Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 16 A 18/03/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O HOJE
Comurg volta a coletar lixo de hospitais
Trabalhos haviam sido paralisados por falta de estrutura e depois de constatado que lixo contaminado era despejado em meio

LYNIKER PASSOS

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) vai retomar os serviços de coleta de lixo dos hospitais goianienses. O órgão municipal estava impedido de realizar o trabalho desde quarta-feira (13), devido a falta de equipamentos e estrutura necessárias para garantir a segurança de seus funcionários. A decisão foi tomada ontem, após reunião com representantes dos hospitais públicos e privados, Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE/GO), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Comurg.
Ficou definido que os hospitais particulares irão disponibilizar, de forma emergencial, equipamentos de proteção individual (EPI) aos coletores de lixo. Já o Hospital das Clínicas (HC) e o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) disponibilizarão os pontos de apoio – espaços destinados para a alimentação e descanso dos garis. Segundo a auditora fiscal do trabalho Jacqueline Carrijo, a medida foi tomada apenas para não paralisar o serviço.
A Comurg e os hospitais têm o prazo de seis meses para fazer as devidas adequações. “A Comurg não possui equipamentos de proteção individual na quantidade necessária para manter o trabalho, por isso os hospitais particulares ficaram responsáveis por isso, apenas nesse período”, disse Jacqueline. A auditora ressaltou que, durante o prazo, ações de fiscalização acontecerão normalmente para garantir a segurança. Seis caminhões específicos de coleta de lixo hospitalar também terão de ser adquiridos pelo órgão de limpeza municipal.
Estão inclusos nos equipamentos de proteção individual (EPI) tocas, óculos de proteção, máscaras, vestimentas impermeáveis, luva de PVC e botas de borracha. Os pontos de apoio devem oferecer armários, banheiros e refeitório. “Os garis trabalhavam com roupas normais, o que contribui para riscos de contaminação, e não tinha locais apropriados para as refeições.”
Além do lixo infectante, a segregação do lixo pelas unidades hospitalares, segundo o SRT/GO, estava sendo realizada de maneira inadequada. Havia lixo hospitalar misturado com lixo comum. “As fiscalizações comprovam essa má segregação, mas todos já se comprometeram em respeitar as exigências”, disse.
O diretor administrativo e financeiro da Comurg, Paulo Cesar Fornazi, afirmou que os hospitais, dentre outras unidades de saúde – farmácias, laboratórios e consultórios odontológicos – representam a menor quantidade de estabelecimentos, mas em contrapartida produzem mais lixo hospitalar. “Pelo menos 90% do lixo hospitalar é produzido pelos hospitais, que representam apenas 3% dessa fatia de estabelecimentos”, garantiu.
Ele também afirmou que as unidades hospitalares estão dispostas a seguir as exigências e que a Comurg está preparada para fazer esse tipo de coleta. “Temos caminhões adequados. Os representantes dos hospitais não quiseram falar com a imprensa. Em nota, o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) informou que vem negociando uma solução para o problema que garanta a proteção dos trabalhadores que fazem o recolhimento do lixo nos estabelecimentos de saúde. Já a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) enviou nota, antes de a reunião ter acontecido, informando que ainda está avaliando que medidas seriam adotadas pelos hospitais associados diante do anúncio da interdição pela SRTE/GO da coleta de lixo comum nos hospitais.
Ainda destacou que a associação sempre esteve aberta ao diálogo com a Comurg e com os órgãos competentes em busca de uma solução para os problemas relacionados à coleta de lixo nos hospitais da capital. A associação, que representa os 15 maiores hospitais privados do Estado, ressalta que a maioria dos hospitais de Goiânia já tem contrato com empresas que incineram o lixo infectante, cabendo ao poder público a responsabilidade de coletar somente o lixo comum. (16/03/13)

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Hospital não pediu internação a plano de saúde

Presidente do Ipasgo é ouvido pela Polícia Civil e apresenta documento que pede internação de paciente em data diferente

ANGÉLICA QUEIROZ

O Hospital Lúcio Rebelo não apresentou ao plano de saúde (Ipasgo) o pedido de internação do menino de 2 anos que não foi internado no dia 5 de março por conta da exigência de um cheque-caução de R$ 5 mil. O pedido foi feito apenas na última quinta-feira (14), como provam documentos apresentados pelo presidente do Ipasgo, Francisco Taveira Neto, ao delegado titular do 8º Distrito Policial de Goiânia, Waldir Soares, na manhã desta sexta-feira (15).
Segundo o delegado, tal fato pode configurar outro crime, já que o pedido deveria ter sido feito no dia em que o menino tentou a internação. O delegado também entende que não há justificativa para esse pedido ser feito agora, já que o menino não ficou e nem deve ficar internado no hospital – o garoto já está em casa, embora em estado delicado.
Waldir Soares destaca que o plano de saúde não deve ser responsabilizado pelo caso já que não houve recusa do plano. Quando o caso veio à tona, no início dessa semana, a diretoria do hospital havia alegado que a unidade hospitalar não é credenciada junto ao Ipasgo para atendimento pediátrico e que o plano não autorizou a internação por estar em período de carência. O plano negou a informação e informou não haver recebido o pedido de internação de emergência, o que confirmou ontem com os documentos.
Resposta
O diretor do hospital, Persival Xavier Rebelo Filho, também foi ouvido hoje no 8º DP e afirmou que a exigência de cheque-caução é comum em casos de consultas e exames. Segundo Waldir, ele negou que esse tipo de prática seja comum no hospital em casos de internação de emergência e disse ter ficado sabendo do ocorrido apenas depois, quando o caso começou a ser divulgado pela imprensa.
O depoimento não convenceu e, o titular do 8º DP continua responsabilizando o hospital pelo ato. Waldir deve ouvir a diretoria do hospital novamente para apurar as razões de o pedido de internação não ter sido feito no dia 5, quando a família precisava.
Depoimentos
Na quinta-feira (14), o pediatra Feikazu Pamashiro, que atendeu o menino no hospital, foi ouvido como testemunha pela polícia. Ele confirmou que indicou a internação, mas disse que o caso não era de emergência, justificativa dada pela coordenadora de internação do hospital, Kesllye de Siqueira e Silva, ouvida na quarta-feira (13) – ela também deve ser responsabilizada pela exigência do cheque.
Para o delegado, o depoimento do médico é contraditório já que, após não conseguir a internação no Lúcio Rebelo, o pai procurou a rede pública e o garoto foi internado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Dom Bosco, onde ficou por três dias. (16/03/13)
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Epidemia de dengue vira entrave no atendimento
Pacientes que buscam Cais ou Ciams de Goiânia com enfermidades diversas reclamam de preferência dada para conter o surto
MÁRIO BRAZ

A rotina dos Cais e Ciams de Goiânia oferece a espera como cartão de visita àqueles que, necessitados de atendimento médico, buscam as unidades municipais para tratamento médico. A epidemia de dengue na capital colabora para o inchaço na fila de pacientes que aguardam horas na perspectiva de recuperar a saúde, ou mesmo receber paliativos de problemas crônicos. A peregrinação por atendimento é usual e as horas nos bancos para triagem, ou para consultas, encabeçam as prnicipais reclamação dos cidadãos da cidade.
Atendimento 24 horas, o Cais do Jardim América recebe pacientes da região Sul de Goiânia. Às 20h15 de quinta-feira (14), Eliene Neto Cardoso, de 27 anos, traz junto ao braço uma bolsa de soro, suspensa na grade externa que dá acesso à recepção da unidade. O lugar, singular, é a opção de quem tenta fugir da lotação excessiva. Após quatro horas de espera, Eliene conseguiu se consultar com o médico plantonista e receberia as duas bolsas de soro com medicamento. Os sintomas de vômito e diarreia eram a queixa da mulher, que lamentava a escassez do quadro médico. “Quando eu cheguei, só tinha um médico plantonista”, conta. Apesar das críticas, Eliene, auxiliar de limpeza, considera a unidade do Jardim América como opção pelo bom atendimento.
No mesmo local, é uma enfermeira que aponta outra unidade municipal de saúde como mais problemática. O Cais do Novo Horizonte foi alvo de investigações por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sob a acusação de fraude no ponto de frequência dos plantonistas, em janeiro deste ano. A unidade, fisicamente maior que do Jardim América, expõe sobre bancos doentes que chegam a completar quase um dia de espera.
Rotina de dramas
Frente a precariedade na agilidade de atendimento, o local torna-se um ponto de encontro de dramas individuais. Um homem que aguarda atendimento para o filho reclama de favorecimento na fila para um amigo de funcionários do local. A mulher que suporta a dor crônica de uma hérnia de disco segue há mais de 12 horas em uma cadeira de fio. Uma idosa – cadeirante e hipertensa –, aguarda ser chamada em um ambiente abafado, diante da noite quente da cidade.
A telefonista Ana Maria da Conceição, 28 anos, mostra com indignação o prontuário, recebido por ela, às 11h45 da manhã – são 22 horas da quarta-feira (14) e a queixa de infecção urinária ainda não foi resolvida. A classificação para risco de urgência no atendimento aponta a cor verde, ou seja, de pouca urgência. A reclamação da mulher considera que pacientes com dengue receberam atendimento preferencial, mesmo classificadas com a cor verde.
Uma enfermeira do Cais do Novo Horizonte, que preferiu não se identificar, avaliou o local. Segundo ela, o quadro de funcionários (médicos e enfermeiros) não registra faltas no dia. Contudo, a equipe, mesmo integral, carece de mais funcionários. Outro ponto abordado pela enfermeira é que os pacientes desconhecem a realidade dos Cais e Ciams pois, considerando a classificação de risco, questionam a demora, que é prestado com preferência àqueles que necessitam de maiores e mais imprescindíveis cuidados. A mulher também faz outras ressalvas justificando que, muitas vezes, pacientes que necessitam de acompanhamento médico que não é de emergência, procuram as unidades apenas nos momentos de dor e incômodo, fato que contribui para a superlotação. (17/03/13)
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SAÚDE BUSINESS WEB

IFL vai promover workshop sobre gestão de equipamentos médicos e de infraestrutura
A cada ano, com uma velocidade cada vez maior, os serviços de saúde vêm incorporando novas tecnologias, o que impacta no funcionamento e na gestão destes serviços e exige uma atualização constante dos profissionais de saúde e dos gestores dos estabelecimentos. Para orientar esse público, o Instituto Francisco Ludovico (IFL), em parceria com a GMP Consultoria, vai promover no dia 22 de março, sexta-feira, um workshop sobre gestão de equipamentos médicos e de infraestrutura hospitalar.
O workshop terá três horas e meia de duração e será realizado das 14 às 17h30 no auditório da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás. O objetivo é orientar os alunos sobre a implantação de um programa de gerenciamento de equipamentos médicos e infraestrutura, visando a adoção de boas práticas de funcionamento dos serviços e a gestão de tecnologias em saúde. O workshop também vai orientar o público sobre a estruturação do departamento de engenharia clínica nos hospitais e a seleção dos fornecedores de serviços de manutenção, calibração e qualificação de equipamentos.
As palestras serão ministradas pelo engenheiro mecânico, engenheiro da Qualidade, auditor da Qualidade e especialista em inteligência empresarial, César Fonseca Lima, e pelo engenheiro especialista em engenharia clínica, consultor na área de engenharia clínica e gerente de Engenharia Clínica da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, Ricardo Alcoforado Maranhão Sá.
Voltado para profissionais que atuam na área da saúde (médicos, enfermeiros, administradores, engenheiros, farmacêuticos, biomédicos, odontólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, educadores), gestores de instituição de serviços de manutenção preventiva e corretiva de tecnologia médica e administradores de estabelecimentos de serviços de saúde públicos e privados, o workshop tem vagas limitadas.
Não perca tempo e faça já sua inscrição. Valor do investimento: R$ 150,00 para profissionais inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina, Biomedicina, Enfermagem, Engenharia e Farmácia e associados/filiados do Sindhoesg, Aheg, Fehoesg e IFL. Os demais interessados vão pagar R$ 195,00.
Para mais informações e inscrições, entre em contato com o IFL: telefone (62) 3093 4310 ou e-mail iflcursos@iflcursos.com.br
Atenção: Dando sequência a essa proposta de capacitação e atualização dos conhecimentos dos profissionais e gestores de serviços de saúde, em breve, o IFL vai lançar um curso de pós-graduação em gestão de equipamentos médicos e de infraestrutura. Clique aqui e confira a programação prévia do novo curso: http://share.snacktools.com/FBB7ABF569B/ft3fv5in e fique atento aos informativos do IFL. (16/03/13)

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Médicos são convocados a marchar para Brasília
Entidades médicas nacionais convocam todos para fazer um grande encontro, para discutir assuntos de interesse para que formem uma posição coesa e possam guiar o movimento

A pedido das entidades médicas nacionais (FENAM, CFM e AMB), o senador Paulo Davim (PV-RN) e o deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) convocaram uma audiência pública para mostrar a força dos médicos diante das questões que envolvem a saúde brasileira. Pretende-se mobilizar o maior número de profissionais da classe para marchar à Brasília, no dia 2 de abril e ocupar o auditório Petrônio Portela, no Senado Federal.
“Eu e o deputado Eleuses estamos convocando todos para fazer um grande encontro, discutindo todos os assuntos de interesse para que juntamente com as entidades possamos ter uma posição coesa e tomar estratégias para guiar o movimento”, explicou Davim.
A ideia surgiu após uma reunião no Ministério da Educação, onde foi pautado o aumento do número de vagas em medicina. Espera-se em torno de 400 lideranças médicas. Os Ministérios da Saúde e da Educação, como também Universidades serão convidadas a compor a mesa.
“Precisamos de todos vocês, para que consigamos inundar a audiência e sensibilizar todos os parlamentares para que os ecos da nossa manifestação alcancem o Palácio. Queremos seriedade, competência e recursos. Dia 2 de será uma grande virada da saúde”, destacou Paiva.
O presidente da FENAM, Geraldo Ferreira, completa que o clamor da categoria precisa ser ouvido e suas bandeiras respeitadas.
“Já que no nosso entendimento existem médicos o suficiente e o governo intervém de forma brutal, há uma rejeição absoluta de se importar médicos e oferecer uma medicina de baixa qualidade. Os médicos precisam ser valorizados e vamos mostrar nosso poder de luta”, afirmaram as entidades em comunicado. (16/03/13)

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O POPULAR

Violência
Tráfico de drogas banaliza ainda mais a motivação de homicídios
Levantamento em vara criminal mostra que a vida vale cada vez menos, principalmente para traficantes
Carla Borges
Um olhar atento sobre os inquéritos de homicídio que já foram concluídos e estão prestes a irem a julgamento em Goiânia quantifica e escancara, em detalhes, um fenômeno que, de tão recorrente, pode se tornar corriqueiro: a banalização da vida, que cada vez vale menos, especialmente nas execuções cometidas a mando de traficantes de drogas. Mata-se por pouco, fato evidenciado na crueldade com que esses assassinatos são cometidos.
O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, em substituição na 13ª Vara e no 1º Tribunal do Júri de Goiânia, atesta que seis a cada dez casos que aguardam julgamento têm a motivação relacionada ao uso de entorpecentes. A proporção é a mesma apontada pelo titular da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), Murilo Polati Rechinelli, embora não disponha de um levantamento.
Os casos que ilustram essa reportagem estão em tramitação na 13ª Vara Criminal de Goiânia, do 1º Tribunal do Júri. O levantamento foi realizado a pedido do POPULAR com base apenas nos que tiveram materialidade comprovada, autoria conhecida, inquérito policial concluído.
“Houve uma notável mudança no perfil dos crimes de homicídio, especialmente a partir de 2005, 2006”, diz o juiz. “Antes, havia mais crimes passionais e outros relacionados a discussões, como brigas de bar, que sempre aconteceram. Não havia esse componente da presença da droga, como se observa hoje”.
O juiz chama a atenção também para a dinâmica com que as pessoas com envolvimento com drogas entram nas estatísticas de homicídio. “Há muitos casos em que hoje a pessoa é acusada; amanhã, torna-se vítima”.
Os preços baixos, especialmente dos derivados da cocaína – notadamente o crack -, fazem com que dívidas pequenas custem vidas. Um dos assassinatos mais cruéis que deve ir a julgamento pelo 1º Tribunal do Júri de Goiânia nos próximos meses é o que teve como vítima Everton Pereira Martins. Segundo os autos, ele tinha uma dívida de R$ 100 com Sonia Morais dos Santos, proveniente de crack. Sonia é acusada de, com a ajuda de um comparsa, espancar Everton até a morte. Depois, eles atearam fogo ao corpo.
Embora as drogas estejam disseminadas em todas as camadas sociais, a maioria das vítimas e autores de homicídio vem de comunidades pobres. “É uma questão social. As drogas avançaram de tal forma que os casos relacionados a elas chegaram a esse patamar”, diz o juiz, lembrando que outros casos de homicídio, como de moradores de rua e membros de torcidas organizadas, também têm ligações com entorpecentes.
POLÍTICAS PÚBLICAS
O delegado Murilo Polati diz que é cada vez mais frequente a situação de vítimas de homicídios que para sustentar o vício haviam aceitado repassar drogas a pedido dos traficantes. Elas não conseguiam pagar a dívida e acabavam mortas. “Moradores de rua e usuários em situação de rua, que têm família e casa, mas passam temporadas nas ruas usando drogas, encaixam-se perfeitamente nesse perfil”, relata. “Esse tipo de situação torna-se cada vez mais comum graças ao crack, uma droga barata com efeito devastador”, acrescenta. Desde agosto, já foram mortos em Goiânia pelo menos 21 pessoas em situação de rua.
Para Polati, perdeu-se o controle sobre o crack e a falta de políticas públicas adequadas pode agravar ainda mais a situação.
“A saúde, a educação e a assistência social têm de andar juntas, mas não é o que acontece”, observa.
A considerar os números atuais de homicídios, a tendência é de piora. O primeiro bimestre de 2013 foi o mais violento já registrado em Goiânia, com 91 assassinatos.

Solução é conhecida, mas não implementada, diz sociólogo
“A situação não está perdida. Ela tem de ser enfrentada e temos competência técnica para isso”. A definição é professor de Sociologia Dijaci David de Oliveira, da Universidade Federal de Goiás (UFG), estudioso da violência. Ele ressalta ainda que não é preciso lançar mão de “coisas extraordinárias”.
“É necessário adotar políticas que todos conhecemos, mas que não são implementadas. Quando são, não têm duração, sofrem solução de continuidade com mudanças de governo”, diz.
A solução, propõe o sociólogo, é associar o sistema de segurança com o educativo e outras políticas públicas.
Com investimentos em educação, pondera, é possível poupar vidas hoje perdidas em acidentes de trânsito, no consumo de álcool. “É possível fazer uma leitura de política pública que contemple todas as dimensões”, propõe.
Especificamente em relação aos homicídios, Dijaci pondera que são crimes que estão tendo mais visibilidade.
“É claro que temos um índice muito alto em relação a outros países e a situação é agravada porque não se consegue esclarecer e punir todos esses crimes, o que dá uma sensação de impunidade, produz essa ideia de que a criminalidade está dominando a sociedade”.
Apesar de reconhecer o avanço das drogas, o professor ressalta que a complexidade do problema não pode ser usada como justificativa para a falta de ações.

Especialista vê tendência de piora por falta de ações
Coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o médico psiquiatra Ronaldo Laranjeira disse ao POPULAR que o levantamento feito pela 13ª Vara Criminal de Goiânia mensura o que os especialistas já previam: o aumento dos crimes relacionados ao uso de drogas, especialmente de cocaína e crack. Laranjeira cita estudos que relacionavam o avanço da criminalidade nos Estados Unidos, nas décadas de 80 e 90, com os homicídios.
“Esses dados servem para clarear os efeitos da ausência de políticas consistentes. As iniciativas para lidar com o crack são muito tímidas”, acredita Laranjeira. Ele cita que apenas 7% do orçamento do programa de combate ao crack do governo federal foram efetivamente gastos no ano passado. “Essa é uma grande enganação do governo federal. Enquanto isso, estamos enterrando tantos jovens vítimas de drogas muito perigosas”, diz.
A tendência, acredita o professor da Unifesp, é de que a situação continue piorando. Um dos motivos é a tendência de redução do mercado de drogas nos países desenvolvidos. “O excesso de drogas está vindo para países como o Brasil e a tendência é de piora porque não há uma política com os países produtores, como Colômbia, Bolívia e Peru, para reduzir a produção”, avalia.
Outro fator é a ausência de logística e inteligência para evitar a entrada de entorpecentes no País. “Quem está organizado é o tráfico; a sociedade, não. O tráfico é bastante empreendedor. Quem não está sendo empreendedor é o governo”, diz Laranjeira. (18/03/13)
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DIÁRIO DA MANHÃ

Maternidade Dona Iris prevê aquisição de 25 UTIs Neonatal
Johny Clayton

Leitos a serem criados serão bancados pela prefeitura de Goiânia

Hospital e Maternidade Dona Iris está com o setor de obstetrícia e clínica cirúrgica em pleno funcionamento, e se prepara para a abertura de 25 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal no próximo dia 2 de abril. De acordo como o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado, 100% desses leitos serão bancados com teto financeiro da Prefeitura de Goiânia.
Todos os 73 leitos de UTI neonatal regulados pela Prefeitura de Goiânia estão ocupados atualmente e, além dos 25 que entrarão em funcionamento na Maternidade Dona Iris, mais 20 leitos estão sendo criados em conjunto com o governo do Estado. Desses, cinco foram abertos na semana passada no Hospital da Criança. “Os 45 novos leitos que estamos criando vão resolver a demanda atual, mas daqui a um ano deve aumentar novamente. À medida que melhora o serviço, aumenta a demanda”, pondera o secretário.
Fernando Machado chama atenção para a causa da lotação de UTI’s neonatal. Para ele, o alto índice de partos cesarianas no Brasil agrava a situação devido ao nascimento prematuro. “A falta de UTI’s é a consequência de uma política equivocada em curso no País há vários anos. A Rede Cegonha chegou para ajudar a corrigir esse equívoco ”, diz.
Em Goiânia, a Maternidade Nascer Cidadão já é referência nacional no parto humanizado e já vem reduzindo drasticamente o número de cesarianas. O Hospital e Maternidade Dona Iris tem a mesma política e vai ganhar reforços por meio da Rede Cegonha, que vai investir R$ 8,5 milhões em estratégias na assistência a mulheres, crianças e recém-nascidos. (16/03/13)
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HIV: avanço no tratamento
Intervenção rápida para tratar vírus resulta em cura funcional de até 15% dos pacientes, afirmam pesquisadores franceses

Da Agência Brasil, de Brasília

Tratamento rápido, com até dez semanas após infecção, resulta em cura funcional de até 15% dos pacientes.
Pesquisadores franceses descobriram que o tratamento rápido logo depois da infecção pelo vírus HIV pode resultar na cura funcional de até 15% dos pacientes, quando o vírus da doença não desaparecee do organismo, mas entra em remissão. Com isso, o paciente não precisa mais tomar remédios.
Os cientistas, do Instituto Pasteur, em Paris, analisaram os casos de 14 pessoas com o vírus da aids, que passaram a se tratar logo após o vírus ter sido detectado e depois deixaram a terapia. Nesse grupo, o vírus não voltou a se proliferar.
Os pacientes iniciaram o tratamento cerca de dez semanas após a infecção pelo HIV. Eles foram ao hospital para tratar outros problemas de saúde, quando tiveram o diagnóstico precoce do vírus por meio de exames de sangue. Em média, o grupo tomou antirretrovirais durante três anos e então os medicamentos foram interrompidos.
Geralmente, o vírus retorna quando o tratamento é interrompido. Porém, isto não ocorreu com esses pacientes. Alguns deles conseguiram, inclusive, controlar a quantidade do vírus no organismo por dez anos.
A pesquisa francesa foi divulgada na publicação especializada PLoS Pathogens e ocorre depois da notícia da cura funcional de um bebê depois de um tratamento precoce nos Estados Unidos.
Em nota, o Ministério da Saúde do Brasil informou que está atento às inovações tecnológicas no campo do tratamento da aids no mundo. A pasta não se manifestou sobre o caso francês. Sobre o caso de cura funcional do bebês, o órgão disse que os “resultados do estudo da 'cura' do bebê americano, recentemente divulgado pela imprensa, não estão publicados, e ainda não é possível uma posição oficial sobre o assunto”.
Segundo o ministério, é possível reduzir a taxa de transmissão do vírus de mãe para filho durante a gravidez de 30% para menos de 1%. No Brasil, a recomendação é o uso de antirretrovirais combinados na gestante, parto cesáreo (quando indicado), medicamento para o recém-nascido por seis semanas para evitar a transmissão e a não amamentação.
O protocolo nacional prevê que a gestante deve fazer o teste anti-HIV durante o pré-natal. Em caso de diagnóstico positivo, ela passa a ser acompanhada por um Serviço de Atenção Especializada em HIV/aids (SAE) e no momento do parto é encaminhada para uma maternidade de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) capacitada para atendê-la.
Se a gestante não tiver feito o teste de aids no pré-natal, ela tem direito ao teste rápido no momento do parto e, e se der positivo, todos os procedimentos para evitar a transmissão devem ser tomados pela equipe de saúde. (16/03/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação