O HOJE
Fila de obesos mórbidos conta com 500 pacientes
HGG é o único hospital que realiza procedimento bariátrico pelo Sistema Único de Saúde, mas demanda cresce a cada dia
No Hospital Alberto Rassi (HGG), há mais de 500 usuários aguardando na fila de espera para realização de cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por mês são feitas apenas quatro cirurgias dessa especialidade no local. No passado, a situação era ainda pior, pois eram realizados apenas dois procedimentos a cada 30 dias e a fila superava mil pessoas. O problema era ainda maior por falta de profissionais exclusivos e falta de estrutura da unidade de saúde.
No entanto, em maio deste ano o HGG lançou um Programa de Controle e da Cirurgia de Obesidade (PCCO) com o intuito de agilizar a fila e atualizar o cadastro dos pacientes. Além disso, a unidade de saúde ganhou profissionais exclusivos para as cirurgias. Com gestão do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), o programa, executado pelo HGG, ganhou equipe multiprofissional formada por psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, fonoaudiólogos, enfermeiros e nutricionistas, além dos médicos.
Hoje, mais de 20 ex-obesos submetidos à cirurgia de redução de estômago que precisam retirar excesso de pele serão beneficiados pelo mutirão de cirurgia plástica do HGG. O número de operações vai significar uma redução de quase 50% da fila existente para este tipo de procedimento.
Com o mutirão, em uma semana será feita a mesma quantidade de cirurgias que demoraria cerca de seis meses para serem realizadas. Atualmente, aguardam por este procedimento 46 pacientes no HGG. Esta é a terceira edição do mutirão de cirurgias plásticas, que já beneficiou idosos com pálpebras caídas e jovens com orelhas de abano. (26/08/13)
……………………………………………………..
Pré-teste do Revalida é adiado e não tem data definida
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 2.353 concluintes do curso se candidataram, mas apenas 505 confirmaram a participação no estudo
O pré-teste do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), que seria feito no próximo domingo (25) por estudantes brasileiros do sexto ano de medicina, foi adiado e está ainda sem data definida. O motivo é a baixa adesão.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 2.353 concluintes do curso se candidataram, mas apenas 505 confirmaram a participação no estudo. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o baixo número impede que os resultados do pré-teste atinjam o objetivo de subsidiar a subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos em suas decisões.
O Inep diz que continuará o diálogo com as instituições de ensino superior para definir uma nova data para a realização do estudo.
O objetivo do pré-teste é avaliar se o Revalida está dentro das diretrizes curriculares brasileiras. A adesão é voluntária e, em troca, os candidatos recebem um auxílio de R$ 400, como colaboradores eventuais. O pagamento do auxílio foi criticado. Na semana passada, o líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO), protocolou no Ministério Público da União uma representação para impedir o pagamento do auxílio.
Criado em 2011, o Revalida é aplicado uma vez por ano, em duas etapas. A primeira é uma avaliação escrita, composta por uma prova objetiva, com questões de múltipla escolha, e uma discursiva. Na segunda etapa, avaliam-se as habilidades clínicas.
Entram na avaliação conteúdos e competências das cinco áreas de exercício profissional: cirurgia, medicina de família e comunidade, pediatria, ginecologia-obstetrícia e clínica médica. Além disso, o exame estabelece níveis de desempenho esperados para as habilidades específicas de cada área.
Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise da correspondência curricular, seguindo a legislação de revalidação de diplomas prevista no país.
O exame é conhecido pelo alto grau de dificuldade. No ano passado, o índice de aprovação variou entre 6,41% de aprovação entre estudantes bolivianos e 27,27% de aprovação entre os venezuelanos. Os brasileiros com diploma estrangeiro também são obrigados a fazer o exame para trabalhar no país – o índice de aprovação deles no ano passado, 7,5%, foi inferior ao de 2011 (7,89%). (24/08/13)
…………………………………………………..
Com 70 anos, português diz que se inscreveu no Mais Médicos por amor à profissão
Brasileiros formados em outros países também se inscreveram no programa pela oportunidade de voltar ao Brasil
Os profissionais estrangeiros e brasileiros formados no exterior, que começaram a chegar hoje (23) ao Brasil, dizem que aderiram ao programa Mais Médicos pela oportunidade de ampliar a experiência profissional e atender a população que mais precisa. Vários deles desembarcaram no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão-Tom Jobim.
O português Miguel Alpuin, clínico geral, com 70 anos de idade, está entre os médicos mais velhos contratados pelo programa do governo federal para trabalhar no Brasil. Aposentado há seis anos, ao desembarcar no Galeão, ele disse que resolveu voltar à atividade médica atraído pelo desafio do Programa Mais Médicos e pelo amor à profissão. “Com a minha idade, em Portugal já não se pode trabalhar, e este programa é muito interessante, eu não quero parar. Não me sinto com 70 anos. Eu gosto muito de atender doentes”. Ele vai trabalhar em Gaspar, município de Santa Catarina. O critério usado para escolher o local foi o clima “porque me dou muito mal com o calor”. Para ele, a bolsa de R$ 10 mil que vai receber é justa e próxima ao que recebe um médico em Portugal.
Maria Teresa Aguiar, portuguesa de 59 anos, com especialização em medicina geral e familiar, vai para Almirante Tamandaré, no Paraná. Ela declarou que a resposta à polêmica criada pelos médicos brasileiros quanto à vinda de estrangeiros será dada com trabalho. “Tenho seguido atentamente a imprensa acerca desse assunto, penso que eles têm razão para isso, mas tenho certeza que eles vão mudar de opinião quando nos verem a trabalhar”. Ela ressaltou que a motivação pessoal para vir ao Brasil é o desafio profissional.
Brasileiros querem voltar
O brasileiro Márcio Moura, de 37 anos, pediatra, que mora há 20 anos na Europa, formado na Espanha e trabalhando em Portugal, disse que se inscreveu no programa pela oportunidade de voltar ao Brasil. Ele vai para Pirenópolis, em Goiás. “Nós queremos voltar porque são mais de 20 anos na Europa, somos especialistas, nossa família é toda daqui, chega uma hora que dinheiro não é tudo. Nós já temos dinheiro, agora vamos trabalhar em prol da nossa comunidade, dar a nossa contribuição. A vida não é só dinheiro e os colegas brasileiros não precisam ficar preocupados, somos todos competentes, nós não temos medo do Revalida”.
Robson Carmo, também formado na Espanha com especialização em Portugal, vai para Sarandi, no Paraná. Segundo ele, a responsabilidade que terá agora será com a população que vai atender. “Eu e meus colegas temos formação e sabemos o que fazemos. A nossa responsabilidade, com todo o respeito aos colegas, não é com os colegas, não vou tratar a eles. Sou brasileiro e, em 20 anos, nunca tratei um brasileiro, é um sonho pessoal, já não é questão econômica, eu poder tratar a minha população, é essa gente que pode me questionar se eu não fizer um bom trabalho”.
Goiano
Natural de Mineiros, em Goiás, Jeslei Teodoro também trabalhava em Portugal e vai ficar em Bela Vista de Goiás. Para ele, a infraestrutura que vai encontrar não será problema. “Nós sabemos a realidade do país que trabalhamos e também a realidade daqui. Essa questão da infraestrutura, os postos de saúde da minha cidade, Mineiros, que tem 80 mil habitantes, estão muito bem equipados, melhor do que muitos postos da Europa”, disse.
Jeslei voltou da Europa com toda a família, depois de 20 anos, e reitera que não há necessidade de haver divergência com os colegas que atuam no Brasil. “Nó percebemos o lado deles. Eles devem ter os seus motivos para estar contra o projeto, mas, com o tempo de atuação nossa, essa concepção deles vai mudar, até porque eu percebi que a população está nos apoiando e a tendência de quando começarmos a atuar vai ser apoiar mais ainda. Então acho que não há motivo para ter essa divergência, somos todos colegas”.
O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, recebeu os estrangeiros no Rio e disse que o dia de hoje é histórico e deve ser celebrado, pois o país começa a incorporar ao sistema de saúde 1.340 médicos, sendo 244 deles formados no exterior. “Todos eles têm um currículo excelente para exercer a atenção primária, para incorporar com a gente nesse processo, e eu acho que é um dia de saudação, de celebração e de felicidade para o sistema de saúde brasileiro”, disse. (24/08/13)
…………………………………..
Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação