Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 20/08/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES


Aulas presenciais serão retomadas quando as mortes por coronavírus caírem em 15% e ocupação de UTIs estiver em 75%
Planos de saúde têm mais lucro no 2º tri
Vacina "made in Cuba" contra covid-19 pode estar a caminho
Artigo – O vírus tributário pode matar os hospitais
Covid-19: Goiás registra 1.902 novos casos e 11 mortes em 24 horas
Brasil atinge a marca de 110 mil óbitos por covid-19, informa Saúde
Unimed Goiânia abre chamamento para admissão de 139 novos cooperados
Três municípios goianos ainda não registraram casos da Covid-19
Colégios contratam hospitais para voltar
Pesquisa conclui que crianças têm alta carga viral e são mais contagiosas que adultos


PORTAL G1


Aulas presenciais serão retomadas quando as mortes por coronavírus caírem em 15% e ocupação de UTIs estiver em 75%

Decisão de manter aulas suspensas partiu do comitê que monitora o comportamento do coronavírus no estado. Representante do setor privado de ensino defende retomada em cidades que têm controle da situação epidemiológica.
Por Rafael Oliveira, G1 GO

Alunos, professores e as escolas vão esperar mais tempo para retomar as atividades presenciais em salas de aulas goianas. Esse tempo, talvez, não tenha previsão. O retorno do contato físico no ambiente escolar continua suspenso por recomendação do Centro de Operações de Emergências (COE) para o Enfrentamento ao coronavírus em Goiás, após reunião nesta quarta-feira (19) com representantes das unidades de ensino, professores, escolas, da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e dos Ministérios Público Federal e Estadual.
O retorno presencial, no entanto, será reavaliado pelos membros do COE em todas as reuniões semanais. Mas a liberação depende de uma queda sustentada de 15% no registro de mortes por, no mínimo, quatro semanas consecutivas, e manter a taxa de ocupação hospitalar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) inferior ou igual a 75%, durante o mesmo período.
A taxa de ocupação dos leitos de UTIs nesta quarta, na rede pública de saúde, está em 80,7%, e em Goiânia em 85,6%. Em uma semana, Goiás registrou mais de 12 mil casos confirmados de Covid-19. No mesmo período, foram 262 óbitos causados pela doença. Segundo o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde nesta quarta, o estado tem 109.560 registros e 2.475 mortes por coronavírus desde o início da pandemia.
Esses critérios de avaliação foram divulgados pelo COE nesta tarde, que estuda há mais de um mês um documento com uma série de protocolos sanitários apresentado por representantes da educação, alvo, inclusive, de críticas do setor privado, que defende a retomada das aulas presenciais em cidades com situação controlada do cenário epidemiológico.
A indagação pela demora em autorizar a adoção dos protocolos parte do presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás (Sinepe), Ademar Amorim. Ele sustenta que outras atividades comerciais com risco de contágio pelo coronavírus superiores ao ambiente escolar, como bares, restaurantes e setor turístico e hoteleiro.
O G1 tentou contato com o Sindicato dos Professores de Goiás (Sinpro), às 20h, para saber o posicionamento da categoria, mas não obteve retorno.
A Secretaria Estadual de Saúde se manifestou por meio de nota sustentando que "a decisão se fundamentou no atual cenário epidemiológico da Covid-19 no estado, que ainda torna inseguro o retorno dos estudantes, professores e demais trabalhadores, neste momento", (leia a íntegra ao final).
O presidente do Sinepe explica que a situação está insustentável para o ensino da rede privada, principalmente na educação infantil, que leciona para crianças de 4 a 6 anos. As escolas privadas sofreram uma debandada de alunos desde o início da pandemia, em março, e 40% já rescindiu o contrato com a escola onde estuda, de acordo com Amorim.
O Sinepe representa 900 instituições no estado e o representante do setor diz que metade delas têm condições de adotar os protocolos sanitários para receber os alunos (veja parte deles abaixo). Amorim alega também que o ano letivo não está prejudicado porque as aulas presenciais foram substituídas pelas teleaulas na internet e o conteúdo continua sendo ensinado, mesmo que à distância.
"O turismo hoteleiro, um dos exemplos que dou, já foi retomado. O poder público já reabriu igrejas, bares e restaurantes. Existe um protocolo sanitário que pode muito bem ser adotado pelas escolas. Esse protocolo foi escrito então para qual momento?", questiona Amorim.
Veja parte das normas discutidas pelo COE:
Limitar o número máximo de alunos em sala obedecendo o distanciamento de 1,5 metro entre eles e demarcando no chão o local de cada carteira;
O distanciamento entre pessoas em qualquer ambiente da instituição deve ser de no mínimo 1,5 metro;
Evitar que alunos de uma turma tenham contato com alunos de outras turmas modificando horário de acesso, saída e recreios;
Escalonamento de horários de chegada e saída de acordo com a realidade de atendimento de cada escola objetivando evitar aglomerações na recepção e saída dos alunos e utilizando, quando existirem, múltiplas entradas/saídas;
Aferir com termômetro infravermelho a entrada de funcionários colaboradores, alunos e visitantes;
Não permitir acesso à unidade de pessoas sem máscaras ou com uso inadequado das mesmas;
Se for confirmado caso de Covid-19, as aulas serão suspensas de dois a cinco dias.
Grupo de risco
O documento recomenda a manutenção do regime especial de aulas não presenciais para alunos do grupo de risco:
Alunos que, por questões emocionais ou familiares, não seja aconselhável o retorno às atividades presenciais;
Alunos que se recusem ou apresentem dificuldade constante em usar máscara e seguir os protocolos de segurança;
Os estudantes de inclusão que possuam dificuldades nos cuidados pessoais, disfunções da imunidade ou que tomem remédios imunossupressores, que apresentem restrições respiratórias ou outras comorbidades associadas à deficiência.
Setores administrativos: para as áreas administrativas, o protocolo orienta o distanciamento social, como a instalação de proteção acrílica em locais de atendimento como recepção, caixa da cantina e secretaria. Prevê também, sempre que possível, evitar o compartilhamento simultâneo da estação de trabalho por mais de um funcionário.
Nota da Secretaria Estadual de Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que o Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Coronavírus deliberou por manter suspensas as aulas presenciais no Estado. Ficou decidido ainda que a orientação sobre a possível data de volta às aulas será reavaliada semanalmente durante as reuniões do COE.
O assunto foi debatido no encontro desta quarta-feira, 19 de agosto, e acompanhado por autoridades das redes pública e privada de educação, de representantes do Conselho Estadual de Educação, sindicatos de profissionais e de escolas particulares, além das Secretarias de Estado da Saúde de Goiás e Municipal de Saúde de Goiânia, dos Ministérios Público Estadual e Federal, entre outros.
A decisão se fundamentou no atual cenário epidemiológico da Covid-19 no Estado, que ainda torna inseguro o retorno dos estudantes, professores e demais trabalhadores, neste momento.
O retorno com segurança, de forma gradual e planejada, está condicionado na análise de dois indicadores: (1) queda sustentada de 15% no registro de óbitos, mantendo essa tendência de redução por, no mínimo, quatro semanas consecutivas; e (2) manter uma taxa de ocupação hospitalar em UTI inferior ou igual a 75%, pelo mesmo período citado anteriormente.
Essas medidas, já adotadas em outros locais e descritas na literatura, apontam para uma retomada segura das atividades escolares.
Por fim, a SES-GO ressalta que o COE reúne representantes de diversas instituições e tem caráter consultivo e deliberativo. O grupo trabalha para estreitar, cada vez mais, as relações entre saúde e educação, com o intuito de uma retomada das aulas de forma segura e responsável para todos.
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CAPITOLIO CONSULTING

Planos de saúde têm mais lucro no 2º tri

Com os cancelamentos e adiamentos de procedimentos médicos por conta da covid-19, as operadoras e seguradoras de planos de saúde registraram expressiva queda na taxa de sinistralidade, o que contribuiu para a melhora cio lucro líquido do segundo trimestre. A redução verificada na Bradesco Saúde, Hapvida, NotreDame Intermédica e SulAmérica variou de 6,6 a 16,7 pontos percentuais quando comparado ao mesmo período de 2019.

No entanto, esses indicadores não serão mantidos no mesmo nível nos próximos meses, uma vez que os pacientes já voltaram a realizar, principalmente, consultas e exames. Entre as grandes operadoras, estima-se que o volume atual de procedimentos médicos seja equivalente a 70% e 90% do patamar anterior à pandemia.

Essa quantidade é uma soma de parte de parte dos procedimentos não realizados em meses anteriores com a dos pacientes que já se sentem seguros para agendar suas consultas e exames, além dos procedimentos relacionados à covid-19. Em julho, a taxa de sinistralidade ficou em 64%, o equivalente a quatro pontos percentuais acima do mês anterior, segundo levantamento feito pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) com 100 operadoras.
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TERRA

Vacina "made in Cuba" contra covid-19 pode estar a caminho

Experiente no ramo, a ilha caribenha agora trabalha no desenvolvimento de suas próprias pesquisas e atesta "progresso sólido e rápido" no projeto. Cuba pode ser escolhida para produzir a vacina russa.Até agora, Cuba tem se saído bem na contenção da pandemia do coronavírus. Há alguns dias, porém, o país caribenho relata um número crescente de infecções, levando o governo a impor um novo regime de confinamento em Havana.
Restaurantes e bares voltaram a ser fechados, transportes públicos foram suspensos e praias, bloqueadas. A solução, agora, provavelmente só virá na forma de uma vacina eficaz contra a covid-19. Quando isso vai acontecer, é o que também se perguntam muitos cubanos.
Vários países estão pesquisando uma vacina contra o coronavírus, entre eles Rússia, China, Estados Unidos e Reino Unido, apontou nesta terça-feira (18/08) o epidemiologista-chefe de Cuba, Francisco Durán, em sua coletiva de imprensa diária, acrescentando: "Nosso país também está trabalhando nisso."
Por sua vez, Eduardo Martínez, presidente da empresa cubana de biotecnologia BioCubaFarma, tuitou: "Conseguir uma vacina eficaz contra a covid-19 é uma prioridade para todo o nosso sistema de ciência e inovação. Hoje, nós do Instituto Finlay vemos um progresso sólido e rápido neste projeto."
O Instituto Finlay é um centro governamental de ciência sediado em Havana, dedicado à pesquisa e fabricação de vacinas. Lá, no Centro de Imunologia Molecular e no Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), cientistas cubanos trabalham atualmente em quatro possíveis vacinas, uma das quais já está bem avançada nos testes, segundo a imprensa estatal.
"À luz da pandemia de coronavírus, temos duas prioridades: a capacidade de realizar testes rápidos e em massa, que possibilitem o monitoramento epidemiológico e o desenvolvimento de vacinas específicas que ajudarão a combater a doença em nosso país", anunciou, sem dar detalhes, Rolando Pérez, diretor de Ciência e Inovação da BioCubaFarma, num programa especial na TV cubana.
A pesquisa cubana se concentra nas "vacinas baseadas em partículas semelhantes a vírus, que apresentam vantagens em termos de capacidade de fortalecer e ativar o sistema imunológico" e são um ponto forte da pesquisa de vacinação cubana, disse Gerardo Guillén, diretor de pesquisa biomédica do CIGB, em entrevista coletiva concedida em junho.
Estas incluem as que são administradas por via nasal, como, por exemplo, a vacina terapêutica contra a hepatite B crônica desenvolvida em Cuba, a primeira no mundo a ser administrada por via nasal contra uma doença infecciosa crônica. "E agora, já que estamos lidando com uma doença respiratória, acreditamos que ter uma plataforma de imunização através da mucosa terá logicamente um impacto maior na obtenção de uma resposta funcional e eficaz contra este vírus." Segundo Guillén, existem projetos de pesquisa em parceria com a União Europeia e a China.
Ao contrário de muitos outros países em desenvolvimento, Cuba possui uma poderosa divisão de biotecnologia e seus próprios laboratórios. A experiência da biotecnologia cubana no desenvolvimento de vacinas é útil na luta contra o vírus Sars-Cov-2. E isso torna o país interessante para projetos comunitários. "Cuba produz quase 80% das vacinas do Programa Nacional de Imunizações. Tal é a capacidade do país de fabricar vacinas. Tem o Instituto Finlay e tem uma grande área de inovação tecnológica", diz o diretor cubano da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o chileno José Moya.
"Temos que ser realistas"
Segundo relatos, Cuba é um dos países que poderiam produzir a vacina Sputnik V em parceria com cientistas russos. O anúncio da vacina russa causou sensação, sendo recebido com muito ceticismo e críticas, já que, para a aprovação, a fase 3 dos testes clínicos foi simplesmente ignorada. Não se espera, porém, que Cuba pule as etapas de aprovação, pois Havana costuma seguir estritamente as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Cuba tem uma excelente capacidade para fabricação de vacinas. Estamos discutindo o início da produção com várias empresas cubanas. Acreditamos que Cuba possa se tornar um dos centros mais importantes para a produção de vacinas", declarou, em videoconferência, Kirill Dmitriev, diretor do fundo estatal russo Direct Investment Fund (RDIF), que financiou o projeto de vacinação da Rússia. Segundo ele, a produção da vacina russa em Cuba pode começar em novembro "se trabalharmos bem com o governo e as empresas cubanas". Os detalhes, no entanto, ainda não foram divulgados.
Apesar do anúncio de uma vacina russa e de todos os avanços na pesquisa, não haverá uma vacina produzida em massa e em funcionamento tão cedo, adverte Durán. "Nós temos que ser realistas": atualmente, a única proteção eficaz contra a infecção é "usar máscara e cumprir as regras de higiene e distanciamento".
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CORREIO BRAZILIENSE

Artigo – O vírus tributário pode matar os hospitais


» FRANCISCO BALESTRIN – Médico, gestor de saúde e presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp)

Historicamente, os hospitais surgiram como lugares para acolhida de doentes e peregrinos durante a Idade Média (de 476 a 1453 D.C). Assim, quando a primeira das grandes pandemias surgiu na Europa do século 14, os hospitais já cumpriam o papel de cuidar de pessoas. Foi assim com a peste bubônica, que reduziu a população da Europa de 450 milhões para 350 milhões de habitantes; com a pandemia de varíola, que atormentou a humanidade por 3 mil anos; da cólera, no início do século 19; da gripe espanhola, que, de 1918 a 1920, acometeu mais de 500 milhões de pessoas e causou cerca de 50 milhões de mortes; e com a primeira pandemia do século 21, a da gripe suína, causada pelo vírus H1N1. Hoje, o mundo luta contra a covid-19, que já registra mais de 18 milhões de casos e mais de 700 mil mortos. Em todos os momentos de tragédia sanitária, os hospitais sempre se fizeram presentes e imprescindíveis.
Hoje, infelizmente, os hospitais brasileiros se veem diante de ameaça mais desafiadora quando comparada a qualquer pandemia da história, risco que pode fechar muitas instituições: a proposta de reforma tributária apresentada pela equipe econômica do governo que tramita no Congresso Nacional. A unificação do PIS e Cofins, impostos federais que incidem diretamente sobre o faturamento das empresas, passariam a ser denominados Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), que teria uma alíquota única de 12%. Atualmente, os serviços de saúde recolhem pela alíquota de 3,65% (0,65 de PIS e 3% de Cofins).
Estudo realizado pelo SindHosp (Sindicato de Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) constata que a nova alíquota de 12% pode representar aumento de aproximadamente 70% da carga tributária para hospitais, clínicas e laboratórios. Além disso, ao propor a saída de um sistema cumulativo para um não cumulativo, insumos adquiridos pelas empresas nas fases de produção de um bem ou serviço gerariam créditos tributários que seriam descontados dessa alíquota majorada. Acontece que, nos serviços de saúde, o custo mais relevante é com recursos humanos, representando aproximadamente 45% das despesas totais, que, por não serem consideradas entradas tributadas, não geram créditos tributários.
Não há dúvida de que reduzir a incidência em cascata de tributos é importante. O Brasil precisa não só de redução de impostos, mas, também, de impostos melhores, que provoquem menos distorções às atividades econômicas e estimulem a criação de empregos e investimentos. Porém, a atual proposta caminha em sentido contrário. É inconcebível que, em um momento em que milhares de empresas encerram as atividades em razão dos impactos da pandemia de covid-19 e milhões de brasileiros perdem emprego e renda, o governo apresente proposta de reforma tributária que pune quem gera muitos postos de trabalho, como os hospitais.
A proposta traz outro agravante: aumenta a burocracia, pois exige que instituições montem internamente verdadeiras estruturas de gestão de créditos tributários, onerando custos. O acréscimo teria reflexo imediato nos custos dos serviços, que seriam inevitavelmente repassados aos consumidores, já impactados com reajustes anuais nos planos de saúde acima da inflação. A burocracia onera muito todas as atividades econômicas, mas parece não conhecer limites.
Gerir e manter um hospital no Brasil é desafio constante, que se inicia com a transposição de complexo emaranhado composto por autorizações, licenças, alvarás, comissões obrigatórias e muito mais. Para poder entrar em funcionamento, é necessário aproximadamente 50 certidões, concedidas por mais de 20 órgãos públicos diferentes. Além disso, a rigidez da legislação trabalhista continua a afetar fortemente a atividade hospitalar, que é dependente de mão de obra especializada.
O governo acena que, após a primeira fase da reforma, teríamos uma desoneração da folha de pagamento, que compensaria essas majorações para as atividades que mais empregam. Infelizmente, não há como acreditar em promessas de futuro próximo. O rei Salomão, quando posto à frente de um julgamento sobre a maternidade de determinada criança, decidiu parti-la ao meio e entregar metade para cada mulher. Uma delas aceitou a sentença enquanto a outra pediu que entregassem a criança inteira à primeira. Dessa forma, o sábio monarca identificou a mãe verdadeira e fez justiça, entregando-lhe o filho.
O Salomão nacional, porém, é menos sábio. Optou por distribuir pedaços aos poucos, como também punir os que, nos últimos meses, batalharam arduamente pela saúde dos brasileiros.
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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás registra 1.902 novos casos e 11 mortes em 24 horas

Estado soma 2.475 óbitos pela doença |
Adriana Marinelli

Goiânia – Goiás registrou 1.902 novos casos da covid-19 e 11 mortes pela doença nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) na tarde desta quarta-feira (19/8). Com as atualizações, o Estado chega a 109.560 casos e 2.475 óbitos confirmados.

Segundo a SES-GO, há o registro de 99.492 pessoas recuperadas. No Estado, há 170.976 casos suspeitos em investigação. Outros 83.783 já foram descartados.

Além dos 2.475 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,26%, há 58 óbitos suspeitos que estão em investigação. Já foram descartadas 1.051 mortes suspeitas nos municípios goianos.

*Observação: os dados referentes às últimas 24 horas representam os casos incluídos no sistema no último dia. Não significam, necessariamente, que tenham ocorrido de ontem para hoje.
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Brasil atinge a marca de 110 mil óbitos por covid-19, informa Saúde
São 2,6 milhões de casos recuperados

Brasília – O Brasil atingiu a marca de 110 mil mortes por causa da pandemia do novo coronavírus. Com 1.212 novos registros nas últimas 24 horas, o total chegou a 111.100. Os dados foram divulgados na atualização do Ministério da Saúde (MS) hoje. Ontem, o painel do órgão marcava 109.888 vítimas fatais da doença. Ainda há 3.173 mortes em investigação.

O balanço do MS também contabilizou 3.456.652 casos confirmados desde o início da pandemia. Entre ontem e hoje, foram notificados pelas secretarias de saúde 49.298 novas pessoas infectadas com o coronavírus. Ontem, o sistema do MS trazia 3.407.354 casos confirmados.

As estatísticas são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação dos dados pelas secretarias de saúde aos fins de semana. Já às terças-feiras há tendência de números maiores em função do acúmulo de registros que são enviados ao sistema do Ministério da Saúde.

A atualização do Ministério registrou ainda 730.298 pessoas em acompanhamento. Segundo o boletim divulgado pela pasta, 2.615.254 que já se recuperaram.

A letalidade (mortes entre o total de casos) foi de 3,2%. A mortalidade (óbitos por covid-19 em relação à população) ficou em 52,9. Já a incidência (casos de covid-19 pela população) subiu para 1.644,9.

Estados
Os estados com mais mortes são São Paulo (27.591), Rio de Janeiro (14.913), Ceará (8.241), Pernambuco (7.280) e Pará (6.015). As unidades da federação com menos óbitos são Tocantins (536), Roraima (575), Acre (591), Amapá (622) e Mato Grosso do Sul (668).

Comparação internacional
O Brasil segue na 2ª colocação no ranking de casos e mortes. A liderança é dos Estados Unidos, que segundo o Boletim Epidemiológico da pasta, chegou a 5.313.080 pessoas infectadas e 168.446 mortes.

Já quando considerada a incidência (casos por 1 milhão de habitantes) e mortalidade (óbitos por 1 milhão de habitantes) o Brasil fica na 8ª posição, com índices de, respectivamente, 2.722 e 98. O país subiu um posto na lista de países por mortalidade em relação à semana passada, quando ocupava a 9ª colocação.
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Unimed Goiânia abre chamamento para admissão de 139 novos cooperados
Inscrições serão feitas até dia 31 de agosto

Goiânia – A Unimed Goiânia abriu, nesta semana, chamamento público para cadastro e admissão de 139 novos cooperados de diversas especialidades médicas e áreas de atuação.

As inscrições, no valor de R$ 450, deverão ser realizadas no portal eletrônico da cooperativa até o dia 31 de agosto.

Devido à pandemia, o processo será predominantemente digital, e haverá um curso que tratará de questões como cooperativismo, governança, compliance e temas relacionados às especialidades escolhidas pelos interessados, bem como uma avaliação escrita e de títulos.
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JORNAL OPÇÃO

Três municípios goianos ainda não registraram casos da Covid-19

Por Fernanda Santos

Gestores atribuem cenário a Deus, no trabalho da administração e cooperação da população. No entanto, reconhecem que doença pode chegar a qualquer momento
Com 109.958 casos confirmados de Covid-19 em Goiás, e 2.516 óbitos pela doença, três municípios ainda permanecem imunes ao coronavírus. Já são 243 cidades com casos registrados no Estado, enquanto Água Limpa, Sítio da Abadia e Novo Planalto, até o momento, não apresentaram casos.
Água Limpa
Em Água Limpa, município de pouco mais de 1.800 habitantes, a 195 quilômetros da capital, o prefeito Valdir do Prado (PP) acredita que Deus e a cooperação da população, junto às ações da administração, têm mantido a pandemia do lado de fora.
“Deus tem abençoado nossa cidade. Fazemos teste com quem tem suspeita, colocamos em isolamento”, conta. “Colocamos barreira sanitária e baixamos um decreto para fechar o comércio. Há uma represa próximo de nós, onde colocamos fiscais. Distribuímos Kit Covid de casa em casa, em toda zona rural também”, falou ao Jornal Opção.
Segundo ele, a população está cooperando e usando máscara. “Até agora não multamos ninguém. Quando pedimos para fechar, todos fecharam direitinho. Todo mundo está trabalhando com álcool em gel na porta”, informou.
Ele também conta que não tem impedido pessoas de entrar na cidade. “Tínhamos barreira sanitária, mas retiramos. Quando o pessoal passava, medíamos a temperatura. Mas dificilmente alguém para aqui”, disse. Ele também explica que há 20 dias liberou o funcionamento do comércio, mas não acredita que isso mudará o cenário do local. “O pessoal está adotando as medidas corretamente. Eu não acho que vai ter perigo em abrir comércio, apesar de eu achar que não vai nenhuma cidade escapar”, avalia.
Sítio D’Abadia
Weber Reis Lacerda (Solidariedade), prefeito de Sitio d’Abadia também acredita que os cuidados conjuntos da gestão e população são os fatores que têm impedido o vírus de chegar ao município. “Até o momento, estamos imunes. Atribuo aos cuidados da população e a nossa gestão que tem feito o trabalho de orientação, barreira, máscara, álcool em gel”, disse.
“A maioria está seguindo as normas. Pessoal de interior, mais pacato, tem muito medo. Eles têm medo de ir contra a determinação e chegar a alguém da família”, contou ao Jornal Opção. “Tem um ou outro [que desrespeita], mas a maioria respeita, tem cisma da doença”, falou.
Ele explica que tem colocado equipes de assistência social e de saúde para monitorar as pessoas, e que as escolas estão com as aulas presenciais suspensas, conforme determinações do Estado. “Já o comércio é muito pacato. A cidade tem pouco mais de três mil habitantes. Adotamos uso de máscaras e álcool em gel. Nesse sentido, todos têm respeitado”, disse.
Assim, como Valdir do Prado, Weber também acredita que a doença pode chegar a qualquer momento no município. “Formoso, de Minas Gerais, por exemplo, está distante apenas dois quilômetros, tem muitos casos. Não tem como impedir. A barreira é uma precaução. A gente dá máscara para quem não tem, mede temperaturas, faz todas as observações necessárias, mas não tem como impedir. A gente sabe. Não chegou ainda por precaução e por sorte do nosso município”, ressalta.
Novo Planalto
Alana Aparecida do Prado Avelar, secretária de Saúde de Novo Planalto, informou que até o momento, a cidade não tem casos, porém monitora 21 pessoas com suspeita da doença.
Ela atribui a boa posição da cidade em relação à pandemia no uso obrigatório de máscaras e as vigilância sanitária e epidemiológica, que seguem fiscalizando. “Deus em primeiro lugar e um sentimento de gratidão a Deus. Alívio pois vivemos momentos de grande emoção”, falou.
Ela conta que as escolas da cidade estão fechadas, mas a prefeitura não determinou fechamento de atividades econômicas. “Os comércios estão abertos com norma da vigilância sanitária e epidemiológica. Até o momento não foi preciso multar ninguém”, disse.
Atualização de dados
O sistema de vigilância da pandemia da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) ainda mostra cinco municípios em Goiás não afetados pela pandemia. No entanto, isso se deve a atrasos na atualização de informações para a pasta.
De acordo com a A SES, a atualização nos dados deve ser realizada pelos próprios municípios no sistema oficial de notificação diariamente.
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O ESTADO DE S.PAULO

Colégios contratam hospitais para voltar
Ensino privado busca apoio técnico para novo protocolo; e parcerias podem continuar
Ludimila Honorato

Colégios particulares de São Paulo que estão se organizando para o retorno às aulas presenciais – ainda sem data definida na capital – contrataram a consultoria de importantes hospitais e laboratórios para elaborar protocolos personalizados. O serviço inclui adaptação das salas de aula, testagem para funcionários e colaboradores, telemedicina e serviços médicos. Além de seguir as recomendações de entidades de saúde, casos de sucesso de outros países também servirão de inspiração.
Os Hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, por exemplo, já têm essa consultoria há quase dez anos, mas direcionada a redes de saúde. "A demanda foi grande, cerca de 50 escolas entraram em contato. Agora, devemos estar com 20 a 30", diz Anarita Buffe, da área de Projetos e Consultoria do Einstein.
O preço dessa consultoria é determinado por vários fatores – área da escola, professores, alunos, espaços internos e prazo. O valor inclui todo o trabalho prestado pela equipe médica posta a serviço. No Albert Einstein, por exemplo, os preços variam entre R$ 80 mil e R$ 250 mil. Na maioria dos casos, fica em torno de R$ 150 mil, diz a consultora Anarita.
Embora os colégios tenham estruturas muito parecidas, a forma como os estudantes circulam pelos espaços e acessam os ambientes são peculiares. Esse é o desafio de todas as consultorias: adaptar as recomendações dos órgãos de saúde à realidade de cada escola. E a preparação não se limita a medir o distanciamento social ou fornecer álcool em gel. "Quando a gente começou a se aprofundar na preparação do colégio, viu que era complexo e era melhor ter um parceiro forte, então entrou o Einstein. Eles têm alguns escopos e um deles é avaliar toda a infraestrutura, o fluxo das pessoas, os protocolos a serem desenhados, o acesso à sala de aula e ao restaurante", relata Caio Thomas, diretor-geral do Colégio Visconde de Porto Seguro, na zona sul da capital.
Preparados. Thomas avisa que o colégio já está pronto para receber os estudantes assim que for definida a data do retorno. A escola investiu em "pistolas" de medição de temperatura e câmeras térmicas para as entradas de maior fluxo. Os bebedouros são ativados por um sensor de aproximação e há mais de 900 pontos de álcool em gel na área. Salas de aula também estão equipadas com câmeras, microfones e tripés para transmitir aulas ao vivo aos estudantes que estiverem em casa.
Na Escola Morumbi de Alphaville, zona oeste da região metropolitana, o mantenedor Diamantino dos Santos Jr. afirma que as alterações serão mínimas. "Nossa escola tem capacidade para mais de 1,8 mil alunos e de manhã recebe aproximadamente 700 – não chega a 35% da capacidade. Mas vamos atender a todas as exigências", diz. A instituição, em fase de compra de equipamentos de temperatura e de sinalizar os espaços, é a mais recente cliente de consultoria do Grupo Fleury.
A principal demanda das escolas é ter o ambiente mais seguro possível para que estudantes, professores, funcionários e colaboradores tenham o menor risco de contágio. De acordo com as necessidades de cada uma, os serviços contratados podem variar. Jeane Tsutsui, diretora de Negócios do Grupo Fleury, diz que "o cuidado integrado envolve avaliação de todos os espaços físicos, orientação sobre o protocolo de segurança, consultoria médica, serviço de telemedicina, suporte a colaboradores e parte de laboratório para exames". Por enquanto, o Fleury atua com duas escolas. Os protocolos têm como base planos de retomada dos governos e recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.
Personalização. A palavra-chave das consultoria é personalização. Com projetos em 24 escolas, o Sírio-Libanês acrescenta às avaliações de espaço, pessoal, oferta de testes e médicos itens como visitas técnicas, avaliação de fluxos e reestruturação das salas de aula, segundo informa sua gerente do Controle de Infecção Hospitalar, Maura Salaroli de Oliveira. Outra aposta das consultorias é na comunicação. As empresas realizam transmissões ao vivo com especialistas e seminários online para professores e colaboradores.
No Colégio Bandeirantes, primeiro a fechar com o Sírio Libanês, a ideia é que o serviço continue sendo prestado após o retomo das aulas. O mesmo será visto no Porto Seguro, que prevê ficar com o suporte do Einstein até dezembro.
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EXTRA

Pesquisa conclui que crianças têm alta carga viral e são mais contagiosas que adultos

Pesquisa da Escola Médica da Universidade Harvard (EUA), uma das mais conceituadas do mundo, concluiu que o potencial de disseminação do coronavírus pelas crianças foi lsubestimado nos últimos cinco meses da pandemia de Covid-19. Ao contrário do que diferentes estudos concluíram, o trabalho, apresentado como o mais abrangente sobre o assunto até agora, apresenta evidências sólidas de que crianças podem ser muito mais contagiosas do que adultos ainda que apresentem apenas sintomas leves.
O artigo, submetido ao periódico científico "Journal of Pediatrics", foi escrito por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, da Escola Médica de Harvard. O trabalho avaliou 192 indivíduos de 0 a 22 anos, dos quais 49 testaram positivo para a Covid-19. Metade deles apresentou febre, sintoma que pode ser confundido com alergias e gripes. Ao todo, 53% deles frequentavam a escola. Outros 18 deram entrada na unidade com a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma complicação da Covid-19 em crianças.
Os cientistas encontraram níveis de carga viral do coronavírus consideravelmente mais altos nas vias respiratórias de crianças nas fases iniciais da doença do que nas de adultos internados em UTI. O alojamento do patógeno nas vias aéreas é um dos principais catalisadores de sua transmissão.
Apenas 27% das crianças que testaram positivo para a Covid-19 por meio do teste RT-PCR, que contabiliza a carga viral, tinham uma comorbidade específica – a obesidade. Nenhuma delas tinha doenças cardíacas, pressão alta ou diabetes.
A maioria dos que contraíram a doença no grupo amostral tinha entre 11 e 16 anos, embora a doença não tenha poupado nem bebês com menos de 1 ano. Já a SIM-P afetou primordialmente aqueles entre 1 e 4 anos. No caso da síndrome, a obesidade não pareceu desempenhar um papel importante.
Para os autores, boa parte dos cientistas incorreram em um erro ao analisar a evolução epidemiológica da pandemia sob a perspectiva sintomática da doença.
Acreditava-se que o número reduzido de receptores do coronavírus nas crianças – a chamada proteína ACE2, pela qual a proteína spike do Sars-CoV-2 entra nas células humanas – levaria a uma menor carga viral, mas o estudo de Harvard quebra esta correlação e alerta que elas podem ser mais contagiosas independentemente da suscetibilidade à Covid-19.
Os autores da pesquisa Alessio Fasano e a médica Lael Yonker afirmaram que o descompasso ocorreu em função da limitação de testes no princípio da pandemia, quando eram testados só pacientes em estado grave.
O argumento de que crianças transmitiriam menos a doença pesou na decisão de se reabrir escolas em diferentes países. Alguns tiveram experiências bem- sucedidas, como Alemanha e Dinamarca; outros viram novos surtos eclodirem após falhas nas medidas sanitárias, como Israel.
A descoberta indica que o retorno às atividades pode se tornar um vetor de transmissão do coronavírus. "Se precauções adequadas não forem adotadas quando os alunos voltarem à escola, as crianças podem causar a próxima onda da pandemia", alertaram Fasano e Lael.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação