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DESTAQUES
Prefeitura de Aparecida inaugura ala infantil do Hospital Municipal
Caímos na conversa de quem lucra com a doença; e pagamos a conta
Grupo de saúde Hapvida compra São Francisco por R$ 5 bilhões
Congresso atrai dermatologistas para discutir o bem estar na era da informação
Falsa cura para Aids e autismo é vendida mesmo após proibição da Anvisa
Explicações da agência que fiscaliza planos de saúde não convencem deputados
Plano de saúde sobe quase o dobro da inflação
A REDAÇÃO
Prefeitura de Aparecida inaugura ala infantil do Hospital Municipal
Abertura foi antecipada em um mês
Goiânia – A Prefeitura de Aparecida de Goiânia decidiu antecipar a inauguração da ala infantil do Hospital Municipal (HMAP), para amenizar a crise pela falta de atendimento pediátrico enfrentada em Goiás. Na manhã desta quarta-feira (8) às 8h30, o prefeito Gustavo Mendanha realizará a entrega de 10 leitos de UTI pediátrica e de 15 apartamentos, com 30 leitos de enfermaria infantil.
O atendimento às crianças estava previsto para começar apenas no meio do ano. O secretário de Saúde, Alessandro Magalhães, participa da inauguração.
“Se antes nossas crianças precisavam ir para outras cidades em busca de tratamento, a partir de agora, receberão assistência aqui mesmo. Estou muito feliz com isso. Nossa equipe correu contra o tempo para antecipar a entrega desse serviço e assim ajudar a salvar milhares de vidas”, afirmou o prefeito.
O secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães, explica que a antecipação foi possível graças a recursos da própria Prefeitura e do Governo Federal.
“O Ministério da Saúde foi muito sensível a nossa causa e atendeu ao apelo do prefeito por repasses para custeio e aquisição de equipamentos. Esse trabalho conjunto nos permite entregar serviços de ponta e que cumpram nossa proposta de atendimento humanizado”.
Ala pediátrica
Os 40 leitos entregues nesta semana serão preenchidos paulatinamente, via Central Municipal de Regulação, com o objetivo de garantir a segurança dos pacientes. Cada apartamento da ala pediátrica tem apenas dois leitos, que proporcionam mais privacidade e conforto aos usuários.
Há camas para os acompanhantes, ar condicionado nos quartos e televisão. Com as paredes enfeitadas por adesivos, brinquedoteca e refeitório próprio, adaptado para o público infantil, o ambiente promove mais humanização.
HMAP
Inaugurado no fim de dezembro, o HMAP é o maior do Estado, construído por uma prefeitura. A unidade tem 230 leitos, sendo 30 UTI´s, 20 leitos destinados à urgência e 180 apartamentos.
Com o funcionamento da unidade, as filas de acesso à cirurgia no município devem ser reduzidas, bem como o tempo de espera para liberação de vaga de UTI.
Quando estiver em pleno funcionamento, no local, serão realizados cerca de 1,2 mil atendimentos de urgência e emergência, mais de 900 internações, 11 mil atendimentos ambulatoriais e 25 mil exames, todos os meses.
Serão oferecidas ainda cirurgia geral, pediátrica, ortopédica, cardíaca e urológica. Seguindo o planejamento da unidade, o funcionamento do Hospital tem ocorrido em etapas. Com a antecipação da entrega da ala pediátrica, só faltam entrar em funcionamento a ressonância magnética; a tomografia; 60 leitos de clínica cirúrgica e oito salas cirúrgicas. Os serviços devem ser inaugurados até o fim do ano.
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UOL
Caímos na conversa de quem lucra com a doença; e pagamos a conta
Nas últimas duas semanas, o confronto entre duas das maiores empresas do setor de saúde virou notícia. O United Health Group, multinacional controladora da Amil, anunciou que descredenciará uma série de hospitais a partir de junho. Entre eles, unidades da Rede D'Or São Luiz, o maior grupo hospitalar privado do país.
A discórdia envolve a tentativa de adoção de novos modelos de remuneração dos hospitais. Em entrevista à jornalista Claudia Collucci, da Folha, o médico Claudio Lottenberg, presidente do UnitedHealth Group, afirmou que os beneficiários da operadora continuarão a ter "acesso a uma rede de hospitais que praticam medicina baseada em evidência com foco nos melhores resultados de saúde".
Ao final da conversa, Lottenberg lançou a pergunta: "Você quer um hospital bonito ou um hospital que lhe dê segurança?"
Como paciente, não tenho dúvidas. Embora nada impeça que um hospital seja bonito e seguro ao mesmo tempo, prefiro a segurança se tiver que escolher entre um desses dois atributos. Falta de segurança mata. Beleza conforta, mas é possível sair viva de um hospital sem ter visto nenhum sinal dela.
Minha escolha está feita, mas é hipotética. Desde quando paciente tem acesso a elementos objetivos para fazer escolhas sensatas no mercado de saúde brasileiro um terreno onde as disputas se multiplicam e a falta de transparência é uma marca?
É, meu caro leitor. Ao longo da minha carreira de jornalista especializada em saúde ouvi, inúmeras vezes, colegas e leitores que me pediam a indicação de um bom hospital. Uma missão impossível diante da absoluta falta de acesso a indicadores que permitam qualquer comparação minimamente embasada.
Como podemos saber que o hospital A é melhor que o B? Por que tem poltronas de couro macio, piso de mármore por todos os lados e um vaivém de celebridades? Isso não tem nada a ver com saúde.
A maioria dos beneficiários das operadoras segue escolhendo serviços de saúde de forma quase aleatória. Folheia o livrinho do convênio, clica em algumas abas do aplicativo ou, simplesmente, confia na indicação de alguém. É uma atitude arriscada.
Arriscada, mas compreensível. Só os muitos interessados em encontrar alguma informação sobre os prestadores de serviço terão paciência suficiente para se perder no site da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Fiz isso recentemente. Abri as planilhas e cartilhas do Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços na Saúde Suplementar (Qualiss), uma iniciativa da ANS criada há três anos com o objetivo de ampliar o poder de avaliação e de escolha por parte dos beneficiários de planos de saúde.
A ideia é boa, mas está longe de se transformar em informação simples, clara e acessível. O interessado não encontra ali nenhuma ferramenta de comparação de indicadores de segurança e qualidade (índice de infecção hospitalar, taxa de readmissão após uma internação etc) que possa ajudá-lo a escolher entre dois ou mais prestadores.
Não há, portanto, nenhuma possibilidade de saber se um hospital faz bem ou mal à saúde de quem passa por ele. Três meses após uma cirurgia de quadril, por exemplo, os pacientes estão melhor, pior ou do mesmo jeito que estavam antes do procedimento?
Avaliações desse tipo precisam ser feitas e divulgadas. Só assim a sociedade poderá saber se está comprando saúde ou belezura. E, ao mesmo tempo, ajudar a reduzir os desperdícios que não melhoram a vida de quem financia o sistema todos nós.
Por meio de auditorias de contas médicas, as maiores operadoras são capazes de apontar, por exemplo, quais são as instituições que enviam mais pacientes à UTI, mesmo nos casos em que esse encaminhamento é questionável.
Até quando essas informações seguirão sob sigilo? Sem acesso a dados objetivos para comparar profissionais e serviços de saúde, o paciente não consegue fazer valer o seu poder de consumidor. É incapaz de premiar, com a sua escolha, os serviços que, efetivamente, melhoram a saúde.
Desorientados, seguimos caindo na conversa de quem lucra com a doença. E, ao final de tudo, pagamos a conta.
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FOLHA DE S.PAULO
Grupo de saúde Hapvida compra São Francisco por R$ 5 bilhões
Com incorporação, companhia terá 6 mi de clientes e passa a atuar no Centro-Oeste e Sudeste
O grupo de saúde Hapvida comprou o São Francisco por R$ 5 bilhões, em um passo para a expansão da companhia para além do Nordeste e Nordeste.
Do total, R$ 4,75 bilhões serão pagos em dinheiro e o restante em ações da companhia. Os acionistas do São Francisco terão 1,2% dos papéis da Hapvida.
A Hapvida é sediada em Fortaleza e abriu capital em Bolsa em abril do ano passado.
Além do caixa próprio, a Hapvida vai emitir R$ 2 bilhões em debêntures (dívida) para financiar a operação.
Sobram R$ 500 milhões em caixa na empresa, disse o diretor financeiro, Bruno Cals.
Segundo o presidente-executivo, Jorge Pinheiro, o plano da empresa para os recursos levantados era justamente a expansão da operação.
Com a incorporação, a Hapvida terá 6 milhões de clientes e passará a atuar também no Centro-Oeste e Sudeste, onde o São Francisco tem operações. A Hapvida abriu um hospital em Joinville, a primeira operação na região Sul.
A compra ainda depende de aprovação da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Pinheiro enfatizou a jornalistas que não há sobreposição de mercados em que as empresas atuam, por isso acredita em uma aprovação rápida dos órgãos.
"Não há sobreposição nenhuma de usuários, o direito do consumidor está preservado", afirmou.
A companhia disse esperar ampliar o mercado potencial de 14 milhões de clientes, ante os 7 milhões no ambiente Norte e Nordeste.
Nesse número estão incluídos apenas atuais clientes de planos de saúde em outras operadoras.
A Hapvida construiu seu modelo de negócio oferecendo planos de saúde com atendimento verticalizado. Isso significa que a maior parte dos atendimentos são feitos em consultórios e hospitais próprios.
Já a São Francisco adota dois modelos: de verticalização e também de maior uso de rede conveniada. Segundo a Hapvida, o conhecimento nessa forma de atuação deverá auxiliar na expansão futura em municípios pequenos e médios.
Após essa aquisição, a Hapvida afirmou que continuará a fazer nossas aquisições
"O São Francisco vinha num ambiente de aquisições, e a gente também tem o nosso pipeline", afirmou Pinheiro.
O executivo acrescentou ainda que o modelo de negócio da empresa se provou resiliente para atravessar a crise econômica.
O mercado de planos de saúde tem atualmente cerca de 47 milhões de clientes, abaixo do recorde de 50 milhões. Pinheiro reforça ainda que as empresas ainda não voltaram a contratar, apesar de um início de recuperação da economia.
"Nosso modelo tem se mostrado mais resiliente em função da nossa precificação", afirmou.
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G1
Congresso atrai dermatologistas para discutir o bem estar na era da informação
A programação científica do maior congresso de cirurgia dermatológica do mundo surpreendeu os participantes.
Mais de 2300 profissionais da dermatologia e 1500 da indústria farmacêutica participaram do 31º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, realizado de 1 a 4 de maio em Goiânia. Foram gerados 1050 empregos diretos e 2100 indiretos durante os dias do evento, que, segundo os organizadores, movimentou entre 15 e 20 milhões de reais, contando fornecedores locais, expositores, inscritos e o reflexo no turismo. Os números surpreenderam o presidente do evento, o dermatologista Rogério Ranulfo (CRM 5476/GO), que comemora: Tivemos uma comissão organizadora, científica e social, muito empenhada para fazer do GO19 um marco na Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Nosso sentimento é de dever cumprido .
O presidente do congresso destaca também a qualidade da produção científica. Foram inscritos 156 trabalhos, que se somaram à realização de 75 cursos, 28 simpósios, 7 conferências e 4 fóruns. A programação completa teve 136 horas de aula nos quatro dias do evento. Nossos palestrantes levaram ao público conteúdos de relevância, estimularam discussões e inovações muito importantes para a cirurgia dermatológica, sempre com o olhar voltado para a sociedade, para melhorar a vida das pessoas , afirma.
Com o tema "Homo pulcher: o bem estar na era da informação", a programação discutiu assuntos como a técnica conhecida como drug delivery. O método consiste em aplicar a medicação que o paciente precisa na própria região enferma. A tecnologia facilita o tratamento, pois proporciona uma melhor penetração dos produtos nas camadas internas do maior órgão do corpo humano, a pele. A técnica é indicada para tratamentos que atuem provocando a renovação celular, como no caso do tratamento para melasma, em que, devido à hiperpigmentação de algumas áreas da pele, são necessárias células novas, livres da coloração escura anterior. A técnica de drug delivery pode ser usada também para aumentar a produção de colágeno, estimular a formação de novas fibras, melhorar o aspecto e textura de cicatrizes, suavizar rugas, tratar flacidez, manchas, acne e até queda de cabelo.
O rejuvenescimento íntimo também foi abordado na programação. Segundo a dermatologista Shirlei Schnaider Borelli (CRM 44236/SP), as queixas da estética íntima feminina mais frequentes são as foliculites, o escurecimento da vulva e virilha, o aumento dos pequenos lábios, a flacidez dos grandes lábios, o aumento do clitóris e do monte pubiano e as cicatrizes. A dermatologista Úrsula Metelmann (CRM 92449/SP) explicou que através dos equipamentos de laser e outras tecnologias, como a radiofrequência e o ultra-som microfocado, estes desconfortos podem ser tratados no consultório dermatológico. Ela ressalta ainda que os tratamentos da região genital feminina vão além da estética íntima, podendo ser realizados através da aplicação de tecnologias dentro do canal vaginal. Assim, os procedimentos são direcionados para a melhora dos sintomas decorrentes da menopausa, que incluem o ressecamento vaginal e a incontinência urinária.
A dermatologia para transgêneros também atraiu um grande número de profissionais em busca das técnicas mais recentes. A médica Samira Yarak (CRM 57321/SP) explicou que dermatologistas devem estar cientes do risco dos tratamentos cosméticos para afirmação de gênero que não são realizados por médicos. O potencial de complicações é altíssimo, por isso, nós precisamos orientar, oferecer aconselhamento apropriado para pacientes que procuram esses tratamentos , diz. Ainda segundo a médica, a familiaridade com questões de saúde dos indivíduos transgêneros e diretrizes de prevenção de doenças, como HIV e outras DSTs, permitem que os dermatologistas forneçam cuidados médicos adequados e culturalmente competentes para essas pessoas. Foi realizado ainda um debate entre os dermatologistas Samira Yarak (CRM 57321/SP), Márcio Serra (CRM 473969/RJ) e Beth Fernandes, presidente da Associação das Travestis e Transsexuais de Goiás – ASTRAL.
Outros temas de destaque levados aos congressistas foram as novidades da tecnologia em tratamentos para flacidez corporal e gordura localizada, os tratamentos para correções de cicatrizes e tratamentos do câncer de pele não melanoma. O Centro de Convenções de Goiânia foi escolhido como a casa principal do congresso, mas o evento também se espalhou pela cidade: foram realizadas atividades no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, no Centro de Esportes e Lazer (CEL) da OAB e em vários hotéis da cidade.
Até mesmo profissionais de outras áreas foram atraídos ao GO19. Tatuadores e podólogos aprenderam em um curso realizado em parceria com o Grupo Brasileiro de Melanoma a enxergar indícios do câncer de pele e informar seus clientes na busca por orientação médica especializada. Além de uma possível desatenção da pessoa, essas manchas podem estar presentes em partes do corpo que não costumamos observar, mas que o profissional, durante o seu trabalho, acaba tendo contato. Então, eles podem ser colaboradores nessa luta contra o câncer", afirma Rogério Ranulfo.
Para marcar a realização do congresso, o Viaduto Latif Sebba, na Avenida 85, recebeu iluminação nas cores do GO19, uma mensagem da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica com intuito de chamar a atenção para os cuidados com a pele.
A programação social também foi agitada. Na quarta (1), durante o tradicional Jantar do Presidente, que marca a abertura dos trabalhos, o dermatologista Rogério Ranulfo recebeu cerca de 400 colegas de todo o Brasil e até de outros países em um jantar especial no Palácio da Música, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. Os convidados foram agraciados com uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Goiás e um show do cantor Zeca Baleiro. Já na sexta-feira (3), o encerramento teve a animação do cantor Luan Santana, no CEL da OAB.
A próxima edição do Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica será realizada em Recife (PE), de 30 de abril a 4 de maio de 2020. As inscrições já estão abertas no site www.recife2020.com.br .
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O GLOBO
Falsa cura para Aids e autismo é vendida mesmo após proibição da Anvisa
A chamada solução mineral milagrosa , anunciada como solução para uma série de doenças, é composta de substância corrosiva usada em produtos de limpeza
Frascos do medicamento millagroso que promete curar de várias doenças Foto: Reprodução / Mercado Livre
RIO – Uma substância química nociva aos humanos – o dióxido de cloro (ClO2), utilizado na fabricação de produtos de limpeza -, que vem sendo promovida como um medicamento para curar autismo e doenças como Aids e câncer, continua sendo ofertada no Brasil mesmo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibir sua comercialização.
Também conhecido como MMS (suplemento mineral milagroso, da sigla em inglês), o produto é comercializado em diversas páginas da internet. Na última semana, a Anvisa fiscalizou e tirou do ar anúncios online que ofereciam a substância.
O dióxido de cloro não tem aprovação como medicamento em nenhum lugar do mundo. A sua ingestão traz riscos imediatos e a longo prazo para os pacientes, principalmente às crianças , escreveu a agência, em nota.
A Anvisa também disse estar alertando as Vigilâncias Sanitárias dos estados e municípios para que fiscalizem o comércio irregular dessa substância , e lembrou que a prática é, além de uma infração sanitária (sujeita a multa), um crime contra a saúde pública, de acordo com o Código Penal.
No entanto, propagandas ainda podem ser encontradas com facilidade em páginas e perfis nas redes sociais e em sites especializados no produto. Há também vídeos em que personagens que se apresentam como médicos incentivam o uso do MMS, explicando os supostos efeitos terapêuticos da substância.
O site de compra e venda Mercado Livre, que foi notificado pela Anvisa, disse ter removido os anúncios e bloqueado permanentemente as contas dos anunciantes, embora outras ofertas, com descrições genéricas, continuem oferecendo o dióxido de cloro na página.
Outras lojas online, como a Lojinha do Kefir , ainda anunciam o produto em suas páginas, vendidos por até R$ 65,99.
O servidor público Alexis Costa conta que chegou a comprar doses da suposta medicação, mas desistiu de oferecer ao seu filho de 3 anos devido ao mau cheiro, além de não confiar na eficácia do produto.
– Existe uma série de oportunistas em cima desse tema, inclusive médicos, que prometem a cura do autismo com os mais variados e mirabolantes métodos, assim como esse produto, que nada mais é que um água sanitária melhorada – conta ele.
Costa diz ter testado grande parte desses medicamentos em seu filho, mas diz que apenas a terapia ocupacional ajudou a melhorar o quadro clínico dele.
Segundo Bruno Palazzo Nazar, professor de psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não há medicamentos que comprovadamente ajudem na melhora do quadro de crianças com autismo .
O que pode ocorrer, em alguns casos, é uma amenização dos efeitos secundários da doença , como falta de atenção, mas apenas com os tratamentos indicados e aprovados pelos órgãos reguladores .
– Há uma grande má-fé por parte das pessoas que oferecem esses medicamentos como cura para o autismo. Eles se aproveitam da situação vulnerável dos pais, que buscam amenizar a dor dos seus filhos . É importante frisar que essas substâncias não foram submetidas aos procedimentos comuns aos demais medicamentos, para atestar a eficácia e os efeitos colaterais, por exemplo, o que representa um sério risco em caso de ingestão – afirma.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Sylvio Provenzano, não há qualquer estudo científico que, de fato, comprove a eficácia do produto.
Assim como suas curas milagrosas sem nenhuma comprovação científica, a história da origem MMS também é envolta em lendas.
Seu principal divulgador foi o americano Jim Humble, um cientologista que, segundo afirma, trabalhava em uma mineração de ouro na Guiana, na fronteira norte do Brasil, e que teria chegado ao produto após pesquisar os motivos que levaram à cura de dois de seus funcionários após diagnóstico de malária.
A partir da descoberta, Humble fundou a Igreja Genesis II de Saúde e Cura, também conhecida como Igreja do MMS, da qual é o líder, além de lançar o livro "MMS: Guia de recuperação da saúde".
Apesar de ter sido proibido em inúmeros países e de seus supostos efeitos benéficos nunca terem sido comprovados, o MMS continua sendo promovido como panaceia por comerciantes que rechaçam os alertas da comunidade científica sobre os riscos envolvidos em seu uso.
Nos grupos que divulgam o produto, várias pessoas pedem depoimentos aos que teriam obtido resultados com o tratamento, mas não há qualquer resposta. Na internet, além dos anúncios de venda e das comunidades, há ainda vídeos em que médicos explicam como funciona a substância.
Um deles foi gravado pelo cardiologista e nutrólogo Lair Ribeiro, que defende o produto atribuindo sua proibição a supostos interesses contrariados com a venda de "um negócio que cura tudo, sem efeito colateral e a preço de banana .
À reportagem, no entanto, o médico disse que o Brasil "pulou etapas" no estudo dos efeitos do produto, e que o modo como ele é comercializado deve respeitar a legislação:
– No Brasil, você não sabe quem está produzindo, e está sendo feito de maneira desorganizada, isso tem que ser submetido ao processo normal por que os medicamentos passam, para confirmarem os seus efeitos. As agências fiscalizadoras têm que regulamentar sim. Além disso, o MMS é usado no mundo inteiro, e há uma extensa bibliografia sofre o tema. O que significa que as funções do produto devem ser estudadas a fundo.
A Anvisa baniu, desde junho de 2018, a fabricação, distribuição, comercialização e uso do produto no país, e afirma que ele não tem aprovação como medicamento em nenhum lugar do mundo .
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AGÊNCIA CÂMARA
Explicações da agência que fiscaliza planos de saúde não convencem deputados
Principal reclamação é com os planos coletivos que não oferecem a mesma proteção dos planos individuais
Deputados questionam atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na fiscalização dos planos de saúde. Uma audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor debateu nesta terça-feira (7) os reajustes dos planos de saúde coletivos.
Os planos coletivos representam 81% do mercado, contra 19% dos planos individuais, aqueles em que o usuário faz o contrato diretamente com a operadora. Os coletivos podem ser de dois tipos: empresariais, quando o usuário tem um vínculo empregatício com a entidade que faz a intermediação do contrato; e os feitos por adesão , por meio de sindicatos e associações.
Durante a audiência pública, Rafael Vinhas, representante da ANS, foi questionado pelos parlamentares por que a agência reguladora não tem mecanismos para estimular as operadoras a oferecerem planos individuais mais benéficos para o consumidor. Também foram cobrados da ANS exemplos de punições para operadoras que praticam reajustes abusivos.
O representante da agência enfatizou que, a partir de junho, começa a funcionar a portabilidade para todos os tipos de contratos de planos de saúde. O que é importante é que ao consumidor seja dada a oportunidade para ele optar, dentro do mercado, pela melhor forma de adesão, se é um plano individual, se é um plano coletivo. E se ele não estiver satisfeito, que ele possa fazer uso da portabilidade, inclusive, a qualquer tempo .
Os integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor não ficaram satisfeitos com as explicações da ANS e chegaram a afirmar que a agência defendia os interesses das operadoras.
O autor de pedido de realização da audiência, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), pretende sugerir projetos de lei e ações civis públicas para que a agência possa fiscalizar e punir com mais rigor os planos de saúde coletivos que praticarem aumentos exagerados.
Ficou claro que as empresas de planos de saúde não querem ter o segurado de forma individual, querem estimular os planos coletivos, porque a ANS não pode fazer uma fiscalização sobre os planos coletivos, os planos empresariais, e na medida em que elas praticam aumentos abusivos, algo em torno de 20% ao ano, torna-se cada vez mais difícil para o trabalhador brasileiro manter o plano de saúde privado , criticou.
Também integrante da Comissão de Defesa do Consumidor, o deputado Aureo Ribeiro (SD-RJ) sugeriu a realização de um seminário para debater o assunto com mais profundidade, convidando os representantes de algumas operadoras e também o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Individual x Coletivo
Para a representante do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Ana Carolina Navarrete, o principal problema é que o usuário do plano individual tem proteção legal contra quebra repentina de contrato e reajustes elevados de mensalidades, o que não acontece com o contratante dos planos coletivos.
Quando você deixa só uma parte do setor regulado, o mais interessante para as empresas é oferecer o produto que é menos regulado, o que tem menos proteção , alertou.
Prevenção
Economista-chefe da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais argumentou que a crise dos últimos anos fez cair o número de usuários de planos de saúde, mas houve um aumento no número de consultas, exames e internações.
Entre 2014 e 2017, o custo médio dos planos teria crescido cerca de 47%. Ele afirmou que boa parte dos 749 planos médicos do País, que atendem 47 milhões de pessoas, está investindo em programas de prevenção de doenças graves, para economizar nos gastos com procedimentos médico-hospitalares de alta complexidade.
Vamos tentar fazer todos os tratamentos prévios, enquanto ele está em nível ambulatorial. Porque depois o paciente caminha para um nível terciário de internação e cirúrgico e o tratamento fica muito mais caro, muito mais oneroso para o sistema , explicou.
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VALOR ECONÔMICO
Plano de saúde sobe quase o dobro da inflação
Nos últimos 18 anos, a taxa de reajuste acumulada dos planos de saúde foi de 382%, superando em muito a inflação registrada pelo IPCA, de 208%, e mesmo a do setor de saúde, 180%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), crítico da atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na definição dos reajustes dos planos.
Para um dos autores do estudo, Carlos Ocké-Reis, a discrepância entre aumento dos planos e a inflação se deve à falta de regulação dos planos empresariais, que têm preços livres. A Federação Nacional de Saúde Suplementar contestou o estudo, citando levantamento que aponta variação do Custo Médico-Hospitalar 3,4 vezes maior que a inflação.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação