ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Pacientes reclamam da demora no atendimento em unidades de saúde de Goiânia
Bebê é encontrada dentro de mala em Aparecida de Goiânia
Aumenta o número de procedimentos estéticos; campanha reforça a importância de as pessoas procurarem o profissional mais habilitado
Os 5 passos “corretos” para o atendimento de saúde
Detran suspende médico preso suspeito de abusar de pacientes durante exames para CNH em Goiás
Césio-137: “Até hoje somos discriminados”, diz presidente de associação
"Infartei aos 30 anos e larguei tudo para ser médico"
Programa Mais Médicos oferta 2.394 vagas a brasileiros
Casal será indenizado por suspensão de plano de saúde sem aviso prévio
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Pacientes reclamam da demora no atendimento em unidades de saúde de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/pacientes-reclamam-da-demora-no-atendimento-em-unidades-de-saude-de-goiania/5824308/
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TV SERRA DOURADA
Bebê é encontrada dentro de mala em Aparecida de Goiânia
https://www.youtube.com/watch?v=UymNsVxwd9U
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PORTAL TERRA
Aumenta o número de procedimentos estéticos; campanha reforça a importância de as pessoas procurarem o profissional mais habilitado
O Brasil é o segundo país do mundo em número de cirurgias plásticas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Realiza 1,5 milhões de procedimentos ao ano. A proximidade do inverno eleva em até 60% o número desses procedimentos porque, entre outros motivos, o período favorece o pós-operatório. As férias escolares, que permitem um maior aproveitamento no tempo de recuperação dos pacientes que têm filhos na escola e/ou estudam, são outras razões pelas quais o inverno é mais escolhido pelos pacientes para se submeterem a uma plástica.
Aumento de mama, lipoaspiração e abdominoplastia são os procedimentos mais procurados (entre as estéticas no sexo feminino). Tumores vêm em primeiro lugar (entre as reparadoras). Pesquisas recentes mostram que os homens vêm deixando de lado os tabus e com frequência cada vez maior também passam a recorrer à plástica por questões estéticas.
Apesar dos números expressivos, o país não consta entre os primeiros onde as pessoas procuram realizar uma plástica com profissionais experientes. Colocam a sua saúde e a sua vida em risco, acreditando em falsos milagres e em promoções ilusórias, feitas por pessoas sem experiência e o devido preparo.
Por isso, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Paraná (SBCP-PR), acaba de lançar a campanha Cirurgia Plástica é com Cirurgião Plástico . A ofensiva já pode ser visualizada nas redes sociais e nas ruas de Curitiba, de Londrina e Maringá. Painéis eletrônicos e outdoors estão espalhados em pontos estratégicos e com bom fluxo de público dessas cidades. O objetivo é o de incentivar as pessoas a procurarem informações detalhadas a respeito do profissional com quem pretendem se consultar.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Paraná, Dr. Renato Freitas, é preciso ficar atento aos riscos de um procedimento cirúrgico e seguir todas as recomendações. A primeira é procurar um cirurgião plástico, membro da SPCP. No Paraná, essa busca pode ser feira pelo site da entidade – www.sbcp-pr.org.br; ou no portal do CRM-PR – www.crmpr.org.br. Em seguida, esgotar com ele todas as dúvidas sobre os procedimentos pré e pós-operatório, fazer um exame rigoroso cardiológico e marcar uma entrevista com o anestesista, que vai realizar a operação.
Pergunte ao seu cirurgião
Sou mesmo candidato à cirurgia plástica?
Estou na faixa etária adequada para realizar uma plástica?
O Sr. pode falar sobre a sua experiência cirúrgica?
Pertence aos quadros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica?
As instalações aonde realizarei o procedimento são seguras?
Quais cuidados devo tomar em todas as fases da cirurgia?
Procedimentos mais requisitados
Entre as mulheres: lipoaspiração, lifting facial e pálpebras
Entre os homens: correção das orelhas em abano (na infância até a juventude); correção das mamas (entre os 20 e 30 anos); lipoaspiração, lipoescultura e implantes capilares (entre os 30 a 40 anos); Blefaroplastia (50 a 60 anos); lifting (a partir dos 60 anos)
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PORTAL SAÚDE BUSINESS
Os 5 passos “corretos” para o atendimento de saúde
A segurança do paciente e a gestão financeira dos hospitais são questões sine quo non para uma saúde de qualidade. Nesse contexto, a logística hospitalar tem se configurado como atividade essencial para reverter alguns dos cenários negativos que temos atualmente. Mas, para isso, ela precisa contar com processos bem estruturados, tecnologias de ponta, capacitação do capital humano e gerar valor agregado.
Pelos motivos apontados e considerando que abril é um mês simbolicamente dedicado à Segurança do Paciente, apresento aqui os “5 corretos”, fundamentais para a garantia dessa segurança e também para a melhor gestão financeira das instituições de saúde:
Medicamento correto
Para garantir que o medicamento correto seja administrado ao paciente indicado é necessário realizar a rastreabilidade desse produto desde o seu recebimento, passando pela armazenagem correta, unitarização e serialização, para então ser entregue ao profissional que fará a administração ao paciente, que por sua vez deverá estar devidamente identificado com pulseira contendo, preferencialmente, código de barras data matrix integrada ao sistema geral. Com o suporte de tecnologia de ponta, é possível ainda cruzar os dados desse medicamento com o paciente e profissional, garantindo em 100% a integridade da cadeia do atendimento.
Dose correta
A dose correta é fundamental para garantir a qualidade do tratamento e também a segurança do paciente. Segundo Estudo da Universidade de São Paulo, 14,4% das falhas relacionadas à medicação são provenientes da dosagem incorreta. Nesse processo, a unitarização se torna fundamental, já que ela reduz os medicamentos em sua dose mínima de consumo, permitindo que chegue ao paciente exatamente o que ele deve e precisa consumir. Também, com o auxílio de tecnologia e integração de sistema, é possível avisar o profissional que está administrando o medicamento que aquela é a dose a ser dada.
Via correta
Intravenosa, oral, entre outras. A via correta de acesso do medicamento é importante para o melhor resultado do tratamento, e para a natureza e quantidade a ser administrada para cada paciente. Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo aponta que 6,1% dos erros relacionados a medicamentos são dessa natureza. A logística hospitalar é responsável pelo envio de kits contendo seringas e outros insumos necessários para aplicação e também pelo envio dos medicamentos corretos para cada tipo de administração.
Hora correta
Também de acordo com a pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 77,3% dos erros de medicação estão ligados ao horário da administração. Esse é um erro comumente cometido em casa também, onde o paciente se esquece de tomar o remédio na hora correta. A checagem da hora é essencial para garantir a qualidade do tratamento e também evitar riscos ao paciente, por ingestão de elevadas quantidades em menor tempo ou por receber a medicação em períodos mais espaçados do que o necessário.
Paciente correto
O ciclo do medicamento se encerra com o paciente. Por isso, a identificação correta desse indivíduo é fundamental para garantir que todo o fluxo siga seu curso sem intercorrências e podendo, assim, garantir a segurança desse paciente e também resguardar profissionais e instituições de saúde.
Mayuli Fonseca, diretora de novos negócios da UniHealth Logística Hospitalar
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PORTAL G1
Detran suspende médico preso suspeito de abusar de pacientes durante exames para CNH em Goiás
Órgão disse que abriu um processo administrativo para apurar conduta do profissional. Em conversa com mãe de uma vítima, médico negou abuso;
O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) anunciou, nesta segunda-feira (24), que suspendeu preventivamente o médico Goiá Fonseca Rattes, de 69 anos, preso suspeito de abusar de pacientes durante a retirada e renovação de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Em uma conversa com a mãe de uma das vítimas, o médico negou ter tocado no corpo da jovem (veja vídeo acima).
Em nota enviada pela gerência de comunicação do órgão, o Detran-GO disse que “repudia quaisquer condutas que estejam em desacordo com a legalidade e moralidade, especialmente, as que atentam contra o bem-estar e a dignidade humana”.
Além disso, informou que um processo administrativo foi aberto pela Gerência de Auditoria do Detran-Go para apurar a conduta profissional do médico, que, dependendo do resultado, pode resultar no descredenciamento.
“Para embasar o processo, foi feito contato com a Polícia Civil e solicitado os dados que constam no inquérito instaurado”, informou a nota.
O médico foi preso na última quinta-feira (20), em Valparaíso de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, duas mulheres, de 20 e 43 anos, denunciaram o caso à corporação, alegando que o profissional apalpou os seios delas e as mandava abaixar.
Segundo as vítimas, o profissional dizia que as carícias eram normais e faziam parte do procedimento.
O G1 tenta localizar a defesa do médico.
Em nota ao G1, o a assessoria de comunicação do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) informou que "tomou conhecimento da denúncia contra o médico Goiá Fonseca Rattes pela imprensa e vai instaurar uma sindicância para apurar o caso".
Denúncia
As duas pacientes que procuraram a Polícia Civil para denunciar o médico haviam se consultado no dia 12 de abril. Responsável por investigar o caso, a delegada Isis Leal explicou que, segundo as vítimas, o médico realizava procedimentos desnecessários para tirar ou renovar CNH.
“Ele pedia que as vítimas agachassem, mesmo de vestido. Tocava partes dos corpos não necessárias, pedia que as vítimas levantassem as blusas e ficava observando, apalpando os seios delas. Isso tudo com a desculpa de verificar se tinha alguma doença ou problema”, disse à TV Anhanguera.
Ao ser preso, o médico também negou os abusos para a polícia. “Ele negou que tivesse tocado as vítimas de qualquer forma e que tenha feito carinhos, como elas confirmaram que aconteceu, e disse que a atitude dele foi normal para o procedimento médico, que seria um clínico que atendia há muito anos e que nunca havia uma reclamação do mesmo sentido”, relatou a delegada.
O médico deve responder por violação sexual mediante fraude. Ele está preso preventivamente.
Nega em vídeo
O médico negou que apalpou os seios das mulheres. A declaração foi feita para a mãe de uma das vítimas, de 20 anos. Um vídeo registra a conversa:
– Médico: Perguntei para ela, em termos técnicos, se ela tem ovário policístico.
– Mãe: O senhor perguntou isso depois que apalpou os seis dela?
– Médico: Não, foi antes.
– Mãe: Então o senhor confirma que apalpou os seios dela?
– Médico: Não apalpei os seios dela.
http://g1.globo.com/goias/noticia/detran-suspende-medico-preso-suspeito-de-abusar-de-pacientes-durante-exames-para-cnh-em-goias.ghtml
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JORNAL OPÇÃO
30 anos depois
Césio-137: “Até hoje somos discriminados”, diz presidente de associação
Por Marcelo Gouveia
Fórum Permanente Sobre o Acidente com o Césio-137 foi lançado na manhã desta segunda-feira em Goiânia
Foi lançado na manhã desta segunda-feira (24/4), na Assembleia Legislativa de Goiás, um fórum permanente para debater o acidente radiológico com o Césio-137 que, em setembro de 2017, completa 30 anos. A ação tem como principal objetivo colocar em destaque a restauração da cidadania das vítimas e a preservação da memória da tragédia.
Na solenidade de abertura do lançamento do Fórum Permanente Sobre o Acidente com o Césio-137, o presidente da Associação dos Contaminados, Irradiados e Expostos ao Césio-137 (Aciec), João de Barros Magalhães, discursou sobre a importância da iniciativa e comentou a discriminação que as pessoas afetadas pelo acidente ainda sofrem.
“Até hoje, somos discriminados. Um acidente tão sério que não é debatido com o destaque que merece pelas autoridades, por isso os problemas com as vítimas vêm se arrastando ao longo dos anos”, ressaltou João de Barros.
Representando a Associação das Vítimas do Césio-137 (AVCésio), Suely Lina de Moraes também participou do evento na Alego. Na ocasião, ela reivindicou do Poder Público maior amparo aos associados. “Mesmo após 30 anos, o acidente ainda pode ter consequências gravíssimas para as vítimas”, lembrou.
Ela explica que a AVCésio tem 1.200 pessoas associadas, sendo que 16 delas recebem R$ 1.560,00 de pensão e o restante recebe R$ 780,00. “Todos temos problemas de saúde e muitos dos médicos não sabem dar diagnóstico para nós. Antigamente, eles davam remédios a todas as vítimas, agora não fazem isso mais e não temos condições de pagar, pois a pensão é mínima.”
Relato
Durante o lançamento do fórum, Santos Francisco de Almeida, representante das vítimas militares e seus descendentes, também falou sobre o preconceito que ele e sua família sofreram durante os 30 anos de acidente com o material radioativo.
“Minha filha que é vítima de segunda geração, passou por 11 escolas pois nenhuma queria que ela estudasse e não davam respaldo necessário por ela ser vítima do césio. Além disso, quando ela foi adentrar em um curso superior sofreu bullying da própria coordenadora do curso”, contou.
Ele ressalta sua indignação com tal situação, pois lembra que a filha teve que terminar os estudos em uma cidade do interior, o que ainda assim não impediu que sofresse perseguição. “A situação trouxe prejuízos emocionais, financeiros e também intelectuais à minha filha. Mesmo migrando para o interior do Estado ela não consegue ser respeitada como cidadã”, lamenta.
Iniciativa
Coordenador do grupo responsável pela criação do fórum, o professor Júlio Nascimento explica que os objetivos da iniciativa vão muito além de fazer debates sobre os problemas enfrentados pelas vítimas. “Vamos analisar a situação atual das vítimas, lutar por direitos como assistência à saúde, remédios e pensões”, sustenta.
Júlio Nascimento informa que com o reforço de diversas instituições de Goiás, do Brasil e também do exterior, as atividades do fórum serão levadas até a sociedade por meio de seminários, palestras, visitas dirigidas pelas vítimas aos locais do acidente e, também, por meio da internet. “Vamos trazer especialistas de outros locais do país e do mundo para pontuarmos mês a mês as atividades relacionadas às questões do Césio-137″, acrescenta.
De acordo com ele, o espaço ficará aberto à participação de todas as pessoas e instituições que, compartilhando de seus objetivos, “queiram somar forças por meio de projetos, experiências, estudos, pesquisas, reflexões e produções artísticas” sobre o tema. (Com informações da Alego)
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DIÁRIO DA MANHÃ
"Infartei aos 30 anos e larguei tudo para ser médico"
João Paulo Mauler não se enquadrava em fatores de risco como tabagismo e pressão alta, mas três artérias entupiram; depois da cirurgia decidiu fazer Medicina
Naquela manhã de sábado, em dezembro de 2012, João Paulo Mauler acordou com uma dor que nunca havia sentido. Relembrando o episódio que mudaria sua vida, ele leva as mãos ao centro do peito, como a "esmagar" algo.
"Era um aperto muito forte, uma dor que foi se agravando. No hospital, o médico do plantão queria me liberar, dizendo que era algo à toa, que ninguém na minha idade tinha "essas coisas"", recorda o estudante de 36 anos, de Juiz de Fora (MG).
João só fez todos os exames porque a mãe insistiu com a equipe médica, citando o histórico de problemas cardíacos do pai do estudante.
Mais conversa, menos exames e remédios: o que propõe o movimento por "Medicina sem Pressa"
"Saí do exame e soube o que acontecera comigo da pior forma possível. Estava no CTI e chegou um médico com uma turma de alunos de Medicina. Ele viu a papelada na minha cama, disse "esse aí infartou" e saiu andando. Fiquei desesperado."
Ou seja, João, à época com 30 anos, teve, sim, "essas coisas": um infarto, mesmo sem se enquadrar em fatores de risco como tabagismo e pressão alta. Três artérias estavam entupidas.
Passado o susto do diagnóstico, o estudante fez uma cirurgia para desobstruir o coração e teve uma recuperação tranquila. Mas algo tinha mudado.
Laudo da cirurgia de desobstrução cardíaca de João Paulo Mauler; senso de urgência e interesse pela Medicina após tratamento
À época do infarto, João tinha diploma de Comunicação Social e atuava em um cargo administrativo numa fundação do Estado.
"Não estava infeliz, mas também não estava realizado. Não tinha coragem de abandonar o trabalho e nem sabia o que seguir. Mas fui sentindo um senso de urgência e de não esperar para realizar meus sonhos e objetivos."
"Por que não?"
Ao final do tratamento, após ter lido muito e questionado os médicos sobre cada etapa, ele confessou à irmã: "Tenho a maior vontade de fazer Medicina".
E ouviu: "Por que não faz?". Era o estímulo que precisava.
Faz mal comer ovo todos os dias?
"Por um lado pensava que estava velho para outra graduação, mas o que passei me dizia que devia sair da zona de conforto. Não fiquei mais deixando a vida acontecer."
Dito e feito. Em 2013, João começou a conciliar o trabalho com o pré-vestibular – decidiu que faria Medicina. E passou em primeiro lugar para a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
"Nunca imaginei que ficaria em primeiro. Acho que foi porque estava mais tranquilo. Ter passado pelo infarto me tornou uma pessoa mais leve, menos estressada", avalia ele, que deverá se formar em 2020.
"Ter passado pelo infarto me tornou uma pessoa mais leve", diz estudante que mudou de carreira após ataque cardíaco
Visão crítica
O estudante diz que sua experiência como paciente também pesou na decisão de ser médico.
"Fui influenciado pelos bons e maus exemplos, dos médicos imprudentes que revelaram meu diagnóstico e fizeram "vista grossa" (ao infarto) a profissionais impecáveis no tratamento", afirma.
Hoje em dia, o universitário diz defender um exercício mais sensível e humano da profissão.
"Já chamei a atenção de professor que discute caso bem na frente do paciente. Sempre digo: "Vamos lá fora, para um canto". Ainda há ainda muita negligência e frieza, de tratar o paciente como uma estatística, um boneco."
Comum ou não?
O infarto é a principal causa de mortes no Brasil, com cerca de 100 mil óbitos por ano, segundo a base de dados do SUS (Sistema Único de Saúde).
Em jovens, a incidência é mais comum do que se imagina, afirma Leopoldo Piegas, cardiologista do Hospital do Coração (Hcor) de São Paulo.
Em 2014, segundo a base de dados do SUS, 2.546 pessoas de 20 a 39 anos morreram de infarto no Brasil – 2,9% do total de mortes por essa causa.
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Cerca de 2% a 4% das vítimas de infarto no Brasil são jovens de 20 a 39 anos
Como principais fatores de risco, independentemente da idade, o cardiologista do Hcor cita hipertensão, sedentarismo, histórico familiar, estresse, uso de drogas e tabagismo.
E, de fato, afirma Piegas, o infarto em jovens adultos tende a ser mais agressivo.
"Quanto mais vive, mais a pessoa desenvolve sua circulação lateral. Então se uma artéria de um idoso "entope", o sangue tem outras vias por onde circular, e o infarto tende a ser mais ameno ou nem acontecer. Os jovens ainda não desenvolveram este tipo de circulação, por isso os infartos tendem a ser mais agressivos e, muitas vezes, fatais."
Quando o foco são pessoas com menos de 40 anos, há diferenças de risco entre homens e mulheres, diz o especialista.
"A mulher tem a proteção hormonal do estrogênio, que confere certa proteção às coronárias, dificultando entupimentos. Depois da menopausa, as chances são praticamente iguais de se enquadrar em grupos de risco."
Precisão e rapidez
Quanto mais cedo e mais preciso for o diagnóstico do infarto, maior a chance de sobrevida e recuperação, sobretudo em jovens.
No caso do analista ambiental Fabiano Augusto dos Santos, de 31 anos, que estava no trabalho quando uma dor forte no ombro se espalhou ao braço esquerdo, a atuação da equipe hospitalar foi fundamental.
"Uma checagem de pressão no ambulatório da empresa não deu nada. No táxi para casa, piorei tanto que pedi para ir ao pronto-socorro. Chegando lá nem ficava em pé. Logo um enfermeiro me socorreu e fiz exames que apontaram obstrução", conta Fabiano, que tinha 28 anos na ocasião e vive em Botucatu (SP).
A estudante Olivia Lauar, de 34 anos, de Belo Horizonte (MG), teve que insistir até obter um diagnóstico correto – e o tratamento adequado.
Infarto em jovens adultos tende a ser mais agressivo
Ela sofreu um infarto no ano passado, e procurou um hospital após sentir cansaço extremo e dores muito intensas no braço, cabeça, pescoço e peito.
"Já vinha sentindo tudo isso – e negligenciando – havia mais de um ano, mas naquele dia foi muito forte. No hospital, deram-me remédio para cefaleia. Voltei para casa e a dor ficou insuportável", afirma.
"Joguei os sintomas no Google e vi que poderia estar infartando. Voltei ao hospital e disse que só sairia após todos os exames – e um eletrocardiograma indicou o infarto", diz ela, que colocou um stent coronário e hoje toma cinco remédios para controle.
Mudança de hábitos
Para Suzanne Steinbaum, cardiologista da Associação Americana do Coração, a principal maneira de evitar um infarto, independentemente da idade, é mudando hábitos e estilo de vida.
"Em 80% de todos os casos, mesmo com histórico familiar, é possível evitá-lo com atividades físicas, mudanças na alimentação e controle do estresse. Fazendo isso, mesmo os fatores de risco são controláveis", afirma.
No caso de Olivia Lauar, largar o cigarro imediatamente foi a mudança mais significativa.
"Se pudesse voltar no tempo, nunca teria começado a fumar. Passei por uma fase muito ruim, depressiva, tranquei a faculdade, não saía de casa, tinha muito medo de infartar de novo. Hoje estou muito melhor", diz.
Já Fabiano Augusto se transformou ao cuidar mais da saúde mental.
"Eu era muito estressado, impaciente e preocupado. Os médicos acreditam que isso tenha influenciado. Hoje faço terapia e levo uma vida bem mais leve."
Além da futura nova profissão, João Paulo Mauler levou da experiência um novo olhar sobre a vida.
"Talvez em outra época não tivesse a serenidade de saber que a vida pode mudar do nada. Em um dia estava malhando, em outro infartei. Apesar de isso ter me dado mais urgência em realizar as coisas, também me deu maturidade, saber que uma prova ou um problema não são o fim do mundo. E acho essa leveza essencial a um médico."
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Programa Mais Médicos oferta 2.394 vagas a brasileiros
Saúde quer ampliar participação de profissionais formados no Brasil. A previsão é substituir 1.008 vagas, hoje ocupadas pela cooperação com a OPAS. Inscrições vão até amanhã
Profissionais brasileiros interessados no Programa Mais Médicos terão nova chance de participar da iniciativa. O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (20), mais um edital com oferta de 2.394 vagas, com prioridade para profissionais com registro no país. As oportunidades fazem parte do processo de reposição e substituição de médicos da cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) por profissionais brasileiros. Além disso, também estão sendo repostas vagas oriundas de desistências e de encerramento de contrato.
Ampliar a participação de médicos brasileiros no programa é um compromisso da gestão do ministro da Saúde, Ricardo Barros. "Estamos tornando o Mais Médicos cada vez mais autossuficiente. A adesão dos brasileiros tem sido bastante ampla, então as expectativas são boas para esse edital", destaca. Está prevista substituição gradativa dos profissionais que atuam no Mais Médicos por meio de cooperação com a OPAS. No último edital, foram cerca de mil vagas de profissionais cubanos ofertados a brasileiros e, no atual edital, outras 1.008 foram abertas. A expectativa é chegar a quatro mil substituições em três anos.
Neste momento, podem se inscrever médicos brasileiros com registro no país, que têm prioridade em todos os editais. Os profissionais interessados podem se inscrever até o dia 26 de abril, por meio do sistema do Programa Mais Médicos. Após a inscrição, os médicos poderão escolher quatro municípios de preferência. A seleção dos médicos segue critérios objetivos, como experiência em Saúde da Família ou especialização na área. O resultado das inscrições validadas deve ser divulgado no dia 10 de maio e a escolha de município está prevista para os dias 11 e 12. Caso todas as vagas não sejam ocupadas com profissionais formados no país, as oportunidades remanescentes serão ofertadas a brasileiros com diploma estrangeiro.
INTERCAMBISTAS – O último edital ofertou 1.674 vagas, sendo que 78% (1.302) delas foram ocupadas por médicos brasileiros formados com registro no país. Anteriormente, entre essas vagas, mil eram ocupadas por profissionais da cooperação com a OPAS.
Os médicos brasileiros formados no exterior selecionados no último edital começaram a se apresentar nos municípios para início das atividades esta semana, a partir desta última quarta-feira (19). Foram 372 profissionais selecionados para as vagas não ocupadas por brasileiros. Eles passaram por um módulo de acolhimento para avaliação e treinamento durante quatro semanas.
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Casal será indenizado por suspensão de plano de saúde sem aviso prévio
Magistrada entendeu que a suspensão contraria contrato
A Bradesco Saúde S.A. terá de pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais a Bárbara de Oliveira Bezerra e Emilson Martins de Oliveira, que também receberá R$ 1.384 por danos materiais por não ter exame e procedimento cirúrgico cobertos pelo convênio. A decisão é da juíza Bianca Melo Cintra, do 11º Juizado Especial Cível.
De acordo com o processo, em fevereiro de 2016, Emilson procurou o Hospital do Coração Anis Rassi com fortes dores abdominais. Depois de passar por consulta com médico, teve alguns exames autorizados. Porém, foi negada autorização para realização de tomografia computadorizada, que comprovaria o diagnóstico de apendicite. Mesmo após pagar pelo exame, também foi impedido de passar por procedimentos cirúrgicos.
Além de ter que arcar com o custo do exame, a esposa do paciente Bárbara, conforme o processo, teve que assinar termo de responsabilidade para que Emilson deixasse o hospital em que estava internado em busca de atendimento na rede pública, para que a cirurgia fosse realizada.
Defesa
Segundo contestação da Bradesco Saúde, os exames laboratoriais foram realizados por não necessitar de autorização prévia. Já os procedimentos de tomografia, internação e cirurgia foram negados em virtude do não pagamento de mensalidades, o que resultou na suspensão do convênio.
Danos morais
Ao analisar o caso, a magistrada entendeu que a suspensão do convênio ocorreu sem comunicado prévio, contrariando o previsto em contrato. "Não foi comprovada que a suspensão foi realizada após prévia comunicação, tampouco deram a opção de Bárbara e Emilson contratarem planos individuais. Portanto, a suspensão dos planos de saúde foi feita de forma irregular", frisou.
De acordo com a juíza Bianca Melo Cintra, estando cientes da pendência, eles, no mínimo, teriam efetuado o pagamento das supostas mensalidades em atraso ou de imediato teriam procurado a rede pública. "Se a comunicação tivesse sido realizada, Emilson não teria passado pelo constrangimento de ser retirado de onde estava pela esposa e sair à procura de algum hospital público em uma situação de emergência", afirmou, acrescentando que quanto aos danos morais à Bárbara, foram juntadas provas que demonstraram o sofrimento e constrangimento que ela e seu esposo passaram.
Danos materiais
A operadora do plano de saúde deverá ressarcir, ainda, todos os custos com exames e despesas médicas durante o período em que o plano de saúde permaneceu suspenso. O valor foi fixado em R$ 1.384,50.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação