Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 27/05/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

TV ANHANGUERA (CLIQUE NO LINK PARA ACESSAR A MATÉRIA)
Moradores questionam demora na reforma de cais em Goiânia
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-1edicao/t/edicoes/v/moradores-questionam-demora-na-reforma-de-cais-em-goiania/3371182/
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O POPULAR
Artigo – Anjo e demônio
“Anvisa vai publicar edital para discutir a exigência de receita médica para medicamentos tarja vermelha.” Esta foi a declaração feita em 2012 pelo presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. Apontava uma obviedade nunca respeitada no Brasil: medicação tarja vermelha deve ser vendida somente com receita médica. Mas no Brasil isso só ocorre quando há exigência de retenção da receita, como nos casos dos antibióticos. A quem interessa esta falta de controle? Medicamentos tarja vermelha correspondem a quase 65% do mercado de medicamentos no Brasil. Estamos em maio de 2014 e a situação é a mesma.
Há inúmeros exemplos de quão desastrosa esta venda sem controle pode ser e há uma classe de medicamento em especial que é crudelíssima: a dos corticoides.
Corticoides são utilizados (e devem ser) em quase todas as áreas da medicina. Seu uso apropriado salva vidas, alivia dores, viabiliza cirurgias, etc. Há mil exemplos de efeitos benéficos. Seu uso indevido, no entanto, pode matar, cegar, mascarar doenças. É anjo e demônio. E é vendido em qualquer farmácia. Mais que vendido, ele é oferecido! O mesmo corticoide que lhe foi bom para um determinado sintoma, usado de forma errada, pode ser bastante maléfico. O anjo se transforma em demônio.
Exemplo claro dessa transformação de anjo em demônio é com colírios ou pomadas oculares de corticoides. Estas drogas podem ser usadas por um período definido e com o paciente devidamente assistido para uma infinidade de afecções oculares. Uma das mais comuns é a alergia ocular. A alergia ocular é mais frequente em crianças e adolescentes e se caracteriza por alternância na gravidade da manifestação dos sintomas (olho vermelho, coceira, lacrimejamento e fotofobia são os principais). Quando usamos o corticoide, todos os sintomas passam! É uma maravilha! Na cabeça de uma vaidosa adolescente ou de uma mãe que sofre com o penar do filho, por que não? Vamos à farmácia, é só uma gotinha de um colírio. É só um colírio… Pois bem, que fique bem claro: este colírio pode cegar e é uma cegueira sem retorno. É uma das principais formas de glaucoma secundário e por vezes vem acompanhado de catarata. Trata-se de doença grave e silenciosa. O paciente só começa a manifestar sintomas quando já perdeu quase toda a visão.
A Sociedade Brasileira de Glaucoma protocolou em 2011 e mais uma vez em 2013 pedido a Anvisa para que se posicione sobre o problema. A Anvisa nunca respondeu. Tivemos no final de abril deste ano o 1º Consenso da Sociedade Brasileira de Glaucoma para Glaucomas Secundários. Várias condutas foram discutidas por quase cem especialistas em glaucoma do Brasil, de forma bastante animada, acalorada. Só tivemos uma completa unanimidade: glaucoma secundário ao uso de corticoide é a principal causa evitável de cegueira por glaucoma secundário, atinge preferencialmente os mais jovens e que nunca, em hipótese alguma, corticoides podem ser vendidos sem receita médica. Não existe motivo qualquer que justifique a venda sem que seja por receita médica. Não há argumento.
Responsabilizar criminalmente quem vendeu colírio sem receita e cegou alguém é necessário mas não devolve a visão. É caso de polícia, não médico. Temos que olhar para frente.
É sinal de subdesenvolvimento ainda existir este tipo de cegueira evitável. Nos países desenvolvidos, corticoides ainda podem causar glaucoma, mas como efeito colateral de um tratamento que está sendo acompanhado por um médico. O que temos no Brasil tem nome: atraso do atraso do atraso. Todos os oftalmologistas convivem com este problema. Falar para os pais, como já tivemos que fazer inúmeras vezes, que não temos como recuperar a visão de uma criança é de partir o coração. Nós nunca precisamos falar que foram eles, pais, corresponsáveis. Eles sabem, vejo no olhar de quem vai ter que conviver com a culpa o resto da vida. Não precisa ser assim. Vamos olhar para frente e evitar que isso aconteça.
As colocações do presidente da Anvisa são, na melhor das hipóteses, utópicas. Em 2012 a ideia era “dar um tempo para o segmento se sensibilizar. Se não funcionar, a Anvisa pode tomar medidas do ponto de vista regulatório”. Não funcionou. Não acreditamos na educação somente ou mesmo na responsabilização dos que facilitam este comércio ilegal (“a venda de medicamentos tarjados sem a prescrição sujeita o estabelecimento a advertências, multas, interdição e cancelamento de licença” – lei de 1977). A exemplo dos antibióticos, todas as drogas tarja vermelha devem ser vendidas com retenção de receita. A cegueira de crianças é só um exemplo e controlar corticoides é um excelente começo.
Augusto Paranhos Jr. é mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina, professor adjunto da Escola Paulista de Medicina, post-doc em Glaucoma pela Universidade de Yale.Com: Francisco Lima, doutor em Oftalmologia pela USP, professor afiliado da UFG e presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma
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Glaucoma
Um milhão de vítimas no Brasil
Especialistas alertam que pacientes só costumam detectar doença quando já está em estado mais avançado
Malu Longo
Uma doença silenciosa, o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível em todo o mundo. Mesmo tendo atuado como enfermeira grande parte de sua vida, Valdair da Cunha Barbosa, de 60 anos, não deu importância ao aviso do oftalmologista que fez o alerta três anos antes da confirmação do diagnóstico. Como ela, cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil são portadoras da doença, muitas não têm ideia de que isso ocorre porque os sintomas iniciais não são perceptíveis.
Ontem, Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, instituições brasileiras de oftalmologia desencadearam uma série de atividades para conscientizar a população da importância do diagnóstico precoce. Presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), o médico goiano Francisco Eduardo Lopes de Lima estava acompanhando no vão do Museu de Artes de São Paulo (Masp), na capital paulista, a atividade Marque um Gol Contra o Glaucoma com a participação de atletas paraolímpicos cegos. Num gramado sintético, pessoas eram convidadas a marcar um pênalti vendadas. “Queremos mostrar as dificuldades impostas pela cegueira”, disse ao POPULAR. Convidados vendados também vão participar de um almoço e de uma sessão de cinema sensoriais em outras atividades agendadas pela SBG para esta semana.
A ex-enfermeira Valdair Barbosa tinha consulta marcada ontem na Fundação Banco de Olhos, em Goiânia. Há três anos, quando começou a perder a visão, ela passou a usar um colírio duas vezes ao dia para combater a elevação da pressão intraocular (PIO), que provoca privação da chamada percepção periférica. “Foi ficando difícil andar porque eu me desequilibrava. À noite, passei a notar grandes feiches de luz nos faróis e nas lâmpadas dos postes “. Médica do local, Luciana Barbosa Carneiro explica que o grande problema é que as pessoas costumam procurar o oftalmologista quando tem dificuldades para enxergar, mas o glaucoma é silencioso e não tem cura. “O ideal é que, a partir dos 40 anos, a pessoa procure um médico pelo menos uma vez ao ano”.
Conforme o presidente da SBG, geralmente a pessoa perceber que algo está errado quando começa a bater em objetos, tem dificuldades para dirigir e até mesmo de usar degraus. “A visão periférica já está atingida e se não fizer nada para conter a alta da pressão intraocular, o glaucoma avança e não há nada que possa ser feito”. O médico ressalta a importância dos exames oftalmológicos e do acompanhamento de um especialista. “A pessoa não deve se contentar com óculos de leitura comprado em qualquer lugar ou usar colírio sem receita médica, um ou dois anos depois ela vai sentir o reflexo do glaucoma”.
COLÍRIO
Francisco Eduardo Lopes de Lima ressalta que a grande luta da SBG é para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regule a venda de colírios à base de corticóide, comercializados livremente pelas farmácias. Benéfico para algumas doenças oftalmológicas, ele pode provocar glaucoma quando seu uso for crônico e não tiver um acompanhamento adequado. Ou seja, às vezes é receitado por um especialista, mas passa a ser utilizado sempre que o incômodo se manifesta. “Esses colírios são vendidos sem nenhuma regulação e cega muita gente. Se já controlaram colírios com antibióticos, por que não fazer o mesmo com aqueles que contém corticóide, que oferecem muito mais perigo?”, questiona o presidente da SBG. Mesmo sendo evitáveis, glaucomas provocados por colírios são os mais comuns.
Duas solicitações para a regulação da venda desses produtos foram protocoladas pela SBG junto a Anvisa, em 2011 e em 2013. Conforme Francisco de Lima, a primeira não teve resposta e a segunda, o retorno não dizia respeito ao que foi pleiteado.
SEM RETENÇÃO
Em nota enviada ao POPULAR, a Anvisa explicou que os corticoides não estão sujeitos a controle especial, portanto não há necessidade de retenção de receita que contenha a prescrição destes medicamentos. Até o momento não há avaliação da Anvisa para que se faça essa alteração. Disse também que “todas as demandas referentes ao controle de medicamentos estão sendo tratadas em um grupo coordenado pela Anvisa que avalia formas para fazer com que no Brasil a prescrição médica seja de fato respeitada. Estes medicamentos já são sujeitos à prescrição médica (comum) e garantir que as farmácias cumpram a exigência da receita é o caminho correto para garantir que os medicamentos sejam dispensados de forma correta.”
Ainda segundo a Anvisa, do ponto de vista da agência, não adianta tratar cada medicamento de forma individual, mas sim garantindo que a receita seja exigida. A questão será um dos temas debatidos no 16º Simpósio Internacional da SBG agendado para Goiânia de 14 a 16 de maio de 2015.
Fique por dentro
Em Goiás, glaucoma atinge 124 mil pessoas
Números do glaucoma
■ 65 milhões de pessoas em todo o mundo
■ 2,4 milhões de novos casos em todo o mundo a cada ano
■ 1 milhão de portadores no Brasil
■ 124 mil de portadores em Goiás
O que é a doença
■ É uma neuropatia que atinge o nervo óptico, que transporta as sensações visuais do olho para o cérebro. O glaucoma é provocado pela alta da pressão intraocular. Entre a córnea e o cristalino existe uma cavidade preenchida por um líquido chamado de humor aquoso. Constantemente produzido e drenado, mantém uma regularidade da pressão e do volume. Se há algum distúrbio, a pressão intraocular aumenta. Primeiro, a cegueira ocorre no campo de visão periférico, depois vai se tornando central e torna-se irreversível quando não controlada na fase precoce.
■ Glaucoma não tem cura, mas pode ser controlada. Numa fase inicial, a alta pressão do olho pode ser combatida com colírios, mas em casos graves somente tratamento a laser ou cirurgias
■ A pressão intra-ocular normal varia entre 8 e 21 mmHg. Acima de 21 mmHg há risco de lesão do nervo óptico.
Portadores em potencial
■ Pessoas acima de 40 anos com histórico na família
■ Diabéticos
■ Míopes
■ Integrantes da raça negra
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SAÚDE WEB
São Paulo – Ambulatórios de OSSs recebem por consultas não feitas
Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostra que quase 200 mil consultas pagas não foram realizadas em 2013
Sete em cada dez consultas de especialidades pagas pela prefeitura de São Paulo às Organizações Sociais da Saúde (OSSs) não foram realizadas em 2013, revelou um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo e divulgado nesta segunda-feira (26), com base no Portal da Transparência do governo municipal. Os ambulatórios administrados por cinco OSSs fizeram 442 mil consultas das 643 mil previstas, ou 68,7% da meta.
Segundo o levantamento, em algumas regiões da cidade a meta de atendimento ficou abaixo dos 50%. Segundo o jornal, os contratos vigentes não preveem descontos de recursos quando há descumprimento de metas – uma vez que as OSSs não possuem fins lucrativos. Apesar da sobra, somente em dezembro de 2013 a fila espera por atendimento especializado no município era de 309 mil paulistanos.
Ao jornal, a Secretaria Municipal da Saúde admitiu fragilidade dos mecanismos de controle de metas dos contratos com as OSSs, assinados antes de 2013, e disse que pretende fazer chamamentos das organizações ainda no primeiro semestre. A intenção é estabelecer metas quantitativas e qualitativas mais objetivas, mais profissionais e mis transparência nos repasses.
As novas exigências devem ser negociadas até o fim do ano, segundo a Secretaria, e preveem descontos de 10% para OSSs que não cumprirem pelo menos 85% da meta de atendimentos, além de punições mais severas para reincidentes.
* com informações do jornal O Estado de S. Paulo
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação