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DESTAQUES
Estudante precisa de ajuda para conseguir cirurgia na coluna, em Goiânia
Furar fila de cirurgia custava até R$ 2 mil
Brasileiros do exterior se inscrevem para todas as vagas do Mais Médicos
Frente Parlamentar da Medicina discute com ministro da Saúde criação da carreira médica de Estado
Irmão da maconha: o plano de um bilionário para o canabidiol no Brasil
ANS e operadoras têm prazo para analisar propostas para diminuir cesáreas
Construção de Credeqs são superfaturadas, diz TCE
Apenas 15 funcionários do Huana consomem R$ 230 mil da folha de pagamento mensal
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Estudante precisa de ajuda para conseguir cirurgia na coluna, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/estudante-precisa-de-ajuda-para-conseguir-cirurgia-na-coluna-em-goiania/7378885/
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O POPULAR
Furar fila de cirurgia custava até R$ 2 mil
Servidores serão investigados por venda de vagas para procedimentos eletivos em hospitais públicos
Há pelo menos 15 anos, Eder Alves da Rocha, de 51 anos, comercializava vagas em cirurgias eletivas em hospitais públicos de Goiânia, de acordo com investigação da Polícia Civil. As duas unidades de saúde citadas nos autos são o Hospital das Clínicas (HC) e o Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG). As fraudes, constatadas pela Operação Otium, da Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Dercap), apontam para um esquema ainda maior: a possibilidade de envolvimento de agentes de saúde. Até o momento, pelo menos quatro funcionários dos Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais) já foram identificados além de um servidor que transferia cartões do Sistema Único de Saúde (SUS) do interior para a capital.
Preso na última terça-feira (12), Eder confessou os crimes e deve responder inicialmente por corrupção ativa. As negociações eram feitas via whatsapp. Os pacientes furavam as filas de espera e os valores variavam entre R$ 1.200 a R$ 2 mil. Segundo a polícia, o suspeito possuía contatos de funcionários públicos que tinham senhas restritas da Saúde e conseguiam colocar os nomes indicados no topo da regulação. Parte do dinheiro era dividido com os integrantes do grupo.
A primeira denúncia do caso foi feita em julho de 2018, por uma paciente do HGG que faria uma cirurgia plástica reparadora. Ela conta que recebeu uma ligação afirmando que sua cirurgia estava agendada e que seria necessário pagar uma "ajuda de custo". A mulher adicionou o número de Eder no whatsapp e eles começaram a trocar mensagens. Em seguida, ela repassou o caso à ouvidoria do hospital que formalizou a denúncia na Decarp. Na época, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) também foi comunicada.
"Sempre reforçamos que o atendimento no HGG é completamente gratuito e o hospital reforça essa informação. Sempre que alguém for abordado para ser beneficiado ou para pagar alguma taxa, é preciso denunciar na ouvidoria da unidade para que as autoridades policiais ou judiciárias tomem as providências necessárias", afirma o assessor jurídico do HGG, Marcelo Matias.
Em contato com a Superintendência do HC, a reportagem foi informada que a unidade só se pronunciaria nesta quinta-feira (14), visto que ainda não há a comprovação por parte da investigação que as cirurgias chegaram a acontecer no hospital.
Apesar da informação do HGG, o delegado-adjunto da Dercap e responsável pelo caso, Rhaniel Almeida, afirma que as investigações começaram em setembro de 2018, após uma denúncia ser formalizada na delegacia. A mulher que registrou a ocorrência disse que pagou o valor combinado, mas não teve a consulta agendada.
Esquema
Segundo o delegado, se as pessoas tivessem cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) registrados em outro município goiano, Eder transferia o documento para a capital sem que a pessoa sequer tivesse um comprovante de endereço. O servidor suspeito de ser o responsável pelas transferências dos cartões já foi localizada pela Polícia Civil e deve ser ouvida nos próximos dias.
Em seguida, uma consulta era agendada em um Cais de Goiânia, sem necessidade de aguardar a fila de espera. Para a Dercap, essa era uma forma de tentar "legalizar" a cirurgia que aconteceria em seguida. A investigação futura irá explicar como funcionava o esquema em sua totalidade e quem participava das fraudes. A polícia adiantou que algumas pessoas que "compraram" o serviço já foram identificadas e que podem responder por corrupção passiva.
"Enquanto muitas pessoas aguardavam meses e até anos, outros pacientes que pagavam para o Eder eram colocados no topo desta fila e atendidos com antecedência. A investigação começou com Eder e por isso outras pessoas ainda não foram presas. Com o decorrer chegamos à conclusão de que ele contava com a ajuda de funcionários e não está descartada a prisão dessas pessoas", explica o delegado Rhaniel Almeida. "Como a investigação ainda está em andamento, nós vamos nos aprofundar para saber, ao certo, quais unidades e quantas pessoas tiveram as cirurgias marcadas. Por enquanto, há citações nos autos sobre o HGG e o HC", relatou.
A Polícia Civil afirma que nem sempre ele conseguia as cirurgias a depender das especialidades que eram requisitadas. Mas, como a taxa de sucesso era alta, ele passou a ser indicado pelas pessoas que acabavam chegando até ele.
Preso tinha carimbo de médico em casa
Eder Alves da Rocha foi preso em Goiânia, no Residencial Brisa do Cerrado, e a polícia apreendeu em sua residência celular, documentos, receitas em branco e um carimbo com o nome de médico, especialista em ortopedia e traumatologia. . Em sua última atualização de currículo lates, a informação é de que atua no quadro do Hospital de Urgências da Região Sudoeste (Hurso), em Santa Helena.
Em resposta, a assessoria do Hurso respondeu que o profissional citado "trabalhou como prestador de serviço terceirizado de junho a outubro de 2018. Atualmente, ele não possui nenhum tipo de relação profissional com a unidade".
A reportagem tentou contato com o médico por meio do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), mas o profissional não disponibilizou o telefone no cadastro do conselho. Segundo a polícia, ainda não é possível comprovar a participação dele no esquema e é possível que ele nem saiba que seu nome era utilizado. O Cremegoafirmou que vai apurar a situação.
Minaçu
Apesar de comissionado como assessor da prefeitura de Minaçu, município localizado a mais de 500 km de Goiânia, Eder morava na capital. De acordo com a Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Dercap), ele está no cargo desde o final de 2017, quando foi nomeado. Segundo o delegado, não foi comprovado, entretanto, que ele se beneficiava da função para realização das fraudes.
Procurado, o prefeito da cidade, Agenor Ferreira disse que não estava ciente da situação e afirmou que talvez Eder estivesse lotado no Centro de Apoio de Minaçu, que fica em Goiânia. A reportagem entrou em contato com a Casa, mas foi informado que não existe nenhum funcionário com este nome no local.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Eder. Até a tarde desta quarta-feira (13), o investigado ainda não tinha constituído advogado, segundo a polícia.
Secretaria Municipal de Saúde diz que ainda não foi notificada
Diretora de enfermagem do Hospital Geral de Goiânia (HGG), Nátalie Alves explica que não há uma forma de burlar o sistema diretamente no hospital porque todos os pacientes passam pela Regulação da Prefeitura de Goiânia, sob coordenação da Secretaria Municipal de Saúde. "Se os pacientes foram beneficiados, passaram pela regulação porque só conseguimos disponibilizar as vagas, mas não conseguimos incluir nenhum nome no sistema", diz.
A SMS foi procurada pelo O POPULAR e informou que não foi notificada pela Polícia Civil e que aguarda a investigação da polícia sobre o caso para tomar as devidas providências.
Já a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que o HGG identificou a possibilidade desse esquema e que foi formulada denúncia junto à Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) em julho de 2018.
O titular da SES, Ismael Alexandrino, diante do fato, reforçou a necessidade de reformular a Regulação dos Serviços SUS de Goiás. "Deixamos claro que a SES-GO continuará atuando com veemência na repressão a este tipo de conduta, utilizando qualquer instância investigativa e de coerção que for necessária, com vistas a garantir a preservação dos princípios do SUS de forma ética e transparente", garantiu.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Brasileiros do exterior se inscrevem para todas as vagas do Mais Médicos
O Ministério da Saúde informou que as últimas 1.397 vagas do Programa Mais Médicos foram escolhidas por brasileiros formados no exterior ontem (13). O prazo final para inscrição no site do programa se encerra amanhã (15), às 18h. Estavam disponíveis 8.517 vagas em todo o país desde a saída dos médicos cubanos do programa.
O ministério divulgará, em 19 de fevereiro, a lista completa com a localidade onde cada profissional formado no exterior trabalhará. Os candidatos selecionados deverão se apresentar nas cidades escolhida para trabalhar até o dia 22 de fevereiro. Aqueles que não tiverem o Registro do Ministério da Saúde (RMS) realizarão um módulo de acolhimento, durante o qual assistirão aulas e serão avaliados pela coordenação nacional do programa.
De acordo com o ministério, com a manifestação de interesse por médicos brasileiros formados no país ou no exterior, não será necessário convocar profissionais estrangeiros para preencher as 8.517 vagas abertas após o fim da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a consequente saída do país dos médicos cubanos que atuavam no programa.
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AGÊNCIA CÂMARA
Frente Parlamentar da Medicina discute com ministro da Saúde criação da carreira médica de Estado
O grupo participou de evento nesta quarta-feira com o ministro Henrique Mandetta. A intenção dos parlamentares é propor uma alternativa ao atual programa Mais Médicos
A carreira médica de Estado é a principal bandeira de luta da Frente Parlamentar da Medicina. Para isso, será necessária a revisão da forma como é organizado o atual Programa Mais Médicos. A frente defende um modelo com mais transparência e eficiência na aplicação dos recursos, com prioridade para médicos brasileiros e a exigência de revalidação para os formados no exterior.
O presidente da frente, deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), ressalta a carência de médicos em localidades no interior do País como o grande desafio a ser vencido. Para ele, a criação da carreira médica de Estado é o caminho. "Nós achamos que é a maneira mais adequada de ocuparmos espaços nesses vazios assistenciais do País. Óbvio, e o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, sabe disso, que nós não podemos de supetão acabar com o programa Mais Médicos. Nós temos de encontrar uma maneira, uma transição entre esse modelo do Mais Médicos e aperfeiçoá-lo através de uma carreira médica de Estado.
Nesta quarta-feira (12) houve de deputados da frente com os médicos que compõem o Instituto Brasil de Medicinae o ministro da Saúde, Henrique Mandetta. Durante o evento, o ministro informou estar preparando a construção dessa carreira, o que deverá ser feito em parceria com o Congresso. Ele sugere, por exemplo, o rodízio de médicosem localidades remotas. Porque é muito difícil você ter um plano de carreiras dentro de áreas remotas , ponderou.
Bandeiras
As outras bandeiras de luta da Frente Parlamentar da Medicina são: a suspensão da abertura de Escolas de Medicina até que sejam aprovadas regras claras para isso; a rediscussão do modelo de saúde brasileiro do SUS aos planos de saúde suplementar; e a aprovação de leis que protejam os médicos da violência no local de trabalho e punam os agressores.
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EXAME
Irmão da maconha: o plano de um bilionário para o canabidiol no Brasil
Para trazer o canabidiol, o chinês Pink Wangsuo conversou com empresas e entidades governamentais brasileiras. Seu maior obstáculo é a regulação
Imagine um produto que promete todos os benefícios da maconha , como o relaxamento e o tratamento de doenças crônicas , mas sem seus estigmas, dos olhos avermelhados e "viagens" até o bloqueio da memória de curto prazo . Esse é o canabidiol, mais conhecido pela sigla CBD. A substância originada da cannabis , planta que também permite produzir a maconha, já representa um mercado de ao menos 600 milhões de dólares nos Estados Unidos e está em todo tipo de produto.
A depender das vontades do bilionário chinês Pink Wangsuo, não vai demorar para o canabidiol chegar ao Brasil. O empresário, hoje residente em Los Angeles (Estados Unidos), já trabalha para enfrentar seu maior obstáculo: a regulação brasileira sobre o uso da substância.
Mr. Pink esteve no Brasil no mês passado para conversas com empresas e organizações governamentais sobre investimos em infraestrutura no país, como açúcar, agricultura, bebidas e carnes.
Porém, o bilionário chinês aproveitou alguns encontros, como o feito com a multinacional de agricultura francesa Louis Dreyfus e com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, para falar sobre um de seus investimentos mais incomuns: o Mr Pink CBD, que fabrica óleos de canabidiol.
Alcunhar uma frente de negócio de Mr. Pink como "incomum" é um grande feito. O bilionário é dono de empreendimentos em ramos variados. O mais conhecido é a marca de bebidas com ervas ginseng Mr. Pink, que desde 2012 recebeu 50 milhões de dólares em investimentos e apoio de celebridades como a atriz Lindsay Lohan e o cantor Justin Bieber.
Outros negócios, mais obscuros, são a criptomoeda BCash (há um boato de que Mr. Pink é um dos maiores detentores de criptomoedas do mundo, o qual ele não comenta) e uma antiga participação majoritária no time italiano de futebol Milan (fatia da qual já se desfez e também não comenta sobre).
Operando há seis meses e com investimento de três milhões de dólares até o momento, o Mr. Pink CBD é hoje um site com dez produtos à venda : cinco óleos de canabidiol nos sabores e aromas tradicional, baunilha, banana com morango, hortelã e laranja e cinco canetas vaporizadoras com os mesmos ingredientes. Mil unidades já foram vendidas, segundo Joel Contartese, empreendedor serial em mídias sociais e CEO da companhia.
Os preços vão de 12,90 dólares (uma caneta vaporizadora) até 129 dólares (óleo com 1.000 miligramas), ou de 48,47 reais até 484,70 reais na cotação atual. A recomendação de Mr. Pink é aplicar uma gota por dia, debaixo da língua. Ele afirma usar o produto todos os dias, assim como beber várias latas de sua bebida com ginseng .
Para Mr. Pink, o Brasil pode se tornar um mercado bilionário de CBD e sua empresa pretende investir "milhões" por aqui, o que pode incluir a aquisição de terras para plantar, extrair e produzir o canabidiol no futuro – o que baixaria custos de produção não só para a venda no mercado brasileiro, mas em futuras exportações a mercados como Estados Unidos e China.
A integração da cadeia logística também e a criação de empregos diretos e indiretos é o principal argumento de Mr. Pink para convencer o governo e empresas a apoiar o CBD no país. As plantações de cânhamo também originam produtos além do canabidiol, como um substituto para o algodão que pode originar tecidos.
"O Brasil é o maior país da América do Sul e as oportunidades só crescem, com boas terras, água potável, clima e uma grande população trabalhadora. O canabidiol ainda não tocou esse mercado e nem a América Latina como um todo", afirma o bilionário chinês. "Se pudermos entrar, acredito que seremos maiores do que os cigarros eletrônicos. Não estamos aqui para nos divertir, e sim para avançarmos o mais cedo possível, já que o Brasil costuma incorporar modas americanas com alguns anos de atraso."
Nos Estados Unidos, o mercado de canabidiol faturou cerca de 600 milhões de dólares no ano passado e pode chegar a 22 bilhões de dólares em 2022 apenas com a produção em cânhamos, plantas do gênero cannabis com baixa dose de THC, diz a consultoria especializada The Brightfield Group.
O jornal americano New York Times alcunhou o CBD de "a nova bitcoin" : é um tema quente, está em todo lugar e poucas pessoas sabem do que realmente se trata. O CBD é uma substância existente nas plantas do gênero cannabis , que concentra principalmente o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), agente psicoativo da maconha. Por conter baixas doses de THC, o canabidiol não dá a sensação de "estar alto" associada ao uso da marijuana . Os óleos de CBD são feitos pela extração do canabidiol das plantas do gênero cannabis e sua diluição em óleo de coco, por exemplo. O produto já está em cremes de beleza, comidas para humanos e pets e até em grãos de café em terras americanas.
Diferente de outras marcas, Contartese afirma que o Mr. Pink não promete curas milagrosas, como tratamentos para câncer , e sim benefícios como redução de ansiedade, dor e estresse; melhoria do sono, de náuseas e de efeitos psicóticos; e estímulo à circulação, à atividade cerebral e à produção de antioxidantes. Basicamente, uma suposta solução aos males do século XXI – e que ainda precisa de mais estudos científicos para o martelo ser batido, ressalta o jornal.
Nos Estados Unidos, afirma a Mr. Pink, seus óleos de CDB são legais até em estados que proíbem a maconha, desde que sejam derivados dos cânhamos e contenham menos de 0,3% de THC. Segundo o Conjur , o canabidiol é liberado em 20 estados americanos, registrado como substância terapêutica, e em países como Canadá, Itália, Espanha, Reino Unido e Israel.
O grande desafio do investidor não é dinheiro, mas regulação. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou seu uso para fins medicinais em 2015. O medicamento já tratou pacientes com epilepsia, por exemplo. É preciso ter prescrição médica para seu uso e preencher autorizações de importação.
Sem essa concessão, andar com um produto da Mr. Pink não é algo permitido por lei. Se o bilionário adotar a tática de chegar com tudo que as chinesas já fizeram nas finanças, logística e telecomunicações ao investir 24,7 bilhões de dólares por aqui em 2017, logo veremos seus óleos de canabidiol nas prateleiras de farmácias brasileiras.
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CONSULTOR JURÍDICO
ANS e operadoras têm prazo para analisar propostas para diminuir cesáreas
A Agência Nacional de Saúde Suplementar, conselhos de classe e operadoras de plano de saúde terão até o dia 30 de abril para analisar propostas do Ministério Público Federal para diminuir o número de operações cesáreas no Brasil.
A deliberação foi dada em audiência pública que aconteceu no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, nesta terça-feira (12/2), sob relatoria da desembargadora Consuelo Yoshida, da 6ª Turma da corte.
A minuta apresentada por um grupo de trabalho criado em audiência anterior listou seis ações que poderiam ser implementadas no sistema privado e público de saúde para que o número de bebês nascidos em cesáreas diminua.
A finalidade deste conjunto de propostas é subsidiar a Agência Nacional de Saúde, o Conselho Federal de Medicina e a Anvisa a efetivarem medidas de regulação e indução da mudança de paradigma atual, que coloca o Brasil nos primeiros lugares entre os países com maiores taxas de cesarianas no mundo , escreveu a desembargadora ao determinar a criação do grupo de trabalho.
De acordo com dados publicados na revista científica The Lancet, em outubro de 2018, o Brasil é o segundo país no número dessas operações, ficando atrás apenas da República Dominicana.
Entre as mudanças apresentadas pelo grupo está a implementação de uma equipe multidisciplinar para a atenção obstétrica e neonatal que inclui não apenas o médico, já que hoje a decisão de realizar ou não um parto cesariano é reservada apenas a esses profissionais, mas também com a participação de enfermeiras obstétricas, obstetrizes e doulas.
Foi levantada a importância de mudança nas grades de graduações da área em universidades, para que os novos profissionais tenham uma visão fisiológica do parto e não apenas patológica. A desembargadora ressaltou que a queda do número de cesáreas está lenta e que há, no caso, interesses contrapostos. Consuelo disse que a mudança de cultura é muito grande e que abrange tanto os hospitais quanto as próprias mulheres grávidas.
O grupo de trabalho também expôs a negativa de planos de saúde em reembolsar e credenciar a cobertura do enfermeiros obstetras e das obstetrizes. Segundo a equipe, apenas o Bradesco Saúde forneceu esse tipo de serviço em levantamento feito com mulheres grávidas.
Os procuradores do MPF, Ana Previtalli e Sergio Lauria Ferreira ressaltaram a relutância da ANS em agir no caso. Já os representantes da agência que regula os planos de saúde privados presentes na audiência justificaram que a minuta com as propostas não chegou com tempo hábil para avaliação e que não participaram da composição do documento.
Com isso, a análise das propostas e colocação sobre as possibilidade de implementação das mudanças no sistema de saúde privado é de cerca de 60 dias, devendo ser apresentadas na próxima audiência pública sobre o caso marcada para 30 de abril.
Participaram do grupo de trabalho nomes como Sonia Lansky, da Universidade Federal de Minas Gerais, Braulio Zorzella, da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa), Simone Diniz, da Faculdade de Saúde Pública da USP, Denise Yoshie Niy, do projeto Apice-On, Deborah Rachel Delage Silva, do Parto do Princípio, Nadia Zanon Narchi, da EACH USP, Erika de Novaes, da Associação de Doulas do Estado de São Paulo (Adosp) e Marcela Zanatta Ganzarolli Morais, do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP).
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JORNAL OPÇÃO
Construção de Credeqs são superfaturadas, diz TCE
Por Leila Amaral
Dirigentes da então Agetop e a empresa Sobrado Construções Ltda
serão responsabilizados pelas irregularidades
Em Sessão Plenária realizada nesta quarta-feira, 13, o conselheiro, Saulo Mesquita apresentou auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) sobre obras de construção dos Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeqs), em Aparecida de Goiânia, Caldas Novas e Morrinhos. Em todas, foi apontado um sobrepreço superior a dois milhões de reais em alguns itens ou serviços, em meio a um volume total de recursos fiscalizados no valor de R$ 52.904,704,85.
Ficou determinado que, os dirigentes da então Agetop e da empresa Sobrado Construções Ltda, contratada para execução das obras serão responsabilizados pelas irregularidades e superfaturamento.
O TCE também determinou ao presidente da Goinfra, sucessora da Agetop, tome providências no sentido de reduzir, por meio de termos aditivos e glosas, os pagamentos feitos pelo Estado a maior, nos valores já levantados pela fiscalização do Tribunal.
A Gerência de Fiscalização encontrou preços pontualmente contratados acima daqueles praticados no mercado, além de diversos erros relativos a quantitativos de serviços em itens variados.
Defesa
O Tribunal citou os servidores apontados como responsáveis e eles apresentaram suas razões de defesa. Parte das justificativas apresentadas foram acolhidas pela Unidade Técnica do Tribunal, que manifestou-se conclusivamente pela conversão dos autos em tomada de Contas Especial para de dano ao erário, quantificação dos danos e aplicação de sanções aos responsáveis.
O Ministério Público de Contas e a Auditoria opinaram no mesmo sentido e o Relator acatou o entendimento. Além do superfaturamento e outras irregularidades a auditoria também verificou a ausência de projetos e orçamentos.
Ao presidente da Goinfra foi determinado que, no prazo de 30 dias, apresente laudo técnico devidamente registrado, que comprove a justificativa apresentada em relação às irregularidades apontadas no Credeq de Aparecida, bem como formalização de aditivo para reduzir valor do contrato com a dedução dos valores superfaturados da unidade de Caldas Novas e abstenção de pagamentos até que haja proporcionalidade dos pagamentos com as medições e os avanços das obras.
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Apenas 15 funcionários do Huana consomem R$ 230 mil da folha de pagamento mensal
Por Leila Amaral
Hospital de Urgências de Anápolis é gerido pela Fasa a mais de 10 anos
Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HUANA) | Foto: divulgação
Enquanto o Estado amarga numa grave crise fiscal, a Organização Social Fasa, que gere o Hospital de Urgências de Anápolis, paga super-salários para apenas 15 funcionários, gerando um gasto mensal que ultrapassa R$ 230 mil na folha de pagamento.
O Jornal Opção checou o portal da transparência, onde foi confirmado os valores. Confira os salários:
– Diretor técnico R$ 23.390,96;
– Superintendente R$ 23.390,96;
– Compliance R$ 18.601,06;
– Diretor Financeiro R$ 18.601,06;
– Diretor Técnico R$ 18.601,06;
– Gestor de Relações Institucionais R$ 18.601,06;
– Assessor Jurídico R$ 15.533,78;
– Assessor de comunicação R$ 11.698,15;
– Coordenador Contábil/Financeiro R$ 11.698,15;
– Coordenador de Apoio Técnico R$ 11.698,15;
– Coordenador da Secretaria Geral R$ 11.698,15;
– Coordenador de Enfermagem R$ 11.698,15;
– Coordenador de Gestão de Pessoas R$ 11.698,15;
– Coordenador de Apoio R$ 11.698,15;
– Coordenador de Suprimentos R$ 11.698,15.
A maioria destes pagamentos divergem da realidade atual do país. O salário médio para um Assessor de Comunicação Pleno em um hospital, por exemplo, é de R$ 4.843 – quase a metade do que é pago pela OS -, segundo a love Mondays, plataforma online que calcula médias salarias no país.
Já salários como o de diretor financeiro, assessor jurídico, coordenador de apoio e de suprimentos, encontrados na plataforma variam, também, em uma média abaixo do que é pago no Huana.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação