Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 17 E 18/10/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Santa Casa de Goiânia faz alerta sobre tentativas de golpe no hospital

Artigo – Pela boa prática da medicina

Artigo – Celebração pró-Bolsonaro do Dia do Médico vai contra o sentido da profissão

Beneficiárias do Ipasgo podem fazer mamografias com isenção da coparticipação

Alimentação saudável pode reduzir risco de câncer de mama em cerca de 20%

Fleury (FLRY3) fará aumento de capital de R$ 1,2 bilhão para reforçar o caixa e manter estratégia de crescimento

Sinal de demência pode ser detectado até 9 anos antes de diagnóstico

Paralisia infantil: vacina injetável deve vir antes da gotinha; entenda

Covid-19: Goiás registra 821 casos e 3 mortes em 24 horas

Queiroga faz novo apelo pela vacinação de crianças contra a pólio

Mamografias caem na pandemia e casos ficam mais graves

Artigo – A tabela SUS é mais um problema que uma solução

Uso da cannabis no Brasil ficou mais restrito e prejudicará pacientes

Ministério espera receber vacina contra Covid para bebês na semana que vem

TV SERRA DOURADA

Santa Casa de Goiânia faz alerta sobre tentativas de golpe no hospital

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O POPULAR

Artigo – Pela boa prática da medicina

O Código de Ética Médica dispõe, dentre outros princípios fundamentais, o seguinte: “O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor da sua capacidade profissional”.

Entendo ser esse princípio fundamental, acima de tudo, a razão maior da vocação para o exercício da Medicina, visto que, o profissional que não devota a prática de sua profissão à essa finalidade, não atende à função social que lhe foi destinada, omitindo e negligenciando atenção e cuidados ao bem maior do ser humano: a vida.

O Conselho Federal de Medicina promoveu um estudo intitulado ‘Radiografia das Escolas Médicas do Brasil’, com o intuito de disponibilizar à sociedade um ‘retrato’ mais fidedigno e com mais transparência do sistema formador de novos profissionais da Medicina no país. De acordo com a última publicação, o Brasil possui 353 escolas de Medicina, o que torna possível, em 1 ano, a oferta de 37.423 vagas, espalhadas em 228 municípios.

Recentemente, o Cremego publicou nota em suas redes sociais esclarecendo não compactuar com a abertura de novas faculdades de Medicina em Goiás. Na oportunidade, foi dito que, a despeito disso, foi instalada uma unidade da UniRV em Luziânia – GO, contrariando as orientações emanadas por esse órgão de fiscalização da atividade médica.

Muitos são os questionamentos que surgem diante destes fatos e números, mas o que mais preocupa a classe médica e a sociedade é: que médicos estamos formando? Quem serão os nossos colegas?

Mais do que nunca é necessário que os órgãos de defesa da profissão se unam e exerçam sua função de fiscalização, com a finalidade de evitar que os números que temos hoje aumentem cada vez mais e percamos o controle sobre a qualidade dos cursos oferecidos e dos profissionais por eles formados.

Temos, hoje, no Cremego 30.686 médicos inscritos, destes, 19.558 com inscrição ativa. A nossa função, enquanto órgão fiscalizador da atividade profissional é, também, a de acolher os colegas em suas demandas e queixas, o que nos ajuda muito a melhorar a qualidade do serviço médico prestado à sociedade e essa função que suplanta, em muito, a ideia equivocada de que o Conselho Regional de Medicina é apenas uma casa de julgamento administrativo do médico.

A indignação de muitos colegas com o surgimento de mais e mais escolas médicas é uma pauta recorrente e é por essa razão que o Cremego se posiciona de maneira clara e histórica contra a abertura de novas faculdades de Medicina.

Entendemos que a valorização da classe passa, necessariamente, pelo respeito que ela adquiriu ao longo de tantos anos, fruto de incansável trabalho articulado entre os órgãos que a representa e, para tanto, é necessário que haja critério e a devida aprovação dos órgãos responsáveis para se chancelar a abertura de novos cursos de Medicina, a fim de, prezando pela boa prática da Medicina, não se perder de vista o fim a que se destina, qual seja, envidar esforços pela saúde do ser humano.

Fernando Pacéli Neves de Siqueira é médico pediatra e presidente do Cremego

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 O GLOBO

Artigo – Celebração pró-Bolsonaro do Dia do Médico vai contra o sentido da profissão

O dia 18 de outubro costumava ser uma data protocolar. Por décadas, mensagens entre colegas de profissão, poucos anúncios na imprensa parabenizando médicos por sua dedicação e eventos mais para festivos de entidades de representação da categoria compuseram um repertório comemorativo repetitivo, mas simpático e inclusivo. Neste ano, as divergências político-eleitorais engoliram a tradição. O princípio da profissão definido por suas competências e também interdições de práticas, um espaço comum para o exercício de atividades passa por uma reviravolta. O que era partilhado em função do que se faz, como e onde se trabalha está sendo substituído por um fanatismo político que rejeita diferentes e diferenças.

Veja vídeos:

Faculdades públicas, acervos comuns e textos científicos disponíveis para qualquer médico subverteram antigas hierarquias e se tornaram núcleo de uma comunidade profissional mais democrática. Um árduo processo, atravessado por ilusões e desilusões. Divergências entre médicos acompanham a constituição das alternativas para projetos nacionais. Não fossem as polêmicas entre Afrânio Peixoto e Oswaldo Cruz sobre a compreensão dos nossos males, possivelmente teríamos demorado ainda mais tempo para a transição da medicina bacharelesca para a científica.

Segundo turno:

Médicos não são iguais, dividem-se em especialidades e se inserem em diversos e múltiplos espaços em suas interações com a sociedade. Em geral, enfrentam uma jornada de trabalho longa, exigente de desvelo e prudência permanentes. Aprendem a desenvolver empatia para lidar no dia a dia com pacientes e necessidades de saúde individualizadas e a contextualizar e respeitar singularidades. Estar perto do sofrimento, da dor e também da alegria da recuperação da saúde marcou em todas as gerações de médicos brasileiros o compromisso de aproximação com os mais pobres.

A atual fusão entre parte de médicos no Brasil com a crítica intolerante à ordem, ao moderno, é um corpo estranho à medicina. Contestar a alegada arrogância do pensamento científico e a proclamação do fim das utopias igualitárias é admissível, merece reflexão. Mas a convocação pelo Conselho Federal de Medicina () de um Dia do Médico pró-Bolsonaro rompe com o sentido único de ser médico. Médicos confundidos com um regime, um governo, entraram para a História como carrascos. Para restabelecer as condições de inteligibilidade do debate, é essencial dar visibilidade aos modos de fazer e pensar medicina e saúde e seus possíveis modos de transformação. Os atuais conflitos que separam os médicos não se resumem à cloroquina; estão em jogo expectativas de atuação e satisfação com o trabalho, obtenção de prestígio.

Criaram uma quimera com corpo de empreendedorismo, autonomia, livre-arbítrio e membros reconstituídos pelo fim do reinado dos professores e pesquisadores que emitem protocolos de condutas e normas sanitárias. A mistificação da medicina é uma operação de subtração. As possibilidades idealizadas de ser médico resultam da retirada dos pacientes da equação. Asas às fantasias de vencer por mérito próprio abstraindo as condições concretas de vida no Brasil oferecem como vantagem adicional a isenção da tarefa de equacionar medicina e saúde. Para afastar o fantasma do engajamento ideológico e prevenir práticas anticientíficas, é preciso fincar os dois pés na realidade e construir pontes que permitam resgatar a identidade médica necessariamente vinculada com a saúde da população.

*Ligia Bahia é médica e professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro

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JORNAL OPÇÃO

Beneficiárias do Ipasgo podem fazer mamografias com isenção da coparticipação

De 17 de outubro a 15 de novembro, mulheres com mais de 40 anos podem agendar realização de mamografia sem cobrança de porcentagem sobre o serviço utilizado

O Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) realiza campanha de prevenção ao câncer de mama com isenção de coparticipação para realização de exames de mamografia. A dispensa temporária, vigente entre o dia 17 de outubro e 15 de novembro, é parte da agenda do Outubro Rosa, mês voltado ao compartilhamento de informações, à ampliação do acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento, à redução da mortalidade e à conscientização sobre o câncer de mama. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), essa doença já vitimou 50 pessoas por dia no Brasil em 2021.

A ação do instituto, de acordo com portaria assinada na quinta-feira, 13, é voltada para mulheres com mais de 40 anos, idade em que a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda a realização anual de mamografia. Os exames devem ser realizados em qualquer clínica ou laboratório da rede credenciada ao Sistema Ipasgo Saúde, mediante agendamento prévio.

O presidente do Ipasgo, Vinicius Luz, pontua que esta é a primeira vez que o instituto realiza uma campanha de prevenção ao câncer com isenção de coparticipação para todos os usuários que se enquadrarem nos critérios. A ação será realizada todos os anos a partir de agora. Inclusive, a portaria já normatiza que em 2023 o período de isenção de coparticipação em mamografia convencional bilateral ocorrerá ao longo de todo o mês de outubro.

Câncer

A realização regular de mamografia é considerada essencial para detecção precoce da doença. Isso porque a identificação do câncer em estágio inicial reduz as taxas de mortalidade, diminui traumas físicos e os custos do tratamento. No estágio I, as chances de cura chegam a 95%. No entanto, esse percentual despenca para 40% no nível III, o mais avançado quando não há metástase.

Segundo tipo de tumor mais frequente em todo o mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 23% dos tumores malignos que acometem as pacientes. Por ano, o Brasil registra cerca de 60 mil novos casos, em média, 164 por dia. Só em 2021, o País registrou 18,2 mil vítimas. Desde que os dados começaram a ser computados, em 1996, foram 323,2 mil óbitos provocados pelo câncer de mama.

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Alimentação saudável pode reduzir risco de câncer de mama em cerca de 20%

Maior risco é daquelas que fazem uso de terapia hormonal

Pesquisas apontam que obesidade está ligada diretamente a maior risco de desenvolvimento de câncer de mama entre as goianas. Os dados são de um trabalho da Universidade Federal de Goiás (UFG). Participante do levantamento, o mastologista Ruffo de Freitas Júnior afirma que uma alimentação saudável reduz em cerca de 20% o risco da doença.

“Hábitos saudáveis incluindo uma dieta mediterrânea (leia-se) rica em peixes ou proteínas animais com baixa gordura, castanhas, folhas, frutos, cereais e óleo de oliva, reduzem em aproximadamente 20% o risco de câncer de mama”, frisa Ruffo. De acordo com o médico, nas duas últimas décadas houve um aumento de casos em mulheres acima de 30 anos.

No entanto, o mastologista esclarece que há maiores diagnósticos de câncer de mama em mulheres com 50 ou mais que são fumantes. Além do tabagismo, ele lista outros fatores como uso de terapia hormonal, com objetivo de melhorar a qualidade de vida, libido, textura do cabelo e da pele, ansiedade e para reduzir a insônia.

“As mulheres que utilizam a terapia hormonal devem saber que terão um risco maior para desenvolver câncer de mama e, devem ser acompanhadas de forma sistemática por seu ginecologista e também por mastologista, permitindo que, caso ocorra o dissabor de um câncer de mama, que o mesmo possa ser detectado e tratado em uma fase precoce”, alerta.

Acerca da utilização de anticoncepcionais, há um registro baixo do risco de desenvolver câncer, os índices são de aproximadamente 10%. “Não obstante, os benefícios são tão maiores, mesmo para as mulheres que apresentam história familiar de câncer de mama, que o seu uso não deve ser inibido por esse pequeno aumento do risco”, salienta.

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SEU DINHEIRO

Fleury (FLRY3) fará aumento de capital de R$ 1,2 bilhão para reforçar o caixa e manter estratégia de crescimento

Pouco tempo depois de adquirir o Hermes Pardini (PARD3) em uma transação ambiciosa e complexa, o Fleury (FLRY3) anunciou que fará um aumento de capital de até R$ 1,2 bilhão por uma subscrição privada – quando os atuais acionistas têm preferência na compra dos novos papéis.

No total, o Fleury pretende emitir entre 34.896.418 e 70.567.969 ações por R$ 17,27 cada – um desconto de 6,5% se considerado o fechamento de sexta-feira (14). Isso quer dizer que a empresa pretende levantar um valor mínimo de R$ 602,6 milhões.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o dinheiro será usado para reforçar o caixa da empresa, reduzir a alavancagem, manter sua estratégia de crescimento e dar segmento aos planos de expansão orgânica.

Os atuais acionistas interessados em adquirir novas ações conforme seu direito de preferência poderão fazer isso de acordo com a posição acionária do fechamento do dia 20 de outubro. O prazo para exercício do direito começa no dia seguinte e termina em 21 de novembro.

Como o Fleury (FLRY3) está crescendo

No fim de junho, chamou a atenção do mercado a notícia de que o Fleury (FLRY3) iria comprar o Hermes Pardini (PARD3). Na época, o rival foi avaliado em cerca de R$ 2,5 bilhões, numa estrutura que combina troca de ações com uma parcela em dinheiro.

Ainda que o negócio envolva uma série de aprovações regulatórias, ele surgiu em um momento em que outras empresas do setor faziam movimentos semelhantes, como Hapvida e NotreDame Intermédica ou Rede D’Or e SulAmérica. Juntas, elas criaram empresas gigantes e com atuações bastante amplas ao longo da cadeia.

Com toda essa consolidação do setor, o Fleury precisava crescer para sobreviver.

Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, a CEO do Fleury, Jeane Tsutsui, contou como a compra do concorrente serviu, para firmar a posição da companhia no tabuleiro do setor.

As ações FLRY3

No ano, FLRY3 tem uma valorização de 7,16%, enquanto o avanço no mês é de 4,46%.

De acordo com dados da plataforma TradeMap, das 11 recomendações para o papel, sete são de manutenção, duas são de venda e outras duas são de compra.

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ISTOÉ

Sinal de demência pode ser detectado até 9 anos antes de diagnóstico

Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelaram que é possível detectar sinais precoces de demência até nove anos antes de o paciente receber um diagnóstico específico, como Alzheimer. No trabalho divulgado nesta sexta-feira, 14, na publicação Alzheimers & Dementia: The Journal of the Alzheimers Association, o grupo de cientistas analisou informações do Biobank, o banco de dados biomédicos britânico.

A equipe descobriu sinais de dificuldades em várias áreas específicas, como a solução de problemas e a lembrança de números específicos.

Quando olhamos para a história dos pacientes, fica muito claro que eles já apresentavam alguns sinais de problemas cognitivos muitos anos antes de os sintomas se tornaram óbvios o suficiente para gerar um diagnóstico, afirmou Nol Swaddiwudhipong, principal autor do estudo.

As descobertas levantam a possibilidade de que, no futuro, pacientes em maior risco de desenvolver algum tipo de demência sejam mapeados para intervenções precoces ou para testes clínicos de novos medicamentos.

Atualmente, existem poucos tratamentos eficazes para demências ou outras doenças degenerativas, como o Parkinson. Em parte, isso ocorre porque as doenças só são diagnosticadas depois que os sintomas aparecem, embora a degeneração propriamente dita comece muito anos (e até décadas) antes. Isso significa que, quando os pacientes são recrutados para testes clínicos de novos tratamentos, pode já ser muito tarde para que o curso da doença seja alterado.

A análise das informações reunidas no banco de dados biomédicos revelou que pessoas que desenvolveram Alzheimer já apresentavam um desempenho pior do que indivíduos saudáveis em tarefas de resolução de problemas, tempo de reação a estímulos, capacidade de lembrar de números, memória prospectiva (nossa capacidade de lembrar de algo para fazer mais tarde), entre outros. Isso também foi constatado em pessoas que desenvolveram uma forma rara de demência chamada de demência frontotemporal.

Remédio

Estudo publicado na revista científica americana BMJ Open Diabetes Research & Care na semana passada revela que alguns medicamentos contra a diabete podem reduzir em até 22% o risco de demência em pacientes.

Segundo os pesquisadores, as descobertas ajudam a planejar melhor a seleção de medicamentos para pacientes com diabete tipo 2 e com alto risco de demência, quadro clínico que afeta as funções cerebrais.

A demência é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva que afetou 55 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015 e aumenta em quase 10 milhões de casos por ano. O diabete tipo 2 está associado a um risco elevado de demência por todas as causas, incluindo seus dois subtipos principais, Alzheimer e demência vascular.

Os cientistas compararam o risco de aparecimento de demência em pacientes com diabete tipo 2, a partir dos 60 anos, tratados com três classes de medicamentos: sulfonilureia (SU), tiazolidinediona (TZD) e metformina (MET). Segundo eles, os resultados trazem contribuição significativa à literatura sobre os efeitos de medicamentos contra diabetes para a demência. Trabalhos científicos anteriores tiveram conclusões inconsistentes.

Para a seleção de participantes da pesquisa, foram utilizados registros médicos eletrônicos do Sistema de Saúde para Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos entre 1º de janeiro de 2001 e 31 de dezembro de 2017 envolvendo 559.106 pessoas com diabete tipo 2.

O estudo é considerado de caráter observacional. Isso porque faltam detalhes como, por exemplo, sobre a função renal ou informações de genes de risco dos participantes no banco de dados.

No entanto, acreditam os pesquisadores, estudos futuros podem redirecionar agentes antidiabéticos orais para a prevenção de demência e podem considerar priorizar o uso de tiazolidinediona.

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A GAZETA ONLINE

Paralisia infantil: vacina injetável deve vir antes da gotinha; entenda

Especialistas explicam a diferença entre as doses injetáveis (VIP) e em gotas (VOP), além de como ambas funcionam e suas características

A notificação de um possível caso de paralisia infantil no Pará, no último dia 6, acendeu o alerta de especialistas e gerou dúvidas na população. A Secretaria de Saúde daquele Estado identificou o poliovírus nas fezes de uma criança de 3 anos após ela apresentar febre, dores musculares e quadro de Paralisia Flácida Aguda (PFA) com redução motora nas pernas cerca de 24 horas depois de receber a Vacina Oral contra a Poliomielite (VOP), a famosa gotinha, que contém o vírus da pólio enfraquecido.

A infectologista e pediatra Ana Paula Neves Burian explica que, para se confirmar se a causa da reação foi a aplicação do imunizante VOP, são feitas investigações para descartar outras doenças e infecções na criança, entre elas a Síndrome de Guillain Barré, e até avaliações de tumores na coluna.

“O prazo de efeito adverso é de quatro a 40 dias da vacina, por isso, a partir da suspeita, é realizada a investigação. Como a criança tomou a vacina e as fezes foram colhidas imediatamente, então a chance de dar positivo para o vírus do tipo 1 e 3 que está no imunizante em gotas é grande”, ressalta.

A identificação do vírus nas fezes após a vacinação é esperada, mas o registro no Pará passou a ser analisado por causa dos sintomas que causou. Porém, casos que relacionam o imunizante com o desenvolvimento da pólio são considerados raros e até nulos, pois a versão oral é aplicada como reforço, depois de a criança ter tomado a Vacina Injetável Poliomielite (VIP), administrada por via intramuscular, ou seja, com uma injeção.

No caso paraense, foi constatado que a criança não tinha registro da VIP em seu histórico vacinal.

Daí a importância de pais e responsáveis ficarem atentos, já que as duas doses de reforço da famosa “vacina do Zé Gotinha” (VOP) só deve ser aplicada depois que os pequenos recebem, nos primeiros seis meses de vida, as três doses por injeção (VIP).

Ordem de vacinação contra paralisia infantil: Injeção – aplicada na coxa da criança aos dois meses de vidaInjeção – aplicada na coxa da criança aos quatro meses de vidaInjeção – aplicada na coxa da criança aos seis meses de vidaGotinha – aplicadas duas gotas na boca da criança, como reforço, aos 15 meses de vidaGotinha – aplicadas duas gotas na boca da criança, como reforço, aos 4 anos e também em campanhas anuais de vacinação

Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme o calendário de rotina e na campanha nacional anual. As cinco doses contra a pólio são oferecidas gratuitamente nas unidades de saúde.

Caso a vacina esteja atrasada, a criança pode e deve se vacinar mesmo assim, começando pela injeção.

CONFIRA ABAIXO AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS DUAS VACINAS: Entenda como funciona as vacinas VIP e VOP de

O poliovírus presente na VIP contém os tipos 1, 2 e 3, inativados em sua fórmula, para criar a base para as próximas doses, em gotas. Especialistas ressaltam que a forma injetável não traz riscos de provocar a doença, ainda que a criança esteja imunologicamente indefesa, já que o vírus administrado está morto.

Isso significa que ele é incapaz de se reproduzir dentro do organismo. Se fosse ingerido, em vez de injetado, poderia ir embora nas fezes e não seria eficaz. “A pessoas com imunidade baixa ou que têm pacientes que realizam quimioterapia, por exemplo, é indicado para o filho ou neto tomar a vacina injetável. A mesma orientação vale para quem tem HIV ou faz tratamento para adquirir alguma imunidade”, explica a médica infectologista Euzanete Coser.

A função dessa vacina é induzir a produção de anticorpos que agem na eliminação de agentes causadores da poliomielite na corrente sanguínea. Caso a pessoa seja infectada, é pela corrente sanguínea que a pólio, após se multiplicar no intestino, consegue chegar até o sistema nervoso, onde destrói os neurônios motores levando a forma grave da doença.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), algumas vacinas, como a da poliomielite, requerem várias doses para permitir a produção de anticorpos de longa vida.

Por isso, após a injeção, é necessário tomar as doses de reforço por meio da VOP. Ela, que traz em sua fórmula o vírus atenuado, tem a eficácia de chegar até o intestino e atuar diretamente na formação de colônias, que vão criar uma imunidade no local em que o poliovírus se multiplica e promove complicações.

O Instituto Butantan informa, em seu site, que imunizantes em gotas são recomendados apenas para enfermidades contraídas por via fecal-oral, ou seja, pela ingestão de água ou alimentos contaminados, como é o caso da poliomielite.

A infectologista e pediatra Ana Paula Neves Burian ressalta que todas as vacinas são fundamentais, contudo, há uma vantagem do “Zé Gotinha” sobre a VIP.

“Quando a criança toma a gotinha, ela libera nas fezes esse vírus enfraquecido. Então, quem vai limpar essa criança pode ter contato com o vírus vacinal e criar sua própria proteção, enquanto a versão injetável, que é inativada, só protege quem a toma”, explicou a infectologista.

A especialista ainda reforça que muitos outros imunizantes, como o da febre amarela, a tríplice viral, contra caxumba, rubéola e até o BCG, têm os vírus enfraquecidos e funcionam no combate das doenças.

Efeitos adversos pós vacinais, com o aparecimento de sintomas como no caso do Pará, são raros. Ocorre apenas um caso em cada 3,2 milhões de aplicações e, conforme o Ministério da Saúde, de 1989 a 2012, houve apenas 50 registros.

A pediatra Elisa Heringer conta que é comum as crianças terem reações como dor, febre e vermelhidão no local onde se recebe a vacina, seja nas unidades de saúde quanto na rede particular.

Elisa Heringer

Médica pediatra

“Tanto no SUS quanto no particular, as vacinas são aprovadas pela Anvisa e seguras. A principal diferença é que, no particular, o reforço também é feito com a dose injetável, com o vírus inativado, e não com as gotinhas, como nos postos”

A pediatra ainda destacou a importância de manter a vacina em dia, afinal, a consequência pode ser o retorno da doença. “Caso a vacina esteja atrasada, pode e deve vacinar mesmo assim, até os 5 anos de idade. Desde 1989 não tínhamos mais casos da doença graças à vacina. Reforço que os riscos da doença são muito mais graves se o imunizante não for tomado. Vacinar é fundamental”, reiterou.

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 A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás registra 821 casos e 3 mortes em 24 horas

Caroline Louise 

Goiânia – Goiás registrou 821 novos casos e 3 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas. As informações constam no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), nesta segunda-feira (17/10). A taxa de letalidade da doença é de 1,61%. 

Ainda de acordo com a SES-GO, o Estado soma 1.716.019 casos e 27.562 mortes pela doença desde o início da pandemia. Outros 76 óbitos ainda estão em investigação para saber se há relação com o coronavírus. 

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AGÊNCIA BRASIL

Queiroga faz novo apelo pela vacinação de crianças contra a pólio

Pouco mais de 65% do público-alvo foi vacinado. A meta é 95%

Ainda distante da meta de vacinar 95% das crianças menores de 5 anos de idade – cerca de 11,5 milhões – contra a poliomielite no país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez nesta segunda-feira (17/10) um novo apelo para que os pais ou responsáveis levem suas crianças às salas de vacinação. Nesta segunda-feira é comemorado o Dia Nacional da Vacina.  

Até o momento, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a campanha imunizou 65,6% do público-alvo, cerca de 7,6 milhões de crianças. Apenas a Paraíba, com 95,09% das crianças imunizadas, atingiu a meta nacional. No Amapá, a imunização está em 90,8%, segundo a pasta. 

“Desde o dia 7 de agosto, temos feito um apelo à nação brasileira para que levem suas crianças com menos de 5 anos para completar o esquema vacinal da pólio e a meta é de 95% de cobertura vacinal, das cerca de 15 milhões de crianças que são aptas a receber essas vacinas”, ressaltou o ministro.

Alerta

O Brasil não registra casos de paralisia infantil desde 1989, mas com a queda das taxas de vacinação desde 2015, diversos órgãos ligados à saúde alertam para o risco de retorno da doença.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), advertiu em setembro que esse risco é muito alto. “Precisamos vacinar a população, principalmente nossas crianças. É inaceitável que, em pleno século 21, nós tenhamos sofrimento das nossas crianças por doenças que já estão erradicadas há muito tempo”, acrescentou Queiroga.

De acordo com o Ministério da Saúde, a meta de cobertura vacinal contra a poliomielite em crianças menores de 1 ano não é atingida desde 2017. 

Ao listar esforços das secretarias de saúde de muitos estados que ainda não atingiram a meta, como atendimento em horários ampliado e aos finais de semana, Marcelo Queiroga também destacou que a baixa adesão tem ocorrido no mundo todo e que o comportamento não é uma exclusividade do Brasil. Queiroga ressaltou ainda que as vacinas do calendário nacional seguem disponíveis nos 38 mil postos de saúde do Brasil.

Poliomielite

A poliomielite ou pólio é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas. Nos casos mais graves da doença, também chamada de paralisia infantil, ela provoca o comprometimento do sistema nervoso, levando à paralisia de membros e alterações nos movimentos e pode até ser fatal.

Covid-19

O Ministério da Saúde adiantou que a vacina contra covid-19 da Pfizer – liberada para crianças de seis meses a menores de quatro anos – deve chegar ao Brasil na próxima semana. 

“Nós estamos nas tratativas finais com relação à chegada das vacinas e a expectativa é de que elas já estejam no país em meados da próxima semana, na quarta-feira (26). Esse foi último dado que recebemos da própria empresa”, afirmou o secretário-executivo do ministério, Bruno Dalcolmo, sem especificar quantidade.

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AGÊNCIA ESTADO

Mamografias caem na pandemia e casos ficam mais graves

_ Apenas 2,05 milhões , 17% das mulheres entre 50 e 69 anos, fizeram 0 exame preventivo em 2021

JOÃO KER

Apenas 2,05 milhões, 17% das mulheres entre 50 e 69 anos, fizeram o exame preventivo do câncer de mama ao longo de 2021, segundo a pesquisa Panorama do Câncer de Mama no SUS. O total supera o observado no ano anterior, quando 1,4 milhão de mulheres dos 50 aos 69 anos fizeram o rastreamento em meio às restrições do coronavírus e ao sufocamento da rede pública pela pandemia. Ainda assim, a cobertura de 2021 está abaixo dos 23% registrados em 2019.

O levantamento foi realizado pelo Instituto Avon e pelo Observatório de Oncologia, com base nas informações do DataSUS de 2015 a 2021 e foco nas mulheres de 50 a 69 anos por recomendação do Ministério da Saúde, que prioriza a faixa etária no rastreamento da doença. Os dados apontam para uma queda de 40% dos exames realizados entre 2019 e 2020 e de 18% no ano seguinte. “Isso ainda é um reflexo da pandemia. Ainda temos uma sobrecarga de demanda das pessoas que deixaram de fazer esse tipo de exame, além da questão do medo (de se infectar com a covid ) “, explica Nina Melo, coordenadora do Observatório de Oncologia.

As regiões do Brasil que tiveram menor cobertura foram o Norte e o Centro-Oeste. Entre 2020 e 2021,9% das pacientes nesta faixa etária realizaram o exame de rastreio, taxa bem aquém da média nacional. Já o Estado de São Paulo teve o maior número de procedimentos desse tipo aprovados, correspondendo a 31% do total.

Espera perigosa

Mais de 60% de todas as mulheres diagnosticadas começam 0 tratamento depois do recomendado

Ainda em 2020, dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontaram que o câncer de mama já é o tipo mais diagnosticado da doença. Ele corresponde a 24,5% de todos os diagnósticos positivos feitos no mundo e a 6,9% das mortes. Apesar de ainda não ter dados concretos sobre este ano, Nina acredita que o cenário dos exames de rastreamento já apresenta sinais de estabilização nos parâmetros pré-pandêmicos. “Pelos contatos com médicos e oncologistas, eles já vêm nos dizendo isso. A própria comunicação do rastreamento e o ciclo completo da vacinação (contra a covid) ajudaram na retomada.”

ESPERA. Outro dado apontado pela pesquisa diz que mais de 60% de todas as mulheres diagnosticadas com câncer de mama no País entre 2015 e 2021 começaram o tratamento depois do recomendado. Segundo a Lei 12.732/12, o prazo máximo de espera no sistema público de saúde deve ser de 60 dias após a identificação da doença. Em 2020, o tempo médio desse intervalo chegou a 174 dias. Membro do Comitê Científico do Instituto Vencer O Câncer, o oncologista Abraão Dornellas classifica essa demora entre diagnóstico e tratamento como “inadmissível”. “É preciso entender que não adianta fazer diagnóstico precoce se não estabelecer um tratamento precoce.”

“Depois desse déficit de exames da pandemia, percebemos que muitas pacientes já chegam com lesões palpáveis. Também percebemos que, após a demanda represada da pandemia, houve um aumento na procura de pacientes, mas muitas em estágio mais avançado da doença”, afirma a oncologista Caroline Rocha, do Departamento de Câncer de Mama do Hospital A. C. Camargo Câncer Center.

EXEMPLO. Foi o caso da analista de sistemas aposentada Maria Macedo, de 67 anos. Ao longo de toda a pandemia, ela teve medo de sair de casa e ir ao hospital por causa do coronavírus. Em janeiro, voltou a fazer exames de praxe, e descobriu que estava com câncer de mama em estágio avançado.

Maria já sabia que tinha um caroço desde 2019 – “mas era só uma calcificação, não tinha problema”. “Só que ele começou a crescer bastante, suspeitei e fui correr atrás”, conta. Desde maio, ela já fez quatro sessões de quimioterapia e ainda está em tratamento, enquanto espera o caroço diminuir para poder retirá-lo com cirurgia.

Além de o câncer se espalhar da mama para o corpo ou aumentar de tamanho, o diagnóstico tardio da doença também afeta o tratamento das pacientes, principalmente na faixa etária de Maria, dos 50 aos 69 anos, podendo evoluir para algo mais radical, como a mastectomia. “O mesmo acontece com a toxicidade do tratamento quimioterápico”, diz Caroline. Procurado, o Ministério da Saúde não informou sobre planos de diminuir esse tempo de espera ou se há alguma ação para ampliar a cobertura da mamografia no País.

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Artigo – A tabela SUS é mais um problema que uma solução

Marcelo Carnielo

Desde as raízes da assistência à saúde nas organizações brasileiras com as empresas de estrada de ferro dos anos de 1920, ou a partir da Lei Eloy Chaves, de 1923, com o sistema de Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) – até os dias de hoje, a saúde sempre esteve em crise.

A discussão sobre o subfinanciamento na saúde pública é antiga e adianto que, diante dos desafios atuais, com destaque para o envelhecimento da população, as entregas no setor tendem a piorar, e com nenhuma perspectiva de crescimento de financiamento do setor público.

No atual momento político, retoma-se a velha discussão de aumentar a tabela SUS, mas vamos a uma reflexão: dobre a remuneração da consulta médica especializada do SUS, dos atuais R$ 10 para R$ 20 (aumento de 100%). Resolveu o problema? Claro que não. Portanto, o problema não está só no preço da tabela, mas no modelo.

É necessário migrar de modelos que focam apenas no volume (produção), comprovadamente ineficientes, para modelos que coloquem o paciente no centro do cuidado. O orçamento global (global budget ) é uma das opções, praticado em contratos de gestão, no Brasil, com as Organizações Sociais de Saúde, que, com repasse aprimorado baseado em indicadores quantitativos e qualitativos, pode agregar valor ao paciente. Outra opção é o modelo de integração regional de serviços ou o modelo americano do cuidado, as ACOs ( Accountable Care Organizations ), ou, ainda, o bundle baseado em DRG ( Diag nosis Related Groups).

A classificação do DRG foi desenvolvida na Universidade Yale, EUA, no final da década de 1960. Na década de 1980, o DRG sofreu grande evolução metodológica, tornando-se o sistema utilizado pelo governo americano para avaliação do consumo de recursos para o tratamento hospitalar de pacientes agudos. A partir da década de 1990, o uso do DRG foi disseminado em várias partes do mundo (Alemanha, Austrália, Espanha, França, Inglaterra, Itália e Portugal), e, mais recentemente, aqui, no Brasil.

O DRG é uma metodologia sofisticada de compra de serviços, gerenciamento de custos e da qualidade assistencial-hospitalar, que permite a elaboração de bundle, ou produtos para a compra de serviços hospitalares – clínicos e cirúrgicos -, tendo como base informações coletadas a partir da internação de pacientes: fundamentada na combinação de idade, diagnóstico principal, comorbidadedes, complicações da doença de base, diagnósticos secundários e procedimentos realizados como variáveis definidoras das categorias, possibilitando afirmar que cada DRG é um produto assistencial que tem consumo homogêneo de recursos.

Desta forma, a estratificação da complexidade assistencial permitida pelo DRG torna a remuneração muito mais justa para os prestadores do que a atual tabela SUS.

Quanto à adoção gradual de remuneração baseada em pay for performance: analogamente ao modelo de remuneração hospitalar conhecido como DRG, a remuneração dos prestadores de serviços também deve sofrer mudanças estruturais visando ao pagamento pela qualidade dos serviços prestados, e não somente pela quantidade. Enfim, não faltam alternativas testadas e comprovadamente mais eficazes do que a velha e obsoleta tabela SUS.

Outra frente, muito mais importante, é a diminuição de desperdícios. Não existem e não existirão recursos que cubram os 53% dos desperdícios por falhas assistenciais (fonte: drgbrasil.com.br), que consumiram, em 2021, aproximadamente R$ 39,7 bilhões. Destes, cerca de R$ 25,3 bilhões foram só na esfera pública (fonte: www.planisa.com.br).

Somam-se a isso oportunidades de ganhos econômicos com a melhor utilização da capacidade instalada. Os hospitais pequenos – que são a maioria -, com taxa de ocupação inferior a 50% e ocupação média de 30% em centros cirúrgicos, só em 2021, desperdiçaram aproximadamente R$ 17,5 bilhões, sem considerar os leitos de covid-19 (fonte: www.planisa.com.br).

Assim, é fundamental entrar na pauta dos nobres políticos que a solução não é fazer mais hospitais, mas fazer mais com os que já existem. O custo operacional de um hospital é altíssimo e cada vez mais substituível com a evolução da tecnologia. É claro que temos buracos assistenciais no País que podem justificar novos equipamentos hospitalares, mas a organização da rede assistencial dos que já existem deve ser prioridade.

E, se não bastasse, precisamos combater o o vírus e. O Brasil é campeão mundial em exames de ressonância magnética para cada mil usuários de plano de saúde. A lista de consumos desnecessários é longa: materiais hospitalares, órteses, próteses e materiais especiais (Opme), má formação profissional, medicamentos, exames e cirurgias são apenas alguns exemplos.

Entre tantas situações, entendo que o custo adicional do piso da enfermagem é o menor dos problemas. Cabe, portanto, aos gestores da saúde e aos políticos em ano de eleição, observarem as verdadeiras soluções para o sistema de saúde brasileiro.

Caso contrário, vamos continuar repetindo os velhos problemas e as velhas soluções, colocando o aumento da tabela SUS como a principal solução de todas elas, enquanto, na verdade, ela é apenas mais um problema.

ESPECIALISTA EM GESTÃO DE CUSTOS HOSPITALARES, É DIRETOR DE SERVIÇOS DA PLANISA

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O ESTADO DE MINAS

Uso da cannabis no Brasil ficou mais restrito e prejudicará pacientes

Liberado desde 2015 pela Anvisa, o uso da cannabis medicinal estava melhorando — e muito — a vida de pessoas com epilepsia, artrite, esclerose múltipla e diversas outras enfermidades como ansiedade, insônia etc., tudo isso sob prescrição médica. Mas, na última sexta-feira, o Conselho Federal de Medicina (CFM) baixou norma proibindo seu uso para quaisquer outros fins que não sejam dois tipos de epilepsia ou doenças das quais o tratamento faça parte de algum estudo científico.

O Brasil vinha se consolidando como um dos protagonistas globais na pesquisa e na aplicação clínica dos fitocanabinoides na medicina. Isso graças aos diversos avanços regulatórios promovidos a partir de demandas sociais e do desenvolvimento das evidências científicas sobre os canabinoides como classe terapêutica. O papel da Anvisa neste processo foi fundamental, com normatizações sérias de autorização sanitária para produtos de cannabis com grau farmacêutico, normas para importação direta aos pacientes, para uso compassivo, mediante prescrição médica e emissão de autorização excepcional de importação.

De acordo com a Anvisa, o país tem 2,1 mil profissionais aptos a prescrever a cannabis. Esse número equivale a menos de 0,5% da quantidade total de médicos no Brasil. Mesmo assim, milhares de pacientes têm se beneficiado de tratamentos à base de cannabis medicinal. Os marcos regulatórios, construídos a partir da colaboração entre universidades, centros de pesquisa, profissionais da área de saúde, setores organizados da sociedade e do governo, têm propiciado ambiente de colaboração científica poucas vezes visto no Brasil.

O compromisso institucional do grupo Health Meds (HM) é dedicar 25% da receita líquida para pesquisa e desenvolvimento, o que propiciou o investimento em um ensaio clínico inédito, que visa investigar a eficácia de canabinoides menores na enxaqueca crônica e um plano de desenvolvimento que contempla ensaios clínicos nas seguintes indicações: epilepsia farmacorresistente; dor nos cuidados paliativos no câncer; sintomas neuropsiquiátricos na doença de Parkinson; sintomas comportamentais no autismo. Todo esse avanço ficará comprometido e os pacientes não poderão se beneficiar desse tipo de terapia por causa dessa nova resolução que limita mais ainda a prescrição da cannabis.

A HM reafirma que o posicionamento pela ciência a favor da vida faz parte de seu DNA. Ressalta que os produtos da HM têm grau farmacêutico, são produzidos a partir de canabidiol purificado e de canabinoides menores também purificados e isolados, com concentração descrita em rótulo, rastreabilidade e certificação completa de análise, realizada lote a lote.

Com a nova regulamentação, todas essas possibilidades e descobertas ficarão no desejo dos médicos e pacientes, que terão que se contentar com tratamentos convencionais e nem tão eficazes, e partir para uma “luta” pela liberação do uso do canabidiol. “Nos solidarizamos com os médicos, pesquisadores, professores, associações de pacientes, familiares e com todos os indivíduos que contribuem para a construção de um ecossistema saudável de prescrição médica de fitocanabinoides no Brasil. O momento é de união e de diálogo. Os focos são a manutenção do desenvolvimento científico, o acesso justo pelos pacientes e o profundo respeito à autonomia profissional. Nos colocamos ao lado dos médicos, que sempre confiaram na integridade do trabalho desenvolvido pela HM”, afirmam Leandro Neto, CEO da Health Meds, e Flávio Henrique de Rezende Costa, diretor de pesquisa e desenvolvimento (P&D). É aguardar para ver aonde isso chega.

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O TEMPO

Ministério espera receber vacina contra Covid para bebês na semana que vem

O Ministério da Saúde disse nesta segunda-feira (17) que a vacina da Pfizer liberada para crianças de seis meses a quatro anos deve chegar ao Brasil na semana que vem. Na última quinta (13), a pasta indicou o uso do imunizante apenas para crianças com comorbidades.

“Nós estamos nas tratativas finais com relação à chegada das vacinas e a expectativa é que elas já estejam no país em meados da próxima semana, na quarta-feira. Esse foi último dado que recebemos da própria empresa”, afirmou o secretário-executivo do ministério, Bruno Dalcolmo, sem detalhar o número de doses.

“Estamos elaborando a nota técnica, que deve sair por essa semana. Obviamente, é uma vacina com posologia diferente de todas as vacinas que nós utilizamos. É mais uma vacina para o nosso complexo calendário vacinal. É uma vacina de três doses: a d1, com 30 dias a d2. Depois, com 60 dias, a d3”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.

“[É] da Pfizer, que tem só uma tampinha de cor diferente. Então a gente precisa ter reuniões com os coordenadores estaduais e municipais de imunização para darmos treinamentos e mitigarmos possíveis erros vacinais assim que essas vacinas chegarem em solo brasileiro”, complementou Medeiros.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que “tudo isso tem que ser feito com responsabilidade”. A vacinação contra a Covid-19 das crianças de três e quatro anos já é feita hoje com a Coronavac.

O ministro também afirmou que vai conversar com o presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina) sobre a resolução que tornou ainda mais restritiva a indicação do canabidiol (CBD) para uso medicinal. A norma foi publicada na última sexta (14). Queiroga disse que é preciso chegar a um “denominador comum”.

“Eu ainda não li essa resolução, mas já me chegaram reclamações devido à indicação desses princípios ativos para além do que está posto nessa resolução. Vou conversar com o presidente do CFM, Hiran Gallo, para me inteirar melhor desses aspectos. Naturalmente, o CFM deve ter feito o devido impacto regulatório dessa medida. E vamos chegar a um denominador comum”, afirmou.

“As pessoas não podem ficar prejudicadas. No Brasil hoje, a judicialização da saúde é algo muito presente, muito marcante. Então, se não tivermos normas que sejam muito apropriadas, acaba-se judicializando. E, mesmo com a melhor das intenções, você acaba pervertendo, distorcendo, a aplicação de políticas públicas eficientes”, complementou.

As declarações foram dadas durante cerimônia no ministério em celebração ao Dia Nacional da Vacinação. Antes do evento, Queiroga deu a vacina de gotinha a uma criança que ainda não tinha se vacinado contra a poliomielite. Um ponto de vacinação foi montado na porta do ministério durante a manhã desta segunda.

A meta é vacinar 95% do público-alvo contra a poliomielite, cerca de 11,5 milhões de crianças. Até esta segunda, mesmo com a prorrogação da campanha, 65,5% das crianças tinham sido vacinadas, o que corresponde a quase 7,6 milhões. Apenas a Paraíba atingiu a meta, com 95,09% das crianças imunizadas.

Neste ano, a campanha foi encerrada no dia 30 de setembro com 54% do público-alvo vacinado. Mesmo assim, as vacinas do calendário nacional continuam disponíveis nos postos de saúde. Segundo o ministério, a meta de cobertura vacinal contra a poliomielite em crianças menores de 1 ano não é atingida desde 2017.

O PNI (Programa Nacional de Imunizações) recomenda a vacinação contra a pólio de crianças a partir de dois meses até menores de cinco anos de idade. Elas devem tomar três doses da vacina injetável -a chamada VIP (vacina inativada contra poliomielite)- aos dois, quatro e seis meses, e a vacina de gotinha -a VOP (vacina oral contra poliomielite)- aos 15 meses e aos quatro anos.

“A receita para que não tenhamos mais essas doenças nós já temos. Já sabemos o que devemos fazer, vacinar a nossa população. Desde o dia 7 de agosto, nós temos feito um apelo para todas as crianças brasileiras”, disse Queiroga.

“Por outro lado, apesar de todos esses esforços, nós vivemos um problema mundial, a queda das coberturas vacinais. Isso acontece em todo o mundo, não só no Brasil. Em parte, isso se deve às pessoas não se lembrarem o que significa a poliomielite.”

Em tom de campanha, o ministro também saiu em defesa do governo Bolsonaro sobre a condução da pandemia de coronavírus e criticou gestões anteriores. Assim como tem feito em outros eventos da pasta, Queiroga afirmou que o governo é a favor da vida e contra o aborto.

A poliomielite foi erradicada do país em 1994, mas a baixa cobertura vacinal e o crescimento de movimentos antivacina preocupam autoridades e especialistas. A doença, também chamada de paralisia infantil, provoca o comprometimento do sistema nervoso, levando à paralisia de membros e alterações nos movimentos. Em alguns casos, pode ser fatal.

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Assessoria de Comunicação