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DESTAQUES
Brasil ultrapassa marca de 650 mil mortes por covid-19
Cremego abre vagas para estágio com bolsas de até R$ 1.275 e vale-transporte
Covid-19: Goiás registra 1.617 novos casos e nove mortes em 24 horas
Lissauer entrega gabinetes da nova sede da Assembleia Legislativa
Hospital Estadual de Luziânia oferece tratamento ambulatorial pós-Covid
Câmara cancela sessão plenária de quinta-feira para atualizar sistema
Cerca de 600 goianas poderão ter câncer de colo do útero em 2022, estima Inca
Vendedora que teve necrose após plástica relata que já passou por 5 cirurgias e segue sem previsão de alta: ‘Deus tem me dado força’
AGÊNCIA ESTADO
Brasil ultrapassa marca de 650 mil mortes por covid-19
O Brasil registrou 335 novas mortes pela covid-19 nesta quarta-feira (2/3) e superou a barreira de 650 mil óbitos pela doença. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 509, em queda pelo 10º dia seguido.
“Infelizmente nós temos vários estudos que mostram que no Brasil tivemos um número excessivo de mortes. O porcentual de mortes evitáveis é algo que vem sendo calculado entre 40% e 60% se tivéssemos tomado as decisões corretas”, explica Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
O professor de Infectologia da Unesp afirma que era muito importante que tivesse tido um discurso mais coordenado entre governo federal, estadual e prefeituras em relação às medidas de circulação de pessoas, sobre o uso de máscaras e isolamento social. “Essas medidas não farmacológicas deviam ter sido coordenadas de maneira uniforme e isso não aconteceu. Isso levou à desconfiança da população em relação à efetividade dessas medidas.”
“Outro ponto foi a questão dos imunizantes. Tivemos desde o começo, quando as vacinas começaram a ter resultados divulgados, uma politização desse debate que foi extremamente danosa. Muito antes de as vacinas chegarem, políticos questionaram a efetividade da vacina e gente do governo federal disse que não tinha pressa para comprar as vacinas. E isso realmente ocorreu. A vacinação começou em janeiro, e foi muito lenta, só engrenando tardiamente. E foi nesta época que tivemos a variante Gama, que foi nosso grande problema, com cerca de 400 mil óbitos concentrados”, continuou. Para Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz/Amazônia, pandemia e mortes são conceitos intimamente relacionados. “Especialmente quando se trata de doença nova e de fácil alastramento, como é o caso da covid-19. No entanto, o número de mortos que um país alcança é resultado das estratégias de enfrentamento e mitigação adotadas. A marca de cerca de 650 mil mortes conhecidas no Brasil é tragicamente alta (segunda maior do planeta) e, na prática, é ao menos 15% maior, devido à subnotificação”, lamenta.
O especialista cita ainda os efeitos indiretos sobre a própria saúde pública como os casos de covid longa, os gastos em contexto de subfinanciamento do SUS, o agravamento de outras doenças pré-existentes (transtornos mentais, diabetes, pressão alta) ou até mesmo a redução da expectativa de vida da população. “Não é impossível chegarmos a 700 mil ou mesmo 800 mil mortes conhecidas por covid-19, pois se continuarmos colocando a agenda econômica acima da vida, seguiremos tendo mais e mais mortes evitáveis, sem qualquer benefício econômico, tal como testemunhamos nestes dois anos de pandemia no Brasil, um duplo desastre, sanitário e econômico”, avisa.
A primeira morte por covid-19 no Brasil ocorreu em 12 de março de 2020. Desde então os números de contaminados e óbitos cresceram progressivamente e já dá para dizer que o momento atual é uma terceira onda. Em 20 de junho de 2020, o País passou a barreira de 50 mil mortes e na ocasião sequer se imaginava que este número seria multiplicado por 13. Nesta mesma época do ano passado, o País vinha em um aumento de mortes que fez passar de 300 mil óbitos em 24 de março para 500 mil em 19 de junho. Mas no final de 2021 houve uma desaceleração nas mortes, só que neste ano, com a variante Ômicron, as vítimas fatais por covid-19 voltaram a crescer, ligando o alerta nas autoridades.
Nesta quarta (2/3) o número de novas infecções notificadas foi de 29.841. No total, o Brasil tem 650.052 mortos e 28.839.306 casos da doença. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 26.506.005 pessoas estão recuperadas.
O Estado de São Paulo registrou 29 mortes por coronavírus nesta quarta. Outros quatro Estados superaram a barreira de 20 óbitos: Minas Gerais (51), Rio Grande do Sul (40), Bahia (39) e Pará (21). No lado oposto, Amapá, Rio Grande do Norte e Roraima não registraram nenhuma morte.
O Rio de Janeiro não divulgou os dados até o horário de publicação do texto. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal.
A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados. Nesta quarta, o Ministério da Saúde informou que foram registrados 23.545 novos casos e mais 297 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas.
No total, segundo a pasta, são 28.811.165 pessoas infectadas e 649.630 óbitos. Os números são diferentes do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
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A REDAÇÃO
Cremego abre vagas para estágio com bolsas de até R$ 1.275 e vale-transporte
Estudantes dos cursos de economia, administração, biblioteconomia e ciências da computação, que estão cursando entre o 2º e 5º períodos, podem se inscrever para estágio remunerado no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).
O processo seletivo é para a formação de cadastro de reserva e as inscrições podem ser feitas até o dia 12 de março, pelo site do Centro de Integração Empresa Escola (Ciee). O resultado final será divulgado no dia 1º de abril nos sites do Ciee e do Cremego.
O valor das bolsas-auxílio será de R$ 1.275, para estagiários com jornada de seis horas diárias, e R$ 850 para estagiários com jornada de quatro horas por dia. Além da remuneração, todos receberão vale-transporte calculado pela quantidade dias úteis no mês.
Os aprovados serão convocados de acordo com as demandas do Conselho e exercerão suas atividades na sede do Cremego, em Goiânia, em jornadas de seis ou quatro horas diárias, de segunda a sexta-feira, nos períodos matutino ou vespertino.
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Covid-19: Goiás registra 1.617 novos casos e nove mortes em 24 horas
Goiás registrou 1.617 novos casos de covid-19 e nove mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. É o que aponta o boletim da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), divulgado na tarde desta quarta-feira (2/3). Com as atualizações, o Estado já soma 1.169.274 infecções e 25.772 óbitos relacionados à covid-19.
Além disso, a pasta ainda investiga 787.672 casos e 402 mortes para saber se há alguma ligação com o novo coronavírus. Em Goiás, 310.321 suspeitas já foram descartadas. De acordo com o boletim, a taxa de letalidade é de 2,21% no Estado.
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Lissauer entrega gabinetes da nova sede da Assembleia Legislativa
Presidente da da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB), recebeu, na manhã desta quarta-feira (2/3), os parlamentares da 19ª legislatura para apresentar os gabinetes do novo prédio da Casa, o Palácio Maguito Vilela. Durante a reunião, precedida de um café da manhã, o chefe da Casa de Leis afirmou que hoje é um dia marcante para o Legislativo goiano. “Muitos de nós, deputados, não estaremos aqui no futuro. Mas, isso fica como um legado da 19ª Legislatura e de outras que passaram. Todos podem se sentir orgulhosos em compartilhar esse momento. Isso é um sonho realizado que foi sonhado por muitos”, evidenciou.
Lissauer também lembrou dos desafios enfrentados e agradeceu aos presidentes das últimas Legislaturas por prosseguirem com a construção da sede que hoje está sendo concluída sob sua direção. “No nosso País temos desafios burocráticos que não nos permitem entregar as coisas na hora que planejamos. Mas Deus quis que entregássemos durante a minha presidência. Porém, não seria possível sem o trabalho feito pelos últimos presidentes: José Vitti e Helio de Sousa (PSDB)”, disse.
O presidente da Alego recordou ainda as dificuldades durante os anos de pandemia e agradeceu a cada um que fez parte do processo de idealização e construção do prédio. “Tudo isso nos preocupou muito. Mas, nossa equipe foi competente. Agradeço a todos os envolvidos. Faço um agradecimento especial à construtora JL que está concluindo a obra dessa sede e a todas as outras empresas da área de tecnologia, iluminação, etc. Agradeço de coração a todos vocês. O nome de cada um de vocês está escrito na história da Casa Legislativa do Estado de Goiás”, pontuou.
Após o discurso de Lissauer, os parlamentares visitaram o gabinete de Charles Bento (PRTB) para conhecer como será a sala de cada um, que é padronizada. Além disso, ainda nessa mesma manhã, alguns deputados visitaram o plenário do prédio, conheceram a estrutura do ambiente e já fizeram cadastro biométrico para a primeira sessão, que ocorre nesta quinta-feira, 3. Ademais, os parlamentares passaram pela sala da presidência, Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), salão nobre e seus respectivos gabinetes.
Primeira sessão
O Plenário se reunirá a partir das 15 horas desta quinta-feira, 3. Essa será a primeira reunião deliberativa do quarto período da 19ª Legislatura e, na prática, abrirá os trabalhos legislativos de 2022. Regimentalmente, a abertura se dá no dia 15 de fevereiro, mas nesse ano, o calendário de retomada das sessões foi alterado em virtude do atraso na entrega da obra da nova sede por parte da empresa responsável, a construtora JL.
A sessão vai obedecer aos ritos das sessões ordinárias, com a leitura de um trecho bíblico, leitura da ata da sessão anterior, apresentação de matérias, Pequeno Expediente e Grande Expediente, além da Ordem do Dia.
Nova sede
O Palácio Maguito Vilela tem área total construída de 44.528,71 metros quadrados e torna possível à população acompanhar, ainda mais de perto, as atividades desenvolvidas na Casa. O novo plenário, por exemplo, teve a galeria ampliada e, agora, passa a contar com capacidade para mais de 200 pessoas.
A estrutura possui também uma sala dedicada à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento, dois miniplenários, um auditório com capacidade para 600 pessoas, 11 salas de comissões temáticas, cinco salas de reuniões, além de 44 gabinetes para os deputados, seis gabinetes dedicados à Mesa Diretora, mais Escola do Legislativo, restaurante-escola, lanchonetes, área de atendimento de saúde, departamentos administrativos e presidência.
Outro diferencial da nova Casa é a disponibilidade de estacionamento. Uma das principais reclamações dos visitantes, em relação ao prédio anterior — Palácio Alfredo Nasser, na Alameda dos Buritis, Setor Oeste — era quanto à falta de vagas, principalmente para as comitivas do interior do estado, uma questão que será solucionada pelas mais de mil vagas de estacionamentos oferecidas no Palácio Maguito Vilela.
A sessão será transmitida ao vivo pela TV Alego (canais 3.2 da TV aberta, 8 da NET Claro e 7 da Gigabyte Telecom), pelo YouTube, e pelo site da Assembleia Legislativa de Goiás.
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JORNAL OPÇÃO
Hospital Estadual de Luziânia oferece tratamento ambulatorial pós-Covid
Por Gabriella Oliveira
Pacientes que tiveram alta podem ter atendimentos médico, psicológico e fisioterapia
O Hospital Estadual de Luziânia (HEL), passou a oferecer tratamento para pessoas que ficaram com sequelas do Covid-19. Os pacientes terão atendimento médico, psicológico e fisioterapia. No primeiro momento, o programa é exclusivo para quem esteve internado na unidade.
Para participar do projeto ambulatorial, o paciente deve ter tido alta nos últimos 30 dias. O atendimento fisioterapêutico funciona toda as quartas-feiras. A taxa de adesão de quem ficou internado é de cerca de 90%. Já os cuidados médicos e psicológicos tiveram um índice de 60% dos pacientes advindos da UTI e 40% da enfermaria.
Nesse período de teste e funcionamento, o projeto ocorreu dentro do previsto, auxiliando possíveis sequelas de quem passou pelo hospital. Na fisioterapia, o resultado já colhe seus frutos, tendo pacientes recuperando funções motoras que possuíam antes da contaminação. Todo acompanhamento é adaptado às necessidades de cada paciente, sendo realizada uma avaliação no começo do tratamento para definir a melhor forma de realizar os cuidados oferecidos.
Para a fisioterapeuta Patrícia Vasconcelos, o resultado já obtido é considerado excelente. “Foi de extrema satisfação, tanto pessoal quanto profissional, ver e acompanhar o progresso da reabilitação dos pacientes. Me sinto realizado em notar os resultados satisfatórios que estamos tendo com o ambulatório”, contou.
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Câmara cancela sessão plenária de quinta-feira para atualizar sistema
O SUAP, como é conhecido internamente, enfrentou problemas técnicos desde a implementação, no início de fevereiro
A sessão plenária desta quinta-feira, 3, foi cancelada pela Câmara Municipal de Goiânia. A administração do legislativo alega necessidade de atualização do Sistema Unificado de Administração Pública (SUAP), que foi implementado no dia 1º de fevereiro deste ano e apresenta problemas técnicos desde então. As sessões ordinárias serão retomadas na terça-feira, 8.
“Em razão da necessidade de ajustes de funcionamento do SUAP, que completa nesta data 30 dias de implantação, não realizaremos a sessão ordinária desta quinta-feira, 3 de março. As adaptações serão concluídas na próxima sexta-feira, 4, e as sessões plenárias serão retomadas na terça-feira, 8 de março”, explica a gestão da Câmara de Goiânia, por meio de nota. O SUAP é um sistema utilizado por todos os servidores com a finalidade de dar transparência à Casa e é também o que opera o sistema de biometria.
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O HOJE
Cerca de 600 goianas poderão ter câncer de colo do útero em 2022, estima Inca
O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer que mais incide na população feminina no Brasil, com exceção dos tumores de pele não melanoma. É o que apontam os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em 2020, o risco estimado foi de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. Este é, ainda, o segundo tipo de câncer mais incidente na região Centro-Oeste, com 12,35 casos a cada 100 mil mulheres. Neste mês, lembrado por ser o Mês da Mulher, é realizada a Campanha de Conscientização e Combate ao Câncer de Colo de Útero, o Março Lilás.
Neste cenário, o Inca aponta ainda que cerca de cerca de sete mil mulheres morrem de câncer de colo de útero no Brasil todos os anos. O Instituto prevê também o registro de 16.590 mil novos casos da doença ao longo de 2022, sendo quase 600 apenas em Goiás. Para a Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), estes números estão no centro do debate sobre a baixa adesão à vacina contra o HPV, que segue como maior entrave para o controle da doença, bem como uma das maiores preocupações do Setor de Ginecologia e Mama (SGM) do Hospital do Câncer Araújo Jorge (HAJ).
A reportagem conversou com a médica oncologista Danielle Laperche, que esclareceu diversas dúvidas sobre o tema. Danielle, que é médica oncologista do Hemolabor e membra titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, explica que o exame de Papanicolau é a melhor ferramenta que se tem para a identificação do câncer de colo de útero.
“O exame já detecta células alteradas. É um exame simples, feito em consultório e que colhe material a ser avaliado em microscópio para verificar as alterações presentes nessas células. Às vezes conseguimos detectar lesões que não são visíveis até mesmo a olho nu, ou seja, em uma fase bem inicial, o que torna possível fazer um tratamento sem deixar sequelas e erradicando a doença”, afirma.
Sobre os sintomas, a especialista destaca que o câncer uterino só aparece com sintomas em fases mais avançadas da doença e que por isso é extremamente importante a realização dos exames preventivos. “O [exame] Papanicolau detecta a doença na fase quando ela ainda é assintomática. Quando a doença já está em uma fase mais avançada é que os sintomas começam a surgir. Os principais são sangramento vaginal anormal, principalmente durante ou após as relações sexuais, sensação de peso e dor no baixo ventre, na região da bacia e dor pélvica”, ressalta Danielle.
Além destes, a oncologista frisa que podem haver, ainda, sintomas urinários e retais, além de dor para urinar, sangramento na urina e sangramento retal. “Isso porque são órgãos muito próximos que podem estar sendo acometidos pela doença. O corrimento vaginal, de odor desagradável, persistente, que não responde a tratamentos e a coloração alterada, às vezes um pouco sanguinolento, também pode ser um sinal de alerta”, destaca.
Contudo, a médica frisa que é necessário saber que os sintomas descritos não são unicamente exclusivos do câncer de colo de útero, podendo ser, inclusive, em decorrência de outras doenças. “Por isso, diante de um sintoma desses, sempre se deve passar por avaliação médica, para fazer essa diferenciação. Os sintomas também podem estar relacionados a doenças benignas. Então é uma situação que a gente tenta evitar a suspeita do diagnóstico, a partir dos sintomas e realmente agir antes com os exames preventivos periódicos”, afirma Danielle.
Fator de risco
A especialista alerta que o principal fator de risco para a doença é a infecção pelo HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano). O Ministério da Saúde (MS) define que o HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de mulheres quanto de homens, provocando verrugas na região genital e do ânus e, ainda, câncer, a depender do tipo de vírus. Por isso, a infecção pelo HPV é classificada como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
Ela explica que todos os fatores que aumentam as chances de infecção pelo HPV aumentam também a chance de câncer de colo do útero e que, em uma proporção menor, há, ainda, neste aspecto, um papel também do tabagismo no aumento da incidência deste câncer. “Além disso, alterações imunológicas como a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) com comprometimento imunológico são um fator de risco para o câncer uterino, bem como uma vida sexual promíscua, com um início precoce de vida sexual, um maior número de parceiros, má condição de higiene genital e histórico familiar também podem ter papel na incidência da doença”, afirma a médica.
“Aprendi a lição”
“Descobri o HPV quando tinha 19 anos. Peguei o vírus na minha primeira relação sexual. Tinha acabado de entrar na faculdade e, por mais que eu tivesse estudado sobre o assunto na escola, acabei resistindo para ir ao médico, o que fez com que a doença se espalhasse”. Este relato é de uma mulher que hoje tem 28 anos e preferiu não ser identificada pela reportagem.
Ela contou que, diante dos sintomas como coceira e o aparecimento de verrugas, procurou auxílio médico. “Fui a dois médicos e um deles foi muito sensível comigo. Fizemos raspagem e foi um dos piores dias da minha vida porque eu senti muita dor, passei mal muito mal com o efeito da anestesia”, destaca. Após, ela conta que a doença foi tratada com pomadas, que auxiliaram na cicatrização do procedimento.
“Precisava, ainda, tomar as vacinas [contra o HPV], que à época ainda eram pagas. As três doses saíram cerca de R$ 1,3 mil reais, e eram escassas. Hoje, faço acompanhamento ainda, mas nunca mais apresentei nenhum sintoma. Aprendi a lição”, frisa.
Prevenção
O Ministério da Saúde (MS) destaca que meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos podem tomar a vacina contra o HPV gratuitamente no SUS. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses), sendo que, no caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.
Outros grupos etários podem dispor das vacinas em serviços privados, se indicado por seus médicos. De acordo com o registro na Anvisa, a vacina quadrivalente é aprovada para mulheres entre 9 a 45 anos e homens entre 9 e 26 anos, e a vacina bivalente para mulheres entre 10 e 25 anos.
A vacina quadrivalente faz parte do calendário vacinal do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e deve ser administrada em duas doses, com intervalo de seis meses, as meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Meninas e meninos que chegaram aos 15 anos sem completar as duas doses da vacina podem também atualizar o esquema vacinal.
Desde 2017, a vacina contra o HPV está também disponível para mulheres e homens vivendo com HIV, ou que sejam pacientes transplantados ou oncológicos. Em 2021, o Ministério da Saúde ampliou a indicação da vacinação para as mulheres com até 45 anos com uma destas condições.
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PORTAL G1
Vendedora que teve necrose após plástica relata que já passou por 5 cirurgias e segue sem previsão de alta: ‘Deus tem me dado força’
Kelly Cristina está internada há quase 30 dias e relatou que dores diminuíram, mas faz fisioterapia diariamente. Médica que fez operação foi proibida de atuar; caso é investigado pela Polícia Civil.
A vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa, de 29 anos, está há quase 30 dias internada após fazer uma cirurgia plástica e ficar com parte da pela necrosada, em Goiânia. Segundo ela, já foram cinco cirurgias para melhorar a situação e mais uma está agendada para sexta-feira (4).
“Está melhorando, mas os médicos dizem que vai mais ou menos um ano de tratamentos ainda. […] Deus tem me dando força, mas ficar tanto tempo em hospital e sentindo dor é de enlouquecer”, descreveu.
A médica que a operou, Lorena Duarte Rosique, foi proibida de atuar na área temporariamente pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). Segundo o órgão, ela segue “sob interdição cautelar total”.
A defesa de Lorena já havia esclarecido, em nota, que a paciente estava ciente do risco de necrose da pele em decorrência da cirurgia plástica e quis fazer o procedimento ainda assim.
Também de acordo com o comunicado, a médica orientou 20 sessões de câmara hiperbárica e outros tratamentos, que a paciente não fez como recomendado. Por fim, o texto diz que ela “se defenderá veementemente de pré-julgamentos, denúncias infundadas e de tentativas de macular sua honra” – leia íntegra ao fim da reportagem.
Nesta quarta-feira (2), o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) informou que a paciente tem “estado de saúde regular, consciente e respirando espontaneamente”.
Procedimentos e recuperação
De acordo com Kelly, as cirurgias que fez desde que foi internada, no último dia 4 de fevereiro, foram para retirar a pele que necrosou. Ela contou que está com um curativo a vácuo na barriga e tem feito sessões de fisioterapia diariamente.
“Os médicos disseram que é para a pele não cicatrizar esticada e eu acabar ficando corcunda. Para eu não ter dificuldade para andar”, explicou.
A próxima operação, segundo a paciente, está marcada para sexta-feira (4) e deve ser para enxertar tecido nos locais das cicatrizes. Kelly disse que esta é a sua principal preocupação atualmente.
“Agora é rezar para que o enxerto pegue, porque ainda pode ser que não pegue. Os médicos falam que é uma das etapas finais, mas ainda não sabem quando vou sair. Tudo depende do resultado dessa cirurgia”, afirmou.
Operação e consequências
Kelly fez a plástica na barriga e nos seios no último dia 19 de janeiro. O procedimento era um sonho dela, mas que acabou virando um pesadelo com vários dias de muita dor.
“Eu mandava áudio para ela chorando: ‘Doutora está queimando, estou com muita dor’. Ela aumentava os remédios, mas não adiantava”, disse.
A vendedora contou que nunca perdeu o contato com a médica, que ela sempre a atendeu e que chegou a acompanhá-la em um pronto socorro às pressas, quando sentiu falta de ar.
Kelly contou que no dia 4 de fevereiro, após sentir muita dor, foi ao Hugol, onde já ficou internada e passou por um procedimento cirúrgico de urgência. Segundo ela, os médicos ficaram assustados com a gravidade dos ferimentos.
Investigação policial
A mãe da Kelly denunciou a situação da filha à Polícia Civil. O registro foi feito como caso de lesão corporal culposa (sem que a médica tivesse intenção de causar mal à paciente). A vendedora e testemunhas foram ouvidas e relataram como foi a cirurgia e como foram os dias após o procedimento.
Até o último dia 21 de fevereiro, a polícia esperava a conclusão dos laudos da perícia para identificar melhor as causas das queimaduras e necrose na pele.
Até as 12h desta quarta-feira, o g1 não havia localizado o delegado responsável para saber como está o andamento da apuração.
Defesa da médica Lorena Rosique
Com relação à reportagem sobre Kelly Cristina Gomes Costa, a defesa da médica Lorena Duarte Rosique esclarece o que se segue:
Já foram enviados documentos para a redação do respeitável veículo de imprensa entre os quais o Termo de Consentimento assinado por Kelly em que foi informado “que a lipoaspiração pode, mesmo com todos os cuidados, levar a sofrimento de pele (necrose) com formação de feridas, sejam focais (menores) ou mais extensas (…) de solução demorada e com formação de cicatrizes (…) não está descartada a colaboração eventual de outros profissionais para o adequado tratamento”.
Ainda que a paciente “deverá fazer retornos (…) com zelo e atenção a todas orientações e cuidados do pós-operatório”.
No caso, a médica deu toda a assistência à paciente, e especificamente prescreveu medicações orais, tópicas e oxigenoterapia hiperbárica por 20 (vinte) dias seguidos, com toda orientação e auxílio para a realização do tratamento. Cumpre esclarecer que a oxigenoterapia hiperbárica consiste em terapia em que a paciente respira oxigênio puro com pressão maior, o que aumenta muito a quantidade de oxigênio transportado pelo sangue, combatendo infecções, compensando deficiência de oxigênio em entupimentos ou destruição de vasos sanguíneos, ativando células e ajudando na cicatrização.
Contudo, apesar de receitado e insistido, conforme documentado pelo consultório da médica, a paciente Kelly fez apenas 5 (cinco) sessões espaçadas, não se sabe o motivo, se por não poder ou não querer.
Tudo será esclarecido a seu tempo perante a Justiça e a médica se compadece com o drama pelo qual passa a paciente, ao mesmo tempo em que se defenderá veementemente de pré-julgamentos, denúncias infundadas e de tentativas, seja de quem for, de macular sua honra, dispendiosa e longa formação médica, zelo e competência profissional.
Marina Toth
Octavio Orzari
Advogados
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Assessoria de Comunicação