Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 11/06/19

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

 

DESTAQUES

Hapvida anuncia acordo para a aquisição do rival Grupo América
Ações da Hapvida batem recorde após aquisição; entenda por quê
Por dentro do plano da Central Nacional Unimed para ser mais saudável
IBDSS expõe cuidados com telemedicina em evento
Projeto quer cesárea sem indicação clínica a gestantes do SUS

CORREIO BRAZILIENSE

Hapvida anuncia acordo para a aquisição do rival Grupo América
Ação é mais um passo na estratégia de consolidar sua operação em várias regiões do país

"Temos uma ousada estratégia de aquisições e estamos bem confiantes em que este ano ainda vamos anunciar mais operações." A declaração do presidente e herdeiro da operadora de planos de saúde cearense Hapvida, Jorge Pinheiro de Lima, no começo de maio, sinalizava um ciclo de grandes negócios para a empresa.
A previsão está se confirmando. Depois de fechar a compra do Grupo São Francisco, um dos maiores conglomerados de saúde do interior paulista, em um negócio de R$ 5 bilhões, a Hapvida anunciou um acordo para a aquisição do rival Grupo América, de Goiás, por R$ 426 milhões. Embora seja dada como certa, o fechamento da operação está sujeito à aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), além da aprovação por parte da assembleia-geral de acionistas da companhia.
Com a operação de quase R$ 500 milhões, o Sistema Hapvida passará a deter, indiretamente, 100% do capital votante das empresas Hospital Jardim América, Hospital Multi Especialidades, Jardim América Saúde, América Clínicas, AME Planos de Saúde, Promed Assistência Médica, Hospital Promed, Clínica de Oftalmologia Jardim América, Centro de Diagnóstico e Laboratório Santa Cecília e 47% do capital votante da empresa Saúde — Instituto de Análises Clínicas.
"A aquisição trará sinergias operacionais relevantes que serão aproveitadas pela companhia, além de expandir geograficamente seu perfil de atuação, intensificando esforços na Região Centro-Oeste do Brasil, em linha com a estratégia de expansão e crescimento da companhia de abrangência nacional", disse Bruno Cals, diretor-superintendente financeiro e de relações com investidores do Hapvida. Já o presidente Jorge Pinheiro não concedeu entrevista por estar em período de silêncio.
Fundado em 1982, na cidade de Goiânia, o Grupo América tem intensa atuação no setor de saúde suplementar na Região Metropolitana de Goiânia e na cidade de Anápolis, atuando também na prestação de serviços hospitalares, de análises clínicas e diagnóstico por imagem. O Grupo América é a operadora mais verticalizada da região Centro-Oeste, com carteiras de planos de saúde de cerca de 190 mil vidas, cuja receita líquida foi de aproximadamente R$ 320 milhões, referente ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2018.
A compra do Grupo América, embora seja menor, é complementar à aquisição do mês passado. Isso porque o Grupo São Francisco vem em ritmo forte de aquisições e deve seguir nesse patamar nas regiões em que já atua. A Hapvida estima que o negócio vá gerar sinergias na casa dos R$ 170 milhões ao ano nos próximos quatro anos.
Para financiar a operação, os executivos da empresa contaram que a Hapvida vai emitir, no mercado de capitais, debêntures de R$ 2 bilhões. Além disso, vai usar recursos em caixa, e o Grupo São Francisco ficou com ações da empresa. Após o negócio, a companhia ainda vai dispor de um caixa de R$ 500 milhões.
Desde o IPO (oferta pública inicial), em abril do ano passado, as ações da Hapvidasubiram 25%. O valor de mercado da empresa, antes do anúncio da aquisição do Grupo América, chegava a R$ 23,5 bilhões. "As recentes aquisições integram um movimento de consolidação de empresas que já estão bem posicionadas no mercado. Para elas, não existe outro caminho para crescer se não for através de aquisições", disse o economista Sérgio Melo, presidente da SM Consultoria.
Saúde financeira
O plano de expansão é sustentado por uma invejável saúde financeira. No quarto trimestre do ano passado, a empresa apresentou desempenho impressionante: lucro líquido de R$ 234,1 milhões, 35,1% acima do mesmo período de 2017. No ano, foi a R$ 788,3 milhões, o que representa aumento de 21,2% sobre o ano anterior.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 2,9%, no comparativo trimestral, para R$ 270 milhões. No acumulado de 2018, somou R$ 990 milhões, 11,1% superior ao ano anterior.
As recentes investidas da Hapvida confirmam um período de grande movimentação no ambiente de negócios do país. Há 20 dias, a fabricante brasileira de cosméticos Natura comprou a concorrente americana Avon, tornando-se, assim, a quarta maior empresa do setor no mundo. Há duas semanas, BRF e Marfrig confirmaram que estão em processo de fusão, o que faria do grupo resultante o segundo maior da área de proteínas do Brasil.
Levantamento divulgado na semana passada pela consultoria KPMG confirma que o mercado está aquecido. Segundo o estudo, o número total de fusões e aquisições manteve tendência de crescimento no primeiro trimestre de 2019. Nos três primeiros meses do ano, foram registradas 250 operações, contra 243 do trimestre imediatamente anterior (alta de 3%) e 234 registradas no mesmo período de 2018 (alta de 7%).
Os setores com o maior número de transações no começo do ano foram companhias de internet (53), tecnologia da informação (32), mídia e telecomunicações (13) e companhias de energia (13).
Longevidade das empresas de saúde
O processo de fusão de aquisição no setor de saúde pode ajudar as empresas a ganharem mais musculatura para enfrentar as turbulências no mercado de assistência médica privada. Desde 2015, mais de 3 milhões de pessoas perderam seus planos de saúde, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Isso é resultado de uma retração de cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho.
"O plano de saúde é um produto altamente desejável, mas é sensível às variações de emprego e desemprego", diz Marcos Novais, economista-chefe da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).
A explicação é simples. Como a maior parte dos beneficiários tem seu convênio vinculado à empresa em que trabalha, quando as demissões crescem, os planos de saúde naturalmente perdem clientes. Segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), os contratos coletivos empresariais correspondem a 67% do total de planos comercializados. A boa notícia é que, depois de três anos de queda, o número de beneficiários parou de cair no fim do ano passado.
Outra luz para as empresas do setor é a recente alteração da legislação, em vigor desde o início deste mês. As novas regras valem para portabilidade de planos de saúde, que permitem aos beneficiários de contratos coletivos empresariais a possibilidade de troca de operadora sem a necessidade de cumprir novo prazo de carência para utilizar os serviços médicos.
A determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está na Resolução Normativa 438, que foi publicada em dezembro pela agência reguladora. Outra mudança é a extinção da "janela" para a troca de plano, ou seja, um prazo determinado pela operadora para fazer a mudança.
Migração
A ANS também retirou a necessidade de a cobertura entre os planos antigo e novo ser compatível para fazer a migração, abrindo a possibilidade para a contratação de coberturas mais amplas, mas mantendo a faixa de preço na maioria dos casos. Com isso, o consumidor só precisa cumprir a carência dos serviços a mais que o novo plano oferecer.
O guia de compatibilidade de preços está disponível no site da agência. Para o diretor de normas e habilitação dos produtos da ANS, Rogério Scarabel, a concessão desse benefício para consumidores de planos empresariais era uma demanda importante na regulação do setor, já que a modalidade representa quase 70% do mercado.
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EXAME

Por dentro do plano da Central Nacional Unimed para ser mais saudável

A representação física das mudanças operacionais que a companhia desenvolveu nos últimos anos é seu novo escritório, em São Paulo
A Central Nacional Unimed está no fim de processo de transição que tomou a atenção dos executivos e colaboradores nos últimos anos. A empresa de saúde viu receitas diminuírem e acumulou prejuízos por três anos. Também precisou incorporar algumas subsidiárias, como a Fesp, em São Paulo, que passavam por dificuldades. Para retomar o crescimento, a companhia focou em diminuir custos, criar programas de assistência básica e de melhoria da eficiência em parceiros, como hospitais ou empresas. Alcançou lucro em 2017 depois de três anos de prejuízo e, em 2018, teve seu melhor ano da história.
A representação física das mudanças operacionais que a companhia desenvolveu nos últimos anos é seu novo escritório, em São Paulo. Com muito verde, espaços abertos e arte de rua nas paredes, o espaço visa melhorar a comunicação entre os funcionários.
No entanto, os problemas não acabaram. No ano passado, duas operadoras de saúde fizeram estreias bilionárias na bolsa de valores: Hapvida e NotreDame Intermédica. Agora, elas têm caixa para crescer, inclusive por meio de aquisições, como a Hapvida que comprou a concorrente São Francisco. Já a Amil, líder do mercado brasileiro que faz parte da United Health, maior operadora de saúde dos Estados Unidos, afirmou no ano passado que irá investir mais de 10 bilhões de reais no país.
Com resultados positivos e uma sede nova, a CNU precisa de muita energia para manter a trajetória de recuperação.
Consolidação
A Unimed é a maior rede de assistência médica do país. Criada em 1967, está presente em 84% do território nacional. Detém cerca de 31% do mercado brasileiro de planos de saúde. Enquanto a Unimed Brasil é a entidade institucional do sistema, a operação em cada estado ou região é feita por 347 cooperativas médicas, para comercializar diretamente com empresas locais.
A Central Nacional Unimed é uma delas. É a maior operadora dos planos de saúde Unimed e é responsável pelos planos nacionais e de empresas que possuem escritórios em vários estados. Dos 18 milhões de beneficiários do sistema, 1,6 milhão estão sob responsabilidade da CNU.
No entanto, a companhia precisou aumentar suas responsabilidades nos últimos anos e socorrer sócias em dificuldades. Consolidou as operações em São Paulo, incorporando a Unimed Fesp em fevereiro deste ano, e na Bahia. Juntas, acrescentaram 200 mil clientes à empresa. Uma das operadoras da região, a Unimed Paulistana, quebrou em 2016.
Agora, a CNU passou a ser a única operadora Unimed em São Paulo. "A ocupação em São Paulo era desordenada e o cliente confundia. Agora, com a CNU, os clientes se sentem mais seguros e podemos otimizar nossos recursos por aqui", afirma Alexandre Ruschi, presidente da Central Nacional Unimed.
Eficiência financeira
Além de mudar o escopo de sua atuação, a empresa precisou repensar suas fontes de receita, já que um dos motivos para a crise do sistema Unimed foi o seu modelo de rentabilização.
A empresa sempre operou com grandes reservas financeiras e, até 2016, grande parte das receitas da companhia vinha dos ganhos nos investimentos dessas reservas. No entanto, o resultado financeiro da empresa foi de 124 milhões de reais em 2016 para 67 milhões de reais em 2018. Isso porque a taxa básica de juros Selic, que era de 14,25% ao ano em 2016, caiu para 6,5% em 2018.
Nesse cenário, as receitas financeiras caíram, mesmo com o relevante crescimento das aplicações financeiras, de 707,7 milhões de reais em dezembro de 2016 para 913,9 milhões de reais em dezembro de 2018. "Não tinha outra saída: sem as receitas financeiras, precisávamos melhorar nossos indicadores operacionais para aumentar os lucros", afirma Ruschi.
Cortes de custo
Para diminuir custos, a companhia está investindo em um novo modelo de atenção à saúde. Ao invés de buscar internações, visitas a hospitais ou procedimentos no caso de uma doença, a empresa quer incentivar a prevenção e o cuidado primário. "Muitas pessoas vão até um hospital quando sentem um mal estar, mas o hospital precisa ser a última opção. Cerca de 80% dos problemas poderiam ser resolvidos com um médico de família, por exemplo", afirma o presidente.
Segundo ele, os pacientes são cada vez mais acometidos por doenças mentais e, por isso, o acompanhamento de um médico mais próximo também poderia ajudar.
As cooperativas do Sistema Unimed estão adotando o modelo assistencial de Atenção Integral à Saúde. A manutenção e promoção da saúde tem acompanhamento contínuo por um médico da família e uma equipe multiprofissional. Atualmente, 66 cooperativas do Sistema Unimed possuem produtos e programas com foco neste modelo.
A Central Nacional Unimed tem seis clínicas localizadas em Salvador, no ABC e em São Paulo que atendem beneficiários e colaboradores exclusivamente neste modelo assistencial. Em 2019, a empresa começou a implantação de clínicas dentro de empresas para parceiros.
Em outra ponta de corte de custos, trabalhou com hospitais para aumentar a eficiência, a partir do Programa Qualifica, da Unimed Brasil, criado em 2015.
A CNU elencou os motivos que mais levam à extensão do tempo de internação, como infecção hospitalar ou queda no leito. A partir disso, estabeleceu metas para os hospitais parceiros e ofereceu bonificações caso as metas fossem superadas. Também incentivou as empresas que atende a terem comitês internos de saúde.
Outro desafio para a companhia é o envelhecimento da população, seguindo a tendência da Europa e Japão. "Vamos chegar a 120 anos de idade, mas isso vai custar", diz o presidente. A Unimed dobrou o número de vagas para formação de cuidadores específicos para idosos, de 800 para 1.600. São 15 cidades em que é possível fazer essa formação e os cursos são feitos em parceria com o Senac. Até hoje, o programa já formou 920 alunos.
Futuro
A reestruturação começou a trazer os primeiros resultados em 2017. Depois de três anos no vermelho, a empresa passou de 23,3 milhões de reais negativos, em 2016, para 64 milhões de reais de lucro em 2017. Já 2018 foi o melhor ano da história da companhia. No ano passado, a CNU faturou 5,6 bilhões de reais e teve lucro líquido de 175,9 milhões de reais.
A última etapa da transformação da companhia foi a mudança para a nova sede. A mudança não foi tanto física – o novo escritório fica do outro lado da rua do anterior – mas a arquitetura e dinâmica dos ambientes é bastante diferente.
Os espaços são abertos, sem paredes ou divisórias. Até mesmo as conversas com fornecedores são feitas em salas sem portas, para mostrar a transparência do lugar. O escritório dispõe de uma cobertura para eventos, que tem até uma churrasqueira.
O crescimento da empresa em 2019 deve ser modesto, por conta de um crescimento econômico mais fraco. "As empresas estão segurando contratações para ver se a economia deve melhorar", diz Ruschi. No entanto, mais eficiente e de olho no futuro, a Central Nacional Unimed está otimista.
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INFOMONEY
Ações da Hapvida batem recorde após aquisição; entenda por quê
Após anunciar duas aquisições em um período de um mês, valor de mercado da companhia chegou a R$ 26 bilhões

SÃO PAULO – Após anunciar a aquisição do Grupo América, no domingo (09), por R$ 426 milhões, as ações da operadora de planos de saúde Hapvida(HAPV3) subiram 3,43% nesta segunda-feira — chegando a um patamar recorde de R$ 38,65. Com isso, o valor de mercado chegou próximo dos R$ 26 bilhões. A visão de investidores e analistas é que, em um mercado altamente competitivo, ao anunciar sua segunda aquisição em menos de um mês, a Hapvida, enfim, mostrou para o que veio.
“As operações da Hapvida sempre foram concentradas apenas no Norte e no Nordeste. Desde o seu IPO havia dúvida de que a empresa seria capaz de expandir suas operações para outras regiões. A aquisição mostra que ela está realmente comprometida em se tornar relevante a nível nacional”, afirma Mariana Ferraz, analista da Eleven Financial.
Fundada em fortaleza e líder no Nordeste e Norte, a Hapvida fez uma oferta incial de ações (IPO) em abril de 2018 e afirmou que neste ano focaria em expandir suas operações no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
A estratégia no Centro-Oeste se tornou clara após o anúncio de duas compras. No início de maio a empresa adquiriu o grupo São Francisco, por R$ 5 bilhões, estabelecendo uma operação em todo o estado de Goiás (com exceção da capital). Com o Grupo América, que possui operações em Goiânia, Anápolis e Aparecida, a Hapvida se fortalece e completa seu portfólio na região.
“O Grupo América parece uma aquisição estrategicamente sensata, uma vez que fortalece a posição do São Francisco no Centro-Oeste, dificultando a atuação de um concorrente vertical na região”, afirmam analistas do Bradesco BBI em relatório.
Com as duas aquisições, a Hapvida passa a marca de 6 milhões de beneficiários de saúde e odontologia. Há uma semana a empresa também anunciou a compra de um hospital em Juazeiro do Norte, no Ceará, mostrando que continua a ampliar sua participação nos mercados em que já atua.
A Hapvida iniciou recentemente a operação na região Sul, com a inauguração de um hospital em Joinville (SC), em abril. O espaço, de 20 mil metros quadrado, tem capacidade para atender desde casos mais simples até os mais complexos. A cidade foi escolhida por ser a maior em Santa Catarina, além de quase 80% de seus domicílios fazerem parte das classes B e C, em que a Hapvida atua.
Mais importante do que a expansão em si, é o sinal que a Hapvida vem passando de que vai adaptar seu modelo de atuação às particularidades de diferentes regiões do país. “No Sul, por exemplo, há uma cultura muito forte de cesarianas — o que gera um custo mais alto do que o parto normal, que a Hapvida está acostumada a fazer no Norte e Nordeste. Mesmo assim, eles se adaptaram para atender a uma demanda mais alta de cesáreas em Joinville”, afirma Mariana. Outro sinal importante foi dado na operação de São Francisco, onde o atual presidente, Lício Cintra, continuará à frente do dia a dia do grupo.
Hapvida vs. Intermedica
As concorrentes Hapvida e Intermédica fizeram seus IPOs com poucos dias de diferença, em abril do ano passado. Mas o desempenho das empresas na Bolsa vinham sendo bem diferente até o início de maio. Os papéis da Intermédica tinham alta de 117% desde o IPO, ante uma valorização de apenas 34% das ações da Hapvida.
“A Intermédica foi mais rápida em suas aquisições, mostrando uma maior agressividade. Além disso, sua atuação é concentrada no Sudeste, um mercado mais forte que o da Hapvida”, afirma Mariana.
Com as aquisições recentes, a Hapvida ganhou quase R$ 6 bilhões em valor de mercado. Mesmo assim, o interesse pela Intermédica continua maior. A ação da Intermédica é negociada hoje a 55 vezes o seu lucro por ação, enquanto a Hapvida é negociada a 31 vezes o seu lucro, segundo dados da consultoria Economática.
Apesar das recentes aquisições, a Hapvida já falou que não vai parar por aí. Em entrevista ao jornal Valor Econômico o presidente afirmou que agora pode focar em empresas menores e comprar operadoras não verticalizadas. A ver se as novas notícias continuarão animando o mercado
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APÓLICE ONLINE

IBDSS expõe cuidados com telemedicina em evento

Com mediação de Florentino Cardoso, diretor executivo médico do Hospital Care, o fórum da Aliança para a Saúde Populacionais acontece dia 11 de junho, às 14h
A Telemedicina será analisada em detalhes por José Luiz Toro da Silva, advogado e fundador do Instituto Brasileiro de Direito da Saúde Suplementar ; Jefferson Fernandes, CEO da Specis Health Consulting Firm; e Antonio Carlos Endrigo,diretor de tecnologia da Associação Paulista de Medicina. Com moderação de Florentino Cardoso, ex-presidente da AMB e diretor executivo médico do Hospital Care, o encontro acontece dia 11 de junho, 14h, integrando a programação do V Fórum Internacional ASAP, no WTC São Paulo.
A Aliança para a Saúde Populacional – ASAP é uma entidade sem fins econômicos que tem como meta estimular e promover ações de Gestão de Saúde Populacional (GSP). A proposta da ASAP é contribuir para a readequação do atual modelo, centrado na doença e nos prestadores de serviços, para um modelo com ênfase na promoção da saúde e da qualidade de vida com um acompanhamento direto e constante aos portadores de doenças crônicas, envolvendo tecnologia e engajamento nos programas de GSP.
Para José Luiz Toro, a telemedicina irá aumentar o acesso da população de locais distantes à medicina de qualidade, bem como fará com que, para determinadas patologias ou tratamentos, os pacientes possam acessar seus médicos a distância, aumentando, inclusive, a possibilidade de acompanhamento. "Urge que o Conselho Federal de Medicina regulamente esse tipo de atendimento, trazendo maior segurança jurídica para os médicos e os pacientes. A telemedicina já é uma realidade em diversos países, deve seguir o Código de Ética Médica e proporcionar um atendimento de qualidade".
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FOLHA DE S.PAULO

Projeto quer cesárea sem indicação clínica a gestantes do SUS
Para a deputada de SP Janaina Paschoal (PSL), proposta dá voz a usuárias que passam por violência obstétrica
Cláudia Collucci

Segundo país com maior taxa de cesáreas do mundo, o Brasil poderá ter uma lei estadual que garante à gestante a opção pelo parto cirúrgico no SUS, a partir da 39 a semana de gestação, sem a necessidade de indicação clínica para o procedimento.
Nesta terça (11), o polêmico projeto de autoria da deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) deve voltar ao plenário da Assembleia Legislativa paulista para a votação se deve ou não tramitar em regime de urgência. Na semana passada, a votação foi adiada.
O caráter de urgência desobriga que a proposta passe pelos trâmites normais, como ser analisado pelas comissões da saúde e da mulher. O projeto também prevê oferta de analgesia, caso a mulher opte pelo parto normal.
Para a deputada, a proposta dá voz a milhares de mulheres usuárias do SUS que passam por situações de violência obstétrica e são impedidas tanto de exercer seu direito de escolha em relação a uma cesariana como ao uso de analgesia no parto vaginal.
Em nota, a Sogesp (Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) pede que 0 projeto não seja avaliado ou votado em regime de urgência. "Merece seguir a tramitação ordinária, garantindo a ampla e adequada avaliação e discussão", diz a presidente Rossana Francisco.
A entidade também sugere à deputada mudanças no texto da proposta, como deixar claro que a escolha deve ser feita durante o pré-natal, e não no momento do parto, e especificar o tipo de analgesia -não farmacológica, como massagens e banhos, ou com medicamentos (anestesia).
Segundo ela, a falta de analgesia no trabalho de parto é um problema sério no país e, muitas vezes, é a razão que leva a mulher a optar pela cesárea para não sentir dor. "Só 40% das pacientes que chegam em trabalho de parto têm acesso à analgesia."
Nos últimos anos, tem sido grande o esforço para a diminuição nos índices de cesariana no Brasil. Dados do Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), de 2016, mostram que as cesáreas respondem por 55,6% do total de nascidos vivos no país.
Dos partos no SUS, 40% ocorrem por meio de cesarianas. Na rede privada, o índice chega a 84%. Em taxas de cesáreas, o país só perde para a República Dominicana (56%).
A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que a taxa ideal seja entre 10% a 15% dos partos e recomenda que a cirurgia seja indicada apenas por razões médicas.
Se por um lado a cesariana ajuda a salvar vidas, como nos casos em que a placenta está obstruindo a saída do bebê do útero, por outro ela está associada a um maior número de partos prematuros.
No Brasil, a taxa de prematuridade (11,5%) é quase duas vezes superior à observada em países europeus. Segundo especialistas, em muitos casos os bebês são retirados antes do tempo correto, por conta de cesarianas agendadas ou por avaliação incorreta da idade gestacional.
Segundo Rossana Francisco, as cesáreas de repetição também estão associadas a um maior risco de acretismo placentário- quando a placenta se adere à parede do útero.
Nessas situações, há risco maior de sangramento durante a sua remoção. Os sangramentos são a segunda causa de mortalidade materna.
Francisco lembra que 0 projeto, se aprovado, demandará mais recursos do SUS no âmbito estadual, seja para a contratação de mais anestesistas, no caso das cesáreas, seja na adequação dos locais para um parto normal humanizado.
"A lei mexeria com toda a estrutura dos serviços públicos municipais e estaduais. De onde sairá o dinheiro para operar um monte de mulheres se o SUS sofre cortes cada vez maiores?" questiona a obstetriz Ana Cristina Duarte, idealizadora do Siaparto (Simpósio Internacional de Assistência ao Parto).
Para Duarte, o projeto de Janaina Paschoal já parte de uma base errada.
"Ela se apoia em casos de crianças sequeladas durante o parto normal e acha que essa via só é priorizada pelo SUS por ser mais barata. Vai contra todas as evidências científicas existentes de que o parto normal é a escolha mais segura para a mãe e o bebê."
Na opinião da obstetriz, muitas mulheres optam pela cesárea para fugir da violência obstétrica que muitas sofrem dentro dos hospitais.
Segundo Simone Diniz, médica e professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, o projeto de Paschoal levanta uma bandeira feminista, de dar maior autonomia da mulher, da pior maneira possível.
"Responde ao apelo de um parto não violento vendendo mais cesárea, que, nesse contexto, aparece como capaz de dar mais segurança física e emocional à mulher."
Diniz explica que se as mulheres tivessem mais informações sobre os riscos associados à cesariana, não a veriam como a melhor opção.
Para ela, o país só conseguirá reverter os altos índices de cesariana quando a experiência do parto normal for, de fato, positiva para as mulheres.

Ministério seguirá não usando termo 'violência obstétrica'
Natália Cancian
Apesar de reconhecer a legitimidade da expressão "violência obstétrica", o Ministério da Saúde mantém a decisão de não usar o termo em normas e políticas públicas, disse o secretário de atenção primária Erno Harzheim.
A declaração ocorreu após a divulgação de ofício enviado ao Ministério Público Federal de São Paulo em que a pasta diz reconhecer o "direito legítimo" de que as mulheres usem o termo.
Na prática, porém, a medida está mantida. "Seguiremos usando o termo da Organização Mundial de Saúde: 'Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde'", diz Harzheim.
Em maio, a pasta divulgou despacho em que orientava abolir o uso da expressão. Para Harzheim, há uma falsa polêmica. "O ministério não é censor. Ele decide o que ele escreve", disse. "As pessoas perdem tempo e oportunidade de mudar a realidade discutindo semântica e discurso. O que importa é a atenção ao parto."

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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação