ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
O POPULAR
Saúde
Falta de UTI frustra doação de órgãos
Família de paciente que teve morte encefálica na sexta-feira aceitou fazer a doação, mas órgãos não puderam ser captados para transplante
Deire Assis
A falta de vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em Goiás acabou por frustrar a tentativa de captação de órgãos para transplante de uma paciente que teve morte encefálica confirmada na última sexta-feira no Hospital Santa Mônica, em Goiânia. Após abertura do protocolo necessário para proceder a captação dos órgãos, o procedimento teve que ser encerrado sem que a doação fosse efetivada, impedindo que pelo menos nove pessoas pudessem ser beneficiadas.
Sulene Batista dos Santos Locatelli Esteves, de 44 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Hemorrágico na quarta-feira da semana passada, dia 27. Recebeu o primeiro atendimento no Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) do Setor Cândida de Morais. De lá, foi transferida para o Hospital Anis Rassi, onde foi submetida a uma tomografia para verificar a extensão do AVC e, depois, para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Mônica. Exames clínicos e depois de imagem realizados a partir de sexta-feira, dia 29, confirmaram a morte encefálica.
Acionada pelo hospital, uma equipe da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO-GO) compareceu à unidade para abordagem da família da paciente. “Minha mãe sempre foi uma mulher muito generosa, que sempre gostou de ajudar as pessoas, e também já tinha manifestado o desejo de doar seus órgãos. Foi uma decisão difícil para a família, mas eu, minha irmã e meu pai optamos pela doação”, conta a estudante de Farmácia Najla Santos Locatelli Esteves, de 23 anos, filha de Sulene.
Segundo o marido da paciente, o corretor de imóveis Ascanio Locatelli Esteves, de 49 anos, a equipe da CNCDO agendou com a família fazer a transferência de Sulene do Hospital Santa Mônica para uma unidade credenciada pelo Ministério da Saúde para proceder a captação dos órgãos às 17 horas de sábado. Às 19 horas chegaram ao hospital e se desculparam, informando-nos de que a captação dos órgãos não seria possível porque não havia UTI disponível para abrigá-la”, conta Acanio Locatelli.
A essa altura, a equipe que cuidava da paciente no hospital já oferecia a medicação de suporte necessária para manutenção da potencial doadora. “Ao sermos informados de que não poderiam mais fazer a captação dos órgãos, o hospital então retirou a medicação, como determina o protocolo”, explica Najla. “As autoridades de Saúde fazem tanta campanha pedindo conscientização das pessoas quanto à importância da doação de órgãos, mas quando uma família toma uma decisão dessas, que não é fácil, não consegue efetivar por falta de estrutura. É revoltante”, conclui a jovem. Sem a possibilidade de transferência para a captação dos órgãos, a família de Sulene só poderá fazer a doação de suas córneas, procedimento que pode ser realizado pós-morte.
Enquanto isso, há uma fila enorme de pacientes à espera de doação de órgãos no Estado. As maiores delas são as de pacientes que aguardam córneas e rins. Na primeira, aguardam hoje cerca de 500 pessoas. Na segunda estão 250 pacientes. Para fazer frente à demanda, Goiás teria que transplantar cerca de 150 córneas e 30 rins por mês, mas faz em média 90 transplantes de córnea e 10 de rins mensalmente.
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Três unidades são credenciadas para realizar cirurgia em Goiânia
Gerente da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO-GO), o médico Luciano Leão se disse ontem “frustrado” com a impossibilidade de captação dos órgãos da paciente com morte encefálica. Segundo explica, há em Goiânia três unidades credenciadas pelo Ministério da Saúde para proceder à cirurgia para a retirada dos órgãos para transplante: Hospital Santa Genoveva, Hospital-Geral de Goiânia e Santa Casa de Misericórdia. A equipe plantonista no fim de semana prolongado da Semana Santa era a equipe do Hospital Santa Genoveva, que não dispunha de UTI para receber a potencial doadora. Ainda foram acionadas as demais equipes, mas a situação se repetiu nas demais unidades, afirma o gerente.
Segundo Luciano Leão, a legislação que rege o sistema de transplante de órgãos no Brasil prevê que a unidade credenciada reserve leito de UTI para fins de captação dos órgãos. Mas a medida não é adotada pela falta crônica de vagas nestas unidades. “Como bloquear um leito de UTI para uma possível captação de órgãos, não prevista, se há dezenas de pacientes à espera de vagas no Estado?”, questiona o gerente da Central CNCDO.
Luciano Leão diz que a situação só melhorará com o aumento da rede credenciada no Estado para esta tarefa. “Enquanto isso não acontece, vamos conviver com estas perdas, além daquelas que ocorrem por outras razões que não a da falta de estrutura”, diz. Segundo o médico, embora não sejam tão frequentes, há outras perdas ocasionadas pela falta de vagas de UTI, como a registrada no fim de semana. Das doações realizadas, em torno da metade é efetivada. (1º/04/13)
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Coluna Spot – Beleza em alerta
O culto à beleza tem levado muita gente às cirurgias plásticas. E não são raros os casos de mortes ou graves sequelas. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 12 mil médicos fazem cirurgias plásticas no Brasil sem ser especialistas, o que coloca em risco a vida do paciente. A lipoaspiração é uma das mais procuradas por mulheres e homens, que assumem cada vez mais a vaidade. Os temas foram discutidos em Goiânia durante a 26ª Jornada Centro-Oeste de Cirurgia Plástica, que reuniu profissionais de todo o País. Nelson Fernandes de Moraes, presidente da SBCP regional Goiás, alerta para os cuidados que devem ser tomados.
Que cuidados o paciente deve tomar antes de fazer uma cirurgia plástica?
O cuidado que se deve tomar antes de realizar uma plástica é a escolha adequada de um especialista em cirurgia plástica, facilmente identificado pelo site da sociedade brasileira de cirurgia plástica (www.cirurugiaplastica.org.br) ou no CRM.
Mas muitas pessoas ainda fazem com médicos sem especialidade. O que mais deve ser observado?
O profissional não é tudo. Você deve procurar um local adequado para realização da sua cirurgia. O local de realizar a cirurgia deve ser seguro, com equipamentos que a cirurgia proposta exige, deve possuir recuperação pós anestésica (RPA), ou seja, um local montado dentro do centro cirúrgico semelhante a uma UTI para que todos os pacientes fiquem recuperando de uma anestesia e de uma cirurgia antes de ir para o seu quarto com segurança. E este paciente deve ser assistido pelo anestesista até a alta do centro cirúrgico. Este local deve ter também uma comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH) atuante e ativa, realizando esse controle de acordo com as exigências da vigilância sanitária.
Pode-se fazer plástica pagando em prestações. Esse comércio não prejudica a credibilidade do profissional e não abre espaço para a falta de ética?
O pagamento em várias prestações não é muito bem visto pela classe médica, mas alguma negociação de até três ou seis vezes é necessária e não prejudica a imagem do cirurgião nem a relação medico-paciente.
O homem está mais vaidoso. Quais os principais interesses deles na cirurgia plástica?
Rinoplastia, cirurgia de face, ginecomastia (mama no homem) e lipoaspiração, que vem aumentando a procura nos últimos anos. Os casados sempre têm a companhia da esposas, e os solteiros vão sozinhos.
E quais os procedimentos mais procurados por mulheres e crianças?
Os procedimentos mais procurados pela mulher são a lipoaspiração e o implante de próteses mamárias. A criança procura mais para correção de orelhas de abano e as cirurgias reparadoras.
Há restrições para crianças?
As crianças têm restrições pela falta de formação corporal, portanto realizamos mais cirurgias reparadoras, provenientes de malformações congênitas, traumas e queimaduras.
O culto excessivo ao corpo interfere na personalidade?
O culto excessivo ao corpo é muito benéfico, contudo não deve ser patológico. A autoimagem nem sempre é correta. Cabe ao cirurgião plástico explicar ao paciente e, se necessário, contraindicar a cirurgia.
Amado Batista recebeu em sua casa em Goiânia uma equipe do Crer. A conversa girou em torno da carreira musical e das ações sociais que o artista costuma fazer em benefício dos pacientes do hospital. (1º/04/13)
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Artigo – Medicina da morte
Título forte, polêmico? Não, caro leitor. É a expressão concreta do sentimento de milhões de brasileiros diante de recente proposta feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para a liberação do aborto até a 12ª semana de gestação. O presidente do CFM, Roberto D’Ávila, na defesa de uma decisão que está em rota de colisão com a ética médica, esgrime argumentos que não param em pé. “Vivemos em um Estado laico. Seria ótimo que as decisões fossem adotadas de acordo com o que a sociedade quer e não como o que alguns grupos permitem.” A estratégia de empurrar os defensores da vida para o córner do fundamentalismo religioso já não cola.
Um embrião e um feto (e querem promover o aborto no terceiro mês da gravidez) são também uma pessoa, tanto do ponto de vista científico como filosófico. É falsa a afirmação de que o feto faz parte do corpo da mãe, e de que a mãe pode abortar por ter direito sobre o seu próprio corpo. Na verdade, a mãe é a hospedeira, protetora e nutriz de um novo ser diferente dela, um outro indivíduo. Biologicamente, o ser que está aconchegado dentro do seio da mãe é idêntico ao que estará sentado no seu colo com três meses ou à mesa com ela quando tiver 15, 20 ou 50 anos de idade. O embrião é distinto de qualquer célula do pai ou da mãe; em sua estrutura genética, é “humano”, não um simples amontoado de células caóticas; e é um organismo completo, ainda que imaturo, que – se for protegido maternalmente de doenças e violência -, se desenvolverá até o estágio maduro de um ser humano.
Hoje, o que está sendo questionado não é tanto a realidade biológica, inegável, a que acabo de me referir; é coisa muito mais séria: o próprio conceito de “humano” ou de “pessoa”. Trata-se, portanto, de uma pergunta de caráter filosófico e jurídico: quando se pode afirmar de um embrião ou de um feto que é propriamente humano e, portanto, detentor de direitos, a começar pelo direito à vida?
O desencontro das respostas científicas – evidente – acaba deixando a questão sem um inequívoco suporte da ciência. Fala-se de tantos dias, de tantos meses de gravidez… E se chega até a afirmar, como já foi feito entre nós, que só somos seres humanos quando temos autoconsciência. Antes disso, só material descartável ou útil para laboratório. Mas, será que um bebê de dois meses ou de dois anos tem “autoconsciência”?
Perante essa perplexidade, acaba-se optando pelo juridicismo. Cada vez mais, cientistas e juristas vêm afirmando que quem deve decidir o momento em que começamos a ser humanos e, em consequência, a termos direito inviolável à vida, é a lei de cada país. A vida passa a ser manipulada pelo arbítrio do Estado ou de supostos consensos.
Quanto ao “consenso por interesse”, é útil recordar que fruto dele foi a legislação que, durante séculos, definiu que uma raça ou um povo são legalmente infra-humanos e que, portanto, podem ser espoliados de direitos e tratados como “coisas”, também para benéficas experiências científicas: é o caso do apartheid dos negros na África do Sul e dos judeus aviltados e trucidados pela soberania “democrática” nazista.
O brasileiro é contra o aborto. Não se trata apenas de uma opinião, mas de um fato medido em sucessivas pesquisas de opinião. O CFM, representando uma minoria, está promovendo uma ação nitidamente antidemocrática.
Não obstante a força do marketing emocional que apoia as campanhas pró-aborto, é preocupante o veneno antidemocrático que está no fundo dos slogans abortistas. Não se compreende de que modo obteremos uma sociedade mais justa e digna para seres humanos (os adultos) por meio da morte de outros (as crianças não nascidas).
Além disso, não sei como o CFM consegue articular sua proposta pró-aborto com o juramento hipocrático? A posição da atual diretoria do Conselho Federal de Medicina, tal como amplamente veiculada pelos meios de comunicação, não parece condizer com o compromisso sobre o qual todos os médicos, velhos ou novos, algum dia juraram. Não creio que o Conselho Federal de Medicina represente o pensamento daqueles que, um dia, prometeram solenemente empenhar sua profissão, seu saber e sua ciência na defesa da vida.
Carlos Alberto Di Franco, diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais – IICS (www.iics.edu.br) e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, (www.consultoradifranco.com) 1º/04/13
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Cartas dos Leitores
Sem filas
Até que enfim surge uma esperança para as mais de 16 mil pessoas que aguardam por cirurgia na fila do SUS. Essa ação que o Estado e a Prefeitura de Goiânia anunciaram, com verbas do Ministério da Saúde, para reduzir e, quem sabe, zerar a fila, demorou!
Estava mais que na hora de a assistência pública se lembrar que existem pessoas que sofrem durante anos para recobrar sua qualidade de vida, sua capacidade para o trabalho. E essa espera é muito dolorida!
O próprio POPULAR mostrou isso em várias reportagens. Não dá para a rede pública ficar atendendo só urgência. O secretário de saúde de Goiânia, Fernando Machado, disse que a ação vai começar no HGG e continuar nos outros hospitais. Espero que os primeiros sejam o Hospital das Clínicas e a Santa Casa, que também tem longas filas de espera.
Nathallya Carolina M. Bessa – Aparecida de Goiânia – GO 1º/04/13
Ato médico
Como médico que vem acompanhando de perto o projeto do Ato Médico há mais de dez anos, inclusive, comparecendo à maioria das votações no Congresso, me solidarizo inteiramente como o dr. Flávio Paranhos e discordo totalmente do estudante Felipe Malta. Discordo, pois ao longo desses anos testemunhei o desenrolar de 23 audiências públicas como os membros das demais profissões, promovida de maneira sábia e imparcial pela senadora Lúcia Vânia, conseguindo um acordo que permitiu a redação do texto.
Discordo, porque ao longo de todos esses anos, vi a tentativa de demonização da classe médica, sem que houvesse um argumento lógico sequer para embasá-la. Se o projeto de regulamentação da medicina, uma aspiração legítima, já que todas as outras tem as delas, é tão ruim assim, porque ele passou por todas as comissões de Câmara e Senado por maioria ou por unanimidade. A resposta é muito clara: os parlamentares jamais se deixaram intimidar por gritos ou xingamentos, e sim se havia a presença de uma vírgula sequer no texto que atingisse outras profissões, coisa que obviamente não existia.
Quando um artigo desse projeto diz bem claramente que “será respeitada todas as competências das demais profissões de saúde já regulamentadas”, o que resta é só a deliberada má-fé de quem invadiu e não quer devolver o invadido.
Solimar Moises de Sousa – Setor Aeroporto – Goiânia (31/03/13)
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Pesquisa
Goianiense ainda confia mais em remédio de marca
Mesmo Goiás sendo o 2º maior produtor de genéricos do País, o consumo destes medicamentos em Goiânia é menor que em outras capitais, conforme mostra estudo
Lúcia Monteiro
Sempre que seu médico prescreve alguma receita, o sonoplasta Milton Ferreira da Silva faz questão de comprar exatamente a marca indicada por ele, mesmo que o farmacêutico sugira um genérico por um preço menor. “Não gosto de comprar nada paralelo, pois não acredito que tenha o mesmo efeito. Tenho medo”, justifica Milton. Ele conta que só faz opção por um genérico se a diferença de preço em relação a um remédio de marca for muito grande mesmo. “Não consigo confiar que um genérico tenha mesmo 100% de eficácia”, diz o sonoplasta.
Consumidores como Milton, ainda desconfiados em relação aos genéricos, são mais comuns em Goiânia que em outras capitais do Pais. É o que mostra o 1º Levantamento Nacional do Perfil dos Consumidores de Medicamentos no Brasil, realizado pelo Instituto de Pós Graduação para Farmacêuticos (ICTQ), em parceria com o Instituto Datafolha, em 12 capitais brasileiras. A pesquisa mostrou que, em Goiânia, 58% dos usuários de medicamentos consomem genéricos, contra 68% no restante do País.
Enquanto isso, o grau de confiança no medicamento de marca chega a 85% em Goiânia, contra 79% na média nacional (veja quadro). Isso acontece apesar de 76% dos consumidores goianienses terem o preço como critério de escolha das drogarias e farmácias. No caso da amoxilina, a diferença entre o preço do medicamento de marca e do genérico chegou a ultrapassar os 100% numa drogaria da capital: R$ 36,90 contra R$ 15,90.
RECEITAS
A explicação pode estar em outro dado da pesquisa: em Goiânia, 57% dos consumidores escolhem o remédio por orientação médica, contra 48% no Brasil. “Em Goiás, esse peso da recomendação médica é muito grande”, ressalta o diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinícius Andrade. O problema é que poucos médicos costumam receitar opções de genéricos.
Para Marcus Vinícius, ainda existe uma certa desconfiança da classe médica em relação aos genéricos, mesmo com a intensificação dos esclarecimentos sobre a eficácia desses medicamentos. Ele acredita que os farmacêuticos também deveriam ser mais atuantes no esclarecimento à população de que o genérico passa por todos os testes de eficácia. “Sempre deveriam oferecer a opção do genérico mais barato, quando ela existir”, afirma.
Mas, mesmo quando são informados da existência da opção do genérico, muitos consumidores preferem pagar mais caro na hora de comprar por influência da receita médica. Na pesquisa, também chama atenção o fato do goianiense já confiar nas indústrias de genéricos. “Ele confia nos laboratórios de genéricos, mas temem optar por estes medicamentos”.
Para o diretor do ICTQ, o grande problema é a desinformação do consumidor. Além disso, há o peso do lobby dos propagandistas dos grandes laboratórios, que sempre influenciam consultórios médicos e farmácias.
ALTERNATIVA
O presidente do Sindicato do Comércio de Produtos Farmacêuticos de Goiás (Sincofarma), João Aguiar, informa que a procura por medicamentos genéricos é crescente e garante que as farmácias sempre oferecem essa outra opção ao consumidor. Mas existe uma defesa dos médicos em relação ao produto de marca. “A grande confiança no profissional leva muita gente a optar apenas por este medicamento, mesmo com a opção do genérico”, explica.
Essa realidade é confirmada pelo farmacista da Drogaria Genérica, Carlos Cezar de Souza. Segundo ele, são poucas as receitas médicas que trazem a prescrição de genéricos. Algumas contém dois medicamentos genéricos e dois de marca e, mesmo assim, o consumidor faz questão de levar o que está na receita, por confiar muito no médico.
Carlos Cezar acredita que os medicamentos de referência fazem um trabalho muito forte de divulgação junto aos médicos, enquanto os laboratórios de genéricos e similares trabalham mais junto às drogarias, inclusive com bonificações. Para ele, os consumidores de maior instrução tendem a aceitar mais a troca de uma marca de referência por um genérico.
A secretária Elba Costa Correia não vê problemas em optar por um genérico, desde que seu médico não proíba a troca do medicamento prescrito. “Se ele falar que precisa obrigatoriamente ser aquele, não troco. Mas se ele não colocar nenhuma objeção, eu prefiro levar o genérico que é mais barato”, explica Elba. Mas, segundo ela, alguns médicos exigem a marca que deve ser comprada e proibem a troca.
Propaganda exerce forte influência
Goiás tem hoje quatro grandes laboratórios que produzem pouco mais de 50 medicamentos genéricos vendidos em maior escala diretamente ao consumidor: Teuto, Neo Química, Geolab e Vitapan. A produção goiana chega a 100 milhões de unidades mensais. Porém, a grande produção do Estado é de medicamentos similares e nem todos os remédios de marca já possuem genéricos vendidos no mercado.
O presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás (Sindifargo), Ivan da Glória, lembra que com o atual nível de resistência bacteriana, às vezes o médico também precisa fazer algumas associações que não são possíveis com genéricos. Porém, na opinião dele, a maior influência vem das visitas dos representantes dos laboratórios de remédios de marca aos consultórios. Os propagandistas exercem forte influência no mercado, enquanto a divulgação dos genéricos é feita pelos farmacêuticos.
Por isso, para Ivan da Glória, os médicos deveriam conhecer melhor as indústrias do polo farmacêutico goiano. “Essa questão da confiança é o aspecto mais preocupante, pois a propaganda é algo dispendioso. Alguns laboratórios locais já fazem isso, mas em pequena escala”, informa. Já os laboratórios multinacionais possuem uma grande estrutura para investirem nessa estratégia.
MUDANÇA CULTURAL
Mesmo assim, a participação dos genéricos no mercado de medicamentos cresceu um pouco: de 24,9% em 2011 para 26% em 2012, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), com base nos dados da IMS Health. Segundo a entidade, os genéricos são, em média, 50% mais baratos.
Para o diretor presidente do Laboratório Teuto, Marcelo Henriques Leite, há um processo normal de crescimento dos genéricos no mercado, que é mais forte no Sul e Sudeste do País. Isso porque, nessas regiões, onde a troca de informações é mais rápida, já houve maior conscientização em relação à eficácia dos genéricos ser compatível com os medicamentos de marca. “Independente do grande polo farmacêutico de Goiás, o consumo está ligado à mudança cultural dos médicos, que já começam a valorizar os genéricos”, avalia Marcelo.
Para ele, o que falta é maior divulgação da qualidade do genérico, que é exatamente igual à do remédio de referência. “Com o tempo, a tendência é de nivelamento”, prevê. Segundo ele, os medicamentos da marca Teuto já são levados para visitação técnica através dos propagandistas que trabalham para a Pfizer.
Genéricos são preferidos no balcão
Se por um lado os medicamentos de marca ainda são os mais indicados nas receitas dos médicos, que são seguidas pelos pacientes, os medicamentos genéricos são os mais vendidos quando a venda do remédio não exige receita e é feita diretamente no balcão. A opinião é do gerente da Droga Sul, Elias Lopes, confirmando que a maioria dos pacientes fica receosos em fazer a troca.
Na venda de balcão, reforça, a maioria das pessoas prefere o medicamento genérico. Segundo Elias Lopes, algumas receitas chegam a vir com restrição, ou seja, um carimbo proibindo a troca por outro medicamento genérico ou similar. “Outros médicos já orientam o paciente a não aceitar uma marca diferente”.
TROCA
Mas alguns consumidores sempre aceitam a troca. É o caso da dona de casa Iraydes Luísa de Oliveira, que gasta cerca de R$ 400 mensais com medicamentos e sempre pede para o farmacêutico um genérico que seja mais barato que o remédio de marca indicado pelo médico.
“Sei que é a mesma fórmula, o mesmo princípio ativo. Sempre usei e nunca vi diferença na eficácia”, garante a dona de casa. Ela confirma que são poucos os médicos que indicam uma opção de genérico na receita.
Consumidor tem medo de trocar
Uma maior penetração dos medicamentos genéricos no mercado depende de mais divulgação e informação para a classe médica. Para a presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF), Ernestina Rocha, isso é uma questão de cultura. “O consumidor acredita que a marca referência tem maior eficácia, quando o genérico passou pelos mesmos testes e oferece as mesmas garantias”, afirma.
Na opinião de Ernestina, é apenas uma questão de tempo, com divulgação e demonstração desses produtos junto aos profissionais, a maior penetração dos genéricos. Ela garante que os farmacêuticos já informam ao consumidor a alternativa do genérico, mas só podem fazer a troca se ele autorizar, de acordo com a Lei da Intercambialidade. “O problema é que o paciente que chega com o remédio prescrito tem medo de mudar, comprometer o tratamento e ser questionado pelo médico”, lembra.
QUALIDADE
O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho, reconhece que o genérico ainda não ganhou totalmente a confiabilidade da classe. Para ele, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deveria divulgar para os médicos os resultados das avaliações de qualidade que faz sobre os medicamentos genéricos, a fim de aumentar a confiança destes profissionais.
Segundo Salomão Rodrigues, pela lei dos medicamentos, há uma lista de exigências a serem cumpridas pelos medicamento de marca, por isso há naturalmente uma maior confiabilidade neles do que nos genéricos.
Para o presidente do Cremego, o Brasil deveria seguir o exemplo do Food and Drug Administration (FDA), órgão americano responsável pelo controle de medicamentos e que sempre recolhe amostras nas farmácias para fazer o controle de qualidade. Ele lembrou que uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou menor concentração de princípios ativos num determinado antibiótico genérico em relação ao de marca.
“Esses laboratórios também precisam orientar melhor os médicos, mas através de dados da Anvisa que tragam mais credibilidade para esses medicamentos”, alerta. (31/03/13)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Três chances no sangue
Estudo busca entender envelhecimento das células cerebrais. Equilíbrio de radicais livres está ligado à degeneração intensificada do cérebro: doença continua sem cura
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) que analisou o nível de três substâncias encontradas no sangue pode ajudar a entender o processo de envelhecimento do cérebro. Ao investigar os compostos envolvidos no chamado estresse oxidativo, que desequilibra a presença de radicais livres no organismo, os pesquisadores perceberam que essa desregulação ocorre de forma mais intensa em pacientes com Alzheimer. Os resultados abrem caminho para que, no futuro, possa ser feita a identificação precoce de doenças neurodegenerativas por meio de exames de sangue.
Atualmente, o diagnóstico definitivo do Alzheimer é feito somente após a morte do paciente com a análise de partes do cérebro. “Fomos atrás de marcadores (da doença) no sangue, porque trabalhos científicos recentes já consideram o Alzheimer como uma doença sistêmica e não exclusiva do cérebro. Então a gente acreditava que, se esse mecanismo de estresse oxidativo estivesse presente na doença, talvez a gente pudesse verificar ela perifericamente (no exame de sangue)”, explicou a professora Tania Marcourakis, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.
Em uma primeira etapa, foram estudados três compostos presentes no sangue, cujos níveis variam de acordo com o envelhecimento: monofosfato cíclico de guanosina (GMP cíclico), óxido nítrico sintase (NOS) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (Tbars). Os pesquisadores compararam as plaquetas de três grupos de pacientes: 37 adultos jovens (18 a 49 anos), 40 idosos saudáveis sem nenhum tipo de demência (62 a 80 anos) e 53 idosos com Alzheimer (55 a 89 anos).
Eles verificaram que com o avanço da idade aumenta a presença da NOS e da Tbars e ocorre uma diminuição do GMP cíclico. “Com a doença, a gente viu que a Tbars aumenta mais ainda. Vimos uma escadinha: no envelhecimento ela sobe e com a doença de Alzheimer, sobe mais ainda. E a mesma coisa ocorre com o NOS, mostrando que são processos contínuos. Já o GMP cíclico, uma vez que ele diminui no envelhecimento, continuava diminuindo na doença”, expôs Marcourakis. Esse desequilíbrio leva a uma formação maior de radicais livres.
Com objetivo de identificar se o que foi percebido no sangue também ocorre no cérebro, a pesquisa entrou em uma segunda fase com a análise do cérebro de ratos. O trabalho foi feito em parceria com o professor Cristóforo Scavone, do Departamento de Farmacologia. “Percebemos duas coisas importantes: no envelhecimento do rato acontecia a mesma coisa que no humano e a mesma coisa que a gente achava no sangue também encontrava no cérebro. Isso foi muito importante para validar o nosso modelo: o que você analisa no sangue, está refletido no cérebro”, disse a pesquisadora.
Marcourakis destacou que os resultados ainda não podem ser utilizados como diagnóstico de doenças neurodegenerativas, mas avançam na compreensão fisiopatológicas delas. “A gente entende melhor a doença. Veja o Alzheimer, por exemplo, ele não está só no cérebro, está no corpo inteiro, a análise do sangue mostrou isso”, declarou. Para apontar o quanto esses dados ajudariam no tratamento, seria necessário ampliar o estudo com populações maiores.
Além disso, é preciso descobrir um marcador específico de cada doença. “O estresse oxidativo não é exclusivo do envelhecimento, nem da doença de Alzheimer. Qualquer doença neurodegenerativa, como o Parkinson, tem o mesmo mecanismo”, explicou. Ela destacou que vários grupos de pesquisa no Brasil e no exterior dedicam-se a estudar diferentes substância com objetivo de descobrir formas de identificar cada vez mais no início essas doenças.
Apesar de não ter cura, o diagnóstico precoce do Alzheimer possibilita que os pacientes melhorem a qualidade de vida. “Hoje, quando você faz o diagnóstico, já tem um índice de morte de neurônio muito grande e não tem como reverter”, explicou a pesquisadora. As medicações existentes são compensatórias. “Elas aumentam o neurotransmissor que está faltando, mas eles continuam morrendo e chega a um ponto que o remédio não faz mais efeito”, disse. Quanto mais cedo a doença é identificada, a medicação pode funcionar por mais tempo. “Abre-se uma janela para que se possa atuar mais”, explicou a pesquisadora. (1º/04/13)
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SUS terá de reconstruir mama após cirurgia contra câncer
RICARDO BRITO
O plenário do Senado aprovou na quarta-feira (28), em votação simbólica, projeto de lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar cirurgia plástica reparadora logo após a retirada de mama de mulheres com câncer. A proposta segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
Graças a uma lei de 1999, atualmente o SUS, por meio da rede pública ou conveniada, já é obrigado a fazer a cirurgia de reconstrução de mama nos casos de mutilação decorrente de tratamento de câncer. Mas a norma não ordenava que a reconstrução fosse realizada no mesmo procedimento cirúrgico. Dessa forma, a cirurgia plástica pode ser adiada indefinidamente.
O projeto aprovado pelo Congresso cria essa exigência e, caso as condições para a realização da operação não sejam favoráveis, determina que a cirurgia plástica seja realizada assim que a mulher estiver em condições para fazê-la. Em seu parecer, a senadora Ana Amélia (PP-RS), relatora da proposta, afirmou que há 'uma fila enorme de mulheres aguardando pela operação de reconstrução mamária, que muitas vezes demora cinco anos para ser realizada'. Para ela, as mulheres 'mais pobres' serão as principais beneficiadas com a mudança.
'A cirurgia chamada mastectomia total é mutiladora. Então, se você garantir que, no mesmo tempo cirúrgico, havendo condições, a paciente saia de lá com a mama já praticamente reconstruída, vai ficar perfeito', afirmou o senador Waldemir Moka (PMDB-MS), antes da aprovação do projeto. (29/03/13)
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Credeq, uma realidade
JOÃO PAULO TEIXEIRA
O governo de Goiás incorporou-se a uma das mais revolucionárias formas de tratar aos atingidos por substâncias entorpecentes, alcaloides e anfetamínicos. É o Centro de Referência e Excelência em Dependência Química, o Credeq. O modelo bem-sucedido é influência de uma longa e vasta corrente da Psiquiatria Médica e da Psicologia Social, em parte derivada da luta antimanicomial.
A obra de Michel Foucault continua com uma das principais bases teóricas do movimento que teve sucesso extraordinário na década de 1980, nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, um dos principais expositores é o psiquiatra Roberto Tykanori, que transformou a clínica médica e o atendimento público de saúde mental com a criação dos Centros de Apoio Psicossocial (CAP’s)
Goiás, como pioneiro, buscou a inserção social em um modelo padrão, direcionado aos dependentes químicos. Depois de longa execução, na manhã do dia 18 de outubro de 2011, a concepção do Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) fora apresentada ao governador Marconi Perillo, no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, pelo secretário da Saúde, Antônio Faleiros.
Marconi conheceu o projeto arquitetônico e o projeto conceitual do Credeq. A meta estabelecida foi tratar o dependente químico sempre, em "longo prazo, de forma individualizada, com ênfase na reinserção social e na participação da família no tratamento". Estruturalmente, o custo de cada unidade, estimado à época, era de aproximadamente, R$ 15 milhões.
O governador do Estado foi feliz em seu pronunciamento, por entender que o modelo teórico era ainda mais complexo que a realização prática do projeto. "A etapa mais difícil para a concretização desse compromisso já foi vencida, que é o consenso em relação ao conceito, à proposta e aos princípios do centro de tratamento. Eu compreendo a diversidade de pensamentos e opiniões que a questão do enfretamento às drogas e à dependência química envolve. Mas este é um tema que não deve ficar apenas no campo das discussões ideológicas, precisa ser resolvido de forma rápida, eficiente e pragmática", disse o governador.
A meta estabelecida passa pela construção de uma unidade em cada Regional de Saúde. Cinco obras, portanto, devem ser erguidas em Goiás. No Sul do Estado, o bem-sucedido modelo conjunto e integrado entre governo, sociedade civil e corpo clínico fora disputado por dezenas de municípios.
Todas as prefeituras enxergam no Credeq a grande solução prática para minimizar a dor das famílias que sofrem com entes vencidos pelo consumo de drogas.
Caldas Novas, como uma potência do Sul de Goiás, candidatou-se para concorrer ao monumental benefício. Como a documentação, às exigências e os prazos, ficaram a cargo dos municípios, deve-se cobrar dos prefeitos que, à época, firmaram os compromissos.
Em Caldas Novas, especificamente, ocupava o Executivo Ney Viturino, prefeito que fora afastado em decisão liminar proferida pela juíza de Direito, Fabíola Fernanda Feitosa Pitangui. A decisão recomendava afastamento pelo prazo de 101 dias, em liminar solicitada pelos promotores Pedro Eugênio Beltrame Benatti, Rafael Machado de Oliveira e Giordane Alves Naves.
O período, por coincidência, compreendia o prazo estabelecido pelo governo de Goiás para o município cumprir as exigências da Secretaria Estadual de Saúde. Bem intencionado com o povo de Caldas Novas, o governo de Goiás chegou a dilatar o tempo para a prefeitura entregasse a documentação.
A vizinha e irmã cidade de Morrinhos, vendo o imbróglio, chegou até a pleitear a obra e, por muito pouco, não a conquistou, dado omissão daquela gestão em Caldas Novas. O governo de Goiás, como se vê, não pode ser responsabilizado por aquilo que não lhe cabe.
O vereador Silio Junqueira, homem sábio, douto nas letras do Direito, filho de tradicional família em Caldas Novas e um dos mais dignos representantes do povo de Goiás, foi inteligente ao escrever ontem, 28 de março, nas páginas democráticas do jornal Diário da Manhã que "O poder público é responsável por tratar todos que querem sair do mau caminho, e em especial o dependente químico, seja por drogas, bebida alcoólica ou até mesmo o cigarro".
Silio, vereador trabalhador e compromissado com o Poder Legislativo, acompanhou que o atual prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal, fez o que obriga o Estado Democrático de Direito: desapropriou um novo terreno compatível com as exigências da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), a responsável pela construção do Credeq.
A área cedida no passado era insuficiente para a grandiosidade do edifício e de péssima topografia, como atesta laudo da Secretaria Municipal de Obras de Caldas Novas. Um engenheiro contratado para a função chegou a se referir ao terreno "como uma grota no pé da Serra de Caldas".
Hoje, o vale fora substituído por um novo terreno, totalizando dois alqueires de volume completamente aptos para a construção do Credeq. A propriedade da área, do ex-prefeito de Caldas Novas, Hélio Lopes de Moraes, orçada em qualquer associação imobiliária séria, ultrapassava R$ 1 milhão venal.
Por habilidade política do prefeito Evandro Magal, atuação congruente da Câmara dos Vereadores, e por grandeza de caráter de Hélio Lopes, extremo colaborador de Caldas Novas, o terreno foi adquirido à coletividade por menos de R$ 300 mil. Tudo quitado, com antecedência, uma marca simbólica da atual administração.
Em menos de 90 dias de gestão – o aniversário de três meses completa-se na próxima segunda-feira, 1º de abril – a Prefeitura Municipal de Caldas Novas, em conjunto com a Câmara de Vereadores, e com o valoroso auxílio do vereador Silio Junqueira, um dos mais honrados membros daquela Casa, fez o trabalho que, por 1 ano 4 meses, não era concluído. Estado e município, podem, agora, realizar tão grande projeto. O Credeq de Caldas Novas já é uma realidade
(João Paulo Teixeira, jornalista – Universidade Federal de Goiás (UFG); especialista – Marketing Político/Fundação Getulio Vargas (FGV); secretário de Comunicação e Eventos – Município de Caldas Novas) . (29/03/13)
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Opinião – Por um justo financiamento da saúde pública
RUI GILBERTO FERREIRA
Há décadas os gestores da saúde e vários outros segmentos da sociedade civil organizada vêm enfrentando o problema de falta de verbas públicas para o setor. E isto continua acontecendo mesmo depois da presidenta Dilma Roussef ter sancionado a Proposta de Emenda Constitucional 29, segundo a qual o governo federal deve destinar à saúde pública o valor aplicado no ano anterior acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores ao que se referir a lei orçamentária. Já os Estados estariam obrigados a destinar 12% das receitas na saúde e os municípios, 15%.
No entanto, a porcentagem do governo federal tem se mostrado insuficiente e, neste ano, de acordo com os cálculos de especialistas, não chegaria a 7%, o que obriga os governos municipais e estaduais a investirem muito mais que os valores previstos em lei. Diante desse cenário, foi lançado no âmbito nacional o Movimento em Defesa da Saúde Pública – Saúde + 10, que tem como objetivo prioritário a apresentação de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que estabeleça a destinação de 10% das Receitas Correntes Brutas da União para serem aplicados obrigatoriamente em saúde pública. A Associação Médica de Goiás endossa esse projeto e pede ao governo federal que tenha a decência de aportar recursos para a saúde, cuja situação calamitosa tanto tem feito sofrer a população e, consequentemente, os profissionais, que acabam sendo responsabilizados injustamente pelo mau atendimento.
Por isso, precisamos da adesão maciça da população goiana ao Movimento Saúde + Dez, que tem mobilizado pessoas de diversos Estados. No dia 6 de março, por exemplo, ocorreu em Brasília a 7ª Marcha das Centrais Sindicais e Movimentos Sociais, na Esplanada dos Ministérios, que, entre outras reivindicações, incluiu a luta para que 10% dos recursos correntes da União sejam destinados à saúde. O movimento aproveitou a mobilização de milhares de trabalhadores para coletar mais assinaturas para o projeto de lei.
Essa iniciativa visa agregar, de maneira contínua e crescente, as entidades organizadas e as diversas instituições, abrangendo toda a nossa sociedade, nas cidades e no campo, no esforço cívico de encaminhar à Câmara Federal o mínimo de 1,5 milhão de assinaturas para a execução do citado projeto de lei, que é uma conquista popular garantida na Carta Magna brasileira. Acreditamos que esta proposta justa alcançará milhões de mentes e consciências, numa ampla mobilização nacional, de caráter suprapartidário, exigindo que o governo federal coloque a saúde como uma questão prioritária, que faz parte dos direitos constitucionais de cada cidadão. Para assinar, acesse http://www.saudemaisdez.org.br/, lembrando que a assinatura só é válida com o número do título de eleitor.
O processo de financiamento está entre os principais problemas enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde a sua criação pela Constituição Federal de 1988. Isso porque a instabilidade dos parâmetros sobre gastos em saúde coloca em risco uma das maiores conquistas da sociedade brasileira, comprometendo a prestação de um serviço de qualidade e acessível a todos. Esperamos que esta iniciativa firme o compromisso de toda a sociedade no decisivo controle social da saúde, que exige a transparência e a correta aplicação desses recursos no SUS, garantindo um sistema justo e de qualidade para o povo brasileiro.
(Rui Gilberto Ferreira, presidente – Associação Médica de Goiás) 31/03/13
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O HOJE
Pairam dúvidas sobre reajuste de remédios
Aumento de preços de medicamentos deveria entrar em vigor hoje, mas dependia da publicação de uma resolução da Cmed
AGÊNCIA BRASIL/AGÊNCIA ESTADO
O reajuste nos preços dos medicamentos, previsto para entrar em vigor a partir de hoje (30), ainda depende da publicação de uma resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) que autoriza a alteração nos valores. O documento, que deve ser editado em abril, vai estabelecer, entre outros pontos, o teto para os reajustes. Até o fechamento desta edição, a resolução não havia sido publicada.
No último dia 12, a Cmed editou resolução com as diretrizes que devem ser observadas pelo setor para o cálculo do reajuste anual. Pela regras editadas pela Cmed, a elevação nos preços vai levar em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado entre março de 2011 e fevereiro de 2012; os ganhos de produtividades das empresas e o valor dos custos de produção.
O reajuste, se ocorrer no teto da inflação (6,31%) acumulada nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá ter um impacto de 0,2 ponto porcentual sobre a inflação de 2013 medida pelo indicador. O cálculo foi feito pelo economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
Os detalhes do reajuste ainda não haviam sido acertados, mas se sabe que a referência da correção dos preços será o IPCA acumulado de março de 2012 a fevereiro deste ano, que soma 6,31%. Portanto, o impacto calculado por Vale toma como base o repasse integral da inflação sem levar em conta outras variáveis de cunho setorial. De acordo com Sérgio Vale, o impacto existe, mas já estava na conta da inflação. “Esse aumento é praticamente sazonal, pois já vem ocorrendo há algum tempo no final de março e em geral como proporção do IPCA passado”, minimizou.
Neste caso, não seria errado, se, ao invés de contabilizar o impacto como uma pressão de alta, assumisse que se não fosse o reajuste sazonal dos preços dos remédios, que o IPCA encerraria o ano 0,2 ponto porcentual abaixo do previsto pelos analistas do mercado. A mediana das expectativas dos analistas que participam da Pesquisa de Mercado (Focus) do Banco Central (BC),com cerca de cem instituições, aponta para uma inflação encerrando o ano em 5,82%.
Tomando como base a mediana da Focus, se não fossem os medicamentos, o IPCA encerraria 2013 em 5,62%. A MB Associados, segundo Vale, trabalha com uma inflação de 6% neste ano, já considerando o reajuste dos fármacos. Sem o aumento, a previsão da consultoria seria de 5,8%. Por já estar na conta da inflação, afirmou ele, o reajuste dos medicamentos não entra na composição do IPCA como um contraponto ao alívio esperado de 0,4 ponto porcentual decorrente da redução de 9,25% para zero da alíquota do PIS/Cofins incidente sobre a cesta básica. (30/03/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação