ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Clínicas populares
Grávidas reclamam de demora no atendimento da Maternidade Dona Iris, em Goiânia
Paciente que peregrinou por cirurgia no coração recebe alta
Veja histórias de bebês que morreram à espera de cirurgia pediátrica no TO
Médico peruano é preso por abusar de pacientes sedadas
Santa Casa fecha a maternidade
Maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia é fechada por falta de profissionais
"A ciência precisa respeitar os limites"
ANS quer estimular consulta inicial dos planos com médico generalista
Iris propõe parceria entre prefeitura e Estado para melhoria na área de saúde
Reajustes altos afastam 3 milhões de brasileiros dos planos de saúde
Editorial – Direito inalienável
Goiânia recebe por leitos do SUS que não estão disponíveis
Bebê morre após luta por UTI
Acirra briga pela regulação de vagas
Relatório da CEI da Saúde será implacável, diz Elias Vaz
PUC TV
Clínicas populares
Reportagem alerta com os cuidados que devemos tomar ao procurar às clínicas populares.
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=48420988
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TV ANHANGUERA/GOIÁS
Grávidas reclamam de demora no atendimento da Maternidade Dona Iris, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-1-edicao/v/gravidas-reclamam-de-demora-no-atendimento-da-maternidade-dona-iris-em-goiania/6702909/
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Paciente que peregrinou por cirurgia no coração recebe alta
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/paciente-que-peregrinou-por-cirurgia-no-coracao-recebe-alta/6698290/
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PORTAL G1/TOCANTINS
Veja histórias de bebês que morreram à espera de cirurgia pediátrica no TO
https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/veja-historias-de-bebes-que-morreram-a-espera-de-cirurgia-pediatrica-no-to.ghtml
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O COLETIVO/TOCANTINS
Médico peruano é preso por abusar de pacientes sedadas
A Polícia Judiciária Civil de Colniza (1.065 km a Noroeste) prendeu, na quinta-feira (26), um médico peruano acusado de abusar de pacientes enquanto estavam sedadas por conta de procedimentos hospitalares.
O suspeito Homero Reynaldo Ordonez Ramos foi preso em cumprimento a mandado de prisão preventiva, expedido pela Comarca de Araras, interior de São Paulo, local onde teriam sido denunciados os abusos por ele cometidos.
Com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) em diversos Estados, o investigado estava a apenas duas semanas na cidade de Colniza, mas já atuava no hospital municipal da cidade e também em uma unidade de saúde privada.
Homero foi condenado a seis anos de reclusão, mais pena pecuniária, por abusar de suas pacientes. Os crimes teriam acontecido em Rondonônia,município de Buritis. Em seguida, o médico fixou residência na cidade de Araras (SP), local em que foi expedido o mandado em seu desfavor.
A denúncia do mandado de prisão contra Homero foi recebida pela Delegacia de Colniza no início da tarde de quinta-feira (26). O suspeito foi monitorado à distância enquanto era verificada a procedência e autenticidade da ordem judicial, pela escrivã Patrícia Gabaldi Dallagnol. Em seguida o delegado da Polícia Civil, Edson Pick, autorizou a prisão do suspeito.
Em entrevista informal aos policiais civis que realizaram a prisão, o médico relatou atuar como ginecologista.
O preso foi encaminhado para a Cadeia Pública de Colniza, ficando à disposição do Judiciário para deliberação futura, incluindo procedimentos de recambiamento (transferência).
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DIÁRIO DA MANHÃ
Santa Casa fecha a maternidade
Ministério da saúde afirma em nota que não repassa os recursos diretamente para nenhuma instituição de saúde. Órgão diz ainda que faz com frequência readequações nos valores
A novela sobre o término da maternidade da Santa Casa de misericórdia de Goiânia chegou no início desta semana ao seu último capítulo. O fechamento da ala inclui, além dos partos, todas as consultas de ginecologia e obstetrícia, realizada precariamente desde o més passado. A suspensão do serviço ocorreu por conta do valor que era pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o mantimento do atendimento, considerado abaixo do preço estabelecido pelo mercado. Segundo o superintendente-geral da unida -de, Irani Ribeiro de Moura, o serviço acabou por conta da falta de profissionais para trabalhar nessa especialidade do hospital.
Em nota o Ministério da Saúde disse que "não repassa os recursos diretamente para nenhuma instituição de saúde, mas sim aos respectivos fundos estaduais, responsáveis por fazer o gerenciamento e complemento da verba, com recursos próprios, e enviá-los às instituições públicas e contratualizadas com o SUS" Esse valor seria utilizado para manter em funcionamento a maternidade e a pediatria da maternidade. A pasta informou, por sua vez, que realiza "periodicamente" adequações na Tabela do SUS. De acordo com o órgão, desde 2010, foram feitos mais de mil procedimentos que tiveram os valores reajustados.
O anúncio do fechamento da maternidade da Santa Casa de Misericórdia foi comunicado no último dia 10 de abril. A partir de então, de acordo com a superintendente do hospital, não houve nenhuma internação de gestantes. Ainda conforme Irani, as últimas consultas ginecológicas foram realizadas nesta segunda-feira (30). .Além da maternidade, a ala de pediatria também está sem profissionais para prestar os atendimentos necessários. Buscando alternativas para solucionar a falta de médicos. a superintendente disse que está planejando parcerias para trazer mais profissionais a essas áreas da unidade de saúde.
Por meio de nota divulgada no último dia 10 de abril, o hospital disse que o fechamento da maternidade "trará melhorias" e irá "aprimorara prestação de serviços de alta complexidade, como cirurgias cardíacas, vasculares e hemodialise" Segundo dados divulgados por Irani em abril, a quantidade de partos feitos no hospital, há dois anos, era de 150 por mês. No último més, contudo, esse número despencou para sete. "Nossa produção vem caindo mês a mês", afirma a superintendente da unidade.
PERFIL DE ATENDIMENTO
No mês passado, a superintendência de atendimento do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Goiânia concluiu que os serviços prestados pela maternidade são precários e não possuem a mínima condição de continuar operando. Na ocasião, o hospital afirmou que o funcionamento da unidade de saúde vinha sendo prejudicado pelo recebimento de pacientes fora do perfil de assistência. O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) garantiu que acompanhava, fiscalizava e cobrava soluções para essas falhas que ocorriam na Santa Casa.
O Diário da Manhã noticiou no més passado que, após veto do presidente Michel Temer (MDB), ficou liberado o acesso dos hospitais inadimplentes aos recursos do programa de financiamento para pagamento de dívidas atrasadas. De acordo com a Lei 13.479/2017, a partir do projeto do senador José Serra (PSDB) com parecer favorável da senadora goiana Lúcia Vânia (PSB), relatora da proposta, as instituições que estão em débito com a União ficarão isentas da exigência de apresentação da Certidão Negativa de Débitos (CND) como pré-requisito à tomada de crédito.
FILAS
Não é de hoje que a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia enfrenta problemas em relação ao atendimento prestado à população. Nos últimos meses, alguns pacientes se queixavam de que a qualidade dos serviços estava aquém do considerado normal e aceitável. Na época, era comum se deparar com grandes filas nos corredores do hospital. Funcionários da unidade de saúde, especialmente médicos residentes, entraram em greve por conta do atraso nos pagamentos. Ao todo, cerca de 90 profissionais do serviço de emergência paralisaram seus trabalhos e reivindicaram o pagamento das bolsas. Os jovens profissionais também cobraram reposição de insumos e medicamentos.
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Maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia é fechada por falta de profissionais
Além dos partos, suspensão também inclui consultas ginecológicas e de obstetrícia
Por falta de profissionais, a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia encerra, nesta segunda-feira, 30, todas as atividades da maternidade do hospital. A suspensão dos serviços inclui, além dos partos, todas as consultas ginecológicas e de obstetrícia, como explica a superintendente-geral da unidade, Irani Ribeiro de Moura.
Segundo a gestora, o valor pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é abaixo do que o mercado oferece aos profissionais, sendo necessário que o hospital arcasse com o contrato de plantonistas, mas o esforço não foi suficiente.
"É uma tabela completamente defasada e, portanto, não há o interesse de profissionais. O profissional recebe muito pouco por esta assistência. O hospital contratou plantonistas, nós pagamos plantonistas. Nem assim vimos fechar a escala", explicou em entrevista à TV Anhanguera.
Aviso
O anúncio de interrupção dos serviços na maternidade da unidade foi divulgado no último dia 10 de abril e desde então, não houve nenhuma internação de gestantes.
Irani ressalta que apesar do fechamento da neonatologia, os ambulatórios na pediatria ainda continuam em funcionamento, assim como as consultas pediátricas, a internação pediátrica em oncologia e cirurgia pediátrica.
Apesar disso, a gestora afirma que a pediatria clínica também sofre com o desfalque de profissionais e a administração do hospital vem estudando parcerias para solucionar a situação.
Em nota divulgada pela Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, no último dia 10, a unidade afirma que o fechamento da maternidade "irá aprimorar a prestação de serviços de alta complexidade, como cirurgias cardíacas, vasculares, transplantes, hemodiálise, tratamento de docentes vítimas de infarto e pacientes de oncologia".
Maternidades
Por causa da suspensão do serviço na Santa Casa, grávidas em trabalho de parto deverão procurar, a partir desta terça-feira, 1º, outras maternidades públicas da capital, são elas:
– Maternidade Nascer Cidadão
Endereço: Avenida Oriente, Área 09, s/n – Jardim Curitiba 03, Goiânia – GO
Telefone: (62) 3298-1214
– Maternidade Dona Iris
Endereço: Alameda Emílio Póvoa, 151 – Vila Redenção, Goiânia – GO
Telefone: (62) 3956-8888
– Maternidade Nossa Senhora de Lourdes
Endereço: R. 230, 709 S/N – quadra 709 – Nova Vila, Goiânia – GO
Telefone: (62) 3201-6931
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"A ciência precisa respeitar os limites"
Após a morte do bebê britânico Alfie Evans, que teve seus aparelhos desligados por sofrer de uma doença neurodegenerativa rara, o papa Francisco afirmou que a ciência precisa respeitar os limites pelo bem da própria humanidade e advertiu que nem sempre tudo é aceitável eticamente.
A declaração foi dada pelo Pontífice neste sábado(28) durante uma conferência internacional sobre medicina regenerativa promovida pelo Vaticano. "A Igreja elogia todos os esforços de pesquisa e aplicação voltados para a cura de pessoas que sofrem, mas também lembra que um dos princípios fundamentais é que nem tudo que é tecnicamente possível ou viável é eticamente aceitável", explicou Francisco.
Para Jorge Mario Bergoglio, a "ciência, como qualquer outra atividade humana, sabe que tem limites a serem respeitados pelo bem da própria humanidade e precisa de um senso de responsabilidade ética"
BATALHA JUDICIAL
Alfie Evans, de 23 anos, foi alvo de uma batalha judicial entre seus pais, Tom e Kate, contra a Justiça britânica, que determinou o desligamento dos aparelhos que o mantinham vivo, mesmo o governo da Itália concedendo cidadania ao bebê para tratá-lo no hospital Bambino Gesú, em Roma.
O Papa fez diversos apelos contra a decisão dos médicos e apoiou publicamente os pais de Alfie. "Diante do problema do sofrimento humano é necessário saber criar sinergias entre pessoas e instituições, superando preconceitos, cultivar o cuidado e o esforço de todos em prol do doente", disse.
O líder da Igreja Católica ainda ressaltou que a maioria dos males da humanidade poderiam ser evitados se as pessoas prestassem mais atenção ao estilo de vida do outro, sobretudo, dos jovens, que estão expostos ao álcool, à poluição e o tabaco.
"Precisamos de ações concretas em favor daqueles que sofrem, por meio da convergência de esforços e idéias capazes de envolver representantes de várias comunidades, como cientistas e médicos, pacientes, famílias, estudiosos da ética e da cultura, líderes religiosos, filantropos, representantes dos governos e do mundo dos negócios", acrescentou.
Além disso, o Pontífice destacou a importância dos "quatro verbos: prevenir, reparar, curar e preparar o futuro" e da necessidade de refletir sobre a saúde humana em um contexto global, considerando também a preservação do meio ambiente e não só a ciência.
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ANS quer estimular consulta inicial dos planos com médico generalista
Projeto prevê selo de qualidade às operadoras que cumprirem requisitos. Objetivo é estimular melhoria e reorganização da atenção básica
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou ontem o projeto Atenção Primária à Saúde (APS), iniciativa que prevê o fortalecimento da atenção básica e a concessão de um selo de qualidade às operadoras de planos que cumprirem requisitos preestabelecidos. O objetivo é estimular a melhoria e a reorganização da atenção básica, que deve ser o primeiro contato dos pacientes ao procurar o sistema de saúde.
A proposta é inspirada em experiências desenvolvidas em outros países, como Reino Unido e Canadá, onde somente um médico generalista pode direcionar o usuário a um médico especialista. Iniciativas bem-sucedidas em curso no Brasil também servirão de base, como os projetos Parto Adequado, Idoso Bem Cuidado e OncoRede. Dados da ANS apontam que a atenção básica é capaz de resolver 80% a 85% dos problemas de saúde, potencial que, se for aproveitado, possibilita melhorar a qualidade do sistema e reduzir custos.
O projeto ainda será submetido à participação social para que o setor e a sociedade possam conhecê-lo em detalhes e contribuir com sugestões. A expectativa é de que a proposta possa ser colocada em prática ainda este ano. Também está sendo discutida uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para criar mecanismos que incentivem as operadoras a aderirem ao projeto.
De acordo com a ANS, trata-se de um movimento de desconstrução do modelo vigente, considerado ineficaz, onde o paciente começa o atendimento em uma instância de maior complexidade, geralmente um hospital, e não encontra organização e linearidade no seu cuidado. Com a implantação do projeto, espera-se uma ampliação do acesso dos beneficiários a médicos generalistas, a vinculação dos doentes crônicos a coordenadores de cuidado, a redução das idas desnecessárias a unidades de urgência e emergência e a diminuição de internações relacionadas a casos que poderiam ser resolvidos na atenção primária.
O selo seria fornecido por meio de entidades independentes, que seriam responsáveis por verificar o cumprimento dos requisitos. A adesão das operadoras de planos de saúde deverá ser voluntária. As interessadas deverão promover interações centradas nos pacientes, integrar e melhorar o acesso ao sistema, implementar modelos indicados de remuneração das unidades e dos profissionais prestadores de serviços e adotar indicadores para monitoramento dos resultados.
"O projeto irá incentivar o desenvolvimento de estratégias de cuidado integral, especialmente de doenças crônicas não transmissíveis mais prevalentes em adultos e idosos, tais como doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias e câncer. Doenças e condições ligadas ao ciclo de vida (de crianças e adolescentes), à maternidade e ao período perinatal, além de doenças emergentes, como depressão e quadros de demência e doenças bucais mais prevalentes, como cárie e doença periodontal, também poderão ser tratados no programa", informou a ANS em nota.
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Iris propõe parceria entre prefeitura e Estado para melhoria na área de saúde
Prefeito participa de CEI, defende criação de comissão entre membros do Legislativo, da prefeitura e do governo estadual, para garantir melhorias na saúde e diz que enviou ao MP-GO denúncias contra irregularidades no setor
O prefeito Iris Rezende (MDB) defendeu na Comissão Especial de Inquérito-CEI da Saúde-que seja feita uma parceria entre a prefeitura e o governo do Estado para garantir melhorias no atendimento aos usuários da saúde na Capital. "Estamos trabalhando pelo aperfeiçoamento da saúde em Goiânia. Ontem recebemos a visita do governador José Eliton no Paço, onde conversamos sobre estas questões envolvendo a saúde Goiânia"," revela. De acordo com Iris, é preciso que prefeitura e governo do Estado somem forças para que o serviço avance e que os recursos sejam melhor utilizados.
Durante os trabalhos da CEI, vários vereadores apresentaram dados mostrando deficiências tanto nos serviços prestados pela prefeitura quanto pelo governo do Estada Elias Vaz (PSB) apresentou à comissão dados que mostram que no HGG (Hospital Geral de Goiânia) tem 194 leitos, sendo 40 de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), nas quais o governo paga RS 2.082 por leito, quando o SUS (Sistema Único de Saúde) remunera este serviço com RS 400,00 e o governo do Estado complementa o restante. "O HGG gasta R$ 12 milhões com as UTI "s, independente delas estarem sendo utilizadas ou não. Penso que é preciso otimizar este recurso",' frisa. Vaz também observa que na rede municipal 70 famílias estão na fila por UTI. "Precisamos acabar com esta fila da morte", desabafa.
O vereador Jorge Kajuru (PRP) questionou o prefeito sobre denúncia que fez, perguntando quais eram os vereadores que participaram da "máfia do chequinho" e quais eram os interesses escusos que haviam sido contrariados na saúde. Iris respondeu que, juntamente com a secretária Fátima Mrué, esteve recentemente na presença do procurador-geral de Justiça de Goiás,o promotor Benedito Torres, onde entregou extensa documentação sobre possíveis desvios que foram verificados na saúde municipal, após auditoria feita pela própria secretária. "Penso que o Ministério Público tem a autoridade para se manifestar do ponto de vista da lei sobre estas situações, indicando quem deve responder juridicamente pelos atos praticados"," frisa "Tenho trabalhado em silêncio, mas nunca na minha vida deixei que aproveitadores tivessem espaço na administração pública", reitera.
A vereadora Cristina Lopes (PSDB) de fendeu uma nora pactuação entre prefeitura e governo do Estado. Ela fez criticas à gestão da secretária Fátima Mrué por considerar que o município não tem dado a devida atenção aos procedimentos de baixa complexidade e que em vários Cais e Ciams a reclamação da população é de que faltam médicos e o atendimento é de má qualidade. Iris contra-argumentou, salientando que somente no dia de ontem foram registrados mais de 8 mil procedimentos na rede municipal, em tomo de 2,2 mil atendimentos de urgência e emergência e que no ano de 2017, em todas as unidades de Goiânia, foram atendidas mais de 700 mil pessoas em caráter de urgência. Iris observa que a prefeitura tem 183 equipes compostas por médicos, enfermeiros e médicos sanitaristas que fazem diariamente visitas nos bairros, casa por casa. Ele lembra que exonerou recentemente a diretora do Cais do Finsocial por reclamações sobre o atendimento na região, e de que havia ali boatos de que a administração iria fechara unidade, o que ele desmente. "Nossa intenção é reformar completamente aquela unidade", assegura.
CRISE FINANCEIRA
De acordo com o prefeito, sua gestão procurou primeiro cuidar da saúde financeira do município, relembrando que assumiu a administração com um déficit de R$ 31 milhões/mensais. Neste período de um ano e quatro meses de gestão, ele afirma que conseguiu colocar a casa em ordem e fazer um diagnóstico completo da situação de toda administração e da saúde em especial. Iris garante que nos próximos 60 dias serão apresentados novos procedimentos, com lançamento de um aplicativo para marcação de consultas e monitoramento de procedimentos que irá garantir mais rapidez, transparência e controle sobre os serviços de saúdena capital. "Estou avançado na idade, mas não deixei de acompanhar a modernização de meu tempo e por isto contratamos uma empresa que está reformulando toda a informatização da saúde e brevemente será lançado um novo aplicativo para os usuários",' revela.
Vice-presidente da comissão, vereador Paulo Daher (DEM) considera que Goiânia tem sido obrigada a suportar a negligência do Estado na área da saúde pública, uma vez que o governo de Goiás tem deixado de cumprir determinação constitucional para aplicação mínima de recursos nas ações e serviços públicos de saúde. O vereador Anderson Salles (PSDC) também defendeu entendimentos entre prefeitura e governo do Estado, e encaminhou ao prefeito pedido dos moradores do Conjunto Riviera para retomara reformado Posto de Saúde do bairro, obra que está paralisada desde 2012. Felisberto Tavares (PR) enfatizou sua confiança na administração do prefeito Iris e também cobrou mais atenção da rede estadual de hospitais às demandas da população goianiense.
Para Iris, os problemas que afetam Goiânia se devem em sua maioria pelas mudanças que foram feitas por parte do governo do Estado. "Antes o I lugo atendia 800 pacientes por dia, hoje, após a terceirização pelas OS, atende só 120, então aquelas pessoas que estão com infarto, derrame estão indo para os Cais, quando deveriam ir para o Estado. Sabemos que mais de 600 usuários dos hospitais estaduais estão à espera de uma UTI e 120 pacientes estão na fila de uma cirurgia eletiva" pondera. Diante desta situação que aflige tanto o município quanto o Estado, é que o prefeito reitera a necessidade de que as duas esferas administrativas discutam um plano de atendimento na Capital.
O vereador Paulinho Graus (PDT) voltou a defender o modelo de gestão de saúde feito pela Prefeitura de Joinville (SC), onde cada atendimento é registrado com o número do cartão SUS do paciente, as iniciais de seu nome e do nome de sua mãe. "Na mesma hora o atendimento é colocado no sistema, e a prefeitura, a Câmara e a população em geral podem conferir o que está sendo feito, quantas pessoas foram atendidas, quais remédios, quais procedimentos foram realizados", frisa.
SUGESTÕES
Iris enalteceu as sugestões de todos vereadores e voltou a fazer a defesa da secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, que tem sido apontada pelos vereadores, entre eles o presidente da CEI, vereador Clécio Alves (MDB), como umas das responsáveis pela má avaliação da saúde em Goiânia. Iris sustenta que a secretária tem enfrentado com muita coragem e responsabilidade os problemas que têm se apresentado e continua acreditando na sua capacidade, tanto técnica quanto administrativa, eque foi escolhida justamente porque não estava ligada a nenhum grupo político, condição que ele avalia como necessária para o enfrentamento dos vivos na área da saúde e que se arrastam há vários anos.
"Em 60 anos de vida pública, nunca deixei o poder subir à minha cabeça Minha filosofia eu trouxe da roça, que foi o mutirão com o povo participam da ajudando. Acredito na administração que se associação deixo de receber vereadores e não deixo de estar junto do povo ouvindo suas demandas. Esta CEI pode ajudar muito, equem sabe surgir daqui uma comissão formada por vereadores, por membros da prefeitura, do governo do Estado e dos deputados (Assembléia Legjslativa) paia a gente discutir juntos melhorias para a saúde em Goiânia", resume.
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Reajustes altos afastam 3 milhões de brasileiros dos planos de saúde
Preços de planos de saúde nunca subiram tanto em quase 20 anos. Como consequência, muita gente deixou de ter a proteção
Aumentos na casa de dois dígitos espantam usuários dos planos de saúde. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde(ANS), o aumento de preço anual das proteções nos últimos três anos foi superior a 13,5% em cada ano, os maiores da série histórica que começa em 2000. Como comparação, a inflação oficial medida pelo IPCA acumulada em todo o período foi de 21,1 %.
Apesar de, em 2017, o número de beneficiários de planos de saúde ter registrado uma ligeira recuperação, o saldo desse período ainda é negativo. Desde 2015, cerca de 2,9 milhões de pessoas saíram do sistema de saúde privado.
Os brasileiros que decidiram sair do plano de saúde por não encontrarem alternativas que caibam no bolso acabam optando por usar serviços de consulta e exames e recorrem ao Sistema Público de Saúde (SUS) em caso de emergência.
Outros, que poderiam continuar a bancar a despesa, mas preferem ter um alívio no orçamento diante de preços exorbitantes. Eles aplicam o dinheiro que gastariam com o plano, confiando no SUS e que os gastos com saúde que possam vir a ter não serão tão elevados quanto o alto preço que pagavam pelo plano.
Mas a decisão de cortar o plano de saúde é difícil de tomar. O consultor financeiro e professor da PUC-SP, Fábio Gallo, é categórico: é necessária cautela antes de retirar a despesa do orçamenta O ideal é que a decisão seja tomada depois de todas as tentativas possíveis para baixar o custo do plano e após o corte de gastos mais supérfluos. Isso porque o sistema de saúde público está longe de ser um sistema exemplar, segundo os próprios usuários. De acordo com pesquisa da Datafolha feita em 2016,44% da população esperava há mais de 12 meses para marcar uma cirurgia no SUS.
Além de afastar clientes, os altos preços dos planos de saúde deixam muitas pessoas de fora do sistema privado. Um estudo recente realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) com 1.500 consumidores das capitais do País revela que 70% dos brasileiros não têm plano de saúde particular, seja ele individual ou empresarial. O percentual é ainda maior entre as classes C, D e E (77%).
Valor triplicou com plano individual
Depois de ser demitido em 2015, o analista de sistemas Wanderley Neto, 30 anos, resolveu continuar com o plano de saúde da Bradesco Saúde, que recebia como benefício em sua empresa. Empregado, não pagava nem 100 reais pela proteção. Ao contratá-la como plano individual, o valor triplicou e subiu para cerca de 300 reais.
Depois de dois reajustes, o plano de Wanderley passou a custar 430 reais. "Aí não deu mais Como usava pouco, para uma consulta ou outra e alguns exames, resolvi cancelar'." Ele optou por realizar exames e consultas pelo Dr. Consulta e depender do SUS em caso de emergências Como pessoa jurídica, Wanderley contratou um seguro de vida que cobre despesas médicas caso fique mais de cinco dias internado. "Nesse caso, o seguro repõe parte da minha renda".
O analista de sistemas chegou a cotar preços de planos de saúde em outras operadoras e encontrou opções por 250 reais. "Mas ainda pesa para mim. Pretendo voltar a ter plano de saúde quando realmente estiver sobrando dinheiro. Não quero deixar de fazer nada para pagar por algo que acho que não vou usar muito. Se eu fosse mais velho, talvez contrataria".
Wanderley diz estar satisfeito com o atendimento das clínicas particulares. "Não estava insatisfeito com o meu plano de saúde, mas já cheguei a esperar um mês por consultas e perder exame por conta do prazo. É complicado pagar caro e não ter tanta atenção".
Em 2016, o plano de saúde individual da Amil contratado pela manicure Maria Madalena de Sá dos Santos, 54 anos, subiu de 400 para cerca de 600 reais. Quando, no ano passado, ele passou a custar mais de 700 reais, o equivalente a 70% da sua renda, Maria resolveu parar de pagá-lo. "Não tenho salário fixo. Comecei a atrasar pagamentos em poucos dias e me cobravam juros muito altos'."
A manicure diz que mesmo depois de cortar diversas despesas não conseguiu acomodara despesa em seu orçamento. "Tinha o plano há cinco anos. O reajuste sempre foi grande, mas de uns dois anos para cá pesou muito. Cheguei a pesquisar preço de outros, mas todos são muito semelhantes" Hoje, Maria Madalena depende do SUS para emergências e utiliza o Cartão de Todos para realizar consultas e exames. "Pago uma taxa baixa por mês".
O engenheiro civil Caio Bernardinelli, 30 anos, continuou com o plano oferecido por sua antiga empresa quando virou empresário. Passou a pagar, por mês, 950 reais para ele, sua esposa e seu filho de dois anos.
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O POPULAR
Editorial – Direito inalienável
Um novo capítulo surge na guerra de versões sobre as deficiências no sistema de saúde pública. Reportagem nesta edição revela que o número de leitos que consta no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) está superestimado. Pelos dados oficiais do cadastro, há 98 leitos "fantasmas", para os quais recursos estão sendo repassados. A Secretaria Municipal de Saúde admite que há diferença entre os números, mas a ponta que e la é de 78 leitos, e assegura que a verba é utilizada para internações. A divergência é apenas mais um aspecto da conturbada situação da saúde pública, cujas vítimas diretas são os pacientes. Município e Estado trocam acusações sobre responsabilidades, a rede privada se queixa de baixos valores pagos pelo SUS, enquanto doentes graves passam dias à espera de vagas, numa fila angustiante e diariamente alimentada. Alguns não resistem à espera e acabam morrendo antes de conseguira internação, como a imprensa tem noticiado com frequência preocupante. O cenário é grave e intolerável. A saúde é direito inalienável e todos os esforços devem ser empreendidos pelos setores públicos, de todas as esferas, no sentido de buscar solução urgente. É preciso menos discurso e mais prática.
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Goiânia recebe por leitos do SUS que não estão disponíveis
SAÚDE Levantamento feito pelo POPULAR mostra uma diferença entre 78 e 98 leitos para o que está registrado em cadastro federal
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) recebe verbas do Ministério da Saúde para custear entre 78 e 98 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que deveriam estar disponibilizados para o Sistema Único de Saúde (SUS), mas que na prática não estão. Levantamento feito pelo POPULAR mostra que as unidades de saúde de Goiânia afirmam disponibilizar pelo menos 382 leitos de UTI para o SUS e não 486 como consta no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Apenas um hospital que aparece no cadastro como tendo lei tos para o SUS não quis passar o número á reportagem, o que mesmo assim significaria que pelo menos 98 leitos para a rede pública só existem no papel. A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) admite uma diferença, mas menor, de 78 leitos.
A briga em relação aos números de leitos de UTI disponíveis para a rede pública é antiga, mas atingiu um ponto crítico em 2017 após a posse da atual titular da SMS, Fátima Mrué, e as mudanças promovidas por ela na pasta, que provocaram protestos de várias partes. Desde os hospitais particulares com convênios na rede pública, como a Secretaria Estadual de Saúde (SES), que tenta puxar para si a responsabilidade da gerência da regulação de vagas na capital, e de autoridades políticas, principalmente na Câmara de Goiânia, onde foi criada uma Comissão Especial de Inquérito, a CEI da Saúde, para apurar supostas irregularidades na secretaria, com foco na atual gestão.
Na lista dos leitos que constam no CNES, mas não existem na prática, estão 16 da UTI do Hospital Castro Salustiano que estaria fechada para adequações sanitárias, além de 9 do Hospital Santa Genoveva, que está fechado há cerca de dois anos. Consta no cadastro também 7 vagas para UTI do Hospital Cidade Jardim, que está fechado para reforma. Das três listas (a cio CNES, a da Prefeitura e a feita pela reportagem junto aos hospitais), em apenas 6 dos 21 hospitais citados no cadastro federal os números batem.
O Ministério da Saúde não informou o valor repassado para custeio de leitos de UTI em Goiânia, afirmando apenas que este recurso faz parte de um montante que engloba todo o "cofinanciamento" do atendimento de média e alta complexidade e que em 2017 este valor total chegou a R$ 64,7 milhões. Conforme O POPULAR apurou junto às secretarias municipais e estadual de saúde, o repasse leva em conta o número de leitos de UTI informados no CNES (486) e uma taxa de ocupação anual que varia conforme a produtividade registrada pela regulação. Este valor é dividido em parcelas de 12 vezes e incorporadas no bloco informado pelo Ministério da Saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde diz que o valor que não é repassado para o hospital por não ter havido ocupação do leito acaba sendo usado dentro do bloco de média e alta complexidade da rede e que isso é permitido pelo governo federal. "O Ministério da Saúde entende como padrão de qualidade que deve haver uma taxa de ocupação de 80 a 90%, mas se não tiver essa taxa o ministério não vai buscar este dinheiro de volta porque ele quer que a gente faça isso. "
Ainda segundo Fátima, todo o dinheiro é usado dentro do bloco de serviços de média e alta complexidade, onde estão incluídos os gastos com leitos de UTI. "Não é que o dinheiro é usado indevidamente, mas pode ser usado em vários serviços dentro deste bloco, como outras internações e cirurgias. O que não pode é ficar com dinheiro parado."
A Superintendência de Regulação da SMS informa que está prevista uma reunião em maio do Conselho Intergestores Bipartite (CIB), que envolve as secretarias estadual e municipais para fechar um número de leitos habilitados e entregá-los ao Ministério da Saúde. Ainda segundo a superintendência, a intenção é que até junho este número de leitos cio CNES esteja equalizado com os disponíveis.
"Não é que o dinheiro é usado indevidamente, mas pode ser usado em vários serviços dentro deste bloco (de alta complexidade) "
Fátima Mrué, titular da Secretaria Municipal de Saúde
Dívida é apontada como principal obstáculo
Diretores de hospitais particulares cujos números de leitos de UTI para o SUS não batem com o registrado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) afirmam que o principal motivo para a redução é a dívida da Prefeitura em relação ao pagamento pela ocupação dos leitos. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que até o final de maio vai quitar toda a dívida referente a 2017 e que ainda neste ano parcela a dívida acumulada na gestão anterior, dos anos de 2014 a 2016.
Conforme O POPULAR apurou junto aos diretores, o custo médio de um leito de UTI gira em tomo de R$ 1,5 mil a R$ 1,8 mil dependendo da complexidade do caso do paciente. O Ministério da Saúde faz o repasse de R$ 478,72 na maioria dos casos, mas também repassa RS 800 para leitos considerados qualificados. Já a SES, desde 2012, dá um complemento para 162 leitos de UTI da rede particular para que alcance o valor de R$ 1,1 mil a diária de um leito pelo SUS.
O valor repassado pelo poder público é considerado insuficiente, mas muitos hospitais habilitam seus leitos para o SUS por ser uma opção melhor do que deixá-lo vazio. Entretanto, muitos alegam que o atraso no pagamento inviabiliza a continuidade dos serviços para a rede pública.
Em outubro do ano passado, alguns hospitais particulares anunciaram a redução de 52 leitos de UTI que estavam disponibilizados para o SUS. A direção do Hospital Santa Rosa afirma que precisou reduzir suas vagas por estar sem condições de mantê-las. O diretor da unidade, Roberto Melou Rassi, diz que já fez o pedido de redução verbalmente e também por ofício, mas que a intenção é continuar na rede pública. A direção do Hospital da Criança também é outra que afirma que já pediu a redução do número de vagas por causa de dívida no pagamento pelo uso dos leitos.
Procurados pela reportagem, alguns afirmam hoje que o problema não é só financeiro, mas que é preciso discutir a forma como estes pacientes chegam e o destino deles após a alta. "A questão é mais complexa do que apenas dinheiro", disse o diretor de um dos 21 hospitais que constam com leitos no SUS de acordo com o CNES.
Rede estadual é maior do que a cadastrada
A lista de leitos de UTI da rede estadual disponibilizados em Goiânia também é diferente nas versões do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e dos hospitais fornecidos ao POPULAR. Mas neste caso, ao contrário do que acontece na rede particular, a relação do CNES é menor que o fornecido pela rede estadual. São 203 leitos no CNES contra 212 informados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) e 221 que aparecem no relatório da Prefeitura de Goiânia.
No caso do Hospital de Urgências da Região Noroeste de Goiânia (Hugol), são 29 leitos a mais que não constam no CNES, que acabam sendo remunerados exclusivamente com recursos do tesouro estadual, segundo a assessoria da SES. O mesmo acontece com o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde há 7 leitos que não estão no cadastro nacional como disponíveis para o SUS.
Em relação ao Hospital de Doenças Tropicais (HDT), onde a lista do CNES consta com três leitos a mais que a realidade, a SES afirma que o Estado recebe apenas pela produção dos leitos existentes. A secretaria estadual também já contestou em outras ocasiões os números que constam no CNES de leitos do Hospital Materno Infantil (PI-MI) e do Hospital Geral de Goiânia (PIGG).
A SES tem afirmado que já cobrou diversas vezes da Prefeitura de Goiânia para que faça a atualização dos dados que constam no cadastro nacional, tanto dos leitos ainda não habilitados como os que estão a mais.
Defensoria vê melhoras
O defensor público Victor Ulhoa, que responde pela área de saúde na Defensoria Pública do Estado, diz que nos últimos meses tem notado uma redução no número de casos de procura por vaga de UTI que precisam ser judicializados e que estes têm se restringido a quando o perfil do paciente não bate com os que a Secretaria Municipal de Saúde tem disponibilizado na rede. "A gente tem monitorado diariamente e há casos mais graves em que o perfil da vaga disponibilizada não é o do paciente e então recorremos à Justiça para que o prefeito providencie na rede particular em até 24 horas uma vaga que atenda às condições do paciente." Ainda segundo o defensor, há uma média de 15 a 20 pedidos por leitos na defensoria por semana, sendo metade em relação a UTIs.
Vereador diz que há irregularidade em repasse por leito que não existe
O vereador Elias Vaz (PSB), relator da CEI da Saúde, que apura supostas irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, diz que o número de leitos de UTI para o SUS no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CN ES) é mantido acima do real para que a secretaria continue recebendo os repasses por parte do Ministério da Saúde, uma vez que é em cima deste número que o montante é calculado. "Na prática, a Prefeitura está arrecadando recursos que não deveria. A nossa conclusão é que está usando de forma irregular. A Prefeitura não coloca um centavo nos leitos e ainda lucra com isso", afirma Ainda segundo o relator da CEI, há casos de hospitais que tentam aumentar o número de leitos para o SUS mas não conseguem por causa do
número que consta no CN ES, que funcionaria, segundo o vereador, como um limitador de novos cadastros. A informação de que novos leitos particulares não podem ser habilitados para o SUS por causa do atual número do CNES também foi repassada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que relatou o caso de um hospital particular específico. Entretanto, a informação de que haveria um limite de leitos a serem cadastrados para o SUS é negado tanto pela SMS como pelo Ministério da Saúde. De acordo com o órgão federal, "cabe aos gestores locais definir qual número ideal de leitos para seu estado ou município".
Os hospitais citados pelo vereador e pela SES foram procurados pela reportagem, mas não quiseram se manifestar sobre um possível pedido de aumento de leitos públicos.
Impasse sobre número é desde 2014
A divergência de números de leitos de UTI disponibilizados para o SUS em Goiânia é um problema que se arrasta há anos, mas que ganhou força a partir de 2014, com a presença de equipes do Ministério da Saúde na capital para tentar resolver, sem sucesso, o problema. De janeiro de 2014, ainda na gestão do prefeito Paulo Garcia (PT) para cá, o número de leitos do SUS que constam no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) cresceu 37,6%, enquanto o de leitos no geral subiu apenas 12,7%. Quando a atual titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Fátima Mrué, assumiu o cargo, em janeiro do ano passado, havia 463 leitos registrados no CNES para o SUS, 23 a menos do que hoje.
A superintendente de regulação da SMS, Andreia Alcântara Barbosa, diz que o processo para equalizar os números de leitos realmente disponíveis com o do CNES é demorado e que o Ministério da Saúde tem cobrado isso desde 2014, mas apenas agora em maio deste ano é que isso deve acontecer. No ano passado, a secretaria fez auditorias em todas as unidades de saúde que constavam com leitos cadastrados e posteriormente negociou com cada um para ver se manteriam ou não os leitos, além de procurar novas adesões.
"O Ministério da Saúde tem vindo desde 2014 para equalizar o número de leitos. Durante todo este período não foi feito isso. Não foi um movimento que começou em 2017, começou em 2014. Naquela época havia sido dado um prazo de seis meses. Agora que vai ser feito isso. Estamos num divisor de águas ", afirma Andréia.
A responsável pela regulação das vagas em Goiânia diz que a SMS está negociando com mais
três hospitais a habilitação de novos leitos de UTI para o SUS, mas que estes não devem entrar no pacote de 408 vagas que a Prefeitura pretende apresentar ao Ministério da Saúde este mês. Dos 21 hospitais que já contam com leitos no SUS, ela diz que a grande maioria decidiu por manter os que a SMS constatou ainda estarem em uso pela rede pública.
A titular da SMS ressalta que o número de leitos para o SUS que constam no CNES é muito flutuante e que por orientação do próprio Ministério da Saúde está levantando o número de novas adesões de leitos para apresentá-los junto com o relatório de leitos que serão desabilita-dos. Isso porque como o cálculo do repasse de verba do governo federal para o bloco de alta complexidade leva em conta o número de leitos no CNES o impacto não seja muito alto. Ainda segundo Fátima, o processo de habilitação de um leito é demorado, por isso a importância de se fazer tudo junto. "Estes números são bastante flutuantes. Mas desde o ano passado, nós contratualizamos mais leitos. Alguns ainda não estão no CNES porque o ministério está aguardando nossas auditorias. "
"Alguns (leitos de UTI) ainda não estão no CNES porque o ministério está aguardando nossas auditorias"
Fátima Mrué, titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia
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Bebê morre após luta por UTI
LUTO A menina Laura Cibelly sofria de uma cardiopatia e precisava com urgência de um leito especializado. Vaga foi disponibilizada após ação da Defensoria Pública, mas ela não resistiu
A menina Laura Cibelly, de apenas seis dias, faleceu logo após conseguir um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardíaca, em Goiânia. Ela foi diagnosticada no nascimento com transposição das artérias, uma cardiopatia grave que fazia com que o sangue que circulava em seu corpo tivesse baixo teor de oxigênio, o que poderia levar à insuficiência cardíaca.
Laura nasceu na maternidade Nossa Senhora de Lourdes, no Setor Nova Vila, em Goiânia, na última segunda-feira (23), após um parto complicado. Devido a seu estado de saúde, foi encaminhada ao Hospital e Maternidade Vila Nova (HMVN), no Setor Leste Vila Nova. A unidade, no entanto, não dispunha do leito especializado de UTI que ela precisava, nem de um médico capacitado para realizar a cirurgia complexa que ela necessitava.
Segundo uma tia do bebê, os médicos apontavam para a necessidade urgente de que ela fosse levada para uma UTI cardíaca, pois seu estado era gravíssimo. Porém, a dificuldade de encontrar uma unidade que pudesse atender a criança fez com que a família procurasse a Defensoria Pública.
De acordo com o órgão, uma liminar foi concedida na madrugada de sábado (28) em resposta a uma requisição feita na sexta-feira (27) para que os bens da Prefeitura fossem bloqueados para garantir que a cirurgia fosse realizada na rede privada, já que não havia profissionais aptos na rede pública. No fim da tarde deste domingo (29), Laura conseguiu um feito no Instituto Goiano de Pediatria (Igope), no Parque Amazônia, onde faleceu.
De acordo com a unidade, Laura chegou em estado muito grave. Uma equipe já estava a postos para operá-la, mas a menina não resistiu.
ENFARTES
Marilisa de Paula Passos, amiga dos pais da menina, que os acompanhou durante a procura de atendimento, conta que Laura sofreu dois enfartes neste domingo: um na ambulância enquanto estava sendo transportada para o Igope, e outro já na unidade. "Ela já estava bem ruinzinha, à base de muito medicamento e morfina", contou.
Segundo ela, Laura já havia sofrido ao menos um enfarte também quando estava na UTI do ITMVN. Ela acusa o hospital de só conseguir um cardiologista para atendê-la dois dias depois. O POPULAR tentou contato com representantes da unidade, mas as ligações feitas ao hospital neste domingo não foram atendidas.
Marilisa ressaltou que os pais de Laura são pessoas muito humildes e que a mãe estava deslumbrada com a criança. O pré-natal foi feito conforme as orientações médicas, mas, mesmo assim, o problema da menina só foi descoberto após o parto. A situação deixou toda a família devastada. "O que aconteceu foi um descaso muito grande. Me sinto envergonhada de a saúde em Goiânia estar dessa forma", lamentou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que buscou o leito para a criança a partir do momento da formalização do primeiro pedido no sistema e a vaga foi liberada ontem. (Com Cristiane Lima)
"O que aconteceu foi um descaso muito grande. Me sinto envergonhada de a saúde em Goiânia estar dessa forma"
Marilisa de Paula Passos, amiga dos pais de Laura Cibelly
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Acirra briga pela regulação de vagas
SAÚDE SES prepara chamamento para OS cuidar de gestão de leitos visando tomar a administração de todas as vagas estaduais. Município, que atualmente regula a maioria delas, é contra iniciativa
O governador de Goiás, José Eliton (PSDB), quer que uma Organização Social (OS) administre o Complexo Regulador Estadual (CRE). Foi publicado ontem no Diário Oficial do Estado (DOE) um despacho explicando como vai funcionar o chamamento da associação privada sem fins lucrativos. O objetivo do governo, anunciado no início da semana, é assumir a regulação dos leitos de Saúde de todos os hospitais estaduais. A Prefeitura de Goiânia, responsável pela regulação das vagas dentro da capital, é contra e diz que a mudança não é possível sem sua aprovação.
Atualmente, a CRE, da Secretaria Estadual de Saúde (SES), administra poucas vagas em hospitais, sendo elas apenas 8% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), distribuídos em um hospital de Santa Helena, outro na cidade de Goiás e alguns em Catalão. Já as prefeituras possuem gestão plena e gerem a ocupação da maioria dos leitos estaduais, tanto de unidades do Estado como conveniadas. Muitas realizam pactos com os municípios com mais vagas.
Nesse contexto, o governo quer retirar essa gestão das prefeituras e realizar ele mesmo, através da CRE, a administração das ocupações dos leitos. No despacho publicado ontem no DOE, ao defender a implantação da OS, José Eliton diz que a administração "almeja a implantação de mais de cinco estações microrregionais de regulação para a cobertura de 100% das solicitações oriundas dos 256 municípios goianos. "
Para que essa regulação passe para o Estado é preciso a aprovação na Comissão Intergestora Bipartite (CIB), instância responsável pela administração da Saúde, que conta com representantes dos municípios e do Estado. Nessa comissão, as pre