Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 18/04/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

SAÚDE BUSINESS WEB
Médicos dIscordam da Anvisa em relação ao iodo no sal

Profissionais médicos posicionam-se contra a medida anunciada nesta terça-feira (16) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que reduz os limites de iodo adicionado no sal de consumo humano. De acordo com a agência reguladora, há indícios de que o consumo excessivo da substância possa aumentar os casos de tireoidite de Hashimoto, doença autoimune que tem entre seus principais sintomas fadiga crônica, cansaço fácil e ganho de peso.
Porém, para a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia a decisão da Anvisa não é correta já que a redução excessiva do iodo no sal pode causar doenças ainda mais graves. Para a classe médica, o ideal seria estimular a população a reduzir o consumo do iodo no sal ao invés de reduzi-lo nos alimentos.
A norma vigente da agência fixa uma faixa entre 20 miligramas (mg) e 60 mg de iodo para cada quilo de sal. Com a nova resolução, a faixa de adição de iodo no sal permitida fica entre 15 mg e 45 mg. O tema entrou em consulta pública em 2011.
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Artigo – Acreditação Hospitalar e o Corpo Clínico

Há alguma coisa estranha acontecendo nos corredores dos grandes hospitais. À medida que mais e mais organizações vão obtendo selos de Acreditação (e a velocidade com que esse fenômeno ocorre nem é tão grande assim), quem for bom observador acaba por perceber que essas grandes transformações, quase sempre acompanhadas de repercussões midiáticas, talvez representem, sob certos aspectos, apenas uma  cortina de fumaça para encobrir as iniquidades que os mais atentos assinalam, e quase sempre são ignorados.
Dito de outra forma, é bastante possível (e provável) que o processo de Acreditação em vários hospitais brasileiros não mude fundamentalmente a forma de condução dos processos assistenciais em relação ao que eram antes da certificação. Chamo a atenção para o fato de que na imensa maioria dos hospitais um contingente significativo de médicos que se situam na linha de frente do cuidado não estão totalmente alinhados às novas exigências de postura e de execução de tarefas que o processo de Acreditação preconiza. À exceção de algumas organizações que carregam uma enorme responsabilidade na manutenção da excelência de seus serviços, a dura realidade tem mostrado que a despeito de múltiplos esforços no fomento, implantação e manutenção dos princípios da qualidade hospitalar, há um  distanciamento preocupante entre o preconizado, o que se diz fazer e o efetivamente feito.
Ilude-se quem pensa que é um fenômeno isolado. Mesmo com todo o incentivo oficial e das constantes iniciativas de realizar comparabilidade em nome dos consumidores, somente 30% dos hospitais norte americanos possuem um corpo de médicos que seguem protocolos e diretrizes, segundo Richard Bohmer, pesquisador da Harvard School, para ficar apenas nesse exemplo. Sabemos que as dimensões da linha de cuidado são várias, e protocolos e diretrizes são um meio e não uma finalidade, sendo mais um dos vários aspectos nesse processo. Então o que é que poderia justificar essa constatação?
Nunca é demais lembrar que existem ótimas organizações de saúde, que por diversos motivos ainda não consideram o processo de Acreditação uma prioridade. E existem outras que ostentam um selo de certificação na sua entrada, nas placas das ruas e no noticiário, sem de fato alterarem suas práticas de forma substancial. E isso tem uma consequência muitíssimo danosa ao usuário, que não tem a capacidade de distinguir ambas as situações extremas e as suas variáveis intermediárias. Ele pode fazer escolhas que talvez não preencham suas expectativas. Pior, pode ficar exposto a situações que afetem sua segurança e o próprio processo de recuperação de doença. Afinal, segurança do paciente é o pressuposto básico de qualquer processo de Acreditação Hospitalar.
Médicos são profissionais que fazem parte de uma categoria única. Mas isso nem sempre deve ser considerado um elogio. Sua formação técnica exclusiva lhe confere uma autonomia do qual nenhum outro profissional pode desfrutar, sua liderança natural dentro de uma equipe assistencial é inquestionável e sua representação perante as mais diversas situações é sempre respeitada. Seu respaldo ético e legal para exercer sem muitos questionamentos sua prática é, ao pé da letra, ilimitado (resguardando-se certos aspectos éticos e desde que não inflija nenhum mal ao paciente). Mas sua formação curricular muito raramente aborda questões de natureza psico-social no trato dos pacientes, e seu aprendizado na área de economia da saúde ou gestão de itens elementares de administração que irão permear sua prática diária no relacionamento com suas fontes pagadoras é praticamente inexistente. Para completar, é de suas mãos, ao digitar ou assinar prescrições, evoluções e relatórios, que resultará num melhor ou pior desempenho da organização que o acolhe.
Por essas e por outras, esse indivíduo deve ser tratado de forma diferenciada. Nem melhor, nem pior, apenas diferenciada. E a  impressão que tenho é que isso não está ocorrendo, na medida em que a rotina do processo assistencial nos hospitais carece de linearidade da definição de tarefas, de comunicação horizontal e vertical simples e direta entre equipes, intra-equipes e entre todos com seus respectivos gestores; e o pior, de práticas fora do padrão estabelecido após tanto investimento na implantação de processos de qualidade. Trocando em miúdos, ninguém está brincando do jeito que foi combinado.
Apontar problemas é fácil, mas considero esse cenário bem complexo para arriscar uma solução definitiva. Entretanto, tenho uma sugestão simples, porém trabalhosa, e que envolve o gestor clínico na sua atividade.
Vivenciar o ambiente hospitalar nas suas peculiaridades e idiossincrasias é um exercício difícil e obrigatoriamente diário e presencial. O gestor clínico não pode exercer sua liderança atrás de uma mesa, realizando reuniões intermináveis, participando de solenidades ou produzindo incontáveis documentos regulatórios sem que esteja em sintonia contínua com todos os aspectos assistenciais nos mais diversos nichos da organização. É um trabalho de construção lenta e gradual de uma referência, no qual sua liderança sai fortalecida. E a aquisição do respeito da comunidade se dá sem canetadas. Caminhar entre os diversos setores, ouvir mais que falar, estabelecer vínculos de confiança com todas as categorias profissionais, ser presente e não se abstrair de intermediar situações de conflito, estar sempre disponível e nunca se deixar influenciar pela posição hierárquica, a não ser quando necessário: eis um bom caminho para começar.
Não existem certos ou errados nessa história. Profissionais existem para exercer sua prática, gestores para guiá-las dentro dos interesses da organização. E os processos de implantação de qualidade não dão conta de contemplar esses aspectos não mensuráveis.
O gestor deve tomar a dianteira e se responsabilizar pelo seu grupo de médicos.
Nada menos que isso.

Sandro Scárdua é formado em Medicina pela UERJ; mestre em Medicina Interna pela FIOCRUZ; especialista em Clínica Médica pela SBCM, em Medicina Intensiva pela AMIB e em Administração de Serviços de Saúde pela Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia – UFBA, Coordenador Médico da Unidade de Terapia Intensiva do Instituto Bahiano de Ortopedia e Traumatologia – INSBOT; membro do Comitê Gestor da Rede de Inovação e Aprendizagem em Gestão Hospitalar (Rede InovarH – BA) e sócio gerente da Rumo – Serviços Médicos e Consultoria em Saúde Ltda.
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DIÁRIO DA MANHÃ

HGG incentiva economia de exames
Médicos foram conclamados a pensar duas vezes ao solicitar exames laboratoriais: economia

Os médicos do Hospital Alberto Rassi – HGG foram conclamados a aceitar um desafio: Na evolução dos tratamentos de seus pacientes, todas as vezes que empunharem a caneta para preencher um formulário de pedido de exame, avaliar a real necessidade de sua solicitação. O objetivo do desafio proposto pelo Projeto Pensar, lançado em reunião pela manhã, no auditório do hospital, é conscientizar o corpo clínico sobre o uso racional dos exames complementares.
“A meta é a qualidade do atendimento prestado ao paciente”, explicou o diretor do de Ensino e Pesquisa do HGG Marcelo Rabahi. Auxiliado pela biomédica responsável pelo laboratório, Bruna Paixão, ele apresentou o projeto e os dados estatísticos da unidade referentes ao assunto. Levantamento feito pelo laboratório aponta que em alguns setores, o índice de exames normais chega a 74%. Embora não existam estudos científicos sobre o que seria ideal, é possível inferir que o porcentual é alto, pois são amostras coletadas de pacientes internados, ou seja, que estão em tratamento de saúde.
Durante a reunião de lançamento do Projeto Pensar, a presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Andrea Spadeto, demonstrou em palestra as repercussões negativas para os pacientes da realização indiscriminada de exames.  A prática expõe os pacientes à dor, aos riscos de infecções e de anemias por múltiplas coletas. Isso, sem contar o desgaste emocional de quem já se encontra fragilizado pela doença e o gasto desnecessário para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Nosso objetivo é melhorar a qualidade da assistência”, reiterou as palavras de Marcelo Rabahi. “O rigor com os exames existe em qualquer unidade de saúde. Em hospitais particulares, pedidos de exame sem o carimbo do médico responsável nem são realizados”, disse Andréia Spadeto. A médica infectologista colocou a CCIH à disposição para esclarecimentos e marcará uma reunião com os médicos residentes para repassar os dados da comissão e o que está sendo feito em relação à Literatura.
Para a médica residente da Clínica Médica Karine Teles Bittencourt, o Projeto Pensar cumpre com o objetivo de fazer com que os profissionais tenham mais cuidado. “As situações apresentadas realmente acontecem muito. Mas por outro lado, os médicos precisam se resguardar e, por isso, boa parte dos exames solicitados pode ter este propósito”, disse. A discussão lançada pela médica é pertinente e faz parte do debate proposto pelo Projeto Pensar: “Um prontuário recheado de resultados de exame não faz diferença no julgamento de um processo por erro médico”, comenta Marcelo Rabahi.
O Projeto Pensar atraiu a atenção do Centro de Reabilitação e Readaptação Henrique Santillo (Crer). O lançamento foi acompanhado pelo diretor-técnico do hospital João Alírio Teixeira da Silva. “Gostaria de parabenizar o HGG pela iniciativa, porque o pedido indiscriminado de exames é um problema grave no serviço público e os dados aqui apresentados mostram claramente esse excesso. É preciso levar o Projeto Pensar para outras instituições, em todas as esferas públicas e privadas”, disse.
A campanha de conscientização do Projeto Pensar será contínua, com utilização de estratégias variadas. Além da abordagem em reuniões com os médicos, como a que ocorreu no lançamento, serão utilizados folhetos e um banner explicativo, além de adesivos para os formulários de pedidos, para que o médico lembre-se sempre de avaliar com cuidado se precisa ou não solicitar aquele exame.
O diretor de Ensino e Pesquisa do HGG, Marcelo Rabahi, destaca que o Projeto Pensar não pretende cercear a liberdade do médico na solicitação de exames.  A proposta é evitar que os exames complementares não se tornem exames de rotina. "Pensar sobre isso é fundamental para o respeito ao paciente, para um raciocínio claro e uma conduta inteligente em cada caso e para um ensino médico mais sensato, pautado pela prática ética e holística", pondera. (Da assessoria de imprensa)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação