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DESTAQUES
Unimed Goiânia inaugura sala de descanso e homenageia médico cooperado
Prontuário do cidadão: o que muda quando o CPF abrir seus dados de saúde
Nova vacina para coronavírus pode estar pronta em 18 meses, prevê OMS
Quase metade dos sobreviventes do último coronavírus teve transtornos mentais –
OMS aposta em "chance realista" de barrar vírus
Coronavírus: para diretor da OMS, doença é ameaça 'pior que terrorismo'
Startups buscam popularizar atenção médica
Ipasgo suspende temporariamente autorização para tratamentos no Ingoh
Polícia indicia médica do Ingoh e ex-presidente do Ipasgo por fraude em tratamento de paciente com câncer
A REDAÇÃO
Unimed Goiânia inaugura sala de descanso e homenageia médico cooperado
Goiânia – Foi inaugurada na última semana a sala de descanso médico no Serviço de Atendimento Unimed Goiânia (SAU), em uma homenagem póstuma ao médico cooperado Elso Soares Ferreira, ex-diretor clínico dos Recursos e Serviços Próprios. Na ocasião, estiveram presentes o diretor clínico do Centro Clínico, Madson Montes Bedim, e os antigos diretores de Recursos e Serviços Próprios e Planejamento e Controle.
O novo presidente da Unimed Goiânia, Sérgio Baiocchi Carneiro, destaca a importância de reverenciar a história da Cooperativa e torná-la mais voltada para cooperados e cooperadas. “É através da valorização da nossa memória que honramos as pessoas que, com suas trajetórias, ajudaram a construir esta instituição, tornando-a uma importante referência em todo o País. É assim que contamos nossa história para as futuras gerações. O cooperado Elso Soares está entre essas pessoas que dedicaram a vida para a medicina e o bem comum e, por isso, devem ser lembradas”, afirma o presidente.
Ele também acrescentou que “a nova gestão terá foco justamente na valorização do cooperado e da cooperada, trazendo o retorno do seu trabalho em benefício dos verdadeiros donos e donas da Cooperativa. E vamos abrir mais a Cooperativa para participação de cooperados e cooperadas, envolvê-los nas decisões. Vamos escrever a nossa história cada vez mais juntos. É importante dizer que somos representantes, não somos patrões”.
Características
O ambiente possui dois sofás para descanso, uma televisão com TV a cabo, além de dois sanitários (feminino e masculino). A sala é destinada a médicos e médicas do SAU que precisam de tempo de descanso nos plantões e horários de intervalo.
A pediatra do SAU Martha Lorena Zeledon foi colega do cooperado Elso Soares e disse que a sala de descanso, com certeza, teria sido uma iniciativa dele caso ainda estivesse vivo. “Ele sempre buscou melhorias para todos nós e lutou junto com a diretoria por melhores condições de trabalho. Ele sentiria orgulho desse espaço conquistado”, garante.
Clínico do SAU e grande amigo de Soares, Devair Prioto elogiou a sala de descanso e afirmou que o amigo merece a homenagem. “Um excelente médico e um grande cooperativista, era o que ele era. A Unimed Goiânia deve sentir orgulho de ter tido alguém como ele na sua carteira de médicos”, comentou.
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PORTAL UOL
Prontuário do cidadão: o que muda quando o CPF abrir seus dados de saúde
O Ministério da Saúde pretende adotar mudanças importantes para colocar em prática aquilo que chama de estratégia de saúde digital. Algumas envolvem o acesso e a interligação de dados de saúde dos pacientes atendidos na rede pública e na rede privada. Bastará que o médico digite o CPF do cidadão para ter acesso ao seu prontuário.
Conversei com Jacson Barros, diretor do departamento de informática do SUS (DATASUS), para entender o que muda para os serviços de saúde e para cada um de nós.
Segundo Barros, até o final de fevereiro uma portaria exigirá que qualquer registro de atendimento (na rede pública ou privada) seja feito pelo CPF do paciente. As unidades de saúde receberão um prazo entre 90 e 180 dias para se adequar. Paralelamente, um decreto exigirá que os estabelecimentos privados (assim como os públicos) se conectem à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e passem a alimentá-la com dados de saúde dos pacientes. "Esse decreto deve sair antes de maio", diz ele.
VivaBem: Qual é a principal dificuldade para adotar a estratégia de saúde digital planejada pelo Ministério da Saúde?
Jacson Barros: O grande desafio é a consolidação dos dados. O projeto do governo é adotar um prontuário com informações de saúde do cidadão brasileiro. Isso vai melhorar a tomada de decisão e as condutas na área da saúde. Imagine o que é ter que contratar uma solução capaz de fazer isso. Não existe solução mágica no mercado. O que fizemos? Decidimos criar uma grande "caixa d'água" por estado. Vamos despejar nela todas as informações que já temos. O Ministério da Saúde dispõe de muita informação da qual ninguém tem acesso.
VivaBem: Como isso vai funcionar?
Jacson Barros: Definimos um conjunto mínimo de dados. Vamos pegar as informações já disponíveis no Ministério da Saúde e devolvê-las para que possam ser utilizadas pela área de saúde. Não dá para esperar até que todas as unidades de saúde estejam informatizadas. No entanto, há um conjunto mínimo de informação que 80% ou 90% dos serviços têm. Um registro de um atendimento, um sumário de alta, uma medicação, vacina e exames realizados. Pegamos esse conjunto e criamos uma espécie de "container" por Estado.
VivaBem: Está pronto para funcionar?
Jacson Barros: Estamos fazendo um piloto em Alagoas, que será finalizado em maio. Imagine uma caixa d'água virtual em Alagoas. Vou encher essa caixa d'água com informações e criar uma rede hidráulica dos estabelecimentos de saúde. Eles vão começar a beber dessa água. Vamos usar o CPF do indivíduo para ligar todas as informações dele. Para aqueles que não têm CPF (criança, índio e estrangeiro), vamos criar outro identificador.
SUS e rede privada interligados
VivaBem: E se o indivíduo é atendido em um hospital privado? Os dados da rede pública e privada serão unificados nessa base?
Jacson Barros: É uma jornada. Vou encher a caixa d'água com informações da rede pública e com os dados da rede privada que já estão disponíveis (um sumário de alta do paciente, por exemplo). Um decreto obrigará os serviços privados a se conectar a essa caixa d'água – a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
VivaBem: Quando sairá esse decreto?
Jacson Barros: Ele já foi escrito. Depende da análise jurídica e da Casa Civil, mas vai sair neste ano. Provavelmente antes de maio.
VivaBem: Na prática, o que muda para o paciente?
Jacson Barros: Quem vai atender o paciente (não importa se na rede pública ou privada) tem que ter acesso à história clínica dele. Agora ela estará disponível digitalmente. Achamos que os próprios pacientes vão exigir que a rede privada se conecte à RNDS. É possível que eles cheguem a um hospital privado e digam ao médico: "O sr. não está conectado à RNDS? Acabei de vir de outro médico que está. Ele vê todo o meu histórico. Não preciso ficar levando exames e contando tudo de novo". Achamos que o próprio cidadão vai cobrar essa conexão aos dados anteriores.
Privacidade e segurança
VivaBem: O dono dos dados é o paciente. Como fica o sigilo?
Jacson Barros: Estamos considerando a privacidade e a segurança. A informação só vai circular se a tríplice estiver fechada. O que é a tríplice? É o paciente, o profissional e o estabelecimento. Se um desses gatilhos não fecha, a informação não trafega. O Brasil nunca teve uma base de dados consolidada, selecionável, onde fosse possível fazer uma busca de forma individual.
VivaBem: Os cidadãos terão que autorizar?
Jacson Barros: O médico só consegue digitar o seu CPF e acessar o seu dado de saúde se você liberar o acesso. Se você não quiser, ele não vê. Existe um conceito chamado "opt out" ou "opt in". Por exemplo: quero participar de uma festa. Tenho o dress code da festa e toda a regrinha da festa. Cabe a mim dizer se quero participar da festa ou não. A festa é assim. Você topa ou não. No caso dos dados de saúde, todo mundo estará incluído. Mas você pode optar por sair.
VivaBem: A partir do momento em que isso estiver valendo, os dados sobre o meu atendimento de saúde será compartilhado entre as instituições públicas e privadas? Eles só não serão compartilhados se eu pedir para sair?
Jacson Barros: Sim. Se você não quiser, você precisa dizer que não quer. É bom deixar claro que o acesso será feito dentro de um contexto. Não será qualquer pessoa que poderá digitar o seu CPF e acessar os seus dados. Se você não passou em determinado hospital, se não tem qualquer relação com ele, ninguém vai conseguir acessar. O prontuário só será acessado durante o contexto do atendimento do paciente. Estará tudo interligado nessa rede do Ministério da Saúde. A cada atendimento, o sistema perguntará se você libera o acesso daquele médico.
VivaBem: E se alguém entrar no sistema com o meu CPF?
Jacson Barros: Um médico não pode digitar o seu CPF e ver o que está acontecendo com você, sem que você autorize. O sistema vai auditar tudo o que o profissional acessa. Os acessos serão individuais.
VivaBem: Ninguém vai conseguir vender os dados dos pacientes?
Jacson Barros: Não será possível entrar no sistema e selecionar todos os pacientes que estão com aids, por exemplo. Não é assim que funciona. O médico que acessa tem que estar com você. O paciente tem que ver o que o médico está fazendo. Acessos em lote serão permitidos por razões de gestão do sistema de saúde. Para saber, por exemplo, quantos partos houve em um determinado período. Nesse caso, a identidade dos pacientes será preservada.
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AGÊNCIA ESTADO
Nova vacina para coronavírus pode estar pronta em 18 meses, prevê OMS
São Paulo – O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta terça-feira, 11, que uma vacina contra o coronavírus pode ficar pronta em 18 meses, mas não deu detalhes sobre pesquisas clínicas.
"Precisamos fazer tudo o que podemos com as armas disponíveis hoje", afirmou, em coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça. Durante a coletiva, representantes da entidade revelaram um novo nome para a doença decorrente do vírus: covid-19.
"A nomeação previne o uso de outros nomes que podem ser imprecisos ou estigmatizantes. Também nos oferece um formato padronizado a ser usado em futuros surtos de coronavírus", explicou Ghebreyesus.
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FOLHA.COM
Quase metade dos sobreviventes do último coronavírus teve transtornos mentais –
Depressão, ansiedade e estresse pós-traumático podem ser consequências de sofrimento psíquico durante crises de saúde pública São Paulo
Entre 2002 e 2003, um coronavírus provocou pânico no mundo e quase 800 mortes pela Sars (síndrome respiratória aguda grave). Mas os estragos não pararam ali: quatro anos depois, 42% dos sobreviventes haviam desenvolvido algum transtorno mental.
A maioria deles (54,5%) manifestou transtorno de estresse pós-traumático, e 39% tiveram depressão, de acordo com um estudo publicado em 2014 na revista especializada East Asian Arch Psychiatry.
O medo é comum em momentos de crise em saúde pública e, portanto, faz parte da resposta a epidemias, aponta outro artigo, publicado na semana passada na revista médica The Lancet e que trata dos impactos da nova epidemia de coronavírus para a saúde mental.
Veja o que se sabe até agora sobre o novo coronavírus
Segundo os autores, há poucos dados sobre o programa desenvolvido pelo governo chinês para acompanhamento e tratamento psicossocial de seus cidadãos, mas, por outro lado, há um extenso plano de ?intervenção emergencial em crises psicológicas? para profissionais de saúde da China, fruto do aprendizado da epidemia da Sars.
A cartilha prevê o acompanhamento psicológico de grupos de risco entre os infectados e familiares para prevenção de comportamentos impulsivos e tendências suicidas, por exemplo.
No dia 28 de janeiro, o governo chinês inaugurou uma linha direta para que os cidadãos possam ligar para requerer ajuda psicológica emergencial, outra forma de prevenir que o que aconteceu após a epidemia de Sars.
Pacientes infectados ou com suspeita de infecção podem manifestar, principalmente, medo das consequências de portar a doença. Já aqueles que estão em quarentena podem ter experiências que vão do tédio à solidão, incluindo acessos de raiva.
Esses sentimentos e sintomas de sofrimento psíquico podem levar a transtornos de ansiedade, ataques de pânico, depressão, agitação psicomotora (movimentos indesejados devido ao estresse), delírio e suicídio.
Os efeitos psicológicos de epidemias também podem afetar equipes em hospitais. Durante a Sars, os profissionais de saúde que participaram dos esforços contra a doença apresentaram transtorno de estresse pós-traumático, depressão, ansiedade, medo e frustração devido à possibilidade de serem contaminados e contaminarem familiares e amigos e à impossibilidade de salvar todos os pacientes atendidos.
Até a terça (11), mais de 43 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e outras 1.018 morreram. A epidemia atual já superou a Sars em todos os níveis.
Os dados são importantes e são atualizados diariamente como serviço à população, mas o excesso de informação pode levar ao medo, senão pânico, segundo o artigo.
Ana Bock, professora de psicologia social da PUC de São Paulo, explica que o medo da epidemia pode gerar a sensação de que ela é ainda maior.
?Apesar da informação qualificada, as pessoas nem sempre estão preparadas para compreendê-la. O medo está ligado à fragilidade de lidar com a informação?, afirma.
Já o professor de medicina da USP (Universidade de São Paulo) Esper Kallás aponta que apesar de haver muita informação disponível, a divulgação e a discussão sobre o tema podem ser benéficos. Para ele, cada segundo gasto em conversas sobre ciência é, na verdade, um investimento.
?Vejo o acesso à informação como oportunidade de discutir saúde pública com a população, de discutir investimento em pesquisa. Acho que isso constrói uma relação com a sociedade que nos permite avançar nesses assuntos.?
Além do sofrimento psicológico de pessoas que tem acesso à essas informações, Bock ressalta que pessoas já fragilizadas e/ou com quadros de transtornos mentais podem sofrer neste momento com mais intensidade.
No domingo (9), 34 brasileiros e seus parentes que foram evacuados da China chegaram ao Brasil para ficar de quarentena em uma base militar em Anápolis (GO).
Eles estão sujeitos aos efeitos do isolamento na saúde mental, mas há diferentes tipos de isolamento.
De acordo com Bock, o isolamento costuma ser usado para promover sofrimento, mas o caso não se aplica aos repatriados. ?O isolamento é uma questão ruim para o psicológico. Quando colocamos um filho de castigo, o mandamos para o quarto, para ficar sozinho. Nas prisões, há a solitária como punição?, lembra.
No caso dos brasileiros repatriados, buscou-se atenuar a sensação de isolamento. No local onde eles passarão as próximas semanas, há brinquedos para as sete crianças que integram o grupo, telão para filmes, Wi-Fi, plantas, doces e comidas saborosas.
O plano de quarentena do governo, disponível no site do Ministério da Saúde, indica que há uma equipe de assistência psicossocial à disposição dos brasileiros para atenuar o sofrimento psíquico e prevenir o transtorno de estresse pós-traumático).
A equipe conta com um psicologo e um psiquiatra. Além da avaliação psicológica primária, já na chegada, haverá avaliações semanais. Em casos de sofrimento psíquico, o plano prevê avaliação de risco e abordagem terapêutica (psicoterapia, administração de remédios e observação).
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CORREIO BRAZILIENSE
OMS aposta em "chance realista" de barrar vírus
No primeiro dia do congresso que reúne 400 cientistas em busca de estratégias para enfrentar epidemia, diretor-geral da agência das Nações Unidas destaca o risco global do micro-organismo, responsável por mais de 1 mil mortes na China continental. Mas também se mostra otimista
Diante de 400 cientistas que se reuniram em Genebra para avaliar meios de conter a epidemia do novo coronavírus, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou o risco global do micro-organismo, que infectou mais de 42,6 mil pessoas somente na China continental, superando mil mortes. "Com 99% dos casos na China, (a epidemia) continua constituindo uma verdadeira emergência para este país, mas também é uma ameaça muito grave para o resto do mundo", disse, na abertura do painel de dois dias. Mas se mostrou otimista: "Se investirmos agora (…), temos uma chance realista de interromper essa epidemia."
"O que importa agora é deter essa epidemia e salvar vidas. Podemos alcançar isso juntos, com seu apoio", afirmou o responsável aos participantes. O foco dos trabalhos será debater meios de evitar transmissões e pensar em possíveis tratamentos.
O chefe da OMS pediu a todos os países que mostrem sua solidariedade, compartilhando as informações técnicas de que dispõem. "Isso é particularmente importante em termos de amostras e da sequência do vírus. Para derrotar essa epidemia, precisamos compartilhar as informações", insistiu.
Ghebreyesus disse que espera que a reunião produza uma agenda de pesquisa global. Fora da China continental, dois pacientes morreram — um, nas Filipinas, e o outro, em Hong Kong. Além disso, existem mais de 400 ocorrências de infecção em cerca de 30 países e territórios. Na América Latina, não há casos confirmados.
A preocupação internacional foi intensificada após um caso de propagação do coronavírus fora da China. Um britânico, infectado em Cingapura, transmitiu a doença para vários compatriotas durante uma estada na França, antes de ser diagnosticado no Reino Unido. Ele teria contaminado pelo menos 11 pessoas, acidentalmente. Cinco delas estão hospitalizadas na França; outras cinco, na Grã-Bretanha; e uma, na ilha espanhola de Maiorca.
"A detecção desse pequeno número de casos pode ser a fagulha que terminará em um incêndio maior", afirmou, na segunda-feira, o diretor-geral da OMS. Até então, a maioria das contaminações identificadas no exterior envolvia pessoas que haviam retornado de Wuhan.
Campanha
Na China, após ser criticado pela demora em agir logo após as primeiras infecções pelo novo coronavírus, o governo de Xi Jiping lançou uma grande campanha de propaganda, com mensagens e slogans nas ruas para mobilizar os bilhões de chineses aterrorizados pelo micro-organismo. Há mais de duas semanas, o gigante asiático de 1,4 bilhão de habitantes está paralisado pelo agente infeccioso, que continua avançando, apesar das medidas de isolamento impostas em janeiro. O surto surgiu em dezembro em Wuhan, capital da província de Hubei, no centro do país.
Embora o percentual de contaminação seja pequeno (0,0026%) em relação à população total da China, muitos estão preocupados, como Zhao Yiling, uma dona de casa de 57 anos que não sai de seu apartamento em Pequim desde 23 de janeiro. "Estou aterrorizada", disse a mulher à agência France Presse. Ela contou que segue as instruções de seu comitê de bairro e do Partido Comunista Chinês.
"O comitê disse que devemos ser pacientes e não sair. Então, eu não saio, eu obedeço." Na entrada da residência onde mora, foram pintadas grandes faixas com mensagens em letras brancas e fundo vermelho para combater a epidemia. "Detectar, alertar, isolar e tratar o mais rápido possível", conta uma delas.
No rádio e na televisão, os mesmos dizeres são repetidos: "Não saiam, não abram as janelas, lavem bem as mãos, usem máscara". Em Hubei, os recados são ameaçadores contra os possíveis infectados. "Aqueles que não comunicam sua febre são inimigos", diz uma faixa em um prédio em Yunmeng. Nesse mesmo distrito, que está em quarentena, outro aviso procura incutir terror: "Fazer visitas significa matar uns aos outros. Reunir-se significa correr em direção ao suicídio".
A população de Hubei se tornou suspeita. Em Pequim, Zhao Yiling conta que detectaram, em seu bairro, um carro com uma placa do estado epicentro do vírus. "Todo mundo está procurando o dono", relatou. "Há pânico, nem ousamos sair para comer", acrescenta. Muitos não querem correr riscos, principalmente os idosos, mais vulneráveis em caso de infecção.
As ruas e os parques onde eles se reúnem para conversar, dançar e fazer ginástica, ou jogar cartas, agora estão vazios. Em um grande condomínio no noroeste de Pequim, Zhu, de 84 anos, não quer que entrem em sua casa para entregar comida e pede que deixem na porta. "Não podemos visitar os vizinhos", diz, garantindo ter provisões suficientes. "Podemos suportar um mês", afirmou.
Pressão
O regime comunista também está sob pressão desde a morte, na sexta-feira passada, de um médico em Wuhan. Li Wenliang, que morreu em razão do coronavírus, havia sido convocado pela polícia em dezembro por ser um dos primeiros a alertar sobre a disseminação do vírus. Foi acusado de "espalhar boatos".
Os líderes chineses "se sentem um pouco culpados por terem reagido tão lentamente no início e agora exageram", avalia o sinólogo Jean-Pierre Cabestan, da Universidade Batista de Hong Kong. Segundo ele, a "grande campanha de mobilização" em andamento quer mostrar que "o presidente Xi Jinping e o Partido estão mobilizados" para que as pessoas apliquem as regras da prudência e para "controlar as informações".
Apesar do terror coletivo, alguns relutam em cumprir as regras. "O comitê do bairro veio me dizer que eu tinha que fechar, mas eu me recusei", disse um homem que tem um restaurante em Pequim com sua mulher, o último aberto na rua. "Prestamos atenção na cozinha, tudo está muito limpo. Fechar não mudaria nada", diz ele, sem usar máscara, no restaurante vazio.
Novo nome
De agora em diante, o novo coronavírus será chamado de COVID-19, que substituirá a denominação provisória estabelecida anteriormente 2019-nCoV. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o nome foi escolhido por ser "fácil de pronunciar" e sem referência "estigmatizante" a um país, ou população, em particular, disse. Ele explicou que CO significa corona, VI é vírus, e que D se refere à doença. O número 19 indica o ano de sua aparição (2019). A transcrição oficial da OMS coloca todas as letras maiúsculas.
Prédio evacuado em Hong Kong
Mais de cem pessoas foram retiradas, ontem, de um prédio em Hong Kong, depois que dois casos do novo coronavírus foram descobertos em dois dos 35 andares. As autoridades investigam se é possível uma transmissão pelo encanamento. No meio da noite, parte dos moradores do edifício Hong Mei House, localizado na ilha Tsing Yi, foi evacuada. O episódio fez lembrar o caso do edifício residencial Amoy Gardens, também na ex-colônia britânica, onde, em 2003, a Sars infectou 321 residentes, 42 dos quais morreram. Na época, a investigação mostrou que o vírus circulava verticalmente pelos canos dos banheiros e passava rapidamente de um apartamento para outro.
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O GLOBO
Coronavírus: para diretor da OMS, doença é ameaça 'pior que terrorismo'
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse ontem que o novo coronavírus é uma "ameaça global potencialmente pior que o terrorismo".
– O mundo deve acordar e considerar esse vírus como inimigo público número um – afirmou.
Segundo a organização, a primeira vacina contra o vírus só deve ficar pronta daqui a 18 meses. Ontem, a OMS também anunciou o nome dado à doença provocada pelo novo vírus: COVID-19. A sílaba CO se refere a "corona", VI a "vírus", e o D é de "doença".
– Ter um nome importa para evitar o uso de outros termos que sejam imprecisos ou estigmatizantes. Também dá um um formato padrão para o uso em caso de futuros surtos de outros coronavírus – explicou Ghebreyesus.
No Brasil, o Ministério da Saúde informou que os primeiros exames das 58 pessoas que estão em quarentena na base aérea de Anápolis, Goiás, deram negativo para o novo coronavírus. São 34 brasileiros e seus parentes chineses que foram resgatados pelo governo federal da cidade de Wuhan, na China, epicentro da epidemia, e outras 24 pessoas que participaram da missão, entre médicos e tripulantes dos voos. Eles chegaram ao Brasil no domingo e devem ficar em quarentena na base militar durante 18 dias. Outras duas baterias de exames ainda serão realizadas, por isso o isolamento continua.
O Ministério registrava ontem oito casos suspeitos de coronavírus no Brasil e nenhum confirmado. Na China houve mais 94 mortes, elevando para 1.110 as vítimas fatais do país. O número de infectados chega a 44 mil pessoas.
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O ESTADO DE S.PAULO
Startups buscam popularizar atenção médica
Com dados e médicos de família, empresas usam tecnologia para fazer valer ditado prevenir é melhor que remediar
Nascido no interior da Paraíba, Matheus Silva sempre tinha problemas na hora de ir ao médico. Precisava se deslocar para outra cidade, numa viagem que durava horas, e esperar um tempo ainda maior na fila de espera. Assim, era quase impossível manter uma rotina de exames e fazer valer o lema de melhor prevenir do que remediar. É uma dificuldade que atinge milhões de brasileiros. Após fazer faculdade nos EUA e passar dois anos trabalhando na consultoria McKinsey, Silva decidiu pôr a mão na massa e tentar resolver esse problema.
Foi assim que nasceu a Cuidas, startup que oferece um serviço corporativo de medicina preventiva. Por meio de sua plataforma, a empresa conecta médicos da família com funcionários das empresas clientes, levando o atendimento primário para dentro da rotina de trabalho das pessoas. Se o empregado sentir uma dor ou uma gripe, pode requisitar a presença do médico no escritório. Nosso objetivo é fazer o brasileiro dar o primeiro passo pela comodidade. É melhor que ir ao pronto-socorro, afirma Silva.
Com 35 funcionários e 30 médicos parceiros, a Cuidas cobra uma mensalidade das empresas o valor varia de acordo com o número de funcionários, mas parte de R$ 70. O brasileiro tem a cultura de ir sempre na emergência e ter um tratamento Frankenstein. É um médico pro coração, outro pro pulmão, mas não somos um saco de órgãos, diz Silva, que já recebeu uma rodada de investimentos liderada pelos fundos Kaszek, Canary e Innova Capital este último, ligado a Jorge Paulo Lemann.
Mercado
A área de atuação da Cuidas é conhecida como medicina primária ou atenção básica. A ideia é simples: acompanhar os pacientes antes que eles desenvolvam problemas sérios e afoguem as filas dos hospitais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das doenças podem ser tratadas apenas com uma única e rápida visita ao médico. Caso o paciente tenha uma condição mais grave, basta encaminhá-lo ao especialista.
As empresas de prevenção são as healthtechs (startups de saúde) com maior chance de sucesso, afirma Júnior Borneli, fundador da empresa de inovação StartSe. Afinal, existem mais pessoas que querem prevenir diabetes do que as que possuem diabetes de fato. As startups de prevenção trazem menor necessidade de aportes e atingem muita gente.
A Cuidas não está sozinha nessa ideia. A Amparo Saúde, por exemplo, busca dar novo fôlego à figura do médico da família. Fundada em 2015, a startup atua com parcerias com empresas e planos de saúde como Amil e SulAmérica. A ideia já atraiu investidores como José Luiz Setúbal, médico do hospital infantil Sabará e um dos acionistas do grupo Itaú Unibanco.
O médico da família é um maestro: ele conhece o paciente e sabe como cuidar dele, encaminhando para um especialista só quando necessário, explica Gentil Jorge Alves, diretor de relações com o mercado da Amparo. Hoje, a startup atende cerca de 30 mil vidas e conta com cinco unidades no estado de São Paulo e uma em Brasília, onde iniciou o seu plano de expansão nacional no final de 2019. Nas clínicas, são feitas consultas e também pequenos procedimentos, como suturas, lavagem de ouvido e ultrassonografias, diz Alves.
Atenção aos dados
Outras startups, enquanto isso, enxergam nos dados dos pacientes uma forma de promover a saúde primária. Com cerca de 50 funcionários e mais de 1 milhão de vidas atendidas, a campineira HealthBit faz medicina preventiva sem precisar de médicos, clínicas ou estetoscópio. Para gerar diagnósticos, a empresa analisa dados fornecidos pelos clientes, bem como informações de pesquisas e de planos de saúde.
A partir de uma montanha de informações, a empresa consegue perceber a frequência de determinadas doenças, tipos de pessoas mais vulneráveis a certos problemas e as especialidades mais atendidas pelos hospitais. Ao cruzar isso com a base de funcionários de um cliente, é capaz de antecipar diversas questões de saúde e economizar. Um dos 140 clientes da empresa, por exemplo, gastava cerca de R$ 11 milhões por ano com casos de funcionárias grávidas que tinham problemas de saúde. Os valores caíram para R$ 3 milhões por ano depois que a HealthBit percebeu que parte das empregadas não faziam exames pré-natais por precisar pagar parte da consulta.
Os custos com saúde crescem de maneira exponencial no mundo todo. Percebemos que era preciso melhorar a eficiência do sistema, diz Murilo Wadt, cofundador da HealthBit.
Na farmácia
Quem também está tentando recriar a experiência de saúde nos dias de hoje é a PontoCare, que instala salas especiais para atendimento primário dentro de farmácias. A farmácia é um estabelecimento de saúde e o farmacêutico está habilitado para orientar pacientes no primeiro momento, diz Guilherme Torre, fundador da startup. Caso seja um caso simples, o farmacêutico pode indicar medicações e até pedir o retorno.
Com serviços a partir de R$ 1, como aferição da pressão arterial e medição de temperatura, a PontoCare hoje tem 9 redes de farmácia franqueadas e já realizou cerca de 40 mil atendimentos no Rio de Janeiro e no Amapá. A promessa é de expansão para outras regiões em 2020, com 6 unidades já em implementação. Não importa o formato, a saúde primária é essencial para aumentar a eficiência do setor médico, diz Torre. Precisamos formar uma nova cultura de saúde que não seja centrada no hospital.
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JORNAL OPÇÃO
Ipasgo suspende temporariamente autorização para tratamentos no Ingoh
Por Mayara Carvalho
O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) suspendeu a partir desta terça-feira, 11, as autorizações de guias de atendimentos para tratamentos em oncologia e hematologia, para o prestador Instituto de Oncologia e Hematologia (Ingoh). A suspensão é temporária e durará até o fim do processo judicial.
O Ingoh é um dos alvos de investigação do inquérito policial na Operação Metástase instaurado pela Polícia Civil do Estado de Goiás e que indiciou uma médica do instituto e um ex-presidente do Ipasgo.
O usuário poderá ter acesso ao atendimento em Oncologia e Hematologia em outros prestadores de serviços credenciados ao plano de assistência. Para mais informações, os usuários poderão contactar telefone 3238-2477 ou na sede do órgão (na Diretoria de Saúde, 3º andar), na avenida 1ª Radial, n.º 586, Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.
Aos usuários do Ipasgo que estão em tratamento no Ingoh, os atendimentos serão facultados em respeito à continuidade do mesmo. Nestes casos, a escolha em permanecer no tratamento nesta unidade fica a critério do paciente.
O Ipasgo esclarece ainda que os atendimentos referentes aos procedimentos laboratoriais do Ingoh estão liberados, assim como os procedimentos que não possuírem correlação às patologias oncológicas. A decisão garante que não haja prejuízos aos usuários que necessitem de tratamentos, exames ou consultas nesta unidade de saúde relativos a outras especialidades.
A reportagem entrou em contato com o Ingoh, mas ainda não obteve retorno. O espaço permanece aberto.
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Polícia indicia médica do Ingoh e ex-presidente do Ipasgo por fraude em tratamento de paciente com câncer
Por Mayara Carvalho
Investigação policial concluiu que houve prescrição e liberação fraudulenta de uma medicação inócua ao tratamento de câncer que antecipou a morte da vítima
A Polícia Civil de Goiás, através do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR), concluiu a investigação instaurada para a apuração da prescrição e aplicação de tratamento quimioterápico inadequado realizado no Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh), relativa ao caso do paciente Alexandre Francisco de Abreu e decidiu pelo indiciamento de uma médica do Ingoh e de um ex-presidente do Ipasgo.
A polícia não divulgou os nomes dos indiciados, mas à época dos fatos, o presidente do Ipasgo era o médico Romeu Sussumu.
A investigação policial concluiu que houve prescrição e liberação fraudulenta de uma medicação inócua ao tratamento de câncer realizado na vítima naquela instituição privada, condutas que contribuíram para a antecipação da morte do paciente.
O Inquérito Policial foi remetido à justiça criminal, com o enquadramento dos investigados no crime de homicídio doloso qualificado, ante a utilização de recurso que tornou impossível a defesa da vítima.
A Operação Metástase da Polícia Civil apurou a existência de uma estrutura típica de organização criminosa, com a associação de indivíduos vinculados ao Ingoh, nas pessoas de seus sócios e outros profissionais, e antigos servidores da cúpula do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo), em nítida divisão de tarefas direcionadas à estruturação e consecução de um esquema grandioso e fraudulento de desvios milionários de recursos da instituição pública.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação