Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SHINDHOESG 15/05/13

 

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DIÁRIO DA MANHÃ
Perigo invisível nos hospitais
Infecção hospitalar é risco para todos os pacientes internados. Medidas simples de higiene contribuem para evitar problema
LEANDRO ARANTES

Mesmo podendo ser evitada por meio de simples ações de higiene, a infecção hospitalar ainda mata centenas de pessoas, por ano, no Brasil. Por isso, a partir de um decreto do Ministério da Saúde, hoje é comemorado o Dia Nacional do Controle da Infecção Hospitalar. Criada em 15 de maio de 1999, o objetivo da data é ajudar na conscientização dos profissionais de saúde quanto à importância dos procedimentos que devem ser adotados no sentido de diminuir a ocorrência de mortes ligadas a esse problema.
É considerada infecção hospitalar qualquer tipo de infecção adquiria após 48 horas o paciente ter dado entrada em qualquer unidade de saúde, ou mesmo após receber alta, quando a doença estiver relacionada à internação ou algum procedimento médico realizado. Elas geralmente são causadas por bactérias já existentes no próprio hospital e acometem, com mais frequência, pacientes que são submetidos a algum tipo de procedimento tido como invasivo, como intubações, intervenções cirúrgicas e uso de cateter em geral.
De acordo com o médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz, todos os hospitais possuem, em algum nível, casos de infecção hospitalar. Ele afirma que é preciso buscar sempre reduzir as incidências desse mal, mas é impossível chegar a um ponto de não haver nenhuma ocorrência. “Quem falar em infecção hospitalar zero, ou não conhece o próprio ambiente de trabalho ou está mentindo”, comenta.
No Brasil, os primeiros relatos desse mal remetem aos anos de 1956 e 1959 e até então o País não tinha nenhum sistema de controle. Embora em outros países já tivessem uma maior preocupação relacionada à contaminação de pacientes internados em hospitais, aqui o problema não recebia a importância devida. Em 1963, um hospital no Rio Grande do Sul criou a primeira Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), mas foi apenas em 1983, por meio de uma portaria do Ministério da Saúde, que se determinou a implantação obrigatória dessa comissão em todos os hospitais brasileiros.
O nome infecção hospitalar acabou ficando defasado e foi substituído por infecções relativas aos cuidados da saúde, isso porque os hospitais não são mais os únicos centros onde o paciente recorre para o tratamento de doenças. Hoje, há grande procura por clínicas particulares, além de muitos pacientes serem tratados em casa, e que também podem contrair alguma infecção decorrente de procedimentos médicos.
Superbactérias
A presidente da Comissão de Controle de infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT), médica Luciana Pinelli, explica que as bactérias que causam infecção hospitalar são as mesmas encontradas em outros locais como bancos de ônibus ou cédulas de dinheiro. A diferença é que, nos hospitais, esses germes são tratados com antibióticos, e os que não morrem ficam imunes a eles. “A principal diferença é que os germes ficam mais resistentes aos antibióticos. Há situações em que vários tipos de antibióticos não os matam, isso faz uma seleção dos germes, deixando-os cada vez mais resistentes”.
A infectologista explica que essas bactérias aproveitam da debilidade dos pacientes em tratamento, estando eles já fragilizados pela doença, para agravar seu quadro clínico. Esse é o motivo de, mesmo em contato com pacientes infectados, e funcionando até mesmo como agentes infectantes, os médicos não adoecem, pois não estão com o sistema imunológico debilitado.
Quando é constatado que um paciente contraiu uma super bactéria, ele é colocado em local isolado, para não transmitir o mal para outros doentes. Um cuidado especial deve ser dado pelos agentes de saúde que se relacionam com esse paciente infectado, para que a bactéria não se dissemine no hospital.
Lavar as mãos
Embora a infecção hospitalar cause muitos problemas aos pacientes, podendo levar até a morte, a forma de prevenção é relativamente simples, bastando para isso adquirir o hábito de lavar as mãos com mais frequência e em momentos chaves. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que quase 80% dos casos das infecções ocorrem devido à falta de higiene com as mãos.
A ação é tão importante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o Dia Mundial da Lavagem das Mãos, no dia 5 de maio. Na data são realizadas inúmeras atividades mostrando que a mão é o principal veículo de transmissão de micro-organismos de uma pessoa para outra e que lavar as mãos de forma correta pode evitar muitas infecções.
Os médicos e enfermeiros são os maiores transmissores de germes de um paciente para outro, por isso a infectologista Luciana Pinelli explica que a equipe de saúde tem que saber a hora de lavar as mãos e a forma correta de fazê-la. “A comunidade tem que exigir que o profissional de saúde lave as mãos antes de tocar no paciente. Quando chegar ao consultório, antes de ser atendido, pergunte ao médico se ele lavou as mãos, ou peça para que ele lave, na sua frente”, destaca. Ela explica que lavar a mãos é uma forma eficiente de prevenção a muitas doenças. “Não tem segredo, é só higienizar as mãos, não tem milagre”, comenta .
Controle e
Prevenção
Em 1998 o Ministério da Saúde expediu uma portaria criando normas e diretrizes para a prevenção e o controle das infecções hospitalares. A partir de então, todas as unidades de saúde são obrigadas a manter uma comissão responsável por realizar o monitoramento desse tipo de ocorrência, relatando todos os casos.
O problema é que muitas instituições descumprem essas regras, ignorando os perigos que isso trás aos pacientes. Segundo informações da coordenadora estadual de Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Saúde, Neiva Fernanda Chinvelski Duarte, em Goiânia, no ano de 2010, menos da metade dos estabelecimentos de saúde notificaram os casos de infecção hospitalar originado em suas dependências. Isso impossibilita um maior controle sobre as ocorrências, inibindo possíveis ações de controle.
Neiva Fernanda explica que não existe uma média nacional da quantidade dos casos de infecção hospitalar e que os hospitais não são obrigados a informar aos pacientes os casos ocorridos na unidade. “Não podemos fazer média, pois cada hospital tem uma quantidade de infecção aceitável diferente do outro. Existem hospitais que têm mais e outros têm menos, o importante é que nós estamos monitorando e buscando sempre reduzir esses números”, afirma.
A coordenadora conta que, quando há um surto de um grande número de ocorrência em um mesmo local, a Comissão de Prevenção cobra uma solução dos responsáveis. “Quando há surto nós temos cobrado um plano de ação do estabelecimento. Trabalhamos para ter um maior controle e maior prevenção desse tipo de caso”, comenta.
Conscientização
A unanimidade entre todos os entrevistados é quanto a conscientização dos trabalhadores da saúde no que diz respeito ao controle das infecções e a correta lavagem das mãos como forma de prevenção. Pensando nisso, durante toda essa semana está ocorrendo a Quinta Semana de Controle de Infecção do Hospital de Doenças Tropicais (HDT). O evento é voltado para todos os profissionais de saúde e áreas técnicas e busca conscientizar os profissionais de saúde, o governo, os administradores hospitalares e o público em geral sobre a importância da higienização das mãos para evitar infecções.
A semana contará com atrações culturais e vários minicursos voltados aos cuidados com a prevenção. O objetivo é fazer com que os profissionais assimilem que uma atitude tão simples, como lavar as mãos, pode salvar muitas vidas.
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Prevenção radical
Atriz Angelina Jolie faz retirada dos dois seios para evitar o surgimento de um câncer. Técnica já é realizada no Brasil, mas ainda tem custo alto
NAYARA REIS

Após a atriz Angelina Jolie  divulgar no jornal americano The New York Times que realizou uma cirurgia de mastectomia   preventiva (retirada dos seios),  o tema câncer de mama gerou novas dúvidas. A retirada dos seios pode ser uma saída para quem tem grandes chances de ter a doença na mama futuramente, mas só é indicada em casos extremos, em que o mapeamento genético indique grandes chances da doença. Mesmo assim, é preciso ainda levar em consideração os prós e contras da cirurgia, que vão desde complicações até a estética depois de feita a reconstrução mamária. No Brasil, o custo varia entre R$ 5 mil e R$ 6 mil para mapeamento genético, e a cirurgia entre R$ 15 mil e R$ 20 mil.
O câncer de mama é o carcinoma mais comum em mulheres, cerca de 22% do total de casos novos a cada ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo o instituto, o País registrou 52.680 novos casos da doença apenas em 2012. No ano de 2010 no Brasil morreram 12.852 pessoas por câncer de mama, 12.705 mulheres e 147 homens.
Segundo o oncologista Geraldo Alves Teixeira, o procedimento é complexo e exige muita técnica e profissionais especializados. “A mastectomia profilática é feita quando se tem um risco elevado para a paciente, ou alteração de genes constatada mediante pesquisa genética.  Embora não seja rotina,  o procedimento já é feito no Brasil, inclusive em mulheres aqui no Estado”, ressalta.
O oncologista explica que homens podem ter câncer na região das mamas, no entanto, a mastectomia profilática não é indicada: “Homens também podem ter câncer de mama. No Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, de 400 casos que operamos por ano, dois apenas são homens. A proporção é de que entre cada 100 pacientes, um apenas seja homem. No entanto, esse tipo de cirurgia não é indicado para eles, tendo em vista que a probabilidade da doença em homens é muito pequena”, diz. O médico ainda ressalta que é preciso ponderar antes de procurar um profissional para fazer a cirurgia. “Se não pensado, o procedimento é pior que a doença em si. Deve haver uma discussão com a paciente, é uma decisão que deve ser tomada com muita cautela. A mulher tem que ficar satisfeita. 80% do que pode vir a não agradar é em relação à estética, mas além disso há a perca da sensibilidade e cicatrizes.
Para Geraldo, a atriz é uma pessoa admirada mundialmente e só optou, segundo informações da própria, por fazer a cirurgia depois de se submeter a avaliações médicas adequadas.
Antônio Eduardo Rezende de Carvalho é mastologista e, em entrevista ao DM, ressalta os avanços da Medicina e das mulheres no Brasil. “Cada vez mais mulheres procuram a mastectomia profilática, o mastologista pode fazer a oncoplastia, mastectomia e a reconstrução imediata da mama. No ano de 1999 em Milão, na Itália, começaram a fazer essas cirurgias. Para se ter uma ideia, há dez anos não tínhamos estudos de mapeamento genético no Brasil. A cada dia estamos evoluindo mais, o que é ótimo”, ressalta.
Segundo o mastologista, o fator hereditariedade tem relação com o câncer de mama, como no caso de Angelina Jolie. “A probabilidade é de cerca de 10% a 15%, mas não é um fator crucial. Não imagino que a cirurgia vire uma moda entre as mulheres brasileiras, até porque retirar a mama não a protege totalmente da doença. Também precisamos levar em consideração condições técnicas. Há contraindicações, por exemplo, para mulheres que têm diabetes, ou que são tabagistas, ou obesas. A  cirurgia é grande e nada simples”, diz Antônio.
Exemplo
A atriz Angelina Jolie tem 37 anos, e segundo informações do seu artigo publicado no The New York Times, descobriu ter o gene chamado BRCA1. Os médicos disseram que ela tinha 87% de chances de desenvolver um câncer de mama, e 50% de ter um câncer no ovário. Ela também citou que lamenta pelo valor do teste para detectar a mutação genética BRCA1, assim como a BRCA2, custe tão caro, mais de US$ 3 mil nos Estados Unidos. “Um obstáculo para muitas mulheres”, disse ela. A estrela hollywoodiana também disse esperar se tornar um exemplo para outras mulheres que sofrem com o mesmo risco.

Padilha: "Não há consenso sobre eficácia da mastectomia"
LÍGIA FORMENTI

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou ser questionável a retirada dos seios como estratégia para prevenir o câncer de mama, a exemplo do que foi feito pela atriz Angelina Jolie. 'Como política pública, a recomendação é de que toda mulher com histórico na família de câncer deve procurar o médico e fazer um acompanhamento, a partir dos 35 anos', afirmou. 'Esse é o consenso.'
Padilha observou que medidas mais radicais, como a mastectomia, apresentam uma série de riscos, como complicações da cirurgia e infecções, além do impacto psicológico. 'Não há consenso no mundo sobre a eficácia de tal medida. Há relatos de pessoas que se submeteram à mastectomia e num segundo momento foi demonstrado que elas não tinham risco elevado de desenvolver o câncer', completou.
O ministro fez a declaração ao comentar o caso da atriz Angelina Jolie, que informou nesta terça-feira, 14, através de artigo publicado no jornal New York Times, que passou por uma mastectomia dupla preventiva, após ficar sabendo que tinha um gene que a tornava extremamente propensa ao câncer de mama.
'Minha mãe lutou contra o câncer por quase uma década e morreu aos 56 anos', escreveu a atriz. Jolie afirmou que após um exame genético ficou sabendo que tem o gene 'defeituoso' BRCA1 e tinha 87% de chances de adquirir a doença.
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Empresa para construção do Hugo II é definida
A Porto Belo Engenharia e Comércio Ltda foi a empresa vencedora da licitação para construir o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo II).  A unidade hospitalar será edificada na região noroeste de Goiânia ao custo de R$ 70 milhões e deverá atender em média mil pessoas diariamente com estrutura e equipamentos de última geração.
O Hugo II ficará localizado em uma área de 137 mil m2, no km 4 da GO-070, no Setor Santos Dumont, na saída para Inhumas. Serão mais de 27 mil m2 de área construída, com planejamento para ampliações futuras. A obra está com previsão de entrega marcada para dezembro de 2014 e deverá ser gerida, também, por uma Organização Social (O.S).
A princípio, a unidade oferecerá 360 leitos para internação com oferta de atendimentos em cirurgia geral, ortopedia, neurocirurgia, cirurgia pediátrica e queimaduras. Serão dez salas prontas para cirurgia, com expectativa de quarenta leitos de Unidade de Terapia Intensiva (U.T.Is) adultos, neonatais e pediátricos.
Serviços
O Hugo II terá banco de sangue, sala de mamografia, broncoscopia, teste de esforço, ambulatório e atendimento aos pacientes que passaram por cirurgias. Para realizar diagnósticos complexos, a unidade oferecerá exames de tomografia, ressonância magnética, ultrassonografia, eletrocardiograma, ecocardiografia com ecodoppler, endoscopia, videolaparoscopia, análises clínicas e anatomia patológica, broncoscopia e Terapia Renal Substitutiva.
“Os equipamentos que vamos adquirir estão nos melhores hospitais do mundo. São máquinas ultramodernas que oferecerão diagnóstico seguro e eficaz e atenderão as demandas de urgência e emergência para manutenção da vida”, explica o gerente de engenharia clínica da superintendência de Gerenciamento das Unidades Assistenciais de Saúde, da SES-GO, Ricardo Maranhão. Depois da inauguração,  mais de R$ 50 milhões em equipamentos serão adquiridos para oferecer estrutura completa em assistência ao cidadão.
Queimados
A unidade para atendimento aos queimados será o grande diferencial do Hugo II. A estrutura permitirá que o paciente acidentado seja tratado e operado, quando necessário.
O atendimento ao paciente queimado não é oferecido até o momento pela Rede Pública de Saúde em Goiás.  Existe um Termo de Parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde e o Núcleo de Proteção aos Queimados do Hospital de Queimaduras de Goiânia para oferecer esse serviço à população. As vítimas de queimaduras em Goiás são atendidas atualmente em três leitos de Unidades de Terapia Intensiva – sendo uma em Goiânia e uma em Anápolis (GO).
Todos os anos, pelo menos um milhão de pessoas são vítimas de queimadura no Brasil, sendo que dois terços deste total são crianças. Cabe ao poder público criar novas unidades exclusivas para queimados com atendimento de alta complexidade oferecido pelo SUS. Do planejamento inicial do Ministério da Saúde, que estimava uma necessidade de 68 centros, existem no País 45 em atividade. O Hugo II, com oferta desse atendimento especializado, colaborará para mudar essa realidade.
demanda
O Hugo II beneficiará não apenas a população da região noroeste de Goiânia como também cidades próximas, principalmente aquelas cortadas pela GO-070, a exemplo do Vale do Araguaia. Além de descentralizar o atendimento no Hugo, o novo hospital favorecerá a logística e o atendimento à população.
A justificativa para edificação dessa obra baseia-se em estudos realizados pelo corpo técnico da Secretaria de Estado da Saúde. Os técnicos identificaram a crescente demanda por serviços na área de urgência e emergência, nos últimos anos – devido ao crescimento do número de acidentes e da violência urbana –, e a necessidade de ampliar a estrutura da rede pública de saúde para atender essa finalidade.
Todos esses fatores, segundo especialistas em Saúde Pública, têm contribuído decisivamente para a sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados para o atendimento à população. Isso tem transformado essa área numa das mais problemáticas do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Hospital testa tratamento para a esquizofrenia

Uma doença mental que acomete pelo menos 1% da população, a esquizofrenia poderá ser tratada, em um futuro próximo, por um método mais eficaz do que o sistema convencional. Os testes estão sendo feitos com pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)
Em lugar de remédios que agem controlando apenas os sintomas mais graves, como delírios e alucinações, os pacientes recebem uma medicação capaz de melhorar também os demais efeitos, como perda de memória, déficit de atenção e depressão, problemas que, frequentemente, condenam o portador desse mal ao isolamento social.
Após mais de uma década de pesquisa, cientistas brasileiros e canadenses descobriram  que o componente de um antigo remédio usado para o controle da hipertensão arterial sistêmica grave, o nitroprussiato de sódio, mostrou ser eficiente também contra as disfunções no cérebro das pessoas afetadas pela esquizofrenia.
“A esquizofrenia é uma doença multidimensional, com sintomas psicóticos caracterizados por delírios e alucinações, mas que tem também outros sintomas negativos e cognitivos”, explica o cientista brasileiro Jaime Hallak, professor da  FMRP.
O especialista é um dos coordenadores dos testes que estão sendo feitos em Ribeirão Preto, seguindo as descobertas desenvolvidas em conjunto com a Unidade de Pesquisa em Neuroquímica da Universidade de Alberta, Canadá, onde o trabalho é coordenado pelo cientista Serdar Dursun.
O trabalho já ganhou o reconhecimento científico com uma publicação na revista Archives of General Psychiatry/JAMA Psychiatry. E os testes feitos em pacientes do HC de Ribeirão Preto vêm demonstrando êxito, informou Hallak. Ele prevê que daqui a quatro ou cinco anos já esteja disponível em toda a rede de saúde do País o tratamento com base no nitroprussiato de sódio.
Hallak observou ainda que essa enfermidade costuma surgir no auge da adolescência ou no período de maior preparação para a vida adulta. E entre 50% a 60% dos pacientes apresentam uma resposta parcial ao tratamento.
Já em relação aos testes no HC de Ribeirão Preto, o cientista informou que a medicação à base do nitroprussiato de sódio indicou melhora de todos os sintomas da doença e sem apresentar efeitos colaterais. Após constatar evidências de melhoras que duraram até três meses, os pesquisadores estudam, agora, os efeitos com aplicações endovenosas de doses repetidas.
O que se buscou foi regular a presença do óxido nítrico, que é um gás na comunicação do sistema neurotransmissor, conforme informou Hallak. “Conseguimos resultados bem impactantes, e isso tem chamado a atenção dos pesquisadores mundo afora”. (ABr)
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A REDAÇÃO
Comitê das Entidades Médicas condena a proposta de importação de médicos

Goiânia – Apresentada pelo Governo Federal na semana passada, a proposta que permite a entrada no Brasil de seis mil médicos formados em Cuba, sem a revalidação de seus diplomas, foi recebida com críticas e indignação pelo Comitê das Entidades Médicas de Goiás, formado pelo Cremego, Associação Médica de Goiás (AMG) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego).

De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), a entrada irregular destes profissionais no País não é a solução para o problema da escassez de médicos em cidades do interior e nas periferias dos grandes centros, como alega o governo.

Confira a nota encaminhada à imprensa na íntegra.

Para o presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, "a solução para suprir o déficit de médicos no interior e nas periferias está na valorização, na remuneração digna, na oferta de condições de trabalho aos médicos brasileiros e na criação de uma carreira de Estado para o médico, que incentive esse profissional a migrar e, principalmente, a permanecer nestas localidades."

“A assistência aos brasileiros não poder ser entregue a profissionais com formação duvidosa e sem a capacitação técnica necessária para cuidar de um bem tão valioso quanto a saúde”, disse.

O Conselho Federal de Medicina também se posicionou contra a contratação de médicos cubanos. Em nota, o CFM condenou qualquer iniciativa “que proporcione a entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem sua respectiva revalidação.”
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JORNAL OPÇÃO
Importação de médicos é uma violência contra a legislação, avalia presidente da AMG
Ao criticar proposta do governo federal, médico questiona o por quê de também não trazerem juízes do exterior para sanar o acúmulo de processos
Mônica Carvalho

Ilegal, autoritária e irresponsável. Assim o presidente da Associação Médica de Goiás (AMG), Dr. Rui Gilberto Ferreira, classifica a proposta do governo federal de importar seis mil médicos de Cuba e permitir que exerçam a profissão sem o exame de revalidação do diploma. Assim como o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Conselho Regional de Medicina em Goiás (Cremego) e as demais entidades ligadas à categoria, a AMG pretende tomar medidas jurídicas cabíveis, para impedir que a proposta seja aprovada.
Em entrevista ao Opção Online nesta terça-feira (14/5), o médico que atua como ginecologista e obstetra há 30 anos no Sistema Único de Saúde (SUS) foi contundente ao afirmar que o problema da saúde pública no país é decorrente da falta de políticas públicas voltadas à categoria, como a ausência de plano de carreira de Estado e estrutura física – laboratório, equipamentos, medicamentos – para o exercício da atividade.
“Estão tirando o foco da verdade. Há médicos suficientes para atender a população”, destacou. Segundo ele, no Brasil têm dois médicos para cada mil habitantes, o que é o suficiente do ponto de vista estatístico. Além desses problemas, a má gestão de hospitais públicos e a corrupção também foram apontadas como problemas que os médicos enfrentam.
O médico questionou o por quê do governo federal também não propor a importação de juízes estrangeiros para resolver o problema do sistema Judiciário no país, no qual existem muitos processos acumulados “Quem sabe seis mil juízes de Cuba resolveriam este problema?”, ironizou.
Nesta segunda-feira (14/5), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a importação de médicos estrangeiros não pode ser um “tabu” e que a prioridade do governo será atrair profissionais de Portugal e da Espanha para “suprir a defasagem existente no interior do país e na periferia de grandes cidades”.
Sobre a declaração de Padilha, Rui Gilberto esclareceu que a categoria não é contra a vinda de médicos estrangeiros, “desde que antes de exercerem suas funções sejam submetidos ao teste de revalidação do diploma”. Caso a proposta seja aprovada, Ferreira acredita que os médicos estrangeiros migrarão para a rede privada de saúde depois que atuarem no SUS por algum tempo.
Em 2012, dos 182 profissionais inscritos à revalidação de diplomas, apenas 20 foram aprovados, o que equivale a aproximadamente 1%.  Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP).
Em nota ao governo federal, o CFM afirmou que vai tomar as medidas jurídicas cabíveis e que condena de forma veemente "qualquer iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem sua respectiva revalidação". A instituição também classificou a intenção do governo como "agressão à nação", uma vez que estaria atendendo a "interesses específicos e eleitorais", sem se preocupar de fato com a saúde da população brasileira.
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AGÊNCIA SENADO

Mercadante defende contratação de médicos estrangeiros, mas rejeita facilitar validação de diplomas

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apoiou nesta terça-feira (14), em audiência pública, a proposta em estudo no governo de permitir a contratação de médicos estrangeiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os profissionais seriam admitidos em regime temporário, por até três anos, com tutoria, para prestar assistência em áreas carentes do interior, especialmente na Amazônia e no Nordeste.
Mercadante, no entanto, afastou a hipótese de flexibilização das exigências do Revalida, o sistema de validação de diplomas médicos obtidos no exterior, tanto por estrangeiros como por brasileiros que estudaram fora. No último exame, apenas 11% dos médicos cubanos inscritos conseguiram aprovação. O ministro observou que, em qualquer situação, os diplomas só poderão ser validados se os cursos forem formalmente reconhecidos nesses países.
– O Brasil precisa de mais médicos, mas também de bons médicos – comentou.
Situação emergencial
O ministro argumentou que o Brasil tem apenas 1,8 médicos para cada mil habitantes, uma quantidade que seria muito abaixo da média da Europa e mesmo de países sul americanos. Ele classificou de “legítima” a reação das entidades médicas à contratação de médicos de fora, mas observou que o déficit causa uma situação de impossível equilíbrio: são 350 mil profissionais para 850 mil jornadas de trabalho.
– Ou seja, os médicos estão trabalhando duas jornadas e meia – afirmou.
Na audiência promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), Mercadante explicou que a ideia examinada pelo Ministério da Saúde seria uma proposta de “transição”, para uma situação emergencial. A sua pasta, por sua vez, estaria tratando de uma solução “estruturante” para ampliar a quantidade de médicos, que inclui o aumento da oferta de vagas nos cursos de Medicina.
Porém, o foco atual será instalar faculdades em áreas com maior carência desses profissionais. Dessa forma, os médicos seriam formados em lugares mais perto da demanda, já que hoje eles evitam trabalhar no interior. Atualmente, conforme o ministro, o país tem 450 municípios sem sequer um médico residente. Ele adiantou que o Ministério da Educação vai lançar editais para receber propostas de instituições privadas interessadas em implantar cursos em cinco localidades já escolhidas.
– Se não tivermos proposta, nós vamos lá fazer – comentou, esclarecendo que os novos cursos poderão ser ofertados pelo governo.
Formação prática
O ministro observou ainda que a escolha das cidades para os novos curso de Medicina levará em conta critérios que ajudem a qualidade da formação prática dos alunos, como até então não acontecia. No local, deverá haver uma Unidade Básica de Saúde, pelo menos cinco leitos do SUS por estudante, serviços de urgência e emergência médica e monitoria para residência médica.
– Só serão abertos cursos onde houver condições de existir uma boa prática médica – reforçou.
Outro esforço do ministério está ocorrendo na ampliação das vagas de residência médica, com aumento em 10.600 admissões, conforme o ministro. Ele disse que a intenção é fortalecer a formação de médicos nas especialidades em que há maior carência de profissionais: anestesia, pediatria, obstetrícia e ginecologia, além de pediatria.
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O POPULAR
Retirada de mama
Riscos e benefícios da cirurgia
Goiana que se submeteu à mastectomia dupla, como a atriz Angelina Jolie, relata a experiência
Camila Blumenschein

A cirurgia para a retirada das duas mamas sem ter tido câncer detectado a qual a atriz Angelina Jolie, de 37 anos, se submeteu (leia mais na página 5 do Magazine) não é uma atitude tão incomum como muitas pessoas podem pensar. Para outras mulheres que, como a premiada atriz, presenciam o sofrimento de familiares de primeiro grau com cânceres agressivos e até chegam a perder essas pessoas, a realização da uma mastectomia preventiva se torna um alívio, uma maneira de tornar a vida mais tranquila. Mas a cirurgia não é indicada para todos os casos e pode ter complicações, como a perda de sensibilidade e até necrose, alertam médicos.
Mesmo assim, algumas pacientes acham que vale a pena. “Foi a melhor coisa que eu fiz na vida. Me sinto mais jovem e me livrei totalmente daquilo que tanto me incomodava: o medo de ter câncer.” A declaração é da bancária aposentada Simone Severiano Miranda, de 44 anos, que se submeteu à mastectomia preventiva no ano passado em Goiânia. Simone conta que sempre teve medo de ter câncer porque várias pessoas da sua família desenvolveram a doença, incluindo a sua mãe, que teve câncer de mama. “Tive tias, primas, pai, mãe e as duas avós com câncer. Sempre tive muito medo de ter também”, diz.
Segundo a bancária, há quatro anos, sua mãe sofria com uma calcificação nos seios e por isso resolveu pesquisar na internet sobre o que poderia ser feito para melhorar a situação dela. “Li sobre a mastectomia preventiva e que no Japão era um procedimento comum. Procuramos um médico e ele disse que seria uma boa solução para o problema da minha mãe”, lembra. Quando a mãe de Simone foi realizar os exames para a cirurgia acabou descobrindo que estava com câncer de mama. “Foi difícil o tratamento da minha mãe e eu passei a ter um pensamento constante de que eu também ia ter a doença”, conta.
“Não queria esperar um câncer aparecer em mim e que as minhas duas filhas passassem pelo que eu passei com a minha mãe”. Conforme a bancária, suas filhas de 21 e de 17 anos também pensam em se submeter à cirurgia no futuro.
Prevenção
Ao anunciar ontem que se submeteu à mastectomia bilateral, Angelina Jolie justificou a iniciativa como uma forma de viver com tranquilidade para criar os seis filhos diminuindo o risco de ter a doença que matou sua mãe. “Sempre falamos da ‘mamãe da mamãe’, e eu me vejo tentando explicar a doença que a levou de nós. Eles perguntaram se o mesmo pode me acontecer”, escreveu Jolie.
O mastologista Ruffo Freitas Júnior, diretor da Escola Brasileira de Mastologia e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), elogiou a atitude da atriz. “Ela foi muito sensata porque muitos tumores de mama são extremamente agressivos e vale a pena prevenir”, disse.
Mutação
O médico explica que Angelina Jolie chegou a fazer um exame que detecta se os genes BRCA 1 e BRCA 2 sofreram mutação. “Existem genes no nosso corpo que estão ligados ao câncer. Todo mundo tem. Eles protegem o corpo das células defeituosas, que podem se multiplicar causando o câncer. Quando esses dois genes sofrem mutação eles perdem a capacidade de destruir ou consertar as células doentes”.
Com a mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 a pessoa passa a ter até 80% de chances de desenvolver câncer de mama e de ovário. “A mastectomia profilática consiste na retirada da parte interna das mamas, preservando a pele e os mamilos. Os seios são preenchidos com próteses de silicone”, informa o mastologista (veja quadro nesta página). A paciente que se submete à cirurgia, conforme Ruffo Freitas, diminui em 90% as chances de ter câncer.
Exame custa até R$ 12 mil
Para detectar se os genes de uma paciente, que tem histórico familiar de câncer, sofreram mutação, existe o exame chamado de sequenciamento de genes. “O que impede que muitas mulheres façam o exame é fato de que nem o Sistema Único de Saúde (SUS) nem os planos de saúde particulares cobrem o procedimento. O custo vai de R$ 6 mil a R$ 12 mil”, revela o mastologista Ruffo Freitas Júnior.
Mesmo sem o exame, muitas mulheres optam pela mastectomia preventiva para se livrarem do medo de desenvolver câncer. “Temos programas que detectam matematicamente se a pessoa tem probabilidade de ter a doença. Para algumas mulheres isso é suficiente”, destaca.
Há também casos de mulheres que têm a grande probabilidade de desenvolver câncer de mama, mas têm medo de se submeter à mastectomia preventiva. Segundo o mastologista, antes da cirurgia os profissionais explicam que pode haver problemas. “Os seios podem ficar diferentes um do outro, a mulher pode perder a sensibilidade nas mamas, o que afeta a sexualidade, e pode acontecer a necrose dos mamilos”, diz. No Brasil, o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente da doença, o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano.
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Saúde
Médicos estrangeiros não vão chefiar UTIs
Brasília – O recrutamento de médicos estrangeiros para trabalhar no País deixará de fora bolivianos e paraguaios e será feito apenas para postos na atenção básica. “Esses profissionais não vão chefiar UTIs”, afirmou nesta terça-feira, 14, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante encontro com a Frente Nacional de Prefeitos. Na prática, o governo admite a “importação” de médicos não aptos para procedimentos de alta complexidade.
A busca por profissionais interessados em trabalhar em serviços públicos brasileiros será feita apenas em países que apresentem uma relação de pelo menos 2 médicos por cada mil habitantes, informou Padilha. Nem Bolívia nem Paraguai atendem essa precondição. “A prioridade será dada para profissionais de Portugal e Espanha”, disse.
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Coluna Giro – Classificação
Coordenador do Idetch, Lúcio Nascimento diz estranhar o Estado classificar organização social (OS) como fornecedor: “Somos gestores, não emitimos nota fiscal. Somos parceiros.”
Mais com menos
O coordenador do Idetch diz que os gastos públicos com o HGG hoje seriam 10% menores que os da época em que o Estado era o gestor do hospital. “Que, aliás, agora está abastecido e funcionando”, diz.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação