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DESTAQUES
Médicos pedem socorro ao Governo para garantir atendimento em Goiás
Goiás registra primeira morte pelo novo coronavírus
Achei que pronunciamento era montagem, diz Caiado
Câmara aprova projeto que autoriza telemedicina durante pandemia de coronavírus
Conselhos reconhecem assistência de saúde remota; empresa goiana já oferece suporte
COVID-19: CFM divulga nota pedindo a continuidade das condutas de higienização e isolamento social
Como os hospitais de Goiás estão sendo preparados para receber pacientes com coronavírus
Na corrida contra Covid-19: missão para equipar Hospital das Clínicas tem três etapas
Pesquisa brasileira sobre hidroxicloroquina contra coronavírus pode ter resultado em 2 semanas, diz médico
Artigo – Desta vez é realmente diferente
O HOJE
Médicos pedem socorro ao Governo para garantir atendimento em Goiás
Presidente da classe denuncia extorsão do mercado ao reajustar em 4.000% o preço dos insumos médicos; "Nós precisamos que as autoridades públicas nos ajudem neste momento, que confisquem”, diz
Nielton Soares
O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg – entidade representativa os hospitais privados de grande porte), Haikal Helou, por meio de um vídeo divulgado pelas redes sociais, pediu socorro ao poder público e relatou a dificuldade que os hospitais da rede particular estão tendo para enfrentar os casos de novo coronavírus.
O presidente da entidade denunciou a extorsão do mercado ao cobrar pelos insumos hospitalares. Além disso, ele alertou sobre a impossibilidade dos atendimentos para consultas e cirurgias eletivas, que foram suspensas por decreto estadual na semana passada.
Nesse contexto, ele abordou a questão do afastamento de profissionais experientes, devido estarem no grupo de risco por causa da idade ou de comorbidades. Assim, também criticou a medida do governo estadual de suspender 100% dos atendimentos, como de urgências e de emergências ou preventivos, incluindo, cirurgias e consultas eletivas.
Essas ele classifica que “são três situações que tem tornado nossa vida um inferno”. Helou acrescentou que os equipamentos de proteção individual (EPIs) desapareceram do mercado e “outros estão sendo cobrados de nós algo que beira extorsão”, frisando que são o aumento dos preços chegaram a 4.000%.
A sugestão dele é que o Estado intervenha para que a rede particular possa adquirir os insumos médicos. “Não é por falta de tentar ou de trabalhar ou de correr atrás. Não estamos conseguindo. Nós precisamos que as autoridades públicas nos ajudem neste momento, que confisquem”, indica.
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A REDAÇÃO
Goiás registra primeira morte pelo novo coronavírus
Goiânia – O Estado de Goiás confirmou, nesta quinta-feira (26/3), a primeira morte por coronavírus. Trata-se de uma paciente de 66 anos. Ela é de Luziânia e tinha quadro de saúde debilitado.
"Dia triste. Goiás registrou a primeira morte por coronavírus. Senhora de Luziânia, de 66 anos, hipertensa, com diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, teve dengue recentemente. Não resistiu", escreveu o governador Ronaldo Caiado nas redes sociais.
"Meus pêsames e todo apoio e solidariedade à família. Que Deus conforte o coração de todos", completou Caiado.
Na quarta-feira (25), o boletim divulgado pela Secretaria da Saúde (SES-GO) indicava 35 casos confirmados da doença no Estado, sendo: Goiânia (15), Rio Verde (6), Anápolis (3), Aparecida de Goiânia (2), Valparaíso de Goiás (2), Jataí (1), Catalão (1), Luziânia (1) e Silvânia (1).
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FOLHA DE S.PAULO
Achei que pronunciamento era montagem, diz Caiado
ENTREVISTA RONALDO CAIADO
Bruno Boghossian
Brasília Horas após anunciar o rompimento com Jair Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou à Folha que o presidente da República perdeu as condições de liderar o enfrentamento à crise do coronavírus.
Caiado, 70, que é médico, disse ter pensado ser "uma montagem"a fala de Bolsonaro na TV na terça (24), em que o presidente minimizou o risco do vírus e atacou a restrição ao funcionamento de atividades econômicas.
"Minha indignação é ele tratar de um assunto do qual ele não tem o menor conhecimento. Não se assessorou de ninguém para produzir um texto tão irresponsável", diz.
O político goiano, que impôs limitações ao comércio no estado, criticou o risco econômico como argumento para flexibilizar essas medidas.
Como o sr. avalia o comporta mento do presidente na crise do coronavírus? Minha indignação é ele tratar de um assunto do qual não tem o menor conhecimento. Não se assessorou de ninguém para produzir um texto tão irresponsável e que provocou insegurança nas orientações ao cidadão.
Ele deve ter sido contaminado por algum empresário que só enxerga cifrão. É uma situação que eu não vou admitir. No estado de Goiás, vamos continuar com o decreto que vale até dia 4 [de abril].
O sr. considera que seria um erro flexibilizaras regras agora? Na quarentena, o importante é que você vai calibrando. Você vê a chegada do vírus, a agressividade, o nível de contaminação e o percentual de pacientes internados.
Eu não tenho como fazer um acordo com o coronavírus. As pessoas têm que parar de ser primárias nesse assunto. No dia 4, eu vou dizer qual é a situação e vou testar [possíveis flexibilizações].
Outros governadores já haviam manifestado insatisfação com o presidente. Seu discurso chama a atenção porque o sr. era um aliado de primeira hora. O presidente perdeu condições de governar neste momento de crise? Para mim, nesta situação específica, totalmente. Eu vou me guiar por decisões que tomarei junto com a parte técnica do Ministério da Saúde, ouvindo a comunidade científica.
Eu, como médico com 44 anos de formado, não posso admitir que o presidente vá prescrever cloroquina na porta do palácio. Isso é uma irresponsabilidade completa.
Essa situação pode alimentar um impeachment? Já vimos essa tese logo no início do governo. O que eu espero é que ele reflita melhor e tenha humildade em ouvir as pessoas antes de tomar posições que podem constranger aliados, como eu fui até poucas horas.
Ele já tem uma vida dentro da Câmara, um ano e dois meses de presidente. Precisa parar de fomentar crises. Toda crise provoca sequelas do ponto de vista econômico. A equipe econômica tem atuado de forma totalmente distante da vida como ela é. Quando nada está dando certo, de repente a responsabilidade é da classe médica, do governador, de todo mundo, menos do presidente e do ministro?
O sr. disse que o presidente coloca uma escolha entre as vidas e a sobrevivência econômica. O que eu vou dizer é que está mais preocupado com CNPJ do que com CPF.
O governador de SP, João Doria, afirmou recentemente que se arrependia de ter votado em Jair Bolsonaro. O sr. se arrepende? Eu sempre tive simpatia pela candidatura do Bolsonaro. Não tenho pé em duas canoas. Todos desejamos que ele dê certo. Queremos que o Brasil saia da crise, mas, neste momento, talvez a maior crise desta geração, o comportamento dele realmente tem sido de sucessivas declarações malsucedidas e altamente prejudiciais.
Chorar leite derramado não é muito meu estilo. Problemas existem, todos nós erramos, mas todo erro tem limite. Espero que a gente supere isso com o maior número de vidas salvas e, depois, possamos recuperar a economia. Porque não tem economia se nós tivermos um avanço continuado dessa doença, com centenas de milhares de óbitos.
O sr disse que, a partir de agora, só tratará com o presidente por comunicados oficiais. Como fica a relação? Protocolar.
O ministro Mandetta tem condições de conduzir a pasta de acordo com urna visão científica, dado o comportamento divergente do presidente? Meu respeito ao Mandetta é pelo preparo dele. U m governo tem que ser alicerçado por pessoas que têm esse nível. O presidente não vai decidir o que o Mandetta vai fazer. Ele não vai prescindir da sua posição de médico para ter cargo.
Ele saberá tranquilamente tratar conosco do assunto e nós vamos saber calibrar isso. Essa ganância doida não tem lógica nesse momento.
O sr já declarou mais de uma vez que o presidente lava as mãos para a crise. A responsabilidade de um presidente da República num momento tão delicado é de minorar as crises. O que eu não posso é transferir a responsabilidade.
Essa tentativa de lavar as mãos é inaceitável para um governante, inadmissíveL Você sabe quantos colegas médicos estão se contaminando, na frente de guerra, e de repente ver o presidente da República falando que aquilo é uma gripezinha? Pó, cara, espera aí.
O que o sr. pensou quando viu o pronunciamento do presidente? Sinceramente, chegou a mime eu pensei que fosse uma montagem. Eu refleti muito. Será que ele tem uma fonte, base científica? Ninguém tem hoje direito de fazer saúde na tese do achismo.
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AGÊNCIA CÂMARA
Câmara aprova projeto que autoriza telemedicina durante pandemia de coronavírus
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (25), o Projeto de Lei 696/20, que libera o uso de telemedicina, em caráter emergencial, enquanto durar a crise ocasionada pelo coronavírus (Covid-19). A proposta foi aprovada pelo Sistema de Deliberação Remota e segue para o Senado Federal.
A telemedicina será autorizada para quaisquer atividades da área da saúde. O uso de tecnologias de informação e de comunicação, como videoconferências, poderá ser destinado à oferta de serviços ligados à saúde.
O texto é da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), com o apoio de vários parlamentares que fazem parte da comissão externa que acompanha as ações de enfrentamento à pandemia de coronavírus.
O projeto foi aprovado com mudanças do relator, deputado Dr. Frederico (Patriota-MG). Ele determinou que o médico informe ao paciente todas as limitações da telemedicina e que o paciente pague pelas consultas particulares.
O poder público ficará responsável pelo custeio de atividades realizadas exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As alterações foram negociadas com os líderes partidários.
Dr. Frederico disse que a ferramenta virtual será fundamental durante a crise. "A telemedicina é essencial na luta contra o coronavírus. Os médicos poderão atender à distância, segundo suas especialidades e dentro dos seus limites éticos", afirmou.
A proposta aprovada também permite a ampliação da telemedicina para além do período de crise causada pelo coronavírus. Pela proposta, competirá ao Conselho Federal de Medicina (CFM) a regulamentação da telemedicina após o período de emergência em saúde relacionado ao Covid-19.
Ministério da Saúde e conselhos federais
Entidades profissionais, como o Conselho Federal de Medicina e o Conselho Federal de Psicologia, já liberaram a prática em meio à crise do coronavírus.
O Ministério da Saúde também regulamentou a prática apenas para os médicos por meio da Portaria 467/20. A portaria autoriza a telemedicina durante a emergência em saúde causada pelo coronavírus e pode contemplar atendimento pré-clínico; suporte assistencial; consultas de monitoramento e diagnóstico na rede pública e privada.
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GOIANIA EMPRESAS
Conselhos reconhecem assistência de saúde remota; empresa goiana já oferece suporte
Conselhos de Nutrição, Medicina, Psicologia e Fisioterapia reconheceram o uso da telemedicina. Em Goiás, dois hospitais já oferecem atendimento à distância com suporte de empresa goiana
Embora o avanço da tecnologia venha abrindo portas para que a medicina chegue a mais lugares há vários anos, a necessidade de restringir o contato social diante da pandemia de coronavírus está provando que a telemedicina, antes vista como algo saído da ficção, já tem lugar importante na vida real. Em Goiás, através do suporte da ConectMed , o Centro Médico Hospitalar Ânima e o Hospital Evangélico, ambos em Anápolis, são exemplos de unidades de saúde que já adotaram o modelo de atendimento remoto.
Seguindo essa tendência, o Conselho Federal de Nutrição (CFN) autorizou, até o dia 31 de agosto, a assistência nutricional exclusivamente por meio não presencial e, posteriormente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) também decidiu reconhecer a possibilidade da teleorientação e do telemonitoramento para os pacientes e a teleinterconsulta entre os médicos para troca de informações e opiniões. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) também autorizou teleconsulta, teleconsultoria e telemonitoramento e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) permitiu que os profissionais façam atendimento online sem necessidade de aguardar confirmação de cadastro no e-Psi.
Na prática
Para a nutricionista Janaína Macedo, a medida é positiva porque permite ao profissional esclarecer especulações que circulam na internet e ajudar as pessoas nesse momento de reclusão. "Podemos fazer atendimentos e sanar as dúvidas das pessoas, inclusive com orientações para desmentir informações equivocadas. Por exemplo, não é que a vitamina D ou a vitamina C vão imunizar contra esse novo coronavírus. Mas podemos sim fazer uso de alimentos como essas vitaminas e a glutamina que sabemos que podem ajudar a melhorar a resposta do organismo ao combate do vírus. Então por que não fazer o que está ao nosso alcance nesse momento de reclusão em casa? Só ressaltamos que nada disso exclui a alimentação e o estilo de vida saudáveis. Vejo a medida como positiva porque no ambiente da internet a informação é mais disseminada", afirma Janaína.
Já a fisioterapeuta e diretora da Rede Silvana Vasconcelos, que inclui o Centro Goiano de Reabilitação Neurofuncional (CGRN) e mais quatro unidades no Brasil, está capacitando a equipe para fazer acompanhamento on-line dos pacientes da terapia intensiva infantil realizada em todas as unidades.
Ampliando o acesso à saúde
Para Douglas di Bellis, sócio da ConectMed, as vantagens do sistema que a companhia tem implantado em Goiás há oito meses vai além da redução do risco de contágio. "Os ganhos são mútuos em agilidade de atendimento para pacientes e médicos", explica. Além de aumentar a velocidade, a ferramenta, que funciona por meio de uma combinação de equipamentos digitais, softwares, internet e especialistas qualificados, serve ainda para ampliar o acesso à saúde.
"Com a telemedicina é possível levar atendimento principalmente a regiões mais distantes, onde não existem certas especialidades. Isso permite que essas pessoas muitas vezes não precisem se deslocar até outras cidades para serem atendidas", ressalta Douglas. Com a superação de barreiras geográficas, o modelo torna possível, por exemplo, que o profissional de saúde tenha acesso ao paciente antes mesmo de ele ir à unidade de saúde ou que um exame feito em Goiás seja interpretado por um especialista em outro estado ou país.
Para Douglas, esse avanço promete transformar especialmente a maneira como a medicina lida com casos graves e, diante da pandemia, mostra que os benefícios são inegáveis. "Em casos de urgência, a telemedicina se torna fundamental, pois é possível realizar a triagem e interagir com plantonistas clínicos para os primeiros atendimentos e coordenadas. Além disso, a tecnologia colabora com a diminuição de aglomerações em ambientes altamente contaminantes. Essa é uma tendência mundial impossível de se ignorar", reforça.
Mercado de telemedicina
Estimativas mostram que o segmento deve atrair de US$ 7 a 8 bilhões de investimentos nos próximos cinco anos. No Brasil, 57 milhões de pessoas dependem da saúde suplementar e o restante depende de serviços públicos. A sinistralidade médica, ou seja, o cálculo de reajuste dos planos de saúde em função do uso coletivo, chega a 84% e a previsão é de que nem o governo nem as empresas de saúde suplementar vão conseguir garantir atendimento sem tecnologia.
A Comissão Europeia, que havia estimado em 2018 que esse mercado alcançaria globalmente 37 bilhões de euros até 2021, acredita que os números projetados devem ser ultrapassados, mesmo depois de um início lento na Europa – em função da resistência dos próprios pacientes à novidade, dentre outros obstáculos. A telemedicina tem se mostrado como a válvula de escape para profissionais de saúde, governos e população na busca por driblar a sobrecarga de hospitais em meio ao surto.
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CFM
COVID-19: CFM divulga nota pedindo a continuidade das condutas de higienização e isolamento social
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nesta quarta-feira (25) nota sobre a importância da manutenção dos esforços de promoção à higiene e à restrição de contato social como meios de prevenir e combater a pandemia de COVID-19, que se apresenta como a maior crise da saúde na história do Brasil. Após o pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, o CFM solicita, em seu documento, “que todos continuem a apoiar as medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde, desde o início dessa pandemia no País, por serem de ordem técnico-científicas e baseadas nas experiências de outros países, que também estão sofrendo com esta doença.”
O texto ressalta que o Brasil está apenas no início da epidemia de COVID-19, prevendo-se que os indicadores epidemiológicos registrem uma piora nas próximas semanas. Na avaliação do Conselho, os gráficos que acompanham o avanço da doença apontam curvas ascendentes, o que indica que grande número de pessoas serão infectadas.
Diante disso, a autarquia destaca no comunicado que não deve haver politização dessa situação grave, por parte dos governos e parlamentares, para que a população brasileira não sofra as consequências com maior número de infectados e possível aumento exponencial no total de mortes.
O CFM aproveitou para enaltecer a atuação dos médicos brasileiros, que, neste difícil momento, empenham todos os esforços para ajudar a população e o Governo a dar a melhor assistência aos que padecem da Covid-19 e suas complicações. “Permaneçam em seus postos de trabalho, porque é nesta posição que poderão exercer a função mais relevante de suas existências, o papel o de guardiões da vida”, pontua a nota.
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PORTAL G1/GO
Como os hospitais de Goiás estão sendo preparados para receber pacientes com coronavírus
Estado deve investir R$ 57 milhões com OS para administrar Hospital do Servidor. Plano de contingenciamento exige ao menos 20 leitos só para tratar Covid-19.
Por Vanessa Martins, G1 GO
O estado se prepara para atender pessoas contaminadas pelo coronavírus à medida que novos casos da Covid-19 são confirmados em Goiás. Além do plano de contingenciamento, há outras iniciativas para garantir o atendimento aos pacientes: hospitais que oferecem estrutura e equipamentos além do previsto, investimento na administração de uma unidade de campanha, redução nos atendimentos eletivos, entre outras.
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), afirmou que pode usar o Hospital e Maternidade Célia Câmara, que está terminando de ser construído, para ajudar no combate à doença.
Previsto para ficar pronto no final de abril, a empresa responsável pela obra passou a acelerá-la para que a unidade ficasse pronta um mês mais cedo e pudesse ajudar no atendimento a pacientes infectados pelo coronavírus.
A nova data de entrega prevista 31 de março. Por isso, há cerca de 80 pessoas trabalhando para terminar o hospital no novo prazo.
Para conseguir atingir a nova meta, desde a última quinta-feira (19) os funcionários estão fazendo um revezamento e trabalhando com horário estendido.
Santa Genoveva
Além dessa unidade, a Justiça ofereceu ao estado de Goiás a estrutura do Hospital Santa Genoveva, também na capital. A unidade está em processo de falência, mas o juiz Átila Naves do Amaral, responsável pelo processo, colocou-a à disposição, em decisão expedida na segunda-feira (23), para que ela seja usada no enfrentamento à Covid-19.
Neste caso, a Secretaria de Estado da Saúde em Goiás (SES-GO) informou, por telefone, que a estrutura e os equipamentos devem ser avaliados para ver o que é possível aproveitar.
O G1 pediu à SES-GO, por e-mail, telefone e mensagem na terça-feira (24), informações sobre número de leitos disponíveis atualmente, planejamento para que não faltem insumos, entre outras medidas de preparação contra a pandemia, mas a demanda não havia sido respondida até 7h desta quinta-feira (26).
Hospital do Servidor
Definido em decreto, o Hospital do Servidor deve ser o Hospital de Campanha no enfrentamento à pandemia – que não estava previsto no plano de contingenciamento do governo.
No mesmo decreto, ficou estabelecido que a entidade a gerir a unidade de saúde por 180 dias é a Organização Social (OS) Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir) – também responsável pelo Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) e Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).
O documento detalha ainda que deve ser pago a essa OS “o valor estimado de R$ 57.759.449,04”.
Contingência
O plano de contingência de Goiás determina quais ações devem ser tomadas à medida que o coronavírus infecta cada vez mais pessoas.
Aprovado em fevereiro, esse projeto tem cinco níveis – de zero a quatro – , dos quais a situação até esta quinta-feira é a de nível 1 – até 100 casos de Covid-19. O registro de casos confirmados até a mesma data era de 35 pessoas infectadas, segundo a SES-GO.
Nesta etapa, segundo o governo, é necessário que estejam “reservados”, dez leitos de enfermaria e dez de UTI para atender os pacientes diagnosticados com a Covid-19. Segundo a SES-GO, eles estão espalhados por 11 hospitais pelo estado:
Hospital de Doenças Tropicais (HDT) – Goiânia;
Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Aparecida de Goiânia;
Hospital de Urgência da Região Sudoeste Dr. Albanir Faleiros Machado (Hurso) – Santa Helena;
Hospital de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana) – Anápolis;
Hospital Geral de Goiânia Dr Alberto Rassi (HGG) – Goiânia;
Hospital Materno Infantil (HMI) – Goiânia;
Hospital Sagrado Coração de Jesus – Nerópolis;
Santa Casa de Misericórdia de Catalão – Catalão;
Hospital Municipal de Morrinhos – Morrinhos;
Hospital Municipal de Rio Verde – Rio Verde;
Santa Casa de Misericórdia de Anápolis – Anápolis.
O G1 solicitou detalhamento de quantos leitos há em cada unidade e quantos estão ocupados já por pacientes, mas não havia recebido retorno até 7h desta quinta-feira.
Outras medidas
Além de ter espaços isolados em hospitais públicos para receber os pacientes, o estado também quer reduzir o fluxo de atividades convencionais nas unidades de saúde.
Uma portaria da SES-GO prevê que até 50% dos procedimentos cirúrgicos eletivos devem ser reprogramados – somente nos casos em que não há risco à saúde do paciente.
O mesmo documento prevê uma redução, também em 50%, dos atendimentos ambulatoriais para evitar aglomerações de pessoas nas recepções das unidades de saúde.
A portaria da SES-GO também recomenda que as receitas de medicamentos de uso continuo tenham validade de 12 meses, para evitar que os pacientes precisem voltar ao médico para ter acesso a nova receita.
Segundo o documento, o atendimento de situações graves, como hemodiálise, não deve ser interrompido, assim como atendimentos de urgência e emergência.
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JORNAL OPÇÃO
Na corrida contra Covid-19: missão para equipar Hospital das Clínicas tem três etapas
Por Luiz Phillipe Araújo
Reitor da UFG, Edward Madureira, destaca que o maior obstáculo pode ser a compra de equipamentos com grande demanda devido à pandemia, mas considera possível
Equipar o novo prédio do Hospital das Clínicas é uma das ações perseguidas pela gestão da Universidade Federal de Goiás (UFG) durante a pandemia do novo coronavírus. Após colocar o local à disposição para receber casos de Covid-19, a universidade busca a destinação de recursos para equipar os leitos. Ao Jornal Opção, o reitor Edward Madureira diz que é possível e destaca que as novas vagas podem ser a diferença para desafogar um possível colapso do sistema de saúde em Goiás.
Segundo Edward, ofícios com solicitações de apoio já foram enviados para as esferas municipal, estadual e federal. Ao todo, para equipar os 600 leitos que o hospital tem capacidade, é necessário cerca de R$ 37 milhões. Entre as sinalizações positivas, a Câmara Municipal de Goiânia aprovou o repasse de R$ 6 milhões para o HC.
“Uma possibilidade concreta vem das emendas impositivas. A nossa expectativa é que a movimentação da bancada goiana nesse processo consiga a liberação”, destaca o reitor, que antecipa a segunda etapa do processo, que, segundo ele, pode ser a mais complicada: a compra de equipamentos, como respiradores, que já estão em falta no mercado devido à alta demanda.
“Já temos alguns equipamentos que estamos correndo atrás, mas o mundo todo também está. E para equipar o hospital é necessário” afirma Edward, que considera que a terceira etapa, que se dá sobre a contratação dos profissionais, deve ser facilmente superada, já que a atual gestão do HC tem a autonomia para contratar.
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UOL
Pesquisa brasileira sobre hidroxicloroquina contra coronavírus pode ter resultado em 2 semanas, diz médico
SÃO PAULO (Reuters) – Resultados iniciais de um estudo clínico brasileiro sobre um tratamento para o novo coronavírus baseado em uma combinação de medicamento contra a malária e antibiótico podem ocorrer dentro de duas semanas, disse nesta quarta-feira o médico líder do estudo.
Avenida vazia em São Paulo, que está em quarentena 24/03/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Ele ressaltou, porém, que é necessária cautela sobre o medicamento que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou de potencial "divisor de águas" contra a pandemia.
A análise da hidroxicloroquina, que está sendo liderada pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, em conjunto com outros hospitais brasileiros, começou na segunda-feira e está testando a eficácia do medicamento em combinação com o antibiótico azitromicina em pacientes com a Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.
Trump e o presidente Jair Bolsonaro têm promovido a hidroxicloroquina e a relacionada cloroquina como possíveis tratamentos para infecções por coronavírus, enquanto tentam amenizar as preocupações com o vírus e proteger suas economias das consequências da pandemia.
Não existem vacinas ou tratamentos aprovados para a doença, então, mesmo os pacientes mais graves, recebem em grande parte apenas cuidados de suporte, como assistência respiratória.
Os médicos são encorajados por relatos informais de que a combinação dos dois medicamentos é eficaz. A hidroxicloroquina é uma droga antimalária e anti-inflamatória usada para tratar doenças autoimunes. Outros estudos estão analisando a hidroxicloroquina por si só, enquanto a Organização Mundial da Saúde está coordenando um estudo global sobre a cloroquina.
"Por enquanto é só 'wishful thinking’, tanto dele quanto do Trump", disse Luiz Vicente Rizzo, médico do Hospital Albert Einstein, em entrevista, se referindo a Bolsonaro.
"Daqui algumas semanas, se tudo der certo, com um pouco de sorte nós vamos conseguir responder se funciona primeiro, para quem funciona depois, e em que condições funciona", declarou. "Eu torço muito que funcione, eu e todo mundo."
A linha do tempo de Rizzo parece contradizer Bolsonaro, que disse no Twitter nesta quarta-feira que os resultados poderiam ser divulgados nos próximos dias.
"O tratamento … mostrou-se eficaz em pacientes que agora estão sendo tratados. Nos próximos dias, esses resultados podem ser apresentados ao público, trazendo a atmosfera necessária de tranquilidade e serenidade para o Brasil e o mundo", afirmou.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que passará a utilizar a cloroquina no tratamento de casos graves de infecção pelo novo coronavírus, acrescentando que o medicamento não deve ser usado fora de ambientes hospitalares.
Trump foi criticado por alguns cientistas por apoiar o uso ainda não comprovado da droga. Um médico sênior da força-tarefa da Casa Branca contra o coronavírus, Anthony Fauci, disse que embora Trump tivesse um "sentimento" de que seria eficaz, são necessários mais dados.
Os perigos de tal promoção ficaram claros no início desta semana, quando um homem no Arizona morreu após ingerir fosfato de cloroquina – um produto de limpeza de aquário semelhante ao medicamento nomeado por Trump.
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VALOR ECONÔMICO
Artigo – Desta vez é realmente diferente
A emergência de saúde pública pode transformar-se em uma crise financeira
Pandemias são relativamente raras e as realmente graves, ainda mais, de forma que não tenho conhecimento de algum episódio histórico que possa trazer indícios sobre as prováveis consequências econômicas da crise mundial sendo provocada pelo coronavírus. Desta vez, é realmente diferente.
Um aspecto fundamental que torna este episódio único é a resposta das políticas econômicas. Governos pelo mundo vêm priorizando medidas que limitam a disseminação da doença e salvam vidas, incluído o completo confinamento de regiões (como na China) ou de inteiros países (Itália, Espanha e França, por exemplo). Uma lista muito maior de países, incluindo os Estados Unidos, tem imposto proibições estritas a viagens internacionais e proibido todo tipo de evento público.
Desde os anos 30 as economias avançadas e emergentes não viviam combinação de colapso no comércio internacional, queda das commodities e mau momento econômico sincronizado. Mas as políticas de distanciamento social que salvam vidas trazem um enorme custo econômico
As medidas não poderiam ser mais diferentes das políticas adotadas contra o caso viral mais mortal dos tempos modernos, a pandemia da influenza espanhola em 1918 e 1919. Essa pandemia, que provocou 675 mil mortes nos EUA e pelo menos 50 milhões no mundo, aconteceu tendo como pano de fundo a Primeira Guerra Mundial. Só esse fato já impossibilitaria traçar qualquer comparação significativa quanto aos efeitos da pandemia da covid-19 por si só na economia dos EUA ou do mundo.
Em 1918, ano de pico das mortes por influenza nos EUA, o número de quebras de empresas foi menos do que a metade do registrado antes da guerra. Em 1919, foi ainda menor. O Produto Interno Bruto (PIB) real dos EUA, puxado pelos esforços de produção em tempos de guerra, subiu 9% em 1918 e cerca de 1% no ano seguinte enquanto a gripe assolava o país.
Em contraste, com a covid-19 as vastas incertezas em torno à possível disseminação do vírus (dentro dos EUA e no mundo) e à duração da virtual paralisação econômica exigida para combater o vírus fazem com que as previsões pouco difiram de meros palpites. Mas, dada a escala e a abrangência do choque provocado pelo coronavírus, que vem abalando ao mesmo tempo a demanda agregada e interrompendo a oferta, os impactos iniciais sobre a economia real provavelmente superarão os da crise financeira mundial de 2007-2009 (CFM).
Embora a crise do coronavírus não tenha começado como uma crise financeira, pode muito bem transformar-se em uma de gravidade sistêmica. Pelo menos até que a redução na atividade econômica resulte em perda de empregos, as contas familiares nos EUA não parecem problemáticas, como estavam antes da CFM. Os bancos, além disso, estão muito mais bem capitalizados do que estavam em 2008.
Os balanços patrimoniais das empresas, contudo, parecem estar bem menos saudáveis. Como observei há um ano, as "obrigações garantidas por empréstimos" (CLOs, na sigla em inglês), cuja emissão expandiu-se a passos largos nos últimos anos, compartilham de muitas similaridades com os infames "títulos lastreados por hipotecas" (MBS) de baixa qualidade, que fomentaram a CFM.
A busca por rendimentos mais altos em um cenário de baixos juros alimentou ondas de concessão de empréstimos de baixa qualidade – e não apenas na forma de CLOs. Não é surpresa, portanto, que o recente "crash" no mercado de ações tenha exposto altos níveis de alavancagem e um maior risco de inadimplência.
Não fosse suficiente o choque do coronavírus, a guerra de preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia praticamente cortou pela metade a cotação do barril, agravando o sofrimento do setor energético nos EUA. Com grande parte da produção afetada por desestabilizações na cadeia de fornecimento e com amplas faixas do setor de serviços mais ou menos paralisadas, as quebras e a inadimplência de pequenas e médias empresas terão um salto, apesar dos estímulos monetários e fiscais.
Além disso, à medida que a crise do coronavírus se desdobre em 2020, as similaridades entre os títulos de alto rendimento das empresas e os dos governos de países em desenvolvimento parecem estar aumentando.
A crise financeira e das dívidas nos anos 80 afetou os mercados emergentes, enquanto a CFM foi uma crise financeira (e em alguns casos também uma crise de dívida) nas economias avançadas. O crescimento médio anual do PIB da China de 10% entre 2003 e 2013 elevou os preços mundiais das commodities, impulsionando os mercados emergentes e a economia mundial. E, diferentemente das economias avançadas depois da CFM, os mercados emergentes tiveram uma recuperação econômica em forma de "V".
Nos últimos cinco anos, contudo, os balanços patrimoniais dos mercados emergentes (tanto públicos quanto privados) se deterioraram e o crescimento se desacelerou bastante. Se os demais fatores continuarem iguais, o recente corte significativo dos juros e as demais medidas do Federal Reserve contra a pandemia também aliviariam as condições financeiras mundiais para os mercados emergentes. Mas os demais fatores estão longe de continuarem iguais.
Para começar, a clássica fuga para os títulos do Tesouro dos EUA em tempos de estresse mundial e a alta no índice de volatilidade VIX revelam um aumento acentuado na aversão dos investidores a risco. Isso normalmente coexiste com uma forte elevação do spread dos juros pelo risco e com reversões abruptas nos fluxos financeiros, nas quais o capital passa a sair dos mercados emergentes.
Além disso, o "crash" nos preços das commodities e do petróleo reduz o valor de muitas exportações de mercados emergentes e, portanto, afeta o acesso desses países a dólares. No caso mais extremo (mas não único) do Equador, o spread soberano se aproxima dos 40 pontos percentuais.
Por fim, o crescimento econômico da China foi um importante motor dos grandes empréstimos que concedeu a mais de cem países em desenvolvimento de baixa a média renda nos últimos dez anos, como mostrei em recente estudo com Sebastian Horn e Christoph Trebesch. A série de dados econômicos fracos no inicio de 2020, portanto, aumenta a probabilidade de uma redução substancial na concessão de empréstimos ao exterior.
Desde os anos 30 as economias avançadas e emergentes não viviam uma combinação de colapso no comércio internacional, queda nos preços mundiais das commodities e mau momento econômico sincronizado. É verdade que as origens do atual choque agora são altamente diferentes, assim como as políticas econômicas adotadas em resposta. Mas o confinamento de populações e as políticas de distanciamento social que estão salvando vidas também trazem um enorme custo econômico.
A emergência de saúde pública pode transformar-se em uma crise financeira. Claramente, este é um momento para "fazer o que for preciso" em termos de políticas monetárias e fiscais de grande escala e fora dos padrões convencionais. (Tradução de Sabino Ahumada)
Carmen M. Reinhart é professora de sistema financeiro internacional na Escola de Governo Kennedy, da Harvard University. Copyright: Project Syndicate, 2020.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação