ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
‘Vai ter paciente no corredor’, diz secretário de Saúde de SP após convocar médicos voluntários e anunciar ‘operação de guerra’
Hospitais particulares sofrem com a escassez de insumos em Goiás
Goiás está com mais de 99% dos leitos de UTIs ocupados
Prefeitura de Goiânia publica novo decreto de restrições. Veja o que mudou
Venda de medicamentos para depressão cresceu 17% com a pandemia
Antes de colapso, White Martins pediu transporte de oxigênio e foi ignorada
Fabricantes não indicam cloroquina contra Covid-19
Pfizer confirma recusa a oferta de 70 mi de doses pelo governo
Covid-19: Goiás registra 25 mortes em um dia e se aproxima de 9 mil óbitos
Prefeitura credencia profissionais de UTI e enfermaria até esta segunda
Brasil supera dez mil mortes por covid-19 em uma semana, recorde da pandemia
PORTAL G1
‘Vai ter paciente no corredor’, diz secretário de Saúde de SP após convocar médicos voluntários e anunciar ‘operação de guerra’
‘Nós precisamos de ajuda, porque estamos em guerra’, disse Jean Gorinchteyn nesta sexta-feira (5), em coletiva na qual governador João Doria anunciou criação de novo hospital de campanha. Estado de SP bateu recorde de ocupação de UTIs, de mortes por coronavírus em 24h e de pacientes internados com Covid-19 nesta semana.
O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, anunciou nesta sexta-feira (5) uma ‘operação de guerra’ no sistema de saúde para acolher pacientes com Covid-19 no estado. O governador João Doria (PSDB) anunciou ainda a criação de um novo hospital de campanha, que deve ser detalhada na próxima segunda-feira (8).
Em entrevista à jornalistas no Palácio dos Bandeirantes, o secretário convocou profissionais de saúde para que atuem como voluntários na linha de frente e admitiu que pacientes sejam atendidos nos corredores de hospitais, desde que não fiquem desassistidos.
‘Nós vamos continuar abrindo leitos dentro dos hospitais. Abriremos em qualquer lugar desses hospitais: seja nos anfiteatros, seja nos ambulatórios, seja nos corredores. Ah, paciente no corredor? Vai ter paciente no corredor, o que nós não queremos é paciente desassistido’, disse Gorinchteyn.
Durante a coletiva de imprensa, o secretário apresentou ainda os indicadores de saúde do estado, que teve recorde de mortes por Covid-19 em 24h nesta semana, além do maior índice de ocupação de UTIs desde o início da pandemia e também o maior total de pacientes internados com confirmação ou suspeita da doença.
O secretário pediu ajuda aos conselhos regionais de profissionais de saúde para que voluntários possam auxiliar no atendimento da linha de frente.
‘Nós precisamos agora do apoio dos conselhos regionais de classe: do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Regional de Fisioterapia, do Conselho Regional de Enfermagem, para que nos ajudem com voluntários. Nós precisamos de ajuda. Porque estamos em guerra’, afirmou.
‘Nós precisamos agora do apoio dos conselhos regionais de classe: do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Regional de Fisioterapia, do Conselho Regional de Enfermagem, para que nos ajudem com voluntários. Nós precisamos de ajuda. Porque estamos em guerra’, afirmou.
Novo hospital de campanha
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou durante a coletiva de imprensa a criação de um novo hospital de campanha para atender pacientes com Covid-19. No entanto, Doria não detalhou como será a nova estrutura.
“Na próxima segunda-feira nós vamos anunciar um novo hospital de campanha. Hoje pela manhã eu pedi que fosse liberado recurso para implantação, o mais rápido possível, de um hospital de campanha aqui na capital. Não dependerá pra prefeitura, mas sei que ela está preocupada. O governo do estado vai anunciar na próxima segunda-feira um hospital de campanha”, disse Doria.
Durante a coletiva de imprensa, o governador também comentou a declaração do secretário da Saúde sobre pacientes nos corredores.
“Entendo a preocupação de um infectologista como o Dr. Jean, mas nós não queremos atender pacientes em corredores, queremos atender pacientes em quartos, de forma digna, e é o que vamos fazer aqui no estado de São Paulo”, disse Doria.
“Entendo a preocupação de um infectologista como o Dr. Jean, mas nós não queremos atender pacientes em corredores, queremos atender pacientes em quartos, de forma digna, e é o que vamos fazer aqui no estado de São Paulo”, disse Doria.
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O POPULAR
Hospitais particulares sofrem com a escassez de insumos em Goiás
Em meio ao pior momento da pandemia da Covid-19, os hospitais da rede particular de Goiás estão enfrentando dificuldades para encontrar alguns insumos usados no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus (Sars-CoV-2). Além da dificuldade de obtenção de insumos, as unidades da rede se deparam a superlotação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O presidente da Associação dos Hospitais Particulares de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, explica que as principais queixas têm sido sobre relaxantes musculares, chamados Rocurônio e Pancurônio, usados para entubar pacientes e também de cateteres nasais de alto fluxo,usados em oxigenioterapia. “São itens essenciais para o tratamento de pacientes com Covid-19 e que não tem como ser substituídos por outros”, diz.
O presidente da Ahpaceg conta que a compra destes insumos tem sido complexa porque os fabricantes são internacionais e, por isso, eles acabam competindo com o mundo inteiro pelos produtos. “Não é uma questão de preço, nem de falta de dinheiro. É o fato de não conseguirmos comprá-los”, afirma. Helou diz que recentemente a Ahpaceg conseguiu fazer uma compra destes insumos e que eles devem chegar nos próximos sete dias. “Até lá, vamos ter de ir nos virando”, aponta.
Helou afirma que nos últimos dias, para não faltar insumos em nenhuma unidade de saúde, os hospitais que possuem estoques têm fornecido para aqueles que estão em falta. “Estamos dando conta na base da fraternidade. Já auxiliamos até hospitais fora da associação. Essa semana mesmo tinha uma unidade sem relaxantes musculares e conseguimos com outro hospital a quantidade necessária para eles continuarem trabalhando”, relata.
A reportagem conversou com médicos que atuam nas redes privada e pública do Estado e todos confirmaram que tem ocorrido um aumento muito grande na demanda por esses medicamentos e também por cateteres. Uma das médicas, que atua na rede privada e preferiu não se identificar, afirma que na unidade em que ela trabalha os insumos já chegaram a faltar, assim como aconteceu no ápice da primeira onda da doença.
Na última quarta-feira (3), reportagem do POPULAR mostrou que os hospitais de Goiás registraram alta no consumo de oxigênio nos últimos dias. A alta do uso fez com que os gestores passassem a monitorar os estoques. Na quinta-feira (4), o médico e diretor do Hospital Municipal de Itauçu, Breno dos Santos, gravou um vídeo que viralizou nas redes sociais falando sobre a alta taxa de ocupação dos leitos de UTI no município e sobre o grande consumo de oxigênio na unidade. “Estamos gastando uma média de cinco a oito bombas dessa de oxigênio por dia e não está sendo suficiente”, desabafou.
Rede Pública
A Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES/GO) informou por meio de nota que não há notícia de falta de insumos nas unidades hospitalares da rede estadual, para as quais a SES/GO dá suporte e garante os repasses regulares de recursos também para aquisição desses materiais pela organização de sociais.
A pasta informou ainda que mantém diálogo constante com instituições privadas e a constatação é de que não faltam insumos hospitalares em Goiás, sendo que em relação oxigênio, por exemplo, é importante ressaltar que as próprias empresas fornecedoras relataram que para o Estado de Goiás, mesmo que todos os leitos estejam sendo utilizados, não há sinalização da falta do gás.
Leitos pode ser regulados juntos
O presidente da Ahpaceg explica que na última reunião do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE) foi sugerido à SES/GO que toda a regulação dos leitos de Goiás ficasse nas mãos do Estado. “Precisamos unir forças agora. Trabalhamos juntos para conseguir passar por esse momento”, explica.
Até essa sexta-feira (5), a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva da Ahpaceg era de 95% na capital e 71% no interior. A associação já tem alertado há alguma semana sobre a alta taxa de ocupação nas unidades de saúde. “Estamos em um momento crítico. As pessoas precisam ficar em casa. Não conseguimos abrir leitos na mesma velocidade que as pessoas ficam doentes”, esclarece Helou.
Em nota, a SES/GO informou que a própria pasta já apresentou uma proposta de regulação única para o Estado e que ela permaneça em discussão, sendo caso seja aprovada, “todos os leitos destinados para pacientes com a doença seriam concentrados em uma só central, de modo organizado, lógico e transparente, com a formação de uma fila única estadual”.
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JORNAL OPÇÃO
“Ao mesmo tempo em que estamos com hospitais cheios, não param de chegar pessoas”, diz presidente da Ahpaceg
Por Gabriela Macedo
Haikal Helou diz que apelou ao governador para que ajude nas negociações com planos de saúde e aguarda melhora do estado de saúde de Ronaldo Caiado que se comprometeu a ajudar na busca de uma solução. Presidente da Ahpaceg também defende uma “unificação estadual” na regulação de leitos, tanto da rede pública como da privada
Preocupado com o colapso no sistema de saúde, o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, aguarda apoio do governador Ronaldo Caiado (DEM) para diálogo e busca de soluções com planos de saúde. Até o momento, somente o Ipasgo se manteve aberto para discutir e negociar qual a melhor saída para esse impasse.
Em entrevista com o Jornal Opção, Haikal Helou explica que, com o aumento dos casos de Covid-19 no estado, e a consequente necessidade de internação, o fluxo de atendimento nos prontos socorros subiu para além da capacidade. “Estamos discutindo o que fazer, porque ao mesmo tempo em que estamos com os hospitais cheios, não param de chegar pessoas. Obviamente nós temos que atendê-las, mas não temos como”, desabafa.
As negociações com o Ipasgo se encontram avançadas, especialmente se comparado ao pouco avanço quanto aos demais planos de saúde. Segundo o presidente da associação, desde a última semana diversas reuniões já aconteceram. Foram realizadas duas propostas ao plano, uma delas a construção de um “hospital de campanha” dentro de uma ala desativada de um hospital, para que mais pacientes possam ser atendidos. No momento, os pedidos se encontram em análise, mas esperança é que um acordo seja estabelecido até a próxima segunda-feira, 08.
“Entendo que eles precisem de um tempo para analisar. É um processo complexo que envolve a Procuradoria, o Tribunal de Contas… Não é algo que depende de uma só pessoa”, explica Haikal, ao garantir a comunicação diária com o Ipasgo.
Demais planos de saúde
Já quanto aos demais planos de saúde, o presidente da Ahpaceg aguarda pela melhora do governador, para que possa forçar um diálogo deles com a associação. “Apelei ao governador para que ele, como autoridade máxima do Estado, bote todos na mesa. Chega um momento em que não há mais diálogo e que você precisa de um árbitro”, conta.
Desde a noite da última segunda-feira, 01, o chefe do Executivo goiano permanece com suas atividades suspensas após passar mal. Ronaldo Caiado garantiu, entretanto, que pretende apoiar a associação nessas negociações.
Reunião com a COE
Na tarde da última quarta-feira, 03, em reunião com os membros do Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Coronavírus, do qual Ahpaceg faz parte, foram realizados pedidos de ajuda ao Poder Público para o enfrentamento da crise.
Em especial, a solicitação é que haja uma unificação estadual, ao invés da autonomia municipal, quanto a regulamentação dos hospitais, das operadoras e das ações tomadas para conter a crise causada pelo novo coronavírus. “Neste momento, todos os municípios participariam, mas haveria um controle central do estado para que não fique cada município regulando, hospital e operadora regulando os seus. Nessa hora estamos todos no mesmo barco”, explica Haikal.
A segunda demanda é que seja feita uma classificação do nível de resolutividade das instituições, para que cada hospital receba pacientes de acordo com sua capacidade. O presidente da associação ainda complementa que, durante o encontro de segunda-feira, foi determinado pela superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, que o grupo específico do colo hospitalar crie e apresente soluções até a próxima reunião, que acontecerá na próxima quarta-feira.
Denúncias
Na última semana, o Jornal Opção recebeu a denúncia de que os hospitais da rede privada estariam oferecendo leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para venda para a rede pública, por um valor de R$8,5 mil reais. Nas negociações, ainda teriam sido oferecidos balões de oxigênio.
O presidente da Ahpaceg, entretanto, nega ter conhecimento de qualquer um desses acordos e ainda ressalta a importância da existência de investigação por parte da polícia, caso isso realmente esteja acontecendo. Ao se assustar com o valor mencionado, acrescenta que hoje o preço de leito de UTI acordado com o Ipasgo é de R$3 mil reais. “Eu vi ontem no site da prefeitura, por exemplo, sobre as instituições que estão fazendo parceria, 99% não são instituições da Ahpaceg”, conclui.
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Goiás está com mais de 99% dos leitos de UTIs ocupados
Por Pedro Hara
Nas últimas 24 horas, Goiás registrou 779 novos casos da Covid-19. Total de casos no Estado é 413.060 e 8.928 óbitos
Números da ocupação de leitos e de novos casos são atualizados diariamente pela Secretaria Estadual de Saúde| Foto: Divulgação / Prefeitura de Goiânia
Os leitos de UTI destinados a Covid-19 em Goiás estão acabando. Dos 734 no total, 731 estão ocupados por pacientes com suspeitas ou confirmados com o coronavírus. O número representa uma taxa de ocupação de 99,59% dos leitos ocupados. Os números são atualizados diariamente pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).
Dos 429 leitos destinados a Covid-19 na rede estadual de saúde, 397 estão ocupados, um total de 96,97%. Destes, 19 estão bloqueados enquanto apenas 13 estão disponíveis.
Em situação menos crítica, mas mesmo assim preocupante estão os leitos de enfermaria. Dos 1456 leitos disponíveis, 1021 estão ocupados com pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19. Na rede estadual de saúde, dos 491 leitos de enfermaria, 348 estão ocupados, 69 estão disponíveis e 74 estão bloqueados.
Boletim Covid-19
Nas últimas 24 horas, Goiás registrou 779 novos casos da Covid-19 no Estado. Aos finais de semana, o número costuma ser mais baixo por conta da subnotificação por conta dos laboratórios. No total, já foram registrados 413.060 casos da Covid-19 em Goiás.
Em relação ao número de óbitos, Goiás registrou 8.928 mortes em decorrência do coronavírus. Destas, 25 foram nas últimas 24 horas. A letalidade do vírus está em 2,16%, enquanto 246 óbitos estão sob suspeita. Há 346.578 casos suspeitos em investigação, enquanto 232.398 foram descartados.
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Prefeitura de Goiânia publica novo decreto de restrições. Veja o que mudou
Por Pedro Hara
Novas regras entram em vigor a partir desta segunda-feira, 8. Motivo de impasse, os ônibus poderão circular com os passageiros sentados
Devido ao aumento no número de casos e óbitos de Covid-19 em Goiânia, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) publicou neste domingo, 7, um novo decreto para a capital, que terá validade a partir desta segunda-feira, 8.
Neste novo decreto, as atividades econômicas e não econômicas que não forem essenciais terão o seu funcionamento suspenso por sete dias a partir da data em que o decreto entrar em vigor.
O que muda
As unidades de psicologia e de fisioterapia poderão funcionar direcionadas exclusivamente à reabilitação. As unidades públicas e privadas de atendimentos ambulatoriais de especialidades em saúde, com atendimento em 50% da capacidade, apenas com agendamento prévio. Não poderão ser realizados procedimentos estéticos e odontológicos.
Os estabelecimentos de comércio varejista e atacadista de produtos alimentícios, restrito a supermercados, hipermercados e mercearias. Será permitida a entrada de apenas um membro da família, exceto nos casos em que haja necessidade de acompanhamento.
As padarias, panificadoras e confeitarias poderão funcionar na modalidade delivery e para retirada no local, sendo vedada a modalidade self-service. As revendedoras de água, restaurante e lanchonetes poderão funcionar apenas na modalidade delivery.
O horário de funcionamento das distribuidoras de bebidas será das 8h às 20h. Podendo funcionar apenas com entregas delivery. As obras de construção civil de infraestrutura do poder público e as relacionadas à energia elétrica, saneamento e as hospitalares estão liberadas.
As organizações religiosas poderão realizar missas, cultos e reuniões similares, desde que haja lotação de apenas 10% da capacidade e intervalo de 3 horas para que haja desinfecção do ambiente e superfícies. As atividades ficam liberadas entre 7h e 21h. É obrigatório o uso de máscaras, além da distribuição de álcool em gel e a aferição da temperatura.
Os escritórios de advocacia poderão funcionar desde que observadas as recomendações previstas no art. 6º do Decreto Estadual nº 9.653, de 10 de abril de 2020 e nas recomendações da Secretaria de Estado da Saúde, nos termos da Nota Técnica nº 7/2020 – GAB – 03076, de 19 de abril de 2020.
Por fim, as empresas de ônibus poderão funcionar apenas com o limite de passageiros sentados, sendo proibido o embarque dos veículos acima deste limite.
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Venda de medicamentos para depressão cresceu 17% com a pandemia
Por Marcos Aurélio Silva
Aumento foi 5 pontos maior do que o verificado entre 2018 e 2019. Ambulatório idealizado por farmacêuticos constata alta e agravamento em casos
A Covid-19 impôs o isolamento social, que impactou exponencialmente os brasileiros. O brasileiro é reconhecido pela expansividade e pela alegria. Não por acaso nosso carnaval é uma das maiores festas populares do planeta. Ficar trancado em casa e, ainda, sob o impacto da crise econômica provocada pela pandemia, fez aflorar sentimentos como o medo e a solidão, que acabaram levando a problemas como insônia, depressão e ansiedade.
Os prováveis efeitos desse fenômeno social podem ser notados nas vendas de anti- depressivos e estabilizadores de humor. Em comparação com 2019, o país registrou um crescimento de 17% nesse comércio em 2020, conforme levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia-CFF por meio da Consultoria IQVIA.
Entre 2018 e 2019 as vendas de antidepressivos e estabilizadores de humor aumentaram 12%, e entre 2017 e 2018, 9%. A curva não deixa dúvidas de que as vendas dispararam no país no último ano. Em 15 estados, o crescimento foi ainda maior, beirando os 30% em algumas unidades da federação. No Ceará, 2º classificado no ranking de estados com os maiores aumentos, havia uma tendência de queda até 2019, mas as vendas ganharam impulso no ano da pandemia. Enquanto entre 2018 e 2019 foi registrado um aumento de 7%, no período de 2019 a 2020 a variação foi de 29%, três vezes maior.
Sergipe registrou o dobro de aumento, com 12% entre 2018 e 2019 e 24% entre 2019 e 2020. Apesar de ser o 11º estado no ranking, com 23% de aumento no período de 2019/2020, no Amapá as vendas estão em queda, em comparação com o período de 2018/2019, quando houve aumento de 29%.
Também foi levantado o aumento das vendas de anticonvulsivantes e antiepiléticos, que foi ainda maior no país. Em 2020, houve um acréscimo de 12% nas vendas em comparação com 2019. O índice corresponde a 8 pontos porcentuais a mais do que o registrado no período de 2018 a 2019, de 4%. O crescimento no período anterior, de 2017 a 2018, foi de apenas 2%. Nos estados do Amazonas e da Bahia (que registrava tendência de queda) a variação foi de 25% e 21% respectivamente, entre 2019 e 2020. Porém, nestes dois casos, o agravante é que, em relação ao período anterior, 2018 a 2019, o aumento foi de 20 pontos porcentuais. Embora tenha registrado índice de 23% de crescimento nas vendas entre 2019 e 2020, o Amapá apresentou tendência à estabilização.
“Os medicamentos em questão são disponibilizados no mercado sob um rígido controle da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A venda é feita com apresentação de prescrição médica, retenção da primeira via da receita e mediante lançamento no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, o SNGPC”, explica o conselheiro federal de Farmácia, Jardel Teixeira de Moura, que atua no varejo e tem observado, na ponta, o aumento das vendas. “De fato, há uma maior procura por esses medicamentos, principalmente entre jovens e idosos”, comenta o conselheiro, que é proprietário de farmácia em seu estado, que curiosamente foi o que registrou o menor aumento nas vendas.
Considerando que os medicamentos são controlados, o aumento estaria relacionado a um crescimento no número de pacientes com adoecimento mental. E o grande desafio seria garantir o melhor custo benefício dos tratamentos, com o diagnóstico correto pelo médico e o uso seguro e racional, acompanhado pelo farmacêutico. Porém, é preciso analisar outros aspectos. “Um deles é que vivemos em uma sociedade culturalmente marcada pela tendência à medicalização”, comenta o farmacêutico Wellington Barros, consultor ad hoc do CFF.
Ele explica que há um comportamento das pessoas no ocidente, de frequentemente recorrer ao uso medicamentos para tentar sanar todo tipo condição decorrente do convívio social como se tudo se reduzisse a um problema de saúde. “Está claro que a quarentena expôs as pessoas a situações de estresse muito extremas, e também é evidente que essa condição pode, sim, ter efeitos sobre a saúde mental das pessoas, levando ao surgimento de quadros de depressão e ansiedade, por exemplo. Mas nem toda alteração no sono, nem todo sentimento de tristeza ou solidão, ou mesmo o estresse gerado pela exposição ao risco, no caso dos trabalhadores da saúde e das atividades essenciais, que não pararam durante a pandemia, constituem a priori um transtorno em saúde mental passível de ser tratado com um medicamento. E mesmo que haja uma indicação da ocorrência de sofrimento psíquico que caracterize um transtorno ou problema de saúde, isso não significa que será necessário, de imediato, o uso de algum medicamento. A abordagem mais segura e que implica em maior beneficio, na maioria absoluta dos casos, terá que ser sempre ampliada, centrada nas pessoas e não nos medicamentos”.
A farmacêutica e professora Sheilla Fernandes, concorda. Ela destaca que as principais preocupações no uso dos psicotrópicos são o autodiagnóstico e o fácil acesso aos medicamentos no Brasil. “Claro que os medicamentos são importantes e a gente precisa deles, mas é preciso pensar também em alternativas não farmacológicas. E nós, enquanto farmacêuticos, devemos discutir esse aspecto da psicoeducação”, observa. Outro ponto levantado pela professora é que muitos pacientes se automedicam até mesmo com medicamentos controlados. A automedicação ocorre modificando as doses, a frequência de administração ou usando o medicamento que foi prescrito para outra pessoa.
O quadro descrito é comprovado por outra pesquisa realizada pelo CFF com o Instituto Datafolha. Segundo esse estudo, que teve como base pessoas que usaram medicamentos nos seis meses anteriores às entrevistas, a maioria dos brasileiros (77%) se automedica e 57% o fazem a partir de medicamentos prescritos. Ou seja, a pessoa passa pelo profissional da saúde, tem um diagnóstico, recebe uma receita, mas não usa o medicamento conforme orientado, alterando a dose receitada. Ainda segundo a pesquisa, 44% dos entrevistados que têm o hábito de se automedicar usam medicamento sem prescrição se conhecem alguém que já usou e obteve resultado. Ou seja, as pessoas se automedicam usando o medicamento prescrito para outra pessoa.
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FOLHA DE S.PAULO
Antes de colapso, White Martins pediu transporte de oxigênio e foi ignorada
Solicitação por email foi feita a coronéis que assessoram Pazuello 3 dias antes de insumo acabar
Vinicius Sassine
Um email enviado pela White Martins ao Ministério da Saúde, obtido pela Folha, mostra que a empresa pediu “apoio logístico imediato” para transportar 350 cilindros de oxigênio gasoso, 28 tanques de oxigênio líquido, 7 isotanques e 11 carretas com o insumo a Manaus. O pedido foi direcionado a dois coronéis do ministério e acabou não sendo atendido a tempo.
Três dias depois, o oxigênio se esgotou nos hospitais e pacientes morreram asfixiados. O colapso deuinício a uma crise que resultou, até agora, na transferência de 645 pacientes a outros estados. Dentre os transferidos, 92 (14,2%) morreram longe de casa.
A omissão do ministro da Saúde, o general da ativa Eduardo Pazuello, diante de alertas sobre o que estava em curso e sobre o que viria a ocorrer levou à abertura de um inquérito pelo STF(Supremo Tribunal Federal) para investigar o militar. Ele é suspeito de ter cometido crimes. Diligências foram autorizadas pelo STFe estão em curso.
Pazuello vem tentando apagar rastros dessa omissão. No último dia 27, seu número dois no ministério, coronel Elcio Franco Filho, produziu um documento, enviado ao STF, para mudar a versão sobre um outro e-mail da White Martins, por meio do qual a empresa alertava sobre a escalada da escassez de oxigênio.
O próprio ministro havia escrito, também em documento oficial encaminhado ao STF, que sua pasta recebeu em 8 de janeiro o e-mail com o alerta da empresa, fornecedora da rede hospitalar local. Franco, secretário-executivo do ministério, mudou a versão: o e-mail só teria aparecido no dia 17 daquele mês. O colapso ocorreu no dia 14.
Já o pedido por “apoio logístico imediato 4 ficou registrado em e-mail escrito por Lourival Nunes, diretor de Desenvolvimento de Negócios Medicinais da White Martins. Foi enviado às i4h35 de 11 de janeiro ao comitê de crise montado pelo governo do Amazonas e ao coronel do Exército Nivaldo Alves de Moura Filho, diretor de Programa da secretaria-executiva do Ministério da Saúde.
Moura Filho foi nomeado ao cargo por Pazuello, em 4 de junho. Quando o e -mail foi escrito, uma reunião presencial já havia ocorrido na manhã do mesmo dia 11. Pazuello, que estava em Manaus, participou do encontro.
“No dia 10, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, convidou os representantes da White Martins, por meio do comitê estadual, para uma reunião em Manaus, na manhã do dia 11, para tratar do tema [aumento da disponibilidade de oxigênio diante da calamidade pública no estado]”, afirmou a empresa à Folha, por meio de nota.
O envio do email, logo após a reunião, foium pedido do coronel Moura Filho, “para formalizar a demanda por apoio logístico relatada pela empresa no encontro, decorrente do crescimento abrupto e exponencial do consumo de oxigênio naquele momento”, disse a White Martins. “Estou enviando as nossas necessidades de apoio logístico imediato para transporte de oxigênio medicinal e equipamentos aplicados à operação”, escreveu o gestor da empresa no email.
Ele listou quatro itens com necessidade imediata de apoio logístico. Dois deles já estavam sendo tratados com outro militar do Ministério da Saúde, o tenente-coronel Alex Liai Marinho, conforme a mensagem eletrônica.
Marinho é tenente-coronel do Exército. Desde 9 de junho, nomeado por Pazuello, é coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos para Saúde. Está subordinado ao coronel Franco, secretário-executivo.
O item 1 do email eram 350 cilindros de oxigênio gasoso, oriundos de Campinas (SP) e Belo Horizonte. A carga tinha um peso de 24,3 toneladas e deveria ser transportada por via aérea.
O item 2 eram 28 tanques de oxigênio líquido, que deveríam percorrer a rota Gua rulhos (SP)-Manaus, em cinco voos. O peso total da carga era de 53,5 toneladas. Duas remessas já estavam de pron tidão. Outras três remessas estavam prontas para serem transportadas nos dias 12 e 13.
O email ainda registra o pedido por ajuda para levar sete isotanques a Belém e para deslocar 11 carretas da capital do Pará a Manaus.
Documentos entregues pelo Ministério da Saúde ao STF mostram que apenas o item 1 teria sido transportado antes do colapso do dia 14. Esses documentos registram o transporte de 350 cilindros de oxigênio gasoso nos dias 12 e 13, oriundos de Guarulhos. Isto equivalería a 3,5 mil metros cúbicos, segundo dados usados pela White Martins.
Segundo os mesmos documentos, tanques com oxigênio líquido só começaram a chegara partir do dia 15, o dia seguinte ao colapso dos hospitais. A carga prevista no item 2 do email podería superar 30 mil metros cúbicos, também segundo parâmetros usados pela White Martins.
Naquele dia 11, quando o email foi enviado ao Ministério da Saúde, o consumo de oxigênio nos hospitais chegou a 50 mil013. No dia 14, ultrapassou 70 mil 013. Antes da pandemia, a demanda era por 15 mil 013.
A conversão do oxigênio líquido em gasoso é imediato, a partir de um vaporizador at mosfêrico que coloca a temperatura do líquido ( i86-C) em contato com a temperatura ambiente, o que resulta na formação do gás.
Em comunicado s à imprensa antes do colapso no dia 14, o Ministério da Defesa e a Aeronáutica informaram ter transportado 24 toneladas de cilindros de oxigênio nos dias 8 e 10 de janeiro. As cargas saíram de Belém e equivaliam a 350 cilindros.
Mais seis cilindros foram transportados na madrugada do dia 13, “em caráter de urgência”, conforme comunicado divulgado naquele dia.
Com o colapso no dia 14 e as mortes por asfixia, os transportes se aceleraram. Um comunicado do dia 17 informou o transporte de 36 tanques de oxigênio líquido e 1.510 cilindros de insumo gasoso.
A White Martins disse, em nota, ter iniciado uma operação para envio de cilindros de oxigênio antes da reunião com o ministro no dia 11, por intermédio da Secretaria de Saúde do Amazonas e com apoio da FAB. Assim que detectou o “aumento abrupto e exponencial” do consumo de oxigênio, na primeira semana de janeiro, a empresa informou a situação ao governo estadual, responsável pelo contrato, conforme a nota.
A empresa não respondeu às perguntas sobre a quantidade efetivamente transportada, com suporte do governo federal, antes do colapso dos hospitais no dia 14.
O Ministério da Defesa também não forneceu essa informação. “Desde o início da crise em Manaus, as Forças Armadas vêm atuando de forma a assegurar o apoio às necessidades da população local. Até 4 de março foram contabilizados 270 voos, sendo 70 para remoção de pacientes e 200 para apoio logístico de insumos médicos. Um esforço aéreo que já chega a 2.255 horas” disse, em nota.
Segundo a Defesa, foram transportados até agora 889 tanques de oxigênio líquido, 41 usinas de oxigênio, 5.655 cilindros de oxigênio gasoso e 193 respiradores. “As questões relativas à troca de mensagens entre o Ministério da Saúde e a empresa White Martins devem ser encaminhadas àquele ministério”, afirmou.
O ministério afirmou que houve o transporte de 150 cilindros de oxigênio gasoso em 8 de janeiro, a partir de um contato telefônico da Secretaria de Saúde do Amazonas no dia anterior, como próprio ministro. Outros 200 cilindros foram enviados no dia 10, segundo a pasta. O ministério não comentou sobre os itens solicitados pela White Martins no email do dia 11. “Em momento algum, o Ministério da Saúde teve ciência [antes do dia 17] da correspondência eletrônica recebida pelo gestor amazonense, onde fora mencionado acerca dopossível desabastecimento cio oxigênio no estado”, diz a nota.
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Fabricantes não indicam cloroquina contra Covid-19
Das seis farmacêuticas que fabricam cloroquina ou hidroxicloroquina no Brasil, quatro não recomendam que o remédio seja usado para tratar a covid-19. Essa maioria foi formada após a Apsen, principal fabricante de hidroxicloroquina do país, se posicionar de forma contrária pela primeira vez desde abril, quando a empresa divulgou estudos que supostamente indicavam a melhora de pacientes com Covid-19 após o uso da cloroquina.
A mudança de posicionamento da Apsen Farmacêutica aconteceu na quarta-feira (3), mais de quatro meses depois de a OMS rejeitar de forma conclusiva o medicamento para este fim e após a Repórter Brasil entrar em contato com a empresa para questionar sobre dois contratos de empréstimo assinados com o BNDES em 2020, que somam R$ 136 milhões.
Deste total, R$ 20 milhões já foram desembolsados pelo banco, mas para investimento em inovação – o contrato não permite investir em medicamentos antigos, como a cloroquina, que a Apsen produz há 18 anos.
Outros três laboratórios Farmanguinhos/Fiocruz, EMS e Sanofi-Medley- já haviam divulgado comunicados no qual recomendavam o fármaco apenas para doenças previstas em bula, ou seja, malária, lúpus e doenças reumáticas.
Já os dois laboratórios restantes na lista dos fabricantes do medicamento, Cristália e Laboratório do Exército, não se posicionam de forma clara
contra o aso do remédio para a Covid-19, mantendo aberta a possibilidade de que a cloro quina ou a hidroxicloroquina sejam usadas no tratamento do novo coronavírus.
A fábrica militar alegou que, por ser apenas um”órgão executor”, não tem competência para opinar sobre a eficácia do medicamento que produz.
Já o Cristália afirmou que a cloroquina é recomendada para malária e outras doenças, mas não descartou o uso para Covid-19, dizendo que “qualquer recomendação fora das especificadas na bula deve ser feita sob responsabilidade do médico, como ocorre com qualquer medicamento”.
Além dessas farmacêuticas, ainda há a Eurofarma, que conseguiu o registro na Anvisa em agosto de2020 para fabricar cloroquina, mas desde então não produziu nem comercializou o medicamento.
A Apsen é a maior beneficiada pela comercialização recorde do medicamento em 2020. Segundo o Sindasfarma, o faturamento das empresas com o remédio foi de R$ 91,6 milhões em2020, ante 1% 55 milhões em 2019 (alta de 66%). O Conselho Federal de Farmácia alerta para vendas desenfreadas da medicação desde o início da pandemia.
As vendas ajudaram a Apsen a alcançar faturamento recorde em 2019: próximo de R$ 1 bilhão, 18% a mais em relaçáo ao ano anterior.
Em março de 2020, a empresa divulgou mensagem em rede social dizendo que, “apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que
comprovam o aso para o tratamento da covid-19″. Já em abril, a Apsen publicou uma nota em que apontava a medicação como possível “cura” para a doença. Naquele momento, ainda não existiam estudos científicos conclusivos que descartavam a droga para a Covid-19.
A empresa voltou a se posicionar oficialmente sobre o tema na quarta-feira, quando divulgou em seu site que, “com base nas evidências científicas atuais, a Apsen reco menda a utilização da hidroxicloroquina apenas nas indicações previstas em bula [malária e doenças reumáticas]
A Fiocruz, que comanda o laboratório Farmanguinhos, emitiu os primeiros alertas contra o uso da medicação em abril, após um estudo ser interrompido precocemente, depois de pacientes apresentarem maior risco de complicações cardíacas. A instituição fabrica cloroquina para o programa nacional de combate à malária. Porém, o Ministério da Saúde asou os estoques da Fiocruz para distribuir o remédio no SUS para o suposto tratamento precoce.
A Sanofi-Medley afirmou que não há uso aprovado de seu produto para tratamento da Covid-19 em nenhum lugar do mundo, recomendando-o somente para a indicação em bula.
Já a EMS disse, via assessoria de imprensa, que não recomenda o medicamento para o tratamento da covid-19. A empresa também recebeu empréstimos do BNDES em 2020, no total de R$ 23 milhões. Um dos contratos prevê a construção de uma fábrica de medicamentos oncológicos. O outro permite a aplicação de recursos em medicações antigas da empresa, já que se destina à “ampliação e reforma de unidade industrial, incluindo produção de medicamentos, linhas de embalagens e almoxarifado, no complexo industrial da EMS, em Hortolândia (SP)”.
A empresa foi questionada se o financiamento público foi usado para ampliar a produção do remédio e respondeu que “nenhum pedido [de empréstimo] teve relação com a produção de sulfato de hidroxicloroquina”.
As vendas de hidroxicloroquina bateram recorde após se tomar o carro-chefe do governo brasileiro contra a Covid-19. Só em farmácias foram vendidas 2 milhões de unidades, com pico em dezembro alta de ii3%no ano em comparação a 2019, segundo o Conselho Federal de Farmácia.
Além de distribuir cloroquina no SUS, o ministério incentivou a automedicação, em um aplicativo e em campanha publicitária, e adotou um protocolo clínico de “tratamento precoce”, que recomenda a droga no estágio inicial da doença.
Em março de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) deu início ao Estudo Solidariedade, para avaliar a eficácia de alguns medicamentos contra a Covid-19, incluindo a cloroquina e a hidroxicloroquina. O ensaio chegou a ser paralisado provisoriamente, em maio, por dúvidas com relação à segurança dos medicamentos, e, em 17 de junho, foi interrompido de forma definitiva, após ficar demonstrado que a droga não reduzia a mortalidade.
Em outubro, a OMS divulgou o resultado final da avaliação, realizada com mais de 11 mil pessoas em 30 países: tanto os compostos com cloroquina como o antiviral remdesivir apresentaram “pouco ou nenhum efeito” sobre a mortalidade por Covid-19.
A OMS continuou estudando e na semana passada, um painel de especialistas parece ter enterrado de vez a questão.
Após revisar seis ensaios clínicos com 6.000 pessoas, os especialistas concluíram que a hidroxicloroquina não influencia as taxas de infecção e, provavelmente, aumenta o risco de efeitos adversos, como problemas cardíacos. “A hidroxicloroquina não é mais uma prioridade de pesquisa”, afirmou o painel
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Pfizer confirma recusa a oferta de 70 mi de doses pelo governo
Proposta inicial, rejeitada ano passado, previa 1ª leva ainda para dezembro
A farmacêutica Pfizer confirma que o governo brasileiro rejeitou a oferta de 70 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 já em agosto de 2020, de um total de três propostas.
Em nota divulgada em 7 de janeiro, o laboratório diz que a proposta inicial encaminha da em 15 de agosto previa a entrega de doses já em dezembro de 2020 e que, com base em acordo de confidencialidade firmado em julho de 2020 com o Ministério da Saúde, não poderia comentar detalhes da negociação em curso.
Reportagem publicada neste domingo (7) na Folha detalha as três ofertas. Do total de doses prometidas, três milhões estavam previstas até fevereiro, ou o equivalente a cerca de 20% das doses já distribuídas no país até agora.
Embora tenha feito reuniões anteriores com representantes do governo, a farmacêutica fez a primeira oferta em 14 de agosto de 2020, segundo informações obtidas pela Folha. A proposta previa 500 mil doses ainda em dezembro de 2020, totalizando 70 milhões até junho deste ano.
A Pfizer aumentou a oferta inicial quatro dias depois, elevando para 1,5 milhão o número de doses ainda em 2020, com possibilidade de mais 1,5 milhão até fevereiro de 2021 e o restante nos meses seguintes.
Sem aprovação do governo, uma nova proposta foi apresentada em n de novembro. Com o passar do tempo, governos de outros países foram tomando o lugar do Brasil, e as primeiras doses ficariam para janeiro e fevereiro – dois milhões de unidades.
Nesta semana, diante do agravamento da crise e do aumento da pressão de governadores, o Ministério da Saúde anunciou que prepara contratos com Pfizer, Janssen e Moderna para obter 151 milhões de doses entre maio e dezembro de 2021.
O contrato com a Pfizer deve ser assinado nos próximos dias, depois que o presidente Ja ir Bolsonaro sancionar projeto de lei aprovado pelo Congresso que cria um ambiente jurídico mais favorável para que as cláusulas exigidas pela farmacêutica seja matendidas, como a que isenta a empresa de responsabilidade por eventuais eventos adversos.
A cláusula de isenção de responsabilidade foi citada por Bolsonaro como principal impasse para a compra de doses da vacina da Pfizer.
“Lá no contrato da Pfizer, está bem claro: nós [a Pfizer] não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu”, disse o presidente em dezembro.
Em nota divulgada em janeiro, o Ministério da Saúde afirmou que um acordo proposto nos termos da empresa um acordo com a empresa “causaria frustração em todos os brasileiros”.
Além da isenção de responsabilidade, outras cláusulas propostas pela farmacêutica foram consideradas abusivas pelo governo brasileiro no comunicado do início do ano.
Entre elas, a que previa que o Brasil fizesse um fundo garantidor em conta no exterior e a opção da empresa para que a solução de possíveis conflitos fosse feita com base em leis de Nova York.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 25 mortes em um dia e se aproxima de 9 mil óbitos
Após registrar 25 mortes em um dia, Goiás se aproximou ainda mais da marca de 9 mil óbitos pelo novo coronavírus. Os dados foram divulgados neste domingo (7/3) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).
Segundo a pasta, foram confirmados 779 novos casos da covid-19 no intervalo de ontem (6) para hoje. Ao todo, Goiás já notificou 413.060 infectados e 8.928 mortos pelo vírus. Do total de contaminados, 393 mil se recuperaram da doença.
Ainda de acordo com a SES-GO, há 346 mil pacientes considerados casos suspeitos, e outros 246 óbitos são investigados para saber se existe ligação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus no estado é de 2,16%.
Vacinação
Conforme os dados da pasta, pouco mais de 300 mil goianos foram vacinados até agora no estado. Goiás recebeu, até o momento, cerca de 514 mil doses da CoronaVac e da Astrazeneca, vacinas contra a covid-19.
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Prefeitura credencia profissionais de UTI e enfermaria até esta segunda
Os profissionais da saúde interessados têm até às 17h desta segunda-feira (08/3) para se credenciar junto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para atuar em UTI e enfermaria no combate à covid-19. A secretaria começou o credenciamento na sexta-feira (06/3) e busca credenciar até 560 novos profissionais.
Nesta segunda, a documentação requerida deve ser entregue na área externa do Bloco F do Paço Municipal de Goiânia. Nos últimos dois meses, o município abriu 118 vagas de UTI dedicadas à covid-19, mas é necessário, da mesma forma, ampliar o atendimento.
Na última quarta-feira (03/3), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, anunciaram mais 100 leitos, sendo 50 em UTI e 50 em enfermarias. Tudo isso demanda principalmente recursos humanos.
O Edital de Chamamento Público nº 001/2021 foi publicado na edição de sexta-feira (05/3) do Diário Oficial do Município (DOM) e contempla médicos plantonistas hospitalares (UTI e Enfermaria), especialistas em Saúde (enfermeiro, biomédico, farmacêutico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo, odontólogo hospitalar), técnico em Saúde (técnico em enfermagem e técnico em laboratório) e profissionais de Saúde – nível médio (maqueiro, técnico em nutrição e técnico em farmácia). Os salários variam de R$ 2.200,00 e R$ 15.688,76, conforme categoria profissional.
O atendimento aos interessados teve início na manhã de sábado (06/3), na área externa do Bloco F do Paço Municipal de Goiânia. Com apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Secretaria Municipal de Administração (Semad), a SMS montou um grande esquema de trabalho para receber a documentação dos candidatos, permitindo que tudo ocorra de forma tranquila e organizada. A própria escolha do espaço físico para o atendimento foi estrategicamente pensada em evitar aglomeração em locais fechados, prezando pela adequação às determinações de biossegurança.
Durval Pedroso destaca a importância do credenciamento dos novos trabalhadores, considerando a urgência em estruturar equipes de atuação nas unidades reguladas pelo município. “A contratação imediata desses profissionais vem para atender aos novos leitos de enfrentamento à Covid-19, contando com a formação em diversas áreas no intuito de promover cuidado integral do paciente”, explica.
Fluxo de atendimento
Importante destacar que a adesão dos profissionais inclui pessoas que já atuam no enfrentamento à pandemia, tanto no setor privado quanto público. Isso significa adequação aos seus horários de plantão, o que pode ocasionar aglomerações pontuais. Entretanto, as equipes foram orientadas a organizar o público atendido de forma a dispersar filas, assegurando o distanciamento e, acima de tudo, a segurança dos candidatos. Ademais, graças às campanhas de vacinação contra a Covid-19 na capital e Entorno, esses profissionais vêm recebendo doses do imunizante. Somente na capital, 50.955 trabalhadores da saúde receberam a primeira dose, enquanto 28.092 receberam o reforço.
Ainda, é importante frisar que o credenciamento do profissional deve atender aos requisitos descritos em edital, bem como a providência da documentação completa.
Até a manhã deste domingo (7/3), candidatos pontuaram dificuldades relacionadas à emissão de certidão negativa junto à Receita Federal devido a problemas de acesso que, de fato, já foram solucionados.
Os documentos serão recebidos hoje (7/3), até às 17h, e amanhã (8/3), das 8h às 17h, no Paço Municipal – Avenida do Cerrado, n° 999 – Bloco F (área externa), Parque Lozandes – Goiânia – GO. O interessado pode acompanhar a publicidade dos encaminhamentos do processo, no site http://www.saude.goiania.go.gov.br/.
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AGÊNCIA ESTADO
Brasil supera dez mil mortes por covid-19 em uma semana, recorde da pandemia
São Paulo – Mais de dez mil pessoas morreram no Brasil em decorrência da covid-19 nos últimos sete dias, maior registro em um período de uma semana de toda a pandemia. Os dados deste sábado (6/3) reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa mostram 1.498 novos óbitos nas últimas 24 horas, totalizando 10.183 mortes desde o sábado passado. A pandemia já vitimou 264.446 pessoas no Brasil.
O País obteve pelo oitavo dia consecutivo um novo recorde na média móvel diária de mortes, que neste sábado ficou em 1.455 vítimas, segundo dados obtidos junto às secretarias estaduais de Saúde pelo consórcio formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL. A média móvel usa dados dos últimos sete dias, corrigindo distorções que podem ser provocadas pelas variações diárias dos dados. Recordes consecutivos indicam uma tendência consolidada de alta nos óbitos provocados pela doença.
Nas últimas 24 horas, São Paulo registrou 353 óbitos pela doença, seguido por 182 no Rio Grande do Sul, 155 em Minas e 146 no Paraná, Estados que lideram as estatísticas absolutas. As cidades paulistas iniciaram neste sábado um novo período sob as restrições da fase vermelha, que prevê o fechamento das atividades não essenciais.
Ao longo dos últimos sete dias, São Paulo respondeu por 1.989 do total de óbitos nacionais. Outros 1.027 aconteceram no Rio Grande do Sul. O Estado vive uma crise no sistema de saúde, com 100% dos 3 mil leitos de UTI ocupados. Em Minas Gerais, as mortes desta semana chegaram a 928.
O consórcio aponta 67.477 novos casos confirmados da covid-19 neste sábado, chegando a um total de 10.939.320 diagnósticos confirmados. Segundo o Ministério da Saúde, o País tem 9.704.351 pessoas recuperadas da doença, em meio a 10.938.836 casos confirmados. Os números da pasta diferem em relação ao consórcio pelo horário de coleta dos dados.
Consórcio dos veículos de imprensa
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho de 2020, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa, inédita, foi uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação