CLIPPING SINDHOESG 06/07/17

6 de julho de 2017

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Número de doações de sangue cai em Goiânia na primeira semana de julho
Importação de medicamentos cresce 182% em 10 anos
Mais que coparticipação, CFM quer que consulta seja retirada dos planos e paga pelo paciente
Justiça Federal proíbe planos de saúde de limitar sessões de psicoterapia
Oeste goiano recebe evento focado na melhoria da atenção primária de saúde
O melhor é falar sobre suicídio
Eminência parda – Com inércia de Iris, vereadores buscam HGG para concretizar Instituto de Diabéticos


TV ANHANGUERA/ GOIÁS

Número de doações de sangue cai em Goiânia na primeira semana de julho
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/numero-de-doacoes-de-sangue-cai-em-goiania-na-primeira-semana-de-julho/5988573/

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SAÚDE BUSINESS

Importação de medicamentos cresce 182% em 10 anos

A participação das importações no mercado farmacêutico saltou 19 pontos percentuais em dez anos, chegando a representar 58% do total de medicamentos e insumos comercializados no País. Isso representa US$ 8,4 milhões dos US$ 16 milhões que o setor fatura por ano. “Essa tendência é preocupante porque revela um Brasil pouco amigável para investimentos no setor industrial, forçando o setor, por questões econômicas, a importar”, esclarece Antônio Britto, presidente-executivo da INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).
Em 2005, o setor farmacêutico faturava US$ 8,9 milhões no Brasil, dos quais US$ 2,9 milhões eram de medicamentos e insumos importados. Portanto, as importações respondiam por 33% do mercado. “Mas o custo do País é alto. Gasta-se muito com burocracia e processos excessivamente demorados, além de enfrentamos uma elevada carga tributária. Isso desencoraja investimentos para a produção de insumos e medicamentos no Brasil”, aponta Britto.
Por isso, a participação dos importados manteve uma tendência de alta, em ritmo praticamente constante, durante dez anos. Em 2015, quando o setor acumulava um crescimento de 79%, os medicamentos e insumos farmacêuticos importados tinham aumentado em 182%. Logo, a relação entre ambos mudou, fazendo a participação dos importados aumentar de 33% para 58%.
“Isso gera desemprego. Isso afeta os investimentos em tecnologia, em pesquisa clínica, em diversos aspectos que prejudicam a atuação do setor no País, por mais que o faturamento esteja crescendo”, explica o presidente-executivo da INTERFARMA.
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JUS BRASIL

Mais que coparticipação, CFM quer que consulta seja retirada dos planos e paga pelo paciente

O representante do Conselho Federal de Medicina (CFM), Salomão Rodrigues Filho, defendeu nesta terça-feira (4) que a consulta médica seja retirada dos planos de saúde, se transformando em prática bancada pelo próprio paciente – ressarcida ou não pelo plano, de acordo com o contrato.
"Isso desoneraria o sistema e seria fato de inibição de uso", afirmou. A ideia dele é que a medida não valha para as consultas de emergência.
Em audiência pública na Comissão Especial sobre Planos de Saúde, Salomão disse que algumas operadoras têm feito isso, e a redução de gastos é significativa, sem prejuízo do atendimento de emergência. A comissão analisa o Projeto de Lei (PL) 7419/06 e mais 140 propostas apensadas, que alteram a Lei dos Planos de Saúde – 9.656/98. Fonte Câmara dos Deputados
Como se leu o argumento é inibir o uso e desonerar o sistema… Muito interessante, ocorre que os médicos reclamam que as operadoras de planos de saúde não remuneram adequadamente o trabalho do médico. Embora, grande dos planos de saúdetenham gestores diretores com formação em medicina! Desta forma, em vez de se unirem ao consumidor e exigirem melhores condições de forma uníssona, parece que o Conselho de Medicina, tal como as próprias empresas, decide que o melhor mesmo é sugar todos os recursos dos consumidores. Curioso.
Segundo ABMED Convênio Médico-Hospitalar Ltda . Custaria entre R$ 150,00 a R$ 600,00. E, de acordo com a ANS , para pessoas de 58 anos ou mais, no Rio Grande do Sul, o preço médio de plano ambulatorial e hospitalar fica em torno de R$ 1.300,00, (em 2016 – embora saibamos que chegam as portas de R$ 2.000,00 para idosos). Se fizermos as contas de consultas e plano, parece que o céu será o limite.
Embora não seja dito pelo CFM, imagino que o pagamento dos consumidores aos médicos irá incluir também honorários em procedimentos como cirurgias, parto e etc.
Parece incrível que toda a crise seja descontada única e exclusivamente nos trabalhadores.
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AGÊNCIA ESTADO

Justiça Federal proíbe planos de saúde de limitar sessões de psicoterapia

A Justiça Federal determinou que os planos de saúde em todo o Brasil disponibilizem número ilimitado de sessões de psicoterapia para seus clientes após ação do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF). A decisão anula parte da Resolução 387/2015 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que estabelecia a obrigatoriedade dos convênios de arcar com 18 atendimentos por ano para tratamento de síndromes e transtornos psicológicos. A sentença foi proferida em 10 de maio, mas o MPF só foi notificado de seu teor na última semana de junho.
A 25ª Vara Cível da capital paulista acolheu os argumentos do MPF e destacou que a norma editada pelo órgão contraria tanto a Constituição Federal quanto as leis que regulamentam o setor. Segundo o MPF, um exemplo é a Lei 9.656/98, que dispõe sobre os planos de saúde e fixa como regra a inexistência de limite para a cobertura assistencial. Entre as exceções estão procedimentos específicos como tratamentos experimentais, inseminação artificial e procedimentos odontológicos, mas o texto não trata sobre psicoterapia.
“Chega a ser, não diria cínico, mas, ao menos, ingênuo o argumento de que o limite estabelecido é o mínimo de sessões de psicoterapia que a operadora do plano de saúde está obrigada a oferecer, podendo ela oferecer mais que esse limite”, acrescentou o juiz federal Djalma Moreira Gomes ao tratar da justificativa que a ANS apresentou. “A experiência revela que isso não acontece na prática. As operadoras fazem [no máximo] aquilo que o órgão regulador/fiscalizador lhes impõe, o que é compreensível até em razão de questões de custos e de mercado.”
Com a anulação da restrição aos atendimentos em psicoterapia, a sentença da Justiça determina que a cobertura dos planos corresponda ao número de sessões prescritas pelo profissional de saúde responsável.
A decisão judicial é resultado de uma ação civil pública do MPF proposta no ano passado. O procurador da República Luiz Costa, autor do procedimento, destacou que, além de ilegal, a norma da ANS é inconstitucional por afrontar o direito social à saúde e ir de encontro às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o MPF, “ao indicar um número máximo de sessões por ano, a ANS extrapolou seu poder regulatório e manteve em vigência uma resolução que vai além do que a legislação permite”.
Procurada pela Agência Brasil, a ANS informou que recorreu da decisão e aguarda nova decisão da Justiça sobre o recurso.
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PORTAL UOL

O que são os inibidores de apetite aprovados, e por que a Anvisa é contra?

No final de junho, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), na condição de presidente da República interino, sancionou uma lei que autoriza a produção, comercialização e consumo de medicamentos inibidores de apetite , que haviam sido proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2011.
Com a nova lei, os quatro medicamentos poderão ser vendidos com receituário especial (terão tarja preta) no Brasil, mesmo três deles não tendo registro na Anvisa.
A liberação dos medicamentos é considerada benéfica por entidades médicas, como o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica).
Pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a própria Anvisa se posicionaram contra a aprovação da lei, por considerarem que os medicamentos trazem poucos benefícios frente a riscos, como palpitações, transtornos psicóticos e dependência.
Além da discussão sobre a segurança e a eficiência desses medicamentos, a aprovação pelo Executivo dessa lei coloca em xeque o papel da agência nacional, responsável por regular e fiscalizar a venda de remédios no país. É a segunda vez em pouco mais de um ano que o Congresso sobrepõe as funções da Anvisa.
No ano passado, uma lei que permitia a venda e o uso da pílula do câncer foi barrada no STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou que não era papel do Congresso legislar sobre o assunto.
No caso dos inibidores de apetite, a AGU (Advocacia-Geral da União) emitiu um parecer considerando a lei inconstitucional no dia anterior à assinatura de Rodrigo Maia. Contudo, uma vez em vigor, apenas o STF pode decidir sobre isso, caso alguma entidade entre com ação contrária a lei.
O UOL reuniu as principais dúvidas sobre o uso dos inibidores e as razões de sua polêmica. Confira:
Os anorexígenos são medicamentos à base de anfetamina que funcionam como moderadores de apetite. Os remédios são receitados em tratamentos contra obesidade, em geral quando dieta e exercícios não dão os resultados pretendidos.
De acordo com a endocrinologista Maria Edna de Melo, presidente da Abeso, os remédios são indicados para pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) maior que 30 kg/m² ou com IMC superior a 25 kg/m² associado a doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão.
A anfetamina é uma substância que estimula do sistema nervoso central a enviar uma mensagem cérebro de que o organismo está saciado. A substância também aumenta a liberação dos neurotransmissores noradrenalina e a dopamina, reduzindo o sono e a fome e provocando um estado de agitação psicomotora.
Devido ao seu potencial para causar dependência, contudo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que seu uso não ultrapasse 12 semanas.
A Anvisa baniu os medicamentos à base de anfetamina, com exceção dos derivados de subitramina, em outubro de 2011. A agência considerava que os efeitos colaterais eram graves e não compensavam os benefícios de seu uso.
A justificativa se baseava na revisão de mais de 170 estudos científicos, que constataram, de acordo com a agência, a baixa eficácia dos medicamentos na perda de peso. No documento aparecem reações adversas como arritmia cardíaca, dependência, distúrbios psicóticos, ansiedade, insônia, psicose, transtorno obsessivo-compulsivo, tontura, náusea e palpitações .
Nenhum dos três medicamentos que foram proibidos em 2011 pela Anvisa, é permitida na Europa. Nos Estados Unidos, apenas a anfepramona é permitida, sendo comercializada desde 1997. O femproporex não é aprovado no país e o mazindol foi retirado das farmácias em 1999.
Para a endocrinologista Maria Edna de Melo, presidente da Abeso, a volta destes medicamentos é importante para o tratamento da obesidade , ainda que da maneira como isso se deu, via Legislativo, não tenha ocorrido da maneira correta.
Para Salomão Rodrigues, do CFM, nenhum medicamento está isento de riscos e cabe ao médico prescrevê-lo com segurança .
A endocrinologista lembra que o risco no uso é ampliado em casos de prescrição abusiva, como quando mais do que um inibidor é indicado simultaneamente ou o tratamento não é iniciado pela dose mínima a fim de acelerar seus resultados.
Melo também acredita que outros medicamentos recomendados para casos de obesidade que não são à base anfetamina, como a liraglutida, que é um remédio injetável aprovado pela Anvisa em 2016 , ainda possuem preços proibitivos. Ele é excelente, mas é caro. Quem tem R$ 900 por mês para gastar com remédio? , diz a endocrinologista, que ainda cita o orlistate como outro medicamento disponível no tratamento de obesidade.
Para Jarbas Barbosa, diretor-presidente da Anvisa, os estudos mostram que esses medicamentos não são eficazes a médio e longo prazo (de 6 meses a 3 anos).
Para Suely Rosenfeld, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, os medicamentos são ineficazes, porque provocam uma perda de peso miúda e reversível .
Além disso, o presidente da agência ressalta o risco sanitário de liberar medicamentos sem registro e fiscalização da Anvisa.
Quem vai garantir que uma caixa em que esteja escrito  mazindol vai ter mesmo mazindol? Quem vai controlar a qualidade dessa matéria-prima. Abre um precedente terrível , diz Barbosa.
Ele crê que a lei possa ser revertida no STF. Qualquer instituição que entre com ação direta de inconstitucionalidade terá sucesso porque ela é flagrantemente inconstitucional.
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GOIÁS AGORA
Oeste goiano recebe evento focado na melhoria da atenção primária de saúde

Nesta quarta-feira, dia 05, a cidade de São Luís de Montes Belos promove o lançamento do Processo de Tutoria da Planificação da Atenção Primária à Saúde, em evento promovido pela Secretaria de Saúde (SES), em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
O evento, previsto para ser realizado na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), integra a programação da reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR). Estarão presentes técnicos da SES-GO, prefeitos, secretários municipais de Saúde e profissionais dos 13 municípios que compõem a Região Oeste 2.
Lançada no final de 2015, a Planificação da Atenção Primária à Saúde integra o Programa Mais Saúde para Goiás / Goiás mais Competitivo e Inovador. O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Leonardo Vilela, destaca que a planificação visa fortalecer a atenção primária com a atualização de todos os profissionais que atuam na área, desde o mais simples ao mais graduado, e, desta forma, proporcionar a expansão e a assistência básica mais qualificada à população.
O programa é desenvolvido pela SES-GO por meio da Superintendência de Atenção Integral à Saúde (Spais), com a assessoria de técnicos do Conass. O conhecimento apreendido pelas equipes é multiplicado de forma continuada aos demais profissionais. O Processo de Tutoria constitui a parte prática da Planificação da Atenção Primária. A tutora do programa na Região Oeste 2, Laila Pacheco de Rezende, informa que foram selecionadas duas unidades de atenção básica para o desenvolvimento desta fase experimental – uma localizada em São Luís de Montes Belos e outra em Buriti de Goiás.
Nestas duas unidades laboratório, serão efetivados os processos de trabalho, com vistas ao atendimento humanizado, qualificado e mais ágil à população. Posteriormente, tais processos serão implantados, gradativamente, em todas as unidades dos demais municípios.
Até o momento, os profissionais lotados nos municípios da Região Oeste 2 já passaram por cinco oficinas do Programa de Planificação da Atenção Primária à Saúde. Em cada uma destas atualizações foi abordado um tema diferente, entre os quais Redes de Atenção à Saúde, Territorialização e Processos de Trabalho.
O conteúdo de tais oficinas foi multiplicado nos 13 municípios, contemplando todos os profissionais que atuam na assistência básica. A superintendente de Políticas de Atenção à Saúde da SES-GO, Evanilde Gomides, destaca que o processo de tutoria tem apresentado resultados positivos em outros municípios onde foi realizado. Nos municípios da Região Entorno Sul, com sede em Luziânia, foram efetivadas iniciativas exitosas como a organização dos processos de trabalho, o atendimento por hora marcada, a implantação do prontuário da família, a estratificação de risco das famílias e a interação e integração das equipes de saúde da família, entre outras medidas.
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DIÁRIO DA MANHÃ
O melhor é falar sobre suicídio

Suicídio costuma vir acompanhado de um fator que contribui para o seu alastramento: o silêncio. Brasil enfrenta aumento de casos de mortes. Ainda não existe número preciso de vítimas em casos de Baleia Azul, mas Goiás, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais investigam circunstâncias
Até você terminar de ler este parágrafo, uma pessoa vai ter se suicidado no mundo. Todos os dias, 32 brasileiros tiram a própria vida. Todos os dias também, mais de 20 mil pessoas cometem suicídio ao redor do planeta. Quase 1 milhão de pessoas se matam por ano, uma a cada 40 segundos – são mais vítimas que todas as guerras, homicídios e conflitos civis somados. E, para cada morte por suicídio, existem outras 10 ou 20 pessoas que já tentaram fazer o mesmo.
O Brasil é um país com índices baixos (6 casos por 100 mil habitantes, contra 12 da média mundial), mas vive um momento delicado. Enquanto os índices têm caído na maioria dos países, as taxas brasileiras avançam. Entre 2002 e 2012, o número de casos subiu 34%. Entre adolescentes de 10 a 14 anos, o aumento chegou a 40%, de acordo com o último levantamento do Mapa da Violência.
Talvez você nunca tenha ouvido falar nesses dados desoladores. É porque o suicídio costuma vir acompanhado de um fator que contribui para
o seu alastramento: o silêncio. Não é agradável falar sobre quem se matou ou tentou se matar. Ao mesmo tempo, discutir o assunto – e entender os fatores que levam a ele – são as únicas armas que temos contra o suicídio. Por isso, estamos aqui, falando sobre ele.
Efeito Hannah Baker
"Oi, é a Hannah, Hannah Baker. Não ajuste seu. o que quer que esteja usando para ouvir isso. Sou eu, ao vivo e em estéreo. Sem promessa de retorno, sem bis e, desta vez, sem atender a pedidos. Pegue um lanche. Acomode-se. Porque vou contar a história da minha vida. Mais especificamente, por que minha vida terminou", diz a protagonista da série 13 Reasons Why. Hannah nasceu no livro Os 13 Porquês, do americano Jay Asher, publicado em 2007, que virou série lançada pela Netflix no final de março. Na história, a menina de 17 anos sofre bullying, ganha o rótulo de "fácil" na escola, é estuprada e acaba isolada dos colegas. Até que decide se matar, e deixar 13 fitas cassetes explicando os motivos que a levaram a isso.
A popularidade da série fez do suicídio um tema obrigatório em escolas e famílias – até porque a incidência entre adolescentes nunca foi tão alta. "Tenho 35 anos de profissão e observo hoje cada vez mais jovens com depressão", diz o psiquiatra Neury Botega, professor do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Unicamp. "Antes atendíamos pessoas com a doença já na casa dos 40. Hoje atendemos adolescentes deprimidos."
O Centro de Valorização da Vida, o CVV, principal serviço de apoio psicológico e de prevenção ao suicídio do País, sentiu o efeito imediato da série. Na primeira semana de abril, logo após o lançamento do seriado, a média diária de pedidos de ajuda por e-mail passou de 55 para mais de 300 (um aumento de 445%), muitos mencionando a história de Hannah Baker.  "É positivo ver que, a partir da série, as pessoas estão percebendo que não estão sozinhas, que existe um serviço sigiloso onde elas podem compartilhar suas dores sem serem julgadas", afirma Carlos Correia, voluntário do CVV há 25 anos, que viu o seriado com seus filhos adolescentes.
Nem todos concordaram com Correia, no entanto. O fato de o seriado ter mostrado explicitamente a morte de Hannah foi muito criticado – e é, inclusive, desaconselhado pela OMS. O medo é do "efeito Werther". O nome do fenômeno vem do romance Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, cujo protagonista se mata após ser rejeitado pela amada. O tom depressivo do livro, publicado em 1774, provocou uma comoção entre jovens da época, que seguiram o personagem e também se suicidaram.
O fenômeno goethiano é comprovado pela ciência: médicos da Universidade de Viena analisaram 98 casos de suicídio de famosos e perceberam que reportagens sensacionalistas, que glamorizavam a morte de celebridades, estimulavam o "suicídio por imitação". Em 1962, por exemplo, depois que a imprensa confirmou que Marilyn Monroe havia se matado, o suicídio cresceu 12% nos EUA.
Na mesma época do lançamento de 13 Reasons Why, outro fenômeno jovem chamou atenção para o tema: o jogo Baleia Azul. No desafio, de origem misteriosa e noticiado pela primeira vez na Rússia, um moderador distribui missões mórbidas em um grupo secreto de Facebook – coisas como automutilação, subir no alto de um prédio ou ir a uma estrada de ferro de madrugada. A prova final é acabar com a própria vida. O nome se deve ao comportamento supostamente suicida de baleias que se jogam nas praias, encalham e morrem.
Ainda há dúvidas sobre se o jogo realmente foi criado na Rússia e se virou mesmo uma febre por lá – mas seus efeitos são bem reais por aqui. No início de abril, uma menina de 16 anos foi encontrada sem vida em uma represa no interior do Mato Grosso, com sinais que remetiam ao Baleia Azul: cortes nos braços e pernas – além de uma lista de tarefas com cronograma e regras do desafio. Ainda não existe um número preciso de vítimas no Brasil, mas os Estados de Goiás, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais e Paraná estão investigando mortes de jovens para descobrir se há ligações com a "brincadeira".
Por tudo isso, dá para entender a relutância geral em falar sobre o assunto. O problema é que é impossível fugir dele. De acordo com um estudo da Unicamp, 17% das pessoas já pensaram seriamente em pôr fim à própria vida: 4,8% elaboraram algum tipo de plano para cometer suicídio e 2,8% tentaram executá-lo. Quando alguém se suicida, é comum que se procure um grande causador da tragédia: falência, perda de parente, um vídeo íntimo que cai na rede.
Mas esses fatos, sozinhos, não bastam para explicar a morte. "Não são os eventos dolorosos da vida que fazem suicidar. É o efeito incendiário sobre uma condição mental subjacente, frequentemente doente e fragilizada, que faz com que o fato tome a dimensão de tragédia inescapável", diz a psicóloga e suicidóloga Vivian Zicker, membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS) e uma das coordenadoras do Grupo de Apoio a Enlutados por Suicídio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Imagine que uma bituca de cigarro acesa caia numa grama verde. Ela vai queimar lentamente até se apagar. Mas, se o cigarro cair em um mato seco, pode provocar um pequeno fogo, que talvez vire um incêndio descomunal. Então: as bitucas são os eventos dolorosos da vida. O mato seco é uma condição mental frágil, como depressão, dor crônica, isolamento. Já a grama verde é uma mente saudável e com fatores de proteção – estar empregado, ter criança em casa, ter um companheiro.
De fato, entre todos os fatores de risco, o maior previsor de suicídio é a ocorrência de doenças mentais. Segundo a OMS, 90% das pessoas que se suicidam apresentavam algum desequilíbrio, como depressão, transtorno bipolar, dependência de substâncias e esquizofrenia – e 10% a 15% dos que sofrem de depressão tentam acabar com a vida. 
Ainda assim, a OMS defende que 90% dos suicídios poderiam ser evitados. O desafio é cuidar das doenças mentais como cuidamos das outras doenças. Cerca de 60% das pessoas que se suicidam nunca se consultaram com um psicólogo ou psiquiatra. Imagine que estranho seria, por exemplo, se seis entre dez pessoas que quebram uma perna simplesmente não fossem a um ortopedista. Doença mental é apenas mais uma doença – e uma que pode causar o suicídio. Parece óbvio que o assunto deve ser visto como um problema de saúde pública.
"O primeiro passo para a prevenção é falar sobre o suicídio. Ele deveria ser tratado como a aids e o câncer de mama, cujas campanhas de prevenção foram fundamentais para diminuir a incidência das doenças", diz a psicóloga e coordenadora do Instituto Vita Alere, que faz prevenção ao suicídio, Karen Scavacini. Essa é também a visão da OMS. Em 2013, seus membros se comprometeram a desenvolver estratégias para reduzir a incidência de casos em 10% até 2020.
O Japão é um exemplo de sucesso – e que tem índices historicamente altos. Até o fim dos anos 1990, o suicídio era considerado tabu. Não se deveria discuti-lo publicamente. Até que, em 1998, a incidência de casos cresceu mais de 8 mil em um ano e beirou as 33 mil mortes. A partir desse pico, filhos de vítimas foram à imprensa pedir atenção para o assunto, e o governodecidiu desenvolver medidas de saúde públicas no país, que avaliavam fatores psicológicos, culturais e econômicos.  Deu certo. Apesar de ainda ser alto, o número de japoneses que se suicidam ao ano caiu gradativamente, e em 2012 ficou abaixo dos 30 mil pela primeira vez em 14 anos.
(Tainá Ceccato/Superinteressante)
As novíssimas soluções
Na noite do dia 8 de março de 2017, Marcelo*, de 40 anos, iniciou uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook dizendo que se mataria em duas horas. Desempregado e prestes a se tornar pai pela quarta vez, essa não era a primeira tentativa do morador da pequena cidade de Caçador, no meio-oeste catarinense, de tirar a própria vida. No entanto, ele não imaginava que seria impedido.
Um amigo de Marcelo notificou o site que ele corria perigo e deu início ao efeito dominó: funcionários do Facebook nos EUA rastrearam o endereço pelo IP do computador, interromperam a transmissão e acionaram a polícia americana, que por sua vez alertou a embaixada brasileira. Imediatamente, a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina foi informada de que um cidadão estava em risco e avisou as autoridades de Caçador.
O Corpo de Bombeiros, e as polícias civil e militar da cidade conseguiram chegar a tempo. Tudo isso aconteceu em menos de duas horas, na primeira força-tarefa internacional acionada pelo Facebook para evitar que alguém se matasse.
Desde junho do ano passado, a rede social dispõe desse recurso de segurança em que é possível avisar se algum amigo corre perigo. Se você notar que um conhecido publicou conteúdos com tendência ao suicídio ou mutilação, você pode fazer uma denúncia e a pessoa receberá uma mensagem dizendo que um amigo se preocupou com ela. Na mensagem à pessoa em perigo, o Facebook sugere algumas opções, como conversar com alguém ou fazer contato com o CVV.
Para alcançar ainda mais gente, o Face está desenvolvendo também um algoritmo que detecta palavras de risco nos post dos usuários e até nos comentários de amigos. O algoritmo pode disparar o alerta de suicídio mesmo que ninguém faça a denúncia. Em fevereiro, Mark Zuckerberg anunciou que a companhia quer analisar sinais de suicídio também em fotos e vídeos – bullying e assédio são os outros alvos da iniciativa.
A análise de dados é também a solução proposta por pesquisadores de Harvard e da Universidade do Estado da Flórida. No maior estudo já feito sobre suicídio, os especialistas se debruçaram sobre 356 pesquisas, de 1965 a 2014, que continham registros sobre a saúde de mais de 2 milhões de americanos. Dentro dessa gigantesca amostragem, identificaram mais de 3.200 pessoas que tentaram se matar. E constataram: entre as cinco décadas que separam os dados mais antigos da pesquisa dos mais novos, não houve melhora na habilidade de médicos e psicólogos de prever o suicídio. Um fato, no mínimo, preocupante.
A boa-nova está no passo seguinte da pesquisa. A partir dessa imensa base de dados, o time de cientistas desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial que conseguiu prever se alguém vai se suicidar nos próximos dois anos com até 80% de exatidão – muito semelhante aos exames de coração que mostram as chances de desenvolver doenças cardíacas. O sistema é capaz de computar doenças mentais, crises financeiras, históricos familiares de suicídio, discriminação, traumas de infância, stress ou abuso de substâncias – e depois botar todos esses dados para interagir entre si.
Quanto mais próximo o suicídio estiver, mais certeira é a previsão da máquina – e mais eficiente a prevenção. Uma semana antes de alguém tentar se matar, por exemplo, a taxa de acerto sobe para 92% de certeza. "Se mais pesquisadores se concentrarem nisso, finalmente poderemos ver declínios significativos nas taxas de comportamentos suicidas e, em última análise, mortes por suicídio em escala global", afirmou Jessica Ribeiro, autora da pesquisa, na divulgação dos resultados. Pode ser uma solução para todas essas pessoas que se veem sem solução na vida. E só será possível se não pararmos de falar sobre o assunto.
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JORNAL OPÇÃO
Eminência parda
Com inércia de Iris, vereadores buscam HGG para concretizar Instituto de Diabéticos

Por Alexandre Parrode

Primeira-dama Dona Íris estaria impedindo concessão de prédio para instalação do centro que será referência no Brasil

O vereador Jorge Kajuru (PRP) voltou a acusar, durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (5/7), a primeira-dama Dona Íris (PMDB) de inviabilizar a implantação do Instituto de Diabéticos em Goiânia.
Idealizado por ele e pelo filho do apresentador Joel Datena, Vicente Datena Filho, o centro médico recebeu R$ 6 milhões do Ministério da Saúde para equipamentos e início do funcionamento. O recurso foi conseguido após uma reunião com o titular da pasta, Ricardo Barros (PP), no último mês. A contrapartida da prefeitura seria ceder o espaço e fazer a regulação — compromissos assumidos, em vídeo, pelo prefeito Iris Rezende (PMDB).
No entanto, o parlamentar denuncia que, mesmo após a secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, ter anunciado que conseguiu dois prédios para sede do instituto, desde maio, ela não responde mais suas mensagens.
“Eram dois prédios à disposição, um no Granville e outro no Parque Oeste Industrial. Ela nos convidou a conhecer os espaços. Logo depois desmarcou e me informou que a Secretaria Municipal de Educação havia ‘resolvido ficar com os dois’. Ora isso é molecagem! É óbvio que alguém interferiu contra”, argumentou.
E esse alguém, de acordo com Kajuru, tem nome, sobrenome e motivo: “O Instituto de Diabéticos parou exclusivamente por causa da teimosia e ignorância de uma senhora chamada Dona Íris de Araújo, que manda na Prefeitura de Goiânia e que morre de medo de Jorge Kajuru ser candidato a deputado federal e que novamente a derrotará assim como aconteceu em 2014.”
À reportagem, ele teceu duras críticas a peemedebista, a quem chamou de “incompetente, rancorosa e raivosa”, e mandou um recado ao marido. “Eu que não quero mais ajuda de Iris. Vai sair independente dele. Com participação empresarial, Idetech e o Ministério da Saúde. Vai sair e faço questão que Iris não participe de nada, aí Dona Íris vai perder eleição mais fácil ainda porque vai ter contra ela mais de 480 mil diabéticos em Goiás, contra essa reles cidadã Iris Araújo”, completou.
Parceria com governo
Com a inércia da gestão Iris Rezende (PMDB), Kajuru articula, junto a um grupo de vereadores aliados do governador Marconi Perillo (PSDB), o uso de cerca de 100 leitos no Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi (HGG) — controlado por uma Organização Social (a Idetech) conveniada com o governo.
Assim, apesar de os recursos do MiS ainda serem direcionados à prefeitura, a gestão do Instituto dos Diabéticos será feita pela OS, com recursos do Ministério da Saúde, do próprio vereador e de empresários.
O centro, que pode ser referência para o Brasil, realizará atendimento específico para portadores de diabetes, em especial cirurgias, que serão gratuitas, performadas pelos médicos Áureo Ludovico, Paulo Reis e Nelson Rassi.
Kajuru fez questão, por fim, de ressaltar que quem fará a interlocução entre o governador e a Câmara será Dra. Cristina (PSDB), Elias Vaz (PSB) e Priscilla Tejota (PSD). “Eu não converso com Marconi. Quem vai aceitar o HGG são os vereadores e dividiremos o mérito”, arrematou.
Resposta
O Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, que negou veementemente qualquer tipo de interferência da primeira-dama na gestão e garantiu que tem se reunido com o vereador Jorge Kajuru para falar sobre o instituto.
Por meio de nota, a secretária Fátima Mrué disse que protocolará proposta técnica junto ao Ministério da Saúde em busca da identificação de projetos que contemplem a criação do Instituto. O parlamentar, segundo ela, já foi informado por meio de ofício.
No que diz respeito aos prédios cedidos ao Instituto de Diabéticos pela gestão Iris, a pasta reconhece que é a Secretaria Municipal de Educação que realmente os utilizará.
Veja abaixo na íntegra:
A secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, refuta, de forma veemente, a afirmação do vereador Jorge Kajuru a respeito de dona Iris. A primeira-dama de Goiânia sempre manteve postura extremamente ética na relação com a Secretaria Municipal de Saúde e nunca, em momento algum, jamais, interferiu, seja direta ou indiretamente, na condução da gestão da Saúde. Esse é o fato.
Também é fato que Fátima Mrué delibera sobre o assunto com o vereador. Jorge Kajuru, entre outras agendas anteriores, foi recebido na secretaria na última segunda-feira, dia 3. A pauta foi exatamente a criação do instituto. Na mesma data, inclusive, Kajuru recebeu em mãos resposta a um ofício encaminhado para tratar desse mesmo tema. No documento, assinado pelo vereador, Fátima Mrué afirma que protocolará proposta técnica junto ao Ministério da Saúde em busca da identificação de projetos que contemplem a criação do Instituto.  Essa proposta preliminar foi anexada à resposta do ofício em questão.
Por fim, é interesse e responsabilidade da SMS promover o serviço de saúde em todos os segmentos. A diabetes é um deles. A secretária defende, inclusive, a ampliação da proposta do vereador, de modo a acrescentar ao instituto, originalmente pensado como Centro de Referência em Diabetes, também as doenças crônicas a ela relacionadas. No entanto, a viabilidade ou não do instituto depende de diretrizes e apoio da União, por meio do Ministério da Saúde.
No que tange ao município de Goiânia, o diálogo com o vereador é permanente.  Tanto, que o mesmo afirma que houve sinalização positiva por parte da gestão Iris Rezende e indicações de possíveis locais. Em relação a esses, a SMS esclarece que eles pertencem à Secretaria Municipal de Educação, que precisou utilizá-los para atendimento à demanda educacional da cidade, outro assunto de extrema importância.
Assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde
Pelo Twitter, a primeira-dama se limitou a dizer que é “entusiasta” da construção do Instituto de Diabéticos.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação