Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 22/02/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


SAÚDE BUSINESS WEB
Diretor técnico assistencial precisam de título de especialista

Pela nova regra em vigor, fica estabelecido que os profissionais que forem investidos desse cargo devem possuir título de especialista emitido de acordo com as normas do CFM

Médicos que ocupam cargos de diretor técnico, supervisor, coordenador, chefe ou responsável médico de serviços assistenciais especializados devem possuir título de especialista. A regra vale para estabelecimentos (especializados) de hospitalização ou de assistência médica pública ou privada em qualquer ponto do território nacional. A nova diretriz consta na Resolução CFM 2.007/13, publicada no dia 8 de fevereiro no Diário Oficial da União (DOU).
O diretor técnico é o médico que responde eticamente por todas as informações prestadas perante os conselhos de medicina (federal ou regionais), podendo, inclusive, ser responsabilizado ou penalizado em caso de denúncias comprovadas. Pela nova regra em vigor, fica estabelecido que os profissionais que forem investidos desse cargo devem possuir título de especialista emitido de acordo com as normas do CFM. Cada médico pode responder pela supervisão, coordenação, chefia ou responsabilidade por até duas unidades de saúde.
A principal justificativa para a exigência desse pré-requisito se baseia no fato de que a supervisão técnica de uma equipe profissional está exposta, eventualmente, a decisões complexas, dependentes de maior conhecimento e reflexão.
O documento divulgado pelo Conselho Federal no ano passado contestou aspectos contidos na Portaria 741/05, emitida pela Secretaria de Atenção à Saúde (SAS)/ Ministério da Saúde. Aquela norma da gestão determina a exigência de habilitação em Cancerologia/Cancerologia Pediátrica não só do responsável técnico médico dos serviços de oncologia pediátrica (postura consonante com o entendimento do CFM), mas de todos os profissionais médicos integrantes da equipe (exigência contestada pelo conselho médico).
Na avaliação do CFM, exigir títulos de todo o staff médico é de obediência inexequível, levando-se em conta a disponibilidade limitada de recursos humanos na assistência à saúde pública. “Além de não serem indispensáveis [as titulações requeridas] a sua rotina, seriam inviáveis na prática médica do país, pois não há, nos programas de pós-graduação sob responsabilidade do Estado, oferta de vagas suficientes à demanda assistencial para as titulações referidas”, afirma o parecer que deu base à Resolução recém-editada.
O estudo “Demografia Médica no Brasil”, confirma esse entendimento. Quase metade dos médicos brasileiros (46,43%) não possuem títulos de especialização. A cancerologia, por sua vez, ocupa apenas o 27º lugar no ranking das 53 especialidades em número de titulados. Ela concentra 2.577 profissionais em todo o país, o que corresponde a 0,96% dos títulos de especialização emitidos no Brasil.
“O contingente de médicos habilitados em Cancerologia/Cancerologia Pediátrica é, sem dúvida, insuficiente”, aponta o parecer. O relator desse documento e também da Resolução CFM 2.007/13, o conselheiro Carlos Vital (1º vice-presidente da entidade) ressalta que “devem ser envidados esforços pelo Ministério da Saúde para que se harmonize a referida portaria da SAS com as concepções éticas Conselho Federal de Medicina, expressas nos dois documentos aprovados pela sua plenária”. (Fonte: CFM)

DIÁRIO DA MANHÃ
Dengue aumenta 30,5%
Dado refere-se a dois meses de 2013, comparados com 12, do ano passado. Exército intervém no tratamento em Goiânia

THAMYRIS FERNANDES
Goiânia registrou, até a última terça-feira,19, o total de 17.195 casos de dengue em Goiânia. A alerta é do Informe Técnico Semanal da Dengue, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). De acordo com estatísticas da Direção de Vigilância e Saúde do órgão, esse número equivale a quatro mil casos a mais que todo o registro de 2012. Nos 12 meses do ano passado, a Capital registrou 13.191 pessoas infectadas pelo vírus. Nesses dois meses, o aumento em relação a todo o ano anterior já supera os 30,5%.
Segundo a diretora de Vigilância e Saúde da SMS, Flúvia Amorim, a cidade de Goiânia está mais uma vez passando por uma epidemia. Ela explica, embora a dengue seja uma doença sazonal e estar acontecendo dentro de seu período de costume, a quantidade de infecções está acima do número esperado. Esse detalhe configura o fator epidêmico.
Conforme Flúvia, os vírus que estão em maior circulação no momento são os Tipo 1 e Tipo 4, com maior predominância da última categoria. A diretora diz que o Tipo 4, por ser o mais recente – os primeiros registros apareceram em 2011 – é o mais preocupante. Ela explica que ele atinge, na maioria, a mesma faixa etária dos outros vírus, ou seja, adultos jovens entre 20 e 49 anos. “Entretanto, é preciso pensar que as pessoas estão muito suscetíveis a essa categoria, pois poucos foram os que já desenvolveram imunidade ao tipo do vírus.”
O coordenador de Controle de Dengue e Febre Amarela da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Murilo do Carmo Silva, concorda que a grande incidência da dengue 4 seja um problema. Ele diz que já havia um conhecimento prévio dos prejuízos causados pelos outros vírus. Mas, por nunca ter ocorrido um epidemia com o Tipo 4, não é possível prever como as pessoas serão afetadas.
Embora os registros da doença sejam considerados mais graves que no anos passado, ainda existe um ponto positivo a ser ressaltado. Segundo Flúvia, nenhuma morte por dengue foi confirmada no município de Goiânia até o momento.
Com relação a 2012, no entanto, o número de óbitos foi o maior dos últimos dez anos, com 32 casos oficializados. Flúvia conta que a última vez em que tantas mortes ocorreram por causa da dengue foi em 2008, quando 24 pessoas faleceram. “Esse ano, mesmo com tantas infecções, a situação está se mostrando menos drástica. Estamos investigando nove mortes suspeitas, mas nenhuma está confirmada.”
Providências
De acordo com Flúvia Amorim, o município não está de braços cruzados. Por meio da SMS, em parceria com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e outros órgãos da prefeitura, equipes de combate a vetores e prevenção da doença estão agindo em toda a cidade. Ela conta que ações já foram desenvolvidas em escolas e que o foco essa semana estão sendo os ferros-velhos.
Sobre as providências tradicionais – como visitas às casas, coleta de entulhos, limpeza de lotes baldios e a passagem do carro fumacê –, também estão em andamento. Flúvia explica que os agentes estão passando gradativamente por toda a cidade, mas o foco está sendo cinco bairros considerados prioritários pelo grande número de casos na última semana: em Campinas, foram 105; no Jardim América, 84; na Vila São José, 59; na Vila Santa Helena e no Setor Sudoeste, 55 confirmações.
Com relação ao atendimento da população, Flúvia explica que todas as unidades do município estão apresentando uma alta demanda. No entanto, a maior procura do goianiense está sendo pelos Centros de Assistência Integral à Saúde (Cais) da Chácara do Governador e do Bairro Goyá.
Frente aos índices da doença na cidade, outra providência que está em andamento é a parceria do Município com o Exército. A diretora explica que um número ainda não determinado de soldados virão a Goiânia para ajudar no atendimento aos doentes e no combate aos vetores do mosquito Aedes Aegypti.
Segundo Flúvia a primeira parte da parceira de ajuda já está em realização. Militares estão colaborando na ampliação de leitos aos infectados pelo vírus da dengue e colocarem tentas do Exército em quatro unidades de Saúde: Cais Jardim Curitiba, Cais Bairro Goyá, Ciams Jardim América e Ciams Urias Magalhães.
Com relação às medidas de prevenção da doença, a diretora explica que nunca é tarde. Além dos cuidados a serem tomados em casa – especialmente com relação a lugares e recipientes capazes de empoçar água – o ideal é ficar atendo aos carros fumacês e permitir que o produto entre nos ambientes. “As pessoas costumam fechar portas e janelas quando os carros passam. Isso é extremamente prejudicial, pois se o produto for isolado não cumprirá a função de matar o mosquito transmissor”, diz.
Flúvia acrescenta ainda que os carros fumacês passam, invariavelmente, pela manhã, entre 5h30 e 8h; e no final da tarde, a partir de 18h. No site da SMS (http://www.saude.goiania.go.gov.br ) a população pode consultar o dia em que os carros percorrerão cada bairro.
Goiás
Para o coordenador de Controle de Dengue e Febre Amarela da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Murilo do Carmo Silva, o Estado não está em epidemia. No entanto, ele ressalta que a doença está mais incisiva esse ano e, até a metade de fevereiro, houve um aumento superior a 433% sobre o número de confirmações da doença, chegando a 3.288 casos. Em 2012, foram contabilizadas 3.195 infecções.
“Não se pode negar que em Goiânia e em cidades como Porangatu e Rio Verde a situação seja epidêmica. Mas isso não configura um surto geral sobre o território de Goiás”, comenta o coordenador. Segundo ele, existem 79 municípios classificados em alto risco de epidemia; 62 em médio risco e 83 em baixo risco.
Conforme Murilo, assim como na Capital, não houve nenhum registro de óbitos no Estado até o dia 16 de fevereiro, data do último Boletim da Dengue da SES. Ele afirma que essa é uma boa perspectiva frente as 42 mortes confirmadas em 2012 e às 51, de 2011.
O coordenador ressalta que o próprio clima do Estado favorece essa situação. “Ao contrário da Região Sul, onde quase não se fala em dengue, Goiás está dentre de um território totalmente favorável pelo clima e pela temperatura. Pode-se dizer que o Estado oferece um conjunto de fatores que favorece a proliferação do mosquito.”
Mas, segundo ele, isso não é motivo para descuidos. Existem ações contra a dengue ativas em todo e Estado e, a partir desse final de semana, o enfoque será o Entorno de Brasília. De acordo com ele, municípios da região – Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto, Luziânia, Valparaíso, Formosa e Novo Gama – com o maior número de casos registrados passarão por uma espécie de “arrastão” contra a dengue.
Murilo explica que ação consiste em um manejo ambiental, em que as cidades passarão por mutirões de coleta de lixo, pneus, materiais que empoçam água; palestras, limpeza de lotes, e passagem de carros fumacês. “O Estado foi notificado por Brasília, pois as pessoas infectadas pela dengue na Região do Entorno procuram atendimento no Distrito Federal. Devido a isso, região receberá atenção mais detalhada, até para podermos contabilizar a incidência de casos nesses municípios.”
Combate epidêmico agora vai até presídios goianos
Grupos de prevenção e combate a vedores da dengue foram formados pela Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep) para atuar em todos os presídios do Estado. A comissão – oficializada ontem (21) -, além de técnicos e agentes preparados para a limpeza das instituições, conta com a participação de médicos, assistentes sociais, terapeutas e outros profissionais da Saúde Pública.
De acordo com o presidente da Agsep, Edemundo Dias, a iniciativa é uma “contribuição da gestão prisional à sociedade e às autoridades da saúde no combate à doença em Goiás”. Ele explica que o projeto inclui também um processo pedagógico para instruir a população carcerária a respeito da doença. “Os presos também participarão das ações de prevenção e terão palestras a respeito do assunto. Eles precisam ficar atendo para que um surto seja evitadas no presídios, uma vez que a situação no Estado já está alarmante.”
Ações
A comissão de combate a dengue está prevista na Portaria número 52, assinada pelo presidente da Agsep. Os grupos deverão manter as tampas de caixas de água fechadas; remover semanalmente folhas ou qualquer outro objeto que impeça o curso da água em calhas; eliminar pratos com vasos de plantas ou colocar areia nesses recipientes; evitar plantas aquáticas ou regá-las com a mistura de um litro de água e uma colher de água sanitária; colocar areia nos vasos de plantas ou xaxins; e recolher todos os objetos que acumulem água.
Além disso, está previsto que os presos realizem limpeza periódica de ralos, lavatórios, tanques e esgotos, canos internos e externos, bem como em canaletas de drenagens e fechem tampas de descargas e vasos sanitários, dando-lhes descargas pelo menos uma vez por semana. Os servidores dos presídios e os educandos também serão conscientizados a evitar entulhos e acúmulo de lixos e manter fechados sacos de lixo e lixeiras; proteger das chuvas latarias, peças, sucatas, pneus e outros equipamentos para evitar acúmulo de água e demais providências necessárias para impedir ambientes propícios à reprodução do mosquito transmissor.

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Pequenos e desatentos
Consumo de medicamento para transtorno de déficit de atenção em crianças e adolescentes aumenta 75% no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, esta semana, estudo mostrando que o uso do metilfenidato, medicamento usado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (Tdah), aumentou 75% entre crianças e adolescentes com idade de 6 e 16 anos de 2009 a 2011. Ampliando a faixa etária entre 6 e 59 anos, houve um aumento de 27,4% no mesmo período.
Apesar disso, de acordo com o psiquiatra da infância e adolescência Guilherme Polanczyk, membro da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (Abda), mesmo com o aumento, o consumo do medicamento é insuficiente para suprir as necessidades das crianças que têm esse transtorno no País.
O estudo cita que no primeiro semestre de 2011 houve um consumo médio do metilfenidato, entre crianças e adolescentes, no Brasil de 19,7 caixas para cada mil crianças. “Por meio de estudos que avaliam o número de crianças que tem a doença no Brasil e considerando que todas as caixas vão para pessoas com Tdah, não mais do que  20% das pessoas estariam recebendo tratamento”, diz Polanczyk. O especialista diz que o medicamento também é usado para outros tratamentos, como depressões mais graves, mas em baixa proporção.
Segundo Polanczyk, que também é professor de psiquiatria da infância e adolescência da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, estima-se que no Brasil cerca de 5% das crianças e adolescentes sofrem de Tdah e o aumento do consumo do metilfenidato mostra um “maior reconhecimento e diagnóstico da doença”. Segundo informou a Anvisa, o Tdah afeta de                                                                   
Receita médica
O metilfenidato é um medicamento de tarja preta, ou seja, só pode ser comprado com receita médica. A tarja traz o alerta de que o medicamento pode causar dependência física ou psíquica. Segundo o levantamento da Anvisa, entre os prescritores do medicamento, há um predomínio de médicos que se dedicam à assistência à criança e ao adolescente e dos que tratam de distúrbios estruturais do sistema nervoso.
De acordo com a Anvisa, o Tdah é um dos transtornos neurológicos do comportamento mais comuns da infância. Segundo Polanczyk, o Tdah é um transtorno com início na infância e que uma boa proporção das pessoas tem uma melhora dos sintomas quando entram na vida adulta, mas alguns permanecem com dificuldades. Entre os adultos, cerca de 3% têm Tdah.
João (nome fictício) mora em Brasília, tem 36 anos e recebeu o diagnóstico de que tem Tdah há um ano. “Eu não conseguia ler um livro, nem sobre assuntos pelos quais me interessava. Lia até a quarta página e depois tinha que voltar porque não havia compreendido. Por algumas vezes, atravessei rua lendo mensagem no celular totalmente distraído”, diz. Ele toma metilfenidato desde maio de 2012 e percebeu o impacto do remédio na sua vida desde o início. “Agora eu consigo ler um livro normalmente.”
João diz que foram feitos vários testes e exames para saber se ele teria alguma contraindicação com relação ao remédio. “Comecei tomando 5 mg (miligramas), hoje tomo 30 mg por dia e me sinto bem.”
Distrito Federal
No Distrito Federal, onde foram comercializados, em 2011, mais de 114 caixas do medicamento para cada mil crianças, foi registrado o maior consumo de metilfenidato no triênio estudado pela agência. Para a coordenadora do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) da Anvisa, Márcia Gonçalves, o estudo feito contribui para identificar possíveis sinais de distorção de uso dos produtos e no trabalho em estratégias e enfrentamento do problema
Dificuldade de prestar atenção, controlar comportamentos impulsivos e, em alguns casos, hiperatividade são alguns dos sintomas de quem tem Tdah. Para a Anvisa, o diagnóstico do Tdah é complicado pela ocorrência de comorbidades (ocorrência simultânea de dois ou mais problemas de saúde em um mesmo indivíduo), como dificuldades de aprendizagem, transtornos de conduta e de ansiedade, e depende fortemente de relatos dos pais e professores para ser identificado. Nenhum exame laboratorial confiável faz o diagnóstico desse transtorno.
“É uma doença tratável, a medicina oferece intervenções que melhoram os sintomas e que ajudam bastante no desenvolvimento. Muitas pessoas passam a ser adultos sem Tdah ou com sintomas bem mais leves”, disse Polanczyk.
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Prejuízo do absenteísmo
Faltas ao trabalho por doenças como dengue e gripe provocam impacto econômico negativo um tanto quanto elevado

LOÍZIA PAIVA
De acordo com dados da Superintendência de Vigilância em Saúde, Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis (GVEDT/Suvisa/SES-GO), entre os dia 30 de dezembro de 2012 e 2 de fevereiro de 2013, 20.793 casos de dengue foram notificados no Estado de Goiás. Com isso, muitos trabalhadores precisam se ausentar de seu serviço, e as empresas sofrem prejuízo.
“O quadro de pessoas com dengue no Estado faz com que as pessoas ativas no mercado não consigam desempenhar suas atividades, e isso gera um impacto negativo para toda a economia”, afirma o economista Welington Rodrigues.
Este é o caso do empresário Rogério Queiroz da Silveira, que só neste início de ano ficou sem dois de seus funcionários por um longo período, por conta da doença. “Um mestre de obras nosso pegou dengue no carnaval, e agora vai completar duas semanas que ele está sem trabalhar, a ausência não deixa de gerar prejuízo, porque pagamos mesmo sem ele trabalhar, e acaba sendo prejudicial para o andamento do serviço”, conta.
Outro problema de saúde pública que também afeta um grande número de pessoas é a gripe. Por ano, 600 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pela doença, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde. Já no Brasil, com base na incidência da gripe sobre a população adulta estimada pela OMS, a médica diretora da Associação Brasileira de Imunizações (SBIm) acredita que a doença afeta de sete a 14 milhões de pessoas com idade produtiva por ano.
Só na empresa onde Elis Roberto Rodrigues exerce a função de técnico de segurança do trabalho, na Zema Portas e Janelas, onde o quadro de funcionários chega a 150, são recebidos de 15 a 20 atestados por mês. “Na ausência de um funcionário, seja por dengue, gripe, ou outra doença, o empresário acaba pagando por dois, porque ele tem que repor a mão de obra”, explica o economista.
REPOSIÇÃO
Welington Rodrigues diz que há três formas de substituir o funcionário no serviço. “Se o atestado for de muito tempo, às vezes contrata um funcionário temporário, senão, o próprio empresário substitui ou desloca alguém de outra área para realizar o trabalho que não pode parar”, explica o economista.
Porém, a gerente de operação da unidade de recursos humanos do Grupo Empreza, Gláucia Ribeiro, afirma que contratar funcionário temporário em algumas ocasiões não é compensatório, devido ao curto espaço de tempo. “O ideal é que se tenham funcionários alternativos, que podem ir alternando outros quando necessário”, diz.
TIPOS DE PREJUÍZO
Com atestado de até quinze dias, é responsabilidade do empregador pagar pelo dia de trabalho. Este é o prejuízo que pode se calcular de imediato, porém, outro que pode trazer mais danos ainda é a queda da produtividade.
“A queda da produtividade gera mais prejuízo do que o pagamento. Às vezes deslocar um funcionário de outra área acaba tornando o serviço malfeito, por falta de experiência ou sobrecarga. Se o serviço não é realizado ou o produto não é feito, o prejuízo então é maior ainda”, analisa o economista, explicando que um serviço não realizado ou um produto que não é feito pode trazer consequências negativas à imagem da empresa.
O proprietário da Construtora Queiroz Silveira diz que a sobrecarga realmente pode atrapalhar o serviço de um funcionário. “O engenheiro de uma de nossas construções teve que assumir o lugar do mestre de obras, dar ordem diretamente ao funcionário, e até deixar de fazer algumas coisas que é função dele, para fazer a vez do funcionário que está doente”, conta.
O economista ainda ressalta que o absenteísmo de funcionários gera prejuízo mais considerável no setor de indústria e no setor de serviços, principalmente quando este é vital na empresa, e outros não conseguem cumprir seu papel.
SAÚDE
Doenças como a dengue e gripe que não se podem prever, porém, desde o processo de admissão é importante dar atenção para a saúde do candidato, para evitar este tipo de prejuízo. “Desde o momento do processo de seleção, a saúde do candidato é importante dependendo da área onde vai atuar. Por exemplo, para uma função em que tem que ficar o dia inteiro em pé, não é indicado para quem tenha varizes”, diz Gláucia Ribeiro.
Apesar de ser caracterizado como discriminação na seleção, durante fase de admissão, apesar de não ser obrigatório, pode-se exigir o cartão de vacinação do candidato e também que algumas vacinas sejam tomadas.
O diretor técnico médico da Climt Med Laboratório de Análises Clínicas, Aleandro Pinheiro Sousa, explica que desde a entrada de um funcionário em um determinado emprego, até a sua saída é lei que sejam realizados exames de admissão periódico, mudança de função, volta ao trabalho, no caso de absenteísmo superior a 15 dias, e demissional.
“Cada área de atuação requer exames diferentes. O técnico de segurança de trabalho faz uma análise dos riscos de cada área e, depois, o médico elabora uma série de exames para o tipo de serviço específico”, explica Aleandro Sousa, que dá exemplo dos pedreiros, que são expostos a ruídos, e por isso realizam exames de audiometria.
PREVENÇÃO
Mesmo que não se possa prever, é possível prevenir contra a dengue e gripe. De acordo com o técnico do departamento de segurança do trabalho da Climt Med, Sandro Alves Costa, é dever de profissionais com a sua função, orientarem e fornecerem palestras para os funcionários de uma empresa sobre como agir para evitar focos de dengue tanto no local de trabalho quanto fora.
Contudo, ele explica que não é obrigação de todas as empresas contarem com um técnico de segurança do trabalho. “Existe um quadro que dimensiona o grau de risco do serviço realizado, a partir de 25 graus, é exigido pelo menos um técnico, e aí vai aumentando. Pode ter mais técnicos, engenheiro de segurança e médico do trabalho, mas esses dois só cumprem três horas por dia”, conta.
Rogério da Silveira conta que na sua empresa são oferecidas palestras semanalmente, sobre temas relacionados à saúde, inclusive, dengue e saúde. “Quanto mais instruirmos nossos funcionários, melhor é a nossa produtividade”, comenta o empresário.
Gláucia ainda informa que muitas empresas promovem campanhas de vacinação contra a gripe, entre outras doenças, para justamente prevenir faltas de funcionários por esses motivos.
A gerente de operação de recursos humanos também afirma que o prejuízo não é apenas para a empresa, mas para a sociedade e até para o funcionário. “O que eu costumo falar nas entrevistas que realizo é que o candidato cuide de sua saúde, porque o corpo é a nossa ferramenta de trabalho. Ficamos mal vistos se faltamos muito por doença, e passam a dar preferência para outros que não fazem o mesmo, assim como uma máquina que estraga com frequência”, finaliza Gláucia Ribeiro.
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O POPULAR

Aparecida de Goiânia
Huapa inaugura novos leitos nesta sexta-feira
O Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) vai inaugurar 34 novos leitos que vão reforçar o atendimento a pacientes com dengue. A entrega oficial acontece na manhã desta sexta-feira (22), com a presença do secretário da Saúde, Antônio Faleiros. Somados aos 15 leitos já em funcionamento, a unidade passará a oferecer 49 leitos.
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Hérnia de disco
Médico apresenta nova cirurgia
Maria José Silva
As pessoas que sofrem dores intensas causadas por hérnia de disco e cistos na coluna podem ser beneficiadas com a realização de um procedimento especializado e minimamente invasivo. Esta nova técnica cirúrgica, feita com o uso de um aparelho de endoscopia, tem como principais benefícios o corte significativamente menor, o uso de anestesia local, a possibilidade mínima de sangramento, menor tempo de internação e a recuperação mais rápida.
A nova técnica cirúrgica será repassada para 32 médicos especialistas em coluna, de vários Estados do País, durante o 2º Curso de Endoscopia da Coluna, que acontece hoje e amanhã no Mercure Hotel e na Universidade Federal de Goiás. O neurocirurgião Carlos Drummond, chefe do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Alberto Rassi – Hospital Geral de Goiânia, acentua que a capital tem se destacado como um dos centros formadores do Brasil na realização desse tipo de procedimento.
Atualmente, alguns planos de saúde cobrem a cirurgia minimamente invasiva com endoscopia para hérnia de disco e cisto na coluna. Carlos Drummond destaca que categoria luta para que o procedimento também seja realizado na rede pública de saúde. Ele explica que na cirurgia minimamente invasiva o corte é de apenas 8 milímetros, bem menor que o da cirurgia tradicional, de cerca de 10 centímetros.
No procedimento com endoscopia, assinala o médico, os tecidos musculares não são cortados. “Com essa técnica, chega-se aos discos por meio de uma punção. Os músculos são afastados, não são cortados nem retirados do seu local.” A nova técnica cirúrgica é realizada com irrigação contínua das raízes nervosas e da região onde há o disco. Por esse motivo, a cicatriz junto às estruturas nervosas é menor.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação