Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 18 A 20/01/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR
Maternidade madura
Estudos, carreira, planejamento, casamento, marido e filhos. Não é de hoje que grande parte das mulheres está adiando a vontade de ser mãe, muitas vezes em função da carreira profissional. Segundo uma pesquisa do Hospital das Clínicas de São Paulo, a cada seis gestantes atendidas na unidade em 2013, uma tinha mais de 35 anos. Na década de 1970, essa realidade era de uma em cada 20. Segundo o ginecologista e obstetra Waldemar Naves do Amaral, especialista em diagnóstico por imagem e em reprodução humana, esse é o cenário no mundo todo. Com mais de 25 anos de experiência na área, Waldemar Naves destaca que os avanços na medicina podem colaborar para o sucesso da maternidade da mulher madura. “Se a maternidade foi postergada por alguma razão, é dever da ciência dar a mulher o filho que ela deseja, com menor risco possível e com melhor resultado.”
Das pacientes que procuram o senhor atualmente, qual é o principal fator que as leva a engravidar mais tarde?
Nas décadas de 70 e 80, 5% das gestantes tinham mais de 35 anos e 95% abaixo. Hoje, 25% tem mais de 35 anos. Isso deve ao fator principal da mulher ter vindo para o mercado de trabalho. Antes a mulher era mais doméstica, cuidava do lar e ao ter ido para o mercado de trabalho, ela vai fazer um curso superior, se especializar, depois entra no mercado e depois de tudo isso pronto que vai comprar o apartamento, a casa. Com tudo pronto a mulher vislumbra a questão marital e posterga a gravidez e acaba, de alguma forma, pagando uma conta.

A partir de qual idade torna-se arriscado?
Os ovários estão preparados para engravidar com facilidade entre os 18 e 35 anos. Devido aos fatores estruturais, orgânicos e funcionais que contemplam essa faixa etária, as complicações podem aparecer em menores de 18 e nas mulheres acima dos 35. A ovulação fica mais difícil e quando acontece, óvulo fica mais resistente e difícil de ser penetrado. Quando fertiliza, o índice de implantação dentro do útero é mais baixo porque o endométrio torna-se menos receptivo e quando implanta, tem o índice de abortamento maior.

Quais os riscos que uma gravidez tardia pode causar na mãe e no bebê?
Aumenta o risco de defeito genético no bebê e aumentam as alterações de hipertensão e disposição para pré-eclâmpsia. Além das alterações metabólicas em que mães entram em uma fase de obesidade, principalmente as que não praticam atividade física e estes fatores aumentam o risco de diabetes gestacional, parto prematuro e até mortalidade.

Os avanços na medicina e dos tratamentos de fertilização têm contribuído em qual sentido para diminuir os impactos na mulher e no bebê?
O mais importante e atual é a preservação da fertilidade. A mulher que chega aos 24 anos e não tem perspectiva de gravidez próxima, ela deveria fazer a preservação de sua fertilidade que é congelar os óvulos, assim eles ficam guardados com a idade que ela congelou. Se dez anos depois, com 34 anos, chegou a hora da maternidade, ela pode usar aqueles óvulos. Outra opção é fazer um controle no laboratório que pode identificar o embrião melhor formado, sem problema genético por meio da técnica PGD (Diagnóstico Genético Pré-Implantacional).

Existem vantagens em ser mãe depois dos 40?
Claro que existem! A mulher preparou a vida dela para ser mãe. O filho é o maior amor que a mãe tem por alguém. O amor ventral, que vem da profundidade da mulher, incondicional. É um amor que o homem jamais terá, porque o amor vem do ventre, da formação. O amor de pai é da convivência. Por isso, se a mulher deseja ter um filho, nós temos que dar a ela o melhor caminho para encontrar a felicidade.(20/01/14)
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Queimadura
Após 15 dias, paciente consegue vaga
Patrícia Drummond
Devido à quantidade de leitos insuficientes e uma extensa fila para tratamento de queimaduras na rede pública, o açougueiro Irineu Neto da Cruz, de 46 anos, que teve 70% do corpo queimado após a explosão de um botijão de gás, só conseguiu ontem, após 15 dias, leito para o tratamento adequado. Apesar de ser referência no tratamento em todo País, o Hospital de Queimaduras só conta com 3 leitos para atender pelo SUS, número que as autoridades admitem ser insuficiente”.
Seu destino imediato, no entanto, não será o Hospital de Queimadura. Da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Centro Médico Garavelo, unidade de saúde particular em Aparecida de Goiânia, ele foi transferido, por volta das 12h30 de ontem, para a UTI do Hospital Geral de Goiânia (HGG), na capital, de onde será encaminhado, provavelmente na semana que vem, para o Hospital de Queimaduras. Irineu é de Montes Claros de Goiás e tem queimaduras de segundo e terceiro grau em 70% do corpo. A família do homem – que está em estado grave – reclama da longa espera pelo atendimento especializado, enquanto o pedreiro Márcio Ronny da Cruz, de 37 anos – que teve o corpo queimado ao tentar salvar duas crianças de dentro de um ônibus incendiado em São Luís do Maranhão (MA) – conseguiu a vaga no início desta semana, mesmo vindo de outro Estado.
Ariane Gomes, filha de Irineu, diz não ser contra o poder público de Goiás tratar do maranhense, mas acha injusto o atendimento não ser oferecido, com a mesma rapidez, aos pacientes goianos. “O rapaz de fora veio e teve a vaga no Hospital de Queimaduras; quem mora aqui, não tem. Infelizmente, deve ser por causa do tamanho do outro caso, que foi divulgado em rede nacional”, lamenta a moça. Segundo ela, o pai se queimou na noite de Ano Novo, em uma chácara. Irineu estaria utilizando o fogão para preparar comida, quando a mangueira do gás teria se soltado. Sem consciência, o açougueiro caiu sobre um colchão em chamas.
“Entendo perfeitamente a situação desta família, porque também já fui paciente, já passei por isso. Para a família fica mesmo estranho estar esperando por uma vaga e, de repente, saber que a vaga vai para um outro paciente, de outro Estado”, afirma a veredora e médica Cristina Lopes (PSDB), chefe do Serviço de Fisioterapia e Reabilitação do Pronto-Socorro para Queimaduras e membro do corpo clínico do Hospital de Queimaduras de Goiânia. “Infelizmente, dispomos, hoje, de apenas três vagas para o Sistema Único de Saúde (SUS) na UTI da nossa unidade. Na próxima semana, talvez, já consigamos ter um dos pacientes recuperados e possamos receber o Irineu”, acrescenta.
VAGAS ESCASSAS
Coordenador do Complexo Regulador da Secretaria de Saúde de Goiás, Jean Pierre Pereira informa que, atualmente, o Estado conta apenas com as três vagas de UTI disponibilizadas pelo Hospital de Queimaduras para o tratamento especializado de queimados . “Entendemos que é, realmente, muito pouco”, reconhece Jean, destacando que o Hospital de Queimaduras de Anápolis, responsável pelas outras três vagas de UTI do sistema público, decidiu não mais oferecer o atendimento pelo SUS.
“Estamos em negociação com o Ministério da Saúde (MS) para habilitar, em Goiânia, essas três vagas perdidas em Anápolis. Além disso, há o projeto do Hugo 2, em que uma ala inteira, incluindo leitos de UTI e Enfermaria, será dedicada ao tratamento de queimados”, argumenta. De acordo com o coordenador da Regulação Estadual, embora o Hospital de Queimaduras seja o único especializado no atendimento desses pacientes, outras unidades de saúde da rede pública estão habilitadas para prestar a assistência necessária, numa primeira fase do atendimento.
Jean Pierre Pereira explica que o Hospital de Queimaduras faz o tratamento específico, mas hospitais como o HGG, por exemplo, podem realizar a estabilização do paciente queimado, que necessita de um leito isolado em UTI. “Foi o que ocorreu com o paciente do Maranhão, que foi estabilizado e passou por dois desbridamentos cirúrgicos no HGG e, só então, quando foi disponibilizada vaga, foi transferido para o Hospital de Queimaduras”, ressalta. “No caso do paciente Irineu, a Central do Estado recebeu apenas ontem (quinta-feira) a demanda. Além dele, temos, hoje, outros dois pacientes queimados passando por estabilização nos Hospitais de Urgência de Anápolis e de Santa Helena”, completa. (18/01/14)
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SAÚDE BUSINESS WEB
Projeto pode obrigar serviço de saúde a permitir doula no parto
Regra proposta também vale para planos de saúde. Parturientes já tem direito a presença de acompanhante
Parturientes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) podem passar a ter direito à presença de uma doula durante o parto e no pós-parto imediato, conforme prevê o Projeto de Lei 5304/13, dos deputados Vanderlei Siraque (PT-SP) e Janete Rocha Pietá (PT-SP). A regra valerá também para os planos de saúde. A Lei Orgânica da Saúde (8.080/90) assegura às parturientes apenas a presença de um acompanhante.
De acordo com os autores, estudos internacionais mostram que o acompanhamento dos partos por doulas apresenta resultados positivos, com a diminuição das taxas de cesárea, trabalho de parto mais curto, menos uso de medicação e de fórceps. Afirmam ainda que ocasiona amamentação mais prolongada e menor incidência de depressão pós-parto.
Resultados
Siraque e Janete Pietá citam especificamente um estudo de Klaus e Kennell, de 1993, que apresenta os seguintes resultados da presença da assistente de parto:
– redução de 50% nos índices de cesáreas;
– de 25% na duração do trabalho de parto;
– de 60% dos pedidos de analgesia peridural; e
– de 40% no uso de fórceps.
Os autores argumentam ainda que a figura da doula – palavra grega que significaria “mulher que serve” – surgiu na década de 1980 com o objetivo de amenizar o excesso de “medicalização” e resgatar a rede de apoio entre mulheres durante o parto.
O projeto está apensado ao PL 6567/13, do Senado, que obriga o SUS a obedecer às diretrizes e orientações técnicas e oferecer as condições que possibilitem a ocorrência do parto humanizado em suas dependências. As duas propostas serão analisadas, emcaráter conclusivo, pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (18/01/14)
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Saúde lança quarto edital do Mais Médicos
Meta da pasta é atender cerca de 12 mil solicitações de prefeituras. Nova fase define regras para transferência de médicos do Provab
O Ministério da Saúde lançou nesta sexta-feira (17) o quarto edital do Programa Mais Médicos. O documento, publicado no Diário Oficial da União, torna público o chamamento de profissionais formados em instituições de ensino superior brasileiras e estrangeiras (com diploma revalidado no Brasil) e define regras para a transferência de médicos do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) para o Mais Médicos.
O anúncio de que a transferência entre profissionais de ambos os programas seria possível foi feito pela pasta no início do mês. Para pedir a migração, o médico deverá permanecer no município em que trabalha e estar em dia com todas as atividades de ensino e serviço, incluindo a frequência obrigatória na especialização.
Ainda de acordo com o ministério, o profissional ficará submetido à legislação do programa em que optou atuar. O período para a manifestação de interesse na transferência vai de 2 a 4 de fevereiro. (18/01/14)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Um remédio que pode fazer mal
Diagnóstico inadequado de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) coloca saúde de crianças em risco
O uso de um medicamento chamado comercialmente de Ritalina divide especialistas no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O fármaco é um metilfenidato – mais especificamente cloridrato de metilfenidato – substância utilizada como estimulante leve do sistema nervoso central, que ajuda na capacidade de concentração. O TDAH é uma disfunção neurológica que tem como sintomas dificuldade de foco, concentração e agitação, isto acarreta o comprometimento das atividades acadêmicas e sociais do portador do distúrbio.
Quem utiliza a Ritalina no tratamento do TDAH pode sofrer efeitos colaterais como redução do apetite e diminuição na velocidade de crescimento, no caso das crianças. Também são comuns, no início do tratamento, insônia e nervosismo. Ocasionalmente ela pode causar também dor de cabeça, sonolência, tontura e mais raramente dificuldades de acomodação da visão e visão embaçada, por isso é recomendado que o paciente não dirija ou opere equipamentos perigosos. Uma preocupação de pais e para quem toma a Ritalina é o risco de dependência química.
No entanto, se usada adequadamente, ela apresenta uma grande eficácia e aumenta a qualidade de vida do paciente. “Estamos falando de 20 anos de uso do medicamento. Em alguns casos ela é essencial para o tratamento, mas tem que ter um acompanhamento, uma série de outras medidas. Ela não resolve sozinha”, adverte o psiquiatra da infância e adolescência e também professor da UFG, Marcelo Trindade.
Diagnóstico
O diagnóstico do TDAH é clínico, não existe um exame específico que possa ser feito para determinar se alguém é portador ou não do transtorno. Isso contribui para que aconteçam equívocos na identificação do problema. O psiquiatra destaca a importância do diagnóstico correto. “Nossa luta é para formar bons profissionais, acabar com conceitos equivocados. Profissionais que possam separar o joio do trigo”, diz o psiquiatra.
Outra questão que compromete a separação dos verdadeiros portadores do mal é a banalização do problema. Educadores e pais ligam comportamentos normais ao transtorno.
Para o diagnóstico acertado do TDAH são observados 18 aspectos, nove relacionados à atenção e outros ligados ao foco. Para ser considerado portador da síndrome é necessário que apresente pelo menos seis de cada. No caso das crianças são ouvidos os pais, a escola e a própria criança.
Perigo
Embora para compra do medicamento haja necessidade de prescrição médica e controle, ele é usado por quem participa de concursos. Os “concurseiros” acreditam que o remédio ajuda a manter o foco, e assim, aumentar o desempenho nos estudos. Nestes casos, como frisou o psiquiatra, há um risco muito grande do desenvolvimento da dependência química.
O uso metilfenidato é considerável no País. Um levantamento da IMS Health do Brasil, consultoria especializada em medicamentos, apontou que de julho de 2012 a julho de 2013 foram consumidas 2,75 bilhões de caixa de Ritalina no Brasil, o que movimentou R$ 54,2 bilhões. Quatro laboratórios produzem a droga no Brasil.
Equívoco
A escola onde Adriano, filho de Daniel (nomes fictícios), estudava chamou o pai para uma conversa, eles sinalizaram que o desempenho do garoto de oito anos, na época que cursava o segundo ano, poderia ter o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Neste período, o rendimento escolar dele era baixo. Preocupado com a situação, Daniel procurou um psicólogo para o menino e após a triagem, Adriano foi encaminhado a um neurologista que iniciou um tratamento com o uso da Ritalina.
Adriano tinha revisões a cada dois meses, quando uma nova receita do medicamento era emitida. Daniel conta que neste período ele notou mudanças no comportamento do garoto. “Eu notei que o remédio tirava o apetite, ele ficava mais quietinho, desanimado”, lembra.
Mas tudo mudou. Passados dois anos, o medicamento foi suspenso após uma avaliação com outro psicólogo. Adriano ainda está em tratamento, mas o novo profissional aplica apenas terapias, sem prescrição de qualquer tipo de medicamento. “Nós levamos para outro psicólogo, um de confiança da família e os resultados estão sendo muito bons”, avalia Daniel.
Depois de ver o filho superar o problema sem o uso do remédio, Daniel está mais tranquilo, no entanto, à época do início do tratamento medicamentoso ele se sentiu muito preocupado com o futuro do filho. “É horrível a gente pensar que o filho pode ficar dependente daquele medicamento a vida toda, o que eu mais tinha medo era dele desenvolver a dependência química”, desabafa.
Saiba mais
Efeitos colaterais
Frequentes: Nervosismo, insônia, diminuição no apetite e redução da velocidade de crescimento nas crianças
Ocasionais: cefaléia, sonolência, tontura
Raros: dificuldades de acomodação da visão e visão embaçada
Casos isolados: hiperatividade, convulsões, cãimbras, tiques ou exacerbação de tiques pré-existentes, psicose tóxica (algumas vezes com alucinações visuais e tácteis), humor depressivo transitório (19/01/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação