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DESTAQUES
Polícia Federal cumpre mandados em oito estados em operação que apura supostos desvios de recursos da saúde no Pará
Covid-19: Brasil passa da marca de 570 mil mortes
Saúde libera R$1,2 bi para custeio de 25 mil leitos hospitalares
Falta seringa para imunizante da Pfizer em 3 estados e no DF
Quem tomou as doses de Coronavac está morrendo, afirma Bolsonaro
Mutação responde por 61% das amostras de vírus do Brasil
Ministério admite necessidade de 3ª dose e Estados já planejam reforço em idosos
Delta: Brasil supera mil casos confirmados da variante; crescimento foi de 84% em uma semana
Aumenta o número de mortos acima de 80 anos já vacinados
Covid-19: Goiás registra mais de 4 mil novos casos e 49 mortes em 24 horas
Gamma Plus ainda não representa perigo para Goiás, avalia Ismael Alexandrino
Ação do MPDFT que apura crimes na contratação de UTIs faz busca e apreensão em Goiás
PORTAL G1
Polícia Federal cumpre mandados em oito estados em operação que apura supostos desvios de recursos da saúde no Pará
Esta é a segunda fase da Operação SOS que tem mandados de prisão e busca e apreensão no Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (18) a segunda fase da ‘Operação SOS’, que investiga supostos desvios em contratos de organizações sociais para a gestão de hospitais públicos no Pará. Estão sendo cumpridos 95 mandados de busca e apreensão, 54 mandados de prisão temporária e seis de prisão preventiva no Pará e mais sete estados: São Paulo, Goiás, Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso.
Segundo a Polícia Federal, esta fase da operação, denominada Reditus, é para esclarecer as suspeitas de crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro apuradas ao longo das investigações.
A Justiça também determinou sequestro de móveis e imóveis da pessoa que seria o principal operador financeiro do possível esquema, o bloqueio de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas e determinou também a suspensão de duas empresas que eram usadas, conforme a PF, para lavagem de dinheiro.
A suspeita é que tenham sido desviados cerca de R$ 455 milhões. Os contratos são de 2019 e 2020 e passam de R$ 1,2 bilhão entre quatro organizações sociais, cinco hospitais públicos e quatro hospitais de campanha montados para enfrentar a pandemia.
Dinheiro em espécie foi apreendido, mas o valor, assim como as cidades onde os mandados são cumpridos e nomes dos investigados não foram revelados pela Polícia Federal até as 10h15. Cerca de 400 de policiais e servidores da Controladoria Geral da União estão envolvidos no cumprimento dos mandados.
Em São Paulo os mandados são cumpridos nas cidades de Agudos, Araçatuba, Atibaia, Bauru, Birigui, Campinas, Clementina, Guarulhos, Lins e São Paulo. Há também mandado no Rio de Janeiro (RJ). As demais cidades não foram detalhadas pela PF.
Ainda conforme a PF, os contratos alvo de investigações são:
Das organizações sociais: Instituto Panamericano de Gestão (IPG); Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui; Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu; e Instituto Nacional de Assistência Integral (Inai).
Para administração das unidades de saúde: Hospital de Campanha de Santarém; Hospital de Campanha de Breves; Hospital de Campanha de Belém; Hospital de Campanha de Marabá; Hospital Público Regional de Castanhal; Hospital Público Geral de Castelo dos Sonhos ( Itaituba); Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS) e Hospital Regional dos Caetes.
O G1 procurou as instituições e aguardava retorno até as 11h.
Os nomes dos investigados nesta fase da operação não foram revelados. O Governo do Estado, no entanto, informou em nota que não é alvo da operação porque os contratos com as organizações sociais já foram rompidos. O governo afirmou ainda na nota que apoia as investigações e que espera que a verdade seja esclarecida.
Suspeita de lavagem de dinheiro
As investigações apontam que o governo estadual repassava recursos às organizações e estas contratavam outras empresas para prestar os serviços nas unidades de saúde. Ainda conforme a Polícia Federal, os serviços eram superfaturados ou não eram prestados.
Isso permitia a lavagem de dinheiro e parte dos recursos que deveria ser usado na saúde voltava para pessoas ligadas à organização criminosa.
Primeira fase
Quando foi deflagrada em setembro, a ‘Operação SOS’ teve entre os alvos de mandados de busca e apreensão o governador do Pará Helder Barbalho (MDB) e secretários do governo. Na época foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão expedidos no estado.
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AGÊNCIA BRASIL
Covid-19: Brasil passa da marca de 570 mil mortes
O Brasil bateu a marca de 570 mil mortes em decorrência da covid-19. Em 24 horas, foram registrados 1.106 novos óbitos, totalizando 570.598 vidas perdidas para a pandemia. Ontem, o número estava em 569.492.
Ainda há 3.576 óbitos em investigação uma vez que há casos em que o diagnóstico depende de resultados de exames concluídos apenas após o paciente já ter morrido.
A quantidade de pessoas que contraíram covid-19 desde o início da pandemia subiu para 20.416.183. Entre ontem e hoje, foram registrados 37.613 novos casos. Ontem, o sistema de informações do Ministério da Saúde marcava 20.378.570 casos acumulados.
Ainda há 532.039 casos em acompanhamento. O nome é dado para pessoas cuja condição de saúde é observada por equipes de saúde e que ainda podem evoluir para diferentes quadros, inclusive graves.
O número de pessoas que se recuperaram da covid-19 chegou a 19.313.546. As informações estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (17/8).
Os dados, em geral, são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação do sistema pelas secretarias estaduais. Já às terças-feiras, os resultados tendem a ser maiores pela regularização dos registros acumulados durante o fim de semana.
Estados
São Paulo é o estado que registra mais mortes pela covid-19 (143.135), seguido pelo Rio de Janeiro (60.771), por Minas Gerais (52.002), pelo Paraná (36.584) e Rio Grande do Sul (33.807). Já os estados onde a doença menos matou são: Acre (1.808), Roraima (1.920), Amapá (1.941), Tocantins (3.627) e Sergipe (5.951).
Vacinação
Segundo dados atualizados do Ministério da Saúde, o total de doses aplicadas chegou a 168.157.560 sendo 117.005.470 da primeira dose, 51.152.090 de segunda dose ou dose única. O total de doses distribuídas para os 26 estados e o Distrito Federal chegou a 207.164.230.
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Saúde libera R$1,2 bi para custeio de 25 mil leitos hospitalares
O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (17), a liberação de R$ 1,2 bilhão para o custeio de 25 mil leitos hospitalares.
Ao todo, serão custeados 24 mil 971 leitos de UTI-covid para adultos, e 433 leitos pediátricos. Os recursos são referentes ao mês de julho.
A liberação dessa verba é de praxe a cada mês, quando o Ministério da Saúde autoriza ou prorroga o funcionamento de leitos, de acordo com o pedido de cada estado da federação.
Segundo a pasta, somente em 2021 foram autorizados 25 mil e 800 leitos de UTI-covid adultos e pediátricos, com um investimento total de R$ 4,7 bilhões.
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FOLHA DE S.PAULO
Falta seringa para imunizante da Pfizer em 3 estados e no DF
Mateus Vargas
brasília O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) afirmou que Bahia, Alagoas, Pará e Distrito Federal enfrentam falta de seringas compatíveis com a vacina da Pfizer para a Covid-19.
Assessor técnico da entidade, Fernando Avendanho disse nesta terça (17), em audiência na Câmara, que alguns estados estão com dificuldade de distribuir esta vacina.
Segundo o Conass, há “escassez” de seringas apropriadas para esta vacina, mas não há confirmação de interrupção da aplicação das doses. “Estamos muito preocupados com a questão das seringas, agulhas e diluentes para vacinas da Pfizer. Há uma falta de seringas de 1ml para aplicação de vacinas da Pfizer”, disse Avendanho.
O representante do Conass afirmou que há descompasso entre a entrega das vacinas e dos insumos necessários para a aplicação. Ele disse esperar nova compra de seringas pelo ministério. “Os estados já estão nos informando a dificuldade que estão tendo para poder distribuir vacina, porque não tem insumo.”
O governo da Bahia disse que o ministério tem feito entregas fracionadas de seringas. “No entanto, até o momento não houve pre juizo na imunização com a vacina Pfizer. A previsão é que a Bahia receba 127 mil seringas nesta quarta-feira”, afirma em nota. Alagoas, Pará e Distrito Federal não responderam até a conclusão desta edição.
A vacina da Pfizer é diluída e aplicada em 0,3 ml, por meio seringas de 1 ml. O relato de falta dos insumos ocorre no momento em que o governo avalia encurtar o intervalo de aplicação das doses da Pfizer de cerca de 3 meses para 21 dias, como é indicado em bula.
Avendanho pediu cautela na mudança de intervalo entre as doses. Ele defendeu “reduzir, mas não tanto”. “Porque pode causar um impacto operacional muito grande na ponta. A gente não quer que falte a segunda dose para as pessoas.”
A secretária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, defendeu mudanças na forma de distribuição de vacinas. A pasta deixou de fazer o cálculo com base na população de grupos prioritários de cada estado e passou a entregar as vacinas conforme o número de pessoas acima de 18 anos a ser vacinado.
O governo de João Doria (PSDB) vem travando uma disputa com o governo federal em torno da quantidade de imunizantes que deve ser enviada ao estado. O ministro Ricardo Lewandoswki, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Saúde envie imediatamente a São Paulo a quantidade de vacinas necessárias para garantir a aplicação da segunda dose.
A secretária reconheceu que a pasta recebeu “alguns questionamentos” sobre a nova fórmula de entrega de vacinas. Sem citar Doria, ela afirmou que as reclamações partem de “algumas pessoas que não entendiam a lógica” da distribuição das doses.
O ministério não se manifestou sobre a escassez de seringas relatada pelo Conass até a conclusão desta edição.
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Quem tomou as doses de Coronavac está morrendo, afirma Bolsonaro
Presidente volta a atacar eficácia de imunizante chinês e critica a conduta do governador Doria
Pablo Rodrigo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a vacinação do estado de São Paulo com o imunizante Coronavac. Em entrevista à Rádio Capital Notícia Cuiabá, afirmou, de forma equivocada e sem comprovação científica, que “quem tomou Coronavac está morrendo”.
‘Olha o que está acontecendo com a Coronavac, ninguém tem coragem de falar. Gente que tomou as duas doses, foi infectada e está morrendo. Por que ela está morrendo? Porque acreditou nas palavras do governador de São Paulo que disse que quem tomasse as duas doses da Coronavac e for infectado jamais morrerá e a pessoa fica em casa, achando que tomou as duas doses e não vai morrer, e acaba morrendo”, disse o presidente nesta terça-feira (17).
A declaração do presidente, contudo, não tem base científica. A Coronavac não tem 100% de eficácia contra a Covid-19, assim como acontece com qualquer outra vacina ou tratamento de saúde.
Em geral, sua proteção é maior para impedir quadros graves, hospitalizações e mortes, mas a proteção pode ser consideravelmente menor para a transmissão ou infecção assintomática.
Assim, mesmo indivíduos vacinados podem contrair o vírus, adoecer e morrer, embora em frequência muito menor do que os não vacinados.
Indivíduos mais velhos correm risco maior, já que possuem um sistema imune naturalmente enfraquecido, devido à chamada imunoscenecência.
Outro ponto a ser considerado é a alta taxa de contágio do vírus em determinada região ou a circulação de variantes capazes de fugir ligeiramente do sistema imune, como a delta. Como o Brasil ainda tem uma parcela baixa da população totalmente imunizada e circulação alta do vírus, inevitavelmente mais pessoas se contaminam e morrem, mesmo entre as vacinadas.
O presidente também se defendeu de afirmações de que o governo decidiu tardiamente pela compra de vacinas para o enfrentamento à pandemia. Segundo ele, os imunizantes só foram comprados após estarem disponíveis e com aprovação da Anvisa.
‘Quanto às vacinas, o nosso governo tomou todas as providências. Não existia vacina para comprar ano passado, bem como no início do ano não tinha vacina disponível para todo mundo. Tirando os quatro países que produzem vacina, o Brasil está mais à frente. Eu sempre fui contra comprar vacina sem a certificação da Anvisa”, disse.
Na mesma entrevista o presidente também voltou a defender o chamado tratamento precoce. Por sua atuação em favor dele, está sendo acusado de charlatanismo e curandeirismo. Esses medicamentos também não têm recomendação da Anvisa para o uso para tratamento da Covid.
‘Quando eu falo em tratamento precoce, a grande maioria tomou ivermectina e hidroxicloroquina. Tem outro produto, lógico que não tem comprovação cientifica, a proxalutamida. Busquei uma maneira de atender o povo, junto com médicos. Então, não é que eu sou um charlatão, curandeiro, nem inventei nada. Eu dei uma alternativa’, disse.
Ao contrário de outros medicamentos que Bolsonaro prescreve sem qualquer base científica para lidar com a doença, como a cloroquina e a ivermectina, a proxalutamida ainda não foi descartada como ineficaz nesta pandemia.
Seu uso não teve ainda nenhum estudo publicado em uma revista científica de prestígio. A prática estabeleceu que todo resultado de pesquisa apresentado por cientistas seja revisado por outros especialistas. A rechecagem dos dados feita por pares dá mais solidez ao trabalho.
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Mutação responde por 61% das amostras de vírus do Brasil
Cláudia Collucci
SÃO PAULO A variante delta já responde pela maior parte das amostras brasileiras do SarsCovV-2 depositadas na plataforma internacional Gisaid, que reúne dados genômicos de 172 países. Em uma semana, a proporção passou de 38, 5% para 61, 2%. Já variante gama (antiga P1), que respondia por 60% das amostras, representa agora 33, 8%.
Porém isso não quer dizer que a delta já seja a cepa dominante no país. Embora haja avanço no número de casos de Covid-19 causados por ela, a predominância ainda é da variante gama, segundo dados do Ministério da Saúde.
Para os virologistas e infectologistas, há um viés nas amostragens depositadas na Gisaid.
A maior parte das amostras sequenciadas vem do Sudeste e há uma busca ativa de casos de infecção pela delta.
Segundo o virologista Maurício Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, o aumento da proporção da delta pode estar relacionado ao avanço da variante no Rio de Janeiro, onde ela já responde por 66% das amostras coletadas na capital e 60% no estado, segundo último boletim da Secretaria Estadual de Saúde.
Hoje o centro brasileiro que mais sequencia amostras do coronavírus é o da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que fica no Rio. Até segunda, 431dos 1. 020 casos de delta no Brasil estavam no Rio de Janeiro, segundo dados Ministério da Saúde. O país tem 41 mortes atribuídas à variante.
No estado de SP a gama domina, segundo balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica da última segunda (16). Há 231 casos confirmados da variante delta, e outras 169 confirmações em fase de investigação epidemiológica. Já a gama totalizava 867 confirmações.
Para o infectologista Renato Kfouri, secretário da SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações), ainda há várias perguntas sem resposta acerca da dispersão da delta no Brasil, como o motivo da alta prevalência da variante e de casos e hospitalizações associadas a ela no Rio, mas não ainda em São Paulo, por exemplo.
Outro fato intrigante, diz ele, é o que o Brasil não está registrando aumento abrupto de casos da Covid-19 com a chegada da delta como ocorreu em outros países. ‘Continuamos em tendência de queda de óbitos e internações’.
Uma hipótese já levantada por virologistas é uma possível competição biológica com a variante gama, que poderia funcionar como um inibidor da propagação da delta. ‘No cenário europeu e americano, a delta entrou num vácuo, num nicho ecológico vazio, e fez um estrago maior. Aqui, ela não vai passar despercebida, mas talvez o impacto possa ser menor. Mas estamos todos no campo do talvez’.
Outra curiosidade, diz Kfouri, é que vários países da Europa, como Reino Unidos, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal, que registraram picos de infecções pela delta semanas atrás, hoje estão com os casos em queda ou em estabilidade.
‘Eles estão com quase metade dos registros de três semanas atrás. É outro fenômeno sem explicação até o momento. Uma hipótese é que, como ela é muito transmissível, rapidamente se esgota’, diz.
Outra variante que se espalha pela América do Sul é a lambda, detectada pela primeira vez no Peru em agosto de 2020 e que avançou para 29 países. No Chile, ela já é responsável por 31% das pessoas infectadas. No Brasil, há pelo menos seis casos, segundo dados da plataforma Gisaid.
Seja gama, delta ou lambda, as recomendações para prevenira Covid continuam: esquema vacinal completo, uso de máscaras, preferencialmente a PFF> 2, distanciamento social, evitar aglomerações e manter a higiene das mãos.
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DINHEIRO RURAL
Ministério admite necessidade de 3ª dose e Estados já planejam reforço em idosos
A secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite Melo, admitiu nesta segunda-feira, em comissão do Senado, a necessidade de que parte da população brasileira receba uma 3ª dose da vacina contra o coronavírus. Governos locais já planejam o reforço para idosos, paralelamente à vacinação de adolescentes, e pedem aval do Ministério da Saúde.
Nas últimas semanas, os casos de internação e morte de idosos vacinados com duas doses levantaram o debate sobre a necessidade de aplicação de uma 3.ª dose nessa faixa etária, já adotada em países como Israel e Chile. Um estudo da Fiocruz projetou aumento de internações de idosos com mais de 80 anos nos Estados de São Paulo e Rio. As ocorrências de infecções não indicam que as vacinas não funcionam, mas podem significar redução da proteção provocada pelos imunizantes ao longo do tempo em idosos.
‘Em determinadas faixas etárias, para determinados imunizantes, realmente está diminuindo essa proteção (das vacinas)’, disse Rosana. ‘Temos estudos preliminares, ainda não publicados, são discussões internas. E estamos tomando decisões a nível de gestão – o que fazer, planejar, quantificar esses grupos que porventura precisam (da terceira dose).’
A pasta calcula entre 4 e 5 milhões de idosos com mais de 80 anos no Brasil. Ela citou o exemplo dos Estados Unidos que, na semana passada, autorizaram a administração da terceira dose de vacinas Pfizer e Moderna a imunodeprimidos. Rosana destacou o avanço da variante Delta, que fez mudar o cenário no Brasil há uma semana. De modo geral, segundo a secretária, ainda não há aumento de internações no País, mas situações ‘pontuais’. O ministério tem recebido relatos de governos estaduais atentos ao problema.
A pasta analisa qual imunizante seria usado para a terceira dose e a possibilidade de intercambiar vacinas. Um estudo da Saúde iniciado ontem vai testar a resposta imune de pessoas vacinadas com a Coronavac após receber uma dose de reforço.
A Comissão Temporária da Covid-19 no Senado discutiu especificamente a necessidade de aplicar a terceira dose em idosos. Para a pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, que também participou da audiência no Senado, dados atuais mostram aumento de internações de idosos. O País, adverte ela, ‘tem de estar aberto à dose de reforço e precisa definir grupos prioritários’. Ela defende que pessoas acima de 70 anos vacinadas com imunizantes de vírus inativado, como a Coronavac, profissionais de saúde e pessoas com imunodeficiências sejam as primeiras a receber a dose extra. ‘O Rio de Janeiro já está hospitalizando gente que tomou as duas doses.’
Nesta segunda-feira, a Prefeitura do Rio anunciou o plano de aplicar ainda este mês uma dose extra a idosos na Ilha de Paquetá, como parte do estudo Paquetá Vacinada, realizado em parceria com a Fiocruz. A ilha tem 86% dos moradores acima de 12 anos completamente vacinados. Com a primeira dose, o total chega a 96,7% da população
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), também defendeu a aplicação de uma 3.ª dose da vacina para a população do grupo de risco. Segundo o secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, o tema foi tratado em uma reunião ontem entre o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Ministério da Saúde.
‘Existe um consenso sobre a necessidade de iniciar a dose de reforço’, disse Fernandes. A aplicação da dose adicional pode ocorrer, segundo o secretário capixaba, paralelamente à vacinação de adolescentes e à segunda dose aplicada em adultos, assim que a câmara técnica responsável pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) aprovar. A estratégia deve começar pelos que receberam a Coronavac no início do ano.
O secretário, vice-presidente do Conass, estima que a definição por parte do Ministério ocorra nas próximas semanas. ‘Não há nenhum tipo de demérito ou prejuízo em reconhecer a necessidade de terceira dose.’ A maior disponibilidade de vacinas da Pfizer neste momento no Brasil, segundo Fernandes, facilita a decisão de aplicar a dose de reforço em idosos.
O Mato Grosso do Sul também encaminhou pedido ao ministério para que seja aplicada a terceira dose em idosos. ‘O porcentual de mortes dessa faixa tem aumentado significativamente’, disse o secretário da Saúde, Geraldo Resende. A dose de reforço pode começar nas próximas semanas no Estado com idosos acima de 90 anos.
Indagado sobre a necessidade de dose de reforço, o governo paulista informou que discute semanalmente as ações de vacinação no Estado e trabalha ‘com a possibilidade da vacinação anual’. Sem detalhar os dados por faixa etária, o governo aponta queda de 8% nas hospitalizações. Na capital paulista, a decisão de aplicar a dose de reforço vai seguir definição do Ministério da Saúde, segundo o secretário Edson Aparecido.
Para Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fiocruz, a dose de reforço é necessária considerando a queda de anticorpos neutralizantes após seis meses da vacinação e a redução natural de defesas no organismo dos idosos. Ele vê com preocupação uma eventual espera do governo federal pela publicação de resultados de estudos sobre a dose de reforço. ‘Quantas mortes vão ser necessárias para tomar essa decisão?’, indaga. Epidemiologistas defendem que a terceira dose só comece quando toda a população adulta estiver coberta.
O Estadão questionou o ministério sobre início de uma possível revacinação, mas não obteve respostas específicas. A pasta informou que ‘acompanha estudos sobre a efetividade das vacinas’ e que o tema ‘é analisado pela Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis’. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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ESTADÃO ONLINE
Delta: Brasil supera mil casos confirmados da variante; crescimento foi de 84% em uma semana
Ao todo, são 41 óbitos de infectados pela cepa mais transmissível no País; avanço da mutação preocupa especialistas
Ítalo Lo Re, O Estado de S.Paulo
O Brasil chegou nesta terça-feira, 17, a 1.051 casos confirmados da variante Delta do novo coronavírus, apontam dados reunidos pelo Ministério da Saúde. Houve alta de 84% em relação aos 570 diagnósticos positivos para a cepa divulgados em balanço de terça-feira passada, 10. Ao todo, são 41 vítimas da Delta no País, número que, por sua vez, é 13% maior do que os 36 óbitos registrados até uma semana atrás. Identificada originalmente na Índia, a cepa é mais transmissível e tem colocado especialistas em alerta.
O Estado com o maior número de mortes segue sendo o Paraná, com 19, mas outros sete Estados também já contabilizam vítimas para a cepa: Rio Grande do Sul (8), Rio de Janeiro (7), Goiás (1), Maranhão (1), Pernambuco (1), Minas Gerais (1) e Santa Catarina (1). Além do Distrito Federal, com duas vítimas.
O Estado do Rio continua liderando no número de diagnósticos positivos para Delta, com 431. Segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essa cepa já é responsável por 56,6% dos casos sequenciados geneticamente no Rio, o que pode resultar em alta de internações.
Um estudo da Fiocruz divulgado pelo Estadão nesta terça-feira revela que os indicadores de casos e mortes pela covid-19 entre idosos estão subindo no Estado.
Além do Rio, casos da Delta também foram registados em: Alagoas (2), Ceará (16), Distrito Federal (87), Espírito Santo (7), Goiás (14), Maranhão (7), Mato Grosso (12), Minas Gerais (20), Pará (3), Paraná (56), Pernambuco (7), Rio Grande do Sul (119), Santa Catarina (38), São Paulo (231) e Tocantins (1).
De acordo com o Ministério da Saúde, os dados são atualizados com base em notificações das secretarias estaduais de saúde e são dinâmicos. “Os números podem sofrer alterações após investigação feita pelas gestões locais”, explicou a pasta.
O ministério reforçou ainda que o avanço da vacinação é “essencial para reduzir o caráter pandêmico” da covid-19. Nesta terça-feira, o Brasil atingiu 117.699.389 pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19, o equivalente a 55,58% da população total. Já aqueles com imunização completa são 51,5 milhões, o que representa 24,36% da população.
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Aumenta o número de mortos acima de 80 anos já vacinados
Há perda da imunidade da vacina, principalmente no pessoal que já tomou as duas doses há mais de seis meses
Por Roberta Jansen, com colaboração de Júlia Marques
Novo estudo da Fiocruz revela que estão subindo os indicadores de casos e mortes pela covid-19 entre idosos no Rio de Janeiro. O número de pessoas com mais de 80 anos internadas no Estado atingiu o maior patamar desde o início da pandemia: 848 em uma semana, com 175 mortos.
É a primeira vez, desde fevereiro, que a quantidade de mortos pela doença aumenta entre as pessoas com mais de 60 anos. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio contabiliza alta de 10% nas hospitalizações, em todas as faixas etárias, e já reabre leitos covid que haviam sido fechados.
Os pesquisadores da Fiocruz ainda estão trabalhando nos dados de São Paulo. Adiantam, porém, que a tendência de aumento de casos e mortes entre idosos paulistas é similar à do Rio.
Segundo os pesquisadores, três fatores podem explicar a escalada da covid entre os idosos. Um dos motivos é o relaxamento das medidas restritivas e o outro é a perda gradativa da proteção vacinal entre os mais velhos – os imunizantes previnem contra casos graves de covid-19, mas não eliminam completamente esse risco, sobretudo nos grupos mais vulneráveis, como idosos.
Fator Delta
Outro problema é a variante Delta, mais transmissível, que se espalha com rapidez no Rio. Segundo a Universidade Federal do Rio (UFRJ), essa cepa já origina por 56,6% dos casos – pelo menos dos sequenciados geneticamente. O prefeito Eduardo Paes (PSD) disse que o Rio já é o “epicentro” da variante Delta no País.
“O que temos por enquanto são hipóteses”, frisou Leonardo Bastos, que participou do levantamento. “Mas houve relaxamento das medidas restritivas e um aumento da transmissão do vírus. Além disso, as vacinas não são 100% efetivas, e o vírus chega às pessoas. Há perda da imunidade da vacina, principalmente no pessoal que já tomou as duas doses há mais de seis meses”, acrescenta ele, lembrando também da Delta.
Para o pesquisador Marcelo Gomes da Fiocruz, que também participou do levantamento, o aumento do número de casos não significa que as vacinas sejam ineficazes. “Se não tivesse a vacina, esses números seriam ainda maiores”, afirmou o pesquisador. “Se a gente reduz as medidas de restrição, facilita a transmissão do vírus e acaba afetando também a população já vacinada”, adverte. E acrescenta: “Junte-se a isso uma variante mais transmissível, e temos um cenário preocupante.”
Os dados da Fiocruz foram calculados com base em um método estatístico, o “nowcasting”. Ele faz uma projeção baseada nos números das semanas anteriores para compensar o atraso nas notificações e ter indicadores em tempo real.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou ontem que já reabriu 60 leitos da rede municipal para covid-19 que haviam sido fechados. “A gente já tinha a expectativa de um aumento no número de casos de covid no inverno, que é uma época de maior número de doenças gripais, mas tivemos outro fator agravante, que é a entrada da Delta”, afirmou Soranz. “Houve aumento no número de casos, mas também aumento de internações. Precisamos reforçar o uso de máscara, o respeito às medidas restritivas, e a vacinação.
De acordo com a secretaria, 93% dos idosos já estão vacinados com as duas doses. O governo do Estado e a Prefeitura já avaliam a possibilidade de uma terceira dose de reforço para os maiores de 60 anos.
“Se a perda da imunidade for confirmada, então teremos que vacinar o pessoal mais velho, não tem jeito”, disse Leonardo Bastos. “Mas isso ainda não está totalmente estabelecido. A explicação para o aumento de internações pode ser porque relaxamos medidas de restrição ou pela chegada da Delta, mais transmissível”, acrescenta.
O avanço da nova cepa também já fez a prefeitura do Rio de Janeiro pedir mais doses de vacina ao governo federal.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra mais de 4 mil novos casos e 49 mortes em 24 horas
Goiás confirmou 4.382 novos casos de covid-19 e mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas, conforme boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) na tarde desta terça-feira (17/8). Com as atualizações, o Estado já contabiliza 784.742 infecções e 21.843 óbitos desde o início da pandemia. Taxa de letalidade do vírus é de 2,79%.
Segundo a pasta, Goiás soma 749.227 pessoas recuperadas da doença. Outros 578.248 casos estão sendo investigados. Além disso, há 459 mortes sendo apuradas para saber se há ligação com o novo coronavírus.
Um levantamento feito pela SES-GO, com base em números do Localiza SUS, aponta que 3.582.244 pessoas foram imunizadas com a primeira dose da vacina contra a covid-19. Deste total, 1.450.966 receberam o reforço. Estes dados, no entanto, são preliminares.
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Gamma Plus ainda não representa perigo para Goiás, avalia Ismael Alexandrino
Goiânia – A variante Gamma Plus não representa perigo para Goiás até o momento. Esta é a avaliação do secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, que concedeu entrevista ao jornal A Redação nesta terça-feira (17/8) para tratar sobre o registro da nova cepa da covid-19. “Por enquanto, não há necessidade de aumentar restrições”, explicou Alexandrino.
Pesquisadores detectaram, em ação fruto de parceria da Universidade Federal de Goiás (UFG), PUC Goiás e Instituto Federal de Goiás (IFG), a presença da variante em dois sequenciamentos genéticos diversos. No primeiro conjunto, com 62 amostras, foram encontrados sete casos da Gamma Plus. No segundo, entre 61 amostras, os cientistas identificaram 20 casos da nova cepa.
Para o secretário de Saúde, independente da variante, há a preocupação sobre um novo avanço dos casos da covid-19. Mas a Gamma Plus não registrou tanto impacto epidemiológico até agora quanto P2 e Delta, que despertam “alerta” da Saúde estadual. “Imaginamos, também, que a priori a volta às aulas não tem tido impacto no número de internações, visto que foi registrada uma queda no número de internações”, prosseguiu.
A Gamma Plus é derivada da cepa registrada inicialmente em Manaus, a Gamma, antes denominada P.1. Segundo os pesquisadores, a alteração genética desta variante está presente em uma parte que responde pela velocidade de entrada do vírus nas células do corpo infectado. A característica é semelhante à registrada na variante Delta.
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JORNAL OPÇÃO
Ação do MPDFT que apura crimes na contratação de UTIs faz busca e apreensão em Goiás
Por Aline Oliveira Carlêto
Foram expedidos 61 mandados para cumprimento em cidades de seis estados e no Distrito Federal
Operação Ethon. | Foto: divulgação
A Operação Ethon foi deflagrada, na manhã desta quarta-feira (18), para apurar crimes em contratação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). A ação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) cumpriu 61 mandados de busca em apreensão em seis estados e no Distrito Federal. Além de Goiás, a investigação envolveu estados do Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
A investigação, conduzida pelo MPDFT, revelou um esquema instalado no Iges-DF que resultou no desvio de milhões de reais em dois contratos destinados ao fornecimento emergencial de leitos de UTIs. As irregularidades teriam ocorrido no período entre março e outubro de 2020.
As empresas contratadas foram a DOMED e a Organização Aparecidense de Terapia Intensiva (OATI). As duas são responsáveis por 80 leitos de UTIs, 50 no Hospital Regional de Santa Maria, 20 no Hospital de Base e 10 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.
Além de superfaturamento, as investigações apontaram que as empresas não forneceram insumos, medicamentos e mão de obra em quantidade e qualidade exigidos. A consequência foi altíssimas taxas de mortalidade nos leitos de UTIs de alguns hospitais administrados pelas responsáveis.
Para o cumprimento dos mandados, o MPDFT teve apoio da Policial Civil do Distrito Federal, dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) dos estados envolvidos e do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE/PCSP).
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Assessoria de Comunicação