CLIPPING SINDHOESG 17/08/18

17 de agosto de 2018

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Linha de crédito para Santas Casas
Como evitar a dor e a ansiedade da endometriose
Oncologia pediátrica da Santa Casa de Goiânia completa 113 dias parada


DIÁRIO DA MANHÃ

Linha de crédito para Santas Casas

Pagamento do financiamento é de 10 anos; bancos operadores serão o Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES
As Santas Casas e hospitais filantrópicos vão ter à disposição uma linha de crédito com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e taxas de juros de 8,66% ao ano.
A medida provisória que cria a linha de crédito foi assinada ontem pelo presidente Michel Temer, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
Segundo o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, a linha disponibiliza o limite de 5% do orçamento anual do FGTS, o que em 2018 corresponde a cerca de R$4 bilhões.
O prazo para pagamento do financiamento é de 10 anos, sem carência. Os bancos operadores serão o Banco do Brasil, Caixa Econômica e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Atualmente, os juros dos financiamentos a essas entidades variam entre 19% e 22% ao ano.
Com os recursos, as entidades poderão refinanciar dívidas tomando o dinheiro a juros menores e também viabilizar novos investimentos, adquirir equipamentos e usar no custeio.
O presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Edson Rogatti, disse que as instituições enfrentam atualmente um endividamento de cerca de R$ 20 bilhões.
Ele considerou a possibilidade de buscar recursos a juros mais baixos. Afirmou que, embora o empréstimo bancário não resolva todos os problemas, ajuda os hospitais a terem um respiro financeiro.
"Com os baixos recursos pagos pelo SUS [Sistema Único de Saúde], nossas entidades enfrentam endividamento de mais de R$ 20 bilhões e são obrigadas a recorrer a empréstimos bancários a juros altos para sobreviverem", disse.
Segundo ele, atualmente as santas casas e hospitais filantrópicos respondem por mais de 50% dos atendimentos ambulatoriais e de internação do SUS.
IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS
Ao discursar na cerimônia, o presidente Temer disse que os rumos da saúde pública passam pelo bom funcionamento das instituições filantrópicas e destacou o uso dos recursos do FGTS nessa área.
"Com esse ato que acabamos de assinar vamos tirar nossa rede filantrópica da sala de emergência", disse Temer.
O ministro Gilberto Occhi disse que o acesso ao recurso vai possibilitar que as instituições possam oferecer melhor qualidade no atendimento e ter facilitado o pagamento das dívidas.
"O que estamos fazendo aqui hoje nada mais é do que justiça, apoio, repassar a essas instituições uma capacidade melhor de diminuir seu endividamento", disse.
A medida provisória será publicada no Diário Oficial da União.
De acordo com Occhi, ainda deve ocorrer uma reunião do Conselho Curador do FGTS para só então a linha de crédito ser disponibilizada.
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Como evitar a dor e a ansiedade da endometriose
Doença acomete 6 milhões de brasileiras. Cirurgia e diagnóstico precoce ajudam no tratamento do ma] sem cura

A endometriose, doença caracterizada pelo crescimento indevido do endométrio, tecido do útero, para partes externas do órgão, normalmente é diagnosticada quando a mulher está entre os 25 e 35 anos, fase em que tenta engravidar e tem atividade sexual mais definida, mas o quadro, no corpo feminino, começou bem antes, logo nas primeiras menstruações.
A doença é associada principalmente a dor, cólicas menstruais fortes, desconforto inclusive no ato sexual são outros sintomas que, dependendo do caso, podem migrar para além do orgânico, como quadros de ansiedade e depressão. Também deve ser avaliada em casos de infertilidade.
De acordo com World Endometriose Research Foundation, cerca de 176 milhões de mulheres sofrem com a endometriose em todo o mundo. No Brasil, são 6 milhões de portadoras do distúrbio que já é considerado um problema de saúde pública.
De acordo com o médico Maxley Martins Alves, especialista em cirurgias minimamente invasivas, não é fácil estabelecer as causas da endometriose, porém sabe-se que a doença pode ser provocada pela menstruação retrógrada – quando pequenas porções de sangue voltam pelo canal tubário e se alojam em locais indevidos, como região pélvica, ovários, intestino, reto, bexiga e no peritônio, delicada membrana que reveste a pélvis.
ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE
Aos 35 anos, Rebeca de Lima Freitas é mãe de João Gabriel, de um ano de idade. Porém a gravidez, que para algumas mulheres vem de forma natural, para ela foi um processo que demorou nove anos de muitas tentativas e tratamentos para infertilidade.
Rebeca conta que sofreu 23 anos sofreu com sintomas da endometriose. Tentou tratamentos hormonais, mas, após algumas tentativas, a cirurgia foi apontada como tratamento mais adequado no caso dela. Especificamente, sua situação pediu duas intervenções e pouco mais de um ano depois, veio a tão sonhada gravidez.
A endometriose e a infertilidade estão associadas numa proporção de 50% dos casos relatados, ou seja, metade das mulheres com quadro de endometriose tem como consequência direta a infertilidade. Por outro lado, 50% dos casos de infertilidade feminina podem ter a endometriose como uma das principais causas.
Lesões em tubas uterinas são um dos principais fatores de infertilidade causado pela endometriose. Nesses casos, elas ficam danificadas devido ao processo inflamatório crônico da doença, que tem como uma das consequências a formação de aderências do peritônio com outros órgãos pélvicos, o que pode resultar na obstrução das tubas uterinas, reduzindo, ainda, a sua mobilidade. Isso dificulta ou até mesmo impede o transporte do óvulo e espermatozoides, e consequentemente a fecundação.
"Antes eu sofria com muitas dores e sangramento intenso", explica Rebeca, sobre os outros sintomas que a levaram a buscar uma investigação mais detalhada de seu caso. Fatores como dores e sangramentos acabam, porém, por desencadear outros transtornos na vida da mulher.
De acordo com pesquisa realizada em parceria com o Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade, envolvendo mais de 3 mil mulheres, o prejuízo da endometriose vai muito além do da saúde física. Segundo o estudo, 50% das brasileiras com endometriose se ausenta do trabalho de uma a três vezes por mês, cerca de 23% das entrevistadas já ficaram afastadas por mais de 15 dias e 14% revelaram já terem sido demitidas por causa da doença.
De acordo com o médico ginecologista Ary Wanderley de Carvalho Júnior, especialista em endometriose, a doença pode prejudicaR também o relacionamento conjugal, pois causa a dispareunia, caracterizada por desconforto durante o ato sexual. "A dor pode levar redução da satisfação sexual, gerando problemas no relacionamento afetivo do casal, e este problema provoca depressão e ansiedade, principalmente na mulher", explica o ginecologista, que acredita que o processo cirúrgico, caso indicado, é o caminho mais rápido e eficaz para conter a doença.
Ary Wanderley esclarece, ainda, que a cirurgia ou o tratamento medicamentoso é indicado de acordo com o quadro de cada paciente, sendo que a doença pode ser classificada em leve moderada ou grave. "Em alguns casos, o diagnóstico efetivo somente pode ser feito com a videolaparoscopia, um procedimento que permite observar os focos da endometriose e sua consequente retirada", esclarece o médico.
Já a cirurgia consiste em pequenas incisões para identificação e o processo posterior "secagem" dos locais afetados, informa o cirurgião, Maxley Alves.
Após o processo, logo a paciente começa a sentir as melhoras, já que o tecido invasor é retirado. Porém, não existe cura para endometriose e, "mesmo depois da operação, é necessário que seja mantido um controle sobre o caso, com exames periódicos e tratamentos medicamentosos", alerta Ary Wanderely.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
Embora não exista causa para endometriose, alguns fatores podem ser considerados de risco, entre eles má alimentação, estresse, gravidezes tardias e alterações uterina. A prevenção é quase impossível, mas um diagnóstico precoce pode ajudar a conter a doença ao ponto de ela causar o mínimo de consequências.
Relatos de cólicas pré e menstruais fortes, desconforto e dores durante o ato sexual, podem ser um sinal de alerta. Nesse caso, o melhor é a realização de exames mais detalhados e já a utilização de medicamentos para conter o avanço dos tecidos, explica o médico.
Maxley acrescenta que um diagnóstico muito tardio pode levar inclusive a necessidade de retirada do útero, parte intestino, o que seria uma consequência evitável, já que a endometriose é progressiva e como tal pode ser controlada.

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O POPULAR

Oncologia pediátrica da Santa Casa de Goiânia completa 113 dias parada
Saída de médicos teria motivado paralisação de serviço, ainda sem data para ser retomado. Mães de pacientes reclamam de não terem sido avisadas e de doações permanecerem

Com o último atendimento registrado no dia 25 de abril, a oncologia pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia não está funcionando e quase 80 crianças precisaram ser remanejadas para o Hospital Araújo Jorge e para os Cais do município. Apesar disso, mães de pacientes dizem que a diretoria do hospital omitiu a informação e continuou recebendo doações para crianças, como fraldas descartáveis e até a reforma de uma brinquedoteca na oncologia infantil no valor de quase R$ 6 mil. Hospital afirma que atendimento parou após pedido de demissão de dois médicos que cuidavam da ala e que ainda não foi possível a contratação de novos profissionais.
No dia 10 de abril deste ano, a Santa Casa informou a suspensão de atendimentos normais referentes à pediatria e obstetrícia dizendo que não estavam conseguindo sustentar a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). A finalização dos atendimentos se deu 20 dias após o anúncio, mas, na época, a superintendente-geral da unidade, Irani Ribeiro, afirmou que a internação pediátrica em oncologia permaneceria aberta. Em nota, a unidade dizia ainda que o fechamento da maternidade iria aprimorar serviços como transplantes, hemodiálise e pacientes de oncologia.
Superintendente-técnico da Santa Casa, o médico Pedro Ivandosvick afirmou que no dia 27 de abril os dois médicos que trabalhavam na oncologia pediátrica pediram demissão por motivos pessoais e, neste momento, o atendimento foi suspenso. "Os dois médicos eram contratados via CLT e pediram demissão no mesmo dia. Desde então, estamos buscando novos profissionais e ainda não temos como prometer uma data de retorno. Estamos com avaliações em andamento", completou.
Pedro Ivandosvick explica ainda que as crianças que faziam quimioterapia foram transferidas para o Araújo Jorge e as que precisavam apenas de acompanhamento tiveram encaminhamento para os Cais. Em nota, o Hospital Araújo Jorge informou que recebeu pacientes da Santa Casa para dar continuidade ao tratamento, mas que não conseguem mensurar a quantidade visto que os pacientes são regulados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Com média mensal de 500 pacientes, a unidade de saúde afirma ainda que não existe fila de espera no setor de Oncologia Pediátrica. A SMS informou apenas que a grande maioria dos pacientes de oncologia pediátrica sempre foi atendida no Araújo Jorge e que o atendimento continua sendo realizado pela unidade.
Na época de suspensão de atendimentos, uma campanha de doação de mechas de cabelo (que seriam transformadas em perucas para pacientes com câncer) estava sendo realizada e também arrecadava produtos de higiene e fraldas descartáveis (adulto e infantil). De acordo com os realizadores da campanha Doe Suas Traças Rapunzel, foram arrecadadas 982 unidades de fraldas infantis, 137 unidades de fraldas adultas e mais de 1.9 mil sabonetes, além de creme dental e outros produtos de higiene para uso do hospital e repasse aos pacientes que ficam internados no local.
Apesar disso, funcionários do hospital afirmaram ao POPULAR que as fraldas assim como os produtos de higiene continuam guardados no almoxarifado e não teriam sido repassados a pacientes. Sem crianças em tratamento, a diretoria tinha falado ainda em doar as fraldas a funcionários da unidade, caso estivessem perto da data final de validade quando os serviços voltarem a funcionar. Uma funcionária disse, por fim, que 25 cestas básicas foram doadas à unidade e apodreceram no almoxarifado.
Contraponto
Coordenador do setor de voluntariado da Santa Casa, o psicólogo Roberto Ribeiro desmentiu as informações e afirmou que, no caso das fraldas, a maior demanda era geriátrica e as infantis foram trocadas em farmácia. "Não existe estoque, tudo que doamos tem registro de saída no hospital. Realmente temos material no almoxarifado, mas é porque as doações são constantes e a rotatividade aqui é imensa. Há alguns dias recebemos 480 litros de leite da OVG (Organização das Voluntárias de Goiás) e eu inicialmente pensei que duraria meses e durou duas semanas", completa.
A filha de 12 anos da telefonista Maria José Oliveira Gomes, de 38 anos, foi uma das últimas a serem atendidas pelo setor de oncologia pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, em abril. Ela disse que ouvia pelos corredores sobre um possível fechamento, mas nunca foi comunicada oficialmente sobre isso. "Na verdade, eu não acreditava. Um serviço tão bom ser fechado parecia algo difícil de acontecer", diz.
Maria José disse que foi uma quem avisou da interrupção do atendimento. "Como no caso da minha filha a orientação era seguir para o Cais, optei por fazer um plano de saúde privado", conta. Ela afirma que a decisão pesou no bolso, mas que a escolha é para evitar demora no atendimento. A filha faz acompanhamento trimestral.

Informação foi dada de forma distorcida, diz coordenador

No mês de abril outra campanha foi realizada, desta vez, com apoio de mini-influencers digitais e com o objetivo de reformar uma brinquedoteca que seria utilizada pelas crianças com câncer. Denominado de Bazar Kids do Bem, o projeto deste ano contou com apoio do Shopping Cerrado e vendeu roupas e acessórios infantis com valores de até 3 reais em prol da reforma. No total, quase R$ 6 mil foram arrecadados e utilizados para a "quimioteca" com pinturas de paredes, compra de brinquedos, retirada de móveis antigos, televisão e reparos. A reforma do espaço lúdico começou na primeira semana de julho e os responsáveis pela obra não sabiam, até então, que o atendimento estava suspenso. Durante quase 30 dias estiveram no local e acreditaram que as crianças estavam sendo atendidas.
A entrega, que seria realizada com as crianças e os parceiros da ação, foi sendo adiada pelo hospital e informada a todos que ajudaram na ação, mas as pessoas nunca viram as crianças da oncologia. Depois de tantas vezes ser adiada a entrega, um dos colaboradores do Bazar chegou a ir ao hospital como paciente, pegou senha, procurou a oncologia e foi informado que não estava funcionando. "Eu fui até lá, peguei a senha de atendimento e me disseram que não existia oncologia infantil. Fui até a enfermaria, me disseram a mesma coisa. Por fim, fui na oncologia e me disseram a mesma coisa. Fiquei tão frustrado que a vontade de sentar no meio fio e chorar. Porque não foram claros conosco?", questiona.
O coordenador do setor de voluntariado, Roberto Ribeiro, afirma que a situação gerou um mal-estar e não foi intencional. "A paralisação aconteceu por causa das demissões e não foi algo previsto. Toda a reforma foi administrada pelo grupo que realizou a ação e não tivemos acesso a nenhum valor em dinheiro. Eles ficaram sabendo que não estávamos mais atendendo de forma distorcida e por isso gerou o desconforto", pontuou.
No último dia 25 de julho, uma das organizadoras do projeto postou, no Instagram do Bazar Kids do Bem, a entrega simbólica feita aos diretores da unidade e informou que "os médicos responsáveis pela oncologia pediátrica pediram demissão e por isso não estava havendo atendimento às crianças". Acrescentou ainda que a direção do hospital estaria contratando uma nova equipe para voltar ao atendimento e que uma nova entrega, com a participação dos parceiros seria remarcada, com previsão para a primeira quinzena de agosto, o que ainda não aconteceu.
Salários atrasados
Com maioria dos atendimentos realizados para o Sistema Único de Saúde (SUS), a Santa Casa de Misericórdia de Goiás recebe verba do Ministério da Saúde (MS) por meio da Secretaria Municipal de Saúde(SMS). O Superintendente da unidade, Pedro Ivandosvick explica que esse dinheiro é utilizado, inclusive para pagamentos de salários. "A data do MS é dia 10 de cada mês. Depois disso, a SMS tem cinco dias úteis para repassar o dinheiro para a Santa Casa. Hoje (dia 15), ainda não recebemos. O que acontece, é que os salários têm sido pagos perto do dia 20. No caso dos médicos que pediram demissão não ficou nenhum débito e saíram por motivos pessoais mesmo", finalizou.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que repassa, voluntariamente, R$ 500 mil por mês como uma complementação pelos baixos valores repassados pelo Ministério da Saúde. Além disso, esclarece que quem contratualiza é o gestor pleno, que é a SMS.
Medida provisória deve reduzir juros de empréstimo
O presidente da República, Michel Temer, fez um aceno à saúde ao assinar na manhã de ontem uma medida provisória que autoriza o uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em operações de crédito destinadas a hospitais filantrópicos e sem fins lucrativos, as chamadas Santas Casas. "Vamos tirar as instituições filantrópicas da sala de emergência", afirmou Temer durante seu discurso em cerimônia no Palácio do Planalto.
Hoje, as Santas Casas pegam empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com juros de 19% a 22% ao ano. Com a MP, essa taxa vai para 8,66%, segundo o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
O texto autorizará a destinação de 5% dos recursos do FGTS para a linha de crédito, que será operacionalizada pela Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES.
A medida entra em vigor a partir de sua publicação, mas para que vire lei é necessário passar pelo Legislativo. Durante a cerimônia, o presidente pediu aos representantes das instituições presentes à cerimônia que "visitassem os parlamentares" para que a MP se transformasse em lei. Os parlamentares precisam aprovar a MP em um prazo de 120 dias.
Temer disse também que, durante seus dois anos de governo, fez muitas transformações, mas que o prestígio às Santas Casas é a melhor delas, a "mais saliente". O presidente chamou a MP de "verdadeiro ato religioso que estamos praticando em favor do povo brasileiro".
A cerimônia contou também com a participação do deputado federal Toninho Pinheiro (PP-MG), que leu uma passagem da Bíblia. Segundo o Ministério da Saúde, a medida deve fortalecer o setor e permitir melhoria dos serviços prestados à população. Ainda de acordo com a pasta, atualmente o Brasil conta com três mil serviços filantrópicos que prestam atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministro Gilberto Occhi disse que, para chegar à medida, Temer sugeriu que ele buscasse o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, para que eles pudessem tentar encontrar soluções para as Santas Casas.

Falta de voluntários para fazer perucas

Finalizada em março deste ano, a campanha Doe Suas Tranças Rapunzel arrecadou 600 mechas de cabelo para confecção de perucas na Santa Casa. Organizado pela atriz Franciele Assunção, a ação movimentou vários grupos e fez com que crianças e adultos cortassem o cabelo em prol das perucas que seriam repassadas a pessoas em tratamento oncológico. Quase cinco meses depois, apenas uma peruca foi confeccionada. O motivo: falta de voluntários suficientes para administrar o trabalho.
Durante um mês as mechas foram arrecadadas em vários pontos de coleta nas cidades de Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Inhumas, Itapuranga e Valparaíso de Goiás. Franciele explica que, além dos cabelos e produtos de higiene, doou à instituição uma máquina que seria utilizada na confecção das perucas. Apesar disso, só conseguiram um voluntário com experiência na confecção das perucas no mês de junho. Veio julho, férias e, com poucos voluntários – e sem experiência, o trabalho está caminhando a passos lentos.
"Eu tenho ido trabalhar na confecção das perucas todas as segundas-feiras, mas como não temos uma grande equipe e todos os voluntários ainda estão aprendendo, só conseguimos confeccionar uma peruca. Estamos precisando de ajuda e quem quiser se voluntariar, pode procurar o Centro de Voluntariado da Santa Casa para se inscrever", completa Franciele.
Coordenador do setor de voluntariado, Roberto Ribeiro explica que no curso quatro voluntários foram capacitados, mas apenas um permaneceu. "Hoje temos no banco cerca de 120 perucas e nos últimos quatro anos já emprestamos 142 perucas. Falamos empréstimo porque existe um termo em que a pessoa se compromete a devolver caso não precise mais. As mechas que recebemos da doação da Franciele foram armazenadas em sacos e separadas em caixas por tamanho e cor do cabelo, para facilitar na confecção de perucas. Estamos precisando de muito de ajuda para esse trabalho e quem puder se candidatar, basta procurar a Santa Casa", finaliza.
Ministro da Saúde descarta reajuste de preços pagos pelo SUS
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, descartou a possibilidade de reajuste da tabela dos procedimentos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esta foi uma das reivindicações apresentadas pelo presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Edson Rogatti, para ajudar a recuperar essas instituições que estão, segundo ele, sofrendo há 15 anos com falta de recursos, o que gerou dívidas de R$ 21 bilhões e levou ao fechamento de 11 mil leitos.
Ochhi, em entrevista ao final da cerimônia de assinatura de medida provisória para liberação de novos financiamentos ao setor, defendeu "melhor gestão" das Santas Casas, justificando que existem vários hospitais que "funcionam exclusivamente com leitos dos SUS e que são de excelência" e assegurou que "não há atraso no repasse de verbas do governo federal", ressaltando que é preciso ver se Estados e municípios estão fazendo o mesmo.
Segundo o ministro, a liberação dos cerca de R$ 4 bilhões de recursos do FGTS para empréstimos às Santas Casas (veja texto ao lado) depende de aprovação do conselho curador do fundo, que deverá se reunir assim que o ministro do Trabalho convocá-lo para deliberar sobre o caso.

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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação