ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
• Poder público procura novo local para o Wasily Chuc
• Três casos de leptospirose
• Ilhas goianas onde a dengue ainda não chegou
• Em Goiânia, crianças têm sintomas parecidos nos Cais
O HOJE
Poder público procura novo local para o Wasily Chuc
Estado e município se unem para manter a unidade aberta, mas estão com dificuldades para achar novo local com estrutura apropriada
Thiago Burigato
No ano passado, o pronto-socorro psiquiátrico Wasily Chuc, a principal referência em termos de atendimento psiquiátrico emergencial de Goiás, esteve prestes a fechar as portas. O fim de sua operação chegou a ser anunciado pelo secretário municipal de Saúde Fernando Machado. No entanto, a imprescindibilidade da unidade impediram seu encerramento.
O Wasily há muito tempo está envolto em polêmicas. De tempos em tempos surgem denúncias de más condições da instalação e mesmo maus tratos contra pacientes. Justamente para averiguar essa situação, em junho de 2015, a então presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Mônica Araújo, foi até o local com outros integrantes do grupo.
A situação que encontrou foi qualificada, por ela, como “caótica”. “A infraestrutura do local é quase zero. Tinha pisos e paredes quebrados e fios soltos na recepção, o que representa um risco não só para os pacientes com distúrbios mentais, mas também para os funcionários”, conta.
Em seu relatório, Mônica frisou que, apesar das péssimas condições de trabalho, destacava-se a boa vontade dos funcionários em cuidar dos pacientes e manter o bom estado da unidade. “Quando chegamos, não tinha gerente para o pronto-socorro, mas um funcionário que já tinha sido exonerado para outra unidade,atendeu-nos ”, diz.
Segundo ela, devido à falta de medicações, os funcionários aplicavam doses menores que as recomendadas aos pacientes. Alguns deles estavam amarrados, mas a então presidente não viu indícios de maus tratos por conta disso. “Eles explicaram que era por uma medida de contenção, que não ficariam daquela forma por mais de três dias e seriam encaminhados a um hospital”, esclarece.
Conforme o relatório de Mônica, os funcionários da unidade relataram falta de recursos para desenvolverem seus trabalhos e disseram não receber auxílio insalubridade ou periculosidade, apesar de haver histórico de profissionais agredidos por pacientes. “Na maioria das vezes os funcionários levam produtos de higiene pessoal de casa para os internos.”
Mesmo nessas condições, a OAB-GO foi contra a proposta de interdição da unidade. O principal motivo é a falta de uma alternativa de atendimento para aqueles que precisam.
Procura por novo local
A Prefeitura de Goiânia está ciente dos problemas da unidade. E também de sua imprescindibilidade. Por isso, com o apoio da OAB e do Ministério Público de Goiás (MPGO) fechou um acordo com o governo de Goiás para que este se responsabilize pelo aluguel de um novo espaço, mais adequado.
“Há seis meses procuramos um imóvel que comporte a estrutura do Wasily, que é uma unidade de 40 leitos”, explica a diretora de Redes Temáticas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Mirlene Guedes. “Hoje a unidade possui uma estrutura física precária. O proprietário não manifestou interesse em reformá-la”, diz.
Mirlene relata que vários imóveis já foram analisados e poucos são os aptos a receber o pronto-socorro. Mesmo naqueles em que a transferência seria possível, há dificuldade no momento de fechar o contrato. “Já identificamos vários imóveis, mas é um trâmite complicado. Quando o proprietário fica sabendo que é para o município ou Estado ele não quer alugar.”
Atualmente, os dois entes têm em vista um novo imóvel que possa acolher os pacientes. “Agora há prédio que o Estado já está fazendo visita técnica. Esperamos que em breve consigamos fazer a transferência dessa unidade específica”, declara Mirlene. Apesar disso, ela prefere não arriscar uma previsão para a possível mudança. “É muito difícil determinar prazos dentro do serviço público. Hoje não consigo determinar um prazo, porque há questões que estão além da nossa alçada”, conclui.
………………………………..
O POPULAR
Três casos de leptospirose
Dois moradores ainda estão internados; outros tentam reconstruir a vida após alagamentos
Gabriela Lima
A maior enchente de Goiânia em número de desalojados deixou pelo menos três pessoas infectadas com leptospirose. Um mês após o alagamento que atingiu 700 famílias, dois homens seguem internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), um deles em estado grave. Um terceiro paciente recebeu alta esta semana, mas fez a mudança ontem mesmo, por recomendação médica e medo de uma nova inundação.
O mecânico de máquinas agrícolas Wesley Silva Leite, de 30 anos, ficou internado no HDT durante 13 dias, três deles na UTI, por conta da doença causada pela bactéria do gênero Leptospira, presente na urina de ratos. Ele conta que uma semana após o alagamento começou a sentir os sintomas da infecção: febre alta, náuseas, dores no corpo e fraqueza.
Durante sete dias, Wesley fazia acompanhamento no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) com suspeita de dengue, até ser informado da suspeita da doença e receber um encaminhamento para o HDT. Após ter alta, o mecânico ainda apresenta a pele e os olhos bastante amarelados e relata fraqueza e dor nas pernas.
O mal estar não o impediu de fazer a mudança da casa onde morava, na Rua 4 do Setor São José. Segundo Wesley, a troca de endereço é uma recomendação médica. Mas ele diz que de qualquer forma deixaria o local com medo de novos alagamentos, pois o imóvel é muito perto do Córrego Cascavel. “Trabalho viajando para o interior. Na noite da enchente, eu e minha esposa saímos daqui nadando, carregando duas crianças, uma de 1 ano e outra de 6. Como vou deixar minha mulher e meus filhos pequenos sozinhos aqui?”, questiona.
Pedido de atenção
A mulher de Wesley, a consultora de vendas Mariluce Alves, de 30, pede que o governo dê atenção às famílias atingidas pela enchente. Ela conta que está inscrita no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, mas reclama: “No cadastro eles não quiseram me colocaram como moradora de área de risco, sendo que aqui os alagamentos são constantes.”
Por meio da assessoria de imprensa, o HDT confirmou que os três casos de leptospirose atendidos no hospital são de atingidos pelo alagamento; no entanto, não divulgou o nome dos pacientes que permanecem internados. A reportagem apurou que são um morador do Setor São José e um da Vila Roriz. Os dois bairros da Região Oeste de Goiânia foram os mais atingidos pelas enchentes. (20/02/16)
…………………………………
Ilhas goianas onde a dengue ainda não chegou
22 cidades não registraram doenças transmitidas pelo Aedes este ano. Em 2015 não teve como fugir
Pedro Nunes
Passado um mês e meio da virada do ano e em meio a uma epidemia de dengue, ainda existem cidades em Goiás que estão blindadas às ações do Aedes aegypti. Isso no verão, quando as altas temperaturas e o período chuvoso se tornam uma combinação propícia para acelerar o ciclo de vida do mosquito.
Dos 246 municípios goianos, 22 não registraram nenhum caso de dengue, zika vírus ou febre chikungunya, o equivalente a 8% do total. O levantamento foi realizado com base nos boletins epidemiológicos divulgados semanalmente pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).
Já em 2015 não teve para onde correr. O mosquito foi mais forte e todas as cidades registraram casos de dengue.
Estes 22 municípios são, em sua grande maioria, de pequeno porte, com população estimada entre 2 mil e 5 mil pessoas.
Uma dessas privilegiadas é São Patrício, no Centro do Estado, que tem 2.062 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O secretário municipal de Saúde, Saulo Augusto Alvez, relata que, em uma tarde, no dia 29 de janeiro, uma força-tarefa com 150 pessoas, em parceria com o Corpo de Bombeiros, conseguiu vistoriar quase todos os domicílios da cidade. “Isso em três horas. Algumas casas estavam fechadas e nós completamos nos dias seguintes. Vistoriamos 100% dos imóveis e foram encontrados e eliminados dois focos do mosquito.”
Para continuar com o índice zero, o secretário afirma que as visitas têm continuado. “Estamos fazendo a nossa parte. Temos investido também em coleta seletiva já há dois anos para evitar possíveis criadouros”, diz Alvez.
A blindagem de São João d’Aliança, no Norte goiano, no entanto, pode ter perecido no decorrer desta semana. A secretária municipal de Saúde, Andréia Abbes, informa que cinco casos suspeitos de dengue foram registrados. “Estamos investigando e fazendo os bloqueios sanitários nos pontos necessários”, acrescenta. Até o último boletim, nenhuma notificação tinha sido registrada no município de 12.070 habitantes, o maior entre aqueles que não têm, oficialmente, nenhum caso.
Andréia relata que o município tem adquirido kits de testes rápidos para identificar casos de dengue. “Compramos 50 e semana que vem compraremos mais. Temos também um laboratório que realiza os exames de sangue para identificar os casos. Fazemos um acompanhamento e os kits são uma complementação.”
Concentração
Os dados da sexta semana epidemiológica mostram que as cinco maiores cidades goianas concentram mais da metade de todos os casos de dengue em 2016. Juntas, elas somam 12.771 notificações. Até o momento, em todo o Estado, foram registrados 24.499 casos. Onze óbitos suspeitos de dengue também já foram notificados em 2016.
Livres da dengue (até agora)
De 246 municípios em Goiás, apenas 22 não registraram nenhum caso de dengue, zika ou chikungunya nos 50 primeiros dias deste ano
Cidade e habitantes:
São João D’Aliança: 12.070
Mambaí: 7.945
Divinópolis de Goiás: 5.020
Matrinchã: 4.500
Montividiu: 4.387
Guarani de Goiás: 4.204
Mutunópolis: 3.971
Varjão: 3.827
Campinaçu: 3.743
Heitoraí: 3.731
Nova Roma: 3.470
Buritinópolis: 3.394
Ipiranga de Goiás: 2.940
Panamá: 2.722
Pilar de Goiás: 2.614
Avelinópolis: 2.499
Jesúpolis: 2.444
Guaraíta: 2.268
Guarinos: 2.134
Davinópolis: 2.126
Aloândia: 2.079
São Patrícia: 2.062
Campeões de casos de dengue até agora
1º Goiânia: 7.478 casos (habitantes: 1.430.679)
2º Anápolis: 2.553 casos (habitantes: 366.491)
3º Ap. de Goiânia: 1.631 casos (habitantes: 521.910)
4º Luziânia: 1.565 casos (habitantes: 194.039)
5º Rio Verde: 1.544 casos (habitantes: 207.296)
(20/02/16)
………………………
Em Goiânia, crianças têm sintomas parecidos nos Cais
Febre, dor no corpo, diarreia e manchas no corpo são sintomas que têm deixado muitas mães preocupadas. A reportagem percorreu três dos principais Centros de Atenção Integrada à Saúde (Cais) de Goiânia e a cena se repetiu em todos eles: mães à espera de atendimento para crianças com sintomas parecidos.
Cleidivania da Silva, de 35 anos, aguardava no Cais de Campinas o resultado do exame de sangue para descobrir a causa dos sintomas que têm tirado o sono do filho Igor, de 1 ano e 6 meses.
“Tem três dias que ele está com a garganta inflamada, bolhas no corpo e não dorme à noite. O médico já tinha passado um remédio, mas mandou suspender porque não era o remédio ideal. Sinto-me perdida porque é a terceira vez que venho com ele no hospital e não descobrem o que é.”
A dona de casa Cristina da Silva, de 15, decidiu ir ao hospital após a filha, de 7 meses, apresentar manchas no corpo e tosse. “Tem quatro dias que ela está assim, e é a primeira vez que dá isso nela, tenho medo de ser dengue.”
Falta de médico
Pais que aguardavam atendimento no Cais Jardim América relataram que falta médico pediatra na unidade. “Cheguei aqui e não tem pediatra. Tem mais de uma semana que meu filho está com diarreia e tosse, já levei em outro hospital, mas o médico não carimbou a receita”, conta Michelle Alves, 26, mãe de Samuel, de 1 ano e 4 meses.
Lourdes Souza, 28, mãe de Priscila, de 5 meses, diz que já percorreu os hospitais da região em busca da causa dos sintomas da filha. “Ela está com o corpo cheio de caroço, a médica falou que é alergia, passaram um antialérgico, mas já faz uma semana que ela não melhora, resolvi vir no hospital novamente. Há mais de duas horas que espero.” (20/02/16)
………………………
Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação