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DESTAQUES
• Hugo abre sindicância interna
• Hugo pede sindicância pela morte de dona de casa; família vai processar Estado
O POPULAR
Hugo abre sindicância interna
Representante da SES acredita que conduta do hospital foi correta, mas promete apurar se houve erro
Gabriela Lima
O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) abriu sindicância para apurar a conduta dos envolvidos no atendimento à dona de casa Patrícia Costa França Ferreira, de 25 anos. A jovem, que morreu vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), após peregrinar por 10 dias em busca de um tratamento satisfatório, foi enterrada na manhã de ontem no Cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia.
A família reclama de negligência do hospital, principalmente porque ela teria sido recusada na unidade quando passou pela segunda vez, na madrugada do dia 13 de julho. O superintendente-executivo da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Halim Girade, diz que o caso de Patrícia foge do padrão: “Não é comum uma jovem ter três sangramentos no cérebro em 10 dias”.
Girade entrou em contato com a direção do Hugo e, com base nos relatos e no prontuário, acredita que o procedimento de classificação de risco, que não considerou o caso de Patrícia como urgência, o que impossibilitou a sua internação na unidade, tenha sido correto. “Não estou me contrapondo à família. Estou relatando as informações que passaram no local. Quando ela esteve no início da madrugada, ainda não tinha tido as outras hemorragias mais graves. Ela estava com dor de cabeça, estabilidade clínica e hemodinâmica, nível de consciência mantido. Possivelmente, ao ter saído, ocorreu o acidente vascular cerebral. Por isso é que tem o nome de acidente”, afirma.
Apuração
Apesar de defender o procedimento, o superintendente diz que o caso será investigado. “Nós nos solidarizamos com a família. Se houve alguma negligência ou algum erro, é lógico que isso tem de ser sanado.”
De acordo com a assessoria de comunicação do Hugo, não há prazo para concluir a sindicância. Os dados são encaminhados ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) para apurar se houve alguma falha ética ou de conduta profissional.
Motivo de indignação, caso Bruno Henrique segue sem desfecho
A comerciante Cléia Carneiro de Mendonça, de 56 anos, acompanhou atentamente o caso de Patrícia. Ela é mãe do adolescente Bruno Henrique Mendonça Viana, de 17 anos, que, assim como a dona de casa, percorreu várias unidades de saúde até o desfecho trágico no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). “Passa um filme na minha cabeça, não tem como não lembrar do sofrimento que passamos”, diz.
Bruno morreu no dia 11 de setembro do ano passado. O adolescente fraturou o fêmur em acidente de moto e estampou a capa do POPULAR do dia 9 de setembro, em reportagem sobre falta de raio X na rede municipal. Peregrinou por três unidades de saúde e foi vítima de embolia pulmonar no Hugo.
Alegando negligência, a família registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil e levou o caso ao Ministério Público de Goiás. O procedimento tramita na 82ª Promotoria de Justiça. No dia 1º de junho, os dados foram encaminhados à unidade técnica em medicina do MP-GO. “Tenho fé que a Justiça vai ser feita”, ressalta Cléia.
O atendimento prestado a Bruno Henrique também é alvo de sindicância. De acordo com a assessoria de imprensa do Hugo, o processo corre em segredo de Justiça e está no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Cremego ainda não apresentou resultado final da investigação.
Após via-crúcis, família quer ir à Justiça
A via-crúcis de Patrícia começou na noite do último dia 6, quando ela começou a sentir fortes dores de cabeça, a ponto de perder a visão. A jovem deu entrada no Hugo pela primeira vez na madrugada do dia 7, após passar pelo Cais Nova Era e por um hospital da rede particular, com suspeita de ter um aneurisma. Depois de dois dias internada no local, a paciente foi encaminhada ao Hospital Cidade Jardim.
Descontentes com o atendimento da unidade da rede conveniada, familiares chegaram a levá-la ao Hugo por conta própria, mas Patrícia não pode ficar no local. Segundo o hospital, como o quadro evoluía bem e o hematoma estava sendo absorvido pelo organismo, a paciente deveria retornar à unidade de apoio. No dia 13, Patrícia recebeu alta.
Na noite do dia 16, a jovem voltou a sentir fortes dores na cabeça, e após mais um vaivém entre Hugo e Cais, ela sofreu uma parada cardíaca, na madrugada do dia 17, enquanto aguardava para ser levada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Dois dias depois, exames constataram a morte cerebral da paciente.
Para a surpresa da família, o hospital informou que Patrícia estava grávida e teria sofrido um aborto espontâneo dentro da UTI. A revolta dos parentes foi ainda maior depois de constatarem que a última visita à jovem, acreditando que ela estivesse viva, ocorreu quando ela já estava morta.
Os familiares afirmam que estão buscando um advogado para levar o caso à Justiça. “Agora nós vamos até o fim, para que não aconteça com outras pessoas o que aconteceu com a minha esposa”, diz o marido de Patrícia, Douglas Martins.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Hugo pede sindicância pela morte de dona de casa; família vai processar Estado
Morte da mulher que lutou para ser atendida é aviso de que o sistema de saúde não funciona para todos
Kidia Lima e Beto Silva
O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) emitiu nota, na tarde de ontem, onde pontua o que teria ocorrido com a paciente Patrícia Costa França Ferreira. A unidade informa que foi aberta sindicância para apurar as condutas de todos os envolvidos na assistência dada a paciente. Os dados serão encaminhados ao Conselho Regional de Medicina que apurará se houve algum ato ilícito ético ou de conduta profissional.
Familiares da vítima cogitam entrar com ações penais e civis para apurar as condutas dos suspeitos pela morte e a responsabilidade civil do Estado, que deveria zelar pela saúde da paciente.
Patrícia Costa da França Ferreira teve aneurisma e morreu, na tarde de sábado, no Hospital de Urgência de Goiânia. Ela foi enterrada na ontem. Desde o dia 7, procurou tratamento na rede pública de saúde de Goiás.
Somente no Hugo, ela procurou atendimento quatro vezes. A queixa da paciente (forte dor que seguia dos olhos à nuca) foi aparentemente negligenciada. Quando seus familiares foram visitá-la na UTI, no sábado, ela já havia morrido.
A indignação da família gerou revolta ontem, quando familiares desesperados usaram as redes sociais para se manifestar. Na imprensa, a indignação tomou conta das manchetes: a vítima do atendimento público deixou dois filhos pequenos e tentou desesperadamente ser atendida.
Se estivesse viva, Patrícia Costa França Ferreira estaria a caminho do terceiro filho, pois o próprio Hugo informou que a dona de casa teve um aborto espontâneo, ou seja, ela estava, de acordo com o hospital, grávida.
HORÁRIO
Existem divergências no que diz respeito às informações sobre o horário da morte de Patrícia. De acordo com a Central de Óbitos de Controle de Sepultamentos da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), o horário é diferente do que foi passado pelo hospital para a família.
O Hugo apresentou a justificativa de que a divergência ocorreu devido ao protocolo de morte cerebral. Portanto, de acordo com a unidade médica, foram realizados os exames que o Ministério da Saúde (MS) exige.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação