Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 25/03/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Denúncias contra donas de clínicas de estética se multiplicam

Com nova resolução, farmacêuticos poderão receitar remédios

Unimed Federação Centro Brasileira debate soluções sustentáveis para assistência ao TEA

https://www.foconacional.com.br/2025/03/unimed-federacao-centro-brasileira.html

Mulher de 46 anos morre após fazer lipoaspiração e colocar silicone, em Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/03/25/mulher-de-46-anos-morre-apos-fazer-lipoaspiracao-e-colocar-silicone-em-goiania.ghtml

Famílias de bebês que nasceram com doenças graves lutam para ter atendimento

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/familias-de-bebes-que-nasceram-com-doencas-graves-lutam-para-ter-atendimento-13454790.ghtml

Instituto Pedro Ruiz triplica o faturamento com IA e automação

Cirurgia robótica: por que os médicos precisam se especializar

Inteligência Artificial e a Segurança do Paciente: benefícios e desafios

Ambiguidades do sistema de saúde suplementar

TV SERRA DOURADA

Denúncias contra donas de clínicas de estética se multiplicam

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TV RECORD

Com nova resolução, farmacêuticos poderão receitar remédios

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TV ANHANGUERA

Famílias de bebês que nasceram com doenças graves lutam para ter atendimento

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/familias-de-bebes-que-nasceram-com-doencas-graves-lutam-para-ter-atendimento-13454790.ghtml

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FOCO NACIONAL

Unimed Federação Centro Brasileira debate soluções sustentáveis para assistência ao TEA

Representantes das Singulares federadas conheceram dados sobre os atendimentos e discutiram possíveis ações para amenizar os impactos financeiros nas operadoras

Dirigentes e técnicos das Singulares federadas reuniram-se na Unimed Federação Centro Brasileira, na manhã de 14 de março, para um workshop sobre os desafios e soluções para as Terapias Especiais, principalmente as destinadas aos pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O presidente Danúbio Antonio de Oliveira, o diretor-superintendente, Martúlio Nunes Gomes, e o diretor de Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional, Éder Cássio Rocha Ribeiro, também participaram do evento.

O presidente Danúbio Antonio de Oliveira citou a preocupação com o alto custo dos atendimentos solicitados. Ele mencionou que os valores envolvidos com o TEA superaram os de oncologia e OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais).

“Os gastos estão aumentando cada vez mais. Por isso, é um assunto que precisamos discutir e encontrar soluções”, alertou ele, destacando também as situações de cobranças ou solicitações irregulares. 

No entanto, para encontrar tais soluções, é preciso conhecer profundamente o cenário vivenciado. Assim, a Federação solicitou às Singulares os dados sobre a assistência oferecida.

A gerente de Gestão em Saúde da entidade, Roberta Castro, citou que em 2024, no âmbito do intercâmbio das regiões atendidas pelas Unimeds federadas, foram 660 beneficiários, com mais de 24,6 mil sessões de diferentes terapias, sendo que cada uma com o custo médio de R$169,22. O intercâmbio, em si, tem o valor de R$ 120,00. 

Compreender tais números é essencial para definir ações assertivas, de acordo com ela. “Para curto prazo, precisamos fazer com que as Unimeds entendam que, a partir de março de 2024, com a implementação da Norma Derivada nº 18, da Unimed do Brasil, passou a ser obrigação da operadora executora essa garantia de rede para o intercâmbio nacional de todos os procedimentos que estão cobertos dentro do rol, incluindo as terapias para o TEA”, esclareceu Roberta.

Na Unimed Rio Verde, um dos contratempos é a pouca disponibilidade de alguns terapeutas, especialmente de musicoterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos que atuem na metodologia ABA, como contou a responsável pela Gestão de Rede da instituição, Aliandra Francisco de Jesus. 

“Também lidamos com valores elevados das terapias, tanto nós, na operadora, quanto os prestadores de serviços. O nosso projeto é estruturar recursos próprios para conseguir ter esses profissionais”, descreveu ela. 

Roberta acrescentou que as Unimeds também precisam organizar os prestadores e procurar trazê-los para a rede credenciada, a fim de oferecer o intercâmbio. “Porém, a realidade que vemos hoje é uma pulverização de negociações diretas entre a Unimed de origem e os prestadores daquela área de ação”.

Durante o debate, os participantes propuseram contratar especialistas próprios, montar centros de atendimento, atualizar a tabela do intercâmbio e promover mecanismos de prevenção de fraude, entre outras medidas.

Segundo o presidente da Federação, a discussão regional é de grande importância para também impactar o sistema nacionalmente. “Se dermos o primeiro passo, definindo as regras do intercâmbio regional, já iremos avançar muito. A Federação está aqui para auxiliar vocês em cada ação que decidirem colocar em prática”, afirmou Danúbio.

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PORTA G1

Mulher de 46 anos morre após fazer lipoaspiração e colocar silicone, em Goiânia

Polícia Civil aguarda o resultado do laudo para confirmar a causa da morte. Segundo uma amiga, Cristina Rocha da Silva recebeu alta médica e passou a sentir muitas dores no abdomên e falta de ar.

Por Yanca Cristina, g1 Goiás

A chefe de serviços gerais Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, morreu dias após realizar uma lipoaspiração e colocar silicone nos seios, no Setor Alto da Glória, em Goiânia, segundo a Polícia Civil. De acordo com uma amiga da vítima, após receber alta médica e ir para casa, ela passou a sentir muitas dores no abdômen e falta de ar.

A vítima realizou a cirurgia plástica no sábado (22), em um hospital localizado no Setor Universitário, em Goiânia. Conforme informado pela amiga e vizinha, Brenda Alves, ela recebeu alta no dia seguinte, no domingo (23). Cristina morreu na madrugada de segunda-feira (24).

Em entrevista aog1, o delegado responsável pelo caso, Anderson Pimentel, contou que a filha de Cristina foi quem a encontrou. Os familiares acionaram o socorro, mas a mulher teve a morte confirmada no local pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O Corpo de Bombeiros também foi acionado. Inicialmente, os militares identificaram que ela sofreu uma parada cardiorrespiratória. No entanto, somente o laudo irá confirmar a causa da morte, de acordo com a polícia. O documento ainda não foi concluído.

“Em casos como esse também são realizados exames complementares com material biológico, sangue, secreções, tecidos de órgãos internos, para que se verifique se a causa da morte ela foi efetivamente a parada cardiorrespiratória, se foi por outro fator endógeno, pré-existente, ou se foi causado por uma causa exógena, ou seja, externa e não inerente à vontade da vítima”, explicou o delegado.

Segundo Anderson Pimentel, a polícia irá saber se a morte tem relação com a cirurgia somente após a finalização de todo o processo junto ao Instituto Médico Legal (IML) e a perícia. De acordo com o delegado, o prazo para que o laudo cadavérico fique pronto, conforme o Código de Processo Penal, é de 10 dias.

Investigação

Aog1, adefesa do médico que fez a cirurgia disse que ainda não pode prestar mais informações sobre o caso devido ao sigilo médico.

O delegado destacou que o médico e o hospital, onde Cristiana foi submetida à cirurgia plástica, ainda não emitiram um posicionamento oficial, mas a polícia trabalha, inicialmente, com a presunção de inocência.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), informou que a situação do médico é regular, e que o órgão não tem conhecimento da morte da paciente.

“Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico”, pontuou o Cremego.

Além disso, a polícia também irá solicitar a documentação do pré-operatório para o hospital. “A gente estima que eles tenham feito exames pré-operatórios, analisado toda a condição física dela, para que ela pudesse ser submetida a um procedimento dessa envergadura”, detalhou.

A partir da semana que vem, as autoridades devem começar a ouvir a família da vítima e outras testemunhas para dar continuidade a investigação, informou o delegado.

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MEDICINA S/A

Instituto Pedro Ruiz triplica o faturamento com IA e automação

Solução da Cloudia permitiu a centralização dos canais de comunicação e a automação de 70% das interações com os pacientes

Nos últimos anos, a digitalização do setor de saúde avançou rapidamente, impulsionada pelo aumento do uso de smartphones e aplicativos de mensagens como o WhatsApp. A pesquisa TIC Saúde 2023, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, revelou que o agendamento de consultas online cresceu de 13% para 34% entre 2022 e 2023.

Segundo estudos do International Data Corporation (IDC), 88% dos consumidores preferem o WhatsApp como meio de comunicação com empresas. Essa preferência torna o aplicativo uma ferramenta poderosa para agendamentos e atendimento automatizado.

Apesar dos avanços, muitas clínicas ainda enfrentam dificuldades com canais de comunicação descentralizados e falta de personalização no atendimento, resultando em custos elevados e dificuldades para medir a satisfação do paciente. O Instituto Pedro Ruiz, referência em cirurgia plástica ocular e estética facial em São Paulo, enfrentava esses desafios.

O problema

Os canais de comunicação com os pacientes eram descentralizados, os pacientes reclamavam do atendimento demorado no WhatsApp, eles não possuíam um método para medir o NPS (Net Promoter Score) pós-consultas e faltavam métricas e relatórios para acompanhar a jornada do paciente.

Toda essa dispersão, tornava difícil a qualificação dos leads e o acompanhamento da jornada dos pacientes. Por não ter atendimento fora do horário comercial, era comum ver os pacientes reclamando no Google Perfil da Empresa e nas redes sociais sobre a demora ou falta de atendimento.

A ausência de um sistema eficaz para medir o NPS pós-consultas e de relatórios consistentes dificultava a identificação de áreas que precisavam de melhorias. Tudo isso prejudicava a eficiência no pós-venda, e eles sofriam com o desafio de recuperar pacientes faltantes sem uma ferramenta automatizada.

Todos esses problemas estavam custando caro e o time se via sobrecarregado e sem métricas claras para otimizar o atendimento. Foi aí que a Cloudia entrou em cena, revolucionando a forma como o time de atendimento da clínica operava.

A transformação

A situação começou a mudar quando o Instituto Pedro Ruiz implementou a Cloudia, uma plataforma de atendimento omnichannel com inteligência artificial. Essa solução permitiu a centralização dos canais de comunicação e a automação de 70% das interações com os pacientes.

Agora, a equipe de atendimento pode interagir com os pacientes em plataformas como WhatsApp, Facebook Messenger, Instagram Direct e Site sem perder a visão da jornada do paciente.

A automação das interações, utilizando a inteligência artificial do ChatGPT, garante que a clínica ofereça um atendimento humanizado 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Além disso, a Cloudia permite a automatização do envio de pesquisas de satisfação (NPS) após as consultas, garantindo que a clínica possa medir a satisfação do paciente de maneira sistemática.

Os resultados

A transformação foi notável. Um dos principais indicadores de sucesso foi a eliminação das reclamações sobre demora no atendimento. O faturamento da clínica saltou de R$ 1,3 milhão para R$ 3,8 milhões em apenas 6 meses. Esse aumento veio da melhoria na eficiência do atendimento e na qualificação dos leads.

Além disso, a clínica economizou cerca de R$ 700 mil por ano com a eliminação de várias ferramentas de comunicação e CRM, concentrando todos os recursos em uma única plataforma.

Com o envio automático da pesquisa de satisfação após a consulta, agora eles conseguem metrificar os pacientes promotores e detratores por intervalo de datas específicas, por profissional e por procedimentos (triagem, avaliação, primeira consulta, retornos, cirurgias ou pós operatório), entendendo quais melhorias realmente precisam ser implementadas.

Desde o início do uso da plataforma, o Instituto Pedro Ruiz obteve uma taxa de respostas de 48,6% nas pesquisas de satisfação, com 88% dos pacientes dando a nota máxima de 10. Isso resultou em um aumento de 530,15% nas avaliações no Google Perfil da Empresa, melhorando sua autoridade online e seu posicionamento nas buscas orgânicas.

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Cirurgia robótica: por que os médicos precisam se especializar

Por Carmen Alonso

Considerada uma das doenças mais incapacitantes da atualidade, em virtude de seu alto potencial de redução da mobilidade, autonomia e qualidade de vida, a artrose – também conhecida como osteoartrose – tem acometido cada vez mais pessoas em todo o mundo, em uma faixa etária cada vez mais jovem. Os casos dessa enfermidade devem ser registrados em 1 bilhão de pessoas até 2050, de acordo com um estudo do Instituto para Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), dos Estados Unidos. Atualmente, cerca de 15% da população mundial a partir dos 30 anos já começa a apresentar os primeiros sintomas desse quadro, conforme este mesmo levantamento.

Enquadrada no rol das doenças degenerativas, a artrose afeta cartilagens como as do joelho e do quadril, provocando seu desgaste e consequentes dores crônicas, estalos e enrijecimento da articulação. E se antigamente o fator “envelhecimento” era sua principal causa, hoje, os hábitos de vida têm contribuído em grande parte para os diagnósticos precoces – obesidade, sedentarismo, tabagismo e prática de exercícios físico de alto impacto e sem orientação profissional são alguns deles.

Diante deste cenário, torna-se imprescindível que os médicos – sobretudo os especialistas em ortopedia – estejam preparados para lidar com os avanços desses casos e possam oferecer os melhores e mais tecnológicos tratamentos a esses pacientes. Quando a artrose atinge níveis avançados e acomete cartilagens como as do joelho e do quadril, a única saída efetiva é a substituição da articulação por uma prótese ortopédica. E nesse sentido, a cirurgia robótica sai à frente em termos de precisão, desde o planejamento cirúrgico até o posicionamento das próteses, possibilita a realização de procedimentos personalizados, além de permitir que os cirurgiões se mantenham atualizados com o que há de mais inovador no universo das artroplastias.

Aumento da precisão

A precisão fornecida pelas plataformas robóticas, que atuam de maneira centrada no cirurgião, é um dos motivos mais relevantes para que esses profissionais se capacitem para operá-las. Compostos por uma tecnologia que integra um braço robótico a softwares avançados, que realizam o planejamento pré-operatório em 3D e fornecem dados intraoperatórios, em tempo real, sobre tecidos moles e anatomia óssea do paciente, esses robôs indicam exatamente, com precisão submilimétrica, onde devem ser feitas as incisões e ajudam a definir o posicionamento ideal da prótese.

Cirurgias personalizadas

Vivemos a era da personalização e poder oferecer esse diferencial aos pacientes pode contribuir para um sucesso ainda maior das artroplastias, ao levar em conta suas necessidades anatômicas. Direcionado por dados pré e intraoperatórios, o apoio robótico permite que haja menor agressão tecidual, com segurança e respeito aos tecidos que revestem as articulações. Com a robótica, garante-se o melhor resultado ao paciente sem que o médico perca sua autonomia durante os procedimentos.

Resultados mais seguros e duradouros

Embora seja considerada uma questão relativa, que possa variar de caso para caso, a cirurgia robótica, devido à sua precisão e personalização, permite que os procedimentos sejam menos invasivos, o que impacta diretamente no tempo de pós-operatório e recuperação dos pacientes. Com incisões menores, mais precisas e o encaixe ideal da prótese, os pacientes podem ter menos dor, se sentirem aptos para realizar suas atividades de rotina de maneira mais rápida, reduzir o risco de complicações e da necessidade de cirurgias de revisão.

Sem dúvida, ajudar um paciente a recuperar o quanto antes sua saúde e sua qualidade de vida é o principal propósito de um médico. E nessa jornada, caminhar lado a lado com a tecnologia permite que esses profissionais se mantenham na vanguarda de sua especialidade, ampliando suas habilidades, dizendo sim às inovações e, sobretudo, protagonizando um legado de longevidade às vidas humanas. As cirurgias robóticas são o futuro da artroplastia e estar pronto para elas é mais do que uma escolha inteligente, é assumir um compromisso com a excelência na medicina ortopédica.

*Carmen Alonso é Diretora de Marketing da Zimmer Biomet na América Latina.

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Inteligência Artificial e a Segurança do Paciente: benefícios e desafios

Por José Branco

A evolução da inteligência artificial (IA) na saúde tem permitido avanços significativos na segurança do paciente. Algoritmos de aprendizado de máquina, redes neurais e sistemas de apoio à decisão clínica estão revolucionando a forma como diagnósticos são feitos, tratamentos são conduzidos e erros são prevenidos. No entanto, como qualquer tecnologia emergente, a IA também apresenta desafios que precisam ser abordados para garantir sua segurança e eficiência na prática clínica.

Benefícios da IA na Segurança do Paciente

Redução de Erros Diagnósticos: A IA pode auxiliar na detecção precoce de doenças, reduzindo erros diagnósticos por meio da análise de grandes volumes de dados clínicos. Sistemas como IBM Watson e algoritmos de deep learning já demonstraram capacidade de identificar padrões que passariam despercebidos pelo olho humano.

Melhoria na Tomada de Decisão Clínica: Sistemas de apoio à decisão baseados em IA auxiliam médicos ao fornecer recomendações baseadas em evidências, minimizando o risco de prescrições inadequadas e interações medicamentosas perigosas.

Monitoramento Contínuo e Prevenção de Eventos Adversos: Sensores conectados e algoritmos preditivos permitem o monitoramento contínuo de pacientes internados, identificando sinais precoces de deterioração e prevenindo eventos adversos como sepse e parada cardiorrespiratória.

Automatização de Processos e Redução de Carga Administrativa: A IA pode otimizar fluxos de trabalho, liberando tempo dos profissionais de saúde para a atenção ao paciente, além de reduzir erros administrativos relacionados a registros médicos e agendamentos.

Desafios e Riscos

Interpretação e Transparência dos Algoritmos: Muitos modelos de IA funcionam como “caixas-pretas”, tornando difícil entender como chegam a determinadas conclusões. Isso pode gerar desconfiança por parte dos profissionais de saúde e dificultar a adoção generalizada da tecnologia.

Segurança de Dados e Privacidade: A dependência de grandes volumes de dados sensíveis levanta questões sobre privacidade e segurança. O vazamento de informações de saúde pode ter consequências graves, exigindo protocolos rigorosos de proteção e conformidade com regulações como a LGPD.

Dependência Tecnológica e Falhas de Sistema: Sistemas baseados em IA podem apresentar falhas técnicas, resultando em diagnósticos equivocados ou falhas na detecção de condições críticas. A confiabilidade da tecnologia deve ser constantemente avaliada para mitigar riscos.

Ética e Responsabilidade Médica: A integração da IA na saúde levanta questões éticas, como a responsabilização em caso de erros. É essencial definir diretrizes claras sobre o papel da IA e a autonomia do profissional de saúde na tomada de decisão final.

A inteligência artificial representa um grande avanço para a segurança do paciente, com potencial para reduzir erros, otimizar processos e melhorar o cuidado em saúde. No entanto, seu uso deve ser pautado pela transparência, segurança e ética, garantindo que a tecnologia seja um suporte confiável e não um substituto para a avaliação médica. O futuro da saúde está na colaboração entre humanos e máquinas, sempre com foco na qualidade e segurança do paciente.

*José Branco é Presidente na Sociedade Médica de Oxigenoterapia Hiperbárica, faz parte da Direção Executiva do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, atua como Diretor Técnico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e é Diretor Médico da CLOUDSAÚDE.

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Ambiguidades do sistema de saúde suplementar

Por Sérgio Rocha

O lucro das operadoras de saúde, em 2024, divulgado esta semana pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), nos faz questionar, mais uma vez, as incoerências do sistema de saúde brasileiro. Os planos de saúde faturaram cinco vezes mais do que no ano anterior. O lucro foi de R$ 10,2 bilhões, enquanto em 2023 havia sido de 1,9 bilhão. Este foi o melhor desempenho desde 2020, primeiro ano da pandemia da covid-19.

É animador ver a melhora do desempenho econômico-financeiro das operadoras de planos de saúde, um ponto positivo para o sistema, mas essa mesma realidade não se aplica aos fornecedores de dispositivos médicos, primeiro elo da cadeia de valor em saúde, que exerce papel fundamental na entrega de valor ao sistema, contudo tem lutado contra dificuldades financeiras.

A dualidade se impõe: operadoras de planos de saúde em ascensão financeira, fornecedores de dispositivos médicos em queda livre na espiral da morte. Infelizmente, nesse sistema contraditório e repleto de externalidades negativas, o ótimo de uma parte não representa o ponto ótimo global; é uma relação de sinais trocados, de grandes contradições entre cenários e resultados.

O resultado, em tese, teria potencial para influenciar positivamente as relações com fornecedores, reduzindo distorções nessa interação. Contudo, no dia a dia, as empresas do setor lidam com prazos extremamente dilatados de autorização para emissão de notas fiscais de vendas, constrangendo-as a enfrentarem problemas de ordem fiscal e tributária; quando conseguem a autorização são submetidas a prazos extensos para recebimento ou até mesmo a pedidos de descontos indecorosos, que agridem as boas práticas de negociação, a relação comercial saudável e o fluxo de caixa das empresas.

No ano passado, por exemplo, os fornecedores deixaram de receber R$ 3,8 bilhões, montante relacionado à somatória da tríade (retenção de faturamento; glosas injustificadas e inadimplência). Desse total, R$ 2,3 bilhões estão relacionados à retenção de faturamento, fenômeno relacionado à não autorização do faturamento de produtos que já foram utilizados e aprovados previamente.

Os números ilustram um problema sistêmico causado por um desequilíbrio nas relações, onde os fornecedores são obrigados a aceitar as condições unilaterais impostas ou são excluídos do mercado. Práticas deletérias que se avolumam a cada ano e que, em efeito cascata, prejudicam toda a cadeia de saúde.

É preciso atenção especial ao tema. É preciso uma reforma estrutural da saúde, ou a relação comercial entre os envolvidos se tornará insustentável. Um novo pacto para a saúde precisa ser firmado com urgência, para que a população siga sendo atendida com insumos que são essenciais para a vida.

*Sérgio Rocha é Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI).

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Assessoria de Comunicação