Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 11/11/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Brasil registra 264 mortes pela covid em 24h; total de vítimas ultrapassa 610 mil

Ministério lança campanha para valorizar unidades básicas de saúde

Queixas contra Prevent Senior na ANS subiram 67% no 1º ano da pandemia

Covid-19: como se determina o fim de uma pandemia

Oxandrolona: vale apostar na droga que promete ganho de músculos?

Anvisa deve ter independência para decidir sobre vacinação em crianças

Pela 2ª vez em 15 dias, usuários do ConecteSUS denunciam alteração de dados

AGÊNCIA ESTADO

Brasil registra 264 mortes pela covid em 24h; total de vítimas ultrapassa 610 mil

O Brasil registrou 264 novas mortes pela covid-19 nesta quarta-feira, 10. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 254, abaixo de 300 pelo décimo dia consecutivo.

O número de novas infecções notificadas foi de 15.298, enquanto a média móvel de novos testes positivos na última semana é de 10.958. No total, o Brasil tem 610.080 mortos e 21.911.382 casos da doença, a segunda nação com mais registros, atrás apenas dos Estados Unidos. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, g1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 21,11 milhões de pessoas se recuperaram da covid desde o início da pandemia no País.

São Paulo registrou nove vítimas da covid nas últimas 24 horas, enquanto o maior total para o período veio do Rio de Janeiro, com 54. Quatro Estados não notificaram óbitos da pandemia nesta quarta, são eles: Acre, Amapá, Piauí e Sergipe.

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde 8 de junho do ano passado, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.

O Ministério da Saúde informou que foram registrados 12.273 novos casos e mais 280 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. No total, segundo a pasta, são 21.909.298 pessoas infectadas e 610.036 óbitos. Os números são diferentes do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.

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AGÊNCIA BRASIL

Ministério lança campanha para valorizar unidades básicas de saúde

O Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (17), em João Pessoa, uma campanha de promoção da atenção primária à saúde. A iniciativa tem como foco a valorização das unidades básicas de saúde (UBS), também conhecidas como postos de saúde.

A atenção primária é a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS), abarcando ações tanto para indivíduos quanto para coletivos de prevenção, diagnóstico, tratamento e redução de danos. É a partir das unidades básicas que os indivíduos com demandas de saúde podem ser atendidos e encaminhados, se necessário, para outros locais, como hospitais.

A atenção primária também cuida da estratégia de saúde da família, que coloca profissionais para o contato direto com comunidades com o intuito de disponibilizar serviços e orientar cidadãos sobre a promoção da saúde.

A campanha consistirá na divulgação de peças publicitárias em veículos de mídia como rádio e televisão, além de redes sociais, abordando a importância das unidades de saúde ao longo da vida dos brasileiros.

Durante a cerimônia de lançamento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou sobre essa modalidade de política pública, destacando que o governo federal já aumentou os recursos para a área de R$ 17 bilhões para R$ 24 bilhões.

‘Quanto mais invisto na atenção primária, menos vou gastar na atenção primária à saúde’, declarou o ministro. Queiroga acrescentou que o Executivo pretende investir mais na formação de profissionais de saúde para atuar na atenção primária.

O secretário de Atenção Primária à Saúde do ministério, Raphael Câmara, também ressaltou a importância da porta de entrada para o SUS e o fato de tal modalidade do sistema estar capilarizada no Brasil.

‘A atenção primária está em todos os municípios. Nem todo município tem hospital ou tem especialista, mas toda cidade tem seu posto de saúde, agentes comunitários e profissionais de saúde cuidando da saúde da população’, disse.

O secretário estadual de saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, ressaltou a importância de não olhar somente para o atendimento à saúde como aquele feito nos hospitais e na chamada alta complexidade.

‘A ideia ´hospitalocêntrica´ de só valorizar quem está nos hospitais tem que de ser ponderada, para valorizarmos também quem está nas unidades básicas. Isso é fundamental para que tenhamos brasileiros com doença temos que fazer a prevenção’, defendeu Medeiros.

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FOLHA DE S.PAULO

Queixas contra Prevent Senior na ANS subiram 67% no 1º ano da pandemia

Para operadora, aumento é natural ‘em momentos de maior tensão e demanda crescente’

Mariana Zylberkan

A operadora de saúde Prevent Senior teve alta de 67% nas reclamações registradas por beneficiários na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) na comparação entre 2019 e 2020, o primeiro ano da pandemia de Covid-19.

Neste ano, até o início de outubro, foram somadas 1.172 queixas, quase o total acumulado em todo o ano anterior (1.484).

Houve aumento também em relação à abertura de processos administrativos com indícios de infração atribuídos à operadora. Entre 2019 e 2020, esse quesito teve acréscimo de 36%.

As reclamações são chamadas pelo nome técnico NIP (Notificação de Investigação Preliminar), que podem ser classificadas entre assistencial, relacionada a restrições de cobertura, e não-assistencial, que envolve as demais situações.

Entre janeiro de 2019 e a primeira semana de outubro de 2021, o total de reclamações relacionadas à cobertura de procedimentos médicos foi de 91%, segundo os dados oficiais.

Os números foram obtidos pelo advogado especializado em plano de saúde Marcus Patullo via LAI (Lei de Acesso à Informação). Ele conta que decidiu investigar a reputação da Prevent Senior na ANS após o escândalo que levou a operadora à CPI do Senado.

“No ano passado, houve queda nos atendimentos eletivos por causa da pandemia. Então do que se trata esse aumento de reclamações? Provavelmente tem relação com o atendimento prestado aos pacientes de Covid”, diz o advogado.

Para Patullo, a alta nas reclamações não deve ter passado despercebida pela ANS, que poderia ter tomado providências na tentativa de conter a crise deflagrada na operadora de saúde. “Os números deveriam, no mínimo, ter acendido a luz amarela na ANS”, diz.

Em depoimento à CPI do Senado no início de outubro, o diretor-presidente da ANS, Paulo Roberto Rebello Filho, afirmou que tomou conhecimento dos problemas com a Prevent Senior somente após o início das investigações parlamentares.

A declaração foi criticada pelos congressistas, que apontaram grave omissão da agência reguladora em relação à conduta da operadora.

Os congressistas embasaram as acusações em um dossiê elaborado por médicos que apontam que os hospitais da rede eram usados como laboratórios para o tratamento precoce contra a Covid-19, com medicamentos sem eficácia comprovada para combater a doença.

Após avaliar que as acusações feitas à CPI continham “indícios de falhas operacionais”, Rebello Filho anunciou a indicação de um diretor da ANS para acompanhar de dentro da operadora o tratamento dispensado aos beneficiários.

Procurada, a Prevent Senior afirmou que a comparação dos dados referentes a 2019 e 2020 não é adequada porque relaciona um período sem pandemia com “outro em que houve mudanças sociais e epidemiológicas drásticas decorrentes do coronavírus”. “É natural que, em momentos de maior tensão e demanda crescente, as reclamações aumentem”, afirmou a operadora, que disse trabalhar para resolver todas as queixas.

Em nota, a ANS afirmou que monitora o setor de saúde suplementar e age para apuração de denúncias registrada “O percentual de resolutividade das reclamações da Prevent Senior ficou acima de 96% nos últimos três anos”, informou a agência.

A agência reguladora informou também que o total de reclamações registrado nos canais do órgão teve aumento de 13% entre 2019 e 2020.

Atualmente, a operadora é alvo da CPI da Câmara dos Vereadores em São Paulo, além de representações no Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).

Por causa da distribuição dos medicamentos do chamado “kit Covid”, sem comprovação científica de efetividade para tratar a doença, a empresa assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público em que se compromete a não mais distribuir ou receitar os medicamentos.

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Covid-19: como se determina o fim de uma pandemia

Para especialistas, ainda é cedo para decretar que o problema já passou e apontam possíveis caminhos para o fim da crise sanitária

A notícia de que São Paulo e outros oito estados não registraram nenhuma morte por Covid-19 na segunda-feira (8) foi recebida com muita comemoração e otimismo.

Embora o acontecimento seja simbólico e reforce a melhora contínua da pandemia no país durante os últimos meses, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil entendem que é preciso colocar o fato em perspectiva e ter em mente que ainda há um longo caminho a ser percorrido antes de decretar o fim da crise sanitária.

“Estamos de fato na melhor fase desde o início de 2021, com um decréscimo imenso em casos, hospitalizações e óbitos. Mas os anúncios de que ninguém morreu de Covid-19 devem ser analisados com cautela, até porque existe um atraso nas notificações”, pondera o médico Guilherme Werneck, membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

“E é preciso deixar claro que o fim da pandemia, quando realmente chegarmos lá, não significará o fim da covid”, completa o profissional da saúde, que também é professor do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

O virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), concorda. “Com base no que sabemos sobre outros tipos de coronavírus, é provável que o Sars-CoV-2 [o responsável pela pandemia atual] se atenue com o passar dos anos e se torne um causador de resfriado comum. Mas a atual reemergência de casos na Europa mostra que ainda estamos longe disso”, analisa.

Já a médica Lucia Pellanda, professora de epidemiologia e reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, destaca a importância da saúde coletiva e o caráter global do desafio que enfrentamos. “Como o próprio nome já diz, a pandemia é um problema mundial. E, enquanto a situação estiver ruim em alguma região, todos nós continuaremos sob risco.”

Mas como chegamos até aqui? E quais são as perspectivas mais otimistas e mais pessimistas para os próximos meses? Entenda a seguir como uma pandemia acaba -e o que pode acontecer na sequência dela.

Cenário positivo no Brasil e preocupante na Europa

Após um primeiro semestre muito duro, com centenas de milhares de casos e de mortes por Covid-19, o Brasil está numa situação bem mais tranquila desde o final de julho e o início de agosto.

Para ter ideia, a média móvel diária de óbitos (que leva em conta os registros dos últimos sete dias) está atualmente em 236, de acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).

Um número desses só havia sido observado em abril de 2020, quando o vírus começou a se espalhar pelo país. No pior momento da crise sanitária, essa taxa chegou a atingir, em abril de 2021, um pico de 3.124 mortes diárias.

A sequência de boas novas culminou com a notícia, divulgada na segunda, de que São Paulo não registrou nenhuma morte por Covid-19 em 24 horas, fato que não havia acontecido nenhuma vez desde o início da crise sanitária.

Nesse mesmo dia, outros oito estados brasileiros não tiveram óbitos pela doença: Acre, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe. O Acre, aliás, está sem nenhum registro de morte há mais de dez dias.

Segundo os especialistas, há três ingredientes que ajudam a explicar essa melhora.

“É evidente que a vacinação é o principal deles. A partir de junho, momento em que a campanha ganhou força e a cobertura vacinal na população brasileira aumentou, tivemos uma queda substancial nas hospitalizações e nas mortes”, observa Werneck.

“Não podemos nos esquecer também do enorme número de casos que tivemos, o que certamente contribuiu para criar uma imunidade, e a adesão às medidas não farmacológicas, especialmente o uso de máscaras”, complementa o médico.

O cenário mais ameno permitiu que muitas cidades brasileiras aliviassem as restrições, que mantinham espaços de convivência, como restaurantes, bares e shoppings, fechados ou com horário de funcionamento e taxa de ocupação bem reduzidos.

Alguns prefeitos e governadores foram além e chegaram até a desobrigar mais recentemente o uso de máscaras em alguns locais abertos.

Os especialistas, no entanto, temem que essa onda de otimismo e relaxamento reverta a tendência positiva e desperdice todas as conquistas do momento.

“É claro que a notícia de um dia sem mortes é excelente, mas não dá pra comemorar demais. Trata-se de uma data isolada e, quando vemos as estatísticas, ainda estamos com médias razoáveis de casos e óbitos por covid”, diz o médico Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

“Temos que ter cuidado para que a situação no Brasil não volte a piorar, como acontece agora na Europa, que está com uma nova subida nos casos e nas hospitalizações após fazer a reabertura”, aponta o especialista.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Europa voltou a ser o epicentro da pandemia, com uma piora considerável da situação no Reino Unido, na Alemanha, na Hungria, na Áustria e na Ucrânia.

Durante uma coletiva de imprensa no dia 4 de novembro, Hans Kluge, diretor regional da OMS, disse que a situação representa uma “grave preocupação” e que a região está “num ponto crítico para a ressurgência pandêmica”.

A explicação para esse recrudescimento, segundo a avaliação do próprio representante da entidade, está no relaxamento das medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras e a prevenção de aglomerações, e a baixa taxa de vacinação em alguns países.

Não é possível afirmar que o mesmo cenário acontecerá no Brasil (até porque a campanha de imunização por aqui conta com uma maior participação popular), mas, até agora, a piora do cenário na Europa se repetiu alguns meses depois em nosso país.

“É possível escaparmos disso, a depender do comportamento das pessoas e das políticas públicas. Precisamos continuar com a vacinação e seguir com as camadas de proteção, como o uso de máscaras e o cuidado com as aglomerações e com a circulação de ar pelos ambientes”, indica Pellanda.

Como uma pandemia acaba?

Por algum tempo, aventou-se a possibilidade de que a imunidade coletiva (ou imunidade de rebanho) seria capaz de dar um fim à Covid-19: conforme as pessoas ficassem doentes (ou, preferencialmente, fossem vacinadas) o Sars-CoV-2 não encontraria mais hospedeiros e deixaria de circular.

Mas o surgimento de novas variantes, como a alfa, a beta, a gama e a delta, junto com o conhecimento de que a imunidade contra esse coronavírus não dura para sempre e varia muito de pessoa para pessoa, praticamente descartou essa ideia.

Hoje em dia, há uma maior concordância entre os cientistas de que a pandemia de Covid-19 se transformará aos poucos em uma endemia.

Isso significa que a doença continuará a ser frequente em uma (ou em várias) regiões do planeta, com um número de casos e de mortes esperados todos os anos.

É isso o que ocorre com uma série de outras enfermidades, como a malária, a febre amarela ou a própria gripe.

“O desafio será estabelecer um patamar admissível de casos e óbitos, o que exigirá um consenso não apenas da comunidade científica, mas de toda a sociedade”, antevê Werneck.

“E, para evitar que esses números voltem a subir novamente e tenhamos surtos ou epidemias no futuro, necessitamos de um sistema de vigilância muito forte, capaz de detectar aumentos repentinos e lançar mão de medidas preventivas. É o que acontece hoje com meningite e sarampo”, exemplifica o médico.

Pellanda concorda com essa dificuldade em estabelecer os critérios que determinarão o fim da pandemia atual.

“Estamos num período de instabilidade dos dados e não sabemos bem como será o futuro. Por isso, devemos desconfiar de qualquer pessoa que tenha muita certeza agora do que vai acontecer”, diz.

Exemplos do passado

Para entender os próximos passos do Sars-CoV-2, Brandão traça um paralelo histórico com outro tipo de coronavírus, o OC43, que possivelmente causou uma epidemia (ou até uma pandemia) no final do século 19.

“Você pode até nunca ter ouvido falar dele, mas provavelmente já foi infectado algumas vezes por esse vírus”, brinca o cientista.

“Após ter ‘pulado’ de bovinos para seres humanos, ele era agressivo. Mas, com o passar do tempo, foi atenuado por ciclos sucessivos de infecção na nossa espécie. Atualmente, o OC43 é um dos principais causadores do resfriado comum, quadro que é autolimitado e não costuma causar sintomas mais graves”, conta.

O virologista lembra que a “meta principal” de um vírus é se replicar, e não matar o seu hospedeiro. Portanto, um agente infeccioso que consegue criar essa “convivência pacífica” com o ser humano acaba atingindo seu objetivo com mais facilidade e permanece entre nós por um tempo prolongado.

Na contramão, um vírus muito agressivo, que mata rapidamente após a infecção, tem menos probabilidade de causar uma epidemia ou uma pandemia, já que a transmissão acaba prejudicada.

É o que acontece, por exemplo, com o Mers-CoV, um outro tipo de coronavírus responsável pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (ou Mers, na sigla em inglês): o índice de letalidade dele chega a 37%, mas os casos ficaram restritos a alguns países em 2011 e 2015.

Será que esse fenômeno de atenuação acontecerá com o Sars-CoV-2? Não dá pra ter certeza disso.

“Vivemos um momento em que esse coronavírus está dando as primeiras voltas ao redor da Terra. Já foram duas e ele está na terceira, com o aumento recente da transmissão pela Europa”, explica Brandão.

“Por ora, não é possível afirmar categoricamente que o Sars-CoV-2 ficará mais ameno, a exemplo do OC43. Em termos evolutivos, essa é uma possibilidade que pode demorar alguns anos para acontecer”, continua.

“Portanto, não é hora de baixar a guarda. Esse coronavírus não está atenuado e a relação não é amigável o suficiente a ponto de deixarmos que ele circule livremente pela nossa casa”, completa o pesquisador.

Nessa mesma linha de raciocínio, não está descartada também a possibilidade diametralmente oposta: o surgimento de variantes do coronavírus ainda mais agressivas e com capacidade de driblar a proteção das vacinas disponíveis.

“Essa é uma realidade matemática: quanto mais o vírus se replica, mais versões dele aparecem e, consequentemente, maior o risco de surgirem mutações preocupantes”, ratifica Brandão.

E isso só reforça a ideia de que o problema é global e deveria ser tratado como tal. “Em algumas nações mais pobres, a proporção de vacinados segue muito baixa. Isso abre o risco de bolsões de Covid-19 que podem ‘exportar’ o vírus novamente para o resto do mundo”, alerta Pellanda.

“A pandemia reforçou a noção de que toda a saúde é coletiva e está conectada com as pessoas ao redor e ao planeta inteiro. Enquanto um ser humano estiver em perigo, todos estaremos”, completa a médica.

É justamente por isso que os especialistas batem tanto na tecla da vacinação e dos demais cuidados não farmacológicos (uso de máscaras, evitar aglomerações, cuidados com a ventilação…).

As medidas preventivas podem até ser um pouco aliviadas se a situação de momento num país ou numa região for boa, mas não é possível abandoná-las por completo (a exemplo do que foi feito em alguns países europeus), pelo menos durante os próximos meses ou anos.

O mesmo raciocínio também se aplica à imunização: é provável que teremos a aplicação de novas doses de vacinas contra a Covid-19 de tempos em tempos.

Embora o fim da pandemia ainda seja cercado de mistérios e pareça apenas uma perspectiva distante, Brandão se lembra de um discurso feito pelo então primeiro-ministro britânico Winston Churchill em 1942, em meio à Segunda Guerra Mundial, após uma vitória importante dos aliados contra os nazistas.

Na visão do virologista, a frase se aplica perfeitamente ao atual estágio da Covid-19 no mundo: “Esse não é o fim. Não é sequer o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo.”

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PORTAL TERRA

Oxandrolona: vale apostar na droga que promete ganho de músculos?

Endocrinologista esclarece as principais dúvidas sobre a substância e faz alerta sobre os riscos

A oxandrolona é uma droga frequentemente utilizadas por pessoas que querem acelerar os resultados na academia. Como todo esteroide anabólico, ela potencializa sim o ganho de massa muscular. No entanto, os benefícios que a utilização da substância tem, apenas para fins estéticos, não superam os riscos. Dessa maneira, seu uso sem recomendação médica não é aconselhável.

Segundo a endocrinologista, Dra. Ariane Pagnoncelli, a oxandrolona é um anabolizante androgênico, extraído sinteticamente da di-hidrotestosterona (DHT), um metabólito ativo da testosterona – hormônio masculino, fundamental para o ganho de massa muscular. Durante o processo de fabricação da droga ocorre também uma modificação para que ela se torne resistente à metabolização hepática.

“Ela atua na estimulação do crescimento e maturação de tecidos não reprodutivos (atividade anabólica) e está relacionada com a função reprodutiva e caracteres sexuais secundários (atividade androgênica)”, explica a médica.

Qual a função da oxandrolona?

De acordo com a especialista, substâncias similares eram utilizadas em períodos de guerra, para auxiliar no tratamento de pessoas desnutridas, diminuir a fadiga e deixar os soldados em estado de alerta.

“Posteriormente, foram empregados em diversas condições clínicas, incluindo deficiência de testosterona, reposição hormonal, atraso puberal, doenças crônicas debilitantes e severo catabolismo muscular”, conta a Dra. Pagnocelli. A endocrinologista também elencou outros problemas que podem ser tratados com oxandrolona:

Efeitos colaterais

No entanto, a prescrição de oxandrolona para todas essas condições clínicas depende, exclusivamente, de avaliação médica. O uso para objetivos estéticos pode resultar em problemas sérios de saúde. Confira:

“Os riscos [ do uso de oxandrolona ] para fins estéticos independem do acompanhamento médico, pois não há nem indicação e nem o aval do Conselho Federal de Medicina para o uso de esteroides androgênicos anabólicos para esta finalidade. Atualmente, esta forma de reposição não é recomendada, devido ao risco de hepatotoxicidade”, finaliza a Dra. Pagnoncelli.

Fonte: Dra. Ariane Pagnoncelli, médica especialista em endocrinologia e metabologia pelo Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE/RJ) e membro da Doctoralia.

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O GLOBO

Anvisa deve ter independência para decidir sobre vacinação em crianças

As ameaças inadmissíveis a servidores da agência têm de ser investigadas e punidas pela PF

São inaceitáveis as ameaças apócrifas dirigidas a diretores e servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contra a liberação da vacinação anti-Covid-19 para crianças -que ainda nem é objeto de análise. De concreto, existe o anúncio de que a Pfizer submeterá à Anvisa o pedido para aplicar sua vacina em crianças de 5 a 11 anos. Na terça-feira, houve uma reunião preliminar entre técnicos da agência e representantes da farmacêutica. O Instituto Butantan também informou que pleiteará o uso da CoronaVac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Na semana passada, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar as ameaças. A gravidade do fato não pode ser ignorada. Como mostrou reportagem do GLOBO, numa das mensagens o autor dizia: ‘Não aprovem vacinas para crianças menores de 12 anos ou o bixo (sic) vai pegar. Isso não é uma ameaça, é uma promessa! Não mexam com nossas crianças, ou iremos atrás de cada um de vocês (. . . . ). A resposta será fogo e fúria, e não irão (sic) escapar ninguém’, Dias depois, em nova postagem, dizia-se que a intenção não era matar, mas ‘infernizar a vida de cada um na Anvisa’, descobrir quem são, onde moram, que locais frequentam, ‘humilhar e xingar na rua’. Naturalmente, as ameaças criaram um clima de apreensão e levaram o diretor-presidente, Antônio Barra Torres, a pedir proteção policial para os funcionários.

Pelo papel que desempenhou até agora em mais de um ano e oito meses de pandemia, não há por que duvidar da capacidade técnica da Anvisa para analisar os pedidos que recebe. Todas as vacinas aplicadas no Brasil – CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen -foram objeto de análises técnicas criteriosas, às vezes de forma até exagerada. A demora para liberar certas vacinas gerou críticas, mas a agência não cedeu a pressões.

A ação das milícias negacionistas não deve ser menosprezada. Não é fenômeno exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos, Garibaldo, o inocente personagem de ‘Vila Sésamo’ lá conhecido como ‘Big Bird’, se tornou alvo de ataques só porque defendeu candidamente a vacinação contra a Covid-19, num país onde sobram vacinas e falta disposição para se vacinar. Foi tachado de comunista. A ignorância não tem fronteiras. No Brasil, o ímpeto antivacina tem entre seus líderes ninguém menos que o presidente da República. Jair Bolsonaro já disse em vídeo que a OMS não recomendava a vacinação em crianças – pura mentira e desinformação. A melhor resposta que a Anvisa pode dar às ameaças é fazer seu trabalho: analisar os pedidos de forma técnica, aprová-los ou rejeitá-los com argumentos sólidos. Convém dizer que a aplicação da vacinada Pfizeremcriançasde5 a 11 anos já foi autorizada pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A aprovação por agências estrangeiras idôneas é um fator que costuma ser levado em conta pela Anvisa. A Polícia Federal também precisa fazer seu papel: investigar e punir os autores das ameaças, até para que a sandice antivacinas não prospere.

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CORREIO BRAZILIENSE

Pela 2ª vez em 15 dias, usuários do ConecteSUS denunciam alteração de dados

Nas redes sociais, o pesquisador Atila Iamarino denunciou mudanças no nome e na nacionalidade dele. Pouco depois, uma onda de reclamações movimentava a internet

Talita de Souza

O pesquisador e biólogo Atila Iamarino usou as redes sociais, na noite de terça-feira (9/11), para denunciar uma alteração indevida – e incorreta – nos dados pessoais dele cadastrados na plataforma ConecteSUS, do Ministério da Saúde. Os nomes dele e da mãe, e a nacionalidade foram alterados no Certificado Nacional de Vacinação Covid-19.

‘Descobri que também invadiram meus dados no ConecteSUS. Ministério da Saúde, como me sentir com meus dados na mão de quem faz isso? Com os dados do meu filho lá?’, questiona Atila.

‘Não preciso do certificado agora e já pedi a correção. Mas a sensação de ter dados sensíveis alterados assim não passa com o reparo. É inadmissível ter os dados alterados dentro do órgão oficial que deveria prezar pela nossa informação’, reclamou o pesquisador.

Descobri que também invadiram meus dados no ConecteSUS. Alteraram meu nome, o nome da minha mãe e minha nacionalidade no certificado de vacinação, em documento oficial…@minsaude como me sentir com meus dados na mão de quem faz isso? Com os dados do meu filho lá? pic.twitter.com/C9LyGd3UOj

– Atila Iamarino *vacinado e de licença paternidade (@oatila) November 9, 2021

A postagem, feita no Twitter, tem mais de 25,6 mil curtidas e gerou uma onda de respostas de usuários que descobriram ter sofrido o mesmo que o pesquisador. Na maioria dos casos relatados, as mudanças indevidas ocorreram em registros de retiradas de medicamentos em farmácias populares – nas quais o cidadão consegue um remédio de maneira gratuita.

‘Fuçando no app vi que no meu cadastro consta retirada de medicamentos em 5/18 em São José dos Pinhais, sendo que nessa data nem no BR (Brasil) estava. Para isso acontecer precisa mostrar documento de identidade e 2x vias da receita, não? Descaso total’, compartilhou Fernando Campos.

‘No meu aconteceu o mesmo, retiradas de Sinvastatina e Hidroclorotiazida entre os meses 10, 11 e 12 de 2016. Nunca tomei nada disso’, respondeu Adriano Taba.

Fuçando no app vi que no meu cadastro consta retirada de medicamentos em 05/18 em São José dos Pinhais sendo que nessa data nem no BR estava.

Para isso acontecer precisa mostrar documento de identidade e 2x vias da receita não? Descaso total.

– Fernando Campos (@ferparmera) November 9, 2021

Os testes para detecção de covid-19, feitos por meio do SUS, também foram registrados de maneira indevida nos cadastros dos usuários. ‘Verifiquei meu app do ConecteSUS e consta dois testes de covid, sendo que fiz apenas um. O segundo aparece feito em Juiz de Fora e em uma data que eu posso provar que não estava em Minas? Decepcionado Ministério da Saúde’, diz Alexandre Rosário.

No meu consta um exame de COVID que não fiz, e nunca estive no RJ, inclusive pic.twitter.com/DBrI7eJJcj

– alho e ódio (@seligamel) November 10, 2021

O mesmo ocorreu com o usuário Diguénada, que percebeu o registro de um teste de covid em Ceará, quando, na verdade, ele nunca esteve no estado citado e nem se submeteu a nenhum exame de detecção. ‘Isso é um absurdo’, frisou ele.

Fui olhar agora, existe 16 registros de um medicamento Glibenclamida com retirada na cidade de Formosa/GO, farmácia Drograria Biosam, detalhe, nunca pisei em GO nem faço uso de tal medicação.

Cada retirada é 30 unidades no valor total de R$ 2,70

– Guylherme Tabosa (@tabosag) November 10, 2021

O que diz o Ministério da Saúde

Em nota, a pasta reconheceu as alterações indevidas apenas no caso de Atila Iamarino e informou que ‘a modificação não foi feita por servidor do ministério, mas por um operador credenciado, o qual já teve o seu acesso ao sistema bloqueado’.

O Ministério da Saúde não respondeu ao questionamento sobre as alterações em massa serem resultado de uma ação conjunta e não individual. Apesar disso, a nota diz que a pasta ‘está atuando para restaurar os cadastros e bloquear os operadores responsáveis pelas alterações indevidas’. No entanto, não descreveu quais outras ações pretende tomar para que a falha, recorrente, não ocorra mais.

Quem perceber a mudança nas informações inseridas na plataforma deve procurar a ouvidoria, por meio do número 136.

Alteração de dados na plataforma não é inédita; denúncias ocorrem em intervalos cada vez menores

A onda de descobertas de alterações de dados é a terceira em cinco meses. As últimas denúncias, no entanto, ocorreram há apenas 12 dias por youtubers. Pelas redes sociais, Felipe Neto e o casal Felipe Castanhari e Nyvi Estephan notaram que termos pejorativos e sexistas foram inseridos no local do nome dos dois.

Eles também notaram que a alteração foi feita apenas no Certificado Nacional de Vacinação da covid-19, assim como ocorreu com Atila. Já no caso de Felipe Neto, a alteração foi no status de vida do empresário. Ele foi dado como morto na plataforma.

Os primeiros casos de alteração foram identificados em julho, por políticos da esquerda. No dia 13 daquele mês, a deputada e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, notou que o cadastro no SUS estava com o nome de Bolsonaro. Além disso, o perfil estava inativo por motivo de óbito.

No dia 19 daquele mês, Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e ex-candidato a prefeito de São Paulo, anunciou que os nomes dos pais foram alterados no sistema por ofensas e ‘xingamentos grosseiros’.

Na época, Boulos relacionou a alteração a um ataque bolsonarista. ‘Estamos diante de um ataque que é a cara do bolsonarismo e que mostra até que ponto as garras bolsonaristas estão estendidas sobre a máquina pública. É lamentável que nem mesmo o SUS esteja a salvo do Gabinete do Ódio!”, frisou. O Ministério da Saúde informou que a invasão foi feita por uma pessoa “credenciada para utilizar o sistema de cadastro de dados’.

Dois dias depois, a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) notou que, no cadastro do SUS, ela estava como morta desde 2018. A ex-candidata à vice-presidência da República percebeu o ocorrido quando foi tomar a primeira dose da vacina contra a covid-19. ‘No dia em que fui me vacinar, fiquei algumas horas na fila, emocionada. Quando foram preencher meu cadastro, não encontraram meus dados. Imaginei que podia ser algo relacionado à legislação sobre figuras politicamente expostas’, disse.

A invasão de dados é preocupante não só pela sensação de insegurança, mas pelo próprio caráter da plataforma do Ministério da Saúde. Criada para consolidar o histórico de toda trajetória pessoal do cidadão no SUS, a mudança de informações pode impossibilitar exames, vacinas, retirada de remédios e até mesmo ser contabilizada como uma pessoa viva.

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Assessoria de Comunicação