ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Mais da metade dos que não têm plano de saúde já tiveram o benefício
Planos de saúde terão de explicar com documento recusa de atendimento
Troca de bebês pode ter ocorrido devido à problemas de identificação após o parto, em Trindade
Anvisa suspende venda e utilização de implantes de silicone da Allergan
O que falta para a Telemedicina se tornar Medicina?
Conheça 5 direitos do paciente SUS ou de plano de saúde
Médico Pelo Brasil está pronto
O GLOBO
Mais da metade dos que não têm plano de saúde já tiveram o benefício
Pesquisa confirma que mensalidades altas e desemprego são os principais motivos que afastam usuários da saúde privada
GLAUCE CAVALCANTI
Uma semana após a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciar reajuste máximo de 7,35% para planos individuais ou familiares, mais que o dobro da inflação em 12 meses, pesquisa realizada pelo Ibope a pedido do Instituto de Estudos de SaúdeSuplementar (IESS), ligado às empresas do setor, confirma que o preço é a principal barreira de acesso dos brasileiros à saúde suplementar. Entre 3.200 pessoas ouvidas em oito regiões metropolitanas, incluindo Rio e São Paulo, 77% apontaram as mensalidades como impedimento para ter um plano. A pesquisa também mostra que a fatia de quem já teve o benefício e perdeu é crescente. Entre os que não têm convênio, 54% já tiveram. Em 2015, eram 45%. As operadoras pressionam governo e Congresso por mudanças nas exigências da ANS para vender planos mais baratos. Há duas semanas o colunista do GLOBO Elio Gaspari revelou que empresas do setor formularam uma proposta de projeto de lei para alterar a regulação e permitir planos individuais com cobertura limitada, excluindo doenças graves, por exemplo. Especialistas em saúde e em direitos do consumidor alertam para os riscos de usuários ficarem desassistidos quando mais precisam.
GESTÃO DOS PLANOS
Entre os entrevistados pelo Ibope, 35% disseram ter plano. Desses, quase metade (46%) tem carteira assinada e dois terços estão concentrados na classe A e B. Já o restante, que só pode contar com o SUS, tem 73% do contingente nas classes C, D e E. Entre 2014 e 2018, com o alto desemprego provocado pela recessão, o setor perdeu mais de 3 milhões de usuários, segundo dados da ANS. Em maio deste ano, eram 47,2 milhões.
José Cechin, superintendente do IESS, reconhece que o plano de saúde é caro, considerando a renda média de faixas sociais ou grupos etários específicos, como o de idosos. Ele defende a revisão da legislação para flexibilizar planos, mas admite que não é a única solução:
– Com a crise, houve perda do emprego e da renda no país. Mas o produto tem um custo, que tem de ser pago. E preciso equacionar os impulsionadores do aumento dos custos, incluindo toda a cadeia: operadoras, fornecedores, profissionais e beneficiários. Se não frear o custo, o preço sobe. O preço precisa ser regulado? As tentativas de controle de preços recentes em diversos setores fracassaram.
A recente mudança na regra de portabilidade, que permite a migração do beneficiário de planos empresariais para outros coletivos ou individuais sem cumprir nova carência, favoreceu maior competitividade no setor, mas não resultou em queda nos preços. A pesquisa sugere que mudanças na gestão dos planos, com atendimento ancorado em clínicos de família e programas de prevenção, estão reduzindo custos das empresas com menos atendimentos de urgência e exames por pessoa, mas o impacto ainda não chegou ao bolso de quem paga as mensalidades.
A médica e professora da UFRJ Ligia Bahia, especialista em saúde pública, vê margens de lucro dos planos descoladas da renda do brasileiro:
– As operadoras têm de baixar o preço ao patamar de um país de renda média como o Brasil. É possível reduzir preço sem reduzir cobertura alcançando mais pessoas.
A advogada Ana Carolina Navarrete, pesquisadora em saúde do Idec, concorda. Ela argumenta que o panorama regulatório não impede a oferta de planos de saúde com mensalidades mais baixas. Ela teme que mudanças na regulação permitam contratos sem real proteção à saúde do consumidor, transferindo o risco para terceiros, como a rede pública:
– Desregulamentar em razão da perda de capacidade de pagamento das mensalidades não está correto. É preciso ter mecanismos regulatórios que impeçam as operadoras de repassar o risco do negócio
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DIÁRIO DA MANHÃ
Planos de saúde terão de explicar com documento recusa de atendimento
* Foi aprovado na Assembléia, em votação definitiva, o processo n° 832/18, de autoria de Virmondes Cruvinel (Cidadania), que prevê que, nos casos de negativa de cobertura por parte do plano de saúde, este será obrigado a fornecer documentos que atestem sua recusa ao consumidor.
* De acordo com a matéria, entende-se por negativa de cobertura a recusa em custear a assistência à saúde, seja ela de qualquer natureza. Logo, a lei se aplica para casos de negativa total ou parcial de serviços relacionados a procedimentos médicos, cirúrgicos ou de diagnósticos, bem como casos de tratamento e internação.
* Caso ocorra a recusa, o plano de saúde ou seguro de assistência deverá disponibilizar ao consumidor, no local do atendimento médico, um documento que obedeça as seguintes exigências: nome do cliente e do número do contrato, motivo da negativa de forma clara e inteligível, razão ou denominação social da seguradora, endereço completo e atualizado, número
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Troca de bebês pode ter ocorrido devido à problemas de identificação após o parto, em Trindade
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, dentro de 10 dias as investigações devem ser concluídas
Neste sábado (27/07) o delegado André Fernandes realizou oitivas sobre o caso da troca de bebês em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia. Segundo informações iniciais da investigação, os pais das duas crianças já foram identificados e prestaram esclarecimentos na manhã de hoje.
De acordo com informações apuradas pelo delegado regional de Trindade, a troca das crianças pode ter acontecido a partir de um erro que ocorreu no procedimento de identificação dos recém-nascidos e dos pais após o parto, respectivamente.
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André informou que hoje quatro pessoas foram ouvidas e agora será realizado uma investigação nos documentos de identificação do Hospital de Urgências de Trindade (HUTRIN). Além disso, o delegado informou que mesmo sabendo da troca dos bebês, os mesmo só poderão estar com suas respectivas famílias após a realização de um novo exame de DNA.
De acordo com André, as famílias foram orientadas sobre a realização do exame e dentro de 10 dias as investigações devem ser concluídas e os responsáveis pelo erro indiciados.
Entenda o caso da troca de recém-nascidos
Os pais de uma criança descobriram na última sexta-feira (26/7) que o filho que eles estavam criando, não era o filho biológico deles, pois a criança foi trocada no Berçário do HUTRIN.
O Diário da Manhã entrou em contato com a assessoria de imprensa do hospital e por meio de nota, o caso foi confirmado. Segundo a unidade de saúde todas as medidas necessárias foram tomadas com o intuito de apurar a troca de bebês na unidade.
Confira a nota do Hutrin sobre a troca de Bebês na unidade
“O Hospital Estadual de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos (HUTRIN) esclarece de forma preliminar o seguinte: A direção do hospital tão logo foi notificada da suspeita de troca de bebês instaurou uma comissão sindicante para apurar o caso e afastou as pessoas que estavam de serviço no berçário nos dias dos nascimentos e alta de mães e crianças;
Instaurou um processo ético-disciplinar para apurar responsabilidades no ocorrido;
Manteve contato com a mãe e com o pai do bebê afim de elucidar o fato em todas as suas possibilidades;
Notificou a mãe e o pai sobre a realização de exames de DNA para comprovar a paternidade e maternidade sobre a criança e estabeleceu como parâmetro a realização de outros exames visando contraprova do fato;
Está realizando um completo levantamento de todos os nascimentos na data para eliminar todas as dúvidas;
Está selecionando todas as imagens de circuito interno de TV para instruir a investigação e documentar as saídas de pais, acompanhantes e crianças nascidas nesse período;
O Instituto CEM, Organização Social gestora do HUTRIN e a direção do hospital estão acompanhando com integral cuidado e respeito aos princípios éticos e de responsabilidade para com a saúde humanizada e tratamento aos pacientes atendidos na unidade.
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FOLHA DE S.PAULO
Anvisa suspende venda e utilização de implantes de silicone da Allergan
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu suspender, de forma preventiva, a comercialização, distribuição e uso de três tipos de implantes mamários texturizados da empresa Allergan.
A medida ocorre após a empresa anunciar o recolhimento voluntário das próteses mamárias e expansores de tecido texturizados Bioeell a pedido da FDA (Food and Drug Administration), agência que regula alimentos e remédios nos Estados Unidos.
O órgão americano constatou que o uso desses implantes está ligado ao risco aumentado de um tipo raro de câncer conhecido como linfoma anaplásico de células grandes associado a implantes de seios (ou BIA-ALCL, na sigla em inglês).
Na quinta, a Anvisa fez uma reunião com a Allergan sobre o caso. A resolução que informa sobre a suspensão cautelar dos produtos foi publicada nesta sexta-feira (26) no Diário Oficial da União.
Segundo a Anvisa, a medida deve valer para os seguintes produtos e lotes:
1) Natrelle Expansor Tissu-lar Texturizado e Acessórios Allergan (lotes a partir de 25/7/2014)
2) Natrelle Implante Mamário Texturizado Allergan (todos os lotes)
3) Natrelle Implante Mamário Texturizado Duplo Lúmen e Acessórios Allergan (todos os lotes)
Os produtos fazem parte da ação de reeall no Brasil.
Neste momento, não há recomendação de remoção ou substituição de implantes Bi-ocell em pacientes sem sintomas, informa alerta técnico divulgado pela agência.
A Allergan já parou de vender os implantes texturizados Bioeell na Europa e no Canadá. Em dezembro as próteses texturizadas da Allergan perderam o Certificado de Conformidade da União Europeia.
Em abril, a França proibiu a venda e o uso de implantes de silicone texturizados de seis fabricantes. Entre as próteses proibidas estavam modelos da Allergan. Apesar da medida, a agência francesa também não recomendou à época a retirada do produto, já que o risco da doença é considerado baixo.
Na época, a Allergan disse discordar veementemente da decisão de restringir o uso de implantes mamários texturizados e de poliuretano na França, uma vez que não foram apresentadas novas evidências científicas. "A Allergan acredita firmemente no perfil de risco/benefício de seus produtos, incluindo todos os implantes mamários texturizados.
Em nota divulgada nesta quarta (24) para anunciar o recolhimento, a Allergan disse que estava tomando a medida "como precaução após a notificação de informações de segurança recentemente atualizadas" sobre a incidência do linfoma BIA-ALCL, as quais foram fornecidas pela FDA.
A empresa orienta que cirurgiões não usem mais os implantes e promete fornecer informações e orientação aos clientes sobre como devolver produtos não utilizados.
"Aconselhamos os pacientes a falarem com seas médicos sobre os riscos e benefícios do seu tipo de implante, caso tenham alguma preocupação", informa.
Diz ainda que está à disposição para esclarecer dúvidas de pacientes e médicos pelo telefone 080014 4077, de segunda a sexta, das 8h às 17I1.
PERGUNTAS E RESPOSTAS Como saber qual é a marca ou o tipo da minha prótese?
Em geral, as informações estão disponíveis no relatório da cirurgia e no cartão do implante entregues após a operação. Caso não os tenha em mãos, procure o cirurgião ou o hospital onde foi operada
Quais são os sinais de que há problemas?
A mulher pode sentir o seio mais amolecido e achatado ou um
endurecimento da prótese. Nem sempre a mulher manifesta sintomas, por isso o acompanhamento deve ser constante na consulta com um ginecologista
Quais são os implantes com venda e uso proibidos no Brasil?
1) Natrelle Expansor Tissular Texturizado e Acessórios Allergan (lotes a partir de 25/7/2014)
2) Natrelle Implante Mamário Texturizado Allergan (todos os lotes)
3) Natrelle Implante Mamário Texturizado Duplo Lúmen e Acessórios Allergan (todos os lotes)
Contato da empresa para dúvidas e reclamações
08 0014 4077, de segunda a sexta, das 8h às17h
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R7
O que falta para a Telemedicina se tornar Medicina?
O uso das novas tecnologias no relacionamento entre médico e paciente ainda provoca muita discussão no setor de saúde no Brasil. Recentemente, o anúncio do serviço de consultas médicas online por parte da seguradora Amil, em parceria com o Hospital Albert Einstein, por meio de aplicativo, virou alvo de sindicância para apuração de irregularidades pelo Cremesp – Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
O novo serviço oferecido pela operadora prevê o atendimento virtual por videoconferência para cerca de 180 mil beneficiários. Também foi divulgado que 15 médicos do Einstein estariam responsáveis pelo serviço, no sistema 24 horas por dia. De acordo com nota do Cremesp, o Código de Ética Médica veta o atendimento à distância, autorizando-o apenas em casos de urgência ou emergência e na impossibilidade comprovada de realizá-lo presencialmente.
Em alguns países, como os EUA, essa modalidade de atendimento já existe e é oferecido inclusive por uma famosa rede de farmácias, através de um app. Algumas operadoras começaram usar Telemedicina nos seus serviços. Por exemplo, a famosa americana Kaiser oferece a seus pacientes consultas médicas de 10 a 15 minutos através do telefone, como também, um site seguro onde os pacientes podem trocar mensagens com os médicos.
Essa polêmica surge no momento em que se discute a regulamentação da Telemedicina no país pelo Conselho Federal de Medicina. O tema do atendimento não presencial, feito por meio de uso da tecnologia, ainda está sob discussão, após a revogação da Resolução CFM nº 2.227/2018, solicitada pelo Cremesp e demais Conselhos Regionais, preocupados com alguns aspectos do texto publicado. Até a elaboração e aprovação do novo texto, a prática da telemedicina no Brasil está subordinada aos termos da Resolução CFM nº 1.643/2002, atualmente em vigor, a qual exige que haja um médico em cada ponta da comunicação.
São vários debates públicos sobre a Resolução nº 2.227/18, sem uma solução ou direcionamento. A norma previa uma série de regras para consultas online, telecirurgia e telediagnóstico, entre outras formas de atendimento à distância. O texto estabelecia a telemedicina como exercício da Medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde, podendo ser realizada em tempo real ou offline.
Há muito tempo o CFM abriu o debate para todos se manifestarem sobre a telemedicina, inclusive havendo várias críticas por partes dos médicos em razão de a antiga resolução ser de 2002. Quantos médicos já fazem hoje o atendimento remoto, sem regulamentação? Uma orientação pelo WhatsApp, por telefone, é atendimento não presencial.
Como, portanto, ser contrário ao uso da tecnologia responsável na saúde, em especial em um país com a nossa realidade. Vale dizer que a Telemedicina é usada desde os anos 90, inicialmente pelo Programa Espacial da NASA. No Brasil, a Petrobras foi uma das primeiras empresas a se utilizar desse serviço nas embarcações e plataformas marítimas.
Considerando que a NASA implementou há décadas a Telemedicina, não surpreende que nos EUA haja novidades nos serviços oferecidos a distância. É o caso da Mercy Virtual na cidade de Saint Louis no Missouri nos EUA onde médicos e enfermeiros pelo "Centro de Cuidado Virtual" fornecem suporte remoto para unidades de cuidados intensivos, salas de emergência e outros programas em 38 hospitais menores da Carolina do Norte até Oklahoma. Muitos deles não têm um médico 24 horas no local. No Brasil há resistência quanto à ausência de um profissional médico em uma das pontas.
A principal aplicação da Telemedicina é quando o médico generalista necessita do parecer de um especialista, e no caso de não médicos participarem, recebendo e transmitindo dados, o médico deve certificar-se que esse profissional tem competência e comprometimento com a ética profissional e sempre com o consentimento do paciente.
Se regulamentada no Brasil, a Telemedicina criará oportunidades para que os médicos tenham a possibilidade de crescer profissional e financeiramente – abrem-se oportunidades aos especialistas, que, inclusive, poderão ajudar a mais pessoas, à distância. Utilizada de forma adequada e regulamentada, a Telemedicina será favorável para os médicos e para a sociedade.
Há muitos exemplos no país que ilustram a aplicação da Telemedicina com o escopo de levar atendimento a um número maior de pessoas, com mais agilidade. Recentemente, a prefeitura de São Paulo anunciou que iniciaria o atendimento pela via remota a usuários das UBS das regiões de Vila Maria/Vila Guilherme e Butantã, com as especialidades de dermatologia, reumatologia, neurologia, endocrinologia, pneumologia, cardiologia e ginecologia para o pré-natal de risco.
Nesse modelo, os médicos especialistas (segundo uma escala de dias e horários) discutirão os casos pela plataforma ao vivo (sempre que possível), por meio de videoconferência e com acesso a imagens de exames, como raio-x, tomografia e o paciente presente. O objetivo desses atendimentos envolvendo o médico assistente da UBS e o especialista é a redução das filas de espera para consultas e também a redução de encaminhamentos para os ambulatórios de especialidades.
Desde 2008, a Telemedicina é uma realidade em Porto Alegre, Capital gaúcha. A tecnologia possibilita às gestantes a realização de ultrassonografias obstétricas no próprio posto de saúde, o que diminuiu o tempo entre a marcação e a realização dos exames, de três a quatro meses para cerca de 30 dias. Outro ponto importante está na identificação de casos complexos, que representam cerca de 10% das gestações. Com os exames realizados precocemente, as gestantes podem ser encaminhadas para atendimento especializado, o que culmina na diminuição de problemas durante o parto.
Outro exemplo no Brasil é o de Santa Catarina, com emissão de laudos a distância para exames de dermatologia, o que permite saber a gravidade de uma lesão antes do paciente ser encaminhado ao especialista. A tecnologia catarinense é ofertada a 100% do estado e está em expansão para todo o Brasil, com implantação já efetivada em municípios do Mato Grosso e da Bahia. Há médicos de estados distintos, portanto, que estão interagindo em prol do paciente, ainda que a normatização do CFM preconize que o médico não pode atuar em outro Estado sem que nele esteja registrado, a tecnologia tem rompido essa barreira.
Interessante pensar que nossa sociedade também está envolvida na discussão de temas sobre o futuro da saúde. Apenas para dar um exemplo, por ocasião do aniversário da cidade de SP, foram promovidas várias palestras voltadas para a população interessada e uma delas se chamava "O Futuro da Saúde" e, claro, a "Revolução Digital na Saúde" e, consequentemente, falou-se sobre a Telemedicina como uma ferramenta facilitadora para ampliar a assistência de saúde.
Resta, agora, buscar as ferramentas necessárias para instrumentalizar a resolução da maneira mais ética, juridicamente segura e favorável aos pacientes e profissionais da saúde. E que venha a tecnologia, sempre acompanhada da ética e sem se perder o vínculo médico e paciente
Sandra Franco é consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde e presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde.
O uso das novas tecnologias no relacionamento entre médico e paciente ainda provoca muita discussão no setor de saúde no Brasil. Recentemente, o anúncio do serviço de consultas médicas online por parte da seguradora Amil, em parceria com o Hospital Albert Einstein, por meio de aplicativo, virou alvo de sindicância para apuração de irregularidades pelo Cremesp – Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
O novo serviço oferecido pela operadora prevê o atendimento virtual por videoconferência para cerca de 180 mil beneficiários. Também foi divulgado que 15 médicos do Einstein estariam responsáveis pelo serviço, no sistema 24 horas por dia. De acordo com nota do Cremesp, o Código de Ética Médica veta o atendimento à distância, autorizando-o apenas em casos de urgência ou emergência e na impossibilidade comprovada de realizá-lo presencialmente.
Em alguns países, como os EUA, essa modalidade de atendimento já existe e é oferecido inclusive por uma famosa rede de farmácias, através de um app. Algumas operadoras começaram usar Telemedicina nos seus serviços. Por exemplo, a famosa americana Kaiser oferece a seus pacientes consultas médicas de 10 a 15 minutos através do telefone, como também, um site seguro onde os pacientes podem trocar mensagens com os médicos.
Essa polêmica surge no momento em que se discute a regulamentação da Telemedicina no país pelo Conselho Federal de Medicina. O tema do atendimento não presencial, feito por meio de uso da tecnologia, ainda está sob discussão, após a revogação da Resolução CFM nº 2.227/2018, solicitada pelo Cremesp e demais Conselhos Regionais, preocupados com alguns aspectos do texto publicado. Até a elaboração e aprovação do novo texto, a prática da telemedicina no Brasil está subordinada aos termos da Resolução CFM nº 1.643/2002, atualmente em vigor, a qual exige que haja um médico em cada ponta da comunicação.
São vários debates públicos sobre a Resolução nº 2.227/18, sem uma solução ou direcionamento. A norma previa uma série de regras para consultas online, telecirurgia e telediagnóstico, entre outras formas de atendimento à distância. O texto estabelecia a telemedicina como exercício da Medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde, podendo ser realizada em tempo real ou offline.
Há muito tempo o CFM abriu o debate para todos se manifestarem sobre a telemedicina, inclusive havendo várias críticas por partes dos médicos em razão de a antiga resolução ser de 2002. Quantos médicos já fazem hoje o atendimento remoto, sem regulamentação? Uma orientação pelo WhatsApp, por telefone, é atendimento não presencial.
Como, portanto, ser contrário ao uso da tecnologia responsável na saúde, em especial em um país com a nossa realidade. Vale dizer que a Telemedicina é usada desde os anos 90, inicialmente pelo Programa Espacial da NASA. No Brasil, a Petrobras foi uma das primeiras empresas a se utilizar desse serviço nas embarcações e plataformas marítimas.
Considerando que a NASA implementou há décadas a Telemedicina, não surpreende que nos EUA haja novidades nos serviços oferecidos a distância. É o caso da Mercy Virtual na cidade de Saint Louis no Missouri nos EUA onde médicos e enfermeiros pelo "Centro de Cuidado Virtual" fornecem suporte remoto para unidades de cuidados intensivos, salas de emergência e outros programas em 38 hospitais menores da Carolina do Norte até Oklahoma. Muitos deles não têm um médico 24 horas no local. No Brasil há resistência quanto à ausência de um profissional médico em uma das pontas.
A principal aplicação da Telemedicina é quando o médico generalista necessita do parecer de um especialista, e no caso de não médicos participarem, recebendo e transmitindo dados, o médico deve certificar-se que esse profissional tem competência e comprometimento com a ética profissional e sempre com o consentimento do paciente.
Se regulamentada no Brasil, a Telemedicina criará oportunidades para que os médicos tenham a possibilidade de crescer profissional e financeiramente – abrem-se oportunidades aos especialistas, que, inclusive, poderão ajudar a mais pessoas, à distância. Utilizada de forma adequada e regulamentada, a Telemedicina será favorável para os médicos e para a sociedade.
Há muitos exemplos no país que ilustram a aplicação da Telemedicina com o escopo de levar atendimento a um número maior de pessoas, com mais agilidade. Recentemente, a prefeitura de São Paulo anunciou que iniciaria o atendimento pela via remota a usuários das UBS das regiões de Vila Maria/Vila Guilherme e Butantã, com as especialidades de dermatologia, reumatologia, neurologia, endocrinologia, pneumologia, cardiologia e ginecologia para o pré-natal de risco.
Nesse modelo, os médicos especialistas (segundo uma escala de dias e horários) discutirão os casos pela plataforma ao vivo (sempre que possível), por meio de videoconferência e com acesso a imagens de exames, como raio-x, tomografia e o paciente presente. O objetivo desses atendimentos envolvendo o médico assistente da UBS e o especialista é a redução das filas de espera para consultas e também a redução de encaminhamentos para os ambulatórios de especialidades.
Desde 2008, a Telemedicina é uma realidade em Porto Alegre, Capital gaúcha. A tecnologia possibilita às gestantes a realização de ultrassonografias obstétricas no próprio posto de saúde, o que diminuiu o tempo entre a marcação e a realização dos exames, de três a quatro meses para cerca de 30 dias. Outro ponto importante está na identificação de casos complexos, que representam cerca de 10% das gestações. Com os exames realizados precocemente, as gestantes podem ser encaminhadas para atendimento especializado, o que culmina na diminuição de problemas durante o parto.
Outro exemplo no Brasil é o de Santa Catarina, com emissão de laudos a distância para exames de dermatologia, o que permite saber a gravidade de uma lesão antes do paciente ser encaminhado ao especialista. A tecnologia catarinense é ofertada a 100% do estado e está em expansão para todo o Brasil, com implantação já efetivada em municípios do Mato Grosso e da Bahia. Há médicos de estados distintos, portanto, que estão interagindo em prol do paciente, ainda que a normatização do CFM preconize que o médico não pode atuar em outro Estado sem que nele esteja registrado, a tecnologia tem rompido essa barreira.
Interessante pensar que nossa sociedade também está envolvida na discussão de temas sobre o futuro da saúde. Apenas para dar um exemplo, por ocasião do aniversário da cidade de SP, foram promovidas várias palestras voltadas para a população interessada e uma delas se chamava "O Futuro da Saúde" e, claro, a "Revolução Digital na Saúde" e, consequentemente, falou-se sobre a Telemedicina como uma ferramenta facilitadora para ampliar a assistência de saúde.
Resta, agora, buscar as ferramentas necessárias para instrumentalizar a resolução da maneira mais ética, juridicamente segura e favorável aos pacientes e profissionais da saúde. E que venha a tecnologia, sempre acompanhada da ética e sem se perder o vínculo médico e paciente
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NO MINUTO
Conheça 5 direitos do paciente SUS ou de plano de saúde
Mais de 47 milhões de brasileiros têm plano de saúde e 190 milhões são atendidos pelo SUS.
A saúde é o maior bem do cidadão e seus direitos estão respaldados pela Constituição Federal. Mais de 47 milhões de brasileiros têm plano de saúde e 190 milhões são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
São tantas dúvidas recebidas diariamente pelo advogado Sérgio Tannuri, especializado em defesa do consumidor, que o fez elaborar um e-book com as principais informações sobre os Direitos dos Pacientes e Familiares.
Entre os principais direitos dos pacientes estão:
1- Paciente internado menor de 18 anos e idosos (60 anos ou mais) têm assegurado um acompanhante em tempo integral.
2 – É direito da gestante decidir o tipo de parto e escolher técnicas que aliviem a sua dor e garantido o direito de ter um acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
3 – Todos têm direito, gratuitamente, aos medicamentos necessários para o tratamento da sua saúde, mesmo que não esteja na lista oficial dos medicamentos essenciais.
4 – É dever do médico prescrever a receita médica de forma legível, para que o paciente e o farmacêutico entendam o que foi prescrito.
5 – Em hospitais particulares é proibida, em qualquer situação, a exigência de cheque-caução, depósito de qualquer natureza, nota promissória ou quaisquer outras formas de garantia de pagamento.
O e-book Direitos dos Pacientes e Familiares é gratuito e deve ser baixado pelo site: www.pergunteprotannuri.com.br
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CORREIO DA PARAÍBA
Médico Pelo Brasil está pronto
O programa Médico Pelo Brasil, que vai substituir o Mais Médicos, será lançado no decorrer desta semana pelo Governo Federal. A confirmação é do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
"A Casa Civil e a Presidência da República deram o OK e na semana que vem a gente lança o Médico Pelo Brasil, o novo programa que vai rever o programa Mais Médicos", disse Mandetta a jornalistas no Rio de Janeiro.
"Vamos fazer na próxima semana, falta ver a agenda do presidente", disse Mandetta.
Segundo o ministro, o programa Médico Pelo Brasil é "basicamente focado na atenção primária".
"É no interior do Brasil que tem mais dificuldade para usar capacete. É no interior que o cigarro chega e a população rural fuma com palha de milho. Como é que eu chego nele, que tem menos acesso a informação? Eu tenho que ter atenção primária." O lançamento de um programa que substituiria o Mais Médicos já era aguardado desde que o ministro Luiz Henrique Mandetta assumiu o cargo.
Em maio, o Ministério da Saúde disse, em nota, que a priorização de atendimento médico para os municípios com maior vulnerabilidade social seria o foco de um novo programa que estava em elaboração.
O problema dos médicos cubanos que ficaram sem trabalho e permanecem no Brasil depois da saída de Cuba do programa é uma das preocupações do ministério. Fora do Mais Médicos, os formados no exterior não podem atuar na medicina brasileira sem a aprovação no Revalida, exame que não é feito desde 2017.
No último dia 10, a pasta informou que "trabalha na elaboração de um novo programa para ampliar a atenção primária" e que está discutindo "alternativas para o exercício profissional" dos médicos de Cuba.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação