Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 07 A 09/04/18

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Moradora de Hidrolândia morre com H1N1 em hospital de Goiânia
Família de idosa luta por leito de UTI em Goiânia
Entrevista | Leonardo Mariano Reis – “Absurdo colocar uma pessoa na gestão que não tem conhecimento, experiência e habilidade”
Clínicas goianas aderem projetos de parto humanizado para diminuir índice de cesáreas
Mais 170 leitos serão disponibilizados
ONU pede cuidados médicos para todos
Aparelhos parados há 2 anos
Artigo – O SUS que queremos

TV ANHANGUERA/GOIÁS

Moradora de Hidrolândia morre com H1N1 em hospital de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/moradora-de-hidrolandia-morre-com-h1n1-em-hospital-de-goiania/6645309/

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Família de idosa luta por leito de UTI em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/familia-de-idosa-luta-por-leito-de-uti-em-goiania/6643130/

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JORNAL OPÇÃO

Entrevista | Leonardo Mariano Reis
“Absurdo colocar uma pessoa na gestão que não tem conhecimento, experiência e habilidade”


Presidente do Conselho Regional de Medicina de Goias (Cremego) lamenta que a prestação do atendimento de saúde não seja a principal preocupação da SMS

Sem saber como gerir, sem habilidade para administrar e sem qualquer condição de fazer as unidades de saúde do município funcionarem de forma minimamente digna. As críticas são muitas e alertam para a inoperância da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em Goiânia num momento em que a capital enfrenta um surto de gripe H1N1 com a falta até de máscaras nos Cais e maternidades.
Quem define a situação como absurda e preocupante é o presidente do Conselho Regional de Medicinal do Estado de Goiás (Cremego), o oftalmologista Leonardo Mariano Reis, ao diz que a secretária Fátima Mrué (SMS) parou de receber a entidade ou de ouvir às recomendações e alertas feitos pela instituição. “Não é possível se gastar alguns milhões em um programa de computador sendo que você não tem medicações básicas nas unidades de saúde.”
Cezar Santos – Gostaria que o sr. fizesse uma avaliação da situação da saúde pública em Goiânia. O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) tem recebido reclamações de profissionais e entidades?
São inúmeras as reclamações recebidas diariamente por parte dos médicos e dos demais profissionais de saúde. Por parte também da população que liga ao Conselho Regional de Medicina para tirar dúvidas e apontar irregularidades. O Cremego é um pivô de reclamações, principalmente da rede municipal de saúde. Mas também recebemos apontamentos oriundos das outras unidades como as filantrópicas, particulares e as que são gerenciadas pelo Estado. Nesta semana mesmo recebi uma reclamação de falta de condições e superlotação da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Isso é corrente e incessante.
Marcelo Mariano – O que o Cre¬mego pode fazer para mudar essa situação?
O Cremego tem o poder de fiscalizar as unidades públicas. As nossas fiscalizações têm sido rotineiras. Notificamos as diretorias das unidades nos estabelecimentos de saúde a cerca das não conformidades, notificamos o gestor público nos casos pertinentes e damos um prazo para a correção das não conformidades. Em alguns casos nós até instauramos um processo de interdição das unidades. Isso tem sido frequente. Em março, nós instauramos três processos de interdição ética.
E quando isso acontece, o gestor público corre imediatamente ao Conselho para fazer um termo de ajustamento de conduta (TAC). Mas não só isso. Nós temos tentado levar aos representantes do Executivo municipal e estadual, prefeito, governador e secretários, os nossos pleitos, petições, para que a população e o profissional médico sejam resguardados no seu local de trabalho.
Augusto Diniz – Tanto a população quanto os médicos têm tido problemas na saúde em Goiânia quanto ao funcionamento e adequação de contratos. Como o sr. tem visto a situação em que se encontram as unidades municipais de saúde da capital?
É uma situação precária, caótica, com uma gestão desastrosa do ponto de vista dos recursos humanos e de abastecimento de insumos. Isso tem repercutido obviamente na assistência do povo. Infelizmente, a população que chega às unidades públicas não tem um atendimento adequado, não tem resolutividade na sua situação patológica. E isso acaba levando a um círculo vicioso.
Quanto pior fica a unidade pior fica o paciente. Você não consegue dar vazão a esse paciente, não consegue resolver o problema dele, seja através de cirurgia ou por meio de um exame complementar. A saúde vai ficando cada vez mais onerosa. Acudir um paciente no início da sua doença tem um preço. Quando essa situação se complica e ele precisa de uma cirurgia de emergência ou de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) o custo é outro, infinitamente maior.
Marcelo Mariano – A má gestão é o principal problema da saúde em Goiânia ou há outras questões envolvidas?
A má gestão é o principal problema porque o recurso sempre será pouco. Por mais que um município invista em saúde, por mais que o Estado invista em saúde, esse recurso constitucional é insuficiente. Porque não há limite legal que prevê o que o Poder Público deve socorrer. O Poder Público deve socorrer tudo. A saúde é integral e universal. Os governos têm de dar tudo para todos os cidadãos. E isso é financeiramente impossível.
Você precisa priorizar algumas áreas da assistência em desfavor de questões burocráticas. Não é possível, por exemplo, se gastar alguns milhões em um programa de computador sendo que você não tem medicações básicas na unidade de saúde. Não é possível você privilegiar um determinado funcionário da burocracia investindo em formação desnecessária quando você não tem um profissional bem remunerado lá na ponta. É preciso priorizar aquilo que é primordial: a assistência. A finalidade da Secretaria Municipal de Saúde é a assistência, e não o meio. Essa gestão privilegia mais a gestão meio do que a gestão da assistência, a gestão fim.
Cezar Santos – O sr. se refere a um caso específico em que a secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, autorizou curso de pós-graduação a duas funcionárias?
Exatamente. Entre outras coisas. E um gasto de mais de R$ 4 milhões em um programa de computador que é no mínimo supérfluo, porque o Ministério da Saúde já oferece um programa de regulação gratuitamente para todos os municípios, que é o SisReg, o Sistema Nacional de Regulação. Eu nunca compreendi gastar com informática quando o próprio Ministério da Saúde fornece esse sistema sem custo.

Cezar Santos – O Cremego tem recebido denúncias ou evidências de desvio de recursos ou casos de corrupção na saúde municipal?
Não recebemos esse tipo de denúncia. Mas verificamos esse tipo de incoerência e não conformidade. Mas o Ministério Público deve receber muitas denúncias, assim como a Câmara. Motivo pelo qual há uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) instaurada. Nestas questões, o Cremego não é o receptor desse tipo de denúncia, mas estamos acompanhando as investigações do Minis¬tério Público e da CEI instalada na Câmara.

Cezar Santos – No fim de março, houve um caso que ganhou repercussão nacional. Uma paciente com crise renal foi a uma unidade do município e ao invés de ser atendida foi algemada e maltratada.
Augusto Diniz – Como o sr. vê esse tipo de situação, quando uma pessoa chega a uma unidade de saúde na busca por atendimento e no lugar é conduzida para a delegacia após suspeita de ter sido vítima de agressão?
Isso é um absurdo. É uma situação vergonhosa para a gestão municipal. Infelizmente não é objeto de a¬puração ou sindicância pelo Cre¬me¬go. Essa paciente nem chegou ao mé¬dico. Mas é preciso tomar as medidas cabíveis e até em nível policial. Essa paciente possivelmente estava em uma situação de sofrimento e fragilidade, o que requer tratamento com urbanismo e humanismo.

Yago Sales – A justificativa da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para agir desta forma neste e em outros casos é a de que a demora no atendimento, pelo fato de a unidade funcionar com poucos médicos, tem causado revolta. O sr. se recorda de caso parecido?
Eu me recordo de um caso concreto em que um advogado agrediu fisicamente um médico no Cais Cândida de Morais. Isso acontece e é lamentável, porque o profissional está na unidade para prestar atendimento e muitas vezes o acompanhante, na sua angústia e nervosismo, acaba perdendo a paciência e agride o profissional que está no plantão trabalhando com um ambiente superlotado. Às vezes a demora não acontece por responsabilidade do médico, mas por superlotação da unidade e da gestão que não contrata o número suficiente de profissionais para poder atender a demanda da unidade.

Yago Sales – O Cremego já se reuniu com o prefeito ou a secretária municipal de Saúde para tentar resolver o problema?
Nos reunimos com a secretária várias vezes e notificamos. Mas recentemente não temos sido recebidos ou ela não atende as nossas convocações.

Augusto Diniz – Como o sr. en¬xerga a situação de a saúde municipal ser alvo de investigação no Legislativo, a secretária ser criticada por muitos dos vereadores, inclusive parlamentares da base, e a prefeitura pedir tempo e paciência com a titular da pasta. O momento é de se ter tranquilidade e aguardar?
É um absurdo se colocar uma pessoa na gestão que não tem conhecimento, não tem experiência e não tem habilidade para conduzir a coisa pública. Vão se passar os quatro anos e a secretária ainda não terá aprendido estas habilidades e conhecimentos de gestão pública, sobretudo na área de Sistema Único de Saúde (SUS). Infelizmente a secretária é alvo de investigação, parece fingir que não é com ela e transfere o problema, a culpa, a responsabilidade sempre para outro, como se ela não estivesse no cargo há 1 ano e 3 meses.

Marcelo Mariano – Pode se dizer que, pelo menos a curto prazo, a retirada da secretária do cargo seria a melhor alternativa.
Acredito que isso não irá acontecer. Acho que ela vai passar os quatro anos aprendendo.

Yago Sales – O problema é que muitas vezes a secretária desmente os servidores. Médicos têm procurado o sr. para relatar esses problemas?
Sim. E na maior desfaçatez, Fátima finge que não é com ela e coloca que o abastecimento está normalizado, a assistência está plena e não há nenhum problema na rede municipal de saúde.

Yago Sales – Pedi para funcionários a relação do que falta nas unidades. Há casos, como no Cais Campinas, em que faltam máscaras. E a secretária diz que as máscaras estão disponíveis para todo o mês de abril.
Em algumas situações, inclusive, chegamos ao prefeito e levamos documentos e a secretária disse que não estava sabendo. E nós mostramos a cópia do ofício do recebido. A secretária fica naquela cara de tacho, mas faz de conta que não é com ela.

Marcelo Mariano – No entendimento do Cremego, há um nome ideal para assumir a pasta?
Não há um nome ideal. Acredito que para assumir a Secretaria Municipal de Saúde a pessoa precisa ter muita coragem. Será difícil encontrar alguém com essa coragem para assumir na situação tão precária, insustentável e de difícil controle.

Yago Sales – O que precariza a condição da saúde municipal?
A assistência. A rede própria não tem assistência e a secretária também destruiu a rede conveniada de assistência. Hoje não existe na rede própria assistência. E onde essa assistência existia, que é a rede conveniada, a secretária acabou com a rede que fazia cirurgia, exames, procedimentos ambulatoriais.

Yago Sales – Porque Goiânia não tem um hospital municipal.
Não tem hospital. Quem vai fazer uma cirurgia ginecológica, urológica, ortopédica, abdominal ou qualquer outra é a rede conveniada. E essa rede foi destruída, praticamente escanteada.

Cezar Santos – Tem como explicar a situação de uma forma mais clara? Essa destruição se deu com a suspensão dos convênios?
Primeiro pela redução do valor pago pelos procedimentos. Segundo pelo próprio represamento por contenção de despesa. Hoje nem a secretária quer enviar cirurgia para a rede conveniada por contenção de despesas. E nem a rede tem interesse em fazer por conta na redução de honorários.

Yago Sales – Na prática, isso está matando pessoas?
Certamente.

Yago Sales – Muitas vidas poderiam estar sendo salvas e não conseguem sobreviver pela precarização do sistema público de saúde e das conveniadas?
Pessoas que poderiam ter seus problemas resolvidos – uma pedra na vesícula, nos rins, uma hérnia, hemorragia uterina –, com cirurgias teoricamente simples acabam evoluindo para casos de insuficiência renal, hemorragia aguda, obstrução do canal do colédoco. Isso acaba complicando o quadro do paciente, que vai para uma UTI para fazer uma cirurgia de emergência e vai morrer.

Augusto Diniz – Havia um ponto que a gestão da saúde municipal chegou a dizer que tinha sido corrigido que é a questão dos antigos chequinhos para marcação de exames e cirurgias. Mas o que se vê é que as pessoas continuam a não conseguir marcar do mesmo jeito.
Veja. Essa burocracia é o menos importante. Não adianta você ter o papel do chequinho ou o local para tirar o chequinho, se você não tem o prestador que faz o serviço. Não resolve. Você pode pôr máquina de chequinho em Goiânia inteira. Mas se você não tiver o prestador que faz o exame, ou seja, se você não privilegiar a assistência ao invés da burocracia da máquina impressora de chequinho ou de programa gerenciador de chequinho isso pouco importa.

Cezar Santos – O paciente fica com o chequinho na mão.
E não tem onde fazer o exame. Que saída é essa?

Augusto Diniz – Há casos de pacientes com dois, três, quatro, cinco comprovantes para fazer o mesmo exame, mas que não conseguem aquele serviço médico.
E não vai fazer. Vai ter o papel, mas não vai fazer, porque não há o número de prestadores suficiente ou nem existe o prestador mais porque ele já pediu o descredenciamento e não tem mais interesse de fazer aquele exame ou cirurgia.

Augusto Diniz – No meio de tudo isso, Goiânia volta a enfrentar a possibilidade de um surto de H1N1, agravado com a morte de um médico com suspeita de que a causa tenha sido a doença.
Clinicamente é confirmado. Nós já sabíamos que ele estava com H1N1. Eu já tinha conversado com uma colega que labora no mesmo estabelecimento. Perguntei qual era a chance de sobrevivência e a resposta foi a de que seria complicado esse colega resistir à doença. O quadro era bastante grave. Somada a essa precariedade, a esse caos na assistência, vem a epidemia de H1N1 com tudo, e a dengue, que é endêmica, mas que terá um aumento do número de casos, também letais, porque um novo vírus está circulando. Fora as outras doenças que estão ressurgindo, como a tuberculose, a hanseníase, a meningite, a sífilis. Doenças que estavam controladas, mas que já são constatados casos ressurgindo.

Marcelo Mariano – Já se pode falar em surto de H1N1 em Goiânia?
Não tenha dúvida. De Influenza A, H1N1, H3N2, são várias cepas que estão circulando.

Marcelo Mariano – Há levantamento de casos comprovados?
Comprovados sorologicamente e reconhecidos pela Secretaria Esta¬dual de Saúde. São pelo menos 60 ca¬sos confirmados com quatro mortes.

Augusto Diniz – Como o paciente vai chegar às unidades municipais e conseguir tratamento em meio a essa realidade?
As pessoas vão encontrar unidades superlotadas. Infelizmente as vacinas ainda não foram disponibilizadas. Não há ambiente para isolamento, ou seja, o paciente vai chegar à unidade e vai contaminar mais pessoas. Realmente nós estamos vivendo uma situação de preocupação.

Augusto Diniz – Era de se esperar uma situação em que médicos precisam ir a canais de TV explicar como se usar uma máscara quando falta o material nas unidades de saúde?
A maioria das unidades do município não tem máscaras. Se você for às maternidades, onde se atendem gestantes, recém-nascidos – uma população extremamente vulnerável –, não tem nada de EPI (Equi¬pa¬mento de Proteção Individual). Se chegar alguém e contamina essas pessoas, o resultado pode ser desastroso.

Yago Sales – No Cais do Bairro Goiá, os consultórios precisaram ser usados para isolar pessoas com suspeita de H1N1.
Soube disso antes de vir conceder esta entrevista. É uma medida de medicina de guerra.

Cezar Santos – Na gestão passada de Goiânia, os problemas surpreenderam muito na área da saúde porque o prefeito era um médico. O sr. diria que os problemas pioraram daquela administração para a atual?
Eu não tenho dúvida. Tem piorado a cada gestão. E seguramente na próxima gestão vai piorar mais.

Cezar Santos – O sr. é tão pessimista a ponto de acreditar que é um problema sem solução?
Do jeito que se encontra a tentativa de conduzir os problemas vai resultar na piora para quem assumir a saúde municipal em 2021.

Augusto Diniz – Qual é a mudança inicial administrativa que deveria ser tomada para mudar essa ideia de como gerir a saúde?
Privilegiar a assistência. Pri¬vilegiar quem trabalha. Enquanto não estiver privilegiando quem trabalha não vai ter assistência.

Marcelo Mariano – Quais medidas que a pessoa deve tomar para se prevenir do H1N1?
A higienização das mãos é sempre importante. Qualquer ambiente, não só o nosocomial (unidade de saúde), pode estar contaminado. A assepsia com álcool, a lavagem rotineira das mãos é importante para evitar o contato. E em ambientes sabidamente infectados, o uso das máscaras adequadas para evitar o contato respiratório.

Augusto Diniz – O que é possível fazer paliativamente para evitar o aumento do número de casos?
É preciso que as famílias tenham muito cuidado com H1N1, evitar o contágio entre si, evitar ambientes de superlotação e tumulto. Se puder tratar em casa é melhor. Apenas nos casos que já têm uma insuficiência respiratória ir para o hospital. Mas se puder tratar em casa essa gripe é melhor. E é sempre bom alertar o risco de dengue. Todos os ambientes térreos que eu vou hoje têm o mosquito aedis aegypti. É bom sempre tomar cuidado, principalmente durante o dia. Tenha sempre um veneno para matar os mosquitos.
E na parte externa, nas calçadas e nos quintais, evitar recolher lixo ou deixar água parada que possa promover o desenvolvimento de mais mosquitos. Mas principalmente durante o dia aquele mosquito que fica zanzando na nossa perna, aquilo é um aedes aegypti, por isso é importante usar um veneno ou raquete para matar todos os mosquitos no ambiente doméstico.
Augusto Diniz – Que tipo de tratamento básico é esse que o sr. diz que pode ser feito em casa para H1N1 ou qualquer outro vírus de gripe?
Muito repouso, muita hidratação e os remédios sintomáticos para dor, coriza e questão alérgica que vem concomitante com as gripes.

Augusto Diniz – Há algum risco de automedicação ou uso de remédio inadequado?
Risco de automedicação sempre existe. Via de regra, os pacientes têm o costume de usar um remédio para dor. Se não há um histórico de reação alérgica ou um efeito colateral idiossincrásico (característico, particular ou próprio de alguém), ele pode fazer uso dessa medicação que já tem costume. A hidratação, o repouso e o remédio sintomático são as melhores medidas a serem tomadas. Principalmente o repouso. Em caso de agravamento, já com insuficiência respiratória ou gripe, procurar um médico para fazer a internação se for o caso.
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Saúde
Clínicas goianas aderem projetos de parto humanizado para diminuir índice de cesáreas

Por Nathan Sampaio

Quando não necessário, procedimento pode oferecer riscos tanto para mãe quanto para o bebê

Há três anos, a dona de casa Rafaela, 28, sepultava seu bebê que nasceu morto depois de uma cesárea mal sucedida. Sem dar detalhes ou culpar alguém pelo que aconteceu, a jovem admitiu que sentia mais medo do parto normal do que da cirurgia por “confiar mais no procedimento do que no próprio corpo”.
Rafaela faz parte dos dados que colocam o Brasil em segundo lugar no mundo em percentual de cesarianas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O primeiro é a República Dominicana. Por aqui, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), 57% dos nascimentos acontecem cirurgicamente, bem acima dos 15% recomendados pela OMS.
Em Goiás, a porcentagem é ainda maior, acima da média nacional e, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de cirurgias cesarianas. O Estado aparece com 66,76% dos partos cesáreos em 2013, e 69,13% em 2017, de acordo com levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES-GO).
Preocupado com os números, o Ministério da Saúde anunciou no último mês dois projetos para controlar a situação dos partos no Brasil. O primeiro, um sistema online que monitora a quantidade de cesarianas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país e, um segundo, que deve chegar em breve às maternidades, chamado de Parto Cuidadoso, propõe investir na capacitação de enfermeiras obstétricas para atenção ao parto normal.
Um terceiro projeto é o Parto Adequado, desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), também com o apoio do Ministério da Saúde. O programa tem o objetivo de identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas sem indicação clínica.
O Parto Adequado está na sua Fase 2, a qual será desenvolvida ao longo de dois anos (até maio de 2019). Nesta etapa, participam hospitais e operadoras de todo o País. Foram selecionadas 136 maternidades e 68 operadoras de planos de saúde que manifestaram interesse em atuar como apoiadoras do projeto. A Fase 1, que durou 18 meses, evitou a realização de 10 mil cesarianas desnecessárias. Participam da ação três instituições em Goiás: Hospital Femina, a Maternidade Modelo, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.
Para a enfermeira e coordenadora do curso de Enfermagem Obstétrica do Instituto Health, Fabiana dos Santos Carvalho, o objetivo dessas ações é reduzir intervenções médicas desnecessárias porque o excesso de cesarianas pode causar consequências negativas para a saúde , aumenta a mortalidade materna e dos bebês, aumenta o tempo de internação e aumenta custos. “Isso não traz nenhum benefício para as mulheres, apesar de trazer benefícios econômicos para os hospitais”, Alerta.
Além desses pontos, a enfermeira explica que um parto normal ainda faz a mãe ter total participação em relação ao que acontecerá no momento do nascimento de seu filho, podendo escolher a presença de acompanhantes ou não, a posição no momento do parto e o local onde o bebê nascerá, em casa ou no hospital, na água ou no leito. “Nesses casos, deve haver a mínima intervenção médica, porém sem deixar de colocar a saúde da mãe e do bebê em primeiro lugar”, afirma Fabiana.
Ela também relata que a incorporação de doulas (mulheres sem experiência técnica na área da saúde, que orientam as novas mães no parto e nos cuidados com bebê), nas práticas de nascimento, representa resgatar aquilo que é um acontecimento fisiológico natural em qualquer mulher. “Doula é uma contribuição efetiva à humanização da assistência ao parto e ao empoderamento feminino e sobre a diminuição dos partos cesarianos”, conclui.
O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), o Dr. Leonardo Mariano, confirma a preferência da medicina pelo parto normal às mulheres. “É importante, claro, que a escolha seja feita pela mãe e pelo médico, de acordo com as indicações de cada caso e garantindo a autonomia do médico, da paciente e a segurança do binômio materno fetal”, esclarece.
A gestora comercial, Almerinda de Araújo Gomes, de 32 anos, mãe da Ísis de quase seis meses, é o exemplo de genitora que deu preferência pelo parto humanizado. “Quando engravidei, foi uma fase muito tranquila, a Ísis estava encaixada corretamente e, quando eu pensava no dia de dar à luz, só pensava na opção do parto normal, porque minha médica dizia que o faria. Só que, chegando nas últimas semanas, eu estava com o líquido [amniótico] baixo, acima do nível permitido, foi quando a doutora começou a induzir a ideia da cesárea e eu me desesperei”, relembra.
Almerinda, ou Almê, como é conhecida pelos amigos disse que essa indução do médico ao parto de cesárea é uma coisa que acontece muito. “Eu me acalmei e neste processo acabei encontrando uma doula, que foi essencial para a decisão e apoio que precisava. Também procurei um segundo hospital, pra uma segunda opinião. Com a aproximação da semana de dar a luz, com apoio da doula e de outros profissionais, tomei a indução corretamente, caminhava pelo hospital para acelerar o rompimento da bolsa, consegui entrar em trabalho de parto e, assim, reverter a necessidade de uma cesárea”, conta.
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O HOJE

Mais 170 leitos serão disponibilizados
Medida busca melhorar o atendimento aos pacientes que sofrem com H1N1 na região
Gabriel Araújo*

Serão disponibilizados mais 170 leitos para pacientes que sofrem com a gripe H1N1 em Goiânia. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a medida visa melhorar o atendimento e diminuir o risco de morte pela doença. A vacina deve chegar à Capital esta semana.
De acordo com a Secretaria do Estado da Saúde (SES) os casos de gripe A, causados pelo vírus H1N1, aumentaram 16% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o adiantamento da campanha nacional de vacinação na região, o órgão pretende diminuir o tempo para a entrega das doses no Estado.
Segundo o coordenado do Centro de Apoio Operacional da Saúde (CAOSAÚDE) do Ministério Público do Estado de Goiás, promotor Eduardo Prego, a MP busca ainda mais ações por parte dos governos estadual e municipal. "É preciso fornecer os insumos e os materiais necessários, tanto para o atendimento dos profissionais quanto para a população que procura as unidades básicas de saúde. Inclusive a implementação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), de enfermaria e isolamento para o recebimento destas pessoas que apresentam um agravamento do estado de saúde", afirmou.
A SES informou que o Estado e município se comprometeram a disponibilizar 170 leitos por meio da rede privada, especialmente para tratar os casos de gripe H1N1. O órgão ainda lembrou que serão criados 30 novos leitos de enfermaria no condomínio solidariedade, no Jardim Europa, próximo ao Hospital de Doenças Tropicais.

Sintomas
A gripe H1N1 possui sintomas muito semelhantes à gripe comum. Pode-se sentir a garganta seca, rouquidão, pele quente e úmida, além de olhos lacrimejantes. Nas crianças, a febre pode apresentar com temperaturas mais altas, com quadros de bronquite e sintomas gastrointestinais.
Além desses sintomas, é possível que também ocorra diarreia e vômito na pessoa infectada, mas esses não são tão recorrentes. A recomendação médica é que, ao constatar a frequência desses sintomas, o cidadão procure ajuda médica para se submeter a um exame clínico e, assim, ter certeza do diagnóstico.

Pandemia
Em 2009 um surto de H1N1, que teve início no México, afetou praticamente todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na época que a epidemia era um caso de emergência na saúde pública internacional.
No Brasil, foram mais de mais de 58 mil casos da doença e 2.100 mortes confirmadas. A gripe estava na escala seis de alerta da OMS, em uma escala de 1 a 6. De acordo com a OMS, a gripe H1N1 é uma mutação de diversos vírus incluindo a da gripe espanhola, outras formas de gripe humana, e da gripe aviária.

Como é feita a vacina
Todos os anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) altera a composição da vacina para gripe, essa alteração se dá devido a pesquisas que informam o tipo de vírus que circula nas regiões. Este ano as vacinas chegam com duas mudanças nas Cepas de Influenza A (H3N2), a composição das vacinas trivalentes e tetravalentes foi alterada já que o tipo de vírus que circula pela América do Sul mudou.
De acordo com a médica infectologista, Priscila Saleme, foram detectados 2.674 casos de influenza no país, sendo de um vírus que migrou de Singapura. "A diferença entre as duas vacinas está no subtipo do vírus H3N2, que nos EUA é o tipo Hong Kong e no Brasil o Singapura. No entanto, vale sempre lembrar que, apesar de a composição da vacina ser sempre baseada num complexo sistema de vigilância epidemiológico de cada localidade, nem sempre será possível que haja uma correspondência exata entre o vírus vacinal e o vírus circulante", concluiu. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).
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DIÁRIO MANHÃ

ONU pede cuidados médicos para todos

O mundo inteiro comemora neste sábado, 7 de abril, o Dia Mundial da Saúde, que este ano tem o lema "Cobertura de SaúdeUniversal: para toda a gente em todos os lugares". Na mesma data, celebra-se o 70º aniversário da Organização Mundial da Saúde(OMS). A informação é da ONU News.
Em mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou os princípios fundadores da OMS, que neste momento responde a surtos e crises humanitárias em mais de 40 países. e ressaltou que "usufruir do melhor estado de saúde possível é um dos direitos fundamentais de todos os seres humanos."
O chefe das Nações Unidas disse ainda que desde a fundação da Organização Mundial da Saúde "a esperança média de vida em todo o mundo aumentou 23 anos, a varíola desapareceu e a pólio vai acabar em breve." contudo, apesar destes avanços, Guterres afirmou que "pessoas em todo o mundo ainda têm falta de acesso a serviços vitais de saúde."
E hoje – Dia Mundial da Saúde – o secretário-geral disse que se junta ao compromisso da OMS "para garantir que toda a gente, em todos os lugares, tenham os cuidados de saúde de que precisam."
Segundo dados da ONU, metade da população mundial ainda tem falta de acesso a cuidados essenciais de saúde. E todos os anos cerca de 100 milhões de pessoas são empurradas para uma situação de pobreza extrema devido a custos médicos.
Cobertura universal
O chefe do Escritório da OMS para Doenças Crônicas Não transmissíveis, João Breda, explicou à ONU News, de Moscou, que o tema deste ano reflete a prioridade da agência de não deixar ninguém para trás.
"Infelizmente, nem todas as pessoas no planeta têm acesso aos cuidados preventivos e curativos necessários. A OMS afirma reconhecer que "com um pouco mais de esforço e de investimento, seria possível melhorar significativamente os níveis de saúdeprestados aos cidadãos dos diferentes países."
Breda acredita que essa melhoria traz benefícios econômicos e é um passo importante no sentido de atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) firmados pelas Nações Unidas.
"Esta cobertura universal só será assegurada se todos os atores importantes neste processo forem envolvidos, desde o setor social, passando pelo setor privado e pelas diferentes áreas da educação. Estamos a falar de saúde, mas o problema só pode ser resolvido se todos estiverem comprometidos," destacou.
Nova agenda
Em maio próximo, durante a 71ª Sessão da Assembleia Mundial da Saúde, que terá lugar em Genebra, Suíça, a OMS vai propor uma nova agenda para o setor, com base nas experiências destes 70 anos.
A nova abordagem contempla objetivos até 2023, ano que marca metade do prazo até ao fim da Agenda 2030. Nestes cinco anos, a OMS quer expandir a cobertura universal de saúde para mais 1 bilhão de pessoas.
Progresso
A agência da ONU assinala que, em sete décadas, aconteceram grandes melhorias nos cuidados de saúde. A varíola foi eliminada e a pólio está à beira da erradicação. Muitos países conseguiram eliminar o sarampo e a malária. Pelo menos 21 milhões de pessoas recebem tratamento para o HIV. Foram criadas vacinas contra a meningite e o ebola, bem como a primeira vacina contra a malária.
Segundo a OMS, o maior progresso ocorreu entre as crianças. Em 2016, menos 6 milhões de crianças morreram antes dos cinco anos,  em comparação com 1999.
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O POPULAR

Aparelhos parados há 2 anos

SAÚDE Treze equipamentos de raio X foram comprados pela gestão passada, mas apenas 6 estão em atuação, enquanto Paço mantém contrato com empresa terceirizada pelo serviço
Sete aparelhos para a realização de exames de raio X continuam guardados no almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde(SMS) de Goiânia há dois anos. Em um processo de 2015, a antiga gestão da Prefeitura adquiriu 13 equipamentos, que foram entregues em março de 2016 e, um mês depois, seis objetos foram instalados em unidades de saúde do município. Cada aparelho foi adquirido por R$ 94.800, totalizando R$I. 232.400. No lugar dos equipamentos que estão guardados, o Paço arca com um contrato terceirizado assinado em 2014 e com renovação a cada 12 meses.
Apenas entre 2016 e 2018, período em que os aparelhos adquiridos já estavam de posse da SMS e poderiam estar em uso e sendo operados por servidores efetivos da Prefeitura, como ocorre em seis unidades municipais, a administração pagou RS II. 242.913,17, de acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura, em relação aos empenhos e pagamentos realizados pelo Fundo Municipal de Saúde (FMS). Como se trata de um contrato de prestação de serviços com a Techcapital Diagnósticos e Equipamentos Médico-Hospitalares Ltda, o acordo pode ser rompido sem a aplicação de multas, ainda mais porque já se encontra no quarto aditivo.
Pela Lei 8.666, que rege as licitações, a renovação só pode ocorrer mais uma vez antes de novo processo licitatório. O último aditivo foi em feito no dia 28 de abril do ano passado, já com a assinatura da atual secretária, Fátima Mrué, quando os aparelhos já estavam há um ano guardados no almoxarifado da SMS. O acordo vale até o próximo dia 29. Em dezembro passado, durante uma diligência de um grupo de vereadores ao local, foram constatados os sete equipamentos novos e sem destinação de uso. À época, a administração respondeu que os aparelhos seriam instalados neste ano, de acordo com "o cronograma previamente estabelecido", que não foi divulgado.
Os vereadores ELIAS VAZ (PSB) e Jorge Kajuru (PRP), que participam da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde, também não tiveram acesso ao cronograma. Eles devem apresentar nesta manhã o levantamento do quanto a Prefeitura gastou com o contrato terceirizado mesmo tendo os aparelhos guardados. Segundo apontam, a situação demonstra dois tipos de prejuízo, sendo a aquisição dos equipamentos que ficam sem uso, perdendo garantia de peças e sendo desvalorizados, e ainda com o pagamento do contrato terceirizado. Segundo apontam, o prejuízo chegaria a R$ 12.643.200 nos dois anos que os aparelhos estão guardados.
Com base em dados do Tribunal de Contas do Município (TCM), o levantamento dos parlamentares aponta que em 2016 a Techcapital recebeu R$ 5,72 milhões, já em 2017 foi R$ 4,03 milhões dos cofres municipais. "A Prefeitura tem uma forte tendência à terceirização na saúde, tudo que vai fazer está nas mãos dos outros, mesmo quando compra os equipamentos, que é a parte mais difícil e mais cara, ainda fica dependendo dos outros. Não tem UTI (unidade de terapia intensiva) própria e fica nas mãos dos outros, e agora vemos que com os exames é a mesma coisa", afirma Vaz.
O parlamentar reforça que, com o uso dos equipamentos próprios nas demais unidades de saúde, haveria uma economia nos cofres públicos. "Isso porque a SMS continuaria tendo de arcar com os insumos, servidores para operar o aparelho e possíveis manutenções. Vaz revela que o maior gasto seria com os servidores, que o Paço já possui, tanto que opera nas seis unidades de aparelhos próprios, já com insumos, os gastos chegariam a R$ 50 mil mensais.
'"Vamos pedir, junto com o vereador Kajuru, que a Prefeitura instale os equipamentos logo, faça o treinamento dos servidores e rompa esse contrato, porque não faz sentido, não tem lógica manter um serviço terceirizado se você tem o próprio. É como se comprasse uma frota nova, mas usasse veículos alugados", conta Vaz. Os parlamentares devem levar o caso ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para que se investigue as razões da Prefeitura para manter um contrato e deixando de lado os aparelhos novos.
"Não tem lógica manter um serviço terceirizado se você tem o próprio"
ELIAS VAZ, vereador
Máquina de 2009 e com remendos ainda está em funcionamento
Outro problema apontado pelos vereadores em relação ao contrato terceirizado para os serviços de exames e diagnóstico é que, pelo acordo firmado com a Techcapital em 2014, a empresa deveria instalar novos equipamentos em relação àqueles que ela já operava, desde 2009, com fabricação máxima de 2 anos.
Ou seja, desde 2014, os equipamentos de raio X deveriam ter sido fabricados no máximo em 2012.0 vereador ELIAS VAZ (PSB) explica que há um questionamento se a cada aditivo esse prazo é aumentado ou se permaneceria com a data de 2012.
Em visita ao Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof) na última semana, o parlamentar verificou a existência de um equipamentos fabricado em 2009 e cheio de remendos com fita adesiva, maca sem pintura e máquina reveladora em mau estado. Segundo apurou, o aparelho ainda é utilizado para a realização de exames. "O que conseguimos apurar é que o serviço terceirizado até funciona relativamente bem, quando estraga eles fazem manutenção, mas o fato é que não faz sentido mantê-lo se temos os equipamentos guardados", considera.
Seguindo o preconizado pelo contrato, para se ter uma ideia, esse ano seria o período limite para o uso dos aparelhos que estão guardados no almoxarifado da Prefeitura e que nunca foram usados. Como foram fabricados em 2016 e o acordo exige equipamentos com até dois anos de fabricação, se a Prefeitura optar por mais um aditivo no contrato com a Techcapital, até 2019, os próprios equipamentos comprados e nem mesmo instalados, já não teriam a mesma serventia, caracterizando o desperdício do dinheiro público.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) confirma que mantém os sete aparelhos de raio X adquiridos entre 2015 e 2016 no seu almoxarifado e que aguarda "ajustes de cláusulas contratuais para breve instalação nas unidades". Não foi informado, no entanto, quais contratos estão sendo ajustados para a instalação. A pasta não respondeu os questionamentos da reportagem sobre as razões de manter o contrato com a empresa terceirizada, se há estimativa de economia e se há servidores suficientes para operar os aparelhos novos.
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Artigo – O SUS que queremos

O SUS foi uma grande conquista para a população brasileira. Nasceu como uma ideia ousada, com um modelo de gestão moderno, que serve de exemplo para outras áreas e que hoje, é o maior sistema universal de saúde pública do mundo. Em que pese os desafios que enfrenta, contribuiu decisivamente para melhorar significativamente os indicadores de saúde do país. Por meio dele, houve queda na mortalidade infantil, na mortalidade materna, e aumento da expectativa de vida. Quase 75% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS. Temos motivos para aplaudir e comemorar seus 3 0 anos.
Muitos casos que eram considerados as ilhas de excelência do SUS, hoje se multiplicaram e já se tomaram um verdadeiro arquipélago, quase um continente. Goiás é um exemplo disso. Nossos hospitais públicos estão entre os melhores do país. O modelo de gestão hospitalar compartilhado com as OS é referência nacional, o Brasil inteiro tem vindo aqui conhecer nossos avanços.
Temos o CRER, único centro de reabilitação do Brasil com excelência nível 3, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (O-NA). O HGG é ONA 2 e caminha para ONA 3; o HDT e o HUGO são ONA 1.0 Hurso está em processo de recuperar a ONA 1; o Hutrin já recebeu avaliadores do Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde (IBES) que recomendaram à ONA o certificado nível 1 para a unidade; e também estão em fase final de acreditação os hospitais estaduais de Pirenópolis (ITEEU) e de Aparecida (Huapa).
O Conecta SUS, que é uma sala de tomada de decisões estratégicas, também é um exemplo pro Brasil e pra fora do país. É esse ambiente tecnológico que dá suporte para as operações do "Goiás contra o Aedes", que mobiliza esforços no combate a dengue, zika e chicungunya. Força tarefa que também é reconhecida por todo Brasil.
Esse é o SUS que queremos, pelo qual trabalhamos, que estamos construindo para Goiás e que é reconhecido amplamente. Comprovamos isso com nossa recente eleição, por aclamação, para presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), e com a Comenda do Mérito Médico, entregue-nos pelo presidente da República Michel Temer. Isso mostra que estamos no caminho correto para construir um SUS de excelência, padrão de referência inclusive para os serviços privados de saúde. Nossa expectativa é que os serviços nas outras esferas governamentais, como as municipais e a federal, sigam esse mesmo caminho.
Leonardo Moura Vilela
Secretário de Estado da Saúde de Goiás
"Quase 75% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS. Temos motivos para aplaudir e comemorar seus 30 anos"
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação