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DESTAQUES DE HOJE
Coluna Giro – SOS pediatria
Saúde – 27 bebês aguardam vaga em UTI
Gripe A – Casos em HIV positivos são estudados
Mães dormem no chão de hospital à espera de UTI para filhos, em Goiás
O POPULAR
Coluna Giro – SOS pediatria
A Prefeitura de Goiânia descredenciou 18 leitos de UTI pediátrica e neonatal do Igope, o que reduz mais ainda o atendimento pelo SUS na capital.
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Saúde
27 bebês aguardam vaga em UTI
Apesar de haver 109 leitos de UTI pediátrica e neonatal em 10 unidades de saúde, número não é suficiente
Andréia Bahia
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Ontem, até às 18 horas, 27 bebês aguardam vagas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) pediátricas e neonatais do Sistema Único de Saúde (SUS) de Goiânia, apesar de a rede de atendimento contar com 109 leitos. A fila é maior para UTIs pediátricas: existem 24 vagas, todas ocupadas, e há mais 24 bebês na espera. Já no caso das neonatais, são 3 recém-nascidos na fila e 85 leitos existentes e preenchidos.
A maior demanda por UTI infantil estava concentrada no Hospital Materno Infantil (HMI), principal porta de entrada para pacientes com gravidez de alto risco e crianças com problemas de média e alta complexidade em Goiás, onde 20 crianças internadas estavam aguardando vaga, 18 em UTIs pediátricas e duas em neonatais.
Pela manhã, a situação no HMI era ainda mais grave, eram 22 crianças nessa condição. Algumas com doenças graves, como gastrosquise, uma má-formação congênita caracterizada por defeito na formação no abdômen, hidrocefalia, que é o acúmulo de liquido no cérebro, infecção generalizada (sepse), cardiopatia e peneumonia. A maioria, 14, é de Goiânia, e doze nasceram no Materno Infantil.
Uma dessas crianças é a neta da cozinheira Eni Pio Santos, de Mineiros. Evelin Vitória chegou ao HMI na quarta-feira, 24, com pneumonia e problemas cardíacos. Nasceu em Mineiros, “não ficou nem duas horas no quarto”, conta a avó. “Não chorou, não mamou e tinha a boquinha roxa.” A avó veio com a neta e a mãe ficou em Mineiros. Evelin chegou a Goiânia de ambulância com UTI neonatal, mas em seis dias não conseguiu se internar em uma unidade de terapia intensiva. Não havia vaga, de acordo com a Central Municipal de regulação, e até ontem a avó ainda aguardava por uma na porta do HMI.
Essa não é uma situação excepcional no HMI. É a realidade do dia a dia do hospital, que está construindo mais 20 UTIs neonatais, que devem ser entregues em outubro deste ano. Além disso, a direção do hospital pretende alugar dez unidades pediátricas nos próximos dias. A autorização para a locação foi dada sexta-feira, dia 27, pela Procuradoria Geral do Estado e o processo de locação deve ser concluído em 30 dias, de acordo com o secretário de Saúde do Estado, Halim Antônio Girade.
Hoje, o hospital conta com 10 unidades pediátricas, que estão sendo reformadas, e oito neonatais, segundo o secretário. No município, esse dado é diferente; de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, existem dez UTIs neonatais no HMI. O hospital conta também com dez Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin) que funcionam na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Apesar de as UTIS serem do HMI, ele não tem autonomia para gerir essas vagas, que são distribuídas pela Central de Regulação, que é ligada à Secretaria Municipal de Saúde.
Mas essa situação de falta de UTIs infantis não deveria estar tão grave, na opinião do secretário de Saúde do Estado. Isso porque, em maio do ano passado, o governo do Estado autorizou à Central Municipal de Regulação a contratar diárias de UTIs pediátricas dos hospitais privados por mais que o dobro que o Sistema Único de Saúde paga (SUS), que é R$ 478. O Estado se dispôs a complementar em até R$ 662 por leito totalizando R$ 1.100 a diária. “Nós estamos dispostos a pagar, mas não podemos comprar”, diz Girade. Porque cabe exclusivamente ao município fazer essa distribuição das vagas de UTIs, seja as da rede pública ou da conveniada, aqueles leitos que os hospitais particulares disponibilizam para o SUS.
De acordo com o secretário Halim Girade, a cidade dispõe do número de vagas necessárias para atender a demanda. “Basta uma boa negociação”, diz. No caso, entre a central de Regulação e os hospitais privados. Ele cita como exemplo o Instituto Goiano de Pediatria (Igope), que dispõe de 18 leitos de UTI e, segundo o secretário, disposto a vender. O município apenas contrata seis dessas vagas.
Para o município, não existe, na rede saúde privada da capital, número de vagas de UTIs pediátrica e neonatal suficiente. “É preciso abrir mais leitos e leitos públicos”, afirma o diretor do Centro de Regulação, Cláudio Tavares. E ele desafia: “pode-se pagar R$ 2 mil pela diária que não se encontra vaga de UTI pediátrica”, garante. Uma situação que, na opinião dele, não vai se resolver em curto prazo, uma vez que não se cria uma UTI de um da para outro. Na opinião de Tavares, não se trata de valor de diária, mas da estrutura hospitalar, na opinião dele, é deficiente.
Mas enquanto no HMI duas crianças aguardavam vaga em UTIs neonatais, na Maternidade D. Iris, que é municipal, um leito de tratamento intensivo estava vago. Era reserva técnica, explicou o diretor do hospital José Renato Rezende. De acordo com o diretor-geral do D. Iris, Mauricio Viggiano, a maternidade não tem problema para atender os bebês nascidos na própria unidade.
O hospital conta com dez UTIs neonatais, dez Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), para crianças com problemas menos graves, e cinco leitos cangurus, para o recém-nascidos ganhar peso. Essas vagas atendem exclusivamente os bebes nascidos na Maternidade D. Iris. “De vez em quando a Central de regulação liga para saber se tem vaga”, conta Viggiano. Ontem tinha, mas era reserva técnica. “Provavelmente para alguma paciente do hospital em trabalho de parto”, justifica Cláudio Tavares. Havia também uma vaga ociosa de Ucin, em frente a qual também estava escrito “reserva técnica”.
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Gripe A
Casos em HIV positivos são estudados
O organismo de pessoas portadoras do HIV, apesar da baixa imunidade, pode combater o vírus da gripe suína, que promoveu a pandemia de 2009. Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram o mecanismo pelo qual isso acontece – uma proteína, produzida pela imunidade durante a infecção pelo HIV, acaba impedindo o vírus Influenza H1N1 de se replicar nas células. O estudo, publicado ontem pela revista científica Plos One, abre caminho para uma terapia contra a gripe suína, também conhecida como gripe A, e estudos de co-infecções por outros vírus, como o da dengue e o da febre do Nilo. O estudo começou em 2009, durante a pandemia de H1N1, e foi desenvolvido no Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, que é referência nacional no estudo destas viroses. Os pesquisadores observaram que pacientes imunodeprimidos com câncer ou transplantados foram afetados de forma mais grave pela gripe suína e a mortalidade, mais acentuada. Já entre os pacientes soropositivos, a gripe foi mais branda.
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PORTAL G1/GOIÁS
Mães dormem no chão de hospital à espera de UTI para filhos, em Goiás
Médico diz que 22 crianças aguardam por um leito especial, em Goiânia.
Há 21 dias no local, mãe de menina com hidrocefalia reclama: 'Não melhora'.
Mães de 22 crianças internadas no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, aguardam vagas para os filhos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Neonatal e Pediátrica, segundo a unidade de saúde. Imagens registradas por Vanessa do Nascimento Siqueira, que espera há 20 dias por um leito para o filho recém-nascido, Gabriel Henrique, mostram outra mãe dormindo no chão do hospital à espera da transferência.
Vanessa conta que o seu bebê foi diagnosticado com pneumonia e está no berçário de autorrisco enquanto não consegue um leito especial. Ela afirma que uma enfermeira a orientou a procurar o Ministério Público Estadual (MP-GO) para denunciar a situação. No entanto, ela espera uma solução do hospital.
Na mesma situação de Vanessa está Paula Moreira, que aguarda há 21 dias uma UTI para filha de seis anos, Vitória de Deus. A menina, que tem hidrocefalia, também foi diagnosticada com pneumonia. “Ela está recebendo os cuidados, mas não está havendo melhora. A única coisa que eles sabem falar é que não tem vaga disponível. Cheguei aqui no dia 8 e estou até hoje com minha filha aqui na enfermaria”, relatou Vanessa.
A dona de casa Deliane Rodrigues conta que o filho de seis meses, Diogo Henrique, espera há dois dias para ser transferido para uma UTI. Segundo a mãe, a médica disse que a criança precisa ir para o leito especial. “A médica falou que ele tem que ir, ele está respirando com balão de oxigênio”, relatou.
Por meio de nota, a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde explicou que as mães de crianças que aguardam por transferência para outras unidades dispõem de cadeiras de acompanhantes. "Essas mães, portanto, normalmente não dormem no chão", diz o comunicado.
O caso da paciente fotografada por Vanessa Siqueira, segundo a assessoria, foi diferente "porque trata-se de uma mãe que não quis se acomodar na cadeira e optou por se deitar no chão". De acordo com a secretaria, o Serviço Social e de Psicologia do HMI já foi acionado para verificar esse caso.
O diretor do Hospital Materno Infantil, Ivan Isaac, afirma que a oferta de vagas é limitada e não é suficiente para atender à demanda, pois a unidade dispõe de oito leitos de UTI Neonatal e 10 de UTI Pediátrica, sempre trabalhando em lotação máxima. O hospital esclarece, ainda, que quando recebe um paciente que necessita de um tratamento intensivo pede o leito especial à Central de Regulação de Vagas de Goiânia, órgão responsável pela liberação e encaminhamento de todas as vagas de internação.
“Já foi solicitado para essas crianças uma vaga de UTI fora do Materno Infantil. Elas são atendidas na nossa sala, muito bem atendidas e cuidadas. A saída daqui depende de vaga fora Materno Infantil porque aqui não cabe”, justificou o diretor.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o pedido de vaga para Diogo foi liberado no domingo, mas o paciente não estaria mais no Materno Infantil e, por isso, a vaga dele foi excluída do sistema. Deliane nega que tenha saído da unidade de saúde, como alegou o órgão.
Sobre Vitória e Gabriel, a SMS afirma que estão na lista de prioridades, mas continuavam à espera de vagas até a manhã desta segunda-feira (30).
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação