Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 18/10/19

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

 

DESTAQUES
Hospital vai cuidar da saúde de 27 mil pessoas para a Volkswagen
Operadoras querem planos de saúde com cobertura para doenças específicas
CDH debate segurança e saúde dos trabalhadores
Artigo – Cuidados na saúde primária reduzem a sinistralidade dos planos de saúde


EXAME

Hospital vai cuidar da saúde de 27 mil pessoas para a Volkswagen
Ambulatório instalado na montadora em São Bernardo do Campo tem médico da família e mira redução de custos em tempos de alta dos planos

Os funcionários da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, grande São Paulo, passaram a ter um acompanhamento de saúde diferente. Desde o mês passado, a unidade conta com um ambulatório interno com atendimentos de um médico da família, e especialistas em ortopedia e oftalmologia. O ambulatório é uma parceria com o grupo Leforte, dono de três hospitais e seis clínicas especializadas, todos em São Paulo.
A parceria com a Volkswagen é a primeira do programa Saúde nas Empresas, desenvolvido pelo Leforte. Pelo acordo, o Leforte oferece atendimento de saúde para 27 mil vidas, entre funcionários da Volks e seus familiares, que também podem acessar o programa no hospital Christóvão da Gama, unidade do Leforte em Santo André.
A ideia do programa é atuar na medicina preventiva. "No passado, o médico sabia do seu histórico familiar, e isso se perdeu com o tempo. Resgatar o conhecimento do paciente ajuda na prevenção de doenças. E a prevenção é muito importante para reduzir os custos com a saúde hoje, uma necessidade cada vez maior das empresas", afirma Rodrigo Lopes, presidente do Leforte.
Por enquanto, o programa está na fase de coleta de informações, para traçar um perfil da população atendida. Alguns exemplos de informações coletadas são: quanto tempo as pessoas passam sentadas durante o dia, qual o histórico familiar de doenças crônicas e quais os hábitos alimentares de cada um.
Após esses atendimentos iniciais, o Leforte terá noção das principais necessidades do público para desenhar estratégias de saúde preventiva, como programas de ginástica laboral ou palestras sobre alimentação saudável. O hospital desenvolveu também um aplicativo para que funcionários e familiares incluam seus dados no sistema.
O projeto está em linha com as principais discussões do setor. Com os preços dos planos de saúde subindo, as empresas têm buscado alternativas para cuidar da saúde de seus funcionários de uma maneira mais barata. Em 2018, a inflação médica no Brasil chegou a 17,3%, ante uma inflação geral de 3,7%. No ano passado, o hospital Sírio Libanês iniciou um programa semelhante e passou a cuidar da saúde de 20.000 funcionários do Banco Santander.
"Todo mundo sabe que um paciente que chega a um hospital custa muito caro. E essa conta está pensando para quem paga a conta, que no geral são as empresas empregadoras. Com isso, a prevenção ganha terreno", afirma Marcelo Carnielo, da consultoria de gestão em saúde Planisa.
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TERRA

Operadoras querem planos de saúde com cobertura para doenças específicas

Setor enviou para governo e Congresso proposta que flexibiliza as regras que regulamentam os planos individuais

Congresso e governo receberam de operadoras de saúde uma proposta para abrandar as regras que regulamentam o setor. A ideia apresentada pelo grupo é facilitar a oferta de planos individuais, permitindo a criação de contratos com menor cobertura e mensalidades mais baixas. Caso a solicitação seja atendida, será possível a oferta de planos para atender apenas determinados tipos de doença – como cardíacas ou renais – ou para procedimentos específicos. A ideia é fazer uma espécie de "pay-per-view" da saúde, em que clientes montam o plano de atendimento conforme seu interesse e pagam de acordo com as opções que incluírem.
Pela proposta, esses novos contratos não responderiam às regras atuais para o reajuste. Os porcentuais seriam determinados caso a caso, de acordo com a característica de cada carteira.
Operadoras reivindicam ainda o fim da proibição do reajuste por idade para usuários com mais de 60 anos, a possibilidade de o setor privado "alugar" equipamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) para atender seus clientes, a permissão do uso da telemedicina, prazos mais longos para a regra que fixa um limite de espera para a obtenção de uma consulta ou terapia e punições mais leves em caso de descumprimento.
Uma carta com as diretrizes gerais foi encaminhada para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O assunto também já é debatido por um grupo restrito de parlamentares. De acordo com assessores de Maia, ele ainda não fez uma análise aprofundada do tema. A intenção de operadoras de saúde é de que a pauta comece a ser debatida tão logo a reforma da Previdência seja concluída.
O Estado apurou que parte das mudanças conta com o apoio do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que no passado foi presidente da Unimed. O setor tem ainda com outro aliado no governo: Rogério Marinho, atual secretário especial de Previdência. Há dois anos, durante seu mandato de deputado federal, Marinho foi relator de um projeto na Câmara dos Deputados para reformular a lei de Planos de Saúde.
Em vigor desde 1998, a lei de planos fixa garantias mínimas de atendimento para usuários. Atualmente não é permitida a existência de planos segmentados, que ofereçam, por exemplo, apenas alguns tipos de consultas. Há ainda a garantia de acesso a um rol mínimo – uma lista de exames e terapias que são de oferta obrigatória. O rol é atualizado periodicamente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O relatório apresentado por Marinho apresentava muitas semelhanças das sugestões agora feita pelas operadoras de saúde. Na época, no entanto, a discussão não avançou em virtude de resistência de empresas que atuam como administradoras de planos. O presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Reinaldo Scheibe, avalia que o relatório inicial era muito extenso, o que aumentava os riscos de pontos divergentes. A estratégia do setor, agora, é apresentar uma proposta enxuta, com pontos que todos integrantes do setor estejam de acordo.
O Estado teve acesso à carta encaminhada para o Legislativo com as principais reivindicações. Com 11 páginas, o documento sugere ainda a reativação do Conselho de Saúde Suplementar, uma instância que, para analistas, esvaziaria as atribuições da ANS. Caberia ao conselho definir as estratégias principais do setor, incluindo as regras para reajustes de planos.
Especialistas veem risco
Especialistas ouvidos pelo Estado consideram o conjunto de propostas uma ameaça para o usuário. "Planos segmentados são um engodo. Não há como fragmentar a saúde", afirma o professor da Universidade de São Paulo (USP) Mário Scheffer, especialista na área. "Muito menos saber que tipo de doença você pode estar suscetível", completou.
A proposta das operadoras é que planos individuais possam ter o que Scheibe classifica como "plano de entrada". São planos que oferecem, por exemplo, apenas consultas. Aqueles interessados em ter uma assistência maior, poderiam agregar módulos – seja por especialidade médica, seja por tipo de atendimento – internação ou consultas com médicos especialistas.
"É uma forma de garantir plano de saúde para aqueles que atualmente dependem exclusivamente do SUS", afirma a diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente. A federação representa 15 grupos de operadoras de planos, que representam 36% do mercado e defende as alterações. Na próxima semana, num evento organizado pela federação, as mudanças serão apresentadas formalmente. Mandetta e Marinho estão na lista de palestrantes.
Para a professora da Universidade Federal do Rio Lígia Bahia, a proposta de planos segmentados altera a relação do mercado de seguros. "Quando sofre um acidente, o reembolso do seguro ocorre qualquer que seja o outro carro envolvido, caminhão, moto ou outro veículo. A proposta agora apresentada é como se você somente recebesse atendimento se o seu veículo tivesse batido em outro carro", compara. Lígia considera que a regra seria trágica quando aplicada para a área da saúde. "Uma criança com crise de asma, por exemplo. Se ela tem um plano simples, ela não teria atendimento no hospital. Será que isso de fato é o que uma família gostaria?"
De acordo com Vera Valente, pesquisas indicam que uma dos maiores sonhos da população brasileira é ter um plano de saúde. Com as regras atuais, afirma, não há como ofertar um contrato com preços mais acessíveis a essa população que hoje depende do Sistema Únicos de Saúde. O professor da USP, contudo, afirma que um contrato de abrangência limitada estaria longe de atender esse sonho, muito menos de evitar uma fila de espera no Sistema Único de Saúde. "A satisfação vai até esse usuário precisar de fato de um atendimento mais complexo", disse Scheffer. Como o plano de saúde não apresenta cobertura maior, no momento da identificação da doença mais grave, o cliente teria de recorrer novamente ao SUS. E enfrentar as filas que tanto ele gostaria de evitar.
O presidente da Abramge admite que planos "porta de entrada" não resolveriam o problema de acesso a procedimentos mais caros nesse momento. Mas ponderou que a maior parte dos atendimentos pode ser resolvida na atenção básica. "Estimamos que 80% possam ser resolvidos ali", disse Scheibe.
Presidente do Conselho Diretor do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Marilena Lazzarini, considera a proposta como um todo extremamente preocupante. "Significaria voltarmos ao caos que prevalecia antes da lei que regulamenta o setor, de 1998", afirmou. Marilena argumenta, por exemplo, que planos segmentados não atendem às necessidades dos usuários. "Todos sabemos que é impossível prever o que pode acontecer com nossa saúde; um acidente que podemos sofrer, uma doença inesperada, como um câncer", lembrou. Ela critica ainda a liberdade para praticar reajustes abusivos e o "aluguel" de instalações do SUS. Scheibe afirma haver aparelhos ociosos. Para Lígia, no entanto, essa justificativa não faz sentido. "O argumento não é justamente tentar reduzir a demanda do SUS, desafogar? Como será feito isso justamente usando a infraestrutura pública?".
Procurado, o ministro da Saúde afirmou que não teria como comentar as propostas. Mandetta argumentou que planos são de responsabilidade da ANS, quando envolvem resoluções e normas para o setor e o Congresso Nacional, quando o assunto é relacionado à legislação.
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AGÊNCIA SENADO

CDH debate segurança e saúde dos trabalhadores

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) promove audiência pública interativa na segunda-feira (21), às 9h, para debater a importância das chamadas Normas Regulamentadoras (NR) para a segurança e saúde dos trabalhadores.
As Normas Regulamentadoras são disposições elaboradas pelo governo federal que complementam o Capítulo 5 da Consolidação das Leis do Trabalho ( CLT ), que trata da segurança e da medicina do trabalho. Essas normas contêm obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho.
A audiência foi requerida pelo presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS). Na justificação de seu pedido, Paim afirma que o governo federal estuda reduzir o número de normas regulamentadoras. Segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho, disse Paim, a cada 48 segundos um trabalhador sofre acidente. Além disso, foram registrados 4,26 milhões de acidentes de trabalho entre 2012 e 2018, o que resultou em gasto de R$ 28,81 bilhões em benefícios acidentários como pensão por morte, auxílio-acidente e doença e aposentadoria por invalidez.
Vão participar do debate o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Carlos Silva, e dois representantes do Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador, Gerson Cardoso e Alfredo Gonçalves.
Também devem participar representantes da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), do Conselho Nacional de Saúde, da CUT e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).
"A redução ou a revogação das normas regulamentadoras pode agravar esse quadro, elevando os índices de acidentes de trabalho existente no Brasil", afirma Paim. A reunião será feita na sala 2 da Ala Nilo Coelho, no anexo 2 do Senado Federal.
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O RIO BRANCO

Artigo – Cuidados na saúde primária reduzem a sinistralidade dos planos de saúde

Quando falamos na palavra saúde, é difícil não pensar que esta é apenas a ausência de doença. Por outro lado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde seria um estado completo de bem-estar, tanto mental quanto social, e não apenas a falta de problemas de saúde. Esta definição pode, por muitas vezes, ser um pouco utópica ou algo inatingível devido aos inúmeros fatores como envelhecimento, maus hábitos de vida, falta de tempo para atividades físicas ou, então, falta de capital.
Este cenário pode explicar o motivo pelo qual as empresas investem na gestão de saúde dos colaboradores e, muitas vezes, usam o benefício dos planos de saúde para atrair e reter funcionários. Uma boa e ampla assistência médica pode engajar o funcionário na empresa e um colaborador saudável
e feliz, consequentemente, é mais produtivo. Mas, atualmente, o que seria uma estratégia positiva para as empresas está se transformando em grandes rombos no departamento financeiro.
Segundo a ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), 81% das empresas analisam os custos com planos de saúde como um desafio a ser resolvido. Uma vez que o benefício é o segundo maior custo do RH, perdendo apenas para a folha de pagamento. Assim, desenvolver um modelo sustentável de gestão de saúde tornou-se um desafio para os gestores de Recursos Humanos e empregadores.
O cuidado na saúde primária é um aliado para as empresas, pois aumenta a qualidade de vida do colaborador. A atenção primária proporciona assistência médica, bem-estar e reeducação dos hábitos de vida do funcionários, desde
realizar exames médicos somente quando necessário e realizar atividades físicas, até oferecer uma auxílio às doenças psíquicas.
São quatros elementos que compõem o aumento na sinistralidade dos planos de saúde: internações, idas às emergências, consultas com especialistas e exames médicos. Ainda de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Aon em 2018, as principais doenças que geram custos médicos são: 72% doença cardiovascular, 69% câncer/crescimento de tumores, 54% pressão alta/hipertensão, 50% diabetes e 42% doenças de nariz, ouvidos e garganta/pulmonar/respiratória.
Com exceção de doenças crônicas, 80% dos problemas de saúde que atingem os colaboradores podem ser controlados ainda na fase inicial, quando são apenas sintomas. Por isso, investir no cuidado na saúde primária é uma grande estratégia para colaborar com a gestão de saúde na empresa.
Os cuidados na saúde primária também estão nos planos do governo brasileiro. Em outubro de 2018, o Ministério da Saúde assinou a Declaração de Astana, no Cazaquistão, com mais 195 países e assumiu o compromisso de promover e priorizar o cuidado com a saúde primária do Sistema Único de Saúde (SUS). Em maio de 2019, o órgão anunciou um investimento de R$ 2 bilhões para qualificar os serviços de atendimento na saúde primária, além da criação de uma Secretaria especializada no assunto.
As equipes voltadas para a atenção primária são compostas por enfermeiros e médicos especializados na medicina de família e comunidade. Esses profissionais são capacitados para atender os problemas de saúde mais recorrentes nos pacientes e os acompanham ao longo da vida. Quando alguém necessita de um especialista ou exames médicos mais aprofundados, o médico de família torna-se uma interface e acompanha todo o processo. Com esta gestão de saúde, de imediato é possível reduzir idas à emergência e as consultas com especialistas. As internações, por sua vez, são projetos de médio a longo prazo, pois é necessário fazer a divisão dos colaboradores por níveis de riscos e acompanhá-los e empoderá-los para que haja um cuidado adequado com sua saúde.
Portanto, a atenção na saúde primária pode ser uma estratégia para reduzir o sinistro dos planos de saúde, com uma gestão colaborativa e sustentável tanto para o colaborador quanto para o empregador. O foco das equipes médicas hoje é integrativo (analisam a pessoa como um todo) e é essencial para entender os primeiros sinais de uma doença e evitar
que ela venha a se agravar. Também é necessário reeducar os colaboradores oferecendo assistências médicas – planos de saúde e equipes especializadas focadas na saúde primária -, desenvolver estratégias que ofereçam bem-estar como estímulo às atividades físicas, informativos sobre saúde e incentivo à alimentação saudável.

* Matheus Silva é formado em Engenharia Química e Economia na Worcester Polytechnic Institute nos EUA. Foi consultor estratégico na McKinsey & Company e presidente fundador da BRASA – Brazilian Stu-dent Association, uma organização de estudantes brasileiros fora do Brasil com o intuito de empoderar gerações de líderes brasileiros. Atualmente, é CEO da Cuidas, startup que conecta empresas com médicos e enfermeiros para atendimentos no próprio local de trabalho.

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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação