Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 30/01 A 01/02/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Brasil deve receber até 14 milhões de vacinas de Oxford em fevereiro

Goiás fecha parceria com União e prefeituras para ativar mais 110 leitos

Goiás registra 350.574 casos confirmados da covid-19

Goiânia não terá ponto facultativo no Carnaval, garante Rogério Cruz

“Equívoco” gerou atraso e fura-filas em vacinação para laboratórios

Anápolis vacina mais de 730 idosos neste domingo

Goiás está perto de alcançar 7,5 mil mortes pela Covid-19

Termo de consentimento informado não isenta médicos e hospitais por erros em cirurgias, diz especialista

Flávia Morais quer indicar George Morais para o comando do Ipasgo

‘Sinto vergonha alheia pela atuação do Conselho Federal de Medicina’, diz Dirceu Greco

Setor privado esbarra em limites para ter vacinas

Opinião – Autonomia do médico deve respeitar a ciência

AGÊNCIA BRASIL

Brasil deve receber até 14 milhões de vacinas de Oxford em fevereiro

Brasília – O Ministério da Saúde informou neste sábado (30/1) que deve receber em meados de fevereiro entre 10 e 14 milhões doses da vacina produzida pela AstraZeneca-Oxford contra a covid-19. A pasta recebeu uma carta do consórcio internacional Covax Facility com as informações sobre o repasse de doses. O grupo faz parte de uma aliança global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir acesso ao imunizante.

O Brasil é um dos 191 países que fazem parte da Covax Facility. Em setembro do ano passado, duas medidas provisórias editadas pelo presidente Jair Bolsonaro garantiram os recursos para que o país participasse do consórcio.

O governo federal também possui parceria direta com o laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford para produção de vacinas, por meio da Fundação Osvaldo Cruz, e com o Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac. 

………….

A REDAÇÃO

Goiás registra 350.574 casos confirmados da covid-19

Taxa de ocupação de leitos de UTI é de 75,50% | 

Jéssica Torres

Goiânia – A pandemia já causou a infecção de 350.574 pessoas por covid-19 em Goiás, sendo 7.486 mortes. Os dados são do boletim divulgado neste domingo (31/1) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). 

Nas últimas 24 horas, foram 185 novos casos da doença. Não há registro de novos óbitos no período. Uma morte foi duplicada no sistema, conforme a SES, no último sábado (30/1) e o número foi corrigido. A taxa de letalidade do vírus no Estado atualmente é de 2,14%. 

Ainda segundo a pasta, há 302.356 casos suspeitos em análise e 198 óbitos suspeitos em investigação. O número de pessoas recuperadas é de 337.687. 

O painel da SES-GO, que monitora os dados sobre a pandemia em Goiás, indica que 75,50% dos leitos de UTI destinados para covid-19 em hospitais públicos e privados estão ocupados. Já na enfermaria, a taxa é de 44,49%. Os números foram atualizados às 15h deste domingo.

…………….

Goiás fecha parceria com União e prefeituras para ativar mais 110 leitos

Goiânia – O governador Ronaldo Caiado anunciou, nesta sexta-feira (29/01), durante entrevista, que o Hospital das Clínicas (HC), da Universidade Federal de Goiás (UFG), ampliará sua capacidade de atendimento para pacientes com covid-19, por meio da contratação emergencial de mão de obra qualificada. Em outra frente de combate à pandemia, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou que começam a ser abertos, já na próxima semana, 110 novos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em vários municípios goianos.  

“Falei com o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares [Ebserh], general Ferreira, que coordena todas as ações do HC. Conseguimos com ele, em tempo recorde, o recrutamento de mais pessoas para ampliar o número de leitos”, afirmou Caiado sobre a parceria fechada com o governo federal. “Vamos contratar cerca de 250 colaboradores até o dia 1º de fevereiro”, declarou o diretor do hospital, José Garcia Neto.

Já o trabalho em conjunto formatado com as prefeituras ganhou mais força depois da reunião realizada, na última quinta-feira (28), entre o governador, o prefeito da capital, Rogério Cruz, e equipes da área da saúde dos três maiores municípios do Estado – Anápolis, Aparecida de Goiânia e Goiânia. A ideia é que o grupo coordene um mapeamento compartilhado do número de leitos existentes, a fim de facilitar a transferência de pacientes graves entre os municípios goianos, quando necessário.

Esse raio X já permitiu à SES operacionalizar a ampliação de atendimento. Está prevista, já a partir da próxima segunda-feira (1º/2), a abertura de 14 leitos de UTI no Hospital de Campanha de Goiânia (HCamp); cinco em Porangatu; e 11 em Senador Canedo, além de outros 20 de enfermaria.

Também estão em preparação mais 10 leitos de UTI no HCamp de Itumbiara; além do redirecionamento para o enfrentamento à Covid-19 de 26 leitos de UTI em Nerópolis, e 10 em Trindade.

Além desses, o HCamp de Itumbiara disponibilizará mais 20 leitos de UTI, caso seja necessário. O Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, também poderá ampliar a capacidade em mais 30 leitos de UTI; e outros 20 devem entrar em funcionamento no Hospital das Clínicas de Jataí.

No total, a parceria entre governos estadual e municipais resultará na ativação de 110 novos leitos de UTI, além da conversão de 36 leitos para pacientes da Covid-19 e das 20 enfermarias.

Hospital das Clínicas

O governador Ronaldo Caiado esteve em Brasília, na última quinta-feira (28), com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratar da ampliação de leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 em Goiás. Preocupado com a segunda onda da doença e com a nova cepa do vírus, que tem uma transmissibilidade 10 vezes maior do que a verificada no ano passado, Caiado traçou medidas preventivas para que o Estado possa superar essa nova fase da pandemia, considerada mais delicada do que a primeira.

“Nós temos que enxergar como as coisas estão encaminhadas. Jamais haverá omissão e nem acovardamento diante das decisões necessárias”, pontuou. “Goiás nunca faltou com quem quer que seja, mas, ao mesmo tempo, precisamos de reciprocidade para trabalhar em benefício da população brasileira, não só do Estado”.

A contrapartida a que Caiado se referia foi proposta e aceita pelo governo federal. Como os HCs são vinculados ao Ministério da Educação (MEC), cabe ao Planalto o pagamento dos profissionais especializados que atuam no tratamento de pacientes acometidos pelo novo coronavírus.

Atualmente, o HC oferta 22 leitos de UTI e vai aumentar de 30 para 40 os de enfermaria para Covid-19. Mas está em negociação com o MEC, Ministério da Saúde, Ebserh, Governo de Goiás e Prefeitura de Goiânia a oferta gradual de até 120 leitos.

………..

Goiânia não terá ponto facultativo no Carnaval, garante Rogério Cruz

Goiânia – O prefeito Rogério Cruz anunciou neste sábado (30/1) que os dias de carnaval não serão de folga para os servidores da Prefeitura de Goiânia. A decisão foi tomada, disse, com o objetivo de inibir viagens e, consequentemente, aglomerações. Com isso, todos os órgãos públicos do município terão funcionamento normal nos dias 15 e 16 de fevereiro (segunda e terça-feira).

Além da orientação recebida por parte do Governo de Goiás, o prefeito conta que o assunto também foi debatido junto à Frente Nacional de Prefeitos (FNP). “A maioria dos prefeitos de capitais brasileiras já se pronunciou quanto à não publicar o decreto do ponto facultativo do carnaval, inclusive de Salvador, e assim nós também vamos seguir e todos servidores municipais estarão incluídos ao expediente regular”, afirmou Rogério. Ele acrescentou que o momento é delicado e que todos precisam de cautela.

“Entendemos que a saúde da nossa população está em primeiro lugar e precisamos pensar em medidas que barrem a evolução dos casos em Goiânia”, ponderou o prefeito Rogério Cruz.

Em Goiânia, por exemplo, já são 98.530 casos confirmados de Covid-19, 434 pessoas acompanhadas em casa e um total de 2.284 óbitos. Segundo o último boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dos 312 leitos disponíveis para Covid-19, 53% dos leitos de UTI estão ocupados, bem como 50% dos leitos de enfermaria.

……………..

MAIS GOIÁS

“Equívoco” gerou atraso e fura-filas em vacinação para laboratórios

Trabalhadores laboratoriais da rede privada seriam foco da ação. No entanto, sindicato aponta que profissionais de outras áreas, como de UTIs móveis estão furando fila e gerando tumulto no local

“Houve um equívoco” em comunicados que convocaram trabalhadores de laboratórios para vacinação específica para este público neste domingo (31), no Setor Universitário, em Goiânia. A afirmação é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), segundo a qual pelo menos um laboratório privado emitiu informativo, que incluía, irregularmente, profissionais de consultórios na ação desta manhã. Segundo entidade que representa estabelecimentos laboratoriais, conflito de informações fez com que funcionários de outras categorias, como de UTIs móveis, conseguissem furar a fila, que dá volta no quarteirão do Centro de Aulas D desde as 5h.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), Christiane do Valle, várias pessoas furaram a fila da vacinação. “O tumulto é provocado por profissionais que trabalham em ambulâncias e UTIs móveis. Vários chegaram dando ‘carteirada’ e conseguiram entrar, inclusive em comboio. Trinta pessoas chegaram a entrar de uma vez, furando a fila que deveria ser exclusiva para laboratórios”, aponta.

 O Mais Goiás tenta contato com mencionado laboratório privado – o qual não é representado pelo Sindilabs – e empresas de UTIs móveis. Espaço segue aberto para manifestação das partes.

Saúde Municipal

Nesta manhã, o Mais Goiás flagrou aglomeração na fila da imunização, cerca de 5 mil pessoas estavam no local sem protocolos de saúde como distanciamento de 2 metros fosse respeitado e fiscalizado. Em nota, a Saúde Municipal afirma que o problema está sendo resolvido e pessoas que não pertencem ao grupo de prioritário estão sendo removidas da fila. O documento, entretanto não diz se pessoas que não teriam direito à vacinação neste domingo receberam as doses. Veja a íntegra:

“A SMS informa que a grande fila que se formou no Centro de Aulas D para a vacinação de trabalhadores de laboratórios já está sendo controlada. Houve um equívoco, e trabalhadores de clínicas e consultórios também compareceram ao local. Já estão sendo feitas as fiscalizações e orientações para que permaneçam somente aqueles que serão destinadas as doses no momento”.

Apenas funcionários de laboratórios devem ser vacinados neste domingo, reforça a SMS.

Laboratórios

Enquanto a Saúde Municipal responsabiliza laboratório privado pelo tumulto, a presidente do Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), Christiane do Valle, aponta que falhas decorrem da própria SMS.

“Foi uma luta muito grade para que conseguíssemos incluir profissionais da linha de frente dos laboratórios na lista prioritária da vacinação. A ação deste domingo deveria ser exclusiva para profissionais que compõe a rede privada de laboratórios. Por um erro gravíssimo, surgiu uma segunda listagem para liberar vacinação para trabalhadores de outras categorias. Várias pessoas que trabalham em UTIs móveis furaram fila. Este, lamentavelmente, não foi o acordado com o secretário Durval Pedroso”, denuncia Valle.

A presidente do Sindilabs, continua. “Gostaríamos de saber porque agentes de saúde não foram aos laboratórios para evitar esse tipo de confusão. Isso foi feito em alguns hospitais e até unidades laboratoriais, mas hoje estamos aqui igual gado. Ao contrário do que estão dizendo, que a situação está sendo resolvida, o tumulto continua”, afirma Valle, que está no local.

……………

Anápolis vacina mais de 730 idosos neste domingo

Cidade foi a primeira de Goiás a entrar na segunda fase da imunização contra a Covid-19

A prefeitura de Anápolis foi a primeira de Goiás a entrar na segunda fase da vacinação contra a Covid-19. Após imunizar profissionais de saúde da linha de frente e idosos de abrigos, a secretaria de Saúde do Município atendeu, só neste domingo (31), mais de 730 idosos, já cadastrados na Secretaria de Saúde.

Destaca-se que a vacinação de idosos com idade acima de 85 anos foi feita no domicílio dos pacientes, após o cadastro via sistema do Zap da Saúde. Além disso, a prefeitura, para agilizar a vacinação, decidiu realizar o Imuniza Anapolis – uma vacinação no sistema drive-in -, em três pontos de vacinação, cada um com quatros postos atendendo simultaneamente. O resultado foram 731 idosos vacinados da população em geral, neste domingo.

“Estamos avançando nos cuidados à população em relação a Covid 19. A vacina representa a nossa grande ação de combate a esta doença em todo o mundo. Para nós, em Anapolis, essa foi uma forma de avançar com mais celeridade na imunização do nosso grupo de risco. Queremos ir além com a mesma intensidade e ir baixando a idade, 75, 70 anos conforme a demanda da vacinas. Ações como estas serão prioridade a fim de dar tranquilidade aos anapolinos”, declarou o prefeito Roberto Naves (Progressistas).

Fases

Ao todo, o plano de vacinação possui cinco fases. Na primeira, recebem a imunização profissionais de saúde que atuam diretamente no tratamento da Covid-19, idosos que vivem em asilos e seus cuidadores e indígenas.

Ainda na primeira, mas após estes, guardas municipais, agentes funerários, equipes da Fundação de Ação Social (FAS) e estudantes de cursos de Saúde que fazem estágio na área. Na segunda, entram os idosos que não vivem em asilos (começando pelos com mais de 80, depois de 79 a 75; 74 a 70; 69 65; e 64 a 60), além dos presos e agentes carcerários.

Na terceira é a vez das pessoas cujos problemas de saúde podem agravar o quadro da Covid-19 e os moradores de rua. Já na quarta, trabalhadores dos serviços essenciais serão imunizados. Na quinta e última, os demais.

Vacinação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial das vacinas, no País, no último dia 17, e o governador Doria iniciou a vacinação no mesmo dia, antes da distribuição Ministério da Saúde — ato classificado pelo ministro Eduardo Pazuello como ilegal.

Em Goiás, a primeira vacina contra a Covid foi ministrada na tarde do dia 18 janeiro, justamente, em Anápolis. A pessoa escolhida foi Maria Conceição da Silva, de 73 anos, moradora do abrigo Abrigo dos Velhos Professor Nicephoro Pereira da Silva.

………………..

Goiás está perto de alcançar 7,5 mil mortes pela Covid-19

Ao todo, são 7.486 óbitos desde o começo da pandemia e 350.574 pessoas contaminadas

Segundo a secretaria de Estado de Saúde Goiás (SES-GO), neste domingo (31) se registrou 7.486 óbitos pela Covid-19, desde o início da pandemia. Ao todo, foram contaminadas 350.574 pessoas.

Destaca-se, ainda, que há 302.356 casos suspeitos em investigação, enquanto 219.408 casos. Em relação a mortes, os casos suspeitos são 198.

Até o momento 337.687 pessoas já se recuperaram. A letalidade da doença em Goiás, segundo a SES-GO, é de 2,14%.

Painel

painel da Covid-19 de Goiás informa, neste domingo, às 16h38, que o maior número de infectados atinge a faixa etária de 30 a 29 anos, com 83.692 confirmações. De 10 a 14 estão os que menos se contaminaram, com 6.956.

Por sexto, homens representam 46,54% dos infectados, enquanto mulheres, 53,45%. O número se inverte em relação a óbitos: 58,42% eles e 41,58% elas.

Já por idade, morreram mais aqueles entre 70 e 79: 1.950. Os óbitos, por sua vez, são menores na faixa etária de 10 a 14, com somente quatro registros.

Vacinação

A SES-GO informa, ainda, que, até sexta-feira (29), foram vacinadas contra a Covid-19, em Goiás, 75.496 pessoas.

……………….

JORNAL OPÇÃO

Termo de consentimento informado não isenta médicos e hospitais por erros em cirurgias, diz especialista

Por Isabel Oliveira

Documento detalha ao paciente todas as consequências de uma cirurgia, dando a ele a escolha de realizar ou não o procedimento

A advogada, mestre e doutora em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), especialista em direito médico, Mérces da Silva Nunes explicou em entrevista ao Jornal Opção, que a assinatura do Termo de Consentimento Informado, conhecido como Termo de Consentimento Livre e Esclarecido não isenta médico e hospital de responderem por erros.

Segundo a advogada, o termo é um documento que tanto o médico quanto o hospital entregam para o paciente  esclarecendo todas as consequências e ocorrências que podem surgir decorrente do procedimento cirúrgico. “É um documento que na verdade permite que o paciente tendo conhecimento dos riscos possa decidir se ele faz ou não a cirurgia, mas nem mesmo o médico e o hospital vai estar livre de responder pelos erros praticados”, pontua.

Mérces diz que todo procedimento cirúrgico precisa de um termo de esclarecimento e de consentimento, porém, não existe uma regra pré-estabelecida da forma que isso deve ser apresentado. “O mais adequado seria que antes da cirurgia, na consulta o médico deveria dar ao paciente este termo de esclarecimento sendo lido e assinado na presença do médico, se ele paciente está de acordo ou não. É o momento que o paciente tem para tirar as dúvidas conforme ele vai lendo o termo e sabendo das possíveis consequências”, enfatiza.

O direito de não assinar

De acordo com a especialista, o paciente tem o direito de não assinar, mas o médico tem também o direito de não operar o paciente. “O termo de consentimento é um documento que dá ao médico a prova de que ele informou o paciente das possíveis ocorrências daquele procedimento. Então, o termo na verdade é uma segurança para o médico e para o hospital de que o paciente foi informado de todos os riscos do procedimento”, diz Mérces.

Um dos casos mais comuns é a questão da cicatriz. A advogada explica que as vezes o processo de cicatrização é diferente de pessoa para pessoa.  “Esse esclarecimento precisa tecer no detalhe de acordo com o que o médico está avaliando e ele deve explicar para o paciente todas as possibilidades, tudo que pode acontecer, inclusive da cicatriz não ficar tão perfeita, na grande maioria é o que acontece. São detalhes que o paciente precisa estar muito bem informado e isso é papel tanto do médico, quanto do hospital, principalmente, em relação as infecções hospitalares que pode acontecer”, afirma.

Quanto a validade

O termo é um documento permanente, com validade para antes, durante e depois da cirurgia. “Se houver um desdobramento que o paciente entenda como um desvio da cirurgia diferente daquilo que ele esperava. A cirurgia plástica é uma cirurgia de resultados, então aquilo que está sendo esperado é o que deve acontecer. Este termo vai regular a relação médico e paciente de forma permanente “, esclarece Mérces.

Segundo a especialista, o Brasil é um dos campeões em cirurgia plástica e as pessoas precisam antes de realizar um procedimento cirúrgico, principalmente estético,  saber se o médico está inscrito na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “O paciente precisa se certificar, procurar saber os resultados de outros procedimentos  cirúrgicos que o médico fez e se cercar de todas as informações tirando com o médico as dúvidas na realização daquele determinado procedimento”, alerta.

No caso de morte, a advogada explica que depende da causa do óbito. “Se o paciente era cardíaco, por exemplo, dificilmente o cirurgião plástico teria feito uma cirurgia estética. A primeira grande orientação, é que o médico deve levantar todas as possibilidades de intercorrência que aquele paciente possa apresentar. No caso de morte, isso será investigado e se houve alguma negligência do  médico, isso é um procedimento criminal que vai ter que ser apurado e eventualmente caberá uma ação de reparação de danos materiais e morais em virtude do falecimento, mas isso se houver erro por parte do médico e ficar provado isso”, conclui.

…………………….

Flávia Morais quer indicar George Morais para o comando do Ipasgo

Deputado diz que Hélio Lopes é “burocrático”. Mas o governador Ronaldo Caiado aprova sua gestão eficiente e sem escândalos

Um grupo de deputados avalia que o governador Ronaldo Caiado deve trocar o presidente do Ipasgo, Hélio Lopes. “Hélio não é da área de saúde e é um tanto burocrático. Poderia funcionar melhor noutra secretaria, como a de administração”, afirma um deputado. “Um dos problemas dele é a vaidade — é tudo ‘eu, eu, eu’, e nunca ‘nós’”, diz um segundo parlamentar. Os dois são da base governista.

O grupo da deputada federal Flávia Morais, do PDT, reivindica o Ipasgo para o médico George Morais, ex-prefeito de Trindade. Mas há o receio de que o órgão seja instrumentalizado politicamente.

No momento, a gestão do Ipasgo é considerada eficiente por médicos de várias áreas. Hélio Lopes, escolha pessoa ldo governador Ronaldo Caiado, estaria “prestigiado”.

Neste momento, pressões políticas, a um ano e oito meses das eleições, são levadas em consideração. Mas Ronaldo Caiado não tem apreço por quem excede nas pressões, ultrapassando os limites.

…………………

BRASIL 247

‘Sinto vergonha alheia pela atuação do Conselho Federal de Medicina’, diz Dirceu Greco

Professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e presidente da Sociedade Brasileira de Bioética, o médico Dirceu Greco criticou a atuação o Conselho Federal de Medicina (CFM) na pandemia do coronavírus.

“Sinto vergonha alheia”, disse ele à TV 247. “As coisas foram piorando. Como em uma situação de falta de oxigênio em Manaus, levam medicamento sem efeito?”, questionou.

O médico destacou que não existe tratamento precoce para a Covid-19, como já recomendaram Jair Bolsonaro e o ministério da Saúde.

“Não tem ponto ético”, disse. “O primeiro ponto é saber qual é o sintoma. Depois de confirmar a Covid-19, o médico vai verificar se é necessário internar. Senão o paciente passará por tratamento sintomático, como repouso e medicamento para tratar a febre. Não tem tratamento precoce”, complementou.

O médico também defendeu a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS). “A barbárie que vivemos está mitigada por causa do SUS. A atenção básica deve ser financiada e valorizada porque lá é a porta de entrada. Toda vacina tem que ser pelo SUS e não por firmas privadas”.

………………

FOLHA DE S.PAULO

Setor privado esbarra em limites para ter vacinas

Restrição de oferta imposta por estágio da vacinação nos países e riscos para empresas inviabilizam acordos

Ricardo Balthazar

As negociações conduzidas por empresários brasileiros na tentativa de obter vacinas contra a Covid-19 nas últimas semanas esbarraram em limites impostos pelo estágio amai das campanhas de vacinação, que avançam lentamente na maioria dos países que já aplicaram as primeiras doses.

O principal obstáculo é que as restrições a uma oferta mais ampla de vacinas ainda são muito grandes no mundo, e mesmo os laboratórios que largaram na frente e já estão produzindo e distribuindo imunizantes enfrentam dificuldades para cumprir compromissos assumidos com países mais ricos do que o Brasil.

“Não há vacinas para vender no curto prazo”, diz Gonzalo Vecina Neto, ex-chefe da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e ex-superintendente do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “As que já foram testadas e aprovadas e estão em produção já foram todas vendidas.”

Mesmo se os laboratórios que já estão distribuindo seus imunizantes conseguissem separar parte da produção para vendê-la diretamente a clientes privados.isso despertaria desconfianças e prejudicaria a reputação dos fabricantes. “O risco para a imagem dessas empresas é enorme”, diz.

Isso explica a maneira enfática com que o laboratório AstraZeneca procurou se distanciar da iniciativa de um grupo de empresários brasileiros que abriu negociações para comprar um lote de vacinas da empresa, que j á tem acordo paraf ornecer 100 milhões de doses ao sistema público de saúde no Brasil.

Ligados à Coalizão da Indústria, os empresários receberam apoio do governo Jair Bolsonaro, após se comprometerem a destinar ao setor público metade das vacinas que comprassem. Após a iniciativa ser revelada pela Folha, grandes empresas se afastaram e surgiram dúvidas sobre os interlocutores.

A AstraZeneca reafirmou compromissos assumidos com o Brasil e outros países e disse que não tem como oferecer vacinas para o setor privado agora. O fundo de investimentos BlackRock, acionista do laboratório que foi apontado como interlocutor pelos negociadores, negou ter participado das conversas.

A AstraZeneca, que se comprometeu a fornecer 400 milhões de doses aos países da União Européia, anunciou na semana passada que só conseguirá entregar 31 milhões das 80 milhões de doses prometidas para o amai trimestre, alegando problemas técnicos com uma de suas fábricas, na Bélgica.

O grupo de empresários que se articulou com o governo Bolsonaro afirmou negociar a compra de 33 milhões de doses do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. Eles dizem que cada dose custaria US$ 23,79, o que elevaria a fatura a US$ 785 milhões.

O preço é 4,5 vezes o valor pago pela Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde, pelo primeiro lote de vacinas da AstraZeneca que chegou ao país, com 2 milhões de doses importadas do Instituto Serum, laboratório indiano que é o maior parceiro dos britânicos. Cada dose custou US$5,25.

A Fiocruz espera receber da China até o início de fevereiro o principal insumo necessário para começar a fabricar a vacina no Brasil, conhecido como Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). A previsão é que a primeira remessa será suficiente para produção de 7,5milhões de doses do imunizante.

Uma das cláusulas do contrato da Fiocruz com a Astra- Zeneca, assinado em setembro do ano passado, permite que a fundação ceda direitos e obrigações a terceiros se houver concordância do laboratório, mas a fundação descarta a possibilidade de o dispositivo ser usado para atender demandas privadas.

“A premissa original do contrato da AstraZeneca com a Fiocruz é garantir a produção nacional da vacina para a população brasileira, pelo Sistema Único de Saúde”, disse a fundação, por meio de nota. “O contrato não prevê a comercialização ou aquisição de vacinas pelo setor privado.”

Hoje, só a Fiocruz tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil para importar as vacinas da AstraZeneca, em caráter emergencial. A fundação deve protocolar em breve pedido de registro definitivo, necessário para a distribuição das doses que serão produzidas no Brasil.

Segundo a legislação brasileira e as normas da Anvisa, só detentores do registro definitivo podem importar vacinas. Mesmo se chegassem a um acordo com a AstraZeneca, os empresários envolvidos com as negociações só poderíam receber a mercadoria no Brasil após cumprir os trâmites na agência.

Em paralelo à iniciativa dos empresários da indústria, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas negocia a compra de 5 milhões de doses da vacina Covaxin, que está sendo desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. O objetivo é oferecer o imunizante a clientes das clínicas particulares.

De acordo com o jornal Valor Econômico, os termos negociados com a empresa permitem compras pequenas, de no mínimo 2.000 doses e no máximo 400 mil, apreços que variam conforme o tamanho da encomenda, de US$ 32.71 a dose nas aquisições mais volumosas até US$ 40.78 para as menores.

A Precisa Medicamentos, que representa a Bharat no Brasil, diz que sua prioridade é atender demandas do setor público se o governo demonstrar interesse, mas que o laboratório decidiu separar parte da produção para o setor privado e não destinará essas doses a nenhum governo.

Os testes clínicos que avaliam a eficácia do imunizante indiano ainda não foram concluídos. Só depois que isso ocorrer é que o registro para distribuição no Brasil poderá ser solicitado. Como não há exames sendo feitos no país, a legislação impede que o produto seja importado em caráter emergencial.

Especialistas afirmam que as restrições na oferta tendem a diminuir ao longo deste ano, com o aumento da produção dos principais laboratórios e a chegada ao mercado de novas vacinas ainda em desenvolvimento, como a da Bharat. Isso abriría espaço para atender demandas do setor privado.

Em países como o Brasil, em que a maioria dos integrantes dos grupos mais vulneráveis definidos como prioritários, como profissionais de saúde e idosos, ainda terá que esperar meses para receber sua primeira dose, o mais provável é que o cenário demore para mudar, segundo os especialistas.

“Criar uma via de acesso às vacinas para quem ainda não chegou na frente da fila cria problemas éticos tão grandes a essa altura que torna inviáveis essas iniciativas”, diz Adriano Massuda, da Fundação Getúlio Vargas. “Não há ganho econômico que compense o custo para a reputação das empresas”.

Criar uma via de acesso às vacinas para quem ainda não chegou na frente da fila cria problemas éticos tão grandes a essa altura que torna inviáveis essas iniciativas.

Não há ganho econômico que compense o custo para a reputação das empresas Adriano Massuda Fundação Getúlio Vargas

…………………..

Opinião – Autonomia do médico deve respeitar a ciência


Foi com tristeza e estupefação que lemos o artigo do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, publicado nesta Folha (“O Conselho Federal de Medicina e a Covid-19; 25.jan.2021). Seu objetivo parece ser defender a entidade dos abaixo-assinados de diversos grupos de médicos, que exigem a condenação explícita do “tratamento precoce” da Covid-19, em particular com a hidroxicloroquina. Ele incorre em três erros gravíssimos: primeiramente, atribui a uma suposta atitude crítica ao presidente da República, Jair Bolsonaro, a oposição ao uso da droga.

O segundo equívoco é a afirmação de não haver na literatura definição quanto à eficácia do remédio. Porém, há muitos meses os resultados de todos os estudos clínicos randomizados controlados (o padrão ouro), com poder estatístico adequado, chegaram ao mesmo resultado: a ineficácia da hidroxicloroquina. Foi assim com o Recovery, realizado no Reino Unido e organizado pela Universidade de Oxford; com o Solidarity, conduzido em vários países, incluindo o Brasil, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS); e no A5395, nos Estados Unidos, desenvolvido pelo National Institutes of Health. Nos três, foram incluídos aproximadamente 10 mil pacientes, desde casos muito leves até gravíssimos. Além de ineficaz, a hidroxicloroquina associou-se com maior frequência a eventos adversos e, em alguns subgrupos, com pior prognóstico.

O terceiro e mais grave erro é alegar a autonomia do médico para prescrever, visando justificar a omissão do CFM. O Código de Ética Médica é explícito ao afirmar, em seu artigo 113, ser vedado ao médico “divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente”.

As recomendações para tratamento da Covid-19 das sociedades científicas internacionais são unanimemente contrárias ao uso de hidroxicloroquina. Com certeza, os membros dos comitês que as escreveram não estavam pensando nas disputas entre apoiadores e críticos do presidente da República do Brasil.

Em sua nota, dr. Britto busca desqualificar profissionais não médicos que opinam sobre a interpretação de estudos clínicos. Ele parece ignorar que numerosos farmacêuticos, biólogos, estatísticos e enfermeiros, dentre outros, participam da elaboração dos trabalhos. Portanto, estão qualificados, sim, para interpretar os resultados.

Assim, já passa da hora de dr. Britto separar a ciência da política. É inaceitável que, com mais de mil mortes por dia no Brasil, o CFM permita que médicos sigam estimulando na mídia o uso de drogas comprovadamente ineficazes (hidroxicloroquina) ou de eficácia não comprovada, como ivermectina e nitazoxanida.

Celso Ferreira Ramos, José Gomes Temporão, Cláudio Tadeu Daniel,  Margareth Dalcomo, Mauro Schechter, Patrícia Brasil

……………

Rosane Rodrigues da Cunha 
Assessoria de Comunicação