ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Brasil tem 40,34% da população vacinada ao menos com a 1ª dose contra a covid
Adolescente que morreu após ter intestino perfurado durante cirurgia escreveu carta projetando futuro: ‘Estou querendo medicina’
Covid-19: Anvisa libera testes clínicos para duas novas vacinas
Estudo é insuficiente para comprovar eficácia da ivermectina contra covid-19
Doria volta a falar em revacinação contra a Covid em 2022
Prefeitura irá penalizar quem se recusar a tomar vacina por causa de sua marca
Drogaria vendia por R$ 100 vacina a imigrantes para tratar Covid-19
AGÊNCIA ESTADO
Brasil tem 40,34% da população vacinada ao menos com a 1ª dose contra a covid
Imunização completa alcança 14,8% da população | 14.07.21 – 07:50
O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou nesta terça-feira (13/7) a 85.419.761, o equivalente a 40,34% da população total. Nas últimas 24 horas, 789.242 pessoas receberam a primeira aplicação da vacina, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal.
Entre os mais de 85 milhões de vacinados, 31,4 milhões estão com a imunização completa, o que representa 14,85% da população total. Nas últimas 24 horas, 355.188 pessoas receberam uma dose de reforço e outras 179.003 foram imunizadas com uma vacina de aplicação única. Somando todas as vacinas aplicadas, o Brasil administrou 1,3 milhão de doses nesta terça-feira.
Em termos proporcionais, o Rio Grande do Sul e São Paulo são os Estados que mais vacinaram a população até aqui: 47,38% e 47,31% dos habitantes receberam ao menos a primeira dose, respectivamente. As porcentagens mais baixas de vacinação são encontradas no Amapá e em Roraima, onde apenas 25,73% e 28,24% dos habitantes receberam a primeira dose de algum imunizante. Estes são os únicos dois Estados que ainda não chegaram aos 30% da população com alguma dose aplicada.
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PORTAL G1
Adolescente que morreu após ter intestino perfurado durante cirurgia escreveu carta projetando futuro: ‘Estou querendo medicina’
Milleny Lopes Costa, de 17 anos, morreu após passar por três procedimentos cirúrgicos em um hospital de Goiânia. Médico responsável pelos atendimentos foi indiciado por homicídio culposo.
A estudante Milleny Lopes Costa, de 17 anos, que morreu após ter o intestino perfurado durante uma cirurgia em um hospital de Goiânia escreveu uma carta onde ela projetava o futuro e afirmava querer se formar em medicina. A Polícia Civil indiciou por homicídio culposo o médico Wilson Moisés Oliveira Martins pela morte da adolescente.
O G1 entrou em contato com a defesa do médico, por mensagem de texto, às 8h56 desta quarta-feira (14), mas não obteve retorno. À TV Anhanguera, o advogado Thiago Oliveira informou que não irá se pronunciar sobre o caso.
A adolescente morreu no dia 6 de setembro de 2020, após sofrer uma infecção generalizada. As investigações apontaram que houve negligência por parte do cirurgião que realizou o procedimento em Milleny. Na carta escrita por ela aos 15 anos de idade, a garota projetava a vida quando estivesse mais velha.
‘Olá, Milleny do futuro. No momento, ainda estou querendo medicina. Que agora, com 18 anos, eu continue com muito juízo e seja muito feliz fazendo o que eu gosto. Que seja o melhor ano da minha vida’, escreveu a adolescente.
‘Olá, Milleny do futuro. No momento, ainda estou querendo medicina. Que agora, com 18 anos, eu continue com muito juízo e seja muito feliz fazendo o que eu gosto. Que seja o melhor ano da minha vida’, escreveu a adolescente.
A mãe da adolescente, Ruth Lopes Vieira, de 50 anos, conta que a filha era apaixonada pela vida. Segundo ela, a menina sempre escrevia como forma de materializar os sonhos que gostaria de realizar ao longo dos anos.
‘Ela escreveu outra carta para abrir no casamento. Então, ela estava programada para viver uma vida, que foi interrompida. O que queremos é Justiça. Isso vai nos dar um consolo, vai nos dar mais paz’, afirmou a mãe.
‘Ela escreveu outra carta para abrir no casamento. Então, ela estava programada para viver uma vida, que foi interrompida. O que queremos é Justiça. Isso vai nos dar um consolo, vai nos dar mais paz’, afirmou a mãe.
Morte
De acordo com laudo do Instituto Médico Legal (IML), a menina morreu após passar por um procedimento chamado de Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE), o que, segundo a perícia, ocasionou a perfuração no intestino da adolescente.
A perícia apontou que esse procedimento apresenta, de fato, risco de perfuração do órgão, mas que o diagnóstico precoce e tratamento poderiam diminuir os riscos. O laudo concluiu ainda que houve falta de assistência médica após o procedimento.
O inquérito foi finalizado pela delegada Marcela Orçai no dia 15 de junho deste ano e enviado à Justiça. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que a 64ª Promotoria de Justiça de Goiânia está analisando o caso para definir quais medidas serão adotadas.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) informou que apura o caso, mas que não pode dar mais detalhes sobre o andamento do processo, pois corre em segredo de Justiça.
Internações e cirurgias
Ruth contou que a filha passou por uma cirurgia de vesícula no dia 20 de agosto de 2020, por um médico conhecido da família, no Hospital Goiânia Leste. Ela recebeu alta no dia seguinte.
No entanto, 13 dias depois a menina voltou a sentir dores abdominais e retornou ao mesmo hospital, onde foi internada no dia 4 de setembro e passou por um novo procedimento cirúrgico, realizado por Wilson, pois o médico da família não poderia atendê-la devido a um compromisso pessoal.
‘A gente estava até planejando viajar no dia seguinte, quando ela passou mal. Ela estava gritando de dor. Foi quase desmaiando para o hospital’, disse a mãe.
‘A gente estava até planejando viajar no dia seguinte, quando ela passou mal. Ela estava gritando de dor. Foi quase desmaiando para o hospital’, disse a mãe.
Consta no inquérito policial que o médico não conversou com a família para explicar qual o procedimento seria realizado e que apenas a secretária dele comunicou à mãe os valores da intervenção cirúrgica. Segundo o documento, neste dia foi realizada a CPRE que, segundo perícia, ocasionou a perfuração no intestino da adolescente.
‘A cirurgia foi 11h e o médico só apareceu às 20h. Ela suava de tanta dor. Quando ele [médico] chegou, à noite, ele falou que nós estávamos descontroladas, que estava tudo bem com ela. A gente sabia que não estava’, contou a mãe.
‘A cirurgia foi 11h e o médico só apareceu às 20h. Ela suava de tanta dor. Quando ele [médico] chegou, à noite, ele falou que nós estávamos descontroladas, que estava tudo bem com ela. A gente sabia que não estava’, contou a mãe.
No dia seguinte, ao chegar para visitá-la, Ruthy relatou que o médico estava realizando outro procedimento no próprio quarto e sem a sua anuência. Segundo a mãe, mais uma vez, ele não a informou do que se tratava.
‘O médico estava dentro do quarto como se fosse um centro cirúrgico, com todos os equipamentos e bandeja com instrumentos. Ele estava cortando a Milleny na altura do pescoço e não me informou nada. Quando terminou, ele não me explicou’, disse.
‘O médico estava dentro do quarto como se fosse um centro cirúrgico, com todos os equipamentos e bandeja com instrumentos. Ele estava cortando a Milleny na altura do pescoço e não me informou nada. Quando terminou, ele não me explicou’, disse.
À TV Anhanguera, o Hospital Goiânia Leste, por meio de sua assessoria jurídica, informou que a unidade irá se manifestar no momento certo.
Após o procedimento no quarto, Ruthy disse que entrou em contato por mensagem com uma médica conhecida avisando do ocorrido e que estava com medo de a filha morrer no local.
Milleny foi transferida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel em estado grave, no dia 5 de setembro, para o Hospital do Coração, também em Goiânia. Após novos exames, foi comunicado à família que a estudante precisaria passar por uma nova cirurgia.
Segundo a mãe, foi neste procedimento que a equipe médica constatou que o intestino da adolescente estava furado há dois dias e que o líquido estava se espalhando pelo corpo, o que causou uma infecção generalizada. Ela morreu no dia seguinte.
‘Nós ficamos em oração. No outro dia, o pessoal do hospital ligou. Eu já sentia [que ela tinha morrido], não é fácil’, lamentou a mãe.
‘Nós ficamos em oração. No outro dia, o pessoal do hospital ligou. Eu já sentia [que ela tinha morrido], não é fácil’, lamentou a mãe.
Os advogados da mãe da adolescente, Taysa de França e Melo Procópio e Tayrone de Melo, informaram que o principal objetivo do processo é a punição do médico que causou a morte da adolescente: ‘Esse profissional não pode sair impune’. A defesa afirmou ainda que vai ingressar com um pedido de suspensão do CRM do cirurgião.
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AGÊNCIA BRASIL
Covid-19: Anvisa libera testes clínicos para duas novas vacinas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou hoje (14), em Brasília, a realização de pesquisas clínicas de duas novas vacinas contra o novo coronavírus (covid-19).
Uma é desenvolvida pelo Instituto de Biologia Médica da Academia Chinesa de Ciências Médicas (Imbcams, na sigla em inglês), da China, e a outra é produzida pela empresa AstraZeneca.
A primeira pesquisa realizará ensaio clínico de fase 3, controlado por placebo, para avaliar a eficácia, segurança e a imunogenicidade da vacina do Imbcams, que usa a tecnologia de vírus inativado.
O estudo, a ser realizado no Brasil, integra parte de uma pesquisa maior que também está sendo realizada na China e em outros países. Farão parte dos testes adultos de 18 anos de idade ou mais que receberão duas doses, com intervalo de 14 dias entre a primeira e segunda dose.
‘O delineamento de um estudo controlado por placebo ainda é considerado metodologicamente adequado para avaliar a segurança e eficácia da vacina, considerando também que ainda há uma grande parcela da população não vacinada, desde que se leve em conta a possibilidade de acesso dos voluntários às vacinas disponíveis em um curto período’, informou a Anvisa.
Aproximadamente 34.020 participantes serão recrutados no Brasil, Malásia, Bangladesh, China e México. Desse total, 7.992 participarão dos testes no Brasil, que serão realizados no Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina e São Paulo.
AstraZeneca
Já a segunda pesquisa clínica aprovada testará a vacina (AZD2816), desenvolvida pela AstraZeneca com a tecnologia de vetor de adenovírus recombinante, a mesma utilizada no imunizante anterior e que é aplicado no Brasil.
A vacina será fabricada pela empresa Symbiosis Pharmaceutical Services, sediada no Reino Unido, e é uma nova versão do imunizante aplicado no país (AZD1222). Ele foi modificado para também fornecer imunidade contra a recém-emergente cepa da variante B.1.351 da covid-19, identificada primeiro na África do Sul, em abril.
O estudo, de fase II/III parcialmente duplo-cego, randomizado, será aplicado em adultos de 18 anos de idade ou mais, previamente vacinados e não vacinados para determinar a segurança e a imunogenicidade da vacina candidata.
A AstraZeneca quer verificar a eficácia do imunizante, que atuaria como uma espécie de terceira dose para indivíduos soronegativos para SARS-CoV-2, que receberam anteriormente uma vacinação primária de duas doses contra a covid-19 SARS-CoV-2 com a vacina atualmente em uso (AZD1222) ou de uma vacina que utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) contra a covid-19, como as da Pfizer e da Moderna.
Também será verificada a eficácia da candidata a imunizante sendo aplicada como vacinação homóloga primária de duas doses para pessoas soronegativas para SARS-CoV-2 que não estão vacinadas’.
Nesse caso, os pesquisadores querem testar uma espécie de esquema misto, com a aplicação de uma primeira dose da vacina da AstraZeneca já utilizada no país e a segunda dose da nova versão do produto.
A empresa planeja testar esse esquema em 2.475 participantes no Brasil, Reino Unido, África do Sul e Polônia. Aqui está prevista a participação de 800 pessoas no Distrito Federal, Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
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CORREIO BRAZILIENSE
Estudo é insuficiente para comprovar eficácia da ivermectina contra covid-19
São enganosos posts nas redes sociais que dizem que estudo comprova a eficácia da ivermectina para tratamento da covid-19; pesquisa é considerada insuficiente para essa conclusão
Enganoso: São enganosos posts nas redes sociais que dizem que estudo comprova que a ivermectina é capaz de reduzir as mortes por covid-19 em até 56%. Apesar da pesquisa citada realmente falar nessa estimativa de redução da mortalidade, os dados não são considerados suficientes para apontar o benefício do antiparasitário para o combate à doença. Isso porque a maior parte das pesquisas utilizadas na análise não foram revisadas, não houve diferença da mortalidade em casos graves e o número de pacientes observados é muito pequeno.
Conteúdo verificado: Informação compartilhada nas redes sociais de que um novo estudo comprovaria que a ivermectina é capaz de reduzir as mortes por covid-19 em até 56%. A mesma pesquisa foi citada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em live semanal no Facebook na quinta-feira (8).
São enganosas publicações nas redes sociais que afirmam que uma metanálise mostrou que a ivermectina pode reduzir em até 56% as mortes por covid-19. Apesar do estudo em questão realmente apontar para este número, existem diversos problemas nas pesquisas que impedem que o resultado seja considerado conclusivo.
O estudo em questão é uma metanálise. Nesse tipo de pesquisa, estudos sobre um mesmo assunto são agrupados e, então, os resultados são comparados.
Os próprios pesquisadores advertem que cada um dos estudos analisados tinha um número muito pequeno de participantes, com populações distintas e que não houve diferenças significativas na sobrevivência em pacientes graves.
Além disso, a maior parte dos estudos utilizados na análise não foi revisada por pares, o que é necessário para validar uma pesquisa científica. Dos 24 estudos, somente oito haviam sido revisados.
O Comprova procurou os autores dos posts no Twitter e no Instagram. Somente o empresário Paulo Figueiredo Filho nos respondeu com o link para a pesquisa.
Como verificamos?
O Comprova pesquisou sobre o estudo citado nas postagens. Em seguida, consultou a infectologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal Joana Darc Gonçalves e o infectologista do Hospital Sírio-Libanês Alexandre Cunha.
Para a verificação, também foram consultadas outras pesquisas sobre o uso da ivermectina no tratamento da covid-19 e agências reguladoras que falam sobre o medicamento.
Por fim, entramos em contato com o autor do post no Twitter e com os autores da postagem no Instagram.
O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 14 de julho de 2021.
Verificação
A metanálise de ensaios clínicos randomizados de ivermectina para tratar a infecção por SARS-CoV-2 (Meta-analysis of randomized trials of ivermectin to treat SARS-CoV-2 infection), publicada no Open Forum Infectious Diseases em julho, é uma análise de 24 estudos sobre o uso da ivermectina para tratamento de covid-19. Dessas pesquisas, 11 mostraram um resultado positivo para o uso do remédio contra a doença, com a redução de 56% da mortalidade.
No entanto, a pesquisa apresenta vários problemas. A maior parte dos estudos analisados não foi revisada por pares, fator determinante para a validação de uma pesquisa. Dos 24 estudos incluídos, oito eram artigos publicados, nove eram pré-prints (ainda não tinham sido revisados), seis eram resultados que sequer tinham sido publicados e um era uma publicação independente.
Além disso, uma das limitações apontada pelos próprios autores é que a quantidade de pacientes avaliada é muito pequena para se chegar a uma conclusão. Os 24 estudos só somam 3.328 pacientes.
A infectologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal Joana Darc Gonçalves ainda aponta vários problemas nos estudos analisados na metanálise. Segundo ela, os resultados não mostram quais pacientes usaram corticoides e quais não, só dois estudos demonstraram redução de sintomas e nenhuma das análises demonstrou redução na hospitalização. Ademais, foram misturados pacientes ambulatoriais e hospitalizados, o que pode ter interferido nos resultados. Por isso, ela ressalta que este estudo não pode ser considerado conclusivo. ‘Permanece a necessidade complementar de ensaios clínicos randomizados que testem o tratamento precoce, para delinear os benefícios clínicos, resolução dos sintomas e redução de hospitalização’, indica ela.
De acordo com o infectologista do Hospital Sírio-Libanês Alexandre Cunha, por ser uma metanálise, ou seja, a junção de vários estudos, a qualidade da pesquisa fica prejudicada. ‘Quando você faz um apanhado de vários estudos, vários ou alguns deles têm má qualidade e isso acaba atrapalhando o resultado. Em toda metanálise, o mais importante não é o número de estudos, mas a qualidade dos dados. As metanálises bem feitas sobre ivermectina, com estudos bem controlados, não mostraram bons resultados’, enfatiza.
Além disso, ele lamenta que esse tipo de análise seja publicada. ‘Outro problema é que se misturam estudos muito diferentes. O problema de metanálises que pegam estudos ruins é que acaba amplificando um resultado que não é verdadeiro’, explica.
A infectologista Joana Darc Gonçalves também ressalta que o mais importante é focar na vacinação para evitar que as pessoas fiquem doentes. ‘Com certeza é importantíssimo avaliarmos os resultados das metanálises, mas acredito que já temos a solução para o problema. Precisamos buscar os meios para vacinarmos nossa população. Vacinar continua sendo a melhor solução’, destaca.
Não há comprovação da eficácia de ivermectina contra covid-19
Desde março de 2020, quando um estudo mostrou resultados animadores do antiparasitário contra a covid-19 in vitro, várias outras pesquisas com o remédio foram realizadas ao redor do mundo. Nenhuma mostrou resultados conclusivos para a eficácia do medicamento no tratamento da doença.
Um estudo publicado em junho deste ano na revista científica EClinical Medicine, publicação que faz parte da The Lancet, mostrou que não houve diferença na redução da carga viral entre os grupos que utilizaram a ivermectina e os que não.
Outra metanálise publicada na Clinical Infectious Diseases, da Oxford University Press, em junho, concluiu, com base em outros estudos, que a ivermectina não funciona para o tratamento da covid-19. ‘Em comparação com tratamento padrão ou placebo, a ivermectina não reduziu todas as causas de mortalidade, tempo de internação ou depuração viral em estudos controlados por placebo em pacientes com covid-19, principalmente com doença leve. Ivermectina não é uma opção viável para tratar pacientes com covid-19’, concluíram os pesquisadores.
Em março, um estudo publicado na revista científica Jama Network concluiu que o ‘uso da ivermectina não melhorou significativamente o tempo de resolução dos sintomas. Os resultados não apoiam o uso de ivermectina para o tratamento de covid-19 leve’.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) só recomenda o uso da ivermectina para ensaios clínicos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota em julho de 2020 e atualizada em abril deste ano em que diz não existirem estudos conclusivos que comprovem a eficácia da ivermectina no tratamento da covid-19.
A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) também desaconselha o uso do medicamento para tratamento da covid-19. Assim como a Agência de Medicamentos Europeia (EMA), que concluiu que os estudos disponíveis só suportam o uso do remédio em ensaios clínicos.
O laboratório Merck, fabricante do remédio nos Estados Unidos, disse em fevereiro de 2021 que analisou os estudos disponíveis sobre o remédio e que, até o momento, não há base científica que aponte um efeito terapêutico do uso da ivermectina contra a covid-19.
Por que investigamos?
Em sua quarta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos que tenham viralizado nas redes sociais sobre a pandemia ou sobre políticas públicas do governo federal.
O post viral foi publicado pelo empresário Paulo Figueiredo Filho em seu Twitter no dia 6 de julho. Até o dia 12 de julho, o boato teve alcance de mais de 18 mil curtidas e 5 mil compartilhamentos, além de circular em páginas no Instagram de simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como no @direita.piauiense, onde a publicação teve 1.161 curtidas e no @politizados, que teve 2.760 curtidas.
A checagem de fatos envolvendo informações sobre supostos tratamentos para a covid-19 é necessária, pois falsas esperanças podem levar as pessoas a colocarem sua saúde em risco. O antiparasitário ivermectina tem sido alvo de desinformação desde o início da pandemia e o uso indiscriminado do medicamento pode causar hepatite medicamentosa.
Esse mesmo estudo foi verificado pelo UOL Verifica depois de citado por Bolsonaro em sua live semanal no Facebook na última quinta-feira (8).
Postagens sobre a ivermectina já foram verificadas pelo Comprova, mostrando ser enganoso que a Universidade de Oxford encontrou ‘fortes indícios’ da eficácia da ivermectina contra a covid-19 e outra que ivermectina em altas doses pode causar até convulsão.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; ou ainda que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
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FOLHA DE S.PAULO
Doria volta a falar em revacinação contra a Covid em 2022
É a segunda vez em menos de uma semana que o governador cita a revacinação da população
Victoria Damasceno
O governador João Doria falou novamente sobre a revacinacão da população na manhã desta quarta-feira (14).
‘O que mencionei é aquilo que eu aprendi com os médicos infectologistas e epidemiologistas, que a partir de agora todos os anos teremos que nos vacinar contra a Covid-19, assim como nos vacinamos contra a gripe’.
É a segunda vez em menos de uma semana que o governador cita a revacinação da população. No último domingo (11), ele afirmou que o país deverá iniciar um novo ciclo de vacinação em janeiro.
‘A partir de janeiro do ano que vem, o Brasil, através do Ministério da Saúde, do Plano Nacional de Imunização, deverá iniciar um novo ciclo de vacinação de 2022. O de 2021 estará encerrado, e eu espero que o Ministério da Saúde cumpra o seu dever, eu estou otimista nesse sentido’, disse.
A fala ocorreu nesta quarta-feira (14), no Instituto Butantan, quando o governo estadual e o instituto realizaram a entrega de 800 mil doses de Coronavac ao PNI (Plano Nacional de Imunização). A expectativa é que nesta quinta-feira (15), sejam entregues mais 200 mil, totalizando 1 milhão.
Com isso, serão entregues 54,1 milhões de doses ao Ministério da Saúde, pouco mais da metade das 100 milhões de doses encomendadas pelo governo federal.
As entregas desta quarta-feira fazem parte de um lote de 10 milhões de doses que o Butantan começa a entregar ao PNI este mês.
Doria também reafirmou o compromisso de antecipar a entrega do total de 100 milhões doses previstas em contrato com o governo federal. O prazo inicial contava com as entregas até o dia 30 de setembro, mas o governador afirmou que as doses estarão disponíveis o fim de agosto.
‘Ao longo deste próximo mês de agosto vamos completar 100 milhões de doses da vacina do Butantan, um mês antes do prazo contratado que era 30 de setembro.’
Também está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan a Butanvac, uma vacina contra a Covid-19 que recebeu a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser aplicada nos testes com voluntários no último dia 7.
No domingo, Dimas Covas afirmou também que uma versão da Butanvac e da Coronavac contra a variante gama (p.1) está sendo desenvolvida, e estará disponível em 2022.
Disse que há a perspectiva de um reforço anual da imunização ‘enquanto nós tivermos circulação viral e uma vacinação que seja com as novas cepas circulantes’.
Na mesma ocasião, Doria anunciou a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos a partir de 23 de setembro. Também antecipou a campanha de imunização de todos os adultos de 15 de setembro para 20 de agosto.
O que permitiu a antecipação foi a compra de 4 milhões de doses da Coronavac diretamente com o laboratório chinês Sinovac, sem intermediação do Ministério da Saúde, de acordo com o governador. Destas, 1,7 milhão já foram entregues e o restante deve chegar ao Brasil até o final do mês.
Segundo Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Imunização, caso a Coronavac seja aprovada para adolescentes entre 12 e 17 anos, o cronograma pode ser antecipado.
Neste momento, a vacinação de adolescentes conta apenas com as doses da Pfizer, única autorizada pela Anvisa.
‘Quando apresentamos no domingo [11] o calendário de 12 a 17 anos de adolescentes nós trabalhamos com a vacina da Pfizer. Agora, a partir do momento em que a gente tem a inclusão da vacina do Butantan para crianças e adolescentes também, a gente vai rever o nosso calendário’, disse Paula.
Assim como a campanha de imunização de adultos, a vacinação de adolescentes será escalonada. Primeiro serão aqueles de 12 a 17 anos com comorbidades e deficiências permanentes, e também gestantes, entre 23 de agosto e 5 de setembro.
Em seguida, começará o escalonamento por idade com jovens de 15 a 17 anos, de 6 a 19 de setembro. Por fim, adolescentes de 12 a 14 anos serão vacinados de 20 a 30 de setembro.
Para que esse calendário se cumpra, a expectativa é que todos aqueles com mais de 18 anos recebam ao menos a primeira dose até o dia 20 de agosto. Por isso, aqueles com idade entre 35 e 36 anos poderão se vacinar a partir desta quinta-feira (15). Na segunda-feira (19), será a vez de quem tem entre 30 e 34 anos.
No dia 5 de agosto, pessoas de 25 a 29 anos poderão receber a aplicação e, em seguida, em 13 de agosto, aqueles entre 18 e 24 anos.
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JORNAL OPÇÃO
Prefeitura irá penalizar quem se recusar a tomar vacina por causa de sua marca
Por Gabriella Oliveira
Durante o drive-thru do Passeio das Águas Shopping, 346 pessoas se recusaram a receber a dose da vacina que estava sendo oferecida. Prefeito pretende punir colocando essas pessoas no final da fila de vacinação
Ás 16h desta terça-feira, 13, o drive-thru do Passeio das Águas Shopping de vacinação terminou sua maratona de imunização com um dado preocupante: Das 2 mil pessoas, que pegaram as senhas para vacinação contra o coronavírus, 346 se recusaram a receber a vacina por causa da marca. Diante disso, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), afirmou que colocará no final da fila quem tiver essa atitude, ou seja, pessoas que se recusarem a tomar a vacina disponível por conta de sua marca só poderão se vacinar após o último cidadão de 18 anos tomar sua dose. Decreto deve ser assinado nos próximos dias.
Os chamados “sommelier de vacina”, pessoa que se recusa a tomar determinado imunizante por conta de sua marca, mesmo não tendo nenhuma comprovação científica de sua ineficácia, vêm atrapalhando a programação de vacinação em vários Estados. Em São Paulo, por exemplo, algumas cidades já tomaram medida semelhante que a do prefeito Rogério Cruz. Outros munícipios de Goiás também estão estudando punir as pessoas que causam esse transtorno.
A Prefeitura de Goiânia já esclareceu que todas as vacinas ofertadas são seguras, eficazes, aprovadas pela Anvisa e são a única forma de prevenir contra a Covid-19.
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Drogaria vendia por R$ 100 vacina a imigrantes para tratar Covid-19
Por Elder Dias
Câmera escondida de reportagem da BBC Brasil flagra em São Paulo venda de falso imunizante para tratamento da doença por 100 reais. Boliviana morta teria sido “vacinada” no local
Antes de tudo é preciso dizer claramente: não existem vacinas para tratar a Covid-19. Vacinas produzidas para o controle da pandemia ajudam a prevenir a doença.
Mas não era o que ocorria na Drogaria Diamante, estabelecimento Vila Maria Alta, na zona norte paulistana.
Até segunda-feira, 12, essa farmácia estava vendendo o que lá se apresentava como “vacina para tratamento da Covid-19”. Nessa data, o local foi alvo de uma operação policial. Funcionários da farmácia foram levados à delegacia para prestar depoimento.
Imagens gravadas pela equipe da BBC Brasil com câmera escondida mostraram que doses da falsa vacina eram injetadas por 100 reais. Nas cenas, aparecem vários pacientes bolivianos — incluindo uma grávida e uma idosa — atendidos por um homem de avental branco.
Um repórter da BBC, dizendo-se com quadro de Covid-19 e relatando sintomas, foi aconselhado a tomar a “vacina”.
Relatos dão conta de que alguns pacientes que receberam o falso imunizante foram hospitalizados em estado grave e uma mulher acabou morrendo vítima da doença, segundo o atestado de óbito obtido pela reportagem. Tinha 35 anos e deixou três filhos pequenos.
Segundo a BBC, houve tentativa de contato com a drogaria para que se posicionasse sobre a gravação e a vistoria, mas o estabelecimento fechou as portas e não atendeu aos telefonemas.
Embora o acesso à farmácia seja livre, o principal público do estabelecimento são imigrantes da Bolívia. Estima-se que haja de 100 mil a 300 mil bolivianos em São Paulo, muitos em situação vulnerável por conta da condição migratória irregular.
Eles podem tomar vacinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive contra a Covid-19. A Drogaria Diamante, porém, não está listada entre os pontos oficiais de vacinação em São Paulo.
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Assessoria de Comunicação