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DESTAQUES
• Pílula do câncer é tema de audiência na OAB-GO, em Goiânia
• Família enfrenta dificuldades após se mudar para filha fazer tratamento em Goiânia
• OAB promove audiência sobre a pílula do câncer
• Homem aguarda UTI em Aparecida de Goiânia
• AIDS: Sem remédio, o que resta é internação
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Pílula do câncer é tema de audiência na OAB-GO, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/bom-dia-go/videos/t/edicoes/v/pilula-do-cancer-e-tema-de-audiencia-na-oab-go-em-goiania/5127631/
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Família enfrenta dificuldades após se mudar para filha fazer tratamento em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/familia-enfrenta-dificuldades-apos-se-mudar-para-filha-fazer-tratamento-em-goiania/5128333/
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TV SERRA DOURADA
OAB promove audiência sobre a pílula do câncer
https://www.youtube.com/watch?v=g_6GAJWk_qY
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Homem aguarda UTI em Aparecida de Goiânia
https://www.youtube.com/watch?v=YAJgIWwY76Y
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O POPULAR
AIDS: Sem remédio, o que resta é internação
Metade dos doentes que estão internados no HDT foi hospitalizada por interromper o tratamento. Abandono da terapia ocorre por causa dos efeitos colaterais da medicação prescrita
Rosana Melo
Metade dos pacientes com aids internados no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, teve de ser hospitalizada porque parou de tomar a medicação prescrita pelos médicos. São, em média, 80 pacientes com aids internados na unidade. O motivo do abandono do tratamento seria, principalmente, os efeitos colaterais dos medicamentos.
“A outra metade dos pacientes com aids internados foi diagnosticada há menos de três meses ou faz parte do grupo de pacientes que envelheceu e sofre com doenças crônicas ou com doenças oportunistas que surgem ao longo da doença”, explicou a infectologista e diretora técnica do HDT, Letícia Aires.
O acompanhamento dos pacientes, desde o diagnóstico até o óbito, é feito atualmente pelo grupo de Adesão Terapêutica do HDT e que, a partir de amanhã, depois de 15 anos de existência, será integrado ao setor de Psicologia do hospital. “É uma forma de ampliar o leque do ambulatório de adesão a toda a unidade de saúde. O que antes era feito por um grupo será feito por todo o hospital para evitar o abandono do tratamento”, avaliou a diretora do HDT, Anamaria Arruda.
Segundo ela, houve uma “mudança de estratégia” da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e isso vai fazer com que o paciente seja conscientizado de que ele é o protagonista da própria saúde. “É ele o responsável por tomar a medicação”, explica.
Entidades e militantes que acompanham pacientes com aids em Goiás acreditam que o trabalho do grupo de Adesão Terapêutica será dispersado e perderá importância e o alcance.
“O Estado não tem nenhum programa que alcance o paciente como o grupo de Adesão. Ele acompanha o paciente e o acolhe. Isso vai se perder”, avaliou o ex-coordenador do Grupo Pela Vidda e voluntário, André Luiz de Melo Santos.
Tratamento ininterrupto
“É muito difícil fazer o uso de todos os medicamentos ao longo da vida”. O relato é de Sandra, doente de aids há mais de 20 anos. Ela não quer se identificar por causa do estigma da doença e conta que o tratamento é para o resto da vida e muito doloroso. São muitos remédios e todos causam efeitos colaterais, que fazem com que o paciente passe mal. Segundo ela, sem orientação médica adequada e acompanhamento psicológico, o paciente não consegue seguir o tratamento.
“É por isso que muitos pacientes largam o tratamento e também por isso que o trabalho do grupo de Adesão é tão importante”, conta. Ela reclama que as consultas com médicos no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) são muito rápidas e que geralmente o paciente não é orientado sobre os efeitos que a medicação causa.
“Falta diálogo. Eu poderia falar para o médico o que sinto e ele mudar meu tratamento, mas isso geralmente não acontece. As consultas são muito rápidas. Esse meio de campo é feito, às vezes, pelo grupo de Adesão Terapêutica”, explica.
Sandra acredita que o trabalho do grupo não pode ser interrompido em um momento em que há a banalização da doença. Diz que entre os jovens, principalmente, há a ilusão de que há cura para a doença. “Tem tratamento, mas não tem cura. Isso precisa ser dito a esses jovens. Tem uns dez anos que estão tratando a aids como gripe. Banalizaram a doença e isso não pode acontecer”.
Atualmente, Sandra faz tratamento para depressão. Toma dezenas de medicamentos para tratar-se da aids e evitar doenças oportunistas e outros tantos para combater a depressão.
Ela conta que os problemas emocionais são comuns entre pacientes com aids. “Tem muita tentativa de suicídio entre pacientes com a doença. O trabalho das psicólogas do grupo de Adesão tem evitado o agravamento dessa situação”.
Sandra não se deixa fotografar e evita a exposição de sua situação. “Isso não me impede de lutar para que eu e outros pacientes tenhamos tratamento digno”.
Anamaria Arruda: “Estamos ampliando o leque”
A diretora do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Anamaria Arruda, avalia que o fim do grupo de Adesão Terapêutica do hospital é um avanço na tentativa de evitar que pacientes com aids abandonem o tratamento, já que toda a unidade é responsável agora pelo acolhimento de pacientes.
O trabalho de Adesão Terapêutica não corre o risco de deixar de ser feito com a extinção do setor?
Tem mais de um ano que estamos trabalhando um novo paradigma de que não é mais apenas um grupo que deve acolher esse paciente com aids, mas todo o hospital. O trabalho de adesão será feito não apenas mais por quatro psicólogas, uma auxiliar de enfermagem e uma secretária, mas também por médicos, todo o setor de psicologia do hospital e ampliado para um núcleo psicossocial no futuro.
Profissionais de saúde, pacientes e militantes que atuam junto a organizações não-governamentais dizem que o trabalho não terá o mesmo alcance e que pacientes podem abandonar o tratamento. Isso pode ocorrer?
Quando o Ministério da Saúde criou o projeto de adesão foi para conscientizar o paciente de que ele é o protagonista da saúde dele. Ele é que tem de tomar a medicação. Há 20 anos, tínhamos o paciente, mas não tínhamos medicamentos. Hoje não. Temos medicamentos e diversas formas de tratamento.
O acompanhamento vai deixar de ser feito?
Não. O acolhimento será feito em todo o hospital. No diagnóstico, na internação e no acompanhamento depois da internação, no Condomínio Solidariedade. Vamos potencializar ações de programas com gestantes. Nos últimos anos conseguimos baixar a taxa de contaminação vertical (entre mãe e feto) de 6% para menos de 1%. É uma meta nossa.
“Não devemos retroceder à angústia dos anos 1990”
André Luiz de Melo Santos – Ex-coordenador em Goiânia do Grupo Pela Vidda
O grupo de Adesão Terapêutica do Hospital de Doenças Tropicais é um serviço indispensável no tratamento do HIV e suas complicações. Isso inclui todas as doenças oriundas da baixa imunidade e de outras infecciosas, recorrentes, crônicas e evolutivas, principalmente as doenças neurológicas, cujas sequelas são irreversíveis nas funções motoras e visuais.
É do Setor de Adesão o sucesso na redução da transmissão da mãe na gestação, pós-parto e acompanhamento responsável das crianças na soro reversão ou no caso de soro conversão e de assegurar para as crianças soro positivas acesso a consultas e manutenção das prescrições terapêuticas.
Em média 135 gestantes são atendidas pelo programa, com resultados excelentes. Temos o caso de uma mãe com HIV que está na sua terceira gestação após a contaminação e graças à equipe de Adesão, nenhum dos bebês se contaminou.
O desafio do pós conceito é outra abordagem multiprofissional muito importante. As pessoas pensam que aids tem tratamento e a ignoram. Aids não tem cura.
O sofrimento é o mesmo de 25 anos atrás. A equipe de Adesão esclarece isso e trata das questões da transmissão consciente e da contaminação consentida. O momento é para ampliação dos serviços oferecidos e não de retroceder às angustias dos anos 1990.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação