Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 15 A 19/11/18

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

Pelo menos 203 médicos deixarão de atender em unidades de saúde de Goiás
Especialistas dizem que modelo de OS na saúde deve continuar, mas com ressalvas
Médico cubano recebe convite para ser secretário de Saúde
Mais de 600 cidades podem ficar sem médicos após saída de cubanos
Bolsonaro diz que Temer está tratando da saída de médicos cubanos
Quem é a pediatra que teve surto psicótico na Santa Casa de Anápolis

 

TV ANHANGUERA/GOIÁS

Pelo menos 203 médicos deixarão de atender em unidades de saúde de Goiás
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/pelo-menos-203-medicos-deixarao-de-atendeter-em-unidades-de-saude-de-goias/7170293/
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JORNAL OPÇÃO

Especialistas dizem que modelo de OS na saúde deve continuar, mas com ressalvas
Por Felipe Cardoso

Falta de medicamentos, equipamentos e insumos assolam a vida de pacientes que dependem diariamente dos serviços prestados por hospitais da rede estadual de saúde
O casamento entre o Estado e as Organi¬za¬ções Sociais (OSs) foi celebrado sob chuva de críticas e aplausos ainda no governo de Marconi Perillo (PSDB). Com a ajuda do setor privado, a ideia seria promover investimentos e conquistar tudo aquilo que, sozinho, o governo não seria capaz oferecer às unidades de saúde do Estado e, consequentemente, aos diversos pacientes que recorrem aos hospitais diariamente.
“A burocracia capturou o Estado. É a sensação que tenho depois de quatro mandatos de governador. É preciso mudar radicalmente isso. Em Goiás, eu mudei a Saúde. Hoje, todos os hospitais são geridos por Organizações Sociais, oferecem saúde de qualidade e humanizada”, afirmou Perillo durante um pronunciamento ocorrido em março, pouco antes de deixar o cargo para disputar uma cadeira no Senado.
Ao todo, as OSs administram 17 unidades estaduais de saúde. Inicialmente, o modelo de gestão compartilhada rendeu bons frutos para os goianos, mas, com o passar do tempo, o descompasso dessa parceria foi ficando cada vez mais latente e, especialmente nos últimos meses, a saúde tem passado por problemas.
O casamento que prometia um final feliz terminou em divórcio quando, há menos de um mês, a organização social Instituto Gerir, responsável pela gestão do Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) e do Hospital de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hutrin), deu início à rescisão do contrato junto à Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Em nota amplamente repercutida pela imprensa goiana, o instituto justificou a medida com base nos atrasos de repasses que estariam acarretando falta de materiais básicos, servidores e, consequentemente, impedindo a organização de continuar prestando um trabalho de excelência à população goiana.
Apesar de a decisão tomada pela OS, a SES garantiu que a prestação de serviços de atendimento, tanto do Hugo quanto do Hutrin, não seria afetada, muito menos acarretaria prejuízo aos pacientes de ambas as unidades de saúde.
Vale lembrar que, no mesmo mês, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interveio ao delimitar os atendimentos prestados pelo Hugo. Após um levantamento realizado no local, o MTE constatou a falta de medicamentos, equipamentos e demais materiais fundamentais para o atendimento das demandas hospitalares.
À época, a auditora do trabalho Jacqueline Carrijo reforçou o déficit de medicamentos enfrentados pela farmácia do hospital. Ela alegou que eles seriam suficientes apenas para atender às necessidades daqueles que já estavam internados na rede hospitalar, sendo insuficientes para novos pacientes. Além disso, funcionários do local, há meses, enfrentavam dificuldades em relação ao recebimento dos salários.
O governo do Estado justificou os atrasos alegando que esta é uma questão pontual ocorrida devido aos imprevistos no fluxo de caixa do Tesouro Estadual. Em nota, a governadoria atribuiu tais imprevistos ao “cenário econômico adverso no País”. Apesar disso, o governo atestou que os repasses estariam sendo realizados para todas as OSs que administram as 17 unidades de saúde do Estado.
“Os valores repassados até o momento são, portanto, R$ 22 milhões superiores aos pagos no ano passado no período [janeiro a setembro de 2017]”, reforçou a nota de esclarecimento emitida pelo governo. O documento foi finalizado sob a afirmação de que na semana posterior, — de 28 de outubro a 3 de novembro —, o governo apresentaria, via Secretaria de Saúde, um plano para quitação de todos os repasses às OSs até o dia 31 de dezembro.
A SES foi procurada, mas, até o fechamento desta reportagem, não respondeu aos questionamentos.
Como se não bastasse, a drástica situação desencadeou a adoção de duras medidas por parte do governo federal. No início do mês de novembro, a Justiça optou por bloquear R$ 27,5 milhões que seriam repassados ao Estado. A decisão foi tomada com base na precariedade diagnosticada nas unidades de saúde durante auditoria do MTE.
Certamente, o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) enfrentará dificuldades para trazer a economia do Estado de volta aos trilhos. O próprio democrata tem criticado a postura do governo ao afirmar que estão tentando “mascarar” a situação financeira do Estado.
Caiado disse também que a equipe de transição ainda não recebeu nenhuma informação que seja capaz de demonstrar a realidade econômica enfrentada por Goiás.
“Os dados apresentados até o momento pelo governo são artificiais. Como o Estado pode estar de uma maneira normal quando você não tem pagamento de OSs, Bolsa Universitária, não tem o pagamento sequer do funcionalismo público? Isso não é uma normalidade. É um quadro que precisa ser assumido pelo governo”, afirmou o governador eleito.
A situação na visão de políticos e gestores
Em entrevista ao Jornal Opção, o vice-governador eleito Lincoln Tejota (Pros) disse ser completamente favorável à gestão da saúde pelo sistema OS. “E o senador Ronaldo Caiado também. É um modelo que tem dado certo não só aqui, mas em outras cidades e Estados.” Porém, lembrou dos diversos ajustes que devem ser realizados como a “criação de outros critérios para prestação de contas, para o chamamento público e mais transparência aos processos”.
Para evitar que no ano que vem o governo volte a enfrentar as mesmas dificuldades, Tejota argumenta que irão trabalhar para evitar os erros que, na sua visão, o atual governador do Estado, José Eliton (PSDB), tem cometido. “Para isso, buscaremos o aprimoramento das receitas, da economia goiana, enxugamento da máquina pública, reformas administrativas e demais medidas fundamentais para que o endividamento não volte a ocorrer.”
Sobre o modelo de gestão, o médico e deputado estadual Helio de Sousa (PSDB) ressaltou que há boas empresas nesta gestão, assim como outras que não correspondem às expectativas. Portanto, o parlamentar se coloca favorável às Orga¬nizações Sociais, mas desde que haja critérios rigorosos de fiscalização e de metas a serem cumpridas a fim de que aqueles que não cumprirem suas obrigações sejam afastados.
Outro parlamentar a se posicionar de maneira similar à do tucano foi o democrata Dr. Antonio, que também acredita que os contratos devem ser revistos. “Sabemos dos diversos vieses para saída de dinheiro desviado da função primordial. Por isso, sou favorável ao mantimento das OSs, mas apenas se forem creditadas.”
Para ele, desde que foram implantadas, houve uma melhora na qualidade do atendimento nas unidades hospitalares, mas o que se faz ainda é “pouco”, tendo em vista que, segundo ele, muitas metas não são alcançadas.
“Precisamos ampliar os atendimentos pois sabemos que há uma demanda reprimida. Com uma gestão eficiente, será possível reverter a situação. Há de haver uma gestão honesta com respeito ao dinheiro público.”
O deputado afirmou também que o atual secretário estadual de Saú¬de, Leonardo Vilela, disse que irá aconselhar o governador eleito a pagar os 12% de investimentos na saúde, constitucionalmente garantidos, parcelados em 12 meses ao longo de 2019. “Isso evitaria que dívidas como essa voltem a se acumular como agora”, pontuou.
Um dos principais aliados de Caiado é o prefeito de Catalão, Adib Elias (MDB). O emedebista diz que, ainda durante o mandato como deputado estadual, cobrava mais informações sobre a gestão das OSs em Goiás. “Essa estrutura pode até funcionar, mas não da forma que está sendo feita”, sublinhou.
Para ele, o governador eleito só terá condições de opinar definitivamente sobre o assunto quando assumir o mandato em 2019. “Nesse momento, tendo co¬mo base as informações errôneas que têm sido passadas para nós, não temos condições para isso. Na verdade, não é que as informações estão erradas. O problema é que nem mesmo o próprio governo sabe o tamanho do buraco que fez.”
O braço direito do mais novo governador adiantou que há chance de as OSs permanecerem, desde que se façam as devidas correções. “O fato é que o governo atual perdeu o controle da situação há muito tempo. Se Caiado optar por manter essas organizações, com certeza será feito de maneira decente, inclusive, financeiramente.”
De acordo com o superintendente executivo da Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir), Sérgio Daher, as or¬ganizações sociais tem prestado um serviço eficiente com qualidade e agilidade à população. “A¬cre¬di-to nesse tipo de parceria, mas precisamos ressaltar que existem situações que precisam ser corrigidas.”
Para ele, os números demonstram um resultado significativamente positivo na produtividade e prestação de serviços. “É um projeto viável que está consolidado há anos. Precisamos aprimorar algumas coisas, mas um parceiro dessa natureza só acrescenta. Esse trabalho é benéfico para os três lados envolvidos: a população, o Estado e as próprias OSs.”
Na visão do médico eleito deputado federal pelo Demo¬cra¬tas, Zacharias Calil, há vantagens e desvantagens no relacionamento entre o Estado e as OSs.
Calil argumenta que as Orga¬ni¬zações Sociais facilitam na agilidade de procedimentos cirúrgicos. “Por exemplo, se eu fosse fazer uma separação de gêmeos siameses em dez ou 15 dias, eu conseguiria tudo o que é necessário para que a cirurgia ocorresse em contento. Antigamente, o prazo seria de três a cinco meses.”
Porém, para mostrar o outro lado da moeda, o médico lembra a situação em que o Hugo e o Hutrin se encontram no momento. “A OS acabou pedindo a rescisão do contrato por falta de re¬passes. Numa situação como essa, quem irá substituí-la em tempo hábil para que os hospitais continuem funcionando e atendendo à intensa demanda?”, questiona.
Por sua vez, Silvio Fernandes, médico diretamente ligado ao governador eleito, não quis falar sobre o assunto. Ao ser questionado, ele afirmou que estão fazendo os levantamentos necessários para se ter uma avaliação mais concreta da situação. “Tenho minha opinião formada, mas prefiro aguardar até que tenhamos um quadro mais sólido da situação do Estado”, disse.
Regionalização
Ainda no período de campanha, o governador eleito havia falado em regionalizar a saúde goiana. A medida ajudaria a diminuir as intensas demandas nos hospitais da capital, levando atendimento médico mais efetivo aos hospitais do interior do Estado.
Durante entrevista realizada com o prefeito de Catalão, Adib Elias, na tarde de quarta-feira, 11, ele disse: “Nesse momento, estou com todos os secretários de saúde, procuradores e o diretor médico da Santa Casa de Misericórdia reunidos para discutir exatamente sobre esse assunto.”
Segundo Adib, a ideia apresentada durante a reunião foi a seguinte: “Ao invés do Caiado construir um novo hospital, ele pode fazer pequenos investimentos na Santa Casa de Misericórdia e ajudá-la mensalmente. Assim, transformaremos a unidade em um hospital regional capaz de atender um grande número de pessoas”, explicou.
Por sua vez, o deputado estadual Dr. Antonio, cotado para assumir a Secretaria Estadual de Saúde, reconhece a importância da regionalização, tendo em vista a grande quantidade de pessoas que migram para Goiânia em busca de atendimento. “A medida dará maior conforto às pessoas. A ideia é levar o serviço para mais perto dos necessitados por meio da criação de polos de descentralização.”
Outro a se demonstrar favorável à ideia foi o superintendente executivo da Agir, Sérgio Daher. Para ele, a regionalização das unidades de saúde proporcionaria maior abrangência do serviço. Daher, porém, lamenta o funcionamento do sistema de regulação que “muitas vezes não facilita o acesso da população à rede pública de saúde.”
“Esse é um problema que deve ser enfrentado com maior transparência. São fatores determinantes para o sucesso da saúde do Estado. É necessário que esse serviço seja a¬pri¬morado”, considera. Uma vez que o governador eleito também pertence ao campo da medicina, as expectativas de Daher são positivas. “Ele possui uma visão bas¬tante técnica do assunto. Por isso, acredito no sucesso de sua gestão.”

OSs administram 17 hospitais do Estado
HGG – Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi / Idtech
HDT – Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad / ISG
HURSO – Hospital Estadual de Urgências da Região Sudoeste / IBGH
HUANA – Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo / Fasa
CRER – Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo / Agir
CELAU – Central Estadual de Laudos Dona Gercina Borges Teixeira / FIDI
HUGO – Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz / Gerir
HUGOL – Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste / Agir
HMI – Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento / IGH
HUAPA – Hospital Estadual de Urgências de Aparecida de Goiânia / IGH
HUTRIN – Hospital Estadual de Urgências de Trindade / Gerir
HEELJ – Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime / IBGH
HDS – Hospital Est. de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta / Agir
HEMNSL – Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes / IGH
CEAP-SOL – Centro de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade / ISG
CREDEQ Prof. Jamil Issy – Centro de Referência e Excelência em Dependência Química de Aparecida de Goiânia / Associação Comunidade Luz da Vida
HEJA – Hospital Estadual de Jaraguá Dr. Sandino de Amorin /IBGH
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Médico cubano recebe convite para ser secretário de Saúde

Por Nathan Sampaio

Convocação foi feita pelo prefeito de Chapada, Rio Grande do Sul, ao profissional Richel Collazo, que atua pelo programa Mais Médicos

O médico cubano Richel Collazo, que atua pelo programa Mais Médicos na cidade de Chapada, no Rio Grande do Sul, recebeu do prefeito, Carlos Alzenir Catto (PDT), um convite para assumir o cargo de secretário municipal de Saúde. As informações são do jornal O Globo.
Segundo o veículo, a convocação foi feita e anunciada pelas redes sociais após o Ministério de Saúde Pública de Cuba anunciar a decisão de deixar o Programa Mais Médicos, justificando que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, fez “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” ao trabalho dos profissionais.
Conforme aparece na página oficial da Prefeitura de Chapada, o pedido foi feito “acreditando na capacidade e no profissionalismo já demonstrado pelo médico em nosso município”. Collazo trabalha em Chapada há quatro anos faz parte de uma equipe de apenas três médicos que atuam na cidade.
Em entrevista à “Rádio Gaúcha”, Catto disse que o convite foi feito oficialmente na quarta-feira (1411), quando se encontrou com o médico cubano após o expediente. “Ele foi muito bem aceito na cidade, tem competência e não falta no serviço”, afirmou.
Porém, de acordo com as informações, se Richel aceitar assumir a pasta, seria necessário modificar a Lei o Orgânica do Município, que não prevê que estrangeiros tenham cargos no governo.
Segundo o prefeito, com a resposta positiva do médico, ele acredita que não enfrentaria impasse na Câmara para aprovar a proposta. Atualmente a titular na Saúde é a vereadora Loiva Mirna Gauer, que já havia decidido retornar Câmara Municipal no fim do ano.
Toma lá da cá
A reportagem conta, também que, em outubro, a Prefeitura de Chapada abriu um edital com o objetivo de contratar três médicos especializados em saúde da família para trabalharem em regime de 40h semanais e com o salário de pouco mais de R$ 11 mil, o mesmo do prefeito, mas nenhum profissional se inscreveu no programa.
“Não veio se inscrever ninguém. E olha que é uma cidade bonita, não tem barro quando chove, as ruas são asfaltadas… Imagina no interior do Brasil, no Nordeste, ou mesmo aqui no interior do Rio Grande do Sul”, disse o prefeito ao O Globo.
Já em outra reportagem, publicada pelo Gaúchazh, onde Richel foi entrevistado, o médico cubano fez questão de rebater críticas que atingem seu país. Ele garantiu que “ninguém vem de Cuba para o Brasil enganado. Todo mundo sabe o que vai ganhar e a parte com a qual o governo vai ficar”, alegou.
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AGÊNCIA ESTADO

Mais de 600 cidades podem ficar sem médicos após saída de cubanos

São Paulo – Com a saída dos 8.332 médicos cubanos que integram o programa Mais Médicos, ao menos 611 cidades brasileiras podem ficar sem médicos a partir do próximo ano, de acordo com estimativa de secretarias municipais de saúde. O alerta foi feito neste sábado (17/11), por Mauro Junqueira, presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Segundo ele, os médicos cubanos foram os únicos a aceitar trabalhar em unidades de saúde localizadas nas cidades mais distantes, isoladas ou pobres do País.

Junqueira afirma que dificilmente será possível substituir todos os profissionais nessas localidades, tendo em vista que os médicos brasileiros preferem trabalhar nos grandes centros urbanos. O Conasems calcula que os médicos cubanos representam mais da metade dos profissionais contratados pelo programa, que permitiu acesso à saúde a cerca de 29 milhões de brasileiros.

No País, 79,5% dos municípios (3.243 de 5.570) são beneficiados pelo Mais Médicos e os cubanos representam 90% dos profissionais que aceitaram atuar em postos de saúde em aldeias indígenas. Além disso, compõem 100% do quadro em 611 cidades. "O cancelamento abrupto de seus contratos representará uma perda cruel para toda a população, especialmente a mais pobre", alertou, em comunicado, o Conasems.

"Algumas regiões provavelmente ficarão sem médico por um período entre 60 e 90 dias. Tudo vai depender da rapidez do Ministério da Saúde para contratar os substitutos. O Conselho Federal de Medicina assegura que há médicos disponíveis no Brasil. Vamos rezar para que todos se inscrevam", afirmou Junqueira.

A possibilidade de que milhões de brasileiros fiquem sem assistência médica levou a Defensoria Pública da União a apresentar um recurso na última sexta-feira, 16, à Justiça Federal para obrigar o governo a manter as regras atuais do programa. Na última quarta-feira, 14, o governo de Cuba anunciou a decisão de abandonar o programa após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Ele afirmou que os profissionais trabalham em condições de escravidão e condicionou a permanência do programa à realização do processo de revalidação do diploma.

Também falou que o acordo poderia ser renovado se os profissionais pudessem trazer a família ao Brasil e recebesse pagamento integral – sem repasses ao governo cubano. Os médicos cubanos devem sair do Brasil nas próximas semanas. O Ministério da Saúde anunciou que vai lançar, ainda neste mês, um edital para contratação de médicos brasileiros e de outros países que possam substituir os cubanos.

Soluções emergenciais
A Associação Médica Brasileira (AMB) emitiu uma carta onde apresenta soluções emergenciais para evitar que pacientes fiquem sem assistência médica no País. A entidade foca em três pontos: a reformulação do Piso de Atenção Básica (PAB), o reforço no atendimento em áreas indígenas e de difícil acesso e o incentivo à adesão ao programa por profissionais jovens. No que diz respeito ao PAB, a associação sugere que a União aumente o valor repassado para que os municípios possam contratar profissionais da região e que o cálculo seja reformulado para que municípios menores recebam mais recursos.

Para as áreas mais remotas, a proposta é aumentar o investimento nas Forças Armadas, que, segundo a entidade, tem experiência em regiões de difícil acesso e poderia levar "não somente médicos para esses locais, mas toda a infraestrutura necessária para a saúde: transporte de medicamentos, deslocamento de profissionais, hospitais de campanha, helicópteros e barcos para remoção em locais de difícil acesso.

Para isso, usaria o efetivo atual de médicos das Forças Armadas, incrementaria o efetivo por concurso e selecionaria também novos Médicos Oficiais Voluntários para atuarem de forma temporária." No caso dos profissionais em início de carreira, a proposta da AMB seria a criação de subsídios e incentivos aos jovens médicos com dívida no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

"Durante o período em que os médicos atuarem no programa, as parcelas do financiamento ficam suspensas. Além disso, haverá o benefício de descontos no montante geral da dívida, de acordo com o tempo de permanência e o município ou região escolhido (quanto menor o município ou de mais difícil provimento, maiores os descontos). Também é preciso garantir as mesmas condições ofertadas aos cubanos hoje: moradia, alimentação e transporte." Em seu posicionamento, a AMB criticou o programa e o classificou como "eleitoreiro".

Afirmou que o problema da assistência médica no Brasil não está relacionada à falta de médicos, mas de "políticas públicas que atraiam e fixem esses médicos nos municípios". Para a entidade, a solução definitiva para o problema seria a criação de uma carreira médica de Estado. Segundo a AMB, há 458.624 médicos no País e esse número é suficiente para as demandas da população.
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Bolsonaro diz que Temer está tratando da saída de médicos cubanos

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse neste domingo (18) que o presidente Michel Temer está tratando da questão da saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos. Segundo ele, será necessário avaliar os casos das centenas de municípios que ficarão sem médicos, pois alguns dispensaram seus profissionais para ingressar no programa federal.
Eu não sou presidente. Dia 1º de janeiro, após a posse, nós vamos apresentar o remédio para isso, mas o presidente Temer já está trabalhando nesse sentido , disse.
Segundo ele, algumas prefeituras mandaram embora seus médicos para receber um profissional, com o custo assumido pelo governo federal.
Tem prefeitura que mandou o médico embora para pegar o cubano. Quer ficar livre da responsabilidade. A saúde também tem sua responsabilidade , disse, frisando que a convocação de profissionais do Exército só é feita em caso de necessidade.
O presidente voltou a chamar o regime de trabalho dos cubanos no Brasil de escravidão e afirmou que será possível substituir os profissionais se for oferecido tratamento adequado .
Não podemos admitir escravos cubanos trabalhando no Brasil e não podemos continuar financiando a ditadura de Cuba , completou.
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PORTAL 6

Quem é a pediatra que teve surto psicótico na Santa Casa de Anápolis

Por fim, Christiane teria sido tirada a força da sala e do hospital.

Nova na instituição, desconhecida pelos colegas e extremamente reservada. Assim definem a médica Christiane de Sousa Martins na Santa Casa de Misericórdia de Anápolis que, na última terça-feira (13), protagonizou cenas de perplexidade na emergência pediátrica do hospital.
Desde o turno da manhã a profissional teria apresentado um comportamento estranho e irritadiço após ter dificuldades para estacionar seu Honda HR-V marsala no pátio. Uma mulher que aguardava ser chamada para um exame laboratorial quase foi atropelada, informou o radialista Marcelo Santos.
As horas seguintes seriam piores até a pediatra ficar imóvel no consultório, se recusar a atender novos pacientes e impedir que enfermeiros pegassem os prontuários de sua mesa para que outro profissional assumisse seu lugar.
“Ela estava bastante nervosa. Tinha criança até dando convulsão e ela não quis atender”, contou um pai à reportagem do Portal 6.
Conforme outras testemunhas, a situação ficou insustentável quando uma fila enorme se formou no corredor e os pais chamaram a polícia.
“Ela bufava e parecia ter alguma coisa estranha dentro do corpo”, relatou uma funcionária sob anonimato.
Procurada pelo Portal 6 para comentar o episódio, a administração da Santa Casa informou em nota que “não irá fazer nenhuma manifestação por se tratar de foro íntimo de um profissional”.
“Agora ela precisa é de ajuda. Está doente”, reservou um dos diretores.
A reportagem também procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) para saber se o órgão tem ciência do ocorrido, se acompanha a sanidade mental de seus licenciados e se pretende mediar o retorno da profissional ao ambiente de trabalho. No entanto, até o momento desta publicação o Portal 6 não obteve nenhum retorno por parte da assessoria de imprensa.
O site não conseguiu localizar Christiane nem familiares ou parentes para saber como ela está no momento.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação