ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
SAÚDE BUSINESS WEB
Mater Dei planeja urgência e emergência inovadora
Com a significativa área de 4 mil m² e estimativa de atender 2 mil pacientes por dia, o PS foi projetado para ter fluxos separados de atendimentos e preservar recursos próximos aos pacientes
Depois de visitar alguns hospitais, estudar alguns modelos de triagem – entre eles o Emergency Severity Index – ESI e o Smart Track – o hospital Mater Dei, de Belo Horizonte (MG), definiu seu próprio serviço de classificação de pacientes a ser inaugurado no Pronto Socorro (PS) da nova unidade Mater Dei Contorno, prevista para operar em março de 2014, com 314 leitos.
Com a significativa área de 4 mil m² e estimativa de atender 2 mil pacientes por dia, o PS foi projetado para ter fluxos separados de atendimentos e preservar recursos como tomógrafos, laboratórios de coletas, entre outros, próximos aos pacientes.
Cinco boxes de triagem estão previstos para fazer o direcionamento dos pacientes às áreas de atendimento – estas divididas pelas cores verde, amarelo e vermelho, que classificam o risco dos pacientes, além de uma área branca destinada exclusivamente para a ortopedia. Sem a estrutura de consultórios, as estações dos médicos também serão no formato de boxes com as ferramentas e equipamentos necessários para o cuidado. De acordo com o diretor técnico do Mater Dei, Sandro Chaves, a meta é alcançar uma espera de apenas 30 minutos até que o paciente, identificado com a cor verde, chegue à porta do médico.
O novo modelo do PS, segundo Chaves, surgiu da oportunidade de implantar do zero diferentes fluxos devido à construção do Mater Dei Contorno e da necessidade de diminuir a pressão de demanda das urgências e emergências de Belo Horizonte. Os investimentos para a construção do Mater Dei Contorno vão girar entre R$ 250 a R$ 350 milhões, segundo o executivo, incluindo financiamento do BNDES. (26/10/13)
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Laboratório implanta drive-thru para entrega de resultados
Ideia do Vital Brazil é manter fidelidade de clientes. Novo sistema permitiu aprimorar atendimento de pacientes presenciais
O Laboratório Vital Brazil, de Campinas (SP), buscando inovar o atendimento e manter a fidelidade dos clientes implementou um sistema de drive-thru para a entrega de exames. A ideia pouco convencional na área de saúde – mas popular em redes de fast food – permite a retirada de resultados de exames, entrega de materiais, guias e outros itens sem sair do carro.
Na sede do laboratório há um amplo espaço para entrada e saída de veículos. O cliente apresenta o número do pedido em uma cabine externa na entrada do prédio, onde recebe o material solicitado. Atílio Andreguetto, diretor administrativo do laboratório, diz que a iniciativa vem de encontro às necessidades das pessoas, que têm cada vez menos tempo a perder.
Por outro lado, diz, a medida melhorou a assistência aos demais pacientes ao acelerar o atendimento presencial convencional. (26/10/13)
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Farmacêuticos podem continuar prescrevendo
Profissionais foram autorizados pelo CFF a receitar analgésicos, antitérmicos, e outros remédios de venda livre
A Justiça Federal negou esta semana o pedido de liminar do Conselho Federal de Medicina (CFM) que pedia a suspensão da resolução nº 586/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que permite aos farmacêuticos prescreverem remédios de venda livre, como analgésicos, antitérmicos e fitoterápicos. Na decisão, o juiz substituto Paulo Cesar Lopes, da 13ª Vara Federal, diz que a resolução não extrapola as atribuições legais definidas para o CFF.
A norma foi publicada em 25 de setembro no Diário Oficial da União. Para o juiz, a prescrição ficou restrita aos casos previstos em programas, protocolos, diretrizes e normas técnicas.
O CFM alega que os medicamentos liberados podem incentivar a automedicação e ser usados para mitigar o tratamento de doenças mais graves. Para o conselho, qualquer tratamento deve ser acompanhado por um médico, e mesmo “uma dor de cabeça pode ser sintoma de um problema mais grave”. (26/10/13)
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TV ANHANGUERA (clique no link para acessar a matéria)
Profissionais da segunda etapa do 'Mais Médicos' chegam para trabalhar em Goiás
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-1edicao/t/edicoes/v/profissionais-da-segunda-etapa-do-mais-medicos-chegam-para-trabalhar-em-goias/2914817/ (26/10/13)
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AGÊNCIA SAÚDE
Mais Médicos: 2.167 estrangeiros chegam aos estados nos próximos dias
Grupo será encaminhado aos municípios onde atuarão a partir de 4 de novembro; com novos médicos, já serão 13 milhões os brasileiros beneficiados pelo programa
Todas as capitais brasileiras recebem, neste fim de semana, os 2.167 médicos estrangeiros que participam da segunda etapa do programa Mais Médicos. Esses médicos atuarão, a partir do dia 4 de novembro, em Unidades Básicas de Saúde de 783 municípios – confira aqui a distribuição destes profissionais por estado.
Este grupo se junta aos 1.499 médicos que já estão atuando em regiões carentes do país, sendo 819 brasileiros e 680 estrangeiros, elevando a cobertura do programa de 5 milhões para 13 milhões de brasileiros.
Todos estes profissionais foram avaliados por três semanas por universidades federais que testaram seus conhecimentos em Língua Portuguesa e nos protocolos de atenção básica do SUS. Do total de participantes, 1.947 foram aprovados, 14 terão mais duas semanas de avaliação e outros 220 realizarão a prova neste sábado.
Esta etapa ocorreu simultaneamente em quatro capitais – Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Vitória. Com exceção destas cidades, onde permanecerão os profissionais que atuarão no Distrito Federal, no Ceará, em Minas Gerais e no Espírito Santo, todas as capitais receberão médicos do programa.
Antes de irem às cidades onde atenderão à população, os médicos estudarão, durante uma semana, os problemas de saúde mais comuns de cada região e conhecerão a rede de saúde daquele estado. Este acolhimento é fundamental para que os médicos saibam a que hospitais, clínicas ou outras unidades de saúde encaminhar pacientes que necessitem de atendimento especializado, como cirurgias. Como previsto na MP que instituiu o programa, os médicos participantes do programa só podem atender nas unidades básicas de saúde da rede pública, que resolvem 80% dos problemas de saúde.
DISTRIBUIÇÃO REGIONAL – A região Nordeste é a mais atendida com os médicos desta etapa do programa, com 928 profissionais. Em seguida vêm o Sudeste (517), o Norte (358), o Sul (244) e o Centro-Oeste (120). Com relação à quantidade de municípios beneficiados, o ranking fica: Nordeste (432), Norte (141), Sudeste (100), Centro-Oeste (36) e Sul (74).
O grupo que chega neste fim de semana às capitais contém os dois mil médicos cubanos que participam do programa Mais Médicos por meio de cooperação entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). Estes profissionais ocuparam vagas que não foram preenchidas por médicos brasileiros ou estrangeiros que aderiram ao edital de chamamento individual.
A distribuição desses profissionais seguiu critérios técnicos, que deram igual prioridade às cidades em que é maior a parcela da população que depende completamente do atendimento ofertado pelo SUS e àquelas com alto percentual da população em situação de pobreza, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
PROGRAMA JÁ SURTE EFEITOS – Só em setembro, foram registradas 320 mil consultas realizadas pelos médicos participantes do programa.
Cada profissional do programa atua 40 horas por semana e realiza, diariamente, entre 20 e 30 consultas nas Unidades Básicas de Saúde, ampliando a capacidade de atendimento nas comunidades, sem necessidade de deslocamento desta população aos grandes centros.
A presença deles nas cidades impacta ainda no acesso aos medicamentos. Neste período, 13,8 mil pacientes retiraram medicamentos das farmácias populares com receitas emitidas por médicos do programa.
REGISTRO PROFISSIONAL – Durante a tramitação da MP, o Congresso Nacional decidiu que cabe ao Ministério da Saúde emitir as autorizações especiais provisórias para que os médicos estrangeiros atuem no Brasil, exclusivamente no âmbito do Mais Médicos.
Nesta semana, já receberam este aval os 680 médicos da primeira fase do programa, entre eles 196 que ainda não tinham obtido registro provisório junto aos conselhos regionais de Medicina. Na segunda etapa, a emissão já ocorrerá diretamente pelo Ministério da Saúde.
Com o documento, os médicos com diplomas do exterior ficam aptos a exercer a Medicina por três anos. Durante este período, não poderão atender em qualquer unidade de saúde que não aquela para que foi designado pelo programa Mais Médicos. Ou seja, o trabalho ocorrerá apenas na atenção básica da rede pública.
SOBRE O PROGRAMA – Lançado em 8 de julho pelo Governo Federal, o Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país.
Os profissionais do programa recebem bolsa de R$ 10 mil por mês e ajuda de custo pagos pelo Ministério da Saúde. Os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos selecionados. Como definido desde o lançamento, os brasileiros têm prioridade no preenchimento dos postos apontados e as vagas remanescentes são oferecidas aos estrangeiros. (26/10/13)
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O POPULAR
Mais Médicos
Cubanos já estão em Goiás
Luziânia, Novo Gama e Planaltina receberão o maior número de médicos estrangeiros desta 2ª etapa
Patrícia Drummond
Novos médicos estrangeiros ou brasileiros com formação no exterior que irão trabalhar na rede básica de atenção à saúde, no Estado, já estão em solo goiano. Eles chegaram ontem de manhã à capital e foram recepcionados, no Hangar José Ludovico de Almeida, no Aeroporto Santa Genoveva, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo secretário municipal de Saúde de Goiânia, Fernando Machado.
Os 57 profissionais – 52 deles cubanos – permanecem na cidade por uma semana – hospedados no Biss Inn Hotel, no Setor Leste Universitário – conhecendo os trâmites do sistema, até serem encaminhados aos 18 municípios (e não 13, como estava previsto na sexta-feira) onde atuarão em unidades públicas. Cinco deles prestarão serviços na capital.
“Nosso objetivo, mês a mês, é atender, até março do ano que vem, toda a demanda dos municípios brasileiros. Em Goiás, em novembro, com mais esse grupo, teremos 150 médicos trabalhando dentro do Programa Mais Médicos, de um total de 481 profissionais solicitados pelos municípios”, afirmou o ministro Alexandre Padilha, em entrevista coletiva, pouco antes da chegada do grupo, trazido de Brasília (DF) por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Os 57 médicos recém-chegados a Goiás participaram, em Brasília, do módulo de acolhimento e avaliação do Programa Mais Médicos, que envolveu um total de 2.180 profissionais, concentrados em outras três capitais – além de Brasília, Fortaleza (CE), Vitória (ES) e Belo Horizonte (MG). A aprovação no curso é condição para a emissão do registro profissional provisório pelo Ministério da Saúde, sem a qual os médicos estrangeiros não podem atuar no Brasil. Goiás já recebeu, em duas etapas do programa, entre os meses de setembro e outubro, 93 profissionais.
EXPECTATIVAS
Na terça-feira, os médicos recém-chegados participam de um encontro promovido pela Secretaria Estadual da Saúde. Neste encontro será ministrada uma palestra sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde no Estado.
Segundo o secretário de Saúde de Goiânia, Fernando Machado, os cinco médicos que atuarão na capital vão trabalhar nas unidades do Programa Saúde da Família (PSF). “O regime de trabalho é de 40 horas e eles vão estar todos os dias nas respectivas unidades de saúde, a não ser sábado e domingo. Nos Centros de Assistência Integral à Saúde (Cais), no atendimento de urgência, não estarão presentes. Porém, se temos uma Saúde da Família coberta por médicos, aqueles atendimentos mais simples não precisam chegar aos Cais”, afirma.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem, em Goiânia – durante a recepção aos novos profissionais do Programa Mais Médicos –, que a perspectiva, com o trabalho dos médicos na rede de atenção básica é de mais investimentos do governo federal em infraestrutura para a área. “A presença dos médicos ajuda nesse sentido; essa presença é prioridade, é fator fundamental”, destacou.
“Por meio da Coordenação do Programa Mais Médicos em Goiás vamos acompanhar de perto esse trabalho para, inclusive, investirmos em mais infraestrutura”, sustentou, garantindo que as próprias prefeituras, com a chegada dos médicos, já tiveram recursos concedidos pela União para reformar, readequar suas estruturas e adquirir equipamentos.
“O Mais Médicos vem para dar um passo importante na rede de atenção básica, onde 80% dos problemas podem ser resolvidos nos próprios postos de saúde. Esse programa também ajuda quem atua nos hospitais, pois os pacientes só chegarão a essas unidades quando, de fato, precisarem”.
“Fomos muito bem recepcionados em Brasília e esperamos que também sejamos aqui. Estamos vindo para trabalhar, então as nossas expectativas são as melhores possíveis”, afirmou a médica Sandra Salles, goiana formada na Argentina, vivendo em Buenos Aires há 19 anos. “Esse programa é bom para o País, para o Estado e municípios e também para quem está vindo trabalhar”, acrescentou, destacando que o Mais Médicos foi, para ela – com experiência em clínica médica e infectologia, em Buenos Aires -, uma boa oportunidade para voltar ao Brasil.
Destino
Veja para onde vão os médicos estrangeiros
■ Alexânia – 3
■ Aparecida de Goiânia – 2
■ Brazabrantes – 1
■ Cavalcante – 1
■ Cidade Ocidental – 1
■ Cristalina – 2
■ Flores de Goiás – 1
■ Formosa – 7
■ Goiânia – 5
■ Iaciara – 1
■ Luziânia – 8
■ Mimoso de Goiás – 1
■ Novo Gama – 8
■ Planaltina – 8
■ Santo Antônio do Descoberto – 2
■ São Domingos – 1
■ Trindade – 1
■ Valparaíso de Goiás – 3
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“Sei que tem gente que não me quer aqui”
Colombiana formada em Cuba, Shirley Cerinza Vila, de 24 anos, já articula bem o ‘portunhol’ e mostra-se animada – apesar das dificuldades que poderá enfrentar por causa da resistência com relação à sua nacionalidade ou por questões de infraestrutura e condições de trabalho. “Tudo isso é um processo e as coisas vão acontecendo”, ressaltou. “Vou com calma, sei que tem pessoas que querem que eu fique aqui, que venham mais médicos, mas também sei que tem quem não queria. Essas pessoas que querem que eu atenda, com muito prazer eu vou atender”, argumentou.
Miguel Perez, médico cubano, trabalhou em uma missão humanitária na Venezuela e se inscreveu no programa do governo brasileiro. Uma das primeiras dificuldades, contudo, deverá ser mesmo a língua: o profissional ainda não entende de imediato o que lhe perguntam, e, consequentemente, acaba se enrolando um pouco com as respostas. Thiago Queiroz, brasileiro com graduação em Cuba, resume o sentimento dos dois: “Queremos muito contribuir. É um prazer participar desse programa.” (27/10/13)
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Mais Médicos
57 cubanos devem chegar hoje
Profissionais desembarcarão no Santa Genoveva e deverão atuar no interior do Estado
Cleomar Almeida
Um grupo de médicos cubanos chega hoje de manhã a Goiânia, para se juntar a outros 54 profissionais do programa Mais Médicos que já atuam em Goiás. A previsão é que, no total, 57 médicos de Cuba (34 homens e 23 mulheres) desembarquem, às 7h45, no Aeroporto Santa Genoveva, segundo apurou O POPULAR, mas o Ministério da Saúde (MS) não confirma este número. A pasta alega que o ministro Alexandre Padilha vai anunciar, durante recepção no aeroporto, a quantidade exata dos profissionais, que começarão a trabalhar nos municípios escolhidos no dia 4 de novembro. Nenhum deles atenderá na capital, confirma a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Os médicos estrangeiros vão receber um curso de capacitação sobre a realidade e funcionamento da saúde pública em Goiás, entre as próximas terça e quinta-feiras, no Biss Inn Hotel, no Setor Leste Universitário, na Região Leste da capital, onde ficarão hospedados. As atividades de acolhimento não serão feitas na segunda-feira, devido ao feriado do Dia do Servidor. Prefeitos e secretários municipais devem buscar os profissionais na sexta-feira, para levá-los aos respectivos municípios. A lista mais recente do MS inclui 13 cidades que devem ser atendidas por esta etapa do programa.
Gerente de Atenção à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás e coordenadora estadual do Mais Médicos, Marisa Aparecida de Souza e Silva ressalta que a relação dos municípios escolhidos para receber os médicos cubanos tem oscilado muito e, portanto, segundo destaca, pode ser alterada. “Mais cidades poderão ser incluídas nesta lista, enquanto outras podem ser retiradas”, antecipa ela, informando que o MS definiu, inicialmente, a vinda de 37 médicos cubanos, que seriam distribuídos em 11 municípios goianos.
PROCESSO MOROSO
O Ministério da Saúde informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que, até ontem às 19 horas, ainda estava em andamento um processo de avaliação para definir os cubanos que seriam enviados à capital. Conforme divulgado, na primeira fase do programa, 682 profissionais estrangeiros fizeram o curso e 11 deles não foram aprovados. Os reprovados permanecem em Brasília, fazendo mais uma semana de recuperação.
A referência dos médicos cubanos, em Goiás, será um representante da Organização Panamericana de Saúde (Opas), que também é cubano, conforme adianta a secretária executiva do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems), a farmacêutica e sanitarista Lucélia Borges de Abreu Ferreira. Ela destaca que é de responsabilidade dos municípios ofertarem hospedagem e alimentação ou oferecer valor correspondente aos profissionais, para que possam fazer isso. “Essa é a contrapartida do município”, pontua ela.
Enquanto passam pelo curso de capacitação, na capital, o MS deve custear as despesas, explica Lucélia. Os recursos são repassados por meio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Cosems, considerando um termo de cooperação com a Opas. No entanto, observa ela, a Secretaria de Gestão Participativa (Segep), do MS, sempre tenta buscar apoio junto aos Estados para que também ofereçam hospedagem e estadia, mas, em Goiás, houve recusa. A SES vai oferecer apenas o curso de capacitação para os médicos estrangeiros (leia reportagem nesta página).
INTERMEDIAÇÃO
Um dos papéis da Segep, de acordo com a secretária-executiva do Cosems, é fazer o processo de intermediação, para buscar parcerias para as depesas. “A Segep faz isso, É justamente porque existe precedentes em outros Estados, que também decidiram assumir este compromisso”, frisa Lucélia.
Na semana passada, houve reunião com os representes dos municípios, no núcleo do MS, na Praça Cívica, no Centro de Goiânia, para fechar os últimos detalhes desta etapa. Também participaram representantes do ministério e dos conselhos das secretarias municipais de Saúde.
A reportagem ligou para os secretários municipais de Saúde Aparecida de Goiânia, Paulo Rassi, e de Trindade, Paulo César Borges, mas eles disseram que não vão receber profissionais cubanos. Além de Goiânia, mais médicos chegam hoje às cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Florianópolis.
Tratamento diferenciado cativa paciente
Malu Longo e Galtiery Rodrigues
O Jardim dos Ipês, em Aparecida de Goiânia, é um bairro com grandes descampados e muita mata natural de Cerrado. Casas e estabelecimentos comerciais são poucos e ainda há chácaras na região. A Unidade Básica de Saúde (UBS) do lugar é a mais distante da sede da Secretaria de Saúde do município. Mas o médico grego Antonios Kasiaras, selecionado pelo Programa Mais Médicos, está feliz por estar ali, diariamente, atendendo uma população carente. “Gostei muito daqui, das pessoas que de fato são carentes e da paisagem, que lembra meu país”, conta, enquanto atende o motorista aposentado Manoel Pinto da Silva, 68 anos. Hipertenso, diabético e se recuperando de um Acidente Vascular Encefálico, o motorista cumpriu direitinho o prazo para o retorno e apresenta ao médico os remédios que vem tomando.
“Estou melhorando. Nunca encontrei um médico como ele, que pergunta tudo, quer saber. Os médicos daqui ficam atrás da mesa, não olham para você e a consulta termina depois de cinco minutos”, diz o aposentado. Diante da revelação Antonios Kasiaras sorri desapontado sem conseguir esconder a vermelhidão do rosto. Ele está sentado diante do paciente, sem a mesa como obstáculo. Conversa com ele, pergunta como está o tratamento. O médico diz que a atitude faz parte dos protocolos de Medicina Social preconizados pelo Ministério da Saúde. “Mas nunca vi isso aqui”, diz o paciente.
Antonios, natural da portuária Vólos, a mais de 300 quilômetros ao norte de Atenas, formou-se em Medicina na Grécia. Como tem um tio no Brasil, conseguiu fazer residência em São José do Rio Preto (SP), especializando-se em Clínica Médica e Reumatologia. Com registro provisório, passou a atuar na periferia de Ribeirão Preto. O Mais Médico surgiu ao término do prazo que teria no Brasil. Há 21 anos em terras brasileiras, o médico fala bem o Português e está feliz pela oportunidade.
“Muito da minha forma de exercer a Medicina eu trouxe da Grécia. Lá a metodologia é fragmentada: primeiro é a anamnese (entrevista realizada pelo profissional de saúde ao paciente para melhorar as condições de diagnóstico); depois o exame físico e no fim a execução de atos médicos, como prescrição de remédios e pedidos de exames”. .
BURACO TAMPADO
O tratamento dispensado aos pacientes tem sido uma diferença sentida pelos gestores. A combinação de local distante, área pobre e vínculos precários, por meio de contratos temporários, não facilitava a permanência do profissional e, nesse sentido, o Mais Médicos tem cumprido a função, na visão dos representantes municipais. “Tampou um buraco na atenção primária de Flores de Goiás”, declara o secretário de Saúde da cidade do nordeste goiano, Diego Fegger Ferreira, referindo-se ao fato de que, finalmente, conseguiu colocar um médico para atender no posto do povoado São Vicente, que fica a 50 quilômetros do município e que passou quase um ano sem profissional.
Ao todo, 564 famílias vivem no povoado, que se originou em forma de assentamento há mais de 15 anos e, hoje, é o segundo maior da América Latina. A prefeitura de Flores de Goiás tentava, há anos, contratar um médico para atender no local, mas as propostas recebidas sempre foram muito altas, em torno dos R$ 30 mil por mês. O médico brasileiro, mas formado na Venezuela, Daniel Sabino dos Santos Vasconcelos foi o selecionado para trabalhar no povoado. Ele mora na cidade e todos os dias é transportado por um veículo da prefeitura. A rotina, apesar das dificuldades, tem o agradado e a população carente de outrora está, enfim, podendo ter um médico para dar maior orientação.
Goiânia deve contar com 28 profissionais
(G.R.)
Goiânia já recebeu 24 médicos e aguarda outros quatro intercambistas que devem chegar no dia 1º de novembro. Nos primeiros 50 dias de trabalho, a avaliação da coordenadora do Programa Mais Médicos na capital, Mirlene Lima, é a de que a forma de atuação e os resultados alcançados, principalmente no Parque Tremendão, região noroeste, foram extremamente positivos. A equipe vespertina que atende no Centro de Saúde da Família estava sem profissional há quase um ano e, agora, conseguiu preencher a lacuna.
A coordenadora geral da unidade, Suélen da Silva Milhomem, relata que estava sofrendo do mesmo mal que outros locais. A rotatividade de médicos era alta e, quando um ficava por mais tempo, bastava que surgisse uma oportunidade melhor para que ele deixasse o posto de trabalho. “Encontramos, agora, um profissional compromissado, querendo fazer e executar a estratégia da saúde da família como deve ser”, diz. O Centro atende uma microrregião formada por 2 mil famílias. Mirlene pontua que se tratam todas de famílias usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS)
TRINDADE
Em Trindade, município que mais recebeu médicos intercambistas, em Goiás, o assessor da Secretaria de Saúde do município e que, desde o início, acompanha de perto a adaptação dos profissionais, José Carvalho da Silva, diz que o ganho é bem significativo, porque eles vieram com o intuito de trabalhar, cumprir horários e comprometidos em atender da melhor forma. Talvez, a necessidade primária de se fazerem aceitos pela população tenha interferido um pouco nesse comportamento inicial, mas, segundo José, a aceitação foi quase que imediata. “Eles vieram imbuídos de vontade para fazer acontecer aquilo que foi planejado pelo programa”, afirma.
´No início do mês, devido a uma falha de comunicação, chegaram sete profissionais cadastrados para trabalhar, mas todas as vagas reservadas para o Mais Médicos já tinham sido preenchidas. Seis deles tiveram que ser remanejados para outros locais. Um deles, que já tinha se mudado com a família de Rondônia, conseguiu uma vaga de última hora e foi reaproveitado pela prefeitura.
Estado oferecerá apenas capacitação
O superintendente executivo da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás, Halim Girade, confirma que a pasta vai oferecer apenas o curso de capacitação aos profissionais do Mais Médicos que chegam hoje a Goiânia. “Não podemos oferecer estadia para esses profissionais”, diz ele, para acrescentar que os contratos com empresas de turismo do Estado cobrem apenas as demandas de médicos do quadro da SES.
Halim conta que o secretário municipal de Saúde de Goiânia, Fernando Machado, ligou para ele, esta semana, solicitando auxílio para hospedagem do novo grupo de médicos do programa do governo federal. “Mas o nosso contrato com empresas de turismo não permite”, explica o superintendente da SES, antes de emendar: “Para contribuir, vamos fazer todo o treinamento, com o curso sobre os indicadores de saúde de Goiás.”
A reportagem ligou durante toda a tarde de ontem para Fernando Machado, mas ele não atendeu às ligações nem retornou, apesar das mensagens deixadas por meio do telefone celular. O POPULAR também tentou contato com o secretário de estado de Saúde, Antônio Faleiros, mas não conseguiu. O ministério informou que todas as providências foram tomadas para recepcionar os cubanos. (26/10/13)
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Operação Tarja Preta
Prefeitos confessaram propinas
Em depoimento ao MP-GO, maioria confirma acordo com empresáriosnas campanhas
Vandré Abreu
A maioria dos prefeitos dos 19 municípios investigados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) na Operação Tarja Preta confessou acordos com o empresário Edilberto César Borges, apontado como chefe da organização criminosa que fraudava licitações na compra de medicamentos. Os chefes do Executivo municipal contaram terem sido aliciados durante a campanha de 2012 e recebido propinas para facilitar a licitação para o grupo.
O MP-GO encontrou, em um caderno de anotações de Edilberto, a relação de prefeitos aliciados e quanto foi pago a cada um. O aliciamento partia de Milton Machado Maia, braço direito de Edilberto, que se identificava como representante comercial da J. Médica e da Pró-Hospital. A prova do aliciamento foi um dos três argumentos usados pelo MP-GO para pedir a prisão preventiva de Edilberto, Milton e de Vanderlei José Barbosa.
Ao todo, 59 pessoas, 15 deles prefeitos e 1 ex-prefeito, foram denunciadas por organização criminosa pelo MP-GO. A denúncia alcançou 54 pessoas – as demais foram incursas em associação para o crime. Dos 19 municípios investigados, apenas Goianira, Israelândia e Luziânia não tiveram seus prefeitos investigados e, logo, não estão denunciados.
Os prefeitos negaram ter atendido as demandas do grupo, sob a argumentação de que realizaram as licitações de modo idôneo. Muitos confirmaram ter devolvido o dinheiro que receberam do empresário, pois não aceitariam entrar no esquema, tendo entendido que o valor pago em campanha seria apenas como doação ou empréstimo pessoal. O MP-GO assegura que em nenhum município ficou comprovada a saída dos prefeitos do esquema por causa da sua ilegalidade.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-GO, a saída dos agentes públicos do esquema se dava pelo impedimento, quando ocorria alguma denúncia ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), como em Rialma, ou porque havia a entrada em outro esquema, mais rentável. Em Rialma, o TCM conseguiu liminar que impedia a licitação de medicamentos e este teria sido o verdadeiro motivo para que o dinheiro, cerca de R$ 60 mil, fosse devolvido.
O prefeito Janduhy Diniz, afastado do cargo, disse ao POPULAR no dia 23 de outubro, que o valor se referia a um empréstimo pessoal pego com Edilberto e este foi pago em três parcelas de R$ 20 mil. Diniz confirmou que foi pressionado por Edilberto e Milton a realizar licitações que favoreceriam as empresas deles, mas que negou qualquer ajuda.
DENÚNCIAS
A partir de terça-feira, o MP-GO deve protocolar no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) duas denúncias por dia – uma para cada município investigado. A estratégia dos promotores é pelo tipo de crime cometido, sendo que apenas a organização criminosa se refere a todos os denunciados. O restante dos crimes se dá especificamente para cada município. Outra denúncia coletiva será feita pelo crime de lavagem de dinheiro. Neste caso, os promotores ainda aguardam o relatório das quebras de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos.
Outro argumento do MP-GO para a prisão preventiva de Edilberto, Milton e Vanderlei é que a libertação deles faria com que o esquema continuaria em diversas cidades e outros Estados. Há indícios de que o grupo atua também em Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins. O MP goiano já informou aos MPs destes Estados sobre a organização criminosa e se colocou à disposição para auxiliar e fornecer elementos da investigação para o trabalho dos promotores.
Outro ponto apontado pelos promotores é para impedir que eles inibam as testemunhas. O caso só chegou ao conhecimento do MP-GO com os depoimentos de funcionários e ex-funcionários das empresas ligadas a Edilberto e poderiam ser reconhecidas pelo empresário e sofrer represálias, o que atrapalharia as investigações.
As testemunhas tiveram papel fundamental, também, para descobrir o superfaturamento nas compras de medicamentos. Quando os promotores observavam as notas fiscais emitidas para as empresas percebiam legalidade nos preços pagos, mas os funcionários das empresas denunciaram a prática de notas frias, em que a verdadeira compra era efetuada a outros estabelecimentos. O MP-GO verificou superfaturamento de preços em mais de 1.000% em uma das notas.
Recepção com festa e foguetório
Pelo menos 3 dos 11 prefeitos presos e já soltos pela Operação Tarja Preta, do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), foram recebidos com festa ao voltarem aos seus municípios. Delson José dos Santos (PSDB), de Carmo do Rio Verde; Otair Leite (PSDB), de Piranhas, e Janduhy Diniz (PSDB), de Rialma, chegaram às cidades com foguetórios e muitos cumprimentos de populares e correligionários. Todos eles estão afastados de seus cargos por decisão judicial.
A festa para Delson foi gravada e há um vídeo na rede social YouTube em que o prefeito discursa para os cidadãos. Ao POPULAR, Delson disse que não queria manifestação nem mesmo sabia que haveria recepção do grupo, cerca de 500 pessoas. “Mas eles estavam aqui e acabei falando com eles. O importante é ter o apoio da família e da comunidade”, afirmou ele, que declara não ter recebido nenhuma quantia dos empresários investigados.
Segundo Delson, ele conheceu Milton Maia e Edilberto Borges já como prefeito de Carmo do Rio Verde pela necessidade de realizar compras diretas de medicamentos. “Todo prefeito que assume o cargo tem essa necessidade e as empresas deles tinham preços mais baratos. A gente acaba ficando mais íntimo e, por isso, eles me pediram favores, para adiar a licitação, mas eu neguei”, diz. O prefeito alega que o processo licitatório teve quatro empresas vencedoras, em que duas eram de Edilberto.
Sobre a relação com o advogado Tomaz Chayb, o prefeito diz que o contratou para realizar assessoria em processos licitatórios. O POPULAR tentou contato com os prefeitos Otair, que não quis falar com a reportagem, e Glimar, que não foi encontrado. (26/10/13)
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O HOJE
Médicos cubanos chegam a Goiânia
Grupo se junta a outros 93 médicos, totalizando 150 profissionais. Na próxima sexta-feira, serão levados aos respectivos municípios onde vão atuar
Eduardo Pinheiro
Um grupo de 57 médicos estrangeiros foi recebido pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na manhã de ontem, no aeroporto de Goiânia. Os profissionais, 52 deles cubanos e cinco de outras nacionalidades, chegam para receber treinamento de uma semana na capital, depois seguem para os 19 municípios goianos que participam do programa Mais Médicos do governo federal. Eles desembarcaram em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
O novo efetivo se junta aos 93 médicos, dos quais 76 são brasileiros, 11 estrangeiros e 5 intercambistas que já atuavam no Estado. Totalizando 150. Os profissionais foram avaliados por três semanas por universidades federais, onde testaram seus conhecimentos em português, nos protocolos de atenção básica e só então foram encaminhados para atuar por aqui. Até março, 481 médicos devem chegar aos municípios que fizeram a solicitação junto ao Ministério da Saúde (MS).
Os médicos estrangeiros vão receber um curso de capacitação sobre a realidade local, conhecerão hospitais e vão interagir com as equipes médicas de Goiânia. O profissionais estão hospedados no Biss Inn Hotel, no Setor Leste Universitário, região leste. Na próxima sexta-feira (1º), os médicos serão encaminhados para os respectivos municípios, em que atuarão nas unidades básicas de saúde.
Em todo o País, mais de 13 mil profissionais
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em coletiva ainda no Aeroporto Santa Genoveva afirmou que até março do ano que vem, o programa irá atender toda a demanda solicitada pelos municípios. Serão, em todo o País, mais de 13 mil médicos para o atendimento nos postos de saúde. “Nós começamos a distribuição priorizando aquelas cidades que têm a maior concentração de pobreza ou de população que só depende do Sistema Único de Saúde (SUS). Mês a mês nós vamos distribuindo esses médicos”, diz.
Padilha salienta que, com a chegada dos médicos, os municípios receberam recursos do governo federal para reformar e equipar as unidades de saúde. Citou o exemplo de Jataí, que deve receber uma faculdade federal de Medicina e possui recursos para reformar, equipar e ampliar as unidades de saúde. O ministro disse ainda que a vinda dos médicos é o complemento que faltava para o atendimento nos postos de saúde.
Ainda de acordo com Padilha, o Ministério da Saúde conta com uma coordenação estadual que acompanha a chegada dos médicos nos municípios e o acompanhamento feito pelas prefeituras. Diz ainda que a presença dos profissionais que chegam aos municípios ajudaria os secretários de saúde e os gerentes das unidades a identificarem o que precisa melhorar na estrutura de cada unidade, para resolver os eventuais problemas.
O ministro rebateu críticas ao programa Mais Médicos feita por membros dos conselhos de classe, ainda no início do programa. “Não existe nada mais frustrante para um médico que estar num pronto-socorro que receber casos simples que poderiam ser resolvidos nos postos de saúde. O programa vem exatamente para dar um passo importante na atenção básica de saúde. Se tem um médico presente na unidade de saúde, 80% dos problemas podem ser resolvidos ali nas unidades de saúde”, afirma.
Todas as capitais recebem, neste fim de semana, 2.167 médicos estrangeiros que participam da segunda etapa do programa Mais Médicos.
Médicos relatam otimismo com programa
Uma goiana desembarcou do avião da FAB na manhã de ontem junto com os médicos estrangeiros para participar do Programa Mais Médicos. Sandra Salles, 37, vive há 17 anos em Buenos Aires, na Argentina, onde cursou medicina e compõe os cinco intercambistas que vieram com a nova leva de médicos que chegaram a Goiás.
Com o sotaque carregado, Sandra diz que a única expectativa que tem é trabalhar. Afirma que fará o melhor possível e acredita que o programa vai ser muito bom para o país e para a população. Rebateu a manifestação contrária dos médicos brasileiros. “Eu acho que eles não podem pensar que há problema, porque não estamos aqui para tirar o trabalho de ninguém”, diz.
Shirley Cerlinza, uma colombiana de 24 anos formada em Cuba, demonstrou estar animada. Estudou por três meses português, segundo ela, para melhorar a pronúncia e escrever na língua. E diz não ter receio do futuro por aqui. “Acho que na vida tudo tem dificuldade. Tudo tem seu tempo, pode ser que dê certo, pode ser que não. Eu vou fazer meu trabalho, porque sei que tem pessoas que querem e precisam”, acredita. (27/10/13)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Antonios, o grego
Aparecida de Goiânia recebe médico grego para atuar em comunidade distante. Carisma e atenção fizeram dele querido entre a população
HÉLMITON PRATEADO
O médico grego Antonios Kasiaras está, há 21 anos, no Brasil e veio trabalhar em Aparecida de Goiânia, como integrante do Programa Mais Médicos, implantado pela presidenta Dilma Rousseff para levar profissionais de saúde para comunidades carentes. Antonios está lotado no posto da Estratégia de Saúde da Família no Jardim dos Ipês, um dos mais distantes de Aparecida, quase na divisa com o município de Aragoiânia.
“Estou contente de trabalhar em um local agradável, de uma beleza muito grande e de um dinamismo urbano muito intenso”, comenta ele em um perfeito Português, para quem chegou aqui em setembro de 1992 sem falar uma palavra sequer da língua local. Ele é natural de Volos, na Tessália, uma região portuária da Grécia, estudou Medicina em Tessalônica, cidade milenar na Macedônia, nas margens do Mar Egeu.
Veio para o Brasil a convite de um tio, que era professor da Escola de Medicina de São José do Rio Preto e por coincidências da burocracia obteve o visto de visitante permanente para estudante, conseguiu ingressar na residência médica e concluiu a especialização em clínica médica, que está sendo fundamental para sua atuação no Mais Médicos.
Com o surgimento do programa federal para lotar médicos em lugares mais distantes a situação de Antonios ficou mais fácil e ele mesmo faz brincadeiras com o visto provisório que teve. “É um provisório de 21 anos que daria para formar três turmas de médicos na faculdade.”
Em Aparecida de Goiânia, Antonios Kasiaras, se integrou perfeitamente à comunidade do Jardim dos Ipês e é reconhecido pela população pelo carisma e pela atenção diferenciada que dispensa aos pacientes. Semanalmente ele percorre as residências fazendo o acompanhamento necessário para garantir um atendimento à saúde que é a base do programa. Com a equipe de auxiliares os moradores da comunidade são monitorados em tudo o que diga respeito à saúde e correspondem com atenção aos questionários.
Esmero
Antonios lembra que a formação de médico na Grécia é similar a do Brasil, com um período de seis anos de faculdade e especialização em uma residência médica após a conclusão do curso. “Quando sai da faculdade os novos médicos precisam trabalhar durante um ano em uma comunidade distante e carente, similar ao que o governo brasileiro quer fazer aqui agora. É para não deixar essas comunidades carentes sem atendimento”, explica.
A rotina dos profissionais de saúde em comunidades atendidas pelo Mais Médicos é um reflexo do esmero que Antonios Kasiaras e sua equipe têm em Aparecida de Goiânia. Atendimento diferenciado a cada um dos pacientes, conhecendo os problemas e solucionando as primeiras demandas, o que evita o acúmulo de problemas no sistema de saúde.
O médico grego revela surpreso com o nível de vida e o “dinamismo urbano” que conheceu em Goiânia e afirma categoricamente não ter intenção de retornar para a Europa. “Um médico em início de carreira lá começa recebendo em torno de 1.300 euros, o que equivale a aproximadamente R$ 4,5 mil o que equivale à metade da bolsa que o governo federal paga para os profissionais do Mais Médicos que é de R$ 10 mil.
Antonios expressa sua gratidão à Prefeitura de Aparecida de Goiânia pelo acolhimento e pelo apoio para o bom desempenho profissional que oferece a ele e aos outros colegas que estão começando “um trabalho nobre e ao governo federal pela oportunidade de trabalho e pela chance de aplicar Medicina de qualidade em Aparecida de Goiânia”, que ele classifica como sendo “um lugar que precisa, um lugar muito bem e que tem todas as qualidades para virar um centro urbano de primeira qualidade nos próximos anos.”
Ele analisa o momento político brasileiro como “salutar” e que as manifestações de rua que têm acontecido são um divisor de tempos. “Era isto mesmo que precisava acontecer no Brasil, trazer as camadas mais populares para as discussões, mas não de uma forma violenta”. Antonios avalia que o governo brasileiro está em um caminho bom de “arbitrar as polaridades existentes, entre os mais pobres e os mais ricos”. Segundo ele o Brasil está tendo um “perfil mais democrático e mais funcional, em que entram em evidência o potencial de todas as classes e de todos os setores”, e finaliza afirmando que o Brasil atualmente é muito melhor para se viver do que há 21 anos atrás. (27/10/13)
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Dia Mundial da Psoríase
Goiânia recebe ação gratuita para diagnóstico da doença. Mal é cercado de desinformação e preconceito. Tratamento é caro
NAYARA REIS
Essa doença que atinge de 1% a 3% da população mundial é caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em placas, mais comumente vistas no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. A enfermidade causa lesões, no portador, no entanto não é contagiosa como muitos pensam. Surge principalmente antes dos 30 e após os 50 anos, cerca de 15% dos casos ocorrem na infância.
Na próxima terça-feira (29) é o Dia Mundial da Psoríase. No Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia acontece um mutirão para o diagnóstico da doença. Profissionais da saúde examinarão a população e trarão mais informações sobre a doença, tudo sem custos. A programação será realizada pelo programa de informação a pacientes da LEO Pharma, Quality Care™, o objetivo da ação é identificar a doença e indicar o tratamento adequado para cada caso, tendo em vista que existem cerca de oito tipos diferentes da doença.
A psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica, não contagiosa, multigênica (vários genes envolvidos), com incidência genética em cerca de 30% dos casos. Embora a psoríase tenha uma causa ainda não conhecida, sabe-se que a descamação ocorre porque as células da pele se reproduzem com muita rapidez: a doença faz com que as pessoas renovem a pele em dois ou três dias, quando a média é em 28 dias.
Segundo dados da assessoria da LEO Pharma, o exame para diagnóstico da doença será gratuito para todos os interessados que forem ao HDT na teça feira. A ação acontecerá das 8h às 12h no ambulatório de Dermatologia do HDT. Os exames e atendimento serão feitos por ordem de chegada, basta procurar um dos profissionais identificados na entrada do local para participar.
A psoríase é incurável, mas ser controlada por meio de tratamento e orientação médica. Mirian Castilho, médica do HDT, ressalta que há muitos mitos que norteiam a doença e a ação servira para desmistificá-los. “Estimamos que apenas 5% dos pacientes que tem psoríase estão em tratamento no Brasil. Nosso intuito é aumentar esse número, a doença é carregada de estigmas e essa ação é crucial para que a população esteja corretamente informada”, explica a médica.
A recepcionista Daniele Cristina Servo, 21, tem psoríase, há 15 anos, e diz ter aprendido com o tempo a lidar com os sintomas e com o preconceito de algumas pessoas quanto à doença. “A psoríase surgiu na minha vida quando tinha cinco anos de idade, quando somos criança e as pessoas nos olham de maneira diferente, ficamos tristes, enfim. Hoje, já adulta e sabendo melhor sobre a doença que tenho, tento ensinar as pessoas sobre o que tenho isso ajuda a não sofrer com preconceito, com os olhares curiosos”, diz.
Daniele explica que usa medicamentos de alto custo, e hoje, deixou os remédios de uso oral para aqueles de uso tópico, tendo em vista sua gravidez. Os remédios que usava anteriormente poderiam causar aborto segundo ela. “São medicamentos muito fortes, preciso daquelas receitas azuis, especiais para adquiri-los. Sei que todas as pessoas tem a psoríase, mas em alguns casos ela se manifesta e em outros não. Minhas células se multiplicam mais rapidamente e a sua situação emocional pode melhorar ou piorar o quadro da doença”, explica.
A recepcionista ainda cita que já foi a psicólogos e terapeutas, com o intuito de reduzir o efeito da doença em seu organismo, mas teve melhores resultados com uma coaching. “Hoje, estou bem, dizem que a gravidez ajuda a regredir a doença, apesar de ter chances do bebê também adquirir a doença, o que não me agrada”, ressalta.
Casos de psoríase no mundo
A psoríase se desenvolve entre 20 e 40 anos mais comumente existe em quase todo mundo. Na Europa, é de 1,5% a 2% da população, nos Estados Unidos é de 0,5% a 1,5%. A doença é rara em pessoas negras, índios e amarelos, e não existem casos de psoríase entre esquimós. Sua versão mais grave aparece em crianças e isso ocorre em sua forma denominada de psoríase familial, que acomete a pessoa desde bem pequena. Essa forma familiar está intimamente associada a problemas imunológicos, como complexo de histocompatibilidade nas moléculas W seis; DR7; B1 e B57. Os outros tipos se desenvolvem normalmente mais tarde. (26/10/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação