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DESTAQUES
Médico condenado por deformar rosto de paciente diz que inchaço após procedimento 'é normal' e acaba após seis meses
Reportagem especial: pacientes e vídeos mostram como o médico age
Advogado do médico Murakami fala sobre as denúncias de pacientes
Cirurgião plástico fala dos procedimentos mais procurados
Gaeco prende 13 pessoas acusadas de cobrarem para furar fila do SUS
Cubanas pedem ajuda à OAB para conseguir refúgio no Brasil
O milionário mundo dos cursos de medicina
Artigo – Audácia em favor da vida
Seguros Unimed cria gestora de recursos
UFJF investigou João de Deus
Zacharias Calil diz que vai participar da bancada da Saúde
PORTAL G1
Médico condenado por deformar rosto de paciente diz que inchaço após procedimento 'é normal' e acaba após seis meses
Profissional já foi denunciado por 13 pessoas em Goiás. Wesley Murakami também atende em Brasília. Defesa diz que ele tem cursos específicos para fazer procedimentos.
O médico Wesley Murakami, condenado a indenizar uma paciente que ficou com deformidades no rosto após passar por procedimento estético em Goiânia , afirmou nesta sexta-feira (7) que "o inchaço após qualquer procedimento é normal" e que, "após seis meses, normalmente, o inchaço já acabou e não há mudança na área modificada". Segundo a Polícia Civil, 13 pessoas já procuraram a delegacia para denunciá-lo só em Goiás.
A conduta do profissional, que não tem nenhuma especialidade e também atende em Brasília , é ainda alvo de investigação do Conselho Regional de Medicina (Cremego). O órgão diz que não foi formalmente procurado por nenhum paciente, mas decidiu acompanhar o caso após ver a repercussão na imprensa.
Wesley realiza tratamentos estéticos conhecidos como bioplastia. Durante o procedimento, uma substância conhecida como polimetilmetacrilato (PMMA) – um tipo de plástico líquido usado para preenchimento – é injetada sob a pele por meio de uma seringa. A área a ser contemplada fica, geralmente, no rosto.
De acordo com o advogado do médico, André Bueno, não é necessário ter residência em dermatologia ou cirurgia plástica. O defensor afirma ainda que o cliente dele tem os cursos necessários.
"Vale ressaltar que farmacêuticos, biomédicos, enfermeiros, odontólogos e esteticistas (que não são médicos) são habilitados para realizar tais tratamentos, que são chamados de minimamente invasivos", declarou. É necessário, entretanto, fazer cursos específicos para cada tratamento, com aulas teóricas e práticas, como feito pelo profissional.
O G1 procurou a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) para comentar as declarações e aguarda retorno. Responsável pelas investigações na Polícia Civil, o delegado Carlos Caetano Júnior disse que a maioria das vítimas que procuraram a delegacia relataram ter feito procedimento em 2017 e pagado, em média, R$ 20 mil.
Da lista, 2 pacientes são homens e 11, mulheres. Quatro já passaram por exame de corpo de delito. Duas das vítimas são do interior – moram em Rio Quente e Morrinhos. Entre as denunciantes está uma ex-namorada e ex-sócia do profissional.
Os casos são investigados como lesão corporal culposa. Laudos devem ajudar a definir o grau, que pode ser leve, grave ou gravíssimo.
Por telefone, o advogado de Wesley disse que ele é médico há 15 anos e desde então trabalha com estética. Ele afirmou que o profissional está muito abalado com a situação e que está seguindo as orientações jurídicas, do Cremego e da polícia.
"Ele respeita demais os paciente dele. Se ele tiver cometido algum erro, ele vai reparar", declarou. O abandono de tratamento da maioria desses pacientes impediu que o dr. Wesley concluísse os serviços. O prontuário ficou incompleto.
No dia 23 de outubro, Wesley sofreu uma censura pública do Cremego por outro processo que não tem vínculo com as atuais reclamações relatadas à Polícia Civil. O conselho disse que processo de investigação contra ele corre em sigilo, respeitando as normas ético-profissionais.
A defesa do médico afirma que a utilização do PMMA está autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) para correção de lipodistrofia – alteração no organismo que leva à concentração de gorduras em algumas partes do corpo – e correção ou melhorias no rosto e no corpo.
O Cremego diz, porém, que há mais de dez anos, em matérias e notas oficiais veiculadas na imprensa e em publicações institucionais, alerta a população sobre os riscos da utilização indiscriminada desta substância. "O CFM [Conselho Federal de Medicina] e o Cremego condenam esse uso", afirmou.
Um parecer editado em 2013 pelo CFM recomenda que, "quando necessário, o uso do PMMA seja feito por médicos e em pequenas doses", pois a aplicação em grandes quantidades pode produzir resultados indesejáveis. A indicação da Anvisa é para o tratamento de deformidades, principalmente em pacientes HIV positivo, e em pequenas quantidades.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica também condena o uso em grandes quantidades do produto, que não é absorvido pelo organismo e pode apresentar graves reações, como processos inflamatórios crônicos e nódulos. A entidade orienta que há produtos mais modernos e indicados para preenchimentos que visam à harmonização facial.
"O Cremego também aproveita para orientar a população que ao buscar atendimento médico verifique antes se o profissional é registrado no conselho e se tem a especialidade médica que ele anuncia. Essas informações são públicas e podem ser obtidas no site."
Em entrevista no dia 2 de dezembro, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás, Sérgio Augusto da Conceição, alertou para os cuidados.
"Apesar de parecer um procedimento simples, sem risco, nos consultórios o que temos visto são complicações em consequência da prática de pessoas que não são especialistas. É um produto inabsorvível, que pode dar reação inflamatória. O que a gente quer passar para a população é que não faça esses procedimentos com quem não for especialista", afirmou.
Um dos casos é do dentista Flávio Roberto Rodrigues. O paciente conta que, em 2016, pagou para procedimentos na mandíbula, no queixo e no nariz com PMMA, um tipo de plástico líquido usado para preenchimento corporal. Ele teve de passar por uma cirurgia para conseguir retirar a substância.
"Eu sentia dores insuportáveis no nariz, dores que vinham repentinamente", relata o dentista.
Uma mulher, que prefere não ser identificada, conta que ficou deformada após passar por procedimentos estéticos na mandíbula, nas bochechas e na pele. Ela diz que chegou ao consultório interessada em diminuir as rugas, mas foi convencida pelo médico a mexer com outras partes do corpo. "
Ele me colocou em frente ao espelho, ele falou que eu deveria fazer também a mandíbula e a maçã", conta. " Fiquei com um rosto de monstro , quando eu olhei no espelho, lá mesmo no consultório."
Outro paciente, que prefere não se identificar, afirmou que entrou no consultório do médico para um preenchimento no queixo, mas o médico realizou o procedimento em outros pontos da face. O caso aconteceu em 2013.
"Eu entrei para fazer o preenchimento no queixo e saí com o rosto todo cheio de PMMA, menos no queixo. Ele disse que a gente ia fazer em outra sessão. Quando terminou, eu não tive coragem nem de pensar em outra sessão porque o meu rosto estava sangrando, todo dolorido, estava inchado", conta.
Uma das vítimas é uma professora que preferiu não se identificar. Ela declarou ter procurado o médico em 2014 para reduzir marcas de espinha, mas saiu do consultório convencida a fazer a bioplastia. Pagou R$ 5 mil.
"Eu fiquei deformada, fiquei com vergonha de ir para a escola. Colocava cabelo na frente. As pessoas me olhavam estranho e cada vez que eu tinha que me comunicar, porque eu tinha que lecionar, o meu rosto inchava mais, e aquilo me incomodava horrores."
Outra paciente, uma jovem de 23 anos, tinha vergonha do queixo e procurou o médico, que também a convenceu a fazer o procedimento. Arrependida, agora ela se esconde na hora de tirar fotos em festa da família ou de amigos.
"Eu vou para comprar uma roupa, eu olho e a roupa está perfeita. Mas eu olho para o meu rosto e falo: 'Não vou, não quero'."
Em 2012, o empresário Alexandre Garzon procurou o médico na clínica dele, em Taguatinga (DF), para tratar as marcas das espinhas. Também foi convencido de que a bioplastia traria o resultado esperado. A substância usada, o polimetilmetacrilato, também deixou o rosto dele deformado.
"Quando eu vi o resultado, que eu olhei no espelho, o meu rosto estava gigantesco. Dá para ver nas fotos ai. Ele me deu até uma máscara para poder ir embora, e meu rosto ficava de fora da máscara, de tão grande."
Ele pagou R$ 7 mil pela cirurgia, mas entrou na Justiça de Brasília, que condenou o médico em 2014 a pagar indenização por danos morais. Até agora, no entanto, Alexandre não recebeu os valores.
O juiz Claudiney Alves de Melo determinou, no dia 27 de novembro, que o médico indenize em R$ 24 mil uma paciente de Goiânia que ficou com falhas no rosto após a aplicação na linha da mandíbula de polimetilmetacrilato (PMMA).
Menos de dois meses após o procedimento, segundo o processo, ela percebeu que o rosto estava assimétrico, pois o lado esquerdo do queixo estava maior que o direito, e precisou aplicar corticóide injetável por longo período, sem resultados eficazes. Por fim, teve de retirar o nódulo.
"Os danos morais e estéticos também são inegáveis, pois as fotografias carreadas aos autos demonstram a deformidade ocasionada no rosto da autora que, por óbvio, perturbou-lhe com intensidade, tanto física quanto emocionalmente", relata o juiz na decisão.
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TV RECORD
Reportagem especial: pacientes e vídeos mostram como o médico age
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=55377161
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Advogado do médico Murakami fala sobre as denúncias de pacientes
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=55355941
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Cirurgião plástico fala dos procedimentos mais procurados
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=55375668
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BEM PARANÁ
Gaeco prende 13 pessoas acusadas de cobrarem para furar fila do SUS
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, na manhã desta segunda-feira, 10 de dezembro, prendeu 13 pessoas. A Justiça havia expedido 12 mandados de prisão temporária. A décima terceira prisão foi em flagrante: um médico que estava com munição. Além da prisões temporárias, foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo órgão especial do Tribunal de Justiça do Paraná.
A ação faz parte da Operação Mustela, que investiga agentes públicos e médicos, em organização criminosa que cobrava indevidamente de pacientes para furar a fila do Sistema Único de Saúde. Os valores cobrados dos pacientes variavam entre R$ 2 e R$ 8 mil, de acordo com o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti. Não só imoral como contraria a lei, porque se nós criamos um sistema. Nós colocamos as pessoas em igualdade de condições. Então, o que deve ser atendido antes é aquele justificável pela emergência e não uma pessoa com a mesma emergência que outra ser passada pra trás na fila porque não paga a parte , disse Batisti.
Os mandados de busca são cumpridos em dez cidades (Curitiba, Campo Largo, Marechal Cândido Rondon, Almirante Tamandaré, Campina Grande do Sul, Telêmaco Borba, Bandeirantes, Campo Magro, Colombo e Siqueira Campos), atingindo o gabinete de um deputado estadual na Assembleia Legislativa, o diretório de um partido político, hospital e clínicas.
As investigações foram iniciadas há cerca de 18 meses na Promotoria de Justiça de Campo Largo.
O gabinete do deputado estadual Ademir Bier (PSD), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, está entre os alvos. O Gaeco chegou ao local por volta das 7h.
Também há mandados de busca e apreensão sendo cumpridos no Hospital São Lucas, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Até as 9 horas, quatro médicos do hospital tinham sido presos.
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AGÊNCIA ESTADO
Cubanas pedem ajuda à OAB para conseguir refúgio no Brasil
São Paulo – Quatro médicas que atendiam a população de Nova Odessa (SP) pelo programa Mais Médicos protocolaram na quinta-feira pedidos de refúgio no Brasil. As profissionais não cumpriram a convocação de Cuba para retornar à ilha e, lá, são consideradas desertoras.
Segundo o presidente da subsecção local da Ordem dos Advogados do Brasil, sem apoio das prefeituras onde trabalharam, esses médicos estão batendo às portas da OAB para pedir ajuda. Algumas cidades fizeram jantares de despedida para os cubanos, disseram que iam apoiar, mas viraram as costas para aqueles que ficaram aqui. Mesmo os que constituíram família não podem exercer a profissão porque não estão sendo readmitidos no Mais Médicos e não têm sequer Carteira de Trabalho para tentar outro ofício , disse Alessandre Pimentel.
Das oito cubanas que atendiam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Nova Odessa, cinco decidiram ficar no País, mas só uma se casou e regularizou a situação de permanência. Para não serem consideradas clandestinas, a OAB encaminhou os pedidos de refúgio das outras quatro à Polícia Federal, em Piracicaba (SP). Se forem para Cuba, vão sofrer retaliações. Há orientação do governo cubano de que o médico chamado de volta que não atende à convocação fica oito anos proibido de entrar em Cuba. As autoridades cubanas consideram-nos desertores.
A cubana Liseti Aguilera, uma das solicitantes, disse que quer revalidar o diploma de médica obtido em Cuba e trabalhar em atenção básica no País. Vim com a maior boa vontade e encontrei um povo amigo. Quero muito ficar, mas preciso de trabalho até poder fazer a prova.
Suleidys Gonzales, outra cubana, disse que não vai voltar à ilha pela ligação com os pacientes que atendeu em Nova Odessa. Somos quase como família. Em nota, a prefeitura de Nova Odessa informa ter providenciado transporte e acompanhado as cinco médicas que foram requerer a Carteira de Trabalho anteontem.
O prefeito Benjamin Vieira (PSDB), diz o texto, entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores para discutir o caso. Pelo Estado. Em outras cidades, cubanos que se casaram e decidiram ficar no País também enfrentam problemas.
Estamos sendo discriminados, pois saiu edital (para suprir o quadro do Mais Médicos) para os que já têm o CRM (registro no Conselho Regional de Medicina) e outro para formados no exterior. Estão dando prioridade para brasileiros que se formaram no exterior e excluindo a nós, cubanos, que já estávamos trabalhando há três anos, sem reclamação de ninguém , disse a cubana Lissete Quiñonez, de São Miguel Arcanjo (SP).
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REVISTA EXAME
O milionário mundo dos cursos de medicina
Com mensalidades de até 13.000 reais, escolas privadas de medicina não veem sinal de crise. Uma proibição a novos cursos deve manter o negócio bom
Um milhão de reais separam um aluno que vai começar em 2019 o curso de medicina na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, de sua formatura em 2024. Criado em 2013, o curso é o mais caro do nicho de mercado mais caro do ensino privado do país, segundo ranking da consultoria especializada em educação Atmã – são quase 13.000 reais por mês. Até o final da graduação, cada um dos 1.095 alunos acomodados em dois campi no interior paulista (Campinas e Araras) terá acompanhado 11.000 horas de teoria e prática, e deixará nos cofres da empresa o montante de 1,026 milhão, considerando inflação anual de 4,5%.
Apesar do preço, a evasão é de 2%, a inadimplência fica abaixo de 4% e o interesse continuou alto mesmo na crise: foram 14 candidatos por vaga no último vestibular. A faculdade nasceu em 1997 com foco em odontologia. Depois de anos de espera e inúmeras visitas de burocratas de Brasília, em 2013 a autorização para o curso de medicina saiu. O curso responde por 40% do faturamento da faculdade, de 300 milhões de reais por ano.
A São Leopoldo é o mais espetacular exemplo de um mercado que não vê sinal de crise. De 2012 a 2017, o faturamento da graduação em medicina no país cresceu 78%, ante 30% de todos os cursos de ensino superior privado. O valor da mensalidade de medicina, cuja média foi de 7.124 reais no ano passado (quase dez vezes a média de toda a graduação privada), subiu 29% nos últimos cinco anos, ante 8% da média geral. Enquanto os demais cursos precisam de programas de incentivo financeiro, como o federal Fies, as faculdades de medicina não oferecem assistência além do exigido por lei – na média, 10% das vagas são destinadas a bolsistas de programas como o ProUni. "Medicina exige investimento alto, mas o curso empresta credibilidade à marca da faculdade", diz José Luiz Cintra Junqueira, presidente e fundador da São Leopoldo Mandic.
Os cursos de medicina vivem num mundo à parte, em primeiro lugar porque a carreira médica costuma ser uma aposta segura. O salário de um médico recém-formado beira os 11.000 reais e, a partir dos dez anos de carreira, é comum profissionais ganharem 40.000 por mês nas grandes cidades. Segundo o consultor financeiro e colunista do site EXAME Mauro Calil, um médico graduado na São Leopoldo Mandic que ingresse no programa Mais Médicos ganhando 11.800 reais por mês, sem desconto de imposto de renda, levará mais de nove anos para compensar o investimento feito, supondo uma inflação de 4,5% ao ano e que metade de seu salário seja reservada para isso. Quem receber 30.000 reais mensais demorará no mínimo seis anos, também considerando que poupe metade para abater o investimento e que tenha o desconto de 27,5% do imposto de renda.
Mesmo tendo apenas 1,5% do volume de alunos em cursos de graduação no país, as faculdades de medicina respondem por 14,2% da receita. "A oferta de médicos é muito menor do que a demanda. Essa é a força que motiva os interessados em investir na área", diz Felipe Miglioli, sócio da consultoria de negócios EY-Parthenon. Quase todo mês a Faculdade São Leopoldo Mandic recebe propostas de fundos e outros grupos de educação interessados. O mesmo acontece com a Universidade de Marília (Unimar), também no interior paulista, que oferece o curso há 20 anos e está em quarto lugar entre as mais caras (com mensalidade de 9.500 reais).
Fundada há 60 anos, a Unimar tem 23 cursos, entre eles engenharia, enfermagem e psicologia, mas o de medicina é o que traz mais retorno para a instituição. Além da São Leopoldo e da Unimar, estão entre as cinco primeiras no ranking da mensalidade a paulista Unoeste (segundo lugar, com 9 800 reais), a cearense Centro Universitário Christus (terceiro lugar, com 9.700 reais) e a mato-grossense Centro Universitário Várzea Grande (quinto lugar, com 9.300 reais), em dados de 2018.
Cubanos de saída: o número de médicos no Brasil cresceu, mas ainda é insuficiente | Pedro Ladeira/Folhapress O número de médicos formados no Brasil cresceu 23% em sete anos, passando de 365.000, em 2010, para 453.000, em 2017. Ainda assim, a média brasileira, de 2,2 profissionais por 1.000 habitantes, fica abaixo dos 3,4 por 1.000 da OCDE, grupo dos países ricos. O imbróglio recente envolvendo o programa Mais Médicos e a saída dos 8.000 cubanos do país escancararam a falta de profissionais em muitas regiões – no Maranhão, há 0,87 médico por 1.000 habitantes.
Além de atrair médicos cubanos para regiões com déficit de atendimento, o Mais Médicos estimulou a abertura de novos cursos de medicina pelo Brasil. Em comparação a 2010, o número de vagas para entrantes em medicina cresceu 89%. Mesmo assim, das quase 32.000 vagas abertas todos os anos, metade (46%) delas ainda está concentrada no Sudeste, onde é também fácil encontrar bons professores. Segundo dados da Medcel, empresa de cursos online para médicos, com dados do Ministério da Educação (MEC) e embaixadas latino-americanas, cerca de 60.000 brasileiros já estudaram medicina no exterior, em países como Colômbia, Cuba, Paraguai e Argentina, onde a mensalidade custa cerca de 2.000 reais.
De 2003 a 2018, foram criados mais de 178 cursos de medicina no Brasil, segundo o MEC. Com o programa Mais Médicos, em 2013 a expansão acelerou, com novos cursos autorizados em 67 cidades. O total de vagas oferecidas passou de 17.000 para 31.000. O número de alunos em faculdades públicas subiu de 44.000, em 2013, para 55 000, em 2017. Ainda assim, no ano passado, 33,7 candidatos disputaram uma vaga de medicina, bem mais do que em 2008 (21,8) e dez vezes mais do que a média de todos os cursos.
Segundo estimativa da Atmã, o Brasil ainda tem espaço para ampliar 50% o número de ingressantes sem prejudicar a qualidade do aluno, pois manteria a alta concorrência na seleção, de 22 candidatos por vaga, a mesma de 2007. Mas, em abril, entrou em vigor uma moratória do governo proibindo a criação de novos cursos pelos próximos cinco anos (os editais em andamento não serão afetados). O Conselho Federal de Medicina é o maior defensor da moratória. Em carta a EXAME, o conselho afirma que "a abertura de vagas em cursos de medicina e de novas escolas médicas tem sido conduzida de forma abusiva, com sérios prejuízos à formação dos profissionais e impacto negativo na qualidade do atendimento oferecido à população".
Julio De Angeli, da Medcel: investimento em cursos pela internet na área da saúde | Germano Lüders Enquanto o mercado de ensino superior privado é dominado por grandes grupos, os cursos de medicina mais disputados ainda são de faculdades independentes. A complexidade para a abertura de uma faculdade de medicina e o alto investimento são duas explicações. Os grupos de ensino com foco em saúde também são mais refratários a ofertas de aquisição, segundo consultores. O fundo carioca Bozano é o que tem tido mais sucesso nessa tarefa de consolidação. Sob o guarda-chuva da NRE Educacional, a Bozano comprou e investiu em nove escolas de medicina desde 2014. "Temos oportunidade de criar um grupo de educação que acompanhe o profissional de A a Z, do ingressante no vestibular ao formado há muitos anos", diz Daniel Borghi, da Bozano.
À NRE devem se juntar outras três faculdades, já em negociação. Além disso, a empresa ganhou sete licitações em pequenas cidades do Norte pelo Mais Médicos, em cada uma das quais está investindo 20 milhões de reais. Um dos ativos com maior potencial de crescimento dentro do grupo é a Medcel, escola online focada em candidatos à residência e estudantes brasileiros que fizeram faculdade no exterior. O plano do fundo é abrir o capital da BR Health, possível nome do grupo, ainda em 2019. O faturamento é de 400 milhões de reais por ano. "Vemos oportunidades no ensino de medicina tanto no Brasil quanto no exterior", diz Julio De Angeli, presidente da Medcel.
Ter um curso de medicina pode dar muito dinheiro, mas é um negócio que está permanentemente à prova. Alguns cursos de direito, por exemplo, chegam a 70% de margem bruta, ante 58% de medicina. Na São Leopoldo Mandic, desde o primeiro ano os alunos têm contato com robôs que choram, gritam de dor, têm filhos e morrem. Alguns deles custam mais de 1 milhão de dólares. A Unimar começou a construção da quarta torre de seu hospital universitário, um investimento de 300 milhões de reais. Ter um hospital não é obrigatório para a graduação – as faculdades podem fazer parcerias com instituições locais -, mas é uma vantagem. "Não podemos descuidar nunca de entregar ao aluno equipamentos e ensino o mais atualizados possível", diz Fernanda Serva, pró-reitora da Unimar. Com a melhora econômica à vista, e uma moratória a novos entrantes, o ensino de medicina deve continuar um grande (e caro) negócio.
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O POPULAR
Artigo – Audácia em favor da vida
O câncer, quando anunciado no consultório, provoca marcas em todos. Do médico, passando pelo paciente, se espalhando em um processo de metásia se social que atinge os familiares da vítima até os seus vizinhos e conhecidos. Um processo doloroso que tem como emblema as possibilidades, sejam elas de vitória ou de incertezas.
A doença mata, todos os anos, mais de oito milhões de pessoas no mundo. No Brasil são quase 200 mil mortes. É como se toda a população de uma cidade como Luziânia, no entorno de Brasília, sumisse a cada ano.
Além da necessidade ter forças para atravessar o deserto entre a notícia e a cura, há dificuldades para o tratamento, pois nem sempre o doente tem plano de saúde ou condições financeiras para o tempo de terapêutica, que não há como ser mensurado em números. São poucas as instituições hospitalares no Estado que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O tempo de cura não tem como ser contado especificamente, mas o mal pode ser estabelecido em cinco etapas que vai da zero (inicial) até a cinco (terminal). Quando a descoberta é feita na etapa avançada, o custo fica mais oneroso. Uma pesquisa contraída pelo Tribunal de Contas da União (T-CU) em 2010 revelou que a doença, geralmente, é descoberta entre os graus 3 e 4, em que os custos aumentam de 60% a 80% no tratamento, devido a possibilidade de cura menor.
Enfim, uma situação que em nenhum momento deixa chance para o talvez, seja nos contextos emocional ou no dos números. Diante deste vácuo entre a prevenção e o tratamento, fica a certeza da necessidade de mais centros de diagnósticos e terapia.
Em Inhumas, vem sendo construído o Hospital de Câncer de Goiás (HCG). Indício de ousadia na busca pela melhor qualidade de vida humana que iniciou em 2014 e que começará os atendimentos com consultas eletivas e exames de ultrassonografia antes de findar este 2018.
Uma quimera idealizada por gente e abraçada por empresas, governos, profissionais liberais, entre tantos outros setores. Projeto extremamente audacioso, em que o carinho na realização da proposta supera o trabalho. A unidade atenderá pelo SUS e ainda será um hospital/escola com o propósito de atuar na área científica ligada à enfermidade.
A edificação do HCG está prevista em oito etapas, a primeira terá o seu funcionamento iniciado neste mês de dezembro.
Arrojo que se materializará na entrega do hospital totalmente pronto, atendendo 5 mil pessoas por mês, com disponibilização de 720 leitos, centro de radioterapia e quimioterapia, leitos de UTI e muitos outros atendimentos que envolvem a doença.
O HCG está acima do visível como tijolos e equipamentos. Sua base é feita de emoção e pessoas que foram tocadas pelo propósito de suavizar dores.
Wagner Miranda é presidente do Hospital de Câncer de Goiás (HCG) e médico
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VALOR ECONÔMICO
Seguros Unimed cria gestora de recursos
A Seguros Unimed criou uma gestora de recursos para administrar os ativos de cooperativas de diversas naturezas. Os primeiros clientes serão as Unimeds, cooperativas médicas que juntas possuem cerca de R$ 15 bilhões em reservas garantidoras, ou seja, ativos em que as operadoras de planos de saúde são obrigadas a ter para serem usados em casos de falência.
O valor dessas reservas financeiras equivale de 1,5 a 2 vezes as despesas médicas mensais. A quantia precisa cobrir as despesas médicas do mês corrente e também dos períodos subsequentes. Isso porque é comum, por exemplo, os hospitais cobrarem a conta médica nos meses seguintes à data da realização do procedimento médico.
Dessa quantia, até 20% podem ser em imóveis de hospitais, laboratórios e clínicas da operadora. Os demais 80% precisam estar disponíveis em aplicações com liquidez para as operadoras honrarem os débitos rapidamente, e esse dinheiro só pode ser usado quando as operadoras estão em fase de liquidação. A exceção foi a Unimed-Rio, que em uma grave crise financeira em 2016, conseguiu retirar R$ 400 milhões das reservas.
"Hoje, cada Unimed aplica seus ativos garantidores em diversos bancos. As cooperativas médicas de menor porte, normalmente, não fazem aplicações sofisticadas", disse Helton de Freitas, presidente da Seguros Unimed. Ele disse que as cooperativas médicas não podem usar suas reservas para aplicações de alto risco, mas poderiam colocar os recursos em investimentos de risco moderado.
Há no país 346 cooperativas médicas que atendem a 17,4 milhões de usuários. No primeiro semestre, as cooperativas médicas apuraram uma receita de R$ 36 bilhões, o que representa uma alta de 8% quando comparado ao mesmo período de 2017.
Atualmente, a seguradora administra uma carteira de R$ 3,7 bilhões em ativos de diversos investidores. Nos seis primeiros meses, a Seguros Unimed diz acreditar que vai gerenciar cerca de R$ 6 milhões em recursos das cooperativas médicas e daqui a um ano e meio esse valor pode chegar a R$ 10 bilhões.
No futuro, a Seguros Unimed pretende administrar também o patrimônio dos médicos cooperados e criar fundos imobiliários, por exemplo, dos hospitais próprios das cooperativas médicas. Atualmente, as Unimeds são donas de 117 hospitais distribuídos em várias regiões do país.
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DIÁRIO DA MANHÃ
UFJF investigou João de Deus
No Brasil, cientistas da Universidade Federal de Juiz de Fora decidiram investigar se as operações de João de Deus não seriam fraudes. O psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da UFJF, investigou 30 operações do médium. Em seis delas, recolheu tecidos extraídos e os analisou em laboratório. Todos eram compatíveis com as regiões do corpo operadas. Porém apenas um dos tecidos analisados apresentava anomalias, os demais eram sadios – o que trouxe a dúvida sobre a real necessidade das operações visíveis. "Aparentemente, não teriam efeito específico na cura dos pacientes", concluiu. Mas não havia truque: os médiuns realmente cortavam a pele. Acompanhados, os pacientes não apresentaram sinais de infecção ou dor.
O antropólogo americano Sidney Greenfield foi ainda mais a fundo na investigação das polêmicas cirurgias. Greenfield veio ao Brasil nos anos 90 e filmou dezenas de operações de norte a sul do Brasil. Para atestar a veracidade dos procedimentos, levou os registros a um congresso de mágicos. Queria saber se estava diante de ilusionistas. Escutou um "nãoVMas os especialistas em tnrques apontaram algo curioso. Geralmente, as cirurgias eram feitas em centros espíritas, diante de dezenas de doentes. No momento em que os médiuns empunhavam o bisturi, quem estava em volta parecia estar em transe. Hipnotizados. Na Casa Dom Inácio, de João de Deus, por exemplo, é exigido que se vista branco e não se cruzem os braços. Nas paredes e em pequenos altares, santos e pedras espalham-se pela sala, enquanto 150 pessoas oram em silêncio. Há um cenário propício para a meditação. Estava aí uma possível resposta para a segunda pergunta que intriga a ciência: como operações feitas por cirurgiões sem diploma e alheios à higiene não provocam dor ou infecção?
Greenfield colocou os videoteipes embaixo do braço e foi a um congresso de hipnoterapeutas. O material recebeu atenção especial de uma autoridade no assunto, o psicólogo Emest Rossi, seguidor do psiquiatra americano Milton Erickson, um dos primeiros a aplicar hipnose em uma sessão de terapia. Segundo Erickson, a mente fica naturalmente suscetível a entrar em transe num ciclo que ocorre a cada uma hora e meia ou duas horas, ficando mais focada e aberta às palavras do terapeuta – ele defendia que o paciente devia ficar, no mínimo, duas horas com seu analista. Grande parte dos rituais religiosos leva mais de uma hora e pode envolver rezas, danças, cantos, meditação, depoimentos e tratamento espiritual, incluindo as polêmicas cirurgias com cortes. "Os rituais de umbanda e os kardecistas duram mais que duas horas. Além disso repetem "você não vai sentir dor!" Essa informação é transmitida ao corpo como um remédio"". explica Greenfield. Um remédio poderoso. Segundo Rossi, palavras, pensamentos e emoções acionam a liberação de hormônios que, eventualmente, amplificam a nossa imunidade.
O clima propício a estados alterados de consciência, combinado com a crença na atra e com alterações hormonais decorrentes do relaxamento e capazes de turbinar a imunidade, é uma das hipóteses para explicar por que uma cirurgia espiritual com corte não provoca dor e pode, surpreendentemente, trazer benefícios. A própria medicina coleciona casos similares. Setecentos anos atrás, um jovem pároco recebeu o diagnóstico de um câncer na tíbia que crescia para fora da pele. Na véspera da cirurgia de amputação, rezou intensamente e, ao adormecer, sonhou que estava curado. Ao acordar, viu que a enorme ferida havia desaparecido. Voltou ao médico, que constatou não haver mais tumor. A doença nunca teria voltado. O jovem, conhecido como são Peregrino, virou o padroeiro da remissão espontânea do câncer e alimentou a crença popular de que é possível reverter prognósticos fatais. Na verdade, a remissão espontânea existe, sim. Em 1966, os médicos Tilden Eversone Warren Cole chegaram à conclusão que ela ocorre uma vez em 100 mil casos. O livro Spontaneous Remission ("Remissão espontânea"," sem tradução para o português), de 1993, documentou 3,5 mil referências a cura espontânea não só de câncer como também de outras doenças graves.
A investigação sobre o que estaria por trás do sumiço espontâneo do câncer é surpreendente. Em 1891, um jovem cirurgião chamado William Coley, abatido com a perda do seu primeiro paciente, começou uma pesquisa obstinada para descobrir tratamentos mais eficazes. Foi quando se deparou com o relato médico de um imigrante operado duas vezes para a remoção de um tumor do tamanho de um ovo na bochecha. Os cortes da cirurgia não cicatrizaram direito e formaram uma ferida aberta, que acabou infectada por uma bactéria. O paciente ardeu de febre, e os médicos tinham pouco a fazer Mas a febre cedeu e, ironicamente, o tumor foi diminuindo até desaparecer. Coley não demorou a se dar conta de que a infecção tinha sido, de alguma forma, a responsável pela cura. O sistema imunológico, ativado para combater a bactéria, também se voltou contra o câncer por tabela. Coley teve dificuldades de repetir o caso do imigrante em seus pacientes – às vezes, a infecção acaba matando o doente antes de destruir o câncer. Mas a descoberta mostrou à ciência como o nosso organismo tem capacidade própria para deter inimigos. Só precisamos de uma ajudinha (Matéria publicada em 4 nov 2016, pela revista Superinteressante sob o título Espíritos com bisturi)
* PERFIL
História de João de Deus
João de Deus nasceu no dia 24 de junho de 1942, no povoado de Cachoeira da Fumaça, que, em 1953, foi emancipado e tornou-se o município de Cachoeira de Goiás. João é o caçula de seis filhos.
Ele se mudou com a família para Itapaci, cidade na mesma região onde nasceu, tendo estudado até o segundo ano do ensino fundamental. Segundo narra o site da Casa de Dom Inácio, João nunca aprendeu a ler ou escrever, precisando abandonar os estudos para ajudar no sustento da família.
EXPERIÊNCIAS MEDIÚNICAS
João afirma, em sua biografia, que a primeira experiência mediúnica que ele se lembra ocorreu quando ele tinha 9 anos de idade, em 1951. Segundo o médium, ele visitava familiares junto com sua mãe quando previu que uma grande tempestade ia cair sobre a região onde estavam. Conforme narra, ele teria apontado para casas, incluindo a de um dos irmãos dele, dizendo que elas cairiam ou seriam destelhadas.
De acordo com o relato, ele teria pegado a mãe pelo braço para que ambos saíssem do local antes do temporal. A mãe dele estaria sem entender o que se passava, mas resolveu se abrigar, junto com João, na casa de alguns amigos. Segundo a biografia, a tempestade caiu e, conforme ele havia previsto, destruiu casas da pequena cidade.
O homem narra que no dia seguinte ao temporal, ele caminhava próximo ao rio quando viu um clarão e ouviu uma voz o chamando, dizendo que ele deveria procurar um determinado Centro Espírita Ao chegar ao local, o diretor da casa teria se aproximado dele e perguntado se era ele "João Teixeira de Faria"", dizendo que estava o esperando.
FUNDAÇÃO DA CASA
João de Deus teria começado a atender pessoas, realizando procedimentos chamados de cirurgias espirituais, e ficando conhecido como curandeiro. Ele chegou a ser acusado, na época, por praticar ilegalmente a medicina. Depois, também foi acusado de sedução de uma menina menor de idade. Foi absolvido por falta de provas.
O médium fundou, em 1976, a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, a 100 km de Goiânia e a 100 km de Brasília. No local, ele continua realizando os atendimentos espirituais, de quarta-feira à sexta-feira, recebendo pessoas de todo o país do mundo em busca de amparo para problemas de saúde de diversos tipos.
O local ficou mundialmente conhecido depois que artistas de Hollywood foram ao local em busca de atendimento. Além disso, ex-presidentes da República, governadores, políticos e atores brasileiros também frequentam a casa em busca de cura para enfermidades.
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MAIS GOIÁS
Zacharias Calil diz que vai participar da bancada da Saúde
Famoso por operar a separação de gêmeos siameses, o médico pretende viabilizar propostas feitas em campanha, como a construção do Hospital Pediátrico em Goiânia
Eleito pela primeira vez para um cargo político, o médico Zacharias Calil (DEM) ainda está sentindo o terreno antes de aterrisar de vez no Congresso Nacional. Terceiro deputado federal mais bem votado nas eleições de 2018, com 151.508 votos, o cirurgião pediátrico famoso por separar gêmeos siameses passou a última semana em São Paulo, ao lado de outros 55 futuros parlamentares, para um curso de gestão legislativa promovido pelo Insper e RenovaBR, instituição que desenvolve trabalhos para formar novas lideranças.
"É um curso muito técnico e informativo, que nos dá conhecimento prévio de como funciona a Câmara Federal e o Senado. Entre os principais temas abordados estão ética , formação e condução dos gabinetes e a dinâmica das comissões", conta Calil.
Apesar de ter apoiado Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições, o médico disse que não tem opinião formada sobre projetos polêmicos defendidos pelo presidente eleito, como a liberação do porte de armas. Mas defende a redução da maioridade penal para crimes bárbaros. "Estou iniciando na política e não conheço esses projetos de perto", diz Calil.
Mais Médicos
O cirugião pediátrico é crítico do Programa Mais Médicos. Ele questiona a formação dos profissionais cubanos e defende que os cargos devem ser ocupados por brasileiros.
"Eu vejo como uma coisa muito ruim para o País. Ele nem têm CRM, têm uma licença. A gente não sabe qual é a formação deles. Na minha opinião, pelo que já estudei, eles são técnicos em saúde. Não são médicos, são técnicos", frisa o cirurgião pediátrico.
Zacharias Calil também cita a falta de estrutura para os profissionais trabalharem, principalmente em cidades interior. "O problema do Brasil não é a falta de médicos, é a falta de estrutura. O Brasil não tem uma política de saúde para manter o médico no local de trabalho", enfatiza.
Benefícios
Questionado se vai manter os benefícios aos quais têm direito os parlamentares, Calil também não tem opinião formada, pois ainda não teve acesso ao regimento. Mas adianta que já solicitou vaga no apartamento funcional, já que ele mora em Goiânia. O auxílio viagens também será necessário, ele diz.
"Muitas vezes as pessoas falam: 'ah, eu não quero auxílio disso, ou aquilo. Eu acho que ser for moral e legal não tem problema. Se você tem direito, tem que usar. É claro que não vai extrapolar a verba acima do limite", disse.
Calil é aposentado pelo Governo do Distrito Federal, é médico concursado do Hospital Materno Infantil, em Goiânia, e ainda possui clínica particular na capital. Ele diz que está abrindo mão de muita coisa para assumir o cargo político. "O salário de um deputado não é tão vantajoso assim como as pessoas acham que ele é. São R$ 25 mil. Talvez eu ganhe mais do que isso", disse.
Questionado se o salário do deputado não é discrepante em relação ao salário mínimo, ele concorda. Mas diz que fez a comparação em relação ao trabalho dele, como profissional liberal e cirurgião. "Como eu já disse várias vezes, eu não preciso da política para viver, o que já consegui na minha vida até hoje está de bom tamanho", finaliza.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação