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DESTAQUES
Estrangeiros de seleções trouxeram nova variante da covid ao País na Copa América
Pandemia impulsiona telemedicina, mas regulação divide classe médica
Covid-19: país tem 19 milhões de casos acumulados e 533,4 mil mortes
Na disputa sobre quimioterápico de uso oral, planos de saúde dizem que vai ter alta de custos
Sobrepreço dos planos de saúde deve abrir “caixa preta” do setor
Goiás estuda antecipar a segunda dose da AstraZeneca, diz Caiado
Goiânia espera parecer do MP para colocar quem escolhe vacina no fim da fila
“Precisamos de algum mecanismo para coibir quem recusa vacina”, diz Flúvia
Covid-19: Goiás registra 218 novos casos e uma morte em 24 horas
Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco no Brasil
Para volta às aulas presenciais, programa de testagem rápida examinará crianças e adolescentes
AGÊNCIA ESTADO
Estrangeiros de seleções trouxeram nova variante da covid ao País na Copa América
Amostras foram colhidas no Mato Grosso
São Paulo – Ao menos uma nova variante do coronavírus que não circulava no Brasil foi introduzida no País por causa da Copa América. Amostras colhidas do Mato Grosso com duas pessoas diferentes, que estavam com a doença, foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, que identificou a variante de interesse B. 1.216, até então inédita em território brasileiro.
Os testes positivos foram de um colombiano e um equatoriano. Colômbia e Equador se enfrentaram na Arena Pantanal, em Cuiabá, na abertura do torneio, em 13 de junho.
No último balanço divulgado pela Conmebol, em 24 de junho, 166 pessoas relacionadas à Copa América estavam com o vírus. Os Estados mandaram para o instituto fazer a sequência de amostras vindas dos jogadores, comissão e delegações dos países.
A possibilidade que jogadores estrangeiros que viessem ao Brasil pudessem trazer novas variantes do coronavírus foi um dos motivos para especialistas e autoridades criticarem a realização do torneio no País. Alguns Estados, como São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Rio Grande do Sul chegaram a vetar a realização de partidas em seus Estados.
A variante encontrada nos testes é originária da Colômbia, mas já chegou no Caribe, nos Estados Unidos e em algumas localidades da Europa. Variantes de interesse, como a B 1.216, são aquelas mutações que precisam ser acompanhadas mas que, até o momento, não trouxeram indicação de desenvolverem formas mais letais ou contagiosas da doença. Há ainda as variantes de preocupação, como a Delta, que têm essas características.
Desde que o governo federal e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciaram a realização da Copa América no Brasil, o Ministério da Saúde solicitou auxílio do Adolfo Lutz para a realização do mapeamento genômico dos testes de covid-19 realizados no pessoal envolvido na competição. É o mapeamento que permite a identificação de novas variáveis. Após confirmar a identificação da nova variável, o Adolfo Lutz enviou alertas para o Estado do Mato Grosso, território onde o material foi coletado, e ao Ministério das Saúde.
Durante os jogos, além do Mato Grosso, a seleção da Colômbia teve partidas contra Venezuela, Peru, Brasil, Argentina e Uruguai em Goiás, no Rio e no Distrito Federal. Já o Equador só saiu do Mato Grosso para enfrentar o Brasil, no Rio. O país também jogou contra Venezuela, Peru e Argentina. Só em São Paulo, Estado onde fica o Adolfo Lutz, já foram identificadas 21 variantes diferentes do coronavírus, segundo balanço do Instituto Butantan do último dia 26.
A variante Gama, originária de Manaus, é a mais comum em circulação. A variante B. 1.216, por de interesse, ainda não tem outro nome. A reportagem não conseguiu contato com o governo do Mato Grosso neste domingo para saber quais medidas haviam sido adotadas para monitorar pessoas que eventualmente tiveram contato com os contaminados. O Ministério da Saúde foi procurado, mas não se manifestou sobre o caso.
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FOLHA DE S.PAULO
Pandemia impulsiona telemedicina, mas regulação divide classe médica
A questão é que agora, com a telemedicina, ele pode atender, em tese, pacientes em qualquer lugar do país
A regulamentação da telemedicina, que hoje funciona em caráter provisório, tem provocado novo embate na classe médica opondo, mais uma vez, duas das principais entidades da categoria no país, o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a AMB (Associação Médica Brasileira).
Ao longo da pandemia de Covid-19, ambas divergiram em relação ao tratamento precoce com medicamentos sem eficácia para a Covid. A AMB foi contra o uso, e o CFM deixou a critério dos médicos.
Agora, as divergências dizem respeito a uma questão central discutida tanto na elaboração de uma nova resolução do CFM sobre telemedicina quanto em projetos de lei na Câmara dos Deputados sobre o tema: a obrigatoriedade de que a primeira consulta seja presencial.
Em debates virtuais sobre o assunto, o vice-presidente do CFM, Donizette Giamberardino Filho, tem defendido que a primeira consulta por telemedicina seja presencial. Em nota à Folha, porém, a entidade disse que ainda analisa o assunto. Já AMB entende que essa decisão deve ser do médico e do paciente.
Há discussões também em torno da chamada territorialidade. Médicos poderiam fazer telemedicina em todo o país ou apenas nos estados onde possuam registro profissional? Hoje, além do certificado no estado onde atua predominantemente, o médico pode ter outros em locais onde também atende.
A questão é que agora, com a telemedicina, ele pode atender, em tese, pacientes em qualquer lugar do país. A AMB defende que o profissional tenha autonomia para isso.
Giamberadino Filho, do CFM, tem opinado que se a primeira consulta for presencial, o acompanhamento depois poderia ser virtual, em qualquer lugar. Em nota, o CFM diz que ainda estuda o assunto.
“Essas ferramentas [de telemedicina] existem para beneficiar o paciente. Ainda temos limitações. Há situações em que eu, como médico, não vou conseguir resolver tudo [virtualmente]. Vou precisar do paciente presencialmente”, afirma o ginecologista César Fernandes, presidente da AMB.
Segundo ele, é o médico que, na primeira consulta virtual, deve arbitrar se vai precisar ou não de uma consulta presencial. “É decisão do médico, autonomia do médico. Se ele se aventurar a fazer uma proposição terapêutica sem ter todos os elementos necessários, ele será responsabilizado por isso. Não atenua a responsabilidade do médico se ele atender presencialmente ou por teleconsulta.”
Pesquisa feita pela AMB com uma amostra de 980 médicos mostra que 66% consideram que o profissional deve ter autonomia para decidir pela consulta virtual ou não e 62% dizem que ela não deve se restringir ao estado onde o médico tenha registro profissional.
Para Fernandes, o fato de parte da categoria defender que a telemedicina só seja exercida no estado de registro pode ser pelo fato de que há médicos em locais que não têm recursos tecnológicos para concorrer em condições iguais com outros de centros mais avançados.
“Talvez imaginem que vão ter prejuízo. Mas é um direito do paciente de querer passar onde quiser e com quem quiser. Senão daqui a pouco o médico vai ter que ter 27 CRMs para poder atender por telemedicina no país?”, questiona.
O pediatra Clóvis Constantino, professor de ética médica e bioética da Unisa (Universidade Santo Amaro), lembra que uma questão que precisa ficar clara é que, para algumas especialidades médicas, a telemedicina funciona muito bem, mas para outras, não.
Ele sugeriu ao CFM que as 54 especialidades aprovassem a forma como a telemedicina poderia ser usada (ou não) em suas respectivas áreas. “Na psiquiatria, por exemplo, há mais segurança [de uma primeira consulta virtual]. Mas, em outras, o exame físico é muito importante.”
Sob uma legislação provisória aprovada no início da pandemia e com validade até o fim da crise sanitária, a telemedicina já está sendo amplamente usada tanto em plataformas estruturadas, que obedecem a regras de sigilo e proteção de dados, quanto por meios informais, como aplicativos de mensagens.
Segundo dados da Saúde Digital Brasil, uma associação que representa os principais operadores de telemedicina do país, em 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de atendimentos virtuais foram feitos por mais de 52,2 mil médicos. A maioria (87%) foi das chamadas primeiras consultas.
Para Eduardo Cordioli, presidente da entidade, mais importante do que o volume dos atendimentos a distância é o alto índice de resolutividade: 91% nas consultas avulsas de pronto-atendimento.
Na pesquisa da AMB, 56% dos médicos dizem que já estão atendendo a distância e 59% pretendem continuar após a pandemia. Uma outra pesquisa, da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), também mostra ampla utilização da telemedicina pelas empresas de assistência médica e odontológica.
Em debate virtual recente promovido pela Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados), um dos pontos abordados foi a sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, que deverá ser seguida à risca pelos profissionais que fazem consultas virtuais.
“É muito importante estabelecer regras, princípios éticos para que essa implantação seja dentro do que imaginamos como adequada”, disse Giovanni Cerri, presidente do conselho do Instituto de Radiologia do HC da USP.
“É preciso entender que consulta por WhatsApp não é telemedicina”, disse Giamberardino, do CFM. Ele afirmou que o conselho estuda formas de proporcionar aos médicos meios de prescrição e assinatura digital seguros, já inclusos na mensalidade.
Outra questão é a capacitação dos médicos. Segundo Chao Lung Wen, chefe da disciplina de telemedicina da USP, apenas 12 das 340 universidades com curso de medicina no Brasil possuem aulas voltadas para a telemedicina.
Uma preocupação levantada pelos participantes é que a modalidade não deve ser usada pelos gestores públicos e privados de saúde como forma de reduzir custos.
Para os locais remotos, ele defende uma combinação de unidades móveis de deslocamento e telemedicina. Nessas regiões distantes, em que não há médico, Giamberardino diz que a primeira consulta poderia ser virtual. “Mas deve ser a exceção, não a regra.”
Em nota à Folha, o CFM disse que questões como a exigência de uma primeira consulta presencial (ou não) ou a definição de territorialidade “estão sendo avaliados, com rigor e critério, a partir de considerações feitas por todos os setores envolvidos.”
O órgão destaca que tem procurado ouvir os conselhos regionais de medicina, as sociedades médicas e especialistas renomados para construir um normativo que atenda aos interesses dos pacientes e dos profissionais. Sugestões encaminhadas por meio de consulta pública também estão sendo analisadas, diz o CFM.
“É preciso lembrar que a telemedicina não vem para substituir a presença do médico, mas para melhorar a qualidade do serviço prestado, bem como o seu acesso. Entre os princípios abordados na revisão está a autonomia do médico e do paciente. A valorização dessa relação é fundamental para o estabelecimento da confiança interpessoal”, diz o conselho.
O CFM entende que todo ato médico deve ser registrado em prontuário do paciente, para conferir mais segurança na assistência prestada.
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AGÊNCIA BRASIL
Covid-19: país tem 19 milhões de casos acumulados e 533,4 mil mortes
O balanço divulgado neste domingo (11) pelo Ministério da Saúde registra 20.937 novos diagnósticos de covid-19 em 24 horas. Esse dado eleva para 19.089.940 o número de pessoas infectadas pela doença desde o início da pandemia no país. Ontem (10), o painel de estatísticas marcava 19.069.003 casos acumulados.
As mortes por covid-19 ao longo da pandemia aproximam-se de 535 mil. Em 24 horas, as autoridades de saúde notificaram 595 novos óbitos, totalizando 533.488. No sábado, o painel de informações marcava 532.893 mortes acumuladas.
O balanço apontou também 968.140 pacientes em acompanhamento e 17.588.312 (92,1%) recuperados da doença.
Situação epidemiológica da covid-19 no Brasil (10/07/2021) – Divulgação/Ministério da Saúde
Covid-19 nos estados
Os estados com mais mortes são os seguintes: São Paulo (132.140), Rio de Janeiro (56.808), Minas Gerais (48.102), Paraná (32.466) e Rio Grande do Sul (32.216).
As unidades da federação com menos óbitos são Acre (1.766), Roraima (1.782), Amapá (1.866), Tocantins (3.330) e Alagoas (5.530).
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FOLHA DE S.PAULO
Na disputa sobre quimioterápico de uso oral, planos de saúde dizem que vai ter alta de custos
Projeto que muda regra de cobertura foi aprovado pela Câmara
O debate sobre o aumento dos preços dos planos de saúde entrou na batalha das operadoras contra a flexibilização para a cobertura dos custos dos medicamentos quimioterápicos de uso oral.
Segundo a FenaSaúde (Federação Nacional da Saúde Suplementar), a mudança elevaria as despesas do setor neste ano e, consequentemente, o reajuste dos planos individuais e coletivos em 2022.
Pelo projeto, que já foi aprovado pela Câmara e agora segue para sanção ou veto presidencial, bastaria que o produto tivesse registro na Anvisa para entrar no rol de cobertura obrigatória das operadoras. Hoje é necessário um aval adicional da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Na última atualização, feita em abril deste ano, a ANS incorporou 19 dos 27 medicamentos oncológicos analisados. Atualmente, 59 estão no rol das operadoras.
Pelos cálculos da FenaSaúde, se todos os remédios analisados na época fossem incorporados e todos os pacientes com plano de saúde aderissem ao tratamento com quimioterápicos orais, as operadoras teriam uma despesa adicional de R$ 14,8 bilhões neste ano.
A entidade diz que o aumento seria suficiente para elevar os reajustes dos planos para quase 15% em 2022, tendo como base de comparação a correção de 7,4% aplicada em 2019. “Tem um benefício questionável para um grupo pequeno de pessoas e um malefício real para um grupo grande de pessoas”, diz a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente.
Para 2021, a ANS aprovou na quinta (8), pela primeira vez na história, um desconto obrigatório para os planos individuais e coletivos.
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CORREIO BRAZILIENSE
Sobrepreço dos planos de saúde deve abrir “caixa preta” do setor
Estudos apontam que valor cobrado por operadoras de saúde poderia ser mais baixo, tendo em vista queda de 17% no custo real dos Dispositivos Médicos, apontados como vilões da história
Estudos inéditos da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), o ‘Índice ABIIS Compras Públicas’ e o ‘Índice ABIIS Importação – IAI’ vão ajudar a abrir a ‘caixa preta’ dos preços dos planos de saúde e podem mudar a vida dos consumidores. As pesquisas analisam a defasagem de preço de dispositivos médicos nas compras públicas e na importação no Brasil, nos últimos seis anos, com o objetivo de desmistificar a tese de que as novas tecnologias oneram os planos de saúde. Os levantamentos mostram que os dispositivos médicos (DMs) não são ‘os vilões’ ou os responsáveis por onerar os custos da saúde pública ou privada, já que os preços tiveram queda real (descontada a inflação) de 17%, em seis anos.
No período, o valor nominal da cesta (70 mil produtos) teve alta de 25,8%, diante de inflação acumulada (Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M) de 51,52% e da valorização do dólar de 33,08%. Os levantamentos, explica o diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes, levam em conta os preços cobrados nos portos e nas licitações governamentais para o Sistema Único de Saúde (SUS). ‘Em obediência à lei da concorrência, as empresas não revelem seus preços. Por isso, nos baseamos nos valores oficiais. E se o índice considera as licitações ou preços finais com impostos, também não é possível alegar que foram onerados pelos intermediários’, assinala.
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Com base nas comparações, ele reforça que ficou claro que ‘o índice global não acompanhou nem a inflação do período, muito menos as variações da taxa de câmbio’. Gomes diz, ainda, que o estudo apenas comprova o que já se sabia. ‘Os dispositivos médicos não são os vilões da saúde. Pelo contrário. O stent cardíaco, por exemplo, teve uma defasagem de preço de 80,9%, considerando a inflação nos últimos seis anos, ou seja, está custando menos de um quarto do que custava em 2015’, complementa.
Considerando os produtos isoladamente, foram avaliados, além do stent, as variações de preços das próteses de joelho (desvalorização de 51,3%); de testes sorológicos para vitamina D (-45,6%), HIV (-30,4%) e do hormônio estimulador da tireoide (TSH) (-33,4%); e dois equipamentos de diagnóstico por imagem: os ecógrafos (9,3%) e os aparelhos por ressonância magnética (-15,3%). ‘De sete itens analisados, apenas um teve alta e na casa de um dígito. As novas tecnologias são, sim, fundamentais para aumentar a produtividade e resolutividade do sistema de saúde, contribuindo para sua sustentabilidade’, defende Cerqueira Gomes.
Os importados
O ‘Índice ABIIS Importação – IAI’ revela que, assim como acontece com os produtos produzidos no Brasil, os itens de tecnologia médica importados – 40% do consumo local-também não pressionam o custo da saúde pública ou privada. O Índice analisou, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2020, a cesta global de dispositivos médicos adquiridos no exterior, subdividida em três diferentes segmentos: dispositivos médicos implantáveis (DMI); reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro; e materiais e equipamentos para a saúde.
Os preços da cesta de DMI – órteses, próteses e materiais especiais e materiais necessários para a sua utilização -, convertidos para o real e atualizados pelo IGP-M, caíram em média 1,5% ao ano e 18% nos últimos 12 anos. ‘O Índice ABIIS contraria os agentes pagadores desses produtos, que têm alegado que eles seriam os grandes responsáveis pela inflação da saúde no Brasil. Está comprovado que não são’, afirma José Márcio Cerqueira Gomes.
Também houve queda significativa nos reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro: média anual negativa de 0,7% e redução de 8,8%, em 12 anos. Gomes salienta que ‘reagentes e analisadores representam em torno de 19,9% da composição das despesas ambulatoriais em um ambulatório clínico’. O único segmento com crescimento real nos preços dos importados foi o de materiais e equipamentos para a saúde (catéteres, linhas de sutura, seringas, agulhas, mobiliário de uso médico hospitalar, equipamentos de diagnóstico por imagem, entre outros). A alta média anual foi de 2,1% e de 30%, acumulada, no período analisado.
‘No entanto, estes itens representam 8,5% dos gastos, ou impacto de 2,5% nos custos hospitalares acumulados nos 12 anos’, explica. ‘Analisando o contexto macroeconômico, que tem exercido pressões adicionais sobre os importados, pela contínua valorização do câmbio acima da inflação, desde cerca de 2015, é possível afirmar que os produtos médico-hospitalares se desvalorizaram significativamente nos últimos anos’, salienta Gomes. As variações estimadas no ‘Índice ABIIS Importação – IAI’ são dos preços praticados no porto. E os dois estudos foram feitos pelos economistas Emerson Fernandes Marçal e Patrícia Marrone.
Público estratégico
Diante dos resultados das pesquisas, o diretor executivo da ABIIS, diz que não entende, do ponto de vista técnico, a justificativa para que a inflação médica seja tão alta. Nos últimos anos, mesmo com a queda nos DMs, o Índice de Variação de Custo Médico-Hospitalar (VCMH), também chamado de inflação médica, vem crescendo e variou entre 12,5% (em 2020) e 20,4% (em 2016). Segundo Gomes, a ABIIS quer ajudar a abrir a ‘caixa preta’ dos preços dos planos de saúde. Os estudos serão apresentados à Agência Nacional de Saúde (ANS), Ministério da Saúde e órgãos de defesa do consumidor.
Procurado, o ministério informou que caberia à ANS comentar os estudos. Por meio da assessoria de imprensa, a ANS respondeu que todas as explicações sobre como a Agência estabelece ‘o reajuste dos planos individuais ou coletivos’ estão na página da internet. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), por outro lado, disse que ‘aguardará ter acesso ao conteúdo completo do mencionado documento elaborado pela ABIIS para se posicionar’. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), destacou, por meio de nota, que as operadoras seguem o que a ANS estabelece.
‘Dentro do modelo mutualista que regula as relações na saúde suplementar, a expressiva alta dos procedimentos que ora observamos – seja em função de novas ondas do coronavírus, seja pela retomada de eletivas ou pelo expressivo aumento dos custos de insumos e matérias-primas – tende a continuar a ter reflexos bastante expressivos nos custos assistenciais ao longo dos próximos meses e, portanto, com efeitos sobre os preços das mensalidades a serem praticados no próximo ciclo de reajuste em 2022’, reforçou a Fenasaúde.
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PORTAL G1
Goiás estuda antecipar a segunda dose da AstraZeneca, diz Caiado
Medida pode proteger melhor população acima de 50 anos, mais suscetível às versões graves da Covid-19. No entanto, regra segue sendo a data agendada nos cartões de vacinação.
Goiás avalia a possibilidade de antecipar a aplicação da 2ª dose de vacinas contra Covid-19 da AstraZeneca em pessoas com 50 anos ou mais que já tomaram a 1ª dose. A decisão já foi tomada por outros seis estados brasileiros com a intenção de proteger melhor as pessoas mais vulneráveis.
‘Quanto mais oferta tivermos, dentro desse quadro e dessa análise feita pelo comitê, nós vamos poder antecipar a aplicação da segunda dose e assim, dar uma cobertura maior e mais rápida, para que não tenha o comprometimento de nossa população’, disse o goverando do estado, Ronaldo Caiado (DEM).
Caiado abordou esse tema durante a maratona de imunização em Goiânia no sábado (10).
Superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim explicou que essa possibilidade está sendo avaliadoa pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Segundo ela, é importante balancear e garantir o avanço da imunização contra a Covid-19 ao mesmo tempo que se amplia a segurança de pessoas com 50 anos ou mais – população mais vulnerável ao coronavírus.
‘A gente precisa que grande parte da população tenha ao menos uma dose, mas a gente também precisa proteger mais quem tem mais risco de formas graves. Estudo da Fiocruz mostra isso, que para pessoas com 50 anos ou mais o risco é maior. Por isso, talvez nessa faixa etária haja essa antecipação com nossa equipe técnica’, detalhou.
Ainda assim, Flúvia alertou que a decisão não foi tomada ainda e depende de estudo da pasta. Por enquanto, ela ressalta que as pessoas não devem se desesperar e correr para tomar a dose de reforço antes da data determinada no cartão de vacina.
‘A gente precisa ter garantia de doses, tanto para 1ª quanto para 2ª dose para que a gente possa avançar. Até o momento, continua a data que está no cartão. Se houver alguma alteração dessa análise, a gente vai informar a todos os municipios e toda população’, completou.
Seis estados brasileiros optaram por antecipar a aplicação da dose de reforço da AstraZeneca. O objetivo desses gestores foi, mesmo sem orientação do governo federal, encurtar esse intervalo porque estudos apontam que somente a vacinação completa protege contra a variante delta, que está se espalhando rapidamente pelo Brasil.
Flúvia esclareceu que a bula da vacina informa que o intervalo entre 1ª e 2ª dose deve variar de quatro a 12 semanas. O Ministério da Saúde escolheu o maior prazo, já que a AstraZeneca oferece proteção parcial de 76% já 21 dias após a primeira aplicação.
‘A gente tem que lembrar que temos que conseguir balancear as duas coisas porque também temos uma pequena parcela com 1ª dose [aplicada], mas precisamos de uma proteção maior para essa uma parte da população’, disse.
Goiás já registrou 696.308 contaminados pelo coronavírus e 19.722 vidas perdidas para a Covid-19 desde o início da pandemia, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgado no sábado (10).
Na capital, o número de infectados no mesmo período é de 177.064, dos quais 5.535 evoluíram para morte.
No estado, o boletim da SES indica que foram aplicadas 2.543.406 doses de vacinas contra a Covid-19. Do total, 828.656 foram de reforço.
Já em Goiânia, a SMS contabilizou aplicação de 575.981 primeiras doses e 219.097 doses de reforço. A vacina da Janssen, que é de dose única, foi aplicada em 19.045 pessoas.
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A REDAÇÃO
Goiânia espera parecer do MP para colocar quem escolhe vacina no fim da fila
Goiânia – O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) disse na manhã desta segunda-feira (12/7) que Goiânia irá mandar para o fim da fila quem agendar a vacinação contra a covid-19, chegar ao local de imunização e não tomar a dose porque não é a marca que a pessoa prefere. “Nós temos tido esse problema. Muitas pessoas agendam, chegam ao local da vacina e perguntam: ‘Qual vacina: a vacina A, B ou C? Ah não! Não quero. Eu quero a outra'”, descreveu o chefe do Executivo da capital em entrevista à Rádio Interativa.
Depois da determinação do prefeito, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou ao jornal A Redação que seguirá o que foi definido por Rogério Cruz. Mas, antes de adotar a medida, solicitou ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) um parecer sobre a legalidade de penalizar quem se recusar a tomar a vacina por causa da marca com a ida para o fim da fila por faixa etária decrescente, hoje em 41 anos, e que só será encerrada na idade de 18 anos.
De acordo com Rogério Cruz, a prefeitura não tem como saber a vacina de qual fabricante chegará a Goiânia. “Elas (vacinas) vêm do governo federal, passam pelo Estado e vêm para os municípios.” Para o prefeito da capital, imunizante bom é “aquele que está no braço”. “Essas pessoas estão voltando para o fim da fila. Essa é a realidade. O que nós decidimos no momento é que elas voltem para o final da fila. A pessoa vai ter que reagendar para poder participar da próxima vacinação ou chegar naquele momento de as próximas doses chegarem a Goiânia”, afirmou o republicano.
Requerimento legislativo
O prefeito citou na entrevista um requerimento legislativo do vereador Leandro Sena (Republicanos) que está em tramitação na Câmara de Goiânia. A proposta prevê que a pessoa que escolher a marca da vacina que pretende receber seja colocada no fim da fila da imunização na capital, depois da última pessoa vacinada com 18 anos. “Vacina boa é aquela que está no braço para poder a pessoa ser livre da covid”, pontuou Rogério Cruz.
Em entrevista ao AR, o vereador explicou que o requerimento deve ser votado nesta semana no plenário da Câmara. Aprovado em votação única, o texto segue para a Prefeitura de Goiânia. São orientações ao secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, para que quem se negar a tomar a dose da vacina no momento em que agendou seja mandada para o fim da fila. “Essa escolha da marca do imunizante tira a agilidade da campanha de vacinação. Por isso esta pessoa será bloqueada no sistema”, descreveu Sena.
Segundo o parlamentar, o titular da SMS teria demonstrado interesse em implantar a medida, que prevê duas possibilidades de comprovar que a pessoa se negou a tomar a vacina: por assinatura de um protocolo por quem não quis ser imunizado ou, na negativa da pessoa, por duas testemunhas que estavam no local quando houve a negativa em tomar a dose. Leandro Sena afirmou que pedirá na terça-feira (13/7) a inversão da pauta para que o requerimento seja votado em caráter de urgência até, no máximo, quinta-feira (15/7).
A partir da aprovação do requerimento, a SMS passa a definir como será feito o cruzamento de dados no sistema de vacinação para que a pessoa que se negou a tomar a dose no dia agendado não consiga se vacinar antes do fim da fila.
O que diz o MP-GO
O jornal A Redação entrou em contato com o Ministério Público para saber como está a avaliação legal da medida e aguarda retorno.
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“Precisamos de algum mecanismo para coibir quem recusa vacina”, diz Flúvia
Goiânia – A atitude de parte da população, que agenda a vacinação contra a covid-19, chega a local de receber a dose, pergunta qual é a marca e se recusa a receber a aplicação preocupa as autoridades goianas. “Precisamos ver legalmente a viabilidade de algum mecanismo para coibir este tipo de atitude”, afirma a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), Flúvia Amorim.
Em entrevista ao jornal A Redação, Flúvia adianta que o assunto está em discussão no Centro de Operações de Emergências da SES-GO. “Discutimos isso no COE (Centro de Operações de Emergências) de quarta-feira (7/7) junto com o Ministério Público Estadual (MP-GO), Ministério Público Federal (MPF-GO) e Defensoria Pública do Estado (DPE).”
Para a superintendente, a decisão da pessoa em se agendar e não se vacinar quando descobre qual é a marca disponível atrapalha o avanço do plano de imunização e tira a oportunidade de outra pessoa receber a primeira dose. “O próprio município de Goiânia colocou no COE que isso tem gerado uma grande dificuldade nos agendamentos. Porque a pessoa agenda, tira a vaga de alguém, chega na hora e quando vê que não é a vacina que quer simplesmente não toma. Se recusa”, descreve.
Na entrevista ao AR, Flúvia Amorim detalha a nova regra estadual de vacinação contra a covid-19, com 100% das doses destinadas à população por idade, responde aos questionamentos sobre a inclusão de mais grupos prioritários na imunização nas últimas semanas e sobre a tentativa de acelerar a aplicação da primeira dose no Estado.
A Redação – Na quarta-feira (7/7), o secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, anunciou que Goiás passa agora a destinar 100% das doses das vacinas contra a covid-19 à ordem decrescente de idade. Como foi possível chegar a essa definição? Como passam a ficar os grupos prioritários a partir de agora no Estado?
Flúvia Amorim – Esta foi uma resolução CIB (Comissão Intergestores Bipartite). CIB é uma instância em que temos gestores de secretarias municipais de Saúde de Goiás e o gestor estadual, que é o dr. Ismael Alexandrino. Na decisão conjunta entre municípios e Estado ficou definido que 100% iriam para faixas etárias.
De que forma? Caso pessoas nos grupos de idosos, portadores de comorbidades, trabalhadores da saúde, da educação, gestantes e puérperas ainda não tenham se vacinado por algum motivo, eles continuarão sendo prioridade. Mas não haverá mais necessidade de reservar doses para determinado grupo. Os grupos que citei continuarão a ser prioridade e os demais por faixa etária.
AR – Desde que o cardiologista Marcelo Queiroga chegou ao Ministério da Saúde, em muitos momentos a orientação tem sido para que Estados e municípios acelerem a aplicação de vacinas em primeira dose das novas remessas de imunizantes. Quando chegarmos ao final de agosto e início de setembro, quando muitas pessoas irão procurar a segunda dose contra a covid-19, gera alguma preocupação de uma possível falta de vacinas?
F.A. – Para a AstraZeneca, a Secretaria de Estado da Saúde tem feito a reserva da segunda dose. Inclusive, o carregamento que receberemos na próxima semana será todo para segunda dose já com a previsão de atender as pessoas que precisam receber a segunda dose principalmente no final de julho e começo de agosto.
Para a vacina da Pfizer, ainda não temos reserva de segunda dose. É a única vacina que temos em aplicação que não há estoque de segunda dose. A Coronavac tem suas remessas divididas ao meio. Todas as doses recebidas da Coronavac são separadas em metade para a primeira dose e metade para a segunda.
AR – Temos notado o comportamento de parte da população em chegar aos postos de vacinação, perguntar qual é a vacina disponível e ir embora sem receber a primeira dose. O exemplo de São Bernardo do Campo, de cadastrar e colocar essas pessoas no fim da fila, pode ser adotado em Goiás?
F.A. – É uma possibilidade. Inclusive, discutimos isso no COE (Centro de Operações de Emergências) de quarta-feira (7/7) junto com o Ministério Público Estadual (MP-GO), Ministério Público Federal (MPF-GO) e Defensoria Pública do Estado (DPE). Precisamos ver legalmente a viabilidade de algum mecanismo para coibir esse tipo de atitude.
O próprio município de Goiânia colocou no COE que isso tem gerado uma grande dificuldade nos agendamentos. Porque a pessoa agenda, tira a vaga de alguém, chega na hora e quando vê que não é a vacina que quer simplesmente não toma a vacina. Se recusa. Isso causa um atraso no avanço da vacinação no município.
Pedimos apoio ao Ministério Público, que fará a avaliação se há algum impedimento legal para que realmente possamos tomar esse tipo de atitude.
AR – O secretário Ismael Alexandrino disse na semana passada que alguns municípios têm segurado doses para não parecer que ficam sem imunizantes muito rápido, às vezes em um ou dois dias. Esse medo de ficar sem doses para aplicar na população se justifica? É preferível que se utilize o quanto antes as novas remessas que são entregues?
F.A. – De forma alguma. É só usarmos a lógica. Já temos estudos que comprovam que algumas vacinas começam a dar certa proteção com a primeira dose. Quanto antes vacinarmos as pessoas, mais rápido elas ficarão protegidas. Se eu recebo doses e tiver condição de usar todas essas doses em um único dia, que assim façamos. Porque quanto mais rápido vacinarmos, mais rápido virá a proteção.
AR – As novas remessas de doses enviadas pelo Ministério da Saúde têm chegado com mais rapidez e em um período menor ou ainda está muito devagar dentro do que o Estado esperava aplicar diariamente?
F.A. – Nas últimas semanas, principalmente na semana retrasada, recebemos remessas importantes, com quantitativos importantes de doses. Mas, é claro, o Brasil tem uma capacidade de vacinação muito maior do que essa, que não temos conseguido avançar por falta de imunizantes. Quanto mais vacinas chegarem, mais rápido conseguiremos atender toda a demanda.
AR – Ao mesmo tempo em que veio a nova resolução do CIB de aplicar 100% das doses por faixa etária, houve um questionamento do MP, MPF e DPE sobre a autorização para os municípios incluírem novas categorias nos grupos prioritários de vacinação. É uma questão que o Estado continua a discutir?
F.A. – Na verdade, com a nova resolução isso cai por terra. Porque agora definimos que não existe mais grupo prioritário. É simplesmente por faixa etária.
AR – O governador Ronaldo Caiado (DEM) anunciou em junho que toda a população adulta de Goiás estará vacinada até o final de setembro. É uma promessa possível de ser cumprida?
F.A. – É possível de cumprir se recebermos doses em quantidade suficiente e de forma regular. É possível.
AR – O Estado chegou a anunciar no final do primeiro semestre que buscava a compra de vacinas Sputnik V, do Instituto Gamaleya. Em que pé está essa negociação?
F.A. – É uma negociação que segue os trâmites burocráticos. A parte técnica, que nos competia, já foi respondida. Agora resta superar os trâmites legais e burocráticos para a efetivação dessa negociação.
AR – Já se pode dizer com certeza que precisaremos fazer campanhas anuais ou a cada dois anos de vacinação contra a covid-19, assim como ocorre no caso da vacina contra a gripe?
F.A. – Isso já é praticamente certo. Teremos sim campanhas anuais de covid-19, assim como acontece com a influenza.
AR – Como está a campanha de vacinação contra as gripes, a mais lembradas delas a H1N1, em função da imunização contra a covid-19? É uma campanha que ficou um pouco apagada pela gravidade da pandemia da covid-19?
F.A. – Está muito apagada. Apesar de Goiás ter uma das melhores coberturas contra influenza do país, entre o segundo e o terceiro lugares, ainda assim muito baixa. Fizemos um Dia D no sábado retrasado (3/7), com vários municípios realizando seu Dia D de imunização. Goiânia vacinou cerca de 30 mil pessoas, o que é uma vacinação muito boa, bem considerável. Estamos finalizando o registro para verificar o quanto conseguimos avançar na vacinação contra gripe no Estado de Goiás.
AR – A população tem notado que os municípios adotam cada um uma faixa etária de vacinação contra a covid-19. Goiânia reduziu a idade ontem para 42 anos, enquanto Aparecida de Goiânia abaixou a faixa etária para 37. E isso gera questionamentos sobre a diferença de idade na imunização entre municípios vizinhos, por exemplo. É possível explicar o que gera esse momento diferente na vacinação entre uma cidade e outra?
F.A. – Posso falar dois fatores que são os principais. Primeiro você tem quantidade de pessoas em determinada idade diferente nos municípios. Você não tem a mesma quantidade de pessoas de 40 anos em Goiânia proporcionalmente à sua população igual à de Aparecida na relação proporcional ao número de habitantes. Não são iguais, são diferentes, mesmo proporcionalmente.
O que as pessoas precisam entender e se preocupar – não só a população, mas também os gestores – é qual é o percentual da população acima de 15 anos que já foi vacinada. Por que digo isso? Temos situações nas quais um município esteja vacinando – vamos imaginar – 30 anos e outro imuniza 40 anos. Mas tem município vacinando 30 anos que a cobertura é muito menor do que a cidade que está imunizando a população com 40.
Digo isso porque a quantidade de pessoas em determinadas faixas etárias é diferente nos municípios. Mais importante do que verificar a idade é saber qual o percentual da população que já foi vacinado.
AR – O intervalo adotado para aplicação da segunda dose da AstraZeneca e Pfizer era o de dois meses e meio a três meses. Agora algumas cidades começam a anunciar a antecipação da segunda imunização em decorrência do avanço da variante delta do coronavírus. Até que ponto antecipar a segunda dose é uma estratégia acertada?
F.A. – Saíram estudos recentes que mostram que as vacinas Pfizer e AstraZeneca têm boa proteção inclusive com a primeira dose. Esses estudos, principalmente com a Pfizer, não mostram a necessidade de antecipação. Também não para a AstraZeneca. Para a AstraZeneca, por que o intervalo de 12 semanas? Porque estudos mostraram que a eficácia é maior com 12 semanas do que com quatro. Por isso, orientamos 12 semanas.
AR – Em outros Estados, grupos de médicos chegaram a discutir uma possibilidade de se autorizar a aplicação de uma terceira dose da vacina, especificamente da Pfizer, nos profissionais de saúde pelo risco de contágio na linha de frente. É uma discussão que já existe em Goiás?
F.A. – Ainda não. Mesmo porque ainda não temos estudos que comprovem isso. Precisamos aguardar os estudos para saber o que fazer. Alguns países da Europa começam a prever uma vacinação antes do inverno europeu. Eles avaliam, os estudos saem e nós avaliamos os resultados.
AR – Qual é o tamanho do grupo de pessoas que não foi receber a segunda dose da vacina contra a covid-19 em Goiás? Qual é o nível de preocupação que essa situação causa?
F.A. – Preocupa. Se for uma pessoa para nós já é preocupante. Mas não é um percentual alto em relação a todas as pessoas vacinadas no Estado. Temos cerca de 5% do total de pessoas que receberam a primeira dose que ainda não receberam a segunda. A orientação que tem sido dada aos municípios é que façam buscas ativas, descubram com essas pessoas por que elas não tomaram a vacina e as orientem a se vacinarem.
AR – Houve uma preocupação quando a taxa de ocupação dos leitos de UTI para covid-19 chegou a 90% em junho. Hoje caiu para 77%. A secretaria trabalha com tranquilidade neste momento com relação às internações ou já há uma preocupação com uma nova onda ou um repique da chamada segunda onda nos próximos meses?
F.A. – Não temos desativação de leitos. O que pode acontecer é, a partir do momento que começa a diminuir a utilização de leitos de UTI para pacientes com covid-19, destinar os leitos para utilizar no tratamento de outra doença, porque estamos com grande demanda reprimida por causa da covid-19. Mas, caso haja um aumento, nós voltamos a mobilizar esses leitos para covid. Porque o leito está lá, assim como o profissional, o respirador. O leito não é retirado da rede.
AR – O secretário de Estado da Saúde afirmou na semana passada que a pasta se prepara para possivelmente enfrentar um repique de alta de casos da covid-19 em Goiás no mês de setembro. Como a SES-GO tem se preparado para a possibilidade da chegada de uma elevação na ocorrência de casos?
F.A. – Assim como ocorre com as ondas de influenza todo ano, sabemos que com a covid-19 não será diferente. O que precisamos ficar sempre atentos e observar é que, com o avanço da vacinação, mesmo que aumente o número de casos, não amentem as internações e os óbitos. É um cenário que esperamos que ocorra no futuro.
AR – Parte da população que foi levada pelas informações falsas, principalmente no WhatsApp e Telegram, ficou com receio de tomar a vacina Coronavac. Mas, na prática, foi a vacina que ajudou a reduzir consideravelmente os casos graves entre idosos no Brasil. O que dizer a quem ainda está com dúvida sobre se vacinar que quando chegar a vez dela é importante receber a vacina?
F.A. – A melhor vacina é a vacina no braço. Todas até hoje utilizadas demonstram segurança e eficácia. Com variações, claro. Não são todas vacinas iguais. Mas todas têm a sua segurança e a sua eficácia comprovadas. Independente do laboratório, quanto mais rápido nós vacinarmos a população mais rápido teremos um impacto na redução de óbitos, internações e mais rápido voltamos à nossa normalidade de antes da covid-19.
AR – Com relação à discussão sobre o fechamento do hospital de campanha de Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal, é um assunto resolvido após os questionamentos do MPF?
F.A. – Não é a minha área de atuação. Não cuido da parte de assistência de leitos. Tenho dados gerais, mas não sou a responsável. Por isso, não saberia responder.
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Covid-19: Goiás registra 218 novos casos e uma morte em 24 horas
Dados são da Secretaria Estadual de Saúde
Goiás registrou 218 novos casos da covid-19 e uma morte pela doença nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde deste domingo (11/7). Com as atualizações, o Estado chega a 696.526 casos da doença e 19.723 óbitos confirmados.
Ainda de acordo com a SES-GO, Goiás soma 665.462 pessoas recuperadas. No Estado, segundo o boletim, há 509.284 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 293.282 casos.
Além dos 19.723 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,84%, há 340 óbitos suspeitos que estão em investigação.
“Os números são dinâmicos e passíveis de mudanças após investigação mais detalhada de cada situação”, informou a pasta.
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JORNAL OPÇÃO
Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco no Brasil
Por Italo Wolff
A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 901.594 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 368.860 mil
Segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil, no Brasil nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como em 2021. Além da pandemia da Covid-19 que já fez mais de 525 mil vítimas, o novo coronavírus vem alterando a demografia também com mudanças na taxa de natalidade.
No início deste ano, tivemos a menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos desde o início do acompanhamento estatístico: no total, foram 956.534 óbitos até o final do mês de junho e 1.325.394 nascimentos registrados pelos cartórios brasileiros. O número de mortes já é o maior da história – 67,7% maior que a média deste período no País. O número de nascimentos é 10% menor que a média de nascidos no País desde 2003.
O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no País, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 901.594 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 368.860 mil em 2021, uma redução de 59,1% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 41,4%, e em relação a 2019 foi de 55,2%.
A base de dados é abastecida em tempo real pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
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Para volta às aulas presenciais, programa de testagem rápida examinará crianças e adolescentes
Por Gabriela Macedo
“Nossos alunos tem a necessidade de conviver, de voltar às aulas presenciais, essa é uma demanda muito forte. Vamos fazer com que isso seja bem monitorado”, disse o governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado
Para evitar que crianças que se encontram em férias escolares no mês de julho vão contaminadas com a Covid-19 para as aulas presenciais, que devem retornar no dia 2 de julho, na rede estadual de ensino, programa de testagem rápida será organizado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde (SMS) do território goiano. Tanto a data da volta às aulas quanto o programa foram anunciados pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), durante a Maratona de Vacinação contra o coronavírus que ocorreu no sábado, 10.
“Não é simplesmente voltar as crianças as aulas, temos que fazer a testagem e ver se tem alguma criança que esta assintomática, mas contaminada, por exemplo. Vamos fazer com que isso seja bem monitorado”, explica Caiado. A justificativa, para o governador, é a urgência que o retorno presencial dos alunos representa ao ensino e aprendizado. “Nossos alunos tem a necessidade de conviver, de voltar às aulas presenciais, essa é uma demanda muito forte”, completa.
Com o avanço da vacinação contra o coronavírus no estado, que já aplicou mais de 2,9 milhões de doses, Ronaldo Caiado ressalta que a meta é que, até setembro, todas as pessoas acima de 18 anos já tenham recebido a primeira etapa do imunizante. “Outras vacinas também já estão sendo testadas para crianças, então logo vamos ampliar depois até os 12 anos”, completou o governador.
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Assessoria de Comunicação