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DIÁRIO DA MANHÃ
Médicos cruzam os braços
Atendimentos eletivos serão interrompidos. Cerca de 7 mil profissionais irão acompanhar manifesto. Somente atendimentos de emergência serão realizados
MARCELO TAVARES
O Programa Mais Médico, que irá trazer profissionais do exterior para trabalhar no País e que alterou o curso de Medicina, obrigando os estudantes a realizarem estágio no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como o veto da presidenta Dilma Rousseff a alguns trechos do Ato Médico, que restringia algumas atividades de saúde privativamente aos médicos, têm causado um grande atrito entre o governo federal e a categoria médica. O resultado disso é que os profissionais, contrariados com as medidas, marcaram para hoje uma paralisação suspendendo os atendimentos pelo SUS. Somente os casos de urgência e emergência serão mantidos. Consultas eletivas, pelo menos as marcadas nos hospitais mantidos pelo Estado, estão sendo reagendadas para outros dias. Novas paralisações podem acontecer e já têm datas pré-agendadas.
A paralisação no Estado, que deve fazer com que cerca de sete mil profissionais interrompam suas atividades, faz parte de um movimento nacional, que também irá suspender os atendimentos pelo SUS em todo País. As entidades não têm um número de usuários que serão afetados. Segundo o Conselho Regional de Medicina (Cremego), é impossível fazer a estimativa. Em Goiás, a paralisação é coordenada pelo Comitê das Entidades Médicas (Cemeg), formado pelo Conselho Regional de Medicina (Cremego), Associação Médica de Goiás (AMG) e Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego).
De acordo com o presidente da Associação Médica de Goiás (AMG), Rui Gilberto Ferreira, serão paralisados os atendimentos nos Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais), Hospital das Clínicas (HC), Hospital Geral de Goiânia (HGG), Maternidade Dona Iris, Hospital Materno Infantil (HMI), além dos atendimentos em hospitais particulares que têm credenciamento junto ao SUS, como a Santa Casa de Misericórdia e Hospital Araújo Jorge. Os atendimentos em perícias médicas, como os da Previdência Social e juntas médicas, também serão interrompidos. “Muitos médicos que atendem em clínicas, pelos planos de saúde, por extensão, também podem parar os serviços. Por isso, é indicado que o usuário confirme a consulta antes de se dirigir ao consultório”, alerta Rui Gilberto.
O presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, ressalta que a paralisação é contra as ações do governo federal e não contra a população. “Pelo contrário, os médicos estão lutando por melhores condições de atendimento à população”, diz. Conforme Rodrigues, a expectativa com essas manifestações é forçar com que o governo modifique suas ações contra a categoria médica e reflua das últimas medidas. “Essa MP 621 (que criou o Programa Mais Médico) agride o médico e desprotege a população. A medida é ilegal e inconstitucional. O Conselho Federal de Medicina (CFM) já entrou com uma ação civil pública para suspender a continuidade do programa Mais Médico e a OAB irá entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade”, explicou Salomão.
Para o presidente do Cremego, a medida provisória, editada pela presidenta Dilma, está cheia de erros e não soluciona “o caos na saúde pública. “A presidenta criou uma comissão de técnicos que envolvia médicos, profissionais do Ministério da Saúde e da Educação para estudar a interiorização da saúde e deu um prazo de 60 dias para que ela apresentasse propostas de melhorias, no entanto, 15 dias após a instalação da comissão, ela (Dilma Rousseff) editou a MP 621, sem falar nada com ninguém, um total desrespeito ao grupo de estudo montado”, pontuou.
Entre os erros citados por Salomão no Programa Mais Médico está a contratação de médicos sem que eles passem pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida), como é previsto na Lei de Diretrizes e Bases de Educação (LDB). “Conforme a LDB, todo profissional formado no exterior deve revalidar o diploma. Nesse programa, o governo federal coloca profissionais para atendimento na saúde sem saber qual é a sua qualificação”, ressaltou o presidente do Cremego.
Além disso, outros erros citados por Salomão estão no fato de os profissionais do exterior serem dispensados de demonstrar proficiência na língua portuguesa, um dos critérios para aprovação no Revalida; e a questão dos médicos não serem contratados, portanto, receberão uma bolsa, sem o pagamentos de direitos trabalhistas, como férias e décimo terceiro salário. “Médicos do SUS devem ser admitidos por meio de concurso”, sublinha Salomão.
Por último, Salomão voltou a criticar o aumento da duração do curso de Medicina e a obrigação de que estudantes de Medicina, para terem o diploma, serem obrigados a realizar estágio de dois anos no SUS. “Os estudantes estarão em um limbo quando forem trabalhar para o governo federal. Eles não serão acadêmicos porque não terão mais um professor e também não serão médicos porque não terão a liberdade para o exercício profissional. Isso é servidão, algo que não existe desde que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. O estudante irá receber uma bolsa, mas por um trabalho que será obrigado”, explicou Salomão Rodrigues.
Apesar da população ser a mais prejudicada nesse embate entre governo e médicos, já que, fora os atendimentos de emergência e urgência, nenhum outro atendimento eletivo será realizado, a justificativa do presidente do Simego, Rafael Martinez, do Cremego, Salomão Rodrigues, e da AMG, Rui Gilberto Ferreira é que a luta da classe é contra as arbitrariedades do governo federal e jamais deve prejudicar a população. “Os médicos estão defendendo a sociedade e uma saúde pública de qualidade”, afirma o presidente da AMG, Rui Gilberto Ferreira. “Só estamos paralisando os atendimentos que são passíveis de serem adiados, sem risco ao paciente. As emergências estarão funcionando e os usuários serão atendidos normalmente, com todo o cuidado que é necessário”, completa Salomão Rodrigues.
Caso o governo federal não se sensibilize com as reivindicações dos médicos, novas paralisações já estão marcadas. A próxima, inclusive, tem previsão de interrupção dos serviços por 48 horas. Esta próxima manifestação, que também será nacional, está marcada para os dias 30 e 31 de julho, já na próxima semana.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), em nota de esclarecimento encaminhada à imprensa, a paralisação dos médicos de hoje e dos dias 30 e 31 de julho não irá prejudicar o atendimento nos hospitais da rede própria da SES. “Nas unidades sob gestão da SES, as urgências e emergências funcionarão normalmente, e as consultas eletivas estão sendo reagendadas”, informou o documento. (Confira no box as informações sobre cada unidade). Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde disse não ter um posicionamento sobre a paralisação e que precisava ver o grau na interrupção dos serviços para definir medidas para amenizar a situação para os usuários que precisassem de atendimento eletivo na rede municipal de saúde.
Como fica o atendimento em hospitais públicos
Hospital Materno Infantil (HMI) – os médicos do Pronto Socorro de Pediatria e do Pronto Socorro da Mulher vão trabalhar normalmente. As consultas ambulatoriais de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia estão sendo remarcadas.
Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) – o plantão estará normal nesta terça-feira, 23. Todos os 25 médicos confirmaram presença.
Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) – terá o atendimento normalizado. Já os eletivos já estão sendo reagendados.
Hospital de Urgências Henrique Santillo (Huana) – também terá o atendimento de Urgência e Emergência normalizado.
Hospital de Urgências Região Sudoeste (Hurso) – não houve comunicado formal dos médicos informando adesão à paralisação, por isso a assistência não será afetada e os atendimentos acontecerão normalmente.
Hospital Alberto Rassi (HGG) – alguns atendimentos eletivos serão reagendados em virtude da paralisação, já outros terão atendimento normal.
Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) – o atendimento de emergência e de dermatologia será normal. Haverá paralisação dos médicos que atendem no Ambulatório da unidade. Os médicos infectologistas prestarão o chamado atendimento de porta fechada, quando há somente a prescrição de receitas para pacientes que já fazem tratamento no hospital. Nos casos de consultas iniciais ou entrega de exames, estão sendo feitos reagendamentos.
Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER) – já providenciou a suspensão das consultas e cirurgias eletivas. Os agendamentos suspensos já estão em processo de remarcação pelo Serviço de Atendimento ao Cliente da unidade.
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Saúde na UTI: faltam médicos na UPA
“Todo hospital falta médico, é normal”, diz uma médica da unidade de saúde
ELPIDES CARVALHO
Descaso, demora no atendimento, falta de respeito, sarcasmo, má gestão hospitalar e ausência de médicos para trabalhar foi o cenário encontrado pela reportagem do Diário da Manhã, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida de Goiânia, durante toda a tarde de ontem. O hospital possui estrutura, mas carece de profissionais da saúde comprometidos com o contribuinte. No local, o absurdo prevalece, duas crianças enfermas e uma mãe desolada tendo que assistir apenas um dos filhos ser atendido, enquanto o outro talvez espere silenciosamente a morte chegar. O segundo caso, uma mulher espera desde o último sábado (20), raspagem no corpo após se envolver num acidente de moto.
Neste contexto, no momento em que a reportagem do DM conversava com pacientes que aguardavam atendimento emergencial, foi constatado que não havia médicos pediatras e clínicos gerais trabalhando no período. Muitas pessoas afirmaram que estavam no local, a cerca de três a quatro horas esperando a ação médica. A maioria tinha que se locomover para outros centros de urgências distantes dali e alguns sem condições para isso.
A vendedora Fabrícia Fonseca, 28 anos, que estava com a filha disse estar esperando há mais de duas horas para receber tratamento de emergência e foi informada que tinha que se dirigir para outra unidade de saúde. “É um absurdo um negócio desses. Fico aguardando esse tempo todo e a mulher (funcionária do hospital) diz que não tem médico para atender minha filha. Agora para onde vou com essa criança (filha) e sem condições?”, interroga.
A dona de casa Juliana Sebastiana de França, 26 anos, segurando um filho no colo, e segundo ela, com febre de 39 graus e outro com crise de bronquite procurou atendimento emergencial para ambas as crianças, no UPA, mas recebeu a informação que apenas um poderia ser consultado. “Eles disseram que é por causa da prioridade da doença e como só tem um pediatra, o médico só atenderia os casos mais graves. Dor não espera prioridade e a boa vontade deles, aqui (UPA) sempre faltam médicos para as crianças, é um descaso com a gente”, indignada com o péssimo atendimento recebido.
Outra paciente que esperava atendimento no local, Camilla Lourrany dos Santos Teixeira, 24 anos, disse que sofreu acidente de moto, próximo à cidade de Cezarina de Goiás, na BR-060, e desde sábado passado (20), procura atendimento de saúde digno. “Em Cezarina não pude ser atendida, pois não havia médicos, vim para Goiânia e fui direto para o Cais do Bairro Colina Azul, mas também não têm profissionais, agora chego ao UPA e também não encontro médico atendendo”, reclama a contribuinte, que disse ainda ter passando no Huapa de Aparecida, mas como não tinha encaminhamento foi negado pela recepção.
A reportagem do DM também sentiu a falta de humanização do hospital, principalmente, quando foi recebida pela diretora-geral do UPA, Caroline Lopes, em busca de resposta para o péssimo atendimento da unidade de saúde. Segundo a gestora, quatro clínicos gerais e dois pediatras trabalham diariamente no plantão do local, mas que a demanda na recepção de crianças tinha aumentado porque um profissional tinha faltado.
No entanto, a diretora Caroline não explicou a falta de clínicos gerais trabalhando durante toda à tarde de ontem, tempo em que a equipe do DM permaneceu no hospital. Nesta premissa, ela também não demonstrou agilidade para resolver o problema e continuou recortando papeis em sua sala, assim, como a reportagem a encontrou desde o início.
Segundo Adriana Silva, médica do UPA, a falta de médicos para atendimento na saúde pública é normal. “Todo hospital falta médico”, diz. O DM tentou ainda, no fim da tarde, conversar por telefone com a Secretaria de Saúde Municipal de Aparecida para comentar o descaso, mas não houve contato, mesmo com diversas tentaivas.
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JORNAL OPÇÃO
Médicos goianos não vão atender pelo SUS durante 24 horas nesta terça, 23
Protesto faz parte da agenda de manifestações da categoria contra os vetos ao projeto do Ato Médico e o anúncio do programa Mais Médicos
Ketllyn Fernandes
Médicos de todo o país afirmam que os atendimentos eletivos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão suspensos durante 24 horas nesta terça-feira (23/7) em protesto aos vetos presidenciais ao chamado Ato Médico, que regulamenta a profissão, e ao programa Mais Médicos, que dentre os pontos polêmicos aumenta o tempo de curso em dois ano para obtenção do diploma e a obrigação de atuar na rede pública. Os médicos brasileiros também são contrários à importação de médicos sem que realizem o teste de revalidação do diploma, exigido desde 2011.
O cronograma de protestos em âmbito nacional segue nos dias 30 e 31 próximos, datas em que a categoria também pretende suspender os atendimentos pelo SUS. Além das unidades públicas, a paralisação abrange os atendimentos prestados pela rede privada conveniada. Apenas os casos de urgência e emergência, como transplantes, atendimento a pacientes internados e plantões em UTIs serão mantidos.
Em Goiás, o ato contará com manifesto da classe médica a partir das 10h em frente ao Hospital das Clínicas, na Avenida 1ª Avenida, no Setor Universitário. A escolha da unidade como concentração do protesto objetiva, segundo o presidente do Cremego, Salomão Rodrigues, esclarecer a população quanto “aos riscos que as medidas do governo federal representam para a saúde pública e como comprometem o exercício da medicina.”
A coordenação do protesto goiano é feita pelo Comitê das Entidades Médicas, o Cemeg, composto pelo Cremego, pela AMG e pelo Simego.
Esta será a terceira manifestação a que os médicos goianos aderem desde os recentes anúncios feitos pelo governo federal que atingem a categoria. O primeiro foi no dia 3 e o segundo na última quinta-feira, 18. Nestes, não houve a paralisação dos atendimentos pelo SUS, apenas passeatas pacíficas.
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PORTAL G1
Médicos vão parar atendimento pelo SUS nesta terça-feira em Goiás
Eles prometem manter apenas serviços de urgência e emergência.
Ato contra a vinda de profissionais estrangeiros está marcado para as 10h.
Médicos e residentes vão suspender o atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) nesta terça-feira (23) em todo o país. A paralisação, por um período de 24 horas, deve atingir todo o estado de Goiás. Serão mantidos apenas os serviços de urgência e emergência nos hospitais.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho, o objetivo é questionar medidas que estão sendo tomadas pelo governo federal. “Nossa luta não visa prejudicar a população, mas é contra a falta de gestão correta. Os governantes querem que os pacientes pensem que a culpa pelo caos na área da saúde é da categoria, e não é bem assim”, afirmou.
Entre as bandeiras defendidas pelo movimento no estado, que tem a participação do Cremego, Associação Médica de Goiás (AMG) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), está a derrubada do veto da presidente Dilma (PT) ao Ato Médico, que regulamenta o exercício da medicina, e contra o programa “Mais Médicos”, que prevê a contratação de profissionais formados no exterior, sem a revalidação dos seus diplomas no país.
“Com essas propostas, o governo está cometendo um crime contra a medicina. Eles precisam investir no setor, dar qualidade de trabalho, pois não faltam médicos e, sim, estrutura para atendimento”, garante Filho.
Uma manifestação com a presença de médicos, residentes e estudantes está prevista para esta terça-feira, às 10h, nas imediações do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia.
Recomendações
Durante a paralisação estarão suspensos os atendimentos eletivos pelo SUS em unidades públicas federais, estaduais e municipais. Também não serão realizados procedimentos em unidades conveniadas (Santas Casas, Hospital Araújo Jorge e demais hospitais) e perícias médicas no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e juntas médicas.
As pessoas que têm exames marcados, que não são de urgência, não serão atendidas. “Os pacientes podem buscar informações nos próprios locais para saber qual o procedimento para o agendamento de uma nova data”, explicou o presidente do Cremego.
Os médicos continuarão realizando os atendimentos de urgência e emergência, plantões em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e transplantes. “Não queremos prejudicar quem precisa de maneira alguma, por isso, até mesmo um transplante de rim que está previsto para o Hospital Geral de Goiânia (HGG) será mantido”, concluiu Filho.
Outro protesto
No último dia 3 de julho cerca de mil médicos participaram de uma manifestação em favor da categoria, em Goiânia. O ato, segundo eles, foi realizado em defesa da saúde pública do país.
Na ocasião, os profissionais se posicionaram a proposta do governo federal de "importar" médicos estrangeiros para atuar no país sem que esses profissionais sejam submetidos ao exame de validação do diploma. A categoria também reivindicou a sanção sem vetos do Ato Médico.
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A REDAÇÃO
Médicos vão suspender atendimento pelo SUS nesta terça-feira
Goiânia – Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para os problemas vivenciados no sistema de saúde brasileiro, médicos e residentes de todo o país vão suspender os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nesta terça-feira (23/7).
Segundo o Conselho Regional de Medicina (Cremego), a paralisação deve durar 24 horas e vai atingir todos os atendimentos eletivos prestados em unidades da rede pública e em serviços privados conveniados, perícias e juntas médicas.
Ainda segundo o conselho, serão mantidos apenas os atendimentos a casos de urgência e emergência, transplantes, assistência a pacientes internados, plantões em UTI e regulação de urgências.
Os médicos lutam contra o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) ao projeto de lei que regulamenta o exercício da medicina e contra o programa “Mais Médicos”, que prevê medidas como a contratação de médicos formados no exterior sem a revalidação de seus diplomas e mudanças no curso de medicina, inclusive com a criação de um estágio obrigatório de dois anos no SUS.
Em Goiás, a paralisação é coordenada pelo Comitê das Entidades Médicas (Cemeg), formado pelo Cremego, Associação Médica de Goiás (AMG) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego). O presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, ressalta que a paralisação é contra as ações do Governo Federal e não contra a população.
Manifestação
Conforme está previsto, uma manifestação será realizada às 9h30 desta terça-feira (23), em frente ao Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás por médicos, residentes e acadêmicos.
O objetivo, segundo o Cemeg, que organiza o protesto, é orientar a população sobre os riscos que as recentes medidas do Governo Federal representam para a saúde pública e como comprometem o exercício da medicina. Nos dias 30 e 31, os médicos farão outra paralisação.
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O HOJE
Paralisação dos médicos deve afetar atendimentos marcados no SUS
A paralisação de 24 horas deve ocorrer nesta terça-feira, quando deve haver também protesto no HC. A manifestação decorre contra medidas anunciadas pelo Governo Federal
Elvis Marques
Um novo protesto dos médicos, que promete durar 24 horas, está programado para esta terça-feira (22). A paralisação deve afetar unidades de saúde municipais, estaduais e federais. A manifestação deve atingir atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), agendados para esta terça-feira, que devem ser suspensos. A informação é do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego).
Com a manifestação dos trabalhadores da saúde, os atendimentos eletivos pelo SUS em serviços conveniados e perícias médicas devem ser suspensos. Já os atendimentos de urgência e de emergência, pacientes internados, os plantões em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), serviços de regulação de urgências e transplantes de órgãos devem continuar com atendimento regular.
Justificativa
“A paralisação é nacional e faz parte dos protestos da classe médica contra os vetos da presidente Dilma Rousseff (PT) ao projeto de lei que regulamenta o exercício da medicina e contra o programa “Mais Médicos”, que prevê medidas como a contratação de médicos formados no exterior sem a revalidação de seus diplomas e mudanças no curso de medicina, inclusive com a criação de um estágio obrigatório de dois anos no SUS“, explica a assessoria da Cremego.
Conforme informações do Cremego, um protesto na porta do Hospital das Clínicas (HC), agendado para as 10 horas, deve ocorrer nesta manhã de terça-feira. No estado, o protesto é comandado pelo Comitê das Entidades Médicas (Cemeg), formado pelo Cremego, Associação Médica de Goiás (AMG) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego).
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O POPULAR
Mais Médicos
Médicos protestam contra programa do governo federal
A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) informa que médicos de pelo menos 12 estados vão fazer hoje (23) manifestações contra o Programa Mais Médicos. Segundo a entidade, haverá também paralisação no atendimento. As atitudes também são uma reação aos vetos da presidenta Dilma Rousseff ao projeto de lei que regulamenta a medicina, conhecido como Ato Médico.
Os médicos da Bahia adiantam que vai haver paralisação do atendimento nas redes pública e privada. Profissionais do Distrito Federal vão usar preto, como forma de demonstrar luto, e farão uma operação padrão no atendimento nas redes pública e privada.
Os sindicatos de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, do Paraná e do Rio Grande do Norte anunciaram que vão aderir à paralisação. No Piauí, os médicos decidiram manter o atendimento, mas, para demonstrar a insatisfação com as medidas do governo, vão usar um adesivo com os dizeres “Orgulho de ser médico!”.
O Programa Mais Médicos prevê a contratação de profissionais estrangeiros para trabalhar nas periferias e no interior do país, além de obrigar estudantes de medicina a atuar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de 2015.
Além de diversas manifestações por todo o país, em reação às recentes medidas do governo, os médicos abandonaram as comissões técnicas federais, que discutem soluções para problemas relacionados à saúde. O Conselho Federal de Medicina ainda entrou com uma ação civil pública na sexta-feira (19) contra a União, representada pelos ministérios da Saúde e da Educação, para suspender o Programa Mais Médicos
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Artigo – Governantes, médicos e povo
O governo brasileiro e a classe médica vêm travando uma imensa briga que, a rigor, não parece ter nascido da preocupação de cessar o sofrimento de quem necessita dos serviços da saúde pública. Mais parece uma medição de forças, a fim de empurrar um para o outro a responsabilidade da miserável situação do atendimento e das instalações. O que o usuário do SUS sabe é que o atendimento é ruim não só porque os médicos, em sua maioria, são arrogantes (doutor, não seria preciso um exame? Quem é o médico aqui?), mas também porque a estrutura do sistema está sucateada.
Duvido muito que exista alguém que faça parte desse rebanho de carentes, que precisou ir ao médico duas vezes, apenas, e ao menos em uma delas não tenha passado por algum tipo de sofrimento e sensação de descaso.
Essa briga poderá pegar a larga estrada do tempo, e o usuário dos SUS continuar sendo mal atendido, se em vez de ficar nessa de anunciar mais carga horária para estudantes de medicina, contratação de mais médicos (que é bom, mas não será suficiente, em função das outras carências absolutas), o poder público não tratar de investir em plano de carreira para os profissionais da saúde (conforme vêm reclamando) e não exigir deles um profissionalismo mais eficiente do que apenas abaixar a cara enquanto falam com o paciente, fazer-lhe uma ou duas perguntinhas e autorizar prescrições.
É claro que nem todos os médicos entram nessa seara do descaso com o público usuário do SUS e de planos de saúde mais baratos. Mas muitas pessoas passam maus bocados por causa disso. Muitos morrem e um número espantoso continua doente por causa de atendimentos ruins, de falta de leitos, de medicamento que não aparece, de nãos a toda hora, de um tal de volta outro dia.
Recentemente, houve o caso do rapaz que sofreu um acidente de moto e foi para um hospital, depois para outro hospital, saiu, voltou, saiu, em seguida foi encaminhado para um terceiro. Seu problema não foi bem resolvido, recebeu alta e morreu. Não dá para acreditar que os médicos que acusam o governo de querer fazer politicagem com a carreira deles aprovem esse tipo de conduta médica, que parece, sim, fazer parte do sistema.
Não são dois nem três médicos que fazem isso. Todo pobre que necessita do SUS tem sua história para contar sobre essa situação. São muitos em todos os hospitais do País, e as reclamações não são de agora, apenas estão ecoando com mais facilidade por causa das manifestações nas ruas.
O que a saúde pública precisa com urgência é de investimento maciço, todo mundo sabe disso. E é bom começar a oferecer aos médicos os instrumentos de trabalho necessários, além de salário que esteja à altura de quem estudou tanto, para poder cobrar deles com mais autoridade. Precisam, médicos e governantes, cada um fazer sua parte, e seria bom começar por esses dias de tumulto e esperança.
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Cartas dos Leitores
Saúde
Verifica-se por parte das autoridades total descaso com a saúde, educação e o combate à criminalidade. Alegam que não há recursos para saneamento e custeio desse segmento para a população. Mas para custear a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas gastam-se bilhões para construir estádios, que após os eventos serão verdadeiros elefantes brancos. A maioria está sendo edificada e não terá qualquer utilidade, isto porque estão localizados onde não há clubes de futebol de primeiro escalão, como é o caso do Mané Garrincha, em Brasília.
Enquanto isso, pessoas morrem por falta de atendimento médico nos Cais, postos de saúde e hospitais públicos. O que a população pede é o básico, e esse mínimo é negligenciado pelas autoridades municipais, estaduais e federais, as quais se fazem de surdas às reivindicações e vozes das ruas.
Duplanil da Silva – Rio Verde – GO
■ Se o município de Goiânia investe 23% em saúde, este dinheiro está mal empregado, pois o caos nos Cais e Ciams é indubitável. Assumir que faltam 270 médicos na capital é assustador. Ver a situação das unidades de saúde do município nos desespera. A população não está atrás de estatísticas, gráficos, justificativas, mas de ações concretas que minimizem a agonia, espera e o sofrimento de tantos.
É inadmissível alguém querer passar a culpa de uma ineficiência e inoperância a outros. O diretor do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle da Secretaria Municipal de Saúde, Cláudio Tavares, se equivocou quando falou sobre a diminuição de atendimentos do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), cuja sobrecarga mostra o contrário.
Concordo com o diretor quanto a uma gestão tríplice, desde que o município faça a sua parte. Nada adianta termos estruturas físicas sem que elas ofereçam condições mínimas de trabalho – justificativa principal do pedido de demissão de tantos médicos e com certeza do aumento de encaminhamentos para o Hugo.
A ajuda para a saúde nos municípios goianos está mais nas mãos do governo federal do que do Estado. A revolta da classe médica diante das propostas do governo federal para a saúde indica longas discussões e tempo. A importação de médicos somente aumentará os encaminhamento para a capital. Pois onde estes pacientes fariam os seus exames? Realizariam pequenas cirurgias?
O município de Goiânia deveria seguir o exemplo do governo estadual, que está construindo mais um hospital de emergência na região noroeste. Que irá inclusive atender aos encaminhamentos do interior. Reitero. Somos a única capital brasileira onde o município não possui um hospital de emergência e em que, por ironia, o prefeito é médico.
A reformulação da porta de entrada do Hugo e a dita reformulação realizada em 2010 tornam-se mais um ponto de discussão da proposta feita pela Secretaria Estadual de Saúde de ação conjunta entre Estado e município, com o acompanhamento do Ministério Público. Isso para quem sabe surgir um Termo de Ajustamento de Conduta e ações que saiam do campo das justificativas.
Concordo que a saúde não pode ser tratada como um caso de polícia, desde que ela cumpra o seu papel de bem servir à sociedade, inclusive no cumprimento das propostas de campanha, que lamentavelmente não tem ocorrido em Goiânia.
A imprensa não seria tão injusta em expor fatos recorrentes que nos causam comoção, revolta e muita preocupação.
Cleverlan A. do Vale – Setor Bueno – Goiânia
Médicos
Se de fato todos os médicos que se inscreveram no programa do governo forem sérios, a categoria está de parabéns e deixará a população muito segura. Mas se for o contrário, a categoria médica não merecerá o respeito da população e será considerada uma categoria pior que a política que aí está.
Sendo então verdade, terá nosso voto de confiança e estaremos nas ruas para as reivindicações da melhoria da infraestrutura dos hospitais, juntamente com a categoria, pois é tudo que o povo quer. Chega de palhaçada no País.
Ao Conselho Federal de Medicina ficam as nossas súplicas. O povo busca melhorias na saúde e profissionalismo sério.
Deni José de Oliveira – Vila Jaraguá–Goiânia
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Custo de vida
Planos de saúde têm reajuste acima da inflação
Aumento autorizado pela ANS, de 9,04%, vai achatar o orçamento das famílias, dizem economistas
(Ricardo César com Folhapress)
O reajuste anual de até 9,04% nos planos de saúde, autorizado ontem pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vai impactar no custo de vida das famílias. E não será pouco. A avaliação é de economistas e entidades de defesa do consumidor.
O porcentual, aprovado pelo Ministério da Fazenda, é o teto válido para o período entre maio de 2013 e abril de 2014 para os contratos de cerca de 8,4 milhões de beneficiários, o que representa 17,6% dos consumidores de planos de assistência médica no Brasil, segundo informou a agência. No ano passado, o reajuste máximo fora fixado em 7,93%.
Segundo cálculos da ProTeste, associação de defesa do consumidor, os planos de saúde individuais, aqueles contratados diretamente por pessoa física, vão ficar dois pontos porcentuais acima da inflação, após o vencimento de sua data base. “Isso significa achatamento do poder de consumo e impacto no orçamento das famílias”, diz o economista Rubens Corrêia.
Os planos cujo vencimento era previsto para maio, o consumidor terá de pagar a diferença retroativa. Por meio de nota, a ProTeste cobrou a obrigatoriedade de a ANS garantir o interesse público no setor de assistência suplementar à saúde, já que com a precariedade do sistema público, os planos tornaram-se item de primeira necessidade no orçamento familiar.
O presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo em Goiás (Ibedec-GO), Wilson César Rascovit, por sua vez, alerta os consumidores de planos individuais a verificarem, no vencimento da data base de seu plano, o porcentual de reajuste, que não pode ser maior do que o definido pela ANS.
“Principalmente para os maiores de 60 anos. A alteração não pode ser maior do que a autorizada pela ANS. Se isso ocorrer, o consumidor deve recorrer à Justiça e reclamar os seus direitos”, afirma o presidente do Ibedec-GO, Wilson César Raskovit.
CÁLCULO
Para chegar aos 9,04%, ANS informou, por meio de sua assessoria, que leva em consideração a média dos porcentuais de reajuste aplicados pelas operadoras aos planos coletivos com mais de 30 beneficiários.
Em 2013, foi considerado também o impacto de fatores externos, como, por exemplo, a utilização dos 60 novos procedimentos incluídos na lista de Procedimentos e Eventos em Saúde ao longo de 2012. O porcentual máximo de reajuste é o resultado da composição desses fatores.
Em caso de dúvida ou denúncia, os consumidores devem entrar em contato com a ANS por meio do Disque ANS (0800 701 9656); pela Central de Atendimento ao Consumidor, no site da agência; ou pessoalmente, em um dos 12 núcleos da agência existentes no País.
PREÇO
A ANS salienta que o índice de reajuste dos planos não é comparável com índices gerais de preço. “O índice de reajuste é composto pela variação da frequência de utilização de serviços, da incorporação de novas tecnologias e pela variação dos custos de saúde, caracterizando-se como um índice de valor.”
As operadoras não podem aplicar porcentual maior do que o autorizado, mas são livres para adotar índices inferiores ou manter as mensalidades sem reajuste.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação