ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Procedimento estético: cirurgias mal sucedidas deixaram sequelas graves
Brasil tem menor percentual de síndrome respiratória por covid-19 desde 2020
Santa Casa de Goiânia precisa de doadores de sangue
Artigo – A degeneração do cooperativismo
Célio Studart cobra inclusão do piso da enfermagem na pauta da Câmara Federal
Profissionais de saúde negros usam carreira para cuidar da população negra
Ginecologista é condenado a 35 anos de prisão por estuprar pacientes em Abadiânia
A poluição do ar é um dos maiores inimigos da humanidade
Chá de ervas emagrecedor pode oferecer riscos à saúde; entenda
Artigo – Hospital é responsável por golpe aplicado em familiares de pacientes
A transformação digital na saúde vai muito além da adoção de novas tecnologias
Há várias vacinas que adultos devem tomar; veja quais e a importância delas
Artigo – Dia mundial da saúde e o acompanhamento do paciente
TV RECORD
Procedimento estético: cirurgias mal sucedidas deixaram sequelas graves
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AGÊNCIA BRASIL
Brasil tem menor percentual de síndrome respiratória por covid-19 desde 2020
O percentual de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pela covid-19 chegou ao menor patamar desde o início da pandemia, divulgou nesta quarta-feira (6) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Boletim InfoGripe. Nos momentos mais críticos da emergência sanitária, em 2021, 96% dos casos virais de SRAG eram causados pela covid-19, enquanto, nas últimas quatro semanas, esse percentual caiu para 50,7%. A queda da participação da covid-19 nos casos de SRAG cede espaço ao vírus sincicial respiratório (VSR), que atingiu 29,7% do total de casos nesse período.
Apesar da redução da participação da covid-19 entre os casos de SRAG viral, a doença ainda responde por 91,3% dos óbitos quando são contabilizados os casos da síndrome com testes laboratoriais positivos para vírus respiratórios nas últimas quatro semanas.
Se for considerado todo o ano de 2022, 56,7% dos 107 mil casos de SRAG registrados tiveram resultado laboratorial que confirmava a presença de algum vírus respiratório. Entre esses casos, 5,5% foram por Influenza A, 0,1% por Influenza B, 3,9% por VSR e 86,7% pelo Sars-CoV-2 (vírus causador da covid-19) .
A incidência da SRAG em crianças manteve a tendência de alta, com sinal de ascensão significativa em diversos estados desde o mês de fevereiro. O boletim explica que dados laboratoriais relacionam a alta ao VSR na faixa etária de até 4 anos. Já na população de 5 a 11 anos, houve interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios.
A Fiocruz mostra o aumento da incidência da SRAG infantil é a razão para que 11 das 27 unidades federativas apresentem sinal de crescimento da incidência da síndrome nas últimas seis semanas: Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraiba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins. Já Rio Grande do Sul e São Paulo apresentam essa tendência apenas na análise das últimas três semanas.
Para a curva nacional de casos de SRAG, a avaliação é de que ela mantém sinal de queda na análise das últimas seis semanas, mas apresenta sinal de estabilidade nas últimas três, o que indica uma estabilização no patamar de 2,2 casos semanais por 100 mil habitantes.
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A REDAÇÃO
Santa Casa de Goiânia precisa de doadores de sangue
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia precisa com urgência de todos os tipos de sangue, principalmente O+ e O-, para abastecer os bancos da unidade. Para doar, é preciso agendar das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira.
As doações podem ser feitas de segunda a quinta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 16h. Na sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 15h.
Confira alguns requisitos para a doação:
Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis);
Estar em boas condições de saúde;
Pesar mais de 50 kg;
Não estar grávida ou amamentando;
Não ter feito tatuagem ou pigmentação na pele nos últimos 12 meses;
Não ter sido infectado (a) por hepatite, HIV, doença de Chagas e malária;
Ter dormido bem na noite anterior;
Não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação;
Para agendar a doação, ligue (62) 3254-4283, das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira.
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Artigo – A degeneração do cooperativismo
A evolução cooperativa gera um grande desafio: evitar a perda da participação dos associados e a fragilização da democracia institucional. Degeneração, não tem um caráter pejorativo mas estritamente técnico, significa perda ou alteração dos princípios cooperativistas, mudança para um estado pior ou seu declínio. Esse processo pode acarretar o desaparecimento da cooperativa, sua absorção por outro grupo ou sua transformação jurídica. A tese da degeneração basicamente estabelece que as cooperativas tenderão inevitavelmente a adotar o mesmo modelo organizacional das empresas tradicionais para sobreviver, desenvolvendo gradualmente uma elite dirigente que desestimula a democracia. Devido à necessidade de incrementar a eficiência e em função disso o crescimento, as cooperativas precisam desenvolver novas estruturas e divisão do trabalho. Os trabalhadores não associados podem se tornar numerosos e os objetivos muito semelhantes aos das empresas tradicionais. Essa tese tem origem no marxismo e na crítica socialista de que operando em um sistema capitalista as cooperativas são experiências limitadas e acabam refletindo esse sistema.
Existem duas críticas principais à tese da degeneração: primeiro, a de que é extremamente determinística, negando a possibilidade de que os que cooperam têm alguma autonomia em relação à sua forma de organização; segundo, desenvolve uma visão idealizada da democracia que seria inviável, exceto em organizações pequenas. Além disso, cada cooperativa tem um contexto econômico, tecnológico, social e político específico que não pode ser ignorado. O processo de degeneração cooperativista tem suas incongruências ao assumir a democracia direta como um modelo padrão e julgando qualquer forma de representação ou delegação um sinal de oligarquia.
Inequivocadamente a partir de determinado tamanho qualquer organização necessita de algum tipo de delegação ou forma de representação. Na degeneração das cooperativas, afirma-se que os cooperados gestores, devido à posição que ocupam, passam necessariamente a pertencer a um mundo diferente dos outros associados “comuns” ou “liderados”, perdendo contato com os membros e seus interesses coletivos. Essa realidade, poderia aproximar perigosamente, mas não obrigatoriamente, as cooperativas do modus operandi dos sindicatos e partidos políticos.
Com base em argumentos como esses, desenvolveu-se uma linha que contrapõe a tese da inevitável degeneração, defendendo que processos de regeneração também ocorrem em diferentes fases do ciclo de vida cooperativo, devido a um reconhecimento de que houve um afastamento entre a realidade e a retórica democrática. Em sua evolução as cooperativas defrontam-se com um desafio talvez mais difícil do que as empresas tradicionais, o equilíbrio entre crescimento quantitativo e desenvolvimento qualitativo, que envolve a conservação de sua identidade. Numa adaptação do ciclo de vida organizacional à realidade das cooperativas e o que temos são três fases.
A fase do “ser cooperativa”, que se caracteriza pelo pequeno número de associados e volume reduzido de operações, o que permite que os sistemas sejam mais informais e que haja uma aversão às práticas empresariais; desde o início são determinados os mecanismos de participação. Essa fase talvez seja a mais difícil de se superar, pela falta de experiência e recursos. A fase do “fazer a cooperativa” onde verifica-se o aumento do número de associados e necessidade de contratação de gestores remunerados, bem como fomentar o equilíbrio entre a racionalização das atividades e a identidade cooperativa. São fundamentais nessa fase da vida da cooperativa: a vigilância do funcionamento interno frente aos desafios do crescimento, a consolidação das formas de participação, a preocupação com a qualificação e perfil dos empregados, os mecanismos de inserção de novos associados e a formação de gestores. E, finalmente a fase da “empresa cooperativa” onde a participação é ameaçada pelo crescimento da burocracia e tecnocracia. Nessa fase, o grupo de associados fundadores normalmente já foi ou está sendo completamente substituído. É preciso desenvolver ferramentas que estimulem a renovação da confiança, participação e descentralização. O crescimento interno por vias de participação chega ao seu limite, o desenvolvimento passa a ocorrer por relações externas. Experimenta-se maior risco de degeneração mas se verificam também processos de regeneração.
A autogestão é permeada por contradições por isso deve ser vista como um processo dinâmico e em constante evolução. Mudanças estratégicas, ou mesmo gerenciais, devem ser precedidas de um exame das possíveis falhas e êxitos, pois a diferença fundamental entre as cooperativas e as empresas tradicionais são os tipos de problemas encontrados e as soluções para enfrentá-los. Os princípios cooperativistas oferecem uma orientação sistêmica proporcionando um redesenho constante do projeto organizacional, para lidar com os desafios das mudanças e da estabilidade organizacional, baseando-se primordialmente nos cooperados e nas interações geradas por eles.
Através dessas interações, os associados constroem a organização compartilhando visões e ações. Ao longo do tempo, a maneira pela qual a cooperativa responde as interações determinará a composição dos associados, o que influencia o tipo de indivíduo que ela irá atrair e reter. A partir daí muitos caminhos podem ser tomados e a degeneração é apenas um deles. Além das influências ambientais às quais as cooperativas também estão suscetíveis, sua degeneração pode ser o resultado combinado da má administração dessas interações, que em determinadas circunstâncias teriam efeito corretivo, e a deterioração da população cooperada restante, bem como de novos membros.
A regeneração do cooperativismo
Para não degenerar, cooperativas deveriam atuar em duas grandes frentes. A primeira se dá na perspectiva da reprodução de membros ativos, através de sua seleção e socialização adequada. Isso pode parecer estranho, pois em si é uma adaptação do princípio de livre adesão dos membros a um contexto em que um elemento importante para o cooperativismo é mais difícil de ser encontrado e realizado: a afinidade entre membros e interesse em participar. Práticas que estimulam o desenvolvimento de significados comuns e comprometimento, como processos formativos, discussão construtiva e rotatividade de tarefas, mostraram-se cruciais em casos de cooperativas que conseguiram manter a democracia interna. Isso é particularmente importante com o crescimento, quando o contato entre os membros se torna mais difícil ou formal, e na medida em que a motivação para participar é maior quando membros são capazes de desenvolver atividades variadas e importantes.
A segunda frente de atuação está relacionada à divisão do trabalho e gestão da estrutura. Esses dois aspectos estão relacionados à necessidade de incrementar a eficiência e a divisão horizontal do trabalho. Porém, uma maior especialização e diferenciação interna não necessariamente geram o desenvolvimento de uma elite ou enfraquecem a democracia. A experiência mostra casos em que se observou justamente o contrário: membros mais atentos ao que estava acontecendo, exercitando a participação e controle de informações por meio de políticas fortemente comprometidas com a rotatividade de tarefas e compartilhamento de conhecimentos, informações e tecnologias adequadas; ou, em alguns casos, por meio de equipes de apoio rotativas responsáveis por manter essa dinâmica. Porém, essas medidas apenas não garantem que se evite a formação de elites dentro do grupo, é importante que haja uma predisposição por parte daqueles que ocupam posições-chave. A partir de determinado tamanho o envolvimento democrático pode ser garantido através do desenvolvimento de uma estrutura democrática mais complexa que combina formas representativas e de participação direta, que reforçam uma à outra.
Desde uma perspectiva ambiental, desenvolveu um estudo do processo de isomorfismo adaptado à realidade cooperativa, concluindo que esta sofre um isomorfismo congruente e um não congruente. O primeiro exerce uma força no sentido de homogeneização em relação ao próprio modelo cooperativo por meio de legislações cooperativistas, de um quadro institucional cooperativo (instituições promotoras nacionais, federações regionais e nacionais) e da intercooperação ou organizações de mesma base social. O segundo exerce uma força no sentido de homogeneização em relação a outras formas organizacionais por meio da legislação das empresas e do mercado, do campo organizacional do setor em que há atuação de empresas tradicionais capitalistas de fins lucrativos, da competição com outros tipos de organizações, da cooperação com outros tipos de organizações e de empregados ou gerentes que não têm perfil cooperativo e organizações profissionais.
Portanto, estimar um equilíbrio entre essas duas formas de isomorfismo seria uma questão fundamental para o estudo do processo de transformação. O predomínio de isomorfismo não congruente estimula o processo de transformação, sendo o seu extremo a degeneração. Contudo, essa estimativa é desafiadora e exige uma análise histórica do processo de mudança. Os contextos são muitos, o que ajuda a compor processos isomórficos variados. Além disso, assim como nos outros tipos de organizações, não só o isomorfismo influencia o processo de mudança, mas também as ações gerenciais e, no caso das cooperativas, a perspectiva de reprodução interna dos associados.
Portanto, cooperativas precisam rever a sua performance econômica e social permanentemente para evitar a degeneração, em um ciclo de constante vigilância e aperfeiçoamento, reinventando-se a cada dia. Assim como as circunstâncias mudam, novos procedimentos e estruturas precisam ser revistos pelos próprios associados, o que demanda uma capacidade de intercâmbio interno contínuo. A cooperativa é uma organização dual, semiaberta, que combina ao mesmo tempo dois tipos de trocas: trocas internas desenvolvidas pelo grupamento de pessoas que constituem a organização e trocas com o mercado. A existência das trocas internas é o primeiro fator que deve ser considerado e conservado na dinâmica cooperativa, já que constitui uma vantagem indiscutível com relação à empresa tradicional.
As trocas internas são o cerne da empresa democrática, estão intrinsecamente ligadas a ela e se desenvolvem sem quaisquer custos diretos implicados, pois sua base se encontra na cooperação, principal vantagem comparativa desse tipo de organização e, ao mesmo tempo, o que torna sua sobrevivência mais difícil numa lógica concorrencial. Paradoxalmente, é essa característica que a empresa tradicional nos dias de hoje vem tentando reproduzir, diante da necessidade de produção e a oferta de serviços cada vez mais personalizados e criativos. A empresa tradicional busca desenvolver essa característica de maneira extremamente custosa, normalmente através da contratação de pessoal altamente qualificado, salários diferenciados e programas constantes de formação e incentivos, de forma a conseguir informações e competências diferenciáveis no mercado competitivo.
*Paulo Adriano é médico
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AGÊNCIA ESTADO
Célio Studart cobra inclusão do piso da enfermagem na pauta da Câmara Federal
O deputado federal cearense Célio Studart (PSD) protocolou, na pauta do plenário da Câmara dos Deputados, um requerimento para a inclusão do projeto de lei que cria o piso salarial para os profissionais de Enfermagem (PL 2564/2020). “Falta aprovação do mérito, sem emendas, para que siga diretamente à sanção presidencial”, destaca o parlamentar.
A Câmara aprovou urgência para o piso da enfermagem no último mês e a expectativa é que o mérito da proposta seja apreciado ainda em abril. “Urgente é dar dignidade à maior categoria de saúde do País. Urgente é dizer que o Brasil e que esta casa respeita o direito da Enfermagem e de todos que compõem essa importante classe”, disse, ainda.
A casa legislativa vem atuando, nesse tema, por meio da Frente Parlamentar em Defesa da Enfermagem, a qual o cearense integra. O colegiado se reuniu para avaliar o impacto da proposta do piso nas contas públicas – o relatório final foi aprovado no final de fevereiro e estimou um custo anual de R$ 16,3 bilhões.
O grupo também identificou a existência de 1,3 milhão de profissionais de enfermagem ativos em todo o país. O número é consideravelmente inferior aos 2,6 milhões cadastrados pelos conselhos regionais.
O texto original apresentado no Senado Federal trazia para os enfermeiros um piso salarial de R$ 7.315,00, 70% para os técnicos de enfermagem e 50% para os auxiliares de enfermagem e para as parteiras, além de uma jornada de trabalho de 30 horas semanais. Após extensas negociações, o substitutivo aprovado em novembro fixou o teto em R$ 4.750, mantendo a proporcionalidade para os demais profissionais.
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Profissionais de saúde negros usam carreira para cuidar da população negra
Minoria nas faculdades, médicos, dentistas e psicólogos negros se voltam a resolver problemas que emergem da questão racial; distribuição de profissionais nos setores privado e público é desigual
Segundo um levantamento do site Quero Bolsa feito a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas negras no ensino superior cresceu 400% entre 2010 e 2019. Apesar de terem passado a representar 38,15% do total de matriculados, porém, os negros não atingem mais de 30% das vagas em alguns cursos, como psicologia e medicina.
Nesse contexto, as políticas de ação afirmativa têm um papel importante, como a Lei de Cotas, que completa 10 anos neste ano. No caso da medicina, por exemplo, 37,8% dos alunos negros ingressaram por meio de políticas de inclusão ou cotas, de acordo com o estudo ProvMed30, feito em parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e a Organização Pan-Americana da Saúde.
Um outro recorte do estudo ligado à população negra, maioria entre os brasileiros (56%), mostra que, ao mesmo tempo em que nunca foram registrados tantos médicos no Brasil – a previsão é chegar a mais de 815 mil até 2030 -, a população não se beneficia igualmente desse crescimento porque a distribuição dos profissionais entre a saúde pública e a privada é desproporcional. Em 2019, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE revelou que 71,5% dos brasileiros usam exclusivamente o SUS, mas somente 21,5% dos médicos atuam integralmente no sistema. Trocando em miúdos, há muito mais médicos concentrados no setor privado, que atende a menor parte da população.
Ciente do problema, a médica Rayssa Okoro, formada pela Universidade Federal do Maranhão e atual moradora de São Paulo, não escolheu a profissão para se especializar em cirurgias complexas ou áreas muito específicas. Nascida em uma família negra de classe média, ela atua no SUS como médica generalista, focada na atenção básica da população em situação de vulnerabilidade.
“Desde que entrei na faculdade, só via sentido em cuidar da população brasileira, que é majoritariamente negra, pobre e usuária do SUS”, diz. “Quero estar nos espaços em que essa população está para garantir que os meus iguais sejam bem cuidados, por uma igual. E quero que as pessoas me vejam de jaleco e turbante e entendam que é possível uma mulher negra ser médica no Brasil.”
Casos como o de Rayssa estão começando a se multiplicar no País: pessoas negras que miram diplomas da área de saúde e direcionam a carreira às necessidades da população negra. Os desafios para que elas se formem e consigam atuar no mercado, no entanto, são maiores. Segundo a médica, faltam políticas públicas que facilitem a permanência dos estudantes negros e de classe baixa no curso de medicina, por exemplo.
“São seis anos de uma faculdade extremamente extenuante e adoecedora, nos sentidos físico e psicológico. Se já é difícil para quem tem todos os privilégios, imagine para quem enfrentou tantas dificuldades para entrar”, defende.
Ela fala que o racismo estrutural é outro fator que dificulta a jornada. “O fato de ser uma pessoa negra tornou a minha experiência na faculdade muito traumática e fez com que eu quisesse desistir em vários momentos, mesmo sendo de classe média. Eu não tinha dificuldades financeiras, mas o ambiente era extremamente nocivo e saí com prejuízos psicológicos marcantes”, revela. “Não adianta ter política de cotas se a gente não está garantindo e incentivando que as pessoas tenham condições financeiras e emocionais de permanecer na universidade.”
Rayssa afirma ainda que a formação em medicina no Brasil é deficitária no cuidado humanizado e que há uma certa mercantilização da profissão. A médica também sublinha a importância de haver profissionais que olhem especialmente para a saúde das pessoas negras, cujo adoecimento muitas vezes pode ser consequência do racismo estrutural – condições precárias de moradia, pouco ou nenhum acesso a alimentação adequada e a acompanhamento médico de qualidade, entre outros fatores.
“Não dá para ignorar que não se cuida bem de qualquer pessoa em qualquer condição só com os conhecimentos da medicina ocidental tradicional”, fala. “Uma pessoa é um sujeito complexo, que tem todas as nuances raciais, políticas e contextuais que vão interferir no processo de vida e de adoecimento dela.”
Representatividade no divã
Especializada na teoria cognitivo-comportamental, a psicóloga Amanda Bachiega conta que era a única aluna negra da sala quando cursou a faculdade, de 2013 a 2017. “De lá para cá, vejo que há um aumento no ingresso de pessoas negras no ambiente acadêmico, aumento de profissionais e também construções de redes de apoio, mas ainda falta muito para chegarmos em patamares igualitários”, afirma.
Ela destaca a importância de a população negra ter acesso ao acompanhamento psicológico com profissionais também negros. “Faz total diferença para a população preta. Por vivermos num mundo tão cheio de preconceito e violência, as lacunas no emocional das pessoas que estão fora do padrão imposto são muito grandes e é difícil para um profissional que não conhece essas particularidades lidar com essas múltiplas questões.”
Como exemplo, ela menciona a transição capilar, que consiste em deixar o cabelo crescer naturalmente depois de um período de alisamento contínuo. A questão, que afeta a psique e a autoestima da mulher negra, é uma vivência que psicólogas brancas não têm. “É um ponto chave no empoderamento e no autoconhecimento”, observa. “Alisar o cabelo é a primeira coisa que fazemos quando queremos entrar no padrão eurocêntrico. E assumir o cacho é a primeira coisa que fazemos quando dizemos não a esse padrão.”
Segundo a psicóloga, porém, somente a formação acadêmica não dá conta de acolher a tantas demandas e camadas que aparecem, principalmente nas questões raciais. Para seus processos terapêuticos, ela passou a ler mais autores negros, aprofundar-se em saúde mental da população negra, entrar em grupos de discussão sobre questões raciais e construir uma rede de apoio com outras profissionais negras. “Representatividade importa muito e é fundamental para a saúde mental”, conclui.
Empoderamento das crianças e adolescentes
O carioca Victor Hugo de Paula conta que quis ser dentista desde criança, quando entrou pela primeira vez em um consultório odontológico do SUS e achou tudo mágico. Aluno de escola pública, ele mergulhou nos estudos e conseguiu se formar em odontologia em 2014. Desde então trabalhou em clínicas de terceiros e relata que o racismo era uma constante.
A gota d’água foi uma situação grave de racismo da qual foi vítima no ano passado. Após um atendimento, ele acompanhou a paciente até a recepção para agendar o retorno. Uma mulher que estava no local olhou para ele e disse: “Se um negão (sic) desses me chama, saio correndo. Nem parece dentista, achei que fosse um funcionário lá de trás”.
Victor Hugo fala que, naquele momento, viu-se dividido entre a ética profissional e sua ancestralidade. “E não consegui falar nada. Me senti desumanizado”, diz. “De fato, somos muito poucos na faculdade e no mercado. Eu tive mais de 50 professores, nenhum deles negro”, aponta o dentista. E foi aí que ele teve a ideia de criar a Ayo Saúde, um espaço para profissionais como ele e que atende às necessidades da população negra.
Segundo o dentista, tanto na medicina quanto na odontologia os estudos são eurocêntricos, pensados para brancos. Isso faz com que questões que acometem mais a população negra não sejam olhadas. “A dermatologia não estuda a pele negra; a cardiologia não olha para a estatística de que, infelizmente, os negros têm mais problemas de coração por causa das piores condições de vida”, observa.
Desacreditado das políticas públicas, ele fala da importância do empoderamento para que haja mais profissionais negros na saúde. “Porque uma pessoa preta com roupa branca pode ser o que quiser e não necessariamente manicure, babá ou cabeleireiro. Temos que acreditar nos nossos sonhos e focar nos estudos, para que isso venha também em forma de profissionalismo.”
Conscientização nas redes sociais
No caso da baiana Daiane Bispo, o grande motivador para se tornar técnica de enfermagem foi o fato de ela mesma ser portadora da anemia falciforme – doença hereditária predominante em pessoas negras em que a estrutura dos glóbulos vermelhos é alterada, fazendo com que o organismo tenha dificuldade no transporte de oxigênio entre as células. A condição, que atinge 8% dos negros brasileiros, segundo o Ministério da Saúde, provoca obstrução nos vasos sanguíneos, anemia e sintomas que vão de crises de dor agudas nos ossos e nas articulações a infecções e até atraso no desenvolvimento.
Apesar de hoje o problema ser diagnosticado no nascimento da criança com o teste do pezinho ou através de exames em outras fases da vida, a técnica fala que há pessoas que convivem por anos com a doença sem saber que são portadoras.
“Foi o caso da minha avó, diagnosticada muito tarde. Ela passou a vida toda com anemia falciforme e os médicos diziam que era todo tipo de doença, menos essa”, relata. “Ela só teve o diagnóstico aos 50 anos e veio a óbito aos 55. Por que essa demora toda e a dificuldade de investigar? A gente se pergunta se é porque é uma doença predominante na raça negra.”
Quando fez o curso técnico de enfermagem, ela e outra colega, também portadora da doença, começaram a dar palestras na escola sobre o tema. Surgiu então a ideia de criar um perfil no Instagram, o “Meia lua com muito amor”, em referência ao formato de meia lua das hemoglobinas falciformes. “Vieram centenas de pessoas pedindo ajuda e orientação e foi aí que eu vi que a maioria não tem nem noção de que possui inclusive direitos por ter anemia falciforme”, conta. “Algumas mães que tiveram seus filhos diagnosticados me procuram desesperadas porque os próprios médicos não sabem orientá-las sobre o tratamento.”
Apesar de não poder exercer a profissão no dia a dia, justamente por sua condição de saúde, Daiane segue conscientizando o público nas redes sociais e até hoje dá palestras sobre anemia falciforme em escolas e cursos da área de saúde.
“Porque é na área de saúde que a gente sofre o maior preconceito e passa os maiores perrengues, tanto pela falta de conhecimento quanto pelo racismo mesmo”, enfatiza. “Muitas pessoas estudam diabetes, hipertensão e outras doenças, mas ninguém sabe sobre a falciforme.”
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PORTAL G1
Ginecologista é condenado a 35 anos de prisão por estuprar pacientes em Abadiânia
Decisão é referente a quatro abusos de três mulheres, mas Nicodemos Júnior também foi denunciado por crimes sexuais contra outras 37. Defesa sempre negou os crimes; cabe recurso.
Por Vanessa Martins, g1 Goiás
O médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais foi condenado a 35 anos de prisão por abusar sexualmente de pacientes. A decisão foi emitida em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal, e assinada pelo juiz Marcos Boechat nesta quarta-feira (6). O documento se refere a quatro casos de estupro de vulnerável cometidos contra três mulheres.
Segundo informações do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), Nicodemos está preso. Na decisão, o magistrado negou ao médico a possibilidade de responder ao processo em liberdade. Cabe recurso da decisão.
O g1 entrou em contato com o advogado do ginecologisa, por mensagem às 16h32 desta quarta-feira, e aguarda retorno com uma posição sobre a condenação.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou o ginecologista pelo crime de estupro contra 39 mulheres e por violação sexual contra outras três. Segundo as investigações, as vítimas são de Abadiânia e Anápolis, a 55 km de Goiânia, onde o médico atuava.
Segundo o TJ-GO, como o caso corre em segredo de Justiça, não é possível informar quais são os casos que levaram a essa condenação do ginecologista.
Investigação
Nicodemos se tornou alvo de investigação depois que mulheres procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis para denunciar que foram vítimas de crimes sexuais dentro do consultório. No início foram três, mas o caso ganhou repercussão e outras vítimas se sentiram seguras para registrar os crimes.
O médico foi preso pela primeira vez prisão dele foi em 29 de setembro de 2021, após as três priemeiras pacientes relatarem os abusos à Polícia Civil.
Apesar do número de denúncias, o médico foi solto em 4 de outubro por decisão da Justiça, passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. No entanto, mais vítimas de Abadiânia registraram ocorrências e ele foi preso novamente em 8 de outubro do mesmo ano.
Relatos de pacientes
As vítimas relatam diversos tipos de comportamento e comentários com conotações sexuais por parte do ginecologista.
Uma das mulheres disse que, durante uma consulta, o médico elogiou os olhos e o órgão genital dela. Em seguida, perguntou sobre sua relação sexual com o marido.
“Eu fiquei congelada e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui nem respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vai acontecer”, contou.
Outra paciente disse que foi abusada pelo ginecologista durante o atendimento. Ela decidiu falar sobre o caso após a prisão do médico.
“Ele teve conversas inadequadas, me mostrou sites obscenos, brinquedos eróticos e tocou em mim não da forma que um ginecologista deveria tocar. Quando ele colocou minha mão na parte íntima dele, sabe?”, descreveu.
Entre as denúncias, também está a da aromaterapeuta Kethlen Carneiro, de 20 anos, que procurou a Polícia Civil para relatar que foi abusada por ele quando tinha 12 anos. Durante o atendimento, segunda ela, o médico sugeriu a leitura de material pornográfico.
“Ele veio me falar que eu podia começar a me masturbar. Me mostrou histórias em quadrinho pornô e vídeos. Me mandando os links e quais eu podia assistir. Depois levantou, pegou minha mão e colocou nele, na parte íntima dele”, disse.
Em conversa por uma rede social, outra paciente pede informações ao ginecologista sobre o uso do anel vaginal, um método contraceptivo. Em um momento, ela pergunta se ele não atrapalha a relação sexual e se o parceiro não o sentiria. O médico, então, responde:
“Bom, minha namorada já usou e eu não percebi diferença alguma. Posso testar kkk. Brincadeira”.
Defesa
Nicodemos Júnior negou todos os assédios. Ele disse que comentários em aplicativos de mensagens eram “brincadeira” e admitiu que isso foi um erro.
“É muito complexo. Eu brinco com algumas coisas. Às vezes, nisso, eu pequei, realmente. […] Mas, nunca, em nenhum momento, eu toquei em uma paciente com objetivo de ter prazer sexual ou de fazê-la ter um prazer sexual, porque o objetivo ali é o exame físico”, disse.
Nos relatos das pacientes consta que o médico fazia muitas insinuações de cunho sexual, entre elas: “transar fortalece amizade” ou “faz o bronzeamento e me mostra”.
“Muitas vezes, elas falam, ‘olha, doutor, eu fiz alguma coisa assim, será que vai acontecer alguma coisa?’. Um erro meu, concordo, brinco no WhatsApp, comento alguma coisa de uma forma inadequada. Concordo que eu fiz isso, nisso eu estou errado”, admitiu.
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O GLOBO
A poluição do ar é um dos maiores inimigos da humanidade
SÃO PAULO – A poluição do ar é responsável por 7 milhões de mortes prematuras anuais, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns estudos, estimam um número maior ainda de vítimas fatais como resultado da má qualidade do ar. No Brasil, quase 51.000 mortes por ano são causadas pela poluição do ar. Até algumas décadas atrás, o principal male associado à baixa qualidade do ar eram as doenças respiratórias. Entretanto, ao longo dos últimos anos, um crescente corpo de evidências mostrou que os danos da poluição vão muito além dos pulmões e do trato respiratório. Ela afeta o sistema cardiovascular, reprodutor, neurológico, endócrino, renal, entre outros. Durante a pandemia, por exemplo, ficou constatado que pessoas que cidades mais poluídas apresentavam maior índice de mortes pela Covid-19.
– Uma série de estudos epidemiológicos mostrou que a poluição do ar não afeta só o pulmão. Ela contribui para infarto, AVC, baixo peso ao nascer, câncer etc – diz o patologista Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e um dos maiores especialistas sobre o assunto no país.
Estudo realizado por Saldiva mostrou que o dano pulmonar causado pela poluição equivale a fumar de dois a três cigarros por dia. Outro trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, e da Universidade Normal de Pequim, na China, concluiu que três anos de exposição aos poluentes atmosféricos equivalem à perda de cerca de um ano de escolaridade.
A péssima qualidade do ar também é responsável pelo aumento no risco de demência em quatro a cada dez pessoas com vulnerabilidade genética à doença. A exposição de longo prazo a uma atmosfera poluída ainda está associada ao desenvolvimento de doença renal crônica, aumento do risco de obesidade, diabetes, doenças neurodegenerativas e câncer de bexiga.
A poluição atravessa a placenta e está associada com baixo peso ao nascer, prematuridade e mortes fetais. Crianças que respiram ar poluído crescem menos, correm maior risco de comprometimento das funções pulmonares, aumento de infecções respiratórias e agravamento da asma.
O ar atmosférico é composto de nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, gás carbônico e vapor de água. Ele é considerado poluído quando passa a conter substâncias químicas. Há centenas de compostos provenientes das mais diversas fontes, incluindo da queima de carvão em usinas de energia, de combustíveis fósseis em veículos, da indústria e de incêndios florestais.
Entre eles, o material particulado é considerado o mais prejudicial à saúde. Elas se referem às partículas com menos de 2,5 micrômetros de diâmetro (PM 2,5) e às partículas de menos de 10 micrômetros (PM 10). Quanto menor o tamanho, maior o dano. As partículas com até 2,5 micrômetros, por exemplo, são 1/30 vezes mais finas que um fio de cabelo. Além de penetrar nos pulmões, elas conseguem entrar na corrente sanguínea e afetar praticamente todos os sistemas do corpo. Elas seriam capazes até mesmo de penetrar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro. Para efeito de comparação, nove em cada dez medicamentos em desenvolvimento pela medicina não conseguem ultrapassá-la.
– A poluição do ar, o material particulado, causa o que a gente chama de stress oxidativo e altera a função das células – diz a endocrinologista Elaine Frade, presidente da Comissão de Endocrinologia Ambiental da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Frade participou do primeiro estudo no mundo que comprovou o efeito deletério da poluição na fertilidade masculina. A equipe comparou a produção de espermatozoides em roedores expostos ao ar poluído e ao ar limpo. Os resultados mostraram uma desorganização na formação do espermatozoide nos camundongos machos que respiraram ar extremamente poluído. Isso, segundo Frade, pode levar à infertilidade.
Em 2019, 99% da população mundial estava vivendo em lugares com ar insalubre. O problema continua até hoje, na mesma dimensão, de acordo com estudo publicado pela OMS no início da semana. A poluição ainda tem efeitos indiretos, à medida que é responsável pelo efeito estufa e pelo aquecimento global, o que, por sua vez, também afetam negativamente a saúde humana.
Para reduzir o risco de doenças e morte associadas à poluição atmosférica, não tem segredo, nem milagre. É preciso buscar soluções para o aumento da eficiência dos motores, encontrar novas alternativas de mobilidade e combustível e mudar a matriz energética.
Em setembro do ano passado, a OMS lançou novas diretrizes de qualidade do ar. Foi a primeira atualização das recomendações em 15 anos. De forma geral, houve redução das referências para todos os poluentes clássicos: PM 2,5, PM 10, ozônio, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono.
Para o material particulado de até 2,5 micrômetros, o índice tolerado caiu pela metade, saindo de até 10 microgramas por metro cúbico, para 5. Para as partículas maiores, de até 10 micrômetros, o limite anual passa de 20 para 15 microgramas por metro cúbico. A entidade espera que o novo padrão possa evitar cerca de 80% das mortes atribuídas à exposição às PM 2,5.
Entretanto, Saldiva, que participou da elaboração dos documentos da OMS em 2005 e em 2021, acredita que a mudança virá a partir do mercado e de novos hábitos culturais e não de políticas públicas governamentais.
– É um movimento lento, mas que já está acontecendo. As novas gerações estão mais propensas a abandonar o carro. Empresas que adotam tecnologias menos poluentes começam a ser valorizadas no mercado – afirma o pesquisador.
A nível individual, existem formas de diminuir os efeitos prejudiciais do ar poluído no organismo, mesmo que você more em uma grande cidade, como São Paulo. As ações incluem: usar máscara n95, optar por trabalhar de casa alguns dias da semana – ficar no trânsito aumenta consideravelmente o nível de poluentes inalados -, evitar se exercitar no horário de pico, realizar atividades físicas em parques ou locais mais arborizados e manter uma dieta rica em antioxidantes, como verduras e frutas.
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Chá de ervas emagrecedor pode oferecer riscos à saúde; entenda
RIO – O caso da enfermeira Mara Abreu, de São Paulo, que morreu em fevereiro após consumir por vários dias um “chá emagrecedor” proibido no Brasil acendeu um alerta para os riscos de ingerir produtos ditos naturais sem orientação médica. A ingestão das cápsulas – que continham uma mistura de 50 ervas diferentes – provocou na profissional de saúde uma hepatite fulminante. Ela necessitou de um transplante de fígado, mas não reagiu bem à operação e morreu por complicações da cirurgia.
Histórias como a da enfermeira paulista se tornam cada vez mais comuns no Brasil. Na busca por soluções “mágicas” para problemas complexos, como a perda de peso e o tratamento de doenças crônicas, muitas pessoas se arriscam consumindo produtos que se passam por fitoterápicos e prometem resultados satisfatórios em pouco tempo. A facilidade de compra via internet e os depoimentos de quem “provou e aprovou” incentivam aqueles que já estão suscetíveis.
– As pessoas têm uma percepção errada de que tudo que é natural não traz nenhum prejuízo. Pensam que se bem não fizer, mal não faz. Também acreditam que esses chás vão trazer algum resultado para o emagrecimento. No entanto, não há nenhum estudo científico comprovando a eficácia de chás naturais para emagrecer – afirma Maria Edna Melo, presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
O consumo de plantas medicinais de forma exagerada ou sem prescrição médica pode causar a chamada lesão hepática induzida por ervas, responsável por 34% dos casos de insuficiência aguda do fígado diagnosticados no país, segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia. O efeito colateral de plantas no órgão é chamado de hepatotoxicidade.
Responsável por filtrar o sangue para captar as toxinas e eliminá-las do corpo, o fígado é um dos órgãos que mais sofrem com o uso indiscriminado de ervas. Diante de várias substâncias tóxicas, ele fica sobrecarregado e acaba lesionado.
Lesões variadas
Produtos ditos naturais podem causar os mesmos problemas que remédios tradicionais. Dentre os mais comuns estão as alterações das enzimas hepáticas, hepatites (agudas e crônicas), falência do fígado e até cirrose. As lesões podem surgir tanto pelo uso prolongado das substâncias como logo após a ingestão. Os sintomas mais comuns desse tipo de intoxicação são dores de cabeça frequentes sem causa definida, cor amarelada nos olhos e na pele, enjoos e tonturas e dor na região superior direita do abdômen. Cólicas e diarreias também podem ser um sinal de que há algo de errado.
Algumas plantas, como crotalária, erva cavalinha, kava-kava, cáscara sagrada e chaparral são potencialmente prejudiciais ao fígado. No entanto, o chá verde merece atenção especial, pois possui uma substância chamada catequina que, em grandes concentrações, causa a morte de células do fígado. Em forma de chá, a erva dificilmente fará mal para o órgão. O perigo está quando a erva aparece como ingrediente de cápsulas, já que não há como saber a quantidade da substância tóxica nem a forma como ela foi manipulada.
– Qualquer substância, seja natural ou sintética, pode trazer problemas para a saúde caso seja usada sem orientação profissional . Quando se fala de chás, além de conhecer a substância de que eles são feitos, é preciso ter certeza que se trata da espécie correta, porque infelizmente pode haver adulterações – alerta Maria Angélica Fiut, nutricionista e presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT).
A melhor maneira de não correr o risco de se intoxicar com esses produtos é não fazendo uso sem orientação de um profissional de saúde especializado. Chás naturais – como de camomila – podem ser comprados em mercados. Já os produtos fitoterápicos devem ser adquiridos em farmácias. Se for pela internet, apenas em sites de redes de drogarias conhecidas, orienta Hortência Tierling, conselheira federal de Farmácia pelo estado de Santa Catarina. A especialista explica que estes estabelecimentos contam com farmacêuticos responsáveis pelos produtos que são disponibilizados ali, o que garante que têm boa procedência.
– Mesmo que um produto seja adquirido como um alimento, como é o caso dos chás naturais, ele não está isento de contraindicações, reações adversas e até interações com medicamentos. Por isso, é importante ter a orientação de um profissional de saúde especializado – orienta Tierling.
Segundo a Anvisa, são considerados remédios fitoterápicos aqueles “obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade”. Os produtos devem ser registrados no órgão e seguir regras de rotulagem como os medicamentos, como ter bula, nome do farmacêutico responsável, número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia (CRF), além do registro no Ministério da Saúde com treze números, que deve estar ao lado da sigla “MS”.
Regras para chás
Já os chás, que são enquadrados na categoria alimentos e não na de medicamentos, não podem ser vendidos em cápsulas. Em seus rótulos não podem aparecer informações que indiquem prevenção, tratamento e/ou cura de nenhuma doença.
– Alguns rótulos de chás, mesmo sendo enquadrados como alimentos, precisam ter algumas informações específicas. Na embalagem do boldo, por exemplo, a norma da Anvisa exige que venham advertências para portadores de enfermidades hepáticas ou renais – alerta a farmacêutica.
A Anvisa regulamenta também os “produtos tradicionais fitoterápicos”, que são aqueles “obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais”, mas que a segurança e a eficácia “sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica”. Outra categoria existente é a dos “chás medicinais” que também precisam ser aprovados pela Anvisa.
– É preciso estar atento ao produto que se está comprando. Observe se a embalagem está de acordo com as exigências da Anvisa. Se tiver dúvidas, busque no próprio site da agência para ver se o produto está ou não liberado para consumo no Brasil – finaliza Tierling.
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PORTAL SEGS
artigo – Hospital é responsável por golpe aplicado em familiares de pacientes
Fraudadores normalmente aproveitam momento de fraquezas de suas vítimas e a situação vem chegando ao extremo de tirarem proveito da dor das famílias de pessoas hospitalizadas para aplicar golpes financeiros. Por isso, mesmo nesses momentos é preciso ficar atento e, caso caia em uma situação relacionada, que se busque o ressarcimento.
Atualmente, alguns hospitais estão sendo condenados a ressarcir os pacientes vítimas de fraudes praticados por terceiros utilizando o nome da instituição. Um exemplo recente foi o que ocorreu recentemente com o Hospital Brasília, que foi condenado a pagar uma indenização a família de um paciente vítima de golpe, já que ficou evidente a responsabilidade do hospital, uma vez que é o detentor de informações privilegiadas dos pacientes e falhou na guarda dos dados inseridos no prontuário do paciente.
Esse caso é um exemplo de como podem ocorrer esses golpes, sendo que o filho do paciente recebeu um telefonema de um suposto médico dizendo que o pai, internado na UTI e recém-operado, precisava se submeter a uma tomografia de urgência. Para isso, informou o número da conta na qual deveria ser creditado o valor do exame. Ainda foi solicitada outra quantia a título de pagamento de anestesista, no que foi novamente atendido.
Ao procurar mais informações na secretaria do hospital, sobre o exame solicitado, o filho paciente internado descobriu que era golpe. Nesse caso a vítima foi atrás de seus direitos, lembrando que as responsabilidades dos hospitais são amplas, precisando informar sobre possíveis golpe que possam ser aplicados, mas, também tratar de forma responsável as informações.
Hoje temos uma Lei Geral de Proteção de dados, que obriga a que todas as pessoas jurídicas que tenham dados de terceiros, a que mantenha sigilo, que sejam arquivados pelo período necessário com segurança e com acesso restrito a poucos funcionários, para evitar vazamento de dados, principalmente em hospitais, ondem são fornecidos dados sensíveis, como diagnostico e outros.
Infelizmente, esses golpes aumentaram muito com a pandemia, quando parentes de internados com Covid-19 são procurados por fraudadores solicitando dinheiro para procedimentos, remédios ou tratamentos urgentes, além disso, muitos inquéritos estão sendo abertos para investigar os casos de fraudes de falsos médicos.
Veja algumas dicas para evitar os golpes por telefone nos parentes de pacientes internados em hospitais.
1 — Suspeite de qualquer contato que solicite dinheiro ou benefício similar, mesmo em momentos de dificuldade é importante manter a cabeça fria.
2 – Não efetue transações financeiras sem estar presencialmente com o seu médico e confirmar a necessidade e o valor do procedimento.
3 – Nunca forneça contatos pessoais para pessoas que não sejam de confiança, mesmo que trabalhem no hospital.
4- Desconfiem de mensagens por SMS, WhatsApp. Confie em telefones oficiais e ou confirme pessoalmente na secretaria do hospital sobre as autorizações de procedimentos e a parte financeira, somente esse departamento é que informa e cobrar valores de procedimentos.
5- Em ocorrendo alguma situação suspeita que envolva solicitações de pagamentos por telefone, WhatsApp, procure a central de segurança, normalmente todos os hospitais têm essa unidade.
6 — Caso caia em golpes, procure por seus direitos por meio da justiça, o quanto antes tomar uma ação, maior a chance de reverter.
Afonso Morais – Advogado sócio diretor da Morais Advogados, especializada em direito bancário e recuperação de crédito, com atuação na área de Recuperação de Crédito Amigável e Judicial para Instituições Financeiras, Companhias Seguradoras, Consórcios e Empresas de todos os portes.
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A transformação digital na saúde vai muito além da adoção de novas tecnologias
Reconhecidamente mais tradicional do que setores como indústria e comércio, a saúde experimentou mudanças importantes de 2020 para cá: adoção da telemedicina, discussões sobre a regulamentação definitiva da telessaúde no Brasil e, mais recentemente, os impactos do 5G no dia a dia de hospitais, clínicas e operadoras. Porém, com grandes possibilidades de mudanças, as instituições precisam se organizar para definir o que deve ser feito primeiro e, assim, definir estratégias, criar iniciativas e promover uma cultura digital.
Nesse sentido, a simples adoção de tecnologias não é suficiente. Isso não quer dizer que elas não sejam importantes, mas, para que sejam implementadas adequadamente, outros fatores precisam ser levados em consideração. Essa análise se torna ainda mais necessária se considerarmos que, apesar dos avanços dos últimos anos, gestores ainda têm dúvidas em relação a elementos básicos da transformação digital – de acordo com o relatório Philips Future Health Index 2021, 44% das lideranças da área citaram dificuldades com a gestão de dados – primordial para o início da digitalização de qualquer organização.
Um dos aspectos que a transformação digital na saúde reforça é a melhoria da eficiência operacional para simplificar tarefas, mudando a mentalidade das empresas com o objetivo de acompanhar não só as novidades tecnológicas, mas também as novas demandas e necessidades dos pacientes.
Por exemplo: talvez, em algum momento da vida, você tenha usado os serviços de alguma clínica ou hospital e não tenha percebido que a transformação digital já estava presente ali. Isso porque seu atendimento foi tão prático, eficiente, e tudo ocorreu tão bem que você nem notou os diversos processos que estavam envolvidos na ocasião. Focar apenas em um compilado de tecnologias sem ter um objetivo traçado ou levar em conta aspectos essenciais para a segurança do paciente é um dos principais erros cometidos por instituições de saúde.
Pilares da transformação digital na saúde
Gestores precisam estar atentos a diferentes aspectos da transformação digital para conseguir promover um pensamento voltado a esse conceito. Primeiramente, é preciso compreender como as equipes serão impactadas pelas mudanças – e quais benefícios elas trarão para o dia a dia. Afinal, do time assistencial ao jurídico, todos serão afetados.
Outro ponto é a adoção de uma abordagem menos conservadora em relação às inovações, prezando por uma equipe que reconheça a melhoria de processos como algo essencial no cuidado ao paciente. Pensando nisso, avançamos para o pilar seguinte: a experiência desses pacientes deve ser colocada em primeiro lugar. Antes de aplicar qualquer solução, é essencial refletir sobre como isso irá impactá-los e se estarão satisfeitos com os serviços oferecidos.
Há também o pilar interoperabilidade – ou seja, operações feitas de forma conjunta que permitem a conexão entre diferentes tecnologias, implementando regras padronizadas para que o processo seja seguido. Na saúde, a interoperabilidade permite a troca de dados entre ferramentas utilizadas para melhorar o cuidado ao paciente.
Finalmente, outra máxima adotada deve ser: se um processo pode ser automatizado, então ele deve ser automatizado. Tudo que pode ser feito mecanicamente não depende de uma ação humana estratégica, o que significa que o tempo dos profissionais pode ser revertido em outra demanda. Além disso, os indicadores gerados nos processos automatizados podem melhorar o trabalho da gestão e do atendimento nessas instituições.
O uso inteligente de tecnologia aplicada à saúde é capaz de resolver inúmeros problemas enfrentados no cotidiano, desde aqueles relacionados à gestão, até os que envolvem o atendimento ao público. Porém, sem a compreensão de como essas tecnologias devem ser utilizadas e quais impactos elas trarão para a instituição, gestores correm o risco de adotar soluções ineficazes para suas demandas – e, com isso, julgar que elas não se aplicam ao ambiente de saúde. Por isso, o olhar estratégico para mudanças é essencial. Mais do que abraçar a transformação digital, chegou a hora de encará-la de forma mais especializada.
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portal uol
Há várias vacinas que adultos devem tomar; veja quais e a importância delas
Antes da pandemia, muitas pessoas costumavam associar a vacinação a algo importante somente para a saúde das crianças – afinal, eram os pequenos que tinham que fazer visitas rotineiras ao posto para receber imunizações.
Mas engana-se quem pensa que a rotina de vacinação faz parte da vida só de bebês ou de crianças. Na verdade, há doses que devem ser reaplicadas durante a vida adulta e em situações específicas, como durante a gestação. Outras ainda são indicadas para determinados públicos, como pessoas com comorbidades e transplantadas, justamente para reduzir o risco de desenvolverem formas graves de doenças infecciosas.
“Os imunizantes são boas ferramentas de promoção de saúde e esses públicos têm calendários específicos para reforçar sua proteção, embora, infelizmente, ainda seja uma informação pouco conhecida no geral”, afirma Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
Segundo ele, a combinação de falta de informação e iniciativas públicas tímidas para estimular a continuidade da imunização ao longo da vida acaba prejudicando a cobertura vacinal do país. “É uma subutilização dessa ferramenta de prevenção que temos e que é tão eficiente”, lamenta.
Nos calendários estão vacinas que previnem desde doenças relativamente simples, como a gripe (causada pelo vírus influenza), até algumas mais sérias que podem evoluir para um câncer, como é o caso da que protege contra o vírus HPV.
E, embora algumas patologias não estejam circulando com tanta intensidade ou os surtos sejam menos frequentes, elas ainda podem dar o ar da graça se encontrarem algum organismo desprotegido. “São doenças que podem ser evitadas. Por que, então, não evitar?”, questiona Kfouri.
Carteirinha em dia: por que é importante?Logo de cara, é importante avisar: todas as vacinas disponíveis hoje no SUS e na rede particular são eficazes e protegem contra as doenças para as quais foram desenvolvidas. Ou seja, a razão pela qual é importante manter as doses em dia ao longo da vida não tem relação com a eficácia ou não delas, mas sim com a forma como foram desenvolvidas, as doenças que previnem ou até mesmo por característica do nosso sistema imune..
“As vacinas contra vírus, por exemplo, costumam ter uma proteção menor por conta da mutação desses micro-organismos”, afirma a técnica de enfermagem Veruska Ramos Torres, do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh) e coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (RN).
Em outras, a resposta imunológica induzida não é suficiente para durar o resto da vida, o que requer reforços constantes para garantir que o corpo esteja sempre a postos em um eventual embate contra o patógeno.
“É o caso da vacina contra difteria e tétano, que deve ser reaplicada ao longo da vida a cada dez anos, em média”, explica Eduardo Jorge da Fonseca Lima, representante da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) em Pernambuco.
Mas, de acordo com ele, as razões para tornar a vacinação um hábito de vida não são apenas essas. Há ainda a questão do envelhecimento natural do corpo, que vai, aos poucos, tornando as nossas defesas mais lentas e suscetíveis a infecções.
Chamado de imunossenescência, essa queda natural das células do sistema imune começa a se acelerar após a puberdade, por volta dos 20 anos, e vai progressivamente seguir assim até a velhice.
Não é à toa, por exemplo, que é justamente o público acima de 60 anos um dos grupos que tem um calendário próprio de vacinas, para reduzir o risco de infecções que podem gerar complicações graves após essa idade, como pneumonias e herpes-zóster.
Doenças associadasAlém do calendário adulto e idoso, indivíduos com doenças associadas, como diabetes e hipertensão, devem estar atentos ao calendário de vacinação e pedir orientação médica sobre quais imunizantes devem ser aplicados.
Isso porque essas doenças, na maioria consideradas crônicas, estão associadas a um aumento no risco de desenvolver complicações e de mortalidade uma vez que o indivíduo desenvolva a infecção.
É o caso, por exemplo, dos pacientes com asma e que convivem com DPOC (Doença pulmonar obstrutiva crônica), que têm a recomendação de se vacinar contra doenças respiratórias como gripe e coqueluche.
“Esses pacientes têm uma resistência menor e, no caso da DPOC, cada crise provocada por uma infecção respiratória compromete a capacidade dos pulmões, que não volta aos 100% mesmo após a recuperação”, afirma Elie Fiss, professor de pneumologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e médico do Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Por isso, o especialista diz que indica a vacinação para todos os indivíduos. “O calendário precisa estar atualizado para que a saúde global desse paciente esteja mais protegida”, avalia.
Como saber qual vacina tomar?Dentro do PNI (Programa Nacional de Imunização) do Ministério da Saúde, existem vacinas que são indicadas para adultos, idosos, gestantes e públicos específicos, como portadores de HIV e imunossuprimidos, entre outros públicos específicos.
No caso dos adultos saudáveis, a recomendação do ministério da Saúde é que os indivíduos recebam as seguintes vacinas:
Hepatite BDupla bacteriana adulto (dT, contra difteria e tétano) Febre amarelaTríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)Influenza (gripe) e pneumocócicas (pneumonia bacteriana).Já a SBIm recomenda, além dessas, a aplicação da hepatite A, as meningocócicas ACWY/C (contra meningites bacterianas) e a dose contra herpes-zóster; no caso da dupla bacteriana, a recomendação é trocar para a tríplice bacteriana do tipo adulto acelular (a dTPa, que previne difteria, tétano e coqueluche).
A maioria das vacinas está disponível no SUS, com exceção das meningocócicas [indicada em dose única e para condições de risco] e da herpes-zóster [recomendada em uma dose após os 60 anos].
Mas qualquer adulto pode procurar um posto de saúde com a carteirinha de vacinação (se possuir) e checar se existe alguma vacina não aplicada ou dose em atraso. “Mesmo quem eventualmente não tomou quando criança pode se imunizar agora, na vida adulta”, afirma Veruska Ramos Torres.
Segundo ela, as coberturas mais baixas em adultos atualmente são a da hepatite B e da febre amarela – esta última foi incluída há pouco tempo no calendário infantil e, por isso, ainda associada com a necessidade de tomar apenas para viagens a locais onde a doença é endêmica, o que não é mais o caso.
“São vacinas de qualidade, eficazes e gratuitas, importantes para evitar doenças que, mesmo sem grandes complicações na maioria dos adultos saudáveis, podem ser evitadas. Ninguém precisa ficar doente”, afirma a coordenadora.
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medicina s/a
artigo – Dia mundial da saúde e o acompanhamento do paciente
Por Rafael De Simone Matioli
Celebramos, desde 1950, o Dia Mundial da Saúde, que homenageia a criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e reforça a importância do tema para toda a sociedade.
Claro que existiram grandes transformações e evoluções, a respeito das vacinas, por exemplo, sendo uma das principais formas de prevenir diversas doenças e suas complicações, além de ampliar o cuidado e a saúde de nossos familiares, amigos e entes queridos. Mas ainda há diversos desafios que precisamos superar, e as inovações fazem parte deste novo trajeto.
O acompanhamento do paciente (Direct to Patient) é um grande exemplo e se torna, portanto, um ponto essencial quando pensamos em ampliar e transformar o acesso à saúde. Segundo a OMS, é estimado que mais de 42 bilhões de dólares anuais sejam associados a erros de medicação. Em contraponto, um estudo do Hospital and Community Pharmacists, aponta que um acompanhamento correto reduz em 36% os casos de reinternação.
O erro na administração de medicamentos contínuos é muito comum, que pode ocasionar uma brutal ruptura do tratamento, levando a uma nova onda de hospitalização e outros problemas que poderiam ser tratados. Seguir uma recomendação médica exige mais do que atenção, é preciso disciplina e, muitas vezes, a pessoa por si só não consegue realizar sozinha. Quando há esse acompanhamento direto com o paciente durante e após o tratamento, as chances de finalizá-lo aumentam consideravelmente. Dados da Far.me demonstram que houve um aumento de mais de 20% no padrão de não esquecimento da medicação e mais de 14% de adesão ao tratamento quando há um acompanhamento adequado. Outro impacto positivo é no próprio sistema de saúde como um todo. Um programa eficiente de suporte ao paciente, pode contribuir na redução dos custos assistenciais, evita erros em processos de liberação, logística e consumo desses medicamentos e amplia a resolução de dúvidas e questionamentos, que muitas vezes, acarretam mais custos para o sistema, planos de saúde e o próprio usuário.
Com a pandemia, ficou mais claro o quanto é preciso desburocratizar o acesso à saúde, a exemplo da telemedicina, que permitiu que consultas fossem realizadas dos mais diversos lugares, resultando positivamente que hospitais e prontos-socorros se dedicassem aos pacientes com casos mais graves. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital, mais de 75 mil vidas foram salvas a partir de mais de 7,5 milhões de atendimentos. Com isso, foram evitadas mais de 6,5 milhões de idas desnecessárias ao pronto-socorro, com um índice de resolutividade de 91% por atendimento.
E a sociedade quer fazer parte deste novo momento de evolução e soluções na saúde. Uma pesquisa realizada em março de 2021, pela Ipsos em parceria com o Global Institute for Womens Leadership, aponta que mais de 57% dos brasileiros cogitam realizar ações para melhorar a saúde e o bem-estar, acima da média global de 48%.
Saúde, no seu mais singelo significado, é um estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente. E como um todo, precisamos refletir práticas que contribuam para um desenvolvimento mais ágil do setor da saúde e reforçar o mais importante, o cuidado com cada vida.
*Rafael De Simone Matioli é Head da unidade Conexão com Paciente da Viveo.
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Assessoria de Comunicação