentadas com união e planejamento estratégico.

Essa crise global nos leva a refletir sobre a importância de fortalecer a confiança nos profissionais de saúde e de promover sistemas mais resilientes e sustentáveis. No Brasil e na América Latina, contextos marcados por desigualdades sociais e vulnerabilidades demandam esforços ainda maiores. É preciso unir instituições e lideranças com culturas semelhantes para criar soluções que beneficiem não apenas os profissionais, mas toda a população atendida.

Focar na valorização e no desenvolvimento das equipes multidisciplinares é essencial para transformar o cuidado em saúde. Ao investir em capacitação, qualidade e segurança, as instituições conseguem oferecer uma experiência mais positiva e humana para os pacientes. Esse é o caminho para construir sistemas de saúde mais fortes, capazes de superar adversidades e entregar resultados consistentes.

Por conta disso, a Acreditação é um pilar estratégico para garantir que as instituições de saúde adotem metodologias e padrões internacionalmente reconhecidos. A implementação de processos bem definidos não apenas aprimora a governança clínica, como também contribui diretamente para a capacitação e engajamento da força de trabalho. Acreditar uma instituição vai além de validar a qualidade assistencial – trata-se de criar um ambiente de trabalho onde profissionais se sintam valorizados, apoiados e motivados a entregar o seu melhor.

Instituições que atualizam seus protocolos e alinham seus padrões às necessidades locais têm mais chances de antecipar desafios e criar soluções sustentáveis. Essa abordagem permite transformar crises em oportunidades de aprendizado e melhoria, atendendo às especificidades de cada comunidade – seja diante de dificuldades financeiras, barreiras geográficas ou outras adversidades.

Além disso, a Acreditação promove uma governança clínica mais eficiente, uma vez que orienta as instituições a adotarem práticas baseadas em evidências, indicadores de desempenho e auditorias constantes. Essa estrutura favorece não apenas os profissionais de saúde, mas também gera impactos positivos para os pacientes, que se beneficiam de cuidados mais seguros e eficazes.

Mais do que nunca, é fundamental compartilhar experiências e boas práticas entre líderes que enfrentam desafios semelhantes. A troca de conhecimento é fundamental para criar redes colaborativas e construir um futuro em que a saúde seja prioridade global, com protocolos ajustados a cada contexto e comunidades mais saudáveis.

A transformação na saúde começa com pessoas. Profissionais capacitados, equipes fortalecidas e líderes comprometidos são a base para um sistema mais equitativo e eficiente. Com a implementação de metodologias consolidadas, como as oferecidas pela Acreditação, o setor de saúde pode alcançar novos patamares de qualidade e segurança.

Juntos, podemos reconstruir a saúde global, promovendo qualidade, segurança e dignidade para todos. A verdadeira revolução começa com instituições que acreditam no potencial humano, investem na melhoria contínua e abraçam a missão de transformar a saúde em um direito acessível e equitativo para todos.

*Camilla Covello é sócia e CGO da QGA – Quality Global Alliance.

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FOCO NACIONAL

Ahpaceg alerta sobre escassez de insulina nos hospitais privados: tratamentos podem ser comprometidos

A escassez de insulina regular e de insulina de ação prolongada no mercado brasileiro acendeu uma luz de alerta nos hospitais associados à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). Desde meados de 2024, a rede hospitalar privada vem enfrentando dificuldades com o abastecimento do produto e a situação se agravou neste mês.

Com uma demanda média de 100 unidades de NPH (insulina de ação prolongada) e de 100 unidades de insulina regular, por trimestre, a Ahpaceg já convive com a ameaça de ter a assistência aos pacientes comprometida pela falta do produto, essencial para o tratamento de pacientes diabéticos.

Em ofício enviado na terça-feira, 18, à ministra da Saúde, Nísia Trindade, e à diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, ressalta a necessidade urgente de uma solução para o problema de desabastecimento.

“Estamos em contato constante com fornecedores e distribuidores para buscar alternativas que minimizem os transtornos causados e trabalhamos para regularizar o fornecimento o mais breve possível. No entanto, até o momento, não há previsão concreta para a normalização dos estoques”, afirma o presidente.

No final de novembro de 2024, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já tinha alertado o Ministério da Saúde sobre o problema, exigindo uma ação imediata para solucionar a falta de insulina no Brasil e a adoção de todas as medidas necessárias para normalizar o fornecimento nas redes pública e privada. Mas, o abastecimento continua comprometido.

A causa do problema está na suspensão temporária e global do fornecimento do Novolin R (insulina regular) e do Novolin N (insulina NPH, de ação prolongada) pela indústria Novo Nordisk, fornecedora do mercado brasileiro.

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PORTAL G1

Médico condenado por matar a ex é denunciado por adolescente por abuso sexual durante atendimento para dor no estômago

Alfredo Carlos disse à jovem que ela tinha o útero invertido e que essa era a causa das dores. Ele pediu que ela tirasse a roupa e disse que colocaria o órgão no lugar.

Médico é suspeito de abusar sexualmente de adolescente que foi à consulta com dores de estômago, em Goiânia, Goiás

O médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, condenado por matar a ex-mulher, foi denunciado por uma adolescente de 17 anos por abuso sexual. De acordo com denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás obtida com exclusividade pela TV Anhanguera, o homem praticou o crime dentro do consultório, no Hospital Ruy Azeredo, em Goiânia. A adolescente foi buscar tratamento para uma dor no estômago, diz o texto.

Alfredo Carlos é cirurgião gástrico e atendeu a adolescente acompanhada pela mãe em março de 2023. A defesa do médico informou que soube do caso por meio da veiculação da reportagem e que poderá se manifestar após ter mais detalhes do processo.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) disse que ainda não foi notificado sobre o caso. O Hospital Ruy Azeredo informou que não foi intimado pela Justiça e que desconhece qualquer processo judicial relacionado ao médico. A unidade de saúde reforçou o compromisso em contribuir com o poder judiciário e não respondeu à reportagem se o médico continua atuando no hospital.

A denúncia diz que o médico solicitou exames, entre eles uma endoscopia e uma ultrassom endovaginal à jovem. Com os resultados, levados pela jovem e pela mãe a Alfredo no mês seguinte, o médico afirmou que ela tinha “anteversão do útero”, conhecida popularmente como “útero invertido”, e que essa era a causa das dores de estômago.

O documento relatou que o médico pediu que a adolescente retirasse a blusa, abaixasse a calça e se deitasse na maca para corrigir a posição do útero ali mesmo no consultório.

O texto diz que Alfredo iniciou a prática de atos libidinosos acariciando as mamas da adolescente, declarando que estava ensinando a fazer o autoexame.

“Em seguida, o denunciado colocou uma luva e introduziu os dedos na vagina da ofendida, manipulando o órgão genital por cerca de um minuto e meio, sob o pretexto de que estaria ‘colocando o útero no lugar’”, afirmou o texto.

Durante os abusos, a vítima sentiu dor e a mãe dela pediu que o médico parasse, informou o texto do MP. Foi então que Alfredo disse que já tinha colocado o útero no lugar, relatou a denúncia.

A adolescente e a mãe procuraram um ginecologista, que informou que o procedimento não tinha respaldo técnico, disse o MP.

Ouvido pela TV Anhanguera, o ginecologista e diretor da Maternidade Nascer Cidadão Rogério Cândido reafirmou que o procedimento não existe na ginecologia.

“O argumento para fazer uma mudança na posição do útero na região da vagina é descabido. Não existe esse procedimento no meio médico”, declarou Rogério.

Na denúncia, os promotores relatam ainda que outras pacientes já registraram ocorrência contra Alfredo Carlos por práticas semelhantes, “o que demonstra a habitualidade e a gravidade de sua conduta”.

A Justiça negou o pedido de prisão contra o médico solicitado pelo Ministério Público porque considerou que os argumentos usados pelos promotores são genéricos e se basearam nos relatos feitos pela suposta vítima e pela mãe dela.

No entanto, o juiz Marlon Rodrigo Alberto dos Santos determinou que Alfredo Carlos está proibido de exercer a medicina, além de não estar autorizado a sair de Goiânia por mais de oito dias sem autorização judicial. O médico também deve permanecer em casa entre as 22h e 6h. A proibição do exercício da medicina fica a cargo Cremego, diz a decisão judicial.

Assassinato

O médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior foi condenado pela morte da ex-mulher Magda Maria Braga de Mattos ocorrido em Nova Lima (MG). O caso aconteceu em um hospital, no final da década de 1990. Segundo as investigações, Magda Maria foi internada para fazer uma cirurgia e tratar dores abdominais.

Por não aceitar que ela estivesse se relacionando com outro homem, Alfredo foi até o leito, dopou a mãe da vítima com um suco e aplicou álcool no soro da ex-mulher, informou a promotoria. Ao reagir com os medicamentos que Magda tomava, a substância provocou a morte dela.

O médico foi condenado pelo crime em 2011 e recebeu o direito de recorrer da decisão em liberdade. Ele se mudou para Goiânia e, em 2015, Alfredo Carlos foi preso em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, enquanto realizava uma palestra.

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SAÚDE DEBATE

Da Digitalização à Inteligência Artificial: O que esperar do setor de saúde em 2025


Após a pandemia de COVID-19, o ecossistema de saúde passou por uma transformação significativa. Hospitais, clínicas e outras instituições precisaram acelerar seus processos de transformação digital para lidar com o aumento da demanda por atendimento. Essa mudança provocou uma verdadeira revolução no setor, impactando não apenas os profissionais de saúde, mas também a sociedade, que vivenciou uma clara revolução no cuidado ao paciente e na prestação de serviços de saúde.

De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2024, lançada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), 92% dos estabelecimentos de saúde do Brasil têm algum sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes. Mesmo assim, 55% dessas informações ainda são mantidas tanto em formato eletrônico quanto em papel, e 6% dos registros continuam sendo feitos exclusivamente em papel.

Levando em conta esse cenário, fica evidente que ainda existem desafios significativos nas instituições de saúde quando se trata de inovação. As mudanças implementadas durante a pandemia, embora importantes, ainda são insuficientes frente à rápida evolução tecnológica enfrentada atualmente.

Tendo em vista esse panorama e com a proximidade do fim do ano, momento em que as instituições de saúde começam a incorporar em seus planejamentos as inovações e desafios para o próximo ano, quais serão as principais tendências que nortearão o setor em 2025?

Integração, digitalização e segurança

Primeiramente, é fundamental considerar o investimento em tecnologias integradas que possam elevar o nível de cuidado e otimizar a gestão das instituições de saúde. Softwares de gestão hospitalar, por exemplo, trazem diversos benefícios, como a centralização das informações dos pacientes, a agilidade nos processos administrativos e a melhoria na tomada de decisões clínicas.

Além disso, a adoção de ferramentas para a digitalização de documentos, assinatura eletrônica, certificação digital e criptografia, com foco em segurança da informação, é vista como essencial para assegurar a integridade e confidencialidade dos dados dos pacientes. Essas tecnologias não apenas facilitam o acesso rápido e seguro às informações, mas também ajudam as instituições a se adequarem às regulamentações vigentes, como a LGPD.

Dessa forma, com essas implementações, as instituições de saúde estarão mais próximas de alcançar uma jornada sem papel ou paperless, garantindo uma operação mais sustentável, além de aumentar sua eficiência e segurança operacional.

Comunicabilidade

Soluções que criam um canal de comunicação direto e em tempo real entre a instituição e o paciente, são altamente promissoras para as empresas do setor de saúde. Nesse contexto, a adesão a uma estratégia de uso simultâneo e interligado de diferentes canais de comunicação, plataformas omnichannel, com o objetivo de estreitar a relação entre pacientes, profissionais de saúde e instituições, torna-se igualmente importante para aumentar a eficiência do cuidado.

Essas plataformas permitem o agendamento de consultas por meio de ferramentas, totalmente integradas ao software de gestão da instituição, o que facilita o processo de agendamento, proporciona comodidade ao paciente – pela disponibilidade de agendamentos 24 horas, 7 dias da semana -, contribui para a redução de ausências em consultas, além de promover eficiência e redução de custos.

Apoio aos profissionais de saúde

Investir na otimização dos processos hospitalares, por meio de ferramentas que auxiliem e facilitem o trabalho dos profissionais de saúde, também é essencial. Para tanto, contar com tecnologias de suporte à decisão clínica para padronizar e otimizar a assistência médica pode ser um caminho assertivo para reduzir a variabilidade do cuidado e oferecer um suporte completo aos médicos, a fim de evitar sobrecargas e garantir um atendimento ainda mais aprimorado.

O paciente não está sozinho

O uso da tecnologia para o acompanhamento de pacientes entre consultas médicas, atendimentos ambulatoriais ou hospitalares ainda é um caminho pouco explorado no setor de saúde.

Nesse contexto, torna-se fundamental que as instituições passem a adotar tecnologias que permitam um monitoramento contínuo dos pacientes, incentivem o autocuidado, promovam o controle de doenças crônicas e melhorem o desfecho de cuidados clínicos, além de ampliar as ações de prevenção.

Aplicando o conceito de PRM (Patient Relationship Management), é possível criar linhas de cuidado para diferentes tipos de acompanhamento em saúde e desenvolver campanhas de prevenção e promoção da saúde em canais de maior conveniência ao paciente, como o WhatsApp.

Inteligência Artificial em ascensão

A Inteligência Artificial (IA) ainda é uma aposta para 2025, com o potencial de transformar a operação das instituições de saúde, automatizando tarefas e analisando grandes volumes de dados, a fim de melhorar a tomada de decisões e aumentar a eficiência, mas sem perder o foco central que é o cuidado ao paciente.

No entanto, antes de adotar a IA, é preciso considerar as outras inovações mencionadas, integrando-as de forma efetiva. Isso garantirá que as instituições de saúde estejam realmente preparadas para um futuro promissor, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes.

Nesse contexto, é essencial adotar soluções alinhadas ao conceito de Quadruple Aim, que visa não apenas melhorar os resultados institucionais, mas também a experiência dos pacientes e das equipes, além de reduzir os custos associados ao cuidado.

Assim, o sucesso da transformação digital no setor de saúde não depende apenas das tecnologias disponíveis, mas da capacidade de implementar essas inovações de forma estratégica. Dessa forma, o setor estará totalmente preparado para elevar a qualidade do cuidado, proporcionando uma experiência mais eficaz, segura e centrada no paciente.

*Glauber Garcia é Diretor Comercial da Digisystem para a área da Saúde e Marcos Gonçalves é CTO da Beth Health Tech, companhia parceira que tem como missão elevar a transformação digital no setor de saúde

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Assessoria de Comunicação