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DIÁRIO DA MANHÃ
Higiene: a peça chave
Seja em empresas, residências ou em locais públicos, a prática da higiene previne doenças e pode garantir longevidade
A falta de higiene é um fator preocupante no sentido de saúde, por ser a maior causadora de infecções e contaminações provocadas no organismo humano. Residências, empresas, indústrias, estabelecimentos públicos e tantos outros são cenários desta realidade. Entretanto, é possível evitar que este mal assole ainda mais a sociedade. Através de cuidados pessoais e da devida limpeza dos ambientes também é importante estar atento em locais públicos, principalmente nos sanitários. Os estabelecimentos com grande fluxo de pessoas são os primeiros da lista de vistoria dos agentes sanitários.
Vigilância constante
Para que a população possa ficar um pouco mais tranquila com os estabelecimentos da cidade, a Diretora de Vigilância e Saúde, Flúvia Amorim afirmou que é feita averiguação sanitária constantemente. “Os estabelecimentos que não cumprem as normas nacionais, estaduais e municipais estabelecidas são notificados. É estipulado um prazo para que se adequem as normas. Caso contrário, são multados e até interditados”, explica.
Questionada sobre higiene pessoal nos banheiros públicos, Flúvia disse que os principais cuidados a serem tomados são sempre lavar as mãos e evitar o contato com secreções humanas. "A vigilância passa todas as recomendações para as empresas responsáveis pela limpeza do local" acrescentou.
Descaso das Autoridades
É Interessante ressaltar que muitas vezes, a falta de higiene não é um fator de responsabilidade apenas individual ou de empresas, mas é reflexo do descaso público. A precariedade ou completa ausência de saneamento público é outro fator responsável pela proliferação das mais diversas doenças, como verminoses e outras de maior gravidade como a tuberculose e hanseníase.
O lado oposto
Leandro se intitula neurótico por limpeza. Foto: Danielle Reis
Ao passo que muitas pessoas desprezam a importância de uma boa higiene, outras, ao contrário adquirem certa neurose com o excesso da mesma. É o caso do comissário de bordo, Leandro Moreira Camargo, 26, “Meus amigos me apelidaram com codinome Tock, devido minha mania de limpeza, pois até quando estão a mesa já começo a retirar as louças usadas na refeição e limpar o local com todos ainda sentados” conta.
Segundo o comissário a limpeza de sua casa é feita diariamente para que não se acumule pó no chão e nos móveis. O banheiro é limpo com água sanitária, todo o lixo colocado para fora e as roupas lavadas diariamente. Tudo para evitar que, segundo ele, as bactérias fiquem vivas em sua residência.
Salões de Beleza
Como visto acima, estabelecimentos com grande número de pessoas tendem a correr maiores riscos quanto a contaminações. Por este motivo, locais como restaurantes, shoppings, clubes e centros de estéticas devem dar forte atenção ao adequado manuseio dos materiais presentes nesses locais.
Os salões de beleza são exemplos claros da importância dos cuidados com a higiene uma vez que estes podem comprometer o serviço oferecido. As mulheres são aqui as principais frequentadoras e muitas preferem levar seus próprios objetos pessoais para evitarem qualquer tipo de contaminação.
A gerente do salão Up! Studio de Beleza e Estética, Vanessa Lopes Figueiredo, 36, atua na área a mais de cinco anos e diz ser essencial a manutenção da higiene local para dar segurança às clientes e também para evitar transtornos com a vigilância sanitária. Segundo ela, há uma série de regras impostas pela fiscalização e outras que o próprio local decidiu utilizar para otimizar o serviço. “Nas escovas retiramos todo o cabelo e passamos álcool 70% conforme nos é instruído pela vigilância. Todo material das manicures são envolvidos em papel cirúrgico e esterilizados ao final do dia” explica.
Intoxicações alimentares
No topo do risco da baixa higiene estão as famosas intoxicações alimentares, adquiridas através de bactérias, como é o caso da Salmonela.
A infectologista Drº Ana Joaquina Pereira esclarece que o simples hábito de tomar banho, escovar os dentes e lavar as mãos antes de se alimentar, diminui potencialmente o risco de contrair doenças infecciosas.
A exemplo temos a hepatite A, que é transmitida por coliformes fecais, através de água não tratada ou por frutas, legumes e verduras mal lavados. A hepatite A ataca em sua maioria as crianças que tem a imunidade mais baixa, em especial aquelas que não tem o costume continuo de higienizar a si e que ingerem alimentos não higienizados.
A médica ainda alerta que os riscos de contaminação diminuem se os pais ensinarem transmitirem aos filhos atividades preventivas desde cedo. "Na cultura japonesa, há um costume muito respeitado pelas famílias que é o de retirar os calçados ao chegarem em casa. Este é um exemplo de tradição familiar de hábitos de higiene" detalha.
A enfermeira Clarissa Irinel de Souza, 33, mãe da Manuela, de 1 ano e meio diz ter o costume diário de levar sua filha para brincar no Parque Vaca Brava, aonde há um cercado de areia. Clarissa diz saber dos riscos pelos quais Manuela esta exposta, afinal há sujeira no local e um grande fluxo de crianças brincando nos mesmos brinquedos. Porém ela afirma achar importante o contato social da filha com outras crianças e acha suficiente as precauções tomadas nestas ocasiões.
"Fico sempre de olho para que ela não coloque areia na boca, e sempre que chegamos em casa além do banho, lavo o nariz dela com soro e providencio uma alimentação rica e saudável para que ela fortaleça seu organismo e adquira imunidade", comenta.
A higienização faz parte das prevenções que todas as pessoas devem ter com a própria saúde para se proteger de diversas doenças, e assim, viver mais e melhor. (25/02/13)
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Pacientes recebem 34 leitos
Huapa recebeu R$ 2 mi para inaugurar novas instalações. Até abril, repasse total deve chegar a R$ 6 mi
Além do combate intensivo e permanente contra o mosquito transmissor e do reforço no atendimento aos pacientes com os sintomas da dengue, a partir de ontem Aparecida conta com mais 34 leitos clínicos exclusivos para os casos da doença no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). A ala do hospital com os novos leitos foi inaugurada durante a manhã, pelo prefeito Maguito Vilela, governador Marconi Perillo e secretários de Saúde de Aparecida, Paulo Rassi, e do Estado, Antônio Faleiros.
Na ocasião, o prefeito e o governador ressaltaram o esforço conjunto para deter a dengue e atender os enfermos. “Aparecida tem travado uma verdadeira guerra contra a dengue. Além da preocupação com o atendimento das pessoas que, infelizmente já contraíram a doença, realizamos ações de prevenção permanentes, com manejos e mutirões de limpeza que envolvem todas as secretarias da administração municipal”, frisou Maguito Vilela. Os leitos inaugurados, além dos 15 já existentes, são destinados aos quadros de agravamento da doença e estão distribuídos em apartamentos arejados com duas ou quatro camas, com os devidos aparatos de suporte e já prontos para serem ocupados.
“Não descansamos contra a dengue. Aliás, todo o universo da Saúde Pública é assim, requer planejamento e trabalho duro permanente. Queremos oferecer à população atendimentos ágeis, eficientes e humanizados, e esses novos leitos são mais uma conquista para Aparecida e também para todos os municípios que enviam seus pacientes para cá. Não basta combater a doença, é preciso cuidar bem de quem já está doente”, frisou o secretário Paulo Rassi.
A entrega dos novos leitos é parte do cumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado entre a secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) e a estadual (SES) para a reativação do HUAPA. De acordo com a parceria firmada, o governo estadual continua administrando o hospital e deve garantir recursos para que a SMS forneça insumos e medicamentos para a unidade, além da contratação de profissionais e da manutenção dos equipamentos. A SES já fez um repasse de R$ 2,168 milhões e outros serão feitos em março e abril, totalizando R$ 6,169 milhões para que o HUAPA seja aberto em toda sua capacidade. Segundo a SES, atualmente, o hospital atende somente a demanda ambulatorial.
MEDICAMENTOS
Desde a assinatura do TAC, a SMS tem normalizado gradativamente os estoques de medicamentos e insumos do HUAPA. Ontem, mais um caminhão de produtos contendo materiais para hemodiálise e 10 mil frascos de soro fisiológico para hidratação endovenosa (indispensável para os casos suspeitos de dengue), dentre outros, abasteceu o hospital. (24/02/13)
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O HOJE
Hypermarcas investe R$ 250 mi em indústria
Com capacidade para produzir 10 bilhões de comprimidos por ano, complexo fabril inaugurado em Anápolis será o maior da América
ANDRÉ PASSOS
Com investimento de R$ 250 milhões, foi inaugurado ontem, em Anápolis, o complexo farmacêutico Brainfarma, braço industrial do Grupo Hypermarcas. A ampliação da unidade produtiva, anunciada em meados de 2011, vai redimensionar a produção da indústria para seis bilhões de unidades de comprimidos por ano e expandir a capacidade produtiva para dez bilhões de unidades anualmente.
No lançamento estiveram presentes o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, o governador Marconi Perillo, o CEO do Grupo Hypermarcas, Cláudio Bergano, além de outras autoridades, empresários e o ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, o Fenômeno.
De acordo com Bergano, a companhia investiu R$ 500 milhões nos últimos três anos, mais de R$ 50 milhões no desenvolvimento de novos produtos. “Lançamos mais de 120 novos produtos nos últimos três anos e ainda temos um número muito grande de produtos a serem lançados em breve”, diz ele.
Em dez anos, a empresa multiplicou em 52 vezes o faturamento. Em 2012, cresceu 25%, porém, abaixo da média estadual, próximo a 70%, atingindo mais de R$ 4 bilhões em produtos comercializados. Com o desempenho, a fábrica detém atualmente 9% do mercado nacional, o que lhe confere o título de terceira maior fabricante de medicamentos genéricos e segunda maior de similares, tendo destaque com a fabricação de itens como Biotônico Fontoura, Doril, Apracur, Benegrip, Engov, entre outros.
O ministro da Saúde disse que a intensificação de investimentos para a produção segura de medicamentos de qualidade dá segurança à população, emprego, renda, além de melhorar a imagem da indústria brasileira no exterior.
Padilha disse que o governo tem trabalhado para facilitar o acesso da população de baixa renda a medicamentos e, com investimentos, pretende ampliar o Produto Interno Bruto (PIB) do setor de medicamentos de 5% para 9%.
Segundo ele, o investimento na produção nacional de medicamentos agrega conteúdo tecnológico ao País e diminui a vulnerabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). “Desde 2011, aumentou em cinco vezes o acesso da população a medicamentos, sendo que 80% deles são genéricos.”
O presidente da Anvisa ressaltou que Goiás tem hoje indústrias que mostram para o mundo a capacidade produtiva do Brasil. “Quando a Agência foi criada, em 1999, jamais era possível prever que a indústria, em especial a de medicamentos, alcançaria esse nível e estrutura”, diz ele. (23/02/13)
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O POPULAR
Saúde
Central de Transplantes passa a atender no Crer
Desde a última sexta-feira (22) a Central de Transplantes de Goiás ganhou novas instalações no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer). Para a reforma do espaço e aquisição do mobiliário foram investidos R$ 120 mil dos cofres do Crer.
Para concretizar a mudança do local foram levados em consideração a proximidade com o Aeroporto Santa Genoveva e a infraestrutura de excelência oferecida pelo Crer. “Realizamos um sonho de muito tempo: o de utilizar uma estrutura física compatível com a nossa demanda. Agora estaremos próximos ao Aeroporto Santa Genoveva, o que nos possibilita acesso rápido na busca e envio de órgãos e tecidos”, declarou o diretor da Central, Luciano Leão.
Multitecidos
Outra inovação da Central de Transplantes é a implantação do Banco de Multitecidos, uma iniciativa conjunta da Secretaria de Saúde e do Crer. Uma carta de intenções já foi enviada para a coordenação do Sistema Nacional de Transplantes. Com a aprovação, o projeto pode ser encaminhado ao Ministério da Saúde para o parecer final. (24/02/13)
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Dengue
Huapa amplia número de leitos
Bárbara Daher
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) inaugurou ontem 34 novos leitos destinados a pacientes com dengue no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). A unidade agora possui 49 leitos específicos para pacientes com dengue em estados críticos e que precisem de internação.
A SES acredita que o número de leitos – um investimento que custou R$ 500 mil aos cofres do Estado – é suficiente para atender à demanda da região, já que a rotatividade de pacientes com dengue em unidades de saúde é grande, e o tratamento dura, em média, dois dias.
Segundo Paulo Rassi, secretário municipal de saúde de Aparecida de Goiânia, a medida foi necessária, pois a capital e sua região metropolitana estão vivendo uma epidemia da doença. “Nós temos pacientes que procuram os postos de saúde em estado mais grave e precisam de um cuidado maior, de internação. Eles deverão ser encaminhados para o Huapa”, explicou.
Além dos novos leitos, as secretarias também realizaram a contratação de três novos médicos e uma equipe de enfermeiros para a nova ala. “Os pacientes com dengue em estado grave precisam de monitoramento constante”, explicou Rassi.
EM GOIÂNIA
O secretário estadual de saúde, Antônio Faleiros, anunciou ontem que a SES vai fornecer leitos específicos para pacientes com dengue também em Goiânia. Ele não revelou o número de leitos, mas afirmou que eles serão instalados no Hospital de Dermatologia Sanitária (HDS) na próxima semana. De acordo com o secretário, os novos leitos servirão como apoio para as unidades de saúde da capital.
REABERTURA
O Huapa pertence à Secretaria Estadual, mas, devido a um impasse jurídico que impede o Estado de passar a administração do hospital para uma Organização Social, a SMS de Aparecida tem executado as obras e reformas necessárias na unidade, bem como a contratação de pessoal e compra de materiais e insumos, com recursos do Estado.
“Nós só estamos ajudando o Estado a administrar a unidade. Por isso fizemos as compras e contratações que foram pedidas”, justificou o secretário.
O Huapa está com o atendimento de urgência e emergência fechado desde agosto do ano passado, e passa por reformas para poder ser reaberto.
De acordo com o secretário, a troca do piso de uma das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Huapa está quase pronta – o local possuía infiltrações – e deve ser reaberto em duas semanas. A UTI que se encontra fechada possui dez leitos.
O Huapa possui outra UTI, com três leitos, todos ocupados. “O resto está praticamente tudo pronto”, alegou o secretário, se referindo à compra de insumos e manutenção de equipamentos como os da lavanderia da unidade, que não estava em pleno funcionamento.
Exército vai ajudar no combate ao mosquito
Soldados da Brigada de Operações Especiais do Exército vão trabalhar no combate à dengue junto com agentes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A parceria entre as instituições, que se inicia na segunda-feira, 25, deslocou 90 militares para a campanha. Os soldados foram divididos em dois grupos, um de 30 pessoas, que vai auxiliar os servidores da saúde em quatro unidades, e um de 60 militares, que vão realizar o trabalho de fiscalização dos domicílios da região sudoeste de Goiânia.
A área, que compreende bairros como o Jardim Europa, o Garavelo e a Vila Novo Horizonte, foi escolhida por apresentar um alto número de locais infestados com o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. “É uma região com déficit de agentes e muitos imóveis para serem vistoriados”, explicou a superintendente de Vigilância da Saúde da SMS, Flúvia Amorim.
O contrato entre Exército e SMS dura até o final de março, quando, segundo Flúvia Amorim, a epidemia deve ser controlada. “Historicamente, o número de casos de dengue diminui com o fim do mês de março. Mas, se houver necessidade, vamos renovar a parceria”. Para facilitar o trabalho do Exército, a secretaria promoveu treinamentos com os militares entre os dias 13 e 15 deste mês. (23/02/13)
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TRIBUNA DO PLANALTO
Goiânia monopoliza médicos
Capital concentra 67% dos profissionais do Estado. Dos 10.651 em atividade, 7.141 estão na principal cidade de Goiás. Sedes de governo detêm a maioria dos doutores no País. Número chega a ser quatro vezes superior ao existente no interior, revela estudo de Conselho Federal
Ao contrário do que possa parecer, o Estado de Goiás conta com um número de médicos satisfatório para atender a demanda da população: 10.651 profissionais em todo o Estado, com uma média de 1,73 por mil habitantes, índice considerado acima do ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de um médico para mil pessoas.
Mas, somente na capital, atualmente estão cadastrados no Conselho Regional de Medicina (Cremego) 7.141 médicos, o que corresponde a 67,05% do total no Estado. A Capital também é uma das nove cidades do País com maior número de médicos para cada grupo de mil habitantes, 5,42.
Os dados fazem parte da pesquisa Demográfica Médica No Brasil 2: Cenários e indicadores de distribuição, divulgada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) na última semana, que traça o perfil da população médica brasileira e aponta os motivos da má distribuição de profissionais pelo país: dois a cada mil habitantes.
Em todo o País, a pesquisa mostra que houve um crescimento de 557,7% no número de médicos desde 1970, em parte aumento é justificado pela maior oferta de cursos de medicina e aumento na expectativa de vida da população – a diferença entre saída e entrada na carreira forma um contingente entre 6 mil e 8 mil novos profissionais a cada ano.
As capitais concentram a maioria dos médicos brasileiros. O número chega a ser quatro vezes maior que no interior dos Estados, sendo que nove dessas cidades têm mais de 5 médicos por 1.000. A falta de incentivo de carreira pública e interiorização dos médicos são apontadas como justificativa para permanência nas capitais.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), psiquiatra Salomão Rodrigues Filho, a situação da assistência médica brasileira passa por um momento contraditório em relação ao número de profissionais e de distribuição pelo País, pela falta de uma política brasileira de interiorização do médico.
Segundo Rodrigues, esses profissionais não têm motivação alguma para fixar residência no interior pela falta de estrutura física e equipe multiprofissional. “Como um cirurgião pode trabalhar no interior se não lhe é oferecido um centro cirúrgico, enfermeiros ou técnicos capacitados?”
A não existência de um plano de carreira para os médicos do Sistema Único de Saúde também é citado pelo presidente como justificativa da má distribuição dos profissionais de saúde no Estado.
“Além dos salários serem baixos, o médico não tem nenhuma estabilidade no vínculo com as prefeituras, já que, quando muda o prefeito, há uma troca de profissionais de saúde. Isso eu traduziria com uma simples palavra: insegurança.”
O psiquiatra também adverte para a questão dos gestores públicos não demandarem esforços em criar estrutura adequada em seus municípios (ao invés de manter Casas de Apoio nos grandes centros para transferência de pacientes ) e investir na contratação de médicos.
“Se as prefeituras fizessem concursos públicos, oferecendo estrutura e pagando salários justos, não faltariam profissionais ao interior. O que nenhum médico quer é perder paciente por falta de recursos e arriscar a sua carreira em hospitais que não oferecem condições para assistência médica adequada”, reforça o presidente.
Diretor da Faculdade de Medicina da UFG, professor Vardeli Alves de Moraes afirma que, hoje, não faltam médicos no Estado, mas que esses profissionais, ao se formarem, buscam segurança do ponto de vista hospitalar, o que, em geral, não lhes é oferecido nas cidades menores, além do fator salarial, por não existir uma carreira.
Moraes explica que há uma tendência do profissional se fixar e trabalhar na cidade ou região onde fez sua residência médica. “Essa é a fase que o profissional inicia a sua carreira, e as especialidades mais procuradas, como Cirurgia Plástica, por exemplo, ofertadas nos grandes centros, não são exercidas no interior.”
Números no SUS
A pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM) avaliou que o Brasil está próximo de alcançar a marca de 400 mil médicos, atingindo a relação de dois profissionais para cada 1 mil habitantes.
Ao todo, 55% dos médicos estão vinculados à rede pública, mas esse contingente é insuficiente para atender a demanda de 150 milhões de pessoas que dependem exclusivamente do SUS e garantir melhoria o atendimento – os usuários do SUS contam com quatro vezes menos médicos que os do setor privado.
Se considerado apenas esses profissionais, há 1,11 médico para cada mil habitantes que usam o SUS, bem abaixo da média nacional, que também inclui os médicos que atendem pelo sistema privado.
Mesmo no Distrito Federal, unidade da federação proporcionalmente com mais médicos atendendo pelo SUS, a média é de apenas 1,71 profissional por mil habitantes, quando desconsiderados os médicos da rede privada.
Para psiquiatra Salomão Rodrigues, não só os salários afastam os médicos do Sistema único de Saúde, mas as condições de trabalho e não existência de carreira.
Segundo Rodrigues, o salário mínimo que se pode oferecer ao médico, calculado pela Federação Nacional dos Médicos e Fundação Getúlio Vargas, é de R$ 10.421, por uma jornada de 20 horas semanais.
“Mas isso não acontece no SUS. Hoje se paga de R$ 3 mil, R$ 4 mil sem nenhuma garantia trabalhista, condições adequadas e segurança para exercer a profissão. E o médico brasileiro está vivendo isso”, ressalta Salomão.
Faculdade não fixa médico no interior
Dentre algumas medidas adotadas pelo governo federal para reduzir as desigualdades regionais em locais de baixa concentração de médicos, o diretor da Faculdade de Medicina da UFG, professor Vardeli Alves de Moraes, chama atenção para duas questões que, para ele, são argumentos incorretos: a abertura de novos cursos e o estímulo à vinda de médicos estrangeiros ou com formação no exterior.
Moraes destaca que é um engano imaginar que o problema é o local onde se faz a graduação ou quantidade de profissionais, argumentando, neste sentido que, além de número suficiente de médicos no Brasil, em geral, os profissionais diplomados no exterior também preferem trabalhar e residir nos grandes centros.
“A abertura de mais escolas e de vagas não basta para reduzir as desigualdades regionais e não significa melhorias no atendimento. Precisamos de um plano de carreira de Estado, capaz de atrair os médicos para áreas de menor cobertura.”
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho, reforça a afirmativa do diretor Vardeli, em relação à abertura de novos cursos, ao afirmar que dos médicos que atuam no Estado, grande parte é formada em outros Estados.
Segundo Rodrigues, em geral, os profissionais formados em Goiânia se dedicam a residências e carreiras em centros maiores, como São Paulo ou Brasília – dentre os médicos goianos, 7.072 homens e 3.455 mulheres com idade média de 44 anos deidade e 18 de profissão.
Quanto à facilitação para revalidação de diploma, o presidente é categórico: “Isso agravaria mais o abismo que existe entre a medicina privada e a pública. Nenhum médico formado no exterior com capacidade, conhecimento tem seu direito negado.”
País terá nova composição da vacina contra a gripe
A vacina contra a gripe com uma nova composição deve chegar ao País até março deste ano. Para a temporada 2013 no He¬misfério Sul, a Or¬ga¬nização Mundial de Saúde (OMS) definiu os seguintes tipos virais: A/Ca¬lifórnia/7/2009 (H1N1); A/Vic¬to¬ria/361/20¬11 ¬(H3N2) e B/Wis¬con¬sin/1/2010. Já a va¬cina contra a gripe com a composição proposta para o ano passado já não está mais disponível na rede particular.
Segundo o médico sa¬nitarista Ricardo Cunha, responsável pelo setor de vacinas do laboratório Atalaia, a vacina contra a gripe é chamada de trivalente por ter em sua composição três cepas virais, sendo duas cepas do tipo A (uma do tipo H1N1 e outra do tipo H3N2) e uma cepa do tipo B. Ele explica que há diferenças entre as composições das vacinas de 2012 e a que estará disponível em 2013. “A principal mudança é quanto à inclusão de novos tipos do H3N2 e do tipo B”, diz o médico.
Ele explica que a Orga¬nização Mundial de Saúde (OMS) se baseia em estudos mundiais sobre a circulação dos tipos virais para definir a composição da vacina, prevendo quais são os vírus que terão maior possibilidade de circular durante a próxima temporada de gripe. “Desta forma são definidas as composições de vacinas para o hemisfério norte e para o hemisfério sul, que podem ou não serem iguais. Assim, a cada ano, a vacina contra a gripe pode ser alterada”.
A vacinação é recomendada nos meses que antecedem o inverno e durante o próprio inverno, mas pode ser feita em qualquer período do ano. A proteção é eficaz a partir do sétimo dia após a vacinação, atingindo o nível ideal de proteção depois de 14 a 21 dias. (24/02/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação