ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Registro permite compra de vacina por clínicas privadas, mas Estado deve usá-la no SUS
Goiás deve participar de fórum de governadores para comprar vacinas contra Covid-19
Taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede estadual de Goiás está em 92%
Brasil tem 204 casos de variantes mais graves do coronavírus
Covid-19: Goiás registra 2,8 mil novos casos e 59 mortes em 24 horas
Presidente da associação dos hospitais privados cobra participação das operadoras de planos de saúde no combate à Covid-19
Operadoras de Planos de Saúde dizem abertas ao diálogo com hospitais
Em condições favoráveis, vacina da Pfizer tem validade de 60 dias
STF permite a compra de vacina pelos estado
Fim do piso inviabiliza o SUS, dizem entidades
Imunidade de rebanho está longe, mesmo com avanço da vacinação
Médicos usam informações falsas para incentivar uso de cloroquina
TV ANHANGUERA
Registro permite compra de vacina por clínicas privadas, mas Estado deve usá-la no SUS
https://globoplay.globo.com/v/9294824/?s=0s
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Goiás deve participar de fórum de governadores para comprar vacinas contra Covid-19
https://globoplay.globo.com/v/9295208/
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Taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede estadual de Goiás está em 92%
https://globoplay.globo.com/v/9294862/?s=0s
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PODER 360
Brasil tem 204 casos de variantes mais graves do coronavírus
O Brasil já registrou 204 casos de variantes mais graves do coronavírus, as chamadas “variantes de atenção”. Até o momento, 17 Estados têm pessoas infectadas com as variantes do Reino Unido (B.1.1.7) e do Brasil (P.1). A variante da África do Sul ainda não foi encontrada no país. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde, na 3ª feira (23.fev.2021).
O documento também traz orientações para monitorar e evitar a propagação das variantes. Eis a íntegra (187KB).
O infográfico abaixo mostra como estão distribuídos os casos pelo Brasil. O Amazonas, onde foi identificada uma nova cepa do vírus, é o local com mais variantes de atenção detectadas. São 60 pacientes ao todo. O Estado é seguido de São Paulo, com 28 casos da variante brasileira e outros 11 da variante do Reino Unido.
As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde nesta 3ª feira (23.fev.2021) em nota técnica aos Estados e Distrito Federal. Eis a íntegra (187KB). O documento também traz orientações para monitorar e evitar a propagação das variantes.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), as 3 principais variantes de atenção do coronavírus são a do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil.
Os dados sobre as variantes foram levantados pelo ministério diretamente com as secretarias estaduais de saúde, até o dia 20 de fevereiro.
Segundo a pasta, as linhagens do coronavírus mais encontradas no Brasil são a B.1.1.28 e a B.1.1.33. Não são consideradas variantes de atenc?a?o.
A definição vale para as variantes que podem ser mais transmissíveis ou que tenham potencial de piorar a situação da pandemia. A pasta recomenda que os Estados e Distrito Federal reforcem o acompanhamento de síndromes respiratórias e o sequenciamento genético dos vírus.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 2,8 mil novos casos e 59 mortes em 24 horas
Adriana Marinelli
Goiânia – Dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) na tarde desta terça-feira (23/2) apontam que Goiás registrou 2.874 novos casos da covid-19 e 59 mortes pela doença nas últimas 24 horas. Com as atualizações, o Estado chega a 384.773 casos e 8.360 óbitos confirmados.
Segundo a SES-GO, há o registro de 369.515 pessoas recuperadas e 328.149 casos suspeitos em investigação, enquanto 227.702 casos já foram descartados.
Além dos 8.360 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,17%, há 245 óbitos suspeitos que estão em investigação.
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JORNAL OPÇÃO
Presidente da associação dos hospitais privados cobra participação das operadoras de planos de saúde no combate à Covid-19
Por Isabel Oliveira
De acordo com o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, a rede privada não consegue manter os custos sem uma contrapartida das operadoras e que a questão pode ser levada para o âmbito da Justiça
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) divulgou na última sexta-feira, 19, uma carta aberta, cobrando empenho conjunto da sociedade e gestores públicos sobre a pandemia da Covid-19. O presidente da Ahpaceg, Haikal Yaspers Helou, disse ao Jornal Opção da dificuldade em abrir novos leitos, principalmente, pela falta de repasses dos planos de saúde e que os hospitais não pode bancar sozinhos os custos.
Haikal destacou que as pessoas não podem pensar que abrir mais leitos seja a solução para se evitar esse colapso no sistema público e privado de saúde. “As pessoas ignoraram tanto a velocidade de propagação, como a capacidade de multiplicação, como a gravidade da doença, metade desses pacientes que vão para o CTI morrem, essa é a estatística. As pessoas personificaram demais em que só aumentar leitos que vai resolver e não é assim que funciona”, pontua.
Sobre a atual situação de leitos para Covid-19 na rede privada de saúde, o presidente explica que o balanço de segunda-feira, 22, segue o mesmo caso da última sexta. “Temos no pronto socorro uma demanda superior a oferta e não havia até ontem uma melhora do quadro que tínhamos na sexta-feira e não temos uma perspectiva de quando isso vai acontecer”, disse.
Novos leitos
Questionado se há possibilidade de abertura de novos leitos, Haikal afirma que sim, mas é preciso verificar duas situações. “Isso gera uma sensação de segurança que nós já conversamos, que é as pessoas acharem que basta ter leitos que resolve, você pega por exemplo o estado, a quantidade de leitos, o secretário estadual inclusive falou isso ontem, que a medida que você cria é ocupado. Nós observamos países muito ricos como Holanda e Alemanha que criaram leitos e tiveram índices altos de óbitos, porque as pessoas continuaram a ficar doentes em uma proporção maior”, explicou.
A segunda situação a qual se refere o presidente da Ahpaceg, é referente ao alto custo que tem ficando na conta dos hospitais. “Nós estamos comprando o que gastamos de uma forma muito mais intensa e cara e não tivemos a contrapartida. O serviço de saúde, o sistema público é um só, a gente tem o governo federal e governo estadual entrando com o dinheiro e a gestão é municipal. No sistema suplementar do qual nós fazemos parte as regras não são claras, as operadoras simplesmente ignoraram o fato de que há uma pandemia”, destaca.
Haikal, cita que essa situação pode ser analisada ao observar a sala de situações da Agência Nacional de Saúde (ANS). “Verá o patrimônio que essas operadoras tem acumulado, e nós não estamos tirando uma parte para nós, esse patrimônio acumulado é simplesmente, porque todo custo da pandemia ficou com os hospitais. Nós somos hospitais de especialidade de alta complexidade, estamos preparados para lidar com esses pacientes”, pontua.
Ainda de acordo com o presidente da Ahpaceg , após um ano de diálogo para tentar sanar isso, a questão será levada a Justiça. “Simplesmente ignoraram o fato e nós temos isso documentado e vamos entrar na Justiça, como é que eu crio leitos sendo que isso não é a prioridade das operadoras, como sustento esses leitos. Isso ficou inviável sem a participação das operadoras”, enfatiza.
“Na justiça nós vamos mostrar o desequilíbrio econômico e financeiro, houve um ano de diálogo, mas chegou em um momento que não se vê interesse em acertar essa conta”, completa Haikal.
Glosa médica
O termo médico Glosa, é citado pelo presidente da Ahpaceg, e se refere ao não pagamento, por parte dos planos de saúde, de valores referentes a atendimentos, medicamentos, materiais ou taxas cobradas pelas empresas prestadoras (hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros) e profissional liberal da área de saúde.
“Se o hospital apresenta a conta ela se recusa a pagar, alegando que isso foi usado fora do protocolo. Durante um ano de pandemia uma operadora conseguiu negar 94% de pagamentos que foram utilizados em segurança dos funcionários, médicos e equipes técnicas”, relatou.
Segundo Haikal, é preciso que as operadoras participem da discussão, já que existe uma pressão social querendo mais leitos e os hospitais tentando explicar que mais leitos não resolve. “O que nós estamos dizendo é que mais leitos não resolvem, pode aliviar temporariamente, pode, mas não conseguimos mais bancar essa equação”, conclui.
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Operadoras de Planos de Saúde dizem abertas ao diálogo com hospitais
Por Eduardo Pinheiro
Presidente da Ahpaceg fez duras críticas aos planos e diz que cobrará na Justiça repasse dos custos da pandemia
As operadoras de planos de saúde que operam em Goiás dizem abertas ao diálogo com hospitais particulares na gestão da pandemia de Covid-19. O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade, Haikal Helou, em entrevista ao Jornal Opção apontou que as instiuições arcam com toda a despesa de atendimento a pacientes e que as operadoras “simplesmente ignoram o fato que de que há uma pandemia”.
Diante da situação, que Helou aponta como “inviável”, a Associação deverá levar a questão à Justiça. “Verá o patrimônio que essas operadoras tem acumulado, e nós não estamos tirando uma parte para nós, esse patrimônio acumulado é simplesmente porque todo o custo da pandemia ficou com os hospitais”, afirma Helou.
O presidente da Unimed Goiânia, Sergio Baiocchi Carneiro, diz que a Unimed realiza regularmente Auditoria Operativa em UTIs de hospitais conveniados para acompanhar a oferta e utilização de leitos para beneficiários incluindo para tratamento de Covid-19.
No entanto, aponta que gestão da ocupação de leitos na rede conveniada não é feita pelo plano de saúde, mas a diretoria da cooperativa entende a importância do diálogo com diretores dos hospitais conveniados para a melhor gestão do atendimento a pacientes de planos de saúde.
“Além disso, a Unimed Goiânia paga para a rede conveniada, atualmente, um valor 40% maior para diária de UTIs do que antes da pandemia, entendendo as características diferenciadas do serviço,” afirma o presidente da Unimed Goiânia.
Por meio de nota Ipasgo aponta que dialoga com a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) desde o início da pandemia de Covid-19 “a fim de evitar qualquer tipo de prejuízo à rede credenciada”.
O próprio Haikal Helou isenta o Ipasgo da crítica e diz que o Instituto é um dos maiores compradores de serviços de saúde do Estado. “Desde o início da pandemia tem sido parceiro da Ahpaceg na busca de soluções que assegurem o atendimento médico-hospitalar aos usuários”, avalia.
A HapVida informou que tem rede hospitalar própria que não depende de outras instituições. Assim, os usuários consultam nas instituições da própria rede. Além disso, o plano não é associado à Ahpaceg, por isso a situação narrada pelo presidente da associação.
O Jornal Opção entrou em contato com a Associação Brasileira de Planos de Saúde, mas não obteve resposta sobre as indações até o fechamento da matéria. O espaço continua aberto para livre manifestação.
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ISTOÉ
Em condições favoráveis, vacina da Pfizer tem validade de 60 dias
A vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNtech tem validade de 60 dias se armazenada a uma temperatura de -60°C e protegida da luz. Mantida entre entre 2°C e 8°C, ela dura apenas 5 dias. Já na temperatura ambiente, fora de refrigeradores, deve ser usada em até duas horas.
Os dados constam no relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que anunciou mais cedo a concessão do registro definitivo do imunizante. As conclusões da análise, que durou 17 dias, foram apresentadas na tarde de hoje (23). Chamada de Comirnaty, a vacina é a primeira a obter o registro definitivo no Brasil em meio à pandemia de covid-19, embora ainda não esteja disponível no país.
Segundo Maria Fernanda Reis, gerente de avaliação de recursos biológicos da Anvisa, os prazos de validade foram definidos para as vacinas usadas nos estudos clínicos. Ainda haverá necessidade de continuar o monitoramento para confirmar se eles valem também para as doses produzidas em escala comercial. Precisamos assegurar que cada lote da vacina tenha qualidade comparável ao do produto utilizado nos estudos que garantiram de fato a segurança e a eficácia, diz Maria Fernanda. A Anvisa também afirma que cadeia de transporte entre os locais de fabricação e o Brasil ainda carece de qualificação.
Os resultados de eficácia e segurança nos estudos realizados foram considerados robustos. Há, no entanto, uma observação: o imunizante se mostrou capaz de impedir a manifestação da doença, mas ainda não há certeza se ele também previne transmissão de uma pessoa para outra. O regime de aplicação da Comirnaty aprovado pela Anvisa é de duas doses com um intervalo de 21 dias entre si para indivíduos com 16 anos ou mais.
A vacina da Pfizer/BioNtech usa o RNA mensageiro, uma tecnologia inovadora: trata-se do encapsulamento em uma nanopartícula de material genético do coronavírus causador da covid-19. É um método diferente de outros mais tradicionais, que usam o vírus inativo ou um vetor viral. Os testes clínicos com a Comirnaty no Brasil envolveram 2,9 mil voluntários. No mundo todo, foram 44 mil participantes em 150 centros de seis países, incluindo África do Sul, Alemanha, Argentina, Estados Unidos e Turquia. Os resultados dos estudos da fase 3, divulgados pela Pfizer em novembro, apontaram eficácia de 95%.
Ressalvas
O relatório da Anvisa aponta que há informações limitadas relacionadas ao uso da vacina em mulheres grávidas, indivíduos imunocomprometidos e pacientes com doenças autoimunes. Também recomenda não fazer uso concomitante com outras vacinas devido à ausência de estudos. Apesar da falta desses dados, a Anvisa concluiu que não se vislumbra risco à saúde da população. A Pfizer deverá continuar realizando monitoramento e enviar novos dados, já com prazos pré-fixados.
Além disso, efeitos adversos graves devem ser informados em até 72 horas. A Anvisa não identificou, nos estudos realizados até o momento, nenhuma situação que levantasse alguma preocupação com a segurança. Reações adversas foram consideradas leves e moderadas, de curta duração, como fadiga, cefaleia, calafrios e dor muscular e nas articulações.
O Brasil ainda não tem contrato para compra dessa vacina. Negociações se desenrolam desde o ano passado, mas um acordo não se concretizou. O governo federal alega que a farmacêutica faz exigências inaceitáveis. Conforme o contrato proposto, ela não se responsabiliza por eventuais reações adversas e qualquer litígio somente poderia ser resolvido nos tribunais dos Estados Unidos. A Pfizer afirma que essas condições foram aceitas pelos países onde sua vacina já está em uso.
Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, o órgão não se envolve nas negociações e se limita a avaliar os dados, decidindo de forma técnica se o uso da vacina deve ou não ser autorizado. Não cabe à Anvisa discutir termos para a disponibilização ou para a comercialização, disse.
Uso emergencial
Atualmente, a vacinação no país contra a covid-19 vem sendo realizada com duas vacinas. Uma deles é a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório farmacêutico chinês Sinovac. A outra foi desenvolvida em parceria pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica inglesa AstraZeneca. Um acordo selado com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) permitirá que esse imunizante também comece em breve a ser produzido no Brasil. As duas, no entanto, possuem por enquanto o aval da Anvisa apenas para uso emergencial. O registro definitivo ainda não foi obtido por nenhuma delas.
A Pfizer já havia anunciado em dezembro do ano passado que não faria pedido para uso emergencial da sua vacina no Brasil. A farmacêutica decidiu que, tão logo concluísse os estudos exigidos e preenchesse todos os requisitos, seguiria o processo de submissão diretamente para um registro definitivo, o que libera o imunizante para uso em vacinação em massa e para distribuição tanto na rede pública quanto na rede privada.
De outro lado, a permissão para uso emergencial é concedida apenas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), delimitando o público alvo e fixando prazo. Entre os grupos prioritários que estão sendo vacinados estão profissionais de saúde e idosos. A Anvisa já tem em mãos o pedido para registro definitivo da vacina da Oxford/AstraZeneca. Ele foi recebido, inclusive, antes do que foi apresentado pela Pfizer. Gustavo Mendes afirma que não há priorização e são processos que correm em paralelo.
No caso do pedido da AstraZeneca, já era esperado que levaria um tempo maior de análise, até por parte da empresa. Fizemos uma reunião com eles na semana passada e existem ainda algumas informações a serem complementadas para que possamos prosseguir com a análise. Para que possamos tomar uma decisão sobre o registro definitivo dessa vacina, precisamos de dados dela sendo fabricada aqui no Brasil pela Fiocruz. O pedido de registro pressupõe essa produção no país. E como isso ainda não começou, não temos ainda dados relativos aos lotes fabricados aqui, disse.
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CORREIO BRAZILIENSE
STF permite a compra de vacina pelos estado
Corte forma maioria e possibilita que obtenção de imunizantes seja para o caso de o governo federal não cumprir o plano de imunização ou repassar doses a menos
Bruna Lima Sarah Teófilo
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, ontem, maioria para permitir que as unidades da Federação comprem e distribuam vacinas contra a covid-19. A decisão possibilita que, no caso de descumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, ou se a União não fornecer imunizantes suficientes para atender a população, estados, municípios e o Distrito Federal (DF) poderão adquirir vacinas previamente liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.
Também fica autorizado que os entes federados comprem fármacos que tenham sido registrados e liberados comercialmente pelas agências sanitárias dos Estados Unidos, da União Europeia, da China e do Japão, caso a Anvisa não se pronuncie sobre autorização dos imunizantes no Brasil no prazo de 72 horas.
A decisão refere-se a uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) relatada pelo ministro Ricardo Lewandowski, e que esteve no plenário virtual de 12 de fevereiro até ontem. Em dezembro do ano passado, o ministro havia autorizado, em caráter liminar, que estados e municípios importassem e distribuíssem vacinas contra a covid-1 com registro nas agências referenciadas pela decisão, caso a Anvisa não se manifestasse sobre autorização de uso no Brasil no prazo de 72 horas. A decisão do ministro também era a mesma em relação aos entes terem autorização para adquirir e distribuir imunizantes ante a hipótese de descumprimento do plano do governo federal ou caso não seja encaminhado um número suficiente de imunizantes pelo Ministério da Saúde.
Em seu voto, Lewandowski afirmou que embora seja de competência da pasta coordenar o Plano Nacional de Imunização (PNI) e definir quais vacinas integram o calendário, a distribuição não exclui a competência dos estados e municípios “para adaptá-los às peculiaridades locais”. Acompanharam o relator os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Marco Aurélio de Mello, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Roberto Barroso e Nunes Marques. A ADPF foi apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Após a decisão, a Frente Nacional dos Prefeitos anunciou a criação de um consórcio para organizar a compra de vacina pelos municípios. O objetivo é buscar alternativas que não estão sendo adquiridas pelo governo federal. Em reunião com a FNP, na semana passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o governo não vê com bons olhos a descentralização nas compras.
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FOLHA DE S.PAULO
Fim do piso inviabiliza o SUS, dizem entidades
Fernanda Brigatti
São Paulo
A possibilidade de o Senado aprovar o fim do piso de gastos com saúde é vista como inconstitucional e um risco à manutenção do SUS (Sistema Único de Saúde), disseram nesta terça-feira (23) entidades ligadas ao setor.
Entidades organizadas na ação Frente pela Vida divulgaram um apelo aos parlamentares pela derrubada do trecho que trata da vinculação de receitas. O grupo defende que o fim do piso deverá agravar o quadro de financiamento insuficiente da saúde pública.
“A intensa judicialização da saúde, com mais de 2 milhões de ações judiciais” afirma o Frente pela Vida, é consequência do subfinanciamento do setor.
Para Guinar Azevedo, presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), a discussão do fim do piso mínimo é inoportuna, em meio à pandemia, às mortes e às dificuldades enfrentadas pela rede de atendimento do país.
“Deveríamos estar discutindo a velocidade da vacinação e não o desmonte da saúde. O pagamento do auxílio não pode ser colocado nessa conta”, afirma.
“Além de inconstitucional, é um escárnio discutir isso neste momento em que vivemos um caos sanitário” diz a médica sanitarista Lucia Souto, presidente do Cebes (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde).
A desvinculação de receitas, na avaliação dela, seria o fim de uma luta histórica pela garantia de financiamento da saúde pública.
“O direito universal à saúde é uma cláusula pétrea [trechos da Constituição Federal que não podem ser alterados nem por meio de PEC]. Para que ele seja assegurado, você precisa de uma arquitetura institucional. Essa foi uma luta histórica nossa”, afirma.
Monica de Bolle, do Observatório Covid-19 – rede de divulgação científica criada na pandemia- , considera o fim da vinculação uma manobra inconstitucional e criminosa. Para a economista, é contraditório o governo tentar condicionar um benefício temporário a uma medida não emergencial.
“Nada deve condicionar o auxílio. O auxílio é emergencial. O que é emergencial não pode ser condicionado.”
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Imunidade de rebanho está longe, mesmo com avanço da vacinação
Velocidade de imunização e duração de proteção são entraves, de acordo com especialistas
DELTAFOLHA
Diana Yukari e Fábio Takahashi
A tão esperada imunidade de rebanho, que pode recolocar as atividades sociais próximas do normal, não deve ser atingida neste ano, mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19.
O entendimento vem ganhando força entre pesquisadores nos Estados Unidos devido especialmente à insuficiente velocidade na vacinação e à possibilidade do surgimento de novas variantes, mais transmissíveis e agressivas. Modelos estatísticos reforçam essa avaliação.
O panorama pessimista levanta a discussão de como as sociedades deverão agir nos próximos meses, dado que a proteção ideal não deve vir tão cedo. A questão discutida é se será possível retomar atividades sociais a partir do momento que populações vulneráveis estejam vacinadas, sem esperar que o patamar de imunização geral esteja perto de 80%.
A situação no Brasil é mais crítica, pois o ritmo de vacinação é menor do que nos EUA, e as vacinas aplicadas atualmente têm eficácia mais baixa, o que dificulta a chegada à imunidade de rebanho.
Esse termo significa o momento em que uma população está suficientemente protegida, e o vírus não consegue mais se propagar em velocidade. Tradicionalmente, essa proteção é alcançada por meio da vacinação.
Como o novo coronavírus se espalhou rapidamente, parte dos epidemiologistas coloca como hipótese que o grande número de infectados também possa contribuir para a imunidade de rebanho (o que não é consenso, pois a imunidade dos contaminados pode ter duração e proteção menores do que dos vacinados).
Cientista de dados formado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Youyang Gu apresentou neste mês modelo estatístico que projeta a população americana protegida nos próximos meses, seja por vacinação, seja por contaminação.
Hoje na casa dos 30%, o total de imunizados, segundo o modelo, não chegará nem em janeiro de 2022 a 80%patamar usado com frequência em estudos embora não haja número oficial para definir o rebanho.
Youyang utiliza “machine learning” (técnica em que o computador encontra padrões em grandes bases de dados) para estimara evolução de vacinados e infectados. O cientista ficou conhecido por ter desenvolvido um dos melhores modelos estatísticos para indicar o real impacto da Covid, com resultados usados por órgãos oficiais, como o CDC (Centro de Controle de Doenças).
Em sua projeção, os EUA imunizaram 7% da população até o momento. A estimativa considera eficácia de 85%das vacinas (patamar ajustado esperado para as doses da Pfizer e Moderna, usadas no país).
O cálculo busca identificar a quantidade de americanos efetivamente imunizados, o que é diferente do número de vacinas distribuídas, que podem não ter sido ainda aplicadas ou podem ter sido perdidas no processo de logística, além de considerar o tempo para que o imunizante comece a fazer efeito (três semanas).
Os americanos distribuíram cinco vezes mais doses do que os brasileiros, já ponderando pelos tamanhos das populações. E as vacinas distribuídas no Brasil (Oxford/AstraZeneca e Coronavac), têm eficácia menor do que as presentes nos EUA. Quanto menor a eficiência da vacina, mais gente precisa dela para se alcançar a imunidade de rebanho.
Num estudo publicado no sábado (20) pelo New York Times, o grupo americano de pesquisa chamado PH 1 COR mostrou diferentes projeções para que aquele país chegue ao número mágico. A previsão mais otimista é que seja em julho, mas os próprios pesquisadores são céticos.
Um dos temores é que as pessoas infectadas percam em pouco tempo a imunidade, o que postergaria a chegada ao patamar ideal.
Israel tem sido apontado como exemplo de como a vacinação pode ajudar no combate à pandemia. O país já vacinou cerca de 50% da população, e entre os maiores de 60 anos, o índice passou de 80%. Mortes e hospitalizações começaram a cair.
Mas o ritmo de imunização contra a Covid que os israelenses imprimiram parece improvável de ser replicado no curto prazo (o país foi atrás de diferentes laboratórios, de forma agressiva, antes de as vacinas estarem disponíveis).
Diante da dificuldade de se atingir a imunidade de rebanho, o cientista de dados Youyang defende que deve ficar em segundo plano o objetivo de se alcançar grandes proporções de vacinados na população como um todo, e que a meta passe a ser reduzir mortes e hospitalizações.
A volta ao normal, afirmou o pesquisador à Folha, deve ocorrer assim que sejam vacinados todos os que precisam e que queiram (e não apenas quando ao menos cerca de 80% da população total esteja com alguma proteção).
A avaliação do cientista é compartilhada pelo epidemiologista Marc Lipsitch, professor da Universidade Harvard.
Em debate online realizado em dezembro pelo Jama (periódico da Associação Médica Americana), ele defendeu que a vida possa voltar razoavelmente ao normal nos EUA quando estiverem imunizados todos os mais vulneráveis, o que pode representar entre 20% e 40% da população, segundo ele.
“Não precisamos ter transmissão zero para termos uma vida decente. Há doenças sendo transmitidas a todo o momento, matando pessoas, nem por isso fechamos tudo”, afirmou.
Segundo o pesquisador, se a população mais vulnerável estiver vacinada, “comum a vacina realmente efetiva”, para as demais pessoas a Covid passará a ser simplesmente uma doença contornável. “É um caminho mais claro para chegarmos perto de algo do normal, em vez de perseguirmos a real imunidade de rebanho.”
O epidemiologista disse explicitamente que a proteção deve ocorrer por meio da vacinação eficaz dos vulneráveis e chamou de loucos os que defendem que o vírus deva circular livremente, para que a proteção chegue via grande número de contaminados.
Médicos têm defendido que, mesmo quando as atividades sociais começarem a ser retomadas, as pessoas deverão continuar seguindo regras de distanciamento social e uso de máscara, pois a proteção ideal estará longe de ser atingida.
Ana Luiza Bierrenbach, conselheira técnica sênior da iniciativa Vital Strategies, concorda que a vida social possa começara ser retomada desde que as populações mais vulneráveis estejam imunizadas.
Em geral, são apontados como vulneráveis idosos e pessoas com comorbidades. Bierrenbach afirma que as populações mais pobres devam ser incluídas nessa categoria e, portanto, passem a ser prioritárias para a vacina.
Essa população sofre mais dificuldade em se manter em isolamento social, pois mora em geral em locais muito densos e com poucas possibilidades para home Office. “É uma discussão que precisa ser feita. Ao fim desta primeira eta a que prioriza idosos e profissionais de saúde, quem serão os próximos?”, questiona.
A epidemiologista diz ser normal as pessoas pensarem na vacina como uma proteção individual, mas, especialmente neste momento de escassez, a imunização precisa ser pensada de forma coletiva – ou seja, deve-se buscar o maior impacto que cada dose vai ter.
Professor de imunologia da Unicamp, Alessandra de Farias é cético em relação à ideia do retorno às atividades sem que haja grande parcela da população vacinada.
“Quanto mais gente infectada, maior a chance de termos variantes. Até agora, elas são mais transmissíveis, mas não mais graves. E se começarem a aparecer formas mais graves ou que infectem crianças?”, afirmou. “O que está em jogo é o risco que queremos correr.”
Para Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto Emilio Ribas, se entre 60% e 80% da população estiver imunizada, o objetivo estará alcançado. “Mas é impossível afirmar com precisão qualquer previsão de data, muito provavelmente será depois de 2021.” Os especialistas locais ouvidos afirmaram que o Brasil teria condição de estar numa velocidade muito maior de vacinação do que a atual. O país é referência em campanhas de imunização, chegando a vacinar em média mais de um milhão de pessoas por dia contra a gripe, expertise que os EUA, por exemplo, não têm.
Atualmente, são cerca de 200 mil vacinados contra a Covid por dia no Brasil. O problema é que não houve aquisição de vacinas para alimentar o sistema de forma plena.
“É necessário planejamento e maior quantidade de vacinas, para todos os países. Enquanto isso, as pessoas precisam continuar respeitando as orientações de precaução para a transmissão do vírus”, disse Weissmann.
Há dúvidas sobre como chegar à imunidade de rebanho. Além de não haver percentual consagrado que indique que a população esteja realmente protegida, também há incerteza sobre os fatores que leva riam a essa proteção.
As vacinas têm mostrado boa eficácia em evitar que as pessoas adoeçam, mas é incerto o quanto evitam a transmissão do vírus- confirmado um cenário pessimista, vacinados seguiríam contaminando muitas pessoas. Também há dúvidas sobre o período em que as pessoas ficam protegidas, considerando os vacinados e, especialmente, os infectados.
Em Manaus, epicentro da primeira onda no Brasil (em maio), o índice de infecção chegou a 76% da população, segundo estudo publicado na revista Science com dados até outubro. A cidade, porém, voltou a ser epicentro na segunda onda, a atual, com média diária de mais de cem mortos.
Entre as hipóteses para o fenômeno estão as de que os números sobre infectados no estudo seriam incorretos e a nova onda de correría da variante local do vírus. Mas é possível, também, que isso tenha ocorrido por o período de proteção de um infectado ser pequeno.
Por outro lado, na índia, a imunidade de rebanho por meio de infectados é uma das hipóteses levantadas para o rápido declínio no número de novos casos desde o fim do ano passado.
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Médicos usam informações falsas para incentivar uso de cloroquina
Um grupo chamado Médicos pela Vida publicou um informe publicitário em alguns dos principais jornais impressos do pais, entre eles a Folha, nesta terça-feira (23) com um manifesto em defesa do “tratamento precoce” contra a Covid-19 .0 texto asa informações falsas ao citar hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e outras drogas como eficazes em pacientes com o novo coronavírus.
Segundo os profissionais, havería evidências científicas que comprovem os benefícios do uso desses remédios, mas não há qualquer estudo de metodologia rigorosa que tenha chegado a essa conclusão. O site em que o manifesto foi publicado não disponibiliza formulários para contato com responsáveis e apresentou instabilidade em vários momentos desta terça-feira.
A Lupa checou algumas das frases do manifesto. A associação foi procurada para comentar as checagens, mas não respondeu. Veja o resultado. *
” Dentre a s abordagens dispo níveis na literatura médica para a Covid-19, existe o chamado Tratamento precoce?’ Trecho de manifesto publicado por um grupo de médicos como anúncio em jornais impressos em 13.fev.1021 falso Não há evidência na literatura médica que comprove a eficácia do chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19. Logo. não é correto considerar essa receita uma “abordagem disponível”. Essa suposta solução, que usaria uma combinação de hidroxicloroquina, azitromicina e zinco, entre outros medicamentos, foi tema de pesquisas que demonstraram não haver benefício no aso dessas drogas contra a doença, seja de forma preventiva ou para curar casos leves, moderados ou graves.
A eficácia de um tratamento só pode ser realmente comprovada com estudos científicos que usam uma metodologia rigorosa. Para isso, são necessárias duas características principais: randomização (ou seja, a escolha aleatória dos pacientes) e ser duplo-cego (quando nem os médicos nem os pacientes sabem quem está recebendo o remédio ou o placebo).
Também é preciso que os resultados sejam publicados em uma revista científica, o que só ocorre depois da revisão dos dados por especialistas no assunto. As pesquisas feitas sob essas condições não mostraram benefício na aplicação do “tratamento precoce” para pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Em julho passado, cientistas brasileiros publicaram um artigo no The New England Journal of Medicine (NEJM) mostrando que hidroxicloroquina, combinada ou não com azitromicina, não trouxe qualquer benefício para pacientes leves ou moderados com Covid-19 – ou seja, a doença se desenvolveu da mesma forma para os que tomaram o remédio e para os que receberam placebo. A droga foi administrada quatro dias depois da exposição ao vírus, de modo randomizado e com duplo-cego. Foram recrutado só os partícipantes em 55 hospitais.
Estudo publicado em novembro pela revista The Lancet chegou à mesma conclusão. Pesquisadores do Qatar, do Reino Unido e da Austrália analisaram os efeitos da hidroxicloroquina, com ou sem azitromicina, em pacientes não graves com Covid-19. Ao todo, 456 participantes dividiram- se em três grupos, com randomização e duplo-cego. Não houve diferença entre os resultados obtidos para cada um deles, mostrando que os remédios não trouxeram benefícios.
Outra pesquisa publicada no NE JM em junho por cientistas dos EUA, mostrou que tomar hidroxicloroquina preventivamente não evitou a contaminação pelo Sars-CoV-2.
As únicas referências positivas ao tratamento preventivo na literatura médica vêm de dois tipos de estudos que não podem ser vistos como conclusivos. O primeiro deles é a análise em laboratório do desempenho da droga, que não reproduzas condições existentes no corpo humano e apenas indica a necessidade de pesquisas mais aprofundadas. O segundo são os estudos observacionais, nos quais os resultados podem chegar a conclusões enganosas e sua comprovação também só pode ocorrer com a realização de novas pesquisas, randomizadas e com duplo-cego.
“[…] há disponível nos sites http s:/hcqmeta. com, https:// ivmmeta.com, httpsi/^ciçstudy.com/, https: / /ci9ivermectin.com/?s=o8, https://copcov.org e htt ps:/fc 19 legacy. com/?s=o8 a compilação de diversos estudos e estatísticas envolvendo drogas utilizadas como parte do arsenal terapêutico, entre outros trabalhos disponíveis em bases de dados científicos confiáveis.” falso O conteúdo dos sites hcqmeta.com e ivmmeta.com, citados no manifesto, remete aos mesmos estudos que constam em outro site mencionado, o c19study.com. Ou seja, não são várias meta-análises, mas apenas duas: uma de hidroxidoroquina e outra de ivermectina, ambas do C19Study.com. Essas análises não têm nenhum rigor científico.
Leandro Tessler, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin e membro do Grupo de Estudos de Desinformação em Redes Sociais (Edres) da Unicamp, explicou que o suposto estudo é uma meta-análise, ou seja, uma análise feita com base em outros trabalhos existentes. Isso, em si, não é o problema: esse tipo de estudo, quando feito de maneira adequada, é importante para a avaliação da eficácia de medicamentos.
O problema é que, nesse caso, a análise é feita sem metodologia e rigor científico.
A primeira questão é que, quando se vai fazer uma meta-análise, os estudos levados em consideração precisam ter pesos diferentes, de acordo com a qualidade de cada estudo. “Um estudo mal feito não entra, e um estudo que tem 50% de qualidade entra com um peso de 50%. Mas o Ci9Study dá o mesmo peso para todos, ou seja, um estudo padrão ouro entra com o mesmo peso de uma opinião” explicou o professor.
Uma segunda questão é que estudos científicos precisam ser chancelados por revistas científicas e passar pela revisão por pares (peer review). “No Ci9Study, eles misturam pré- prints [náo publicados em revistas nem revisadospor pares] com erros graves, que provavelmente nunca serão publicados, com outros estudos.”
Entre os links citados, ainda está o https:/copcov.org, estudo do professor Nicholas White, da Universidade de Oxford. Não há, até o momento, resultados desse estudo, segundo o National Instítutes of Health (NIH), a agência de pesquisa biomédica do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
“Os relatos de cidades e estados que adotaram as medidas para intervenção precoce na Covid-19 têm mostrado bons resultados, com a diminuição da carga sobre os sistemas de saúde.”
AINDA É CEDO PARA DIZER Ainda não há estudos científicos que avaliem como o tratamento precoce da Covid-19 influenciou no número de casos da doença em estados e cidades brasileiras. O que existe, até o momento, são reportagens jornalísticas que tentam traçar paralelos entre o tratamento precoce estabelecido em algumas regiões com a situação epidemiológica daquela área.
Em janeiro de 2021, por exemplo, o UOL publicou um levantamento mostrando que de 10 municípios com mais de 100 mil habitantes que distribuíram o “kit Covid” 9 tiveram taxas de mortalidade maiores do que a média estadual. Foram elas: Goiânia, Campo Grande, Natal, Cuiabá, Boa Vista, Jundiaí (SP), Gravata (RS), Itajaí (SC) e Cachoeirinha (RS). Na época, a única exceção foi Parintins (AM). Enquanto o estado teve 159 óbitos por 100 mil habitantes, o município registrouiS7Óbitos por 100 mil habitantes.
“utilizando uma combinação de drogas, visando reduzir o número de pacientes que progridem para fases mais graves da doença […].” falso Embora analgésicos, anti-inflamatórios, anticoagulantes e antibióticos sejam asados para minimizar sintomas ou tratar infecções secundárias da Covid-19, esses medicamentos não diminuem a carga viral e não têm ação efetiva contra o novo coronavírus. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são insuficientes as evidências disponíveis sobre os benefícios do uso de cloroquina ou hidroxicloroquina e ua ivermectina, seja de forma associada ou isolada, para reduzir a progressão da doença.
Em dezembro de 2020, a Sociedade Brasileira de Infectologia publicou um documento no qual não recomenda tratamento farmacológico precoce com os medicamentos cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal e dióxido de cloro.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação