Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 18/07/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

A REDAÇÃO

Médicos e acadêmicos preparam manifestação para esta quinta-feira (18/7)
Adriana Marinelli

Goiânia –  Insatisfeitos com o projeto “Mais Médicos”, lançado pelo Governo Federal, médicos e acadêmicos de medicina goianos vão participar de uma manifestação pública nesta quinta-feira (18/7). Conforme está previsto, a concentração será às 17 horas, na Praça do Bandeirante, no centro da capital.

Durante o protesto, organizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Associação Médica de Goiás (AMG) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), serão distribuídos panfletos à população com esclarecimentos sobre as reivindicações e a posição da classe médica contra o projeto.

Médicos e acadêmicos também vão às ruas para protestar contra os vetos no projeto de lei que regulamenta o exercício da medicina. A presidente Dilma anunciou, no último dia 8 de julho, um pacote de medidas relacionadas à Medicina. Com as decisões tomadas pela presidente, o curso superior passará de 6 para 8 anos em 2015, o que não agradou os acadêmicos.

Além disso, conforme prevê o pacote de medidas, concluído o curso de seis anos, o estudante passa para um segundo ciclo, de dois anos, onde terá de atuar em serviços públicos de saúde. A exigência do segundo ciclo será universal: tanto para estudantes de instituições da rede pública quanto privada de ensino.

Paralisação nacional
Segundo o Cremego, está prevista a paralisação nacional do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nos dia 23, 30 e 31 de julho.
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AGÊNCIA SENADO

12 faculdades de Medicina farão sugestões ao Mais Médicos

Segundo ministro, o governo está aberto a sugestões, só não vai recuar em três questões: critérios para abertura de faculdades de Medicina, dois anos de atuação médica pelo SUS e vaga de residência para cada médico

Representantes de 12 faculdades de Medicina de universidades públicas de diversas regiões do País formaram uma comissão para elaborar sugestões ao programa Mais Médicos. O grupo foi criado após reunião em Brasília com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, nesta terça-feira (16), que contou com cerca de 100 participantes, entre reitores, representantes de ambos os ministérios e coordenadores de cursos de medicina de todas as universidades federais do Brasil. O programa foi lançado na última semana pela presidenta Dilma Rousseff por medida provisória e tem 120 dias para ser votado pelo Congresso Nacional. Durante o encontro com os representantes de faculdades de Medicina, os ministros apresentaram o programa e esclareceram as dúvidas da plateia.
“Conversar com as faculdades federais que formam os médicos hoje é um passo importante para colocarmos o programa em andamento. Elas serão fundamentais para mapearmos o que precisamos avançar para garantir os dois anos de treinamento em serviço na atenção básica e na urgência e emergência no Sistema Único de Saúde”, disse Padilha.
Segundo o ministro da Saúde, o governo federal está aberto a todo tipo de sugestão, só não vai recuar em três questões: os critérios para abertura de novas faculdades de Medicina; os dois anos do segundo ciclo de treinamento em serviço na atenção básica e na urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) complementando a formação do médico; e a abertura de uma vaga de residência para cada médico. Entre os critérios para abertura de novas faculdades estão: cinco ou mais leitos disponíveis por aluno, no máximo três alunos por equipe de atenção básica; ter estrutura de urgência e emergência e pelo menos três programas de residência médica nas especialidades fundamentais tais como Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria, Medicina de Família e Comunidade.
“O Mais Médicos foi lançado em Medida Provisória para dar prioridade ao debate, como estamos fazendo agora. Mas temos um prazo grande para amadurecer cada ponto e fazer ajustes: 120 dias para as medidas passarem por votação no Congresso Nacional, depois mais 180 dias para a ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação; e sete anos até os estudantes ingressarem de fato no segundo ciclo no SUS”, esclareceu Mercadante.
A comissão será composta por membros da Universidade Federal do Ceará (UFCE), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Rondônia (Unir), Universidade Federal de Roraima (UFRR), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Tocantins (UFT) e Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
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JORNAL OPÇÃO

MP recomenda que Ipasgo revogue pregão para contratação de médicos auditores
Instituto alega falta de profissionais de algumas especialidades no cadastro reserva para a realização de novo certame
Ketllyn Fernandes

Possíveis irregularidades no procedimento licitatório destinado à contratação de empresa especializada em auditoria médica levou a promotora de justiça Villis Marra a recomendar a revogação do certame ao presidente do Ipasgo, Francisco Taveira, e ao secretário de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci.
A licitação, na modalidade pregão, destina-se à contratação de 20 auditores médicos, mesmo havendo, segundo a promotora, profissionais aprovados em cadastro reserva em concurso realizado em 2010 que aguardam convocação. Villis Marra requisita, também, a nomeação dos mesmos dentro do prazo de 90 dias.
Dentre as possíveis irregularidades verificadas pela promotora em representação encaminhada ao Ministério Público de Goiás (MPGO) está o fato de a terceirização dos serviços desconsiderar candidatos aprovados em concurso público do Ipasgo, pois o certame (Edital nº 5/2009) ainda está em vigência e há aprovados em cadastro reserva que aguardam ser convocados.
A promotora pontua a respeito das supostas irregularidades na contratação de auditores que, em 2010, a 78ª Promotoria de Justiça instaurou inquérito questionando o Ipasgo, que por sua vez alegou não possuir, na ocasião, quadro de auditores efetivos em quantidade suficiente para atender à demanda, motivo pelo qual realizou o processo licitatório que resultou na contratação da empresa especializada Asert Tecnologia Ltda.
Em tese, a promotora considera que tal contratação se deu de forma ilegal, uma vez que é eminentemente proibida a contratação de serviços terceirizados para a realização de atividade fim da administração pública, o que acarretou, à época, em um termo de ajuste de conduta (TAC) entre o MPGO e o Ipasgo.
Ficou definido pelo TAC que o instituto substituiria por servidores efetivos as funções antes destinadas aos terceirizados, bem como nomearia os aprovados em concurso público. O termo, entretanto, não fui cumprido de forma integral, já que nove auditores aprovados em cadastro reserva ainda não foram convocados.

Diante da explicação, a promotora ressalta ainda que no dia 3 de junho deste ano chegou a enviar um ofício ao presidente do Ipasgo em que solicitou a prestação de esclarecimentos a respeito da contratação de médicos por meio de empresa terceirizada. Villis Marra ainda não obteve resposta, tendo destacado que ao realizar o concurso, o instituto atenta contra a “moralidade administrativa, passível de punição pelas sanções previstas na Lei da Improbidade Administrativa [Lei nº 8.429/92 ]”.

A promotora requisitou que sejam enviadas ao MP informações sobre as providências a serem tomadas a partir da recomendação. O prazo é de dez dias a partir da notificação.

Outro lado

Ao Opção Online, a assessoria de imprensa do Ipasgo confirmou a notificação e o TAC firmado com o MPGO em 2010, tendo questionado a alegação da promotora no sentido de que o instituto não esteja atendendo completamente o termo. Conforme foi explicado, faltam médicos de algumas especialidades no cadastro reserva, sendo que a nova realidade do Ipasgo, que resultou no aumento da demanda, também é a responsável pela necessidade de novo concurso público.
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TV ANHANGUERA (clique no link para acessar a matéria)

Proposta para que farmacêuticos prescrevam remédios sem receita é debatida em Goiânia
http://g1.globo.com/videos/goias/bom-dia-go/t/edicoes/v/proposta-para-que-farmaceuticos-prescrevam-remedios-sem-receita-e-debatida-em-goiania/2699779/
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O POPULAR

Cais
Saga em busca de atendimento
Usuários do Sistema Único de Saúde relatam peregrinação por unidades da Prefeitura para serem atendidos
Janda Nayara

A autônoma Elivânia Pereira Nascimento, 27, saiu do setor Orlando de Morais na tarde de ontem para buscar atendimento de urgência para filha, Evilynn Cristina Alves do Nascimentos, de 9 anos, no Centro de Atenção Integrada à Saúde (CAIS) do Setor Urias Magalhães, mas teve que andar mais que o esperado, já que a unidade não possuía nenhum pediatra para fazer o atendimento. A menina é alérgica e com a picada de uma abelha, começou a apresentar inchaço no pé e na perna. Após a primeira resposta negativa, Elivânia seguiu com a criança e a outra filha, Ana Sophia, de apenas 2 meses, para o CAIS de Campinas, onde enfim conseguiu o atendimento.
Poderia ser uma situação esporádica, mas Elivânia, que tem quatro filhos, diz que já acostumou. “É ruim, mas não tenho opção. Não é primeira vez que tenho que andar atrás de vários locais e sei que não será a última, infelizmente.”
Basta visitar alguns CAIS ou CIAMS da capital para perceber que a “saga” dos pacientes atrás de atendimento médico é considerada comum. Não é de hoje que o serviço médico emergencial da cidade apresenta sinais de esgotamento, como já foi publicado em diversas reportagens do POPULAR.
No CAIS de Campinas, faltavam dois dos três clínicos gerais e apenas casos de urgência e emergência, o que se pode entender como riscos de complicações e morte, eram atendidos. O restante era encaminhado para outra unidade com mais médicos disponíveis, ou orientados após a triagem, feita por uma enfermeira, a procurarem Centros de Saúde (postinhos) ou Centros de Saúde da Família.
O CAIS com mais médicos, segundo a diretoria da unidade de Campinas, era a do Setor Cândida de Morais, que possuía dois clínicos gerais e um pediatra e estava com a sala de espera cheia. Uma das pessoas que aguardavam atendimento era a encarregada de acabamento Marilda Florentina Dutra, de 38 anos, que apresentando febre e muita dor no corpo e aguardava ser atendida por um médico, após ter sido orientada no CAIS do Bairro Goiá, a procurar outra unidade. “Já estou sem forças e ainda gasto a restante correndo atrás ou esperando atendimento. Só vou ser atendida aqui porque a enfermeira confirmou que minha febre está bem alta”.
Uma funcionária administrativa do local, que preferiu não se identificar, disse que o “atendimento em julho ainda é considerado tranquilo”. A diretora administrativa, Maria Tomé Ferreira dos Reis, informou que o ideal seriam três clínicos para conseguir atender a demanda com eficiência. “Temos que fazer a classificação de risco para conseguir atender a todos. Cada clínico atende em média 70 pacientes por dia”.
ESTADO GRAVÍSSIMO
Na sala de observação do CAIS Cândida de Morais, que possui quatro leitos, todos estavam ocupados por pacientes, sendo três em estado gravíssimos, que aguardavam a liberação de internação em algum hospital conveniado. A aposentada Maria Rosa da Silva, 65, chegou na unidade na noite de terça-feira e até o início da noite de ontem aguardava vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No diagnóstico, insuficiência cardíaca, com indicação de marca passo. Segundo uma enfermeira, que também não quis se identificar, ela não poderia estar ali, já que poderia ter uma parada cardíaca e necessitar de reanimação. “Se isso acontecer, não temos nem espaço entre as macas para reanimá-la”, conta, indignada.
A paciente diz que se sente ainda mais fragilizada com a situação. “Estou nessa correria desde que descobri que tenho problemas no coração. A indicação do marca-passo só veio quando cheguei aqui, já com falta de ar e muito cansaço”, conta.
Do lado de Maria Rosa, um paciente com insuficiência renal, cirrose, diabetes, hipertensão e lesões necróticas. “Fazemos o que podemos, mas não faltam só médicos, falta enfermeiros, falta remédio para dores fortes, pomada para fazer os curativos. É difícil trabalhar assim”, revela a enfermeira.
Se algum paciente com necessidade de sutura chegasse ao CAIS do Cândida de Morais ontem, também precisaria ser encaminhado para outro local, independente da gravidade. A sala destinada para os médicos fazerem os pontos cirúrgicos estava sendo utilizada como isolamento para um paciente com suspeita de tuberculose.
SEM LOTAÇÃO
A última unidade visitada pela reportagem, o CAIS do Bairro Goiá, não estava com muitos pacientes na sala de espera. A diretora geral informou que dois pediatras e um clínico geral estavam presentes. “Vamos atendendo os casos mais graves. Os considerados mais simples, como pacientes com dores, são orientados a buscarem outro local. É preciso fazer esse manejo, assim o médico vai atendendo na medida do possível, priorizando os que apresentam risco eminente”.
Uma senhora de 67 anos, que preferiu não se identificar, aguardava o marido, de 65, que estava na sala de observação. Já era a segunda unidade do dia. Segundo ela, o marido que precisa de cirurgia para retirada de vários nódulos na virilha, coluna e ombros, estava com muitas dores e no primeiro centro não conseguiu atendimento. “Trouxe ele para cá e só agora a tarde eles aplicaram remédio para dor. Agora ele aguarda liberação para cirurgia e biópsia”.

SMS reclama de paciente de outros municípios

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) possui hoje, sob sua administração, 22 Centros de Saúde, 63 Centros de Saúde da Família com 183 equipes e 14 CAIS/CIAMS, mas admite o déficit de médicos.
O diretor de Atenção à Saúde da SMS, Sandro Rodrigues, afirma que os CAIS ou CIAMS são e sempre foram destinados ao serviço de urgência e emergência e que muitos pacientes não se enquadram neste atendimento e por isso são encaminhados para outros locais. “O nosso maior problema é que cerca de 40% a 50% da demanda destas unidades são de pacientes de outras cidades, que deveriam buscar atendimento por lá. Muitos tentam se enquadrar na urgência para ter atendimento rápido, mas podem aguardar pelo agendamento”.
De acordo com a SMS, um levantamento constatou que 60% das pessoas que buscam atendimento em CAIS e CIAMS, não são casos de urgência ou emergência.
Segundo a assessoria de imprensa da pasta, foram contratados em 2013, 860 novos médicos. Destes, 398 já haviam deixado o cargo por motivos pessoais. Outros 168 médicos concursados foram convocados, faltando apenas a entrega de documentação para posse. 188 ainda aguardam convocação.
Ainda de acordo com a assessoria, todos os pacientes graves que continuam nas unidades já tinham pedido de internação solicitado e aguardavam por vaga em unidade conveniada. No caso do pediatra do CAIS Urias Magalhães, eles informaram que realmente ocorreu a falta e que a profissional já havia justificado à direção da unidade.
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Artigo – As mazelas na saúde pública

Há alguns anos, quando a inflação era considerada o maior mal da nação, distante da segurança, saúde, transporte enfim, o então poderoso ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto afirmou que a explosão inflacionária daquele referido mês era culpa do chuchu, o legume. A afirmação foi contextualizada num universo de economia em franca desordem. Déficit público nas alturas, balança de pagamentos negativa, e o chuchu é que foi responsabilizado pela inflação.
Pois bem. Em 2013, a história se repete. A diferença é que a culpa agora recai sobre o médico, um profissional de carne e osso, eleito como o chuchu da vez pela presidente Dilma e seus ministros, em especial, o médico Alexandre Padilha (Saúde) e o economista Aloizio Mercadante (Educação), justo eles, os verdadeiros culpados pelas mazelas da saúde pública brasileira.
Os médicos brasileiros trabalham nas unidades de saúde tétricas, sem a menor condição de infraestrutura, material humano, superlotação, deficiência de servidores do corpo clínico e administrativo, carência de insumos como gase estéril, agulha descartável e ainda, exames de qualquer natureza. Uma tomografia demora até seis meses para ser concluída e levada de retorno ao médico.
Recentemente, o governo editou uma medida provisória de cunho duvidoso sob a ótica constitucional que obriga os estudantes de Medicina, a partir de 2015, a prestar serviço civil obrigatório aos moldes de Cuba por um período de dois anos após a conclusão da graduação de seis anos, se quiserem obter o registro definitivo junto ao Conselho Regional de Medicina.
Como se não bastasse, após uma árdua luta de 11 anos, inúmeras discussões e audiências públicas, o projeto da Lei do Ato Médico foi enviado à presidência e, para surpresa geral, um projeto bastante enxuto com suas obrigações, atribuições e direitos claramente estabelecidos sofreu no ato da sanção nada menos que 10 vetos.
A Lei 12.842/2013 que originariamente tinha apenas 8 artigos, 36 incisos e 3 parágrafos, foi contemplada com esse emaranhado de vetos. Difícil imaginar, em um país democrático, que um projeto de lei tramite pelos corredores do legislativo durante mais de uma década e, no ato da sanção, o governo com meia dúzia de ministros se sinta na liberdade de suprimir aquilo que foi arduamente conquistado e debatido.
É certo que essa lei deveria vir imediatamente após a promulgação da Lei 3.268/57 que dispõe sobre os Conselhos de Medicina. É sabido e notório que as profissões que se sentiram prejudicadas com a Lei do Ato Médico, e inclusive protestaram contra sua sanção integral, são profissões mais novas do que a medicina. Mas fizeram sua regulamentação ao tempo certo e por isso, a posição das mesmas é sobremaneira mais confortável.

João Bosco Araújo Ribeiro é advogado especialista em Direito Médico e Hospitalar
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Cartas dos Leitores – Saúde em Goiânia
Em resposta à carta de Cláudio Tavares, diretor do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle da Secretaria de Saúde de Goiânia, quero pontuar que, desde o início da atual gestão a Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem priorizado o processo de descentralização das ações e serviços de saúde, com o objetivo de otimizar o atendimento da população do interior do Estado.
Todas as propostas que a secretaria tem desenvolvido são para cobrir um lapso de tempo em que o Estado deixou de fazer investimentos necessários. Mais de R$ 54 milhões foram aplicados em nove hospitais no interior, por meio do Plano de Fortalecimento da Atenção Hospitalar Regionalizada, localizados em importantes pólos.
O governo estadual também complementa o valor de serviços de até 114 leitos de UTI na rede conveniada de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Outro projeto em andamento são os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs). Nesse sentido, considero improvável que um único estabelecimento estadual, como o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), supra as carências e a falta de organização da rede de atenção primária e secundária.
Os municípios precisam investir em suas unidades básicas e na plena instalação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Também não se pode questionar, para justificar a precariedade da saúde básica em Goiânia e região metropolitana, uma pactuação feita em 2010.
O Hugo tem seu perfil definido: o atendimento ao trauma, em pacientes de qualquer faixa etária, especializado em média e alta complexidade em urgência e emergência, clínica cirúrgica e clínica médica. A unidade tem sua capacidade instalada e não pode ser a solução para todos os casos de urgência e emergência do Estado.
O que toda sociedade pode e deve fazer é cobrar do governo federal investimentos que permitam pagar melhor a rede conveniada por serviços de saúde, irrisoriamente cobertos por uma defasada tabela SUS.
Maria Cecília Martins Brito
Superintendente de Gerenciamento das Unidades Assistenciais de Saúde da SES-GO
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Inscritos no Mais Médicos superam total de vagas

Brasília – Até esta quarta-feira, o número de inscritos no programa Mais Médicos do governo federal, que pretende levar profissionais para cidades do interior do País, já tinha superado o número de vagas oferecidas, que é de 10,4 mil, chegando a 11,7 mil candidatos. O número acima do esperado pelo Ministério da Saúde levou o ministro Alexandre Padilha a determinar que a Ouvidoria do órgão telefone a todos os candidatos que já têm algum outro tipo de vínculo empregatício para checar a veracidade do interesse pelo programa.
Segundo Padilha, a suspeita surgiu há uma semana, quando o ministério começou a receber denúncias de que médicos estariam se organizando pelas redes sociais para fazer inscrições mesmo sem interesse e depois desistirem do posto, apenas para perturbar o processo. O ministro pediu que a Polícia Federal acompanhe a movimentação.
A PF, no entanto, afirma que o pedido – que precisa ser feito do Ministério da Saúde para o Ministério da Justiça – ainda não chegou, mas como vários consultas foram feitas, os policiais estariam monitorando as inscrições. “Desde segunda, o Ministério da Saúde, através da sua Ouvidoria, está ligando para médicos que se pré-inscreveram e que já têm outros vínculos, como residência médica, para perguntar se realmente querem participar do programa”, explicou Padilha. “Estamos estimulando os médicos brasileiros a participar do programa, mas não queremos ninguém que esteja fazendo qualquer tipo de sabotagem para atrasar um programa tão sério que visa oferecer médicos para a população brasileira.”
O ministério pretende pagar salários de R$ 10 mil. E colocá-los em cidades que hoje têm vagas sobrando e não conseguem contratar ninguém. As prioridades são cidades do interior – hoje 700 municípios não possuem nenhum médico – e as periferias das grandes cidades, onde há infraestrutura mas não há profissionais.
A prioridade é para profissionais brasileiros interessados no programa, mas o governo prevê a contratação de estrangeiros para suprir as vagas não preenchidas por médicos nacionais, sem a necessidade de validação do diploma. Os estrangeiros fariam um curso simplificado de adaptação para que pudessem trabalhar apenas nos locais indicados pelo governo brasileiro.
O programa enfrenta enorme resistência da classe médica, contrária especialmente à contratação de estrangeiros. Apesar do Brasil ter apenas 1,8 médicos para cada mil habitantes – e a maioria concentrados nas regiões sul e sudeste – alega que o problema da saúde no País é infraestrutura e não falta de profissionais especializados.
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O HOJE

‘Mais Médicos’ já tem 11 mil inscritos
Na primeira semana após abertas vagas de programa federal, procura foi alta de profissionais e também de cidades, que já somam 753 em todo o País

O Programa Mais Médicos registra em sua primeira semana 11.701 médicos e 753 municípios inscritos. Do total de profissionais que deram início ao cadastro, 9.366 se formaram no Brasil e 2.335 no exterior, 10.786 são de nacionalidade brasileira e 915 estrangeiros. Lançado pela presidenta da República Dilma Rousseff na semana passada, o programa ampliará a presença de médicos em regiões carentes, como municípios do interior e periferias de grandes cidades.
As inscrições para o Mais Médicos não se encerraram e seguem até 25 de julho e podem ser feitas pelo site do Ministério da Saúde, www.saude.gov.br. Os médicos participantes receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, ajuda de custo e farão especialização em Atenção Básica. O programa integra um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde, além da chamada de médicos com foco nas regiões de maior vulnerabilidade social. A iniciativa prevê ainda a expansão do número de vagas de medicina e de residência, o aprimoramento da formação médica no Brasil e a chamada imediata de médicos com foco nos municípios de maior vulnerabilidade social e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que os municípios ao se inscreverem devem indicar a unidade de saúde em que há falta de médicos na região. “Estamos acompanhando diariamente as inscrições de médicos e municípios. Temos um cadastro que mostra a infraestrutura das unidades básicas de saúde e, além de checarmos isso, os municípios tem que aderir aos programas do Ministério da Saúde para melhorar sua infraestrutura”, afirma.
Denúncias apuradas
Para verificar o real interesse dos médicos em participar da iniciativa, a Ouvidoria do Sistema Único de Saúde entrará em contato com os profissionais que já se inscreveram no programa e que apresentem inconsistência no cadastro. A medida foi tomada após o Ministério receber uma série de denúncias relatando que grupos têm utilizado as redes sociais para disseminar propostas para inviabilizar e atrasar a implementação da chamada de profissionais. A ideia destes grupos seria gerar um alto número de inscrições formais e, posteriormente, provocar uma desistência em massa, prejudicando os reais interessados na participação da iniciativa. Diante das denúncias, o Ministério da Saúde já pediu o acompanhamento pela Polícia Federal das inscrições no programa.
Os médicos formados no Brasil ou com diplomas validados no país terão prioridade nas vagas do programa. As que não forem preenchidas por estes profissionais serão oferecidas aos estrangeiros inscritos na iniciativa. Só serão selecionados médicos que atuam em países que tenham mais de 1,8 médicos por mil habitantes, com registro comprovado naquele país e que tenham conhecimento da língua portuguesa. Os participantes serão acompanhados por instituições públicas de ensino. (Ministério da Saúde)

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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação