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O POPULAR
Coluna Giro – Comurg pode interromper coleta de lixo em hospitais de Goiânia
A coleta de lixo nos hospitais de Goiânia pode ser paralisada se as unidades de saúde não cumprirem uma série de exigências feita pela Superintendência Regional do Trabalho. Após auditoria fiscal, o órgão expediu um termo de interdição exigindo que hospitais disponibilizem vestiários com banheiros, chuveiros, armários para guardar roupas, lavatórios e refeitórios com mesas e cadeiras para os coletores de lixo. A decisão foi comunicada na sexta-feira pela Comurg e causou indignação da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), que, por ofício, classificou a medida como “absurda”. “A responsabilidade pela coleta do lixo é do poder público e não das empresas particulares. Por isso, tais exigências beiram as raias do absurdo e não serão atendidas”, diz a resposta encaminhada à companhia.
Motivação
Em auditoria recente, a Delegacia Regional do Trabalho constatou que, entre outros problemas, funcionários da Comurg não estariam devidamente protegidos na coleta do lixo hospitalar.
Outro lado
Presidente da Comurg, Paulo de Tarso diz que apenas repassou as determinações da superintendência e lembra que a empresa não é obrigada a fazer a coleta. “Fazemos porque temos um acordo e também porque é o melhor para a cidade”, diz. (11/03/13)
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Dengue
Custo de internações ultrapassa R$ 3,5 bilhões, diz estudo
Dado representa gastos em oito países, dentre eles o Brasil. Cada internação no País custaria R$ 3,1 mil
Deire Assis
Doença que avança no Brasil, colocando Goiânia em desconfortável posição no ranking das capitais com maior número de notificações, a dengue, já chamada de “quebra ossos” por causa das intensas dores que provoca em suas vítimas, dói também no bolso do gestor e desestabiliza a economia. Estudo envolvendo oito países, entre eles o Brasil, estimou este custo em US$ 1,8 bilhão ao ano, com internações – R$ 3,5 bilhões. O estudo Custo de casos de dengue em 8 países da América Latina e Ásia: um estudo prospectivo aferiu o impacto econômico causado pela doença, que já vitimou, neste ano, em Goiânia, 27,2 mil pessoas. No levantamento, Goiânia serviu de base para os dados do Brasil.
Embora não seja um estudo recente – a pesquisa trabalhou com os dados epidemiológicos da dengue de 2005, trata-se do mais abrangente levantamento com esse objetivo. O trabalho, realizado por vários organismos de saúde dos países envolvidos, entre eles o Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP-UFG), foi publicado pela Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene. Por meio de um protocolo comum, o levantamento mensurou as estimativas multinacionais dos custos diretos – relacionados com a assistência médica – e indiretos – dimensionados pelas faltas provocadas pela doença à escola e ao trabalho – da dengue.
Cinco países da América Latina – Brasil, El Salvador, Guatemala, Panamá e Venezuela – e três da Ásia – Camboja, Malásia e Tailândia – foram envolvidos no estudo, que considerou os pacientes tratados em ambiente ambulatorial e hospitalar – internações (veja alguns resultados em quadro desta página). Neste trabalho, a cidade de Goiânia representou o Brasil para efeito dos dados levantados, tendo em vista que o IPTSP era um dos centros que possuía, na época, o protocolo exigido pelo financiador da pesquisa, a Iniciativa para o Desenvolvimento de uma Pesquisa contra a Dengue (PDVI), em parceria com o Ministério da Saúde.
Ao final do estudo, o levantamento mostrou que o custo provocado pela doença naquele ano chegara a US$ 587 milhões – R$ 1,1 bilhão. Porém, considerando a subnotificação de casos em alguns países, este custo foi estimado, ao final, em US$ 1,8 bilhão – R$ 3,5 bilhões. Isto considerando os gastos com internação e medicamentos e os custos resultantes das faltas dos pacientes ao trabalho e à escola, excluindo-se aí, os custos com vigilância epidemiológica e controle da dengue, concluindo os pesquisadores que a doença impõe substancial custo para a saúde e a economia global.
R$3 MIL
Para cada leito de internação ocupado por pacientes vitimados pelo Aedes aegypti, estimou-se, no levantamento, custo de aproximadamente US$ 1,6 mil – R$ 3,1 mil. Os casos tratados em ambulatório, sem necessidade de internação, custaram ao sistema, cada um, US$ 699 – R$ 1,3 mil. Entre os países estudados, o Brasil apresentou o terceiro maior custo global da doença, perdendo para dois países da Ásia, a Malásia e a Tailândia. Considerando apenas o custo com o tratamento ambulatorial, o País teve o maior gasto com a dengue, segundo a pesquisa.
O pesquisador professor-adjunto do IPTSP, João Bosco Siqueira Júnior, que trabalhou neste estudo, lembra que o trabalho demonstrou que são promissores os benefícios econômicos associados às intervenções de prevenção da dengue. Em Goiânia, lembra o pesquisador, foram recrutados 550 pacientes e analisados os protocolos de 410 deles. O estudo envolveu epidemiologistas e economistas, que buscaram calcular todos os custos indiretos – os maiores deles – relacionados com os afastamentos provocados pela doença – em média, de dez dias.
“Foram calculados, inclusive, as faltas ao trabalho de uma mãe que necessita ficar em casa para cuidar de uma criança com dengue”, destaca. O professor reforça que o estudo é um indicador de que a prevenção da doença não traz benefícios só do ponto de vista epidemiológico, mas econômico.
É o que reforça também o coordenador Nacional de Controle da dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho. “Para lembrar o que disse recentemente o secretário de Saúde, a dengue toca no bolso dos gestores. Por isso a necessidade de o poder público envolver todas as áreas da administração pública nessa batalha: limpeza urbana, educação, saúde, movimentos sociais. Todos são responsáveis”, frisa. “Quando o assunto é dengue, vale a máxima de que prevenir é melhor que remediar, porque a doença custa, e muito, para o sistema”, acentua.
Casas poderão ter telas com inseticida
Cleomar Almeida
Novas formas de combate à dengue devem ser aplicadas, ainda este ano, para enfrentar a guerra imposta pelo mosquito aedes aegypiti, em Goiânia, que está afogada numa epidemia da doença. Essa situação crítica fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) chamar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para adotar novas estratégias de controle vetorial, já experimentadas em países da América Latina e Caribe. A principal delas é a instalação de telas impregnadas com inseticidas nos imóveis localizados nas regiões mais vulneráveis ao mosquito.
A informação foi repassada durante um workshop para apresentação de pesquisas relacionadas ao controle da dengue e doença de chagas, nos países da América Latina e Caribe. O evento foi realizado, na terça-feira passada, em Fortaleza (CE), e teve a participação da superintendente de Vigilância Ambiental da SMS, Flúvia Amorim. Só nos dois primeiros meses deste ano, a capital notificou 27.289 casos de dengue, com 12 óbitos suspeitos, mas nenhum deles ainda confirmado. Representa um aumento de mais de 700%, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Goiânia e Belo Horizonte (MG) são as únicas cidades brasileiras escolhidas, no País, para a aplicação da segunda fase de novas estratégias de combate ao mosquito. México, Colômbia, Uruguai e Equador, além de uma pequena comunidade em Fortaleza, já realizaram essa experiência com telas impregnadas de inseticidas e identificaram bons resultados. Mas agora a proposta é ver se isso funciona em locais com maior volume populacional, explica Flúvia Amorim.
A superintendente da SMS acrescenta, todavia, que outra reunião ainda deve ser feita junto com equipes do Ministério da Saúde (MS) e da OMS, para definir a melhor maneira de partir para a segunda fase. A compra da tela cabe ao governo federal, já que, de acordo com ela, não existe no Brasil. “A expectativa é implantar ainda este ano”, diz Flúvia.
FOCOS COM PUPA
Mas a SMS também deverá seguir outra recomendação da OMS, para fazer o levantamento do índice de infestação do mosquito. Hoje o Brasil faz esse mapeamento do índice baseado em contagem de focos com larva do mosquito, mas a OMS propõe que o índice considere o número de focos com pupa, fase mais evoluída do ciclo do mosquito.
Com isso, os imóveis escolhidos para a instalação das telas cheias de inseticidas seriam definidos com base nessas novas orientações, e não somente no mapa de infestação do Aedes aegypiti, que tem norteado as ações da SMS. Flúvia explica, ainda, que as novas estratégias de combate não colocarão os moradores em risco. “Um dos critérios avaliados é a toxicidade para o ser humano. Nos países que já tiveram a experiência, não houve problema com isso”, observa.
As novas apostas de combate ao mosquito devem contribuir para diminuir ainda mais a quantidade de óbitos. Neste ano, houve diminuição de 80% do número de mortos por dengue, se considerado o mesmo período do ano passado – janeiro e fevereiro. “Mesmo com a aplicação dessas novas estratégias, a população precisa agir para evitar criadouros dentro de casa. Serão uma ferramenta a mais, e não simplesmente uma substituição ao que já existe”, alerta Flúvia.
Pesquisa atinge novo perfil da doença
Goiânia participa, atualmente, de um novo e amplo levantamento acerca do custo da dengue, desta vez envolvendo outras cinco capitais brasileiras: Belo Horizonte (MG), Teresina (PI), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Belém (PA). O estudo, coordenado, em Goiânia, pelo professor-adjunto do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP-UFG), João Bosco Siqueira Júnior, levantará os custos da doença no setor público e privado, em crianças e adultos, atendidos em ambulatórios ou em ambientes hospitalares. A atualização destes dados, explica o pesquisador, se dá pela mudança por que passou a doença nas duas últimas grandes epidemias, de 2008 e 2010.
Segundo ressalta o professor João Bosco, nestas duas epidemias pode-se observar um agravamento dos quadros de dengue e maior avanço da doença em crianças e idosos. Enquanto no estudo de 2005 o porcentual de crianças infectadas pelo vírus da dengue representava em torno de 15% do total de casos analisados, atualmente esse índice subiu para cerca de 50%. Estes fatores, de acordo com ele, certamente elevaram consideravelmente os custos da doença ao longo dos últimos anos.
A meta deste estudo é analisar 400 casos em cada uma das capitais. Em Goiânia, 200 pacientes já foram recrutados para o trabalho. O trabalho buscará, do mesmo modo, apurar os custos diretos e indiretos provocados pela doença, apurando gastos com espera pelo atendimento, deslocamento do paciente, medicamentos, gastos com dieta especial, custos diretos com pagamento de profissionais de saúde e com o afastamento das vítimas do trabalho e da escola.
As autoridades de Saúde já trabalham com a perspectiva de que Goiânia experimente em 2013 a pior epidemia de dengue da história, superando os 44 mil casos registrados em 2010. Estima-se 50 mil casos de dengue até o fim desse ano.
Empresas têm prejuízo de R$ 18,7 milhões com afastamentos
Estudo de órgão oficial leva em base número de infectados com idade economicamente ativa em Goiás
Lídia Borges
O devastador impacto da epidemia de dengue vivenciada em Goiás atualmente chega ao setor empregatício em forma de prejuízo financeiro e redução de desempenho. Diante dos milhares de afastamentos de funcionários causados pela doença, as empresas acumulam, somente nestes três primeiros meses do ano, uma perda da ordem de R$ 18,7 milhões. A estimativa feita pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE-GO) considerando as 31.672 pessoas infectadas nos 65 primeiros dias de 2013 (de 1º de janeiro a 6 de março), que estão em idade economicamente ativa – 82% do total de 38,4 mil contaminados no mesmo período.
Para o cálculo do prejuízo, são considerados os diversos custos que o empregador tem de arcar, mesmo durante o tempo não trabalhado pelos funcionários – em média, dez dias, conforme estudo do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás. Os gastos são referentes ao salário recebido, 13º e férias, além dos encargos com a Previdência Social, todos proporcionais ao prazo de afastamento. Para se ter uma ideia, levando em consideração um empregado que ganha dois salários mínimos mensais, os dez dias de licença médica custam à empresa R$ 592,61.
Além disso, a firma amarga ainda um déficit na equipe, que muitas vezes é traduzido em redução de desempenho e resultados, juntamente com o desgaste de colegas, que têm de se desdobrar para cobrir a falta do doente. “O impacto causado pela dengue é significativo e não traz danos apenas para as pessoas, individualmente, e para o sistema de saúde, mas também para o sistema econômico como um todo”, afirma o superintendente regional do Trabalho em Goiás, Arquivaldo Bites.
Na loja de roupas onde Jorge Miguel Cabedo é gerente, dois dos 14 vendedores estiveram afastados por sete dias cada por causa da dengue – um em janeiro e outro em fevereiro. Além da questão financeira, ele afirma que a falta de funcionários prejudica o planejamento da empresa que atua com limite de empregados por turno. Com a licença médica de um deles, outro tem de ser deslocado para o horário e, por vezes, fazer hora-extra, o que também gera um custo a mais para a loja.
“É importante para a empresa manter sua identidade no atendimento ao cliente. Por isso, se um vendedor falta, acaba fazendo muita diferença”, destaca Jorge. No ano passado mesmo, três de seus quatro alfaiates foram acometidos pela dengue. “Nesse caso, a situação é até mais delicada, porque se trata de um serviço especializado. Na falta de um vendedor, se for preciso, o próprio gerente pode assumir o trabalho. Mas no caso de um alfaiate, não há outro para substituir”, relata.
Diretora de uma escola particular no Condomínio das Esmeraldas, Lucimar Canedo de Araújo tem atualmente duas professoras afastadas por causa da dengue. Ainda não sabe por quanto tempo elas ficarão ausentes, mas já está tendo de arcar com o pagamento das horas/aula para outros professores substitutos.
RENDA REDUZIDA
Mas se as empresas reclamam dos danos financeiros causados pela dengue, no caso do comércio, o prejuízo se estende também ao próprio empregado. A vendedora Regiane Martins de Oliveira, de 22 anos, passou pela doença no início de fevereiro, após ter sido contaminada na casa da irmã, no Parque Anhanguera, supõe a jovem. Fora todo o desgaste físico e o sofrimento causado pela enfermidade, ela calcula que tenha perdido R$ 500,00 em comissão durante os sete dias em que esteve de licença médica. “No afastamento, a gente recebe uma comissão pela média do mês, mas mesmo assim acaba perdendo salário no final do mês”, lamenta.
Em janeiro, Weliton Garcês de Araújo, 24 anos, colega de Regiane, também passou pelo mesmo problema e ficou sete dias longe da empresa. Segundo ele, embora tenha se afastado por uma semana, os sintomas da doença, em especial as dores no corpo, incomodaram por muito mais tempo, o que acaba atrapalhando no desempenho no trabalho. O vendedor viu de perto o efeito da epidemia entre os conhecidos. Este ano, viu o irmão, a noiva e um tio dela também infectados, além de um colega de empresa, que trabalha em outra unidade.
CONSTRUÇÃO CIVIL
Segundo o superintendente regional do Trabalho, Arquivaldo Bites, o cenário da dengue é mais grave no setor de construção civil. Bites afirma com base em levantamento da Secretaria Municipal de Saúde que, entre as empresas, 42% dos focos do Aedes aegypti estão concentrados nos canteiros de obras, número contestado pelo presidente do Serviço Social da Indústria da Construção de Goiás (Seconci-GO), Moacyr Moreira.
Para Moacyr, as firmas de construção, em especial as de maior volume, possuem hoje canteiros muito bem organizados e um grau de conscientização bem elaborado, até mesmo por entender os prejuízos que a contaminação de funcionários podem causar às empresas, no atraso e na qualidade das obras.
Ele frisa que o Seconci desenvolve um programa de treinamento nos canteiros, a partir da introdução da figura dos “dengueiros”, que são pessoas treinadas para fiscalizar os espaços onde trabalham e promover maior conscientização entre os colegas. (10/03/13)
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Recursos
Marconi regulamenta Fundo de Saúde
O governador Marconi Perillo (PSDB) assinou ontem o decreto que regulamenta o Fundo Estadual de Saúde, criado por meio de lei em setembro do ano passado com o intuito de dar mais autonomia no gerenciamento de recursos. Agora, os processos de aquisições e contratações serão feitos com os mecanismos de controle de gastos públicos realizados apenas posteriormente. A fiscalização prévia era uma das principais justificativas da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para a falta de medicamentos e profissionais nas unidades ligadas à pasta.
O governador também assinou ordem de serviço autorizando a SES a custear 55 UTIs em hospitais privados e a complementar o valor das diárias de outros 139 leitos, em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. (09/03/13)
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Postos de saúde
Portaria define regras para troca de plantões
Vandré Abreu
Os funcionários municipais de saúde, há cerca de um mês, necessitam formalizar, por um documento, a troca de plantão com algum colega à diretoria da unidade em que trabalha. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) proibiu que profissionais que não estão ligados à Prefeitura atuem em qualquer plantão.
A medida visa ordenar os plantões para que não ocorra déficit de funcionários durante os horários fora do expediente.
CONQUISTA
O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde) afirma que os servidores lutavam pela medida há 9 meses. Presidente do Sindsaúde, Fátima Veloso considera que a portaria nº 008/2013 serve para formalizar o acordo pleiteado pelos servidores e dão tranquilidade tanto para os trabalhadores quanto para os gestores.
“Havia uma dificuldade com a troca dos plantões, mas agora, com os registros, fica mais correto.” Fátima acredita que a medida será o suficiente para suprir a demanda dos plantões.
ILICITUDES
A reportagem de O POPULAR tentou contato com a SMS para falar sobre a portaria, mas até o fechamento desta edição a assessoria de imprensa do órgão não retornou com as informações. Segundo a portaria, publicada no Diário Oficial do Município no dia 13 de fevereiro, a SMS considera a troca de plantões uma prática comum, mas que necessitam cuidados para evitar que profissionais incorram em ações ilícitas, administrativas, cíveis e/ou criminais.
Além disso, considera que o ordenamento do plantão evita a falta de atendimento nas unidades de saúde e que as medidas seguem orientações do Ministério da Saúde.
OFICIAL
O presidente do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego), Leonardo Reis, afirma que a medida também é favorável aos profissionais da medicina. Reis classificou a normatização da troca de profissionais nos plantões como importante. “Agora tornou uma prática comum em algo mais oficial”, diz.
Sobre poder trocar o plantão apenas com profissionais ligados à SMS, Reis afirma que a medida também é positiva, já que os médicos sem vínculo que davam plantões tinham dificuldade para receber, pois precisavam do titular para que este efetuasse o pagamento. (09/03/13)
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Direitos Humanos
Pastor defende castração química
Brasília – A crença religiosa e as posições conservadoras do Pastor Marco Feliciano também orientam os projetos de lei de sua autoria. O deputado, agora presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, defende a castração química para estupradores, como uma medida alternativa a esse tipo de criminoso. Se aprovada, entraria no rol de penas como prestação de serviço à comunidade ou distribuição de cesta básica. Essa castração se dá com medicação e inibe a libido da pessoa. Pode ser temporária ou definitiva.
“O portador desse desvio sabe que poderá vir a reincidir e podendo optar pela troca da pena de prisão, se submetendo a tratamento médico que provoque a chamada castração química, poderá livrar a sociedade de novamente estar exposta aos riscos de seus ataques”, justifica Feliciano no seu projeto.
Feliciano também quer proibir anúncios de prostitutas em classificados de jornais. Argumenta que esse tipo de propaganda deixa crianças e adolescentes expostos a conteúdos impróprios. Marco Feliciano quer alterar decisões no Supremo Tribunal Federal (STF) no Congresso e defende que sejam sustadas duas decisões do tribunal: a que concluiu que aborto de anencéfalo não é crime e a que reconhece a união entre pessoas do mesmo sexo. Para ele, casamento só existe entre homem e mulher. Com tantas polêmicas, Feliciano despertou reações. Nas redes sociais internautas marcaram manifestações em menos dez cidades. Chamado de “Ato de Repúdio” à nomeação do parlamentar, o evento deve acontecer simultaneamente às 14 horas. (09/03/13)
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O HOJE
Implante permite a recuperação da audição
Crer passa a oferecer, por meio do SUS, procedimento de implante coclear, que chega a custar R$ 100 mil na rede privada
Imagine a emoção de permitir a uma pessoa ouvir, pela primeira vez em sua vida, os sons que permeiam o seu dia a dia? Ou mesmo, resgatar a audição de quem há tempos perdeu essa capacidade ao longo da vida? No Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) a situação está se tornando realidade por meio da implantação do implante coclear. O procedimento que poderá ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) custaria mais de R$100 mil, se realizado na rede privada. Em Goiás, 14 pessoas já foram beneficiadas.
Durante cinco anos, o Crer buscou adaptação segundo às exigências do Ministério da Saúde e, há oito meses iniciou a realização do implante. O procedimento combina uma cirurgia de alta complexidade a uma série de sessões de fonoaudiologia para habilitar o paciente a fazer uma perfeita interpretação dos sons. No total, 14 portadores acometidos com a perda auditiva profunda bilateral, ou seja, nos dois ouvidos, já foram operados.
O pequeno João Augusto Melo Godinho, de dois anos, natural de Pirenópolis, município localizado a 120 quilômetros da capital, passou recentemente por essa experiência. Ao ser detectado, logo no seu nascimento, com a perda profunda de audição nos dois ouvidos, seus pais Ivan Araújo Godinho, 39, e Maria Cristina de Melo Godinho, 37, travaram uma luta para definir a melhor forma de garantir a qualidade de vida do filho caçula. “É sempre um grande choque receber um diagnóstico como esse, que é construído após três diferentes testes, enquanto a criança possui apenas meses de vida. Você sempre nutre a esperança de que essa perda possa ser revertida com o tempo, ou no resultado do próximo exame. Mas isso não aconteceu com nosso pequeno João Augusto”, relata.
O casal foi orientado a buscar ajuda no Crer e, após uma consulta na rede pública de saúde, conseguiu o encaminhamento para o centro de referência. Lá, o primeiro procedimento foi a adoção de um aparelho externo de audição para identificar se haveria alguma melhora. No entanto, avaliações e exames detalhados identificaram o implante coclear como opção mais indicada para o desenvolvimento da audição da criança.
“Foi uma decisão difícil de ser tomada. Mas a equipe do Crer foi muito atenciosa em nos explicar sobre as vantagens do procedimento e os benefícios da cirurgia”, recorda. Hoje, passado pouco mais de um mês da cirurgia, João Augusto já identifica o seu próprio nome e evolui diariamente na tentativa de interagir por meio da fala com os que estão ao seu redor. Ao ativar o aparelho implantado, mãe e filho reagiram da mesma forma às primeiras palavras ditas pela equipe médica: com lágrimas nos olhos.
Triagem
Conforme explica o responsável técnico pelo procedimento, o otorrinolaringologista Sérgio de Castro Martins, o implante coclear, oferecido integralmente pelo Sistema Único de Saúde no Crer, custará na rede privada em torno de R$120 mil, apenas a cirurgia, sem levar em conta o valor dos exames e o acompanhamento fonoaudiológico feito posteriormente. “Temos orgulho de oferecer um tratamento integral 100% gratuito, inclusive com a realização de exames de última geração”, alega Sérgio.
Uma equipe multidisciplinar composta por otorrinos, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais é responsável por avaliar o quadro clínico do paciente, sua aceitação diante da deficiência auditiva e as condições financeiras necessárias para a manutenção do aparelho implantado. “Infelizmente, ainda não temos uma portaria governamental que determine o custeio da manutenção do aparelho, o qual acaba ficando a cargo da família. Estamos falando de um aparelho que consome baterias no valor de R$500 a R$700, a cada dois anos. É muito importante que a família tenha condições de custear a sua manutenção”, explica o coordenador.
Procedimento
A cirurgia para a implantação do aparelho dura de quatro a cinco horas. Uma equipe composta por cinco médicos e dois fonoaudiólogos se dedica à implantação e ao teste do aparelho, que nada mais é do que um feixe ultrafino com eletrodos adaptado à parte do ouvido interno, a cóclea. Passado um mês do procedimento, tempo concedido para a cicatrização, é adaptada a sua parte externa, semelhante a um aparelho auditivo convencional, e que se interliga ao implante por um sistema similar ao de imã. (10/03/13)
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Internação: eficaz como a voluntária
Levantamento com três anos de dados mostra que cura é muito similar, independente de como foi feita busca pelo tratamento contra
Depois de três anos de atividade, um levantamento dos atendimentos feitos no serviço municipal para dependentes de crack e outras drogas apresentou dados objetivos sobre internações compulsórias, assunto normalmente envolvido em paixões e ideologias. Médicos do Serviço de Atenção Integral ao Dependente (Said) ligaram para 156 pacientes que passaram pelo atendimento do hospital no ano passado. Dos que foram internados voluntariamente, 40% se mantiveram longe das drogas depois de 180 dias de alta – índice que indica sucesso no tratamento. Já entre os pacientes compulsórios, internados contra a vontade depois da ordem de um juiz, 38% haviam se mantido longe das drogas.
“O sucesso do tratamento foi muito parecido tanto para os que entraram por vontade própria como os contra a vontade”, confirma o coordenador técnico do Said, Reinaldo Carvalho, que admite ter ficado surpreso com os dados do levantamento.
O Said é uma espécie de “Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)” para usuários de droga. Para trabalhar com 80 leitos para jovens e adultos, dispõe de cerca de 210 colaboradores, entre psiquiatras, assistentes sociais e outros profissionais. Além de tratarem do paciente, eles fazem contato com os familiares, tentam reatar laços e estender o tratamento também aos parentes do dependente.
Até o ano passado, o Said era gerido pela Sociedade Hospital Samaritano, organização social que desistiu de administrar o serviço. Na próxima quinta-feira, haverá um pregão eletrônico onde serão abertas as ofertas para novos interessados em assumir o serviço.
Uma polêmica envolve o preço dos serviços do Said, questionados em ação proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE). O orçamento do hospital, de R$ 18,8 milhões por ano, significa que cada paciente custa ao município, em média, R$ 20 mil por mês.
Por causa do impasse em torno da nova gestão, apenas seis pacientes estão internados atualmente no hospital, que se encontra com boa parte dos leitos vazios. Por causa da pressão, a prefeitura quer diminuir o valor pago para os serviços do hospital.
Resultado da pesquisa foi apresentado durante seminário em Cuba por Said
Um dos casos de internação foi apresentado no ano passado em um seminário em Cuba. Jorge (nome fictício) tinha 17 anos ao ser internado na Fundação Casa. Estudou até a 7ª série do ensino fundamental e morava na periferia de São Paulo. Além da dependência química, tinha crises psicóticas. Foi para a fundação depois de tentar matar o irmão, de 16 anos.
Devido ao quadro psiquiátrico associado ao uso de drogas, o juiz da Vara da Infância e Adolescência decidiu interná-lo no Said. Houve conversas com parentes, que também passaram a frequentar o hospital. Inclusive o irmão agredido. Todos falaram sobre o relacionamento que tinham e sobre a agressão. Jorge também seguiu o tratamento de dependência e se matriculou na escola e em cursos profissionalizantes. Hoje, segue firme no tratamento, que por isso é considerado bem sucedido.
A coordenadora da Unidade de Adolescentes Masculinos, Deise Fernandes do Nascimento, explica que os resultados de pacientes internados voluntária e compulsoriamente são parecidos porque ambos precisam lidar com a ambivalência do dependente químico. Ela observa que o começo do tratamento é sempre o mais difícil. Mesmo aqueles que querem mudar, quando sentem a falta da droga, passam a resistir. “Depois de 25 a 30 dias, a situação muda radicalmente. O desafio inicial é convencer o jovem a seguir no tratamento e explicar os ganhos que ele terá com isso”, afirma.
O coordenador do Said, Reinaldo Carvalho, explica ainda que o trabalho com internação compulsória serviu também para incentivar os médicos a não desistirem dos pacientes. Segundo Carvalho, como os compulsórios são internados por decisão da Justiça, o corpo médico não pode admitir o abandono do tratamento, sob risco de serem penalizados. Já os voluntários, quando querem parar, podem ir embora.
Empenho
“Como a Justiça nos obrigava, não havia como desistir do paciente. Acabamos percebendo os aspectos positivos dessa insistência e ela acabou influenciando, inclusive, na maneira como lidávamos com aqueles que se internavam voluntariamente. Passamos a lutar mais para que eles seguissem no tratamento”, afirma Carvalho. (AE) 11/03/13
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação