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DESTAQUES
• Paciente luta por exame para poder fazer cirurgias nos olhos, em Goiânia
• Araújo Jorge já recusa novos pacientes e pede ajuda para não suspender atendimentos
• Diálogo travado no consultório médico
• Editorial – Sobre humanização
• Após pegar zika vírus, empresário apresenta sintomas da síndrome de Guillain-Barré
• Beneficiários de planos de saúde podem conferir dados sobre atendimentos
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Paciente luta por exame para poder fazer cirurgias nos olhos, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/paciente-luta-por-exame-para-poder-fazer-cirurgias-nos-olhos-em-goiania/5205491/
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JORNAL OPÇÃO
Araújo Jorge já recusa novos pacientes e pede ajuda para não suspender atendimentos
Pacientes de onco-hematologia, com diagnósticos de linfoma ou leucemia, por exemplo, já estão sendo encaminhados para atendimento em outras unidades
Com os salários dos funcionários em atraso e risco real de suspensão de atendimentos para os pacientes do Sistema Único de Saúde, a diretoria da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG) reivindica a mobilização dos poderes públicos estadual e municipal para a tomada de medidas, em caráter emergencial, para a contenção da crise financeira que enfrenta o Hospital Araújo Jorge.
Há mais de um mês, pacientes com problemas onco-hematológicos que procuram a instituição já não são admitidos para tratamento no hospital, voltando para o sistema de regulação da Prefeitura para conseguir vaga em outra unidade.
O atendimento aos pacientes diagnosticados com outros tipos de câncer, bem como os pacientes que já vinham sendo tratados no Araújo Jorge, continuam recebendo tratamento, mas com um déficit mensal de R$ 1,3 milhão, o alerta da diretoria é de que os próximos passos serão a interrupção da realização de Transplante de Medula Óssea (TMO), interrupção de atendimento nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e até mesmo o corte da ala de oncologia pediátrica.
O risco mais eminente é a interrupção da realização de transplantes de medula óssea do hospital, que, segundo o chefe do serviço de TMO, médico César Bariani, hoje atende de 90% a 95% da demanda dos pacientes com diagnóstico de linfoma e leucemia no Estado de Goiás.
“Em 16 anos de serviços prestados, foram mais de 700 transplantes da mais alta complexidade, atendemos de crianças até idosos, a maior parte muito carente, então a interrupção desse atendimento seria um prejuízo enorme para a população tanto para nosso Estado quanto para os estados vizinhos. Recebemos pacientes do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará, Maranhão. Com as poucas unidades de transplante que temos hoje no Brasil, é difícil imaginar como será feito o alocamento de todos esses pacientes”, lamentou o médico.
Atualmente, 40 pacientes estão em processo de preparação para o transplante no Araújo Jorge. Um deles é Wilson Silva, autônomo de 65 anos, diagnosticado com leucemia há um ano. Diante da possibilidade de suspensão da TMO no hospital, Wilson disse que fica preocupado, mas tenta manter as esperanças. “Não quero ser pessimista. Tenho confiança em Deus e nas autoridades para reverter essa situação porque a população precisa disso, somos dependentes do Araújo Jorge”.
Mobilização
Uma das principais origens da crise pela qual passa a ACCG, segundo o presidente da associação Paulo Moacir de Oliveira Campoli, é a defasagem da tabela de repasse do Sistema Único de Saúde (SUS), que não é atualizada desde 1999.
Atualmente, o hospital tem pagado os funcionários e fornecedores em atraso, pegando receita do próximo mês para quitar pagamentos do mês anterior. “Não da para esperar a bola de neve crescer. Temos que tomar uma atitude agora”, afirmou Campoli.
Segundo o presidente, perante a defasagem do repasse federal, o que acontece em outros estados é a atuação dos poderes públicos estaduais e municipais, que ajudam as instituições com recursos. “A única coisa que sabemos é que a instituição precisa ser preservada a todo custo. Não tem lógica aceitar que o hospital Araújo Jorge pode fechar as portas, suspender atendimentos. Precisamos mobilizar o poder público para evitar esse mal maior e, nosso entendimento, as duas secretarias são responsáveis”.
Ainda em julho deste ano, a ACCG encaminhou comunicado à Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde, ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público Federal e ao Conselho Regional de Medicina, informando sobre a situação financeira do Araújo Jorge, mas não obteve resposta.
Pelas redes sociais, a hashtag #SomosTodosACCG pede o apoio da sociedade e do Poder Público para conter a crise que atinge a instituição. “Caso essa mobilização não gere resultados imediatos, milhares de pacientes do SUS poderão ter o atendimento interrompido e correm o risco de serem transferidos para outros estados”,esclarece a instituição em nota.
O Hospital Araújo Jorge, referência no tratamento de câncer em Goiás e em toda a região Centro-Oeste. Hoje os pacientes do SUS compõem 80% dos mais de 80 mil atendimentos mensais, entre consultas, internações, cirurgias, sessões de quimioterapia e radioterapia, exames anátomo-patológicos, citológicos e exames de patologia clínica.
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O POPULAR
Diálogo travado no consultório médico
Polêmica sobre “peleumonia” em São Paulo levanta debate sobre como pacientes são tratados por profissionais de saúde
Desandança, gastura, sentindo um trem ruim. Os termos populares e as diferentes formas como cada paciente se expressa no momento da consulta são inúmeras, mas não há motivo para desespero, ou mesmo para a produção de um dicionário. O diálogo tudo resolve e é essencial para a relação médico-paciente. Depois da polêmica “peleumonia”, quando o médico Guilherme Capel, de São Paulo, debochou de um paciente por dizer a palavra “pneumonia” de forma diferente, O POPULAR foi a postos de saúde conversar com médicos e pacientes sobre os o diálogo em um consultório.
Floriuma Ferreira de Oliveira, de 58 anos, acompanhava o pai no Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais)Pedro Ludovico e relatou que por diversas vezes quando buscou atendimento em outros postos ou hospitais, saiu do consultório sem conseguir o atendimento que esperava. “Eles são muito apressados, né? Não esperam a gente falar, ficam estressados com o que a gente fala. No fim, só passam uma receita e não falam nada“, contou.
Na fila para atendimento, Vanuza Maciel, 40 anos, fala que falta educação para parte dos profissionais. “Eles falam de um jeito que a gente não entende, e ai da gente se perguntar de novo”, disse a paciente.
A ginecologista e obstetra Doliana Martins Brasil de Moares, que trabalha na rede pública e privada, explica que no seu caso sempre prolonga as consultas, buscando ouvir o máximo possível das pacientes. Quando atuava na área de urgência e emergência, ouvia muitas palavras diferentes, mas garante nunca ter saído de uma consulta sem entender o que o paciente queria dizer. “Mesmo que a pessoa seja de outra região, basta ter boa vontade e bom senso”.
A médica enxerga a questão como oportunidade – enquanto ela teve oportunidade de estudo, outras pessoas não tiveram e nem por isso devem ser desrespeitadas. “Nós que temos que falar a linguagem do paciente, e não o contrário”, pontuou. Doliana se lembrou de um termo que ouviu recentemente – rodeira na vagina. “Era uma espécie de vento que a paciente sentia. Eu não entendi inicialmente, mas bastou conversar”, relatou.
Palavras não devem ser barreira
A linguagem usada pelo médico e pelo paciente não deve ser barreira para a comunicação durante consultas e exames. A regra vale para a relação que precisa ser de confiança para que o tratamento tenha o resultado esperado. A opinião é do médico cardiologista e escritor Celmo Celeno Porto. “Médico precisa se esforçar para entender o que o paciente diz e ainda tem que fazer o possível para ser claro quando explica sobre diagnóstico e tratamento.”
O médico Luigi Stefanni Griggi, que atende apenas na rede pública, explica que no início da carreira, quando ainda estava no Estado do Amazonas, onde cursou medicina na universidade federal, a linguagem popular às vezes o surpreendia e era necessário o auxílio de colegas. Atualmente, de volta a Goiás, Luigi atesta que não tem tanto problema e afirma que o momento do diálogo é a parte mais importante do diagnóstico. “Tão importante quanto os exames”, disse.
A enfermeira e gestora do Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) do Jardim América, Valéria Nunes, veio da Paraíba há 18 anos e logo enfrentou dificuldade de entender expressões goianas. “Ouço muito aqui ‘estou sentindo uma coisa ruim’. Aí tem que conversar com a pessoa e tentar entender que coisa ruim é essa”. Com o tempo se adaptou, fazendo um esforço para entender o que o paciente falava – e desenhando, se necessário. “Às vezes os pacientes, principalmente idosos, não conseguem compreender os momentos de tomar a medicação. Aí eu desenho uma lua e um sol na caixa do remédio, para mostrar os horários”, relatou. De acordo com ela, os termos técnicos da saúde devem ser restritos aos profissionais.
Autor de livro sobre como examinar pacientes, Celmo Celeno Porto afirma que é durante essa relação inicial, de entrevista e conversas, que o paciente tem a oportunidade de se comunicar para explicar o que ele sente. É a partir disso que o profissional poderá tomar a decisão diagnóstica, que levará à segunda decisão importante, a terapêutica. “Antes essa relação era arbitrária, mas hoje não é mais assim. Nem deve ser. A relação precisa ser de confiança.”
Porto afirma que essa última decisão hoje é chamada de decisão compartilhada. “O paciente chega ao consultório com alguma sugestão do que ele tem. O médico ouve, solicita exames e confirma ou descarta a doença. Se não houver essa relação de confiança, o paciente nem volta. Para ter adesão ao tratamento, é preciso manter essa relação de confiança.”
Os livros publicados pelo médico, que também é professor, discutem em termos técnicos sobre essa relação. Em outro livro, Porto descreve situações verídicas. Chamado de Cartas aos Estudantes de Medicina, o livro cita exemplos e mostra consequências de como se deve proceder em algumas situações. Romper o sigilo do que acontece no consultório, por exemplo, é totalmente condenado pelo especialista.
Gerente de atenção primária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Fabrício Montijo relata que na atenção básica é muito comum que médicos e enfermeiros tenham contato com pessoas com menor acesso aos estudos. “Antes da contratação, nós conversamos e detalhamos, entre outras questões, uma possível dificuldade de linguagem, de entendimento.”
Montijo diz que os próprios médicos se ajudam quando há essa dificuldade de entendimento, mas não crê que seja comum. “Por mais estudioso que o profissional seja, ele consegue ter ideia do que o paciente diz no momento do relato. Basta ter paciência e fazer as perguntas adequadas.” Ele informou que não há relatos de problemas como esse na rede municipal. “Caso haja, o paciente pode nos procurar.”
Para conselho, médico precisa falar a linguagem do paciente
O médico deve se fazer entender e buscar compreender o paciente. É o que diz o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Aldair Novato. "Quando vai obter e dar informações, o profissional tem de falar a linguagem de quem ele está atendendo, isso gera a confiança que é fundamental na relação médico-paciente", explica.
Novato condenou a atitude do plantonista que zombou de paciente na internet, por conta do português incorreto. "É um fato deplorável e temos que estar atentos até com brincadeiras, para que não venha a acontecer com a gente", alerta.
Segundo o presidente do Cremego, existem resoluções dentro do código de ética que vetam práticas de zombaria. Também determina ao profissional o uso de termos de fácil entendimento tanto para o paciente quanto a sua família.
No entanto, Novato diz não ter registros de incidentes dessa natureza nos consultórios goianos. "Estou no Cremego há 8 anos e nunca ouvi falar nada nesse sentido."
Em situações como a ocorrida em São Paulo, os conselhos regionais de medicina ou o próprio conselho federal pode abrir sindicância para apuração da conduta do profissional e impor punições.
3 perguntas para Celmo Celeno Porto
Médico cardiologista e escritor de livros sobre conduta médica fala sobre a importância da relação entre profissional e paciente para o sucesso do tratamento.
1 – Qual a importância do médico se esforçar para entender a linguagem do paciente?
A decisão diagnóstica depende da conversa que o paciente tem com o médico. O profissional precisa se atentar para os relatos, por mais simples que eles sejam. E nessa conversa é imprescindível que ele transmita confiança ao paciente. Só assim ele vai se sentir seguro e vai continuar o tratamento até o final. Se a relação não é forte, ele não vai fazer os exames solicitados ou comprar os medicamentos orientados.
2 – Como deve ser a conversa entre o médico e o paciente dentro do consultório?
O médico precisa ouvir e entender. Precisa ter paciência e atenção. Se não fizer uma entrevista bem feita, tudo mais vai dar errado. Não se pode perder a boa relação entre as duas partes por causa de pressa ou qualquer outro motivo.
3 – Qual a influência da internet nessa relação entre médico e paciente?
Quase todos os pacientes que chegam aos consultórios hoje têm alguma ideia do que têm. Antes de chegar ao consultório, ele já perguntou ao “Dr. Google”. E essa ferramenta abre mais um canal de diálogo, que pode ajudar a chegar no diagnóstico.
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Editorial – Sobre humanização
Prêmio Nobel da Paz em 1985, o cardiologista Bernard Lown observou em A Arte Perdida de Curar, livro que o consagrou como um fenômeno da literatura médica, que a Medicina jamais teve a capacidade de fazer tanto pelo homem como hoje, mas, paradoxalmente, as pessoas nunca estiveram tão desencantadas com seus médicos.
Além da capacidade de diagnóstico e do emprego de recursos tecnológicos, os médicos, segundo Lown, perderam a habilidade quase artística da cura.
Pretexto para a reportagem nas páginas 12 e 13 desta edição, o caso do jovem médico paulista que caçoou da ignorância dos pacientes, que diziam “peleumonia” e “raôxis”, vai além da ausência de discernimento nas redes sociais. Revela, ainda que de forma isolada, sem sombra de generalização, um distanciamento perigoso entre médicos e pacientes. Não apenas porque uma das mais belas profissões do mundo se alicerça no respeito ao próximo, mas porque a empatia entre ambos deve ser a base para uma espécie de aliança terapêutica. Nesta relação, o médico pode potenciar recursos físicos e mentais do paciente ou, ao contrário, enfraquecê-lo e frustrar esforços. Daí a relevância da discussão permanente desta humanização tão fundamental para a boa Medicina.
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Após pegar zika vírus, empresário apresenta sintomas da síndrome de Guillain-Barré
Homem de 47 anos fazia prova da OAB quando passou mal. Ele está internado na Santa Casa de Misericórdia em bom estado de saúde
Um homem de 47 anos está internado na Santa Casa da Misericórdia após desenvolver a Síndrome de Guillain-Barré (SGB). O empresário Sebastião Ferreira dos Santos, morador de Aparecida de Goiânia, descobriu a síndrome há cerca de 10 dias. O diagnóstico ocorreu 25 dias após ele contrair zika vírus.
Raimundo Ferreira dos Santos, de 44 anos, conta que o irmão desenvolveu os primeiros sintomas da SGB enquanto fazia o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Ele passou muito mal e teve de ir embora. A partir deste dia, a perna dele já não teve flexibilidade e quase não conseguia mexer os olhos. Só foi piorando”, relata.
Ainda de acordo com Raimundo, Sebastião chegou a ser levado para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), onde teria tomado soro e realizado exame de sangue que não identificou nenhuma doença. O irmão conta que só conseguiu a transferência de Sebastião após suspeitar que ele tivesse desenvolvido a síndrome.
“Pesquisei na internet e disse ao médico que ele poderia estar com Guillain-Barré, só aí ele pediu a transferência do meu irmão. Esta é uma doença muito rápida. Se eles não tivessem demorado tanto para diagnosticar, meu irmão talvez não estivesse nesta situação”, reclama.
Sebastião está internado na Santa Casa de Misericórdia há seis dias. Somente no local ele teria feito exames e confirmado a síndrome. A unidade informa que o paciente foi internado com os sintomas da síndrome e que o estado de saúde dele é bom. O hospital afirma ainda que Sebastião é o único paciente internado com Guillain-Barré.
Raimundo conta que não é a primeira vez que o irmão é infectado pelo zika vírus e não sabe onde ele pode ter contraído o vírus, já que trabalha em muitos lugares. Sebastião é casado e pai de três filhos. Ele aguarda o nascimento da primeira neta este mês.
35 casos confirmados
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás, foram registrados 35 casos confirmados de Guillain-Barré no Estado este ano. Em quatro casos foi possível identificar o agente causador, sendo que apenas um estava relacionado ao zika vírus. No ano passado, o Estado registrou 60 casos da síndrome. Procurada, a diretora de vigilância em saúde ambiental da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, Fernanda Fagundes, informou que até ontem não tinha conhecimento do caso de Sebastião. Ela não soube informar a quantidade de pessoas que contraíram a síndrome no município este ano.
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O GLOBO
Beneficiários de planos de saúde podem conferir dados sobre atendimentos
RIO — A partir deste mês, os beneficiários poderão conferir todas as informações sobre os atendimentos realizados pelo seu plano de saúde no primeiro semestre de 2016. É que determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) obriga as operadoras a disponibilizarem ao consumidor o registro das consultas, exames e internações, bem como o valor de cada uma delas. As pessoas jurídicas contratantes de planos de saúde também terão uma área específica de consulta, que agrupará informações antecipadas sobre o cálculo do reajuste a ser aplicado pelas operadoras nos contratos coletivos empresariais e por adesão. Essas obrigações estão previstas na Resolução Normativa nº 389 e já começam a valer para as pessoas jurídicas, e até o final do mês para os beneficiários.
Na verdade, desde janeiro deste ano, as operadoras já estavam obrigadas a publicar suas informações cadastrais acessíveis por meio de login e senha, para consulta dos beneficiários. A principal novidade é justamente contar com o acesso à relação individualizada dos procedimentos realizados na rede credenciada, referenciada, cooperada ou fora da rede (quando houver cobertura para reembolso). Deve constar a data de realização do procedimento, dados de identificação do prestador e valor global das despesas, que virão categorizadas segundo a natureza do procedimento: consultas, exames, terapias e internações. Essas informações devem ser atualizadas semestralmente, e todo o histórico da utilização dos serviços ficará disponível durante a vigência do contrato.
Para a pessoa jurídica, o Portal de Informações do Beneficiário da Saúde Suplementar, o PIN-SS, deve ainda incluir os critérios técnicos adotados para o reajuste e a definição dos parâmetros e variáveis utilizados no cálculo; a demonstração da memória de cálculo realizada para a definição do percentual e o período a que se refere; e um canal de atendimento da operadora para esclarecimento de dúvidas sobre o extrato. O beneficiário do plano coletivo também poderá ter acesso ao extrato. Para isso, devem solicitar formalmente à operadora ou à administradora de benefícios, que terão prazo máximo de 10 dias para atender ao pedido.
Segundo Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, a criação da Área do Beneficiário pelas operadoras, irá ampliar a transparência da informação e garantir aos consumidores de planos de saúde dados relevantes e que possibilitem acompanhar a utilização de procedimentos feitos ao longo de sua permanência na operadora. Já as empresas poderão saber, com no mínimo 30 dias de antecedência, a fórmula do reajuste na mensalidade do plano.
Publicada em novembro de 2015, a Resolução Normativa nº 389 incorpora contribuições feitas pelos diversos segmentos do mercado, amplamente discutidas pela reguladora, e faz parte do esforço da ANS para reduzir a assimetria de informação e assegurar e facilitar o acesso a informações qualificadas sobre o setor.
Sigilo garantido
O acesso ao Portal de Informações será dado exclusivamente aos beneficiários, titulares ou dependentes do plano e a disponibilização das informações deve respeitar as regras de sigilo, privacidade e confidencialidade. Todos os dados de que trata a Resolução Normativa poderão ser solicitados formalmente, em formato impresso, para as operadoras, que deverão providenciar em, no máximo, 30 dias.
As operadoras que não disponibilizarem as duas áreas em seu portal na internet ou se negarem a fornecer dados previstos na normativa estão sujeitas a advertência e multa de R$ 25 mil, de acordo com o Artigo 74 da Resolução Normativa nº 124/2006.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação