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DESTAQUE
Planos de saúde ganham 1,6 milhão de usuários em 12 meses
Farmacêutica pede aval de vacina inalável
Polícia Civil vai ouvir médico que atestou morte de paciente vivo
Pesquisa da UFG avalia técnica para tratar perda de visão em adultos
Covid-19: Goiás registra 1,6 mil casos e 5 mortes em 24 horas
Transmissão de HIV cai no Brasil, mas jovens precisam ter atenção
Brasil se aproxima de bater recorde anual de mortes por dengue
Comissão abre consulta de vacina da Pfizer para menores de 5 anos
33% dos médicos e 26% dos enfermeiros atenderam pacientes por teleconsulta
Sustentabilidade: cases e desafios das práticas ESG no setor de saúde
AGÊNCIA BRASIL
Planos de saúde ganham 1,6 milhão de usuários em 12 meses
Os planos de saúde médico-hospitalares já acumulam um aumento de 1,6 milhão de beneficiários nos últimos 12 meses, segundo balanço divulgado hoje (6) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e referente a dados de outubro.
Depois de ter superado a marca de 50 milhões de usuários em setembro, o número continuou a subir em outubro e somou 50.196.862.
A ANS também contabiliza aumento no número de usuários de planos odontológicos, que segue acima do patamar de 30 milhões.
O balanço mostra que o crescimento no número de beneficiários nos planos médico-hospitalares ocorreu em 25 das 27 unidades da federação, quando outubro de 2022 é comparado com o mesmo mês de 2021.
Entre os odontológicos, 26 unidades federativas registraram crescimento no comparativo anual.
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CORREIO BRAZILIENSE
Farmacêutica pede aval de vacina inalável
A biofarmacêutica Biomm anunciou ter solicitado aval definitivo para uso de vacina inalável contra a covid-19, Convidecia Air, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A empresa brasileira é parceira da chinesa CanSino, que desenvolveu o imunizante. A ideia do laboratório é oferecer mais uma opção de medicamento para a dose de reforço.
“A submissão visa a ampliar o acesso à vacinação por meio de mais uma opção contra a covid-19. É importante ressaltar ainda que, além dos benefícios para a população, a vacina inalável apresenta economia para o sistema de saúde por utilizar apenas um quinto da dose intramuscular”, destacou, em nota, Heraldo Marchezini, CEO da Biomm.
A biofarmacêutica brasileira destacou que o pedido de uso da Convidecia Air integra o processo de registro da versão injetável do imunizante, iniciado em maio deste ano. Ambas, conforme a CanSino, foram desenvolvidas a partir do adenovírus tipo 5 – vírus brando do sistema respiratório que causa sintomas semelhantes aos do resfriado comum – , modificado geneticamente para carregar as informações necessárias para sintetizar as proteínas novo coronavírus.
A vacina é inovadora por não necessitar de uma injeção para aplicação – que depende apenas de um nebulizador para transformar o líquido em aerossol para inalação pela boca. De acordo com a Biomm, a Convidecia Air foi aprovada na China e teve uso emergencial liberado no Marrocos.
Em estudo publicado na revista científica The Lancei Respiratory Medicine, cientistas da CanSino destacam que resultados sugerem que uma imunização de reforço heteróloga (com vacinas diferentes) com a vacina inalável “é segura e altamente imunogênica”. Os testes objetivaram
analisar a imunogenicidade do imunizante em adultos chineses que haviam recebido duas doses da CoronaVac.
Assim que houver aprovação da Anvisa, a Biomm prevê importar as vacinas Convidecia, injetável e inalável, e, posteriormente, produzir os imunizantes em sua planta em Nova Lima (MG).
A Anvisa informou que recebeu o pedido de inclusão da vacina injetável no processo em I o de dezembro e frisou que o imunizante tem mesma formulação do injetável – assim, trata-se de inclusão de “nova via de administração, através de um dispositivo específico”.
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TV SERRA DOURADA
Polícia Civil vai ouvir médico que atestou morte de paciente vivo
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A REDAÇÃO
Pesquisa da UFG avalia técnica para tratar perda de visão em adultos
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é a causa mais comum de perda de visão entre pessoas com mais de 50 anos. O mercado farmacológico tem à disposição tratamentos para reduzir o progresso da doença e cirurgias que são eficazes em alguns casos. Para inovar, a professora da Faculdade de Farmácia (FF) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Marize Valadares, propôs a utilização de células-tronco dentárias para o tratamento da doença.
A doença tem como principais fatores o envelhecimento do epitélio pigmentar da retina – células que nutrem os fotorreceptores – expostos à luz solar. A professora Marize Valadares explica que uma das causas é a exposição dos olhos ao sol, que gera inflamação, e que ocasiona a morte de células oculares. Com a morte do epitélio pigmentar, os fotorreceptores – células responsáveis por captar a luz e transmitir um impulso nervoso ao cérebro para reconhecer as imagens – também morrem. A cada novo ciclo de exposição sem proteção, processo inflamatório e morte celular, o indivíduo perde uma parcela da visão de forma progressiva.
O órgão dentário é rico em diversos tipos celulares e em diferentes maturações, as mais jovens são as células-tronco, afirma Marize. “As células-tronco presentes no dente podem ser modificadas para se tornarem semelhantes aos tecidos de outras partes do corpo, incluindo do tecido pigmentar da retina”, explica. A professora conta que a escolha da fonte das células se deu principalmente pela facilidade na extração e pela inexistência de questões éticas relacionadas ao dente, em relação às células tronco embrionárias.
A professora explica que a utilização de células-tronco, células jovens com alto poder de regeneração, para o tratamento da degeneração macular relacionada à idade não é novidade. A inovação da pesquisa realizada na UFG é a origem das células utilizadas para a terapia celular. “Este projeto especificamente é o estágio mais inicial para que consigamos chegar na possibilidade de ter um implante de células diferenciadas a partir de células tronco dentárias em paciente”, afirma.
Nos Estados Unidos e Japão, métodos inovadores, como o proposto por Marize, já se encontram em fase clínica. A professora explica que apesar do estágio avançado do estudo, as células utilizadas por eles são de outras origens, em especial as células-tronco pluripotente induzida (iPSC) reprogramadas sinteticamente, já a fonte de célula que estudamos (dentária) seria descartada”, afirma. Mesmo com as questões éticas, Marize ressalta que os estudos dos laboratórios internacionais obtiveram sucesso na melhora da qualidade da visão de pacientes com DMRI, o que embasa o possível sucesso clínico da pesquisa da professora.
Métodos
O projeto, iniciado em 2021, obtém o tecido dentário por doações de clínicas odontológicas parceiras. “O indivíduo que passa pelo processo de retirada do siso, poderá consentir em nos doar o dente que seria descartado”, afirma Marize. A professora explica que até o momento o projeto não tem nenhuma relação com o Hospital das Clínicas (HC-UFG), mas que almeja cooperação com a Oftalmologia do órgão.
Marize conta que o projeto tem duração de três anos e em seu cronograma prevê a obtenção das células-tronco, caracterização e a demonstração de que elas são células epiteliais pigmentadas da retina. Ao final, será feita uma prova de conceito (modelo utilizado para comprovar a hipótese inicial de uma pesquisa/artigo) em olhos de porco para confirmar que as células atingiram o grau clínico e são seguras para os testes em humanos. “Então o projeto é basicamente pegar uma célula que nunca foi utilizada para essa finalidade, diferenciar e fazer a prova de conceito”, explica Marize.
A professora afirma que a razão do estágio clínico não estar previsto no estudo é o tempo demandado para atingir a fase, por este motivo o projeto se encerra na prova de conceito. “Nós vamos fazer uma prova de conceito para saber se as células que manipulamos em laboratório tem capacidade de diferenciar e atingir grau clínico, que atende todos os graus de segurança para que seja futuramente implantada no paciente”, conta. O projeto foi contemplado pela Chamada MS-SCTIE-DECIT-DGITIS-CGCIS/CNPq nº 26/2020 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico com a quantia de R$ 5,3 milhões.
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Covid-19: Goiás registra 1,6 mil casos e 5 mortes em 24 horas
Ludymila Siqueira
Goiânia – O território goiano registrou 1.614 casos de covid-19 e 5 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. Os dados constam no boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) publicado nesta terça-feira (6/12). Com as atualizações, o Estado soma 1.751.161 infecções pelo novo coronavírus e 27.644 óbitos.
A Saúde estadual ainda investiga 897.518 casos e 69 mortes para saber se há alguma relação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus é de 1,58%, em Goiás.
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PORTAL UOL
Transmissão de HIV cai no Brasil, mas jovens precisam ter atenção
Apesar de o número de novas infecções pelo HIV ter caído cerca de 11% entre 2019 e 2021 no Brasil, a pandemia ainda exige atenção, principalmente na população mais jovem. O Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022 do Ministério da Saúde, divulgado na última semana, aponta a importância de entender melhor o comportamento dessa faixa da população e a necessidade da ampliação das políticas públicas para diagnóstico, prevenção, acesso e adesão ao tratamento do HIV.
A redução da transmissão aconteceu em 21 estados brasileiros e atingiu recuo ainda maior, da ordem de 15%, nas regiões Sul e Sudeste. Na cidade de São Paulo, por exemplo, dados da Fundação Seade, do governo paulista, mostram que o número de novos casos caiu pelo quinto ano consecutivo. De 2016 para 2021, o decréscimo é de 37,5%.
Ainda na cidade de São Paulo, também se observa há seis anos uma redução dos casos de Aids (quando a doença provocada pelo HIV se manifesta) e da mortalidade pela doença, que caiu quase 32% no período de 2016 a 2021, graças ao aumento do acesso aos tratamentos antirretrovirais (TARV).
No Brasil, a taxa de detecção do HIV caiu 26,5% em uma década – de 22,5 casos por 100 mil habitantes em 2011 para 16,5 casos por 100 mil habitantes em 2021.
Mas, mesmo com a tendência de queda de todos esses indicadores, o Brasil ainda enfrenta números que apontam para a necessidade da ampliação e fortalecimento das políticas de prevenção e tratamento do HIV. Em 2021, foram 40.880 novos casos de HIV (cerca de 112 infecções por dia), 35.246 casos de Aids (mais de 96 casos por dia) e ainda 11.238 mortes pela doença (30 mortes por dia).
Prevenção combinadaA queda dos novos casos é resultado de uma nova abordagem na prevenção ao vírus. Além da camisinha (praticamente o único recurso disponível contra o HIV nos anos 1980-1990), hoje existe uma série de recursos, estratégias e tecnologias que podem ser combinados para que cada indivíduo tenha acesso a um esquema de prevenção que faça sentido e funcione em sua vida.
Assim, informação adequada, vacinas contra algumas ISTS, preservativos internos e externos, testagens periódicas, acolhimento nos serviços de saúde, tratamento precoce e contínuo (pessoas indetectáveis não transmitem o vírus), PrEP (profilaxia pré-exposição) e PEP (profilaxia pós-exposição) são alguns dos recursos disponíveis hoje para a prevenção combinada, todos eles disponíveis no SUS.
Talvez, um dos maiores desafios seja garantir acesso a todos esses insumos de forma rápida e consistente no país como um todo. Ainda existe um número considerável de brasileiros que circulam com o vírus sem conhecer seu status sorológico, outros que sabem estar vivendo com o HIV, mas que não iniciaram o seu tratamento, e ainda aqueles que começaram a se tratar, mas que não aderem ou abandonam as medicações prescritas.
Uma política de saúde e de direitos humanos que combata estigma, preconceito e acolha melhor os mais vulneráveis teria um papel central na mudança desse cenário.
Adicionalmente, seria importante um esforço para a ampliação das informações sobre PrEP e PEP para a população, sobretudo para os mais vulneráveis ao HIV. Um estudo do INI/Fiocruz realizado no Brasil, México e Peru, mostra que a permanência em um programa de profilaxia pré-exposição tem relação direta com o grau de conhecimento sobre o método. Quanto maior a divulgação e disponibilidade da PrEP, maior a adesão da população alvo.
O que acontece com os jovens?O boletim do Ministério da Saúde traz um recorte preocupante: apesar da queda na transmissão do HIV na população como um todo, as infecções aumentaram entre os jovens de 15-24 anos. De 2007 a junho de 2022, quase um quarto dos novos casos acontece nessa faixa etária – 25% dos novos casos em homens e 20% em mulheres.
Só em 2022 (dados computados até o mês de junho), dos 16703 novos casos de HIV, 9516 estão na faixa entre 15 e 39 anos:
5% entre 15 e 19 anos17,5% entre 20 e 24 anos19,5% entre 25 e 29 anos15% entre 30 e 34 anos.Somando-se esses coeficientes, temos que cerca de 57% dos casos aconteceram entre pessoas mais jovens.
Em relação à Aids, a doença também atinge predominantemente pessoas mais jovens, entre 25 e 39 anos. Cerca de 52% dos casos de Aids entre os homens e 47% dos casos entre as mulheres estão nessa faixa etária. Em uma década, de 2011 a 2021, entre os homens, houve incremento importante na taxa de detecção de Aids nas faixas de 15 a 19 anos, 20 a 24 anos e 25 a 29 anos. O aumento em jovens dessas faixas etárias foi, respectivamente, de 45,9%, 26,2% e 16,0%.
No inicio da pandemia, eram 15 homens com Aids para cada 10 mulheres com o vírus. Essa razão foi se ampliando e hoje temos cerca de 25 homens para cada 10 mulheres. Entre os jovens, essa diferença é ainda mais marcante: na faixa de 15 a 24 anos, são 36 homens para cada 10 mulheres.
Olhando com mais detalhe os dados, a infecção pelo HIV mantém uma tendência que tem sido vista nos últimos anos. Ela é uma epidemia concentrada, que atinge desproporcionalmente homens, jovens e a população negra. No sexo masculino, a maior categoria de exposição foi a de HSH (homens que fazem sexo com homens, como gays e bissexuais), principalmente naqueles de até 39 anos.
Os números mostram que é preciso investigar mais a fundo as percepções e o comportamento dos mais jovens em relação ao HIV, principalmente daqueles mais vulneráveis do ponto de vista social. Educação sexual nas escolas (os programas sumiram de vista na última década), combate ao estigma e preconceitos e maior acesso a informação e aos insumos de prevenção são pontos chaves para essa virada.
Se o país pretende retomar sua liderança e voltar a ser exemplo nas políticas públicas de prevenção e luta contra a Aids, há muito trabalho pela frente. Mas, hoje, a gente sabe muito melhor como fazer e temos muito mais tecnologias e recursos à disposição. Quem sabe, com comprometimento e vontade política, a gente não consiga zerar a transmissão sexual pelo HIV em uma década e, assim, proteger toda uma geração de jovens?
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O ESTADO DE S.PAULO
Brasil se aproxima de bater recorde anual de mortes por dengue
_ Até 19 de novembro, quando saiu o mais recente boletim do Ministério da Saúde,
havia registros de gys óbitos, muito próximo das p86 mortes ocorridas em 20is
JOSÉ MARIA TOMAZELA
O Brasil deve bater o recorde em mortes por dengue este ano e pode ultrapassar, pela primeira vez, o número de mil óbitos anuais. Até o dia 19 de novembro, quando foi divulgado o mais recente boletim do Ministério da Saúde, haviam sido registrados 975 óbitos, muito próximo das 986 mortes ocorridas em 2015, o maior índice desde que a doença ressurgiu no País, na década de 1980.0 número já é quase quatro vezes maior que o total de mortes do ano passado, quando houve 246.
A maior incidência de dengue acontece em um momento em que o Brasil enfrenta também uma retomada da pandemia de covid-19. Em algumas cidades, as prefeituras estão sendo obrigadas a readequar o sistema de saúde para atender as duas doenças. “Estamos tendo a confluência das duas, o que é consequência da má administração da saúde pública. No caso da dengue, é uma situação trágica, pois nunca matou tanto quanto agora”, disse o infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Mais óbitos Com 323,9 mil casos de dengue, 0 Estado de São Paulo tem 0 maior número de mortes: 276 registros
Segundo os dados do ministério, o número de casos prováveis de dengue cresceu 175,1% este ano, em comparação com o mesmo período de 2021, com 1,39 milhão de casos, incidência de 651,9 por 100 mil habitantes. A Região Centro-Oeste é a mais crítica, com incidência de 1.977 casos por 100 mil moradores, seguida da Região Sul (1.041,2 por 100 mil). A cidade paulista de Araraquara tem a maior incidência por município – 8.754,4por 100 mil habitantes -, seguida pela também paulista São José do Rio Preto – 4.199,1 por 100 mil.
Com 323,9 mil casos positivos da doença, o Estado de São Paulo detém o maior número de mortes por dengue, com 276 registros, segundo o mineias aprovação de vacinas.”
E seguido por Goiás (151), Paraná (108), Santa Catarina (88) e Rio Grande do Sul (66). No País, outros 99 óbitos estão em investigação. Houve ainda 85 mortes por chikungunya. As duas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que se prolifera com mais facilidade em condições de calor e umidade, como ocorre atualmente.
ALERTA NACIONAL. O aumento nos casos de dengue levou a Sociedade Brasileira de Infectologia a divulgar um alerta nacional, lembrando que o quadro é preocupante e reforçando a necessidade da adoção de medidas preventivas contra a doença. “É urgente que tenhamos uma política de retomada efetiva para combater o vetor da dengue (0 mosquito Aedes aegypti). A situação é crítica, por isso fizemos esse alerta nacional”, disse Barbosa. Ele lembrou que, em junho deste ano, quando a letalidade já superava a casa das 500 mortes, a SBI avisou sobre a necessidade de reforçar a prevenção.
Outro aspecto observado, segundo ele, é que a dengue não está restrita a regiões quentes do Brasil, um sinal de que as mudanças climáticas têm afetado o risco de proliferação do mosquito. Os Estados do Sul, por exemplo, apresentam índices expressivos, seja no interior ou no litoral, o que expressa mais uma preocupação dos especialistas.
Além disso, segundo o infectologista, a atenção tem de ser permanente. “Precisamos de recursos para o controle da dengue, que é uma doença que pode ser grave e levar a óbito. Todas as pessoas estão suscetíveis e a conscientização é indispensável”, disse.
Para o infectologista, embora sejam doenças distintas e sem um elo entre elas, tanto a covid-19 quanto a dengue podem ser controladas com medidas preventivas. “No caso da covid, é ter a população extremamente vacinada com dose de reforço, vacinar crianças de zero a 3 anos, ampliar o acesso à vacina bivalente e à medicação já disponível, e fortalecer as medidas preventivas, como máscaras, para a população mais vulnerável. No caso da dengue, é acabar com os criadouros do mosquito e aceleramento é feito em todas as unidades de saúde, onde também são atendidos casos de covid. A cidade registrou 21.058 casos e 19 mortes por dengue este ano.
APOIO A MUNICÍPIOS. A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou ter liberado recentemente R$ 93 milhões para os municípios paulistas em apoio às ações de combate ao mosquito da dengue e para ampliar a vacinação contra a covid-19. De 21 a 26 de novembro, foi realizada a semana estadual de mobilização de combate ao mosquito, envolvendo prefeituras e organizações públicas. A pasta lembrou que o enfrentamento ao mosquito da dengue é uma tarefa contínua e coletiva.
Quanto à covid-19, a secretaria informou que monitora o cenário epidemiológico em todo o território estadual, reforçando a importância da população procurar os postos para tomar as doses de reforço da vacina, que evitam os casos mais graves da doença. Conforme a pasta, é grande o número de pessoas sem o reforço. “A quantidade de pessoas aptas a tomar a primeira e a segunda dose adicional do imunizante, mas que ainda não o fizeram, totalizam respectivamente, 10 milhões e 6,7 milhões no Estado”, disse.
O Ministério da Saúde informou que monitora de forma constante a situação epidemiológica da dengue em todo o País. A pasta destacou que investe em campanhas que orientam sobre a prevenção e distribui inseticidas e larvicidas aos Estados, além de realizar periodicamente a avaliação do cenário nacional.
Ainda segundo a pasta, também em relação à covid-19 são desenvolvidas estratégias de combate, o que inclui distribuição de vacinas, medicamentos, testes, habilitação de leitos e repasse de recursos para os municípios. Para garantir a continuidade da imunização e a máxima proteção contra a covid, a estratégia de vacinação para o próximo ano j á foi discutida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Também foram incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos para o tratamento da covid-19.
Saiba mais
Vacina contra chikungunya
A vacina contra chikungunya produzida pela farmacêutica francesa Valneva, em parceria com o Instituto Butantan, apresentou persistência dos anticorpos após um ano da vacinação com dose única em participantes do ensaio clínico. A testagem foi feita após as boas respostas do estudo de fase 3, que verificou a imunogenicidade e segurança do imunizante.
O ensaio dedicado a verificar essa persistência dos anticorpos foi feito com um subgrupo de 363 pessoas maiores de 18 anos que estão sendo a acompanhadas por pelo menos 5 anos para verificação da durabilidade após dose única. “Estamos entusiasmados com estes dados de 12 meses que estão de acordo com o que vimos na nossa leitura anterior do mês 6 após a vacinação, e reforçam as possibilidades de resposta de anticorpos duradoura ao nosso candidato a vacina contra o chikungunya.”, afirmou o médico chefe da Valneva, Juan Carlos Jaramillo. No Brasil, os testes em adolescentes já foram iniciados com a coordenação do Butantan. Jovens saudáveis de 12 e 17 anos foram chamados para o estudo.
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ISTOÉ ONLINE
Comissão abre consulta de vacina da Pfizer para menores de 5 anos
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou, inicialmente, a incorporação no SUS da vacina Pfizer contra covid-19 para crianças de 6 meses a 5 anos (Pfizer Baby), e o parecer passa, agora, por consulta pública aberta nesta terça-feira, 6. O imunizante já é aplicado em bebês de seis meses e com menos de três anos com comorbidades no País; os pequenos com 3 e 4 anos são elegíveis para imunizante Coronavac.
A comissão é responsável por assessorar o Ministério da Saúde sobre incorporação de tecnologias em saúde no SUS, com base em custo e eficácia. A consulta pública após parecer inicial é procedimento padrão dos processos da Conitec e fica aberta por dez dias.
Após colher colaborações, a comissão se debruça sobre a recomendação novamente e a envia para a chefia da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). O responsável pela SCTIE decide se publica o relatório no Diário Oficial da União ou se convoca audiência pública para debater tema – o que faz a minuta voltar para o plenário da Conitec.
Essa é a primeira vez que uma vacina contra covid precisa passar por aval da comissão. Isso ocorre, segundo informou o Ministério da Saúde, por causa do fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) – medida, inclusive, que havia sido alvo de críticas de cientistas. “A ampliação das doses para as crianças nessa faixa etária sem comorbidades passou a ser avaliada de forma prioritária pela Conitec”, explicou, em nota.
Médicos reclamam da demora na incorporação da vacina em um cenário em que circulam subvariantes do coronavírus mais transmissíveis e com maior escape imune, e também considerando a carga da doença na faixa até cinco anos, que causa morte e hospitalizações que poderiam ser evitadas com a vacina. Eles afirmam que dados apresentados pela farmacêutica à Anvisa – que deu aval ao imunizante há quase três meses -, atestam segurança e eficácia da injeção.
A vacina para essa faixa etária é aplicada em três doses de 0,2 mL. A tampa dos frascos é da cor vinho para evitar confusão com as outras formulações da Pfizer para adultos e crianças com cinco anos ou mais.
Em nota técnica publicada ao final de outubro, quase dois meses após deliberação da Anvisa, o Ministério da Saúde recomendou a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 6 meses a 2 anos de idade (2 anos, 11 meses e 29 dias) com comorbidades, “tendo em vista que a vacina Coronavac já está disponível para as crianças a partir de 3 anos de idade”.
Recente levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), no entanto, mostrou que ao menos uma em cada cinco cidades brasileiras relata falta de doses para vacinar crianças de 3 a 11 anos contra a covid-19. A maioria (85,1%) diz não ter estoque suficiente da Coronavac.
A chegada do imunizante ao braço dos bebês também foi marcada por atrasos. No dia 3 de dezembro, o Ministério da Saúde informou que havia recebido na última semana, 1 milhão de doses da vacina para bebês. No entanto, as doses só começaram a ser distribuídas na semana seguinte (a pasta informou que Estados receberiam doses até dia 11). Na capital paulista, a imunização só começou no dia 17.
Desde a publicação da nota técnica, especialistas e sociedades médicas criticam a não inclusão dos pequenos sem comorbidades e, considerando a gravidade do cenário, não compreendem a necessidade de envolver o Conitec na decisão. Mesmo que o órgão tenha sido favorável, eles apontam que o trâmite buracratiza o processo e atrasa a vacinação em um cenário de alto de casos puxada por novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e BE.9, que parecem ter maior capacidade de transmissão e escape imune.
“É um absurdo você submeter a um órgão que avalia custo e efetividade uma vacina contra covid em plena pandemia, que você precisa urgentemente vacinar”, destaca o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.
“É uma burocratização irresponsável, inconsequente e negligente”, avalia Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). “Atualmente, nessa faixa etária (de zero a cinco anos), a maior causa de óbito em termos de doenças infecciosas é a covid-19.”
Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, completa que, entre as crianças, “o grupo de bebês mais jovens” tem sido no qual se constata as maiores taxas de hospitalização e morte pela doença. E, ao contrário do que se pensa, muitas dessas crianças não tinham comorbidades. “Essa história de que somente quem tem comorbidade tem risco de desfechos graves não é correto, não é verdadeiro e não é embasado pelos dados oficiais do próprio Ministério da Saúde”, aponta.
Para a aprovação da Pfizer Baby, a Anvisa considerou estudos da farmacêutica, que confirmam segurança e eficácia, além de ter consulta e o acompanhamento de um grupo de especialistas de sociedades médicas, como a SBIm, SBI e SBP.
Os especialistas também reafirmam o perfil de segurança e eficácia das demais vacinas contra covid que já estão disponíveis nos postos, e alertam que a taxa de vacinação infantil está baixa. Segundo o consórcio de veículos de imprensa, só 36,93% dos pequenos de 3 a 11 anos estão totalmente imunizados.
“As variantes quando surgem procuram versões do vírus que confiram a ela maior poder de transmissão e de escape da imunidade. Então, talvez a vacina não impeça o indivíduo se infectar, mas diminui o risco de se infectar, e diminui muito o risco dos desfechos graves”, alerta Sáfadi.
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MEDICINA S/A
33% dos médicos e 26% dos enfermeiros atenderam pacientes por teleconsulta
Regulamentada recentemente, a teleconsulta foi utilizada para atender pacientes por 33% dos médicos e 26% dos enfermeiros no país, resultado inédito obtido na TIC Saúde 2022 lançada ontem (5) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), também mostra um crescimento no uso de tecnologias pelos profissionais de saúde, se comparado com o cenário anterior à pandemia.
Um desses avanços foi em relação ao acesso a dados disponíveis eletronicamente dos pacientes. No caso dos enfermeiros, houve maior crescimento em anotações de enfermagem (de 52% em 2019 para 81% em 2022); histórico e anotações clínicas do paciente (de 62% para 85%) e imagens de exames radiológicos (de 42% para 65%). Já no dos médicos, os maiores aumentos foram na disponibilidade de lista de medicamentos prescritos ao paciente (74% em 2019 para 85% em 2022); nos principais motivos que levaram o paciente ao atendimento (de 77% para 85%) e nas anotações de enfermagem (69% para 79%).
Com a maior adoção de sistemas eletrônicos pelos estabelecimentos de saúde, observamos em 2022 que os profissionais passaram a ter mais acesso a dados dos pacientes no formato eletrônico, o que pode impactar de forma positiva a assistência em saúde, comenta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.
Monitoramento remoto
A pesquisa constatou, também, um avanço na utilização de telessaúde, que inclui uma série de serviços de saúde prestados remotamente por meio das tecnologias da informação e comunicação. O monitoramento remoto de pacientes, por exemplo, que em 2019 era realizado por 16% dos enfermeiros, passou a ser utilizado por 29% deles em 2022. Em relação aos médicos, a prática foi de 9% para 23% no mesmo período.
Também na comparação entre 2019 e 2022, o serviço de teleconsultoria (contato entre profissionais da área para sanar dúvidas) aumentou de 26% para 34% no caso dos enfermeiros, e de 26% para 45% no dos médicos.
Prescrição digital
A prescrição médica em formato eletrônico tem sido realizada por 68% desses profissionais, e 21% tanto via computador quanto manualmente. No entanto, a forma de assinatura das prescrições continua sendo, em sua maioria, manual (71%). Quanto às prescrições de enfermagem item incluído pela primeira vez na TIC Saúde 51% dos enfermeiros já a realizam pelo computador, 27% tanto no computador quanto manualmente, e 68% dos que fazem a prescrição em formato eletrônico a assinam manualmente.
Infraestrutura
Os dados da 9ª edição da TIC Saúde indicam uma contínua ampliação do uso de computador e Internet conforme observado nos últimos anos, principalmente em estratos que apresentavam maiores disparidades, como nos estabelecimentos de saúde públicos e naqueles localizados na região Nordeste do Brasil.
Em 2022, 97% dos estabelecimentos públicos já contam com computador (94% em 2021). Nos estabelecimentos no Nordeste, 97% também têm computador e Internet disponível, sendo que em 2021, eram 92% e 91%, respectivamente.
As Unidades Básicas de Saúde registraram aumento, tanto no uso de computadores (passando de 94% em 2021 para 97% em 2022) quanto no acesso à Internet (92% para 97%, em 2022). Significa dizer que, em um universo de 43 mil UBS, somente 1,3 mil não possuíam esses dois recursos tecnológicos.
Segurança da informação e LGPD
O percentual de estabelecimentos de saúde que possuem uma política de segurança da informação definida passou de 30% em 2021 para 39% em 2022. Alguns estratos, porém, apresentaram avanços mais significativos, como os estabelecimentos privados metade deles possui uma política sobre o tema, enquanto nos públicos o percentual é 25%. Outros destaques são os estabelecimentos de saúde com mais de 50 leitos de internação (64%) e os de serviço de apoio à diagnose e terapia (56%).
No caso dos profissionais, mais de 60% dos que trabalham nos privados realizaram algum treinamento sobre segurança da informação outro indicador inédito da pesquisa. No caso dos estabelecimentos públicos, essa proporção é inferior a 15%. Além disso, os profissionais dos estabelecimentos com internação e mais de 50 leitos (33% de enfermeiros e 68% de médicos) foram os que mais tiveram acesso a curso ou treinamento no tema, principalmente se comparados aos profissionais das UBS (13% de enfermeiros e 7% de médicos).
Esses resultados evidenciam a necessidade de maior atenção e investimento por parte dos estabelecimentos de saúde em relação à segurança da informação, principalmente em um contexto de expansão do acesso a dados dos pacientes em formato digital, pondera Barbosa.
Outro ponto investigado pela pesquisa foram as ações adotadas pelos estabelecimentos ligadas à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A TIC Saúde 2022 mostrou que 41% deles promoveram campanha de conscientização interna sobre a legislação, um aumento de nove pontos percentuais na comparação com 2021, quando foram registrados 32%.
Verificou-se, também, uma disparidade entre os estabelecimentos públicos e privados no que diz respeito a medidas adotadas. Entre aquelas investigadas, a prática mais frequente foi a promoção de campanhas de conscientização interna sobre a LGPD (56% dos privados e 25% dos públicos), seguida pela nomeação do encarregado de dados pessoais (47% dos privados e 17% nos públicos) e implementação de um plano de resposta a incidentes de segurança de dados (43% dos privados e 17% dos públicos).
A disponibilização de canais de atendimento e interação com os titulares dos dados sofreu uma diminuição de 2021 para 2022, passando de 38% para 26% dos estabelecimentos de saúde. Há também uma diferença expressiva no oferecimento desse canal entre os estabelecimentos privados (35%) e públicos (17%).
Novas tecnologias
A pesquisa TIC Saúde também investiga o uso de novas tecnologias pelos estabelecimentos de saúde. A análise de Big Data permanece sendo um recurso usado por um número reduzido de estabelecimentos de saúde. Em um universo de 120 mil estabelecimentos investigados pela pesquisa, cerca de 7.600 utilizam esse recurso, sendo que destes, cerca de 5.700 são estabelecimentos privados. A principal fonte de informações são os dados próprios dos estabelecimentos tanto os provenientes de fichas cadastrais, formulários e prontuários (76%) quanto os provenientes de dispositivos inteligentes e sensores (74%).
A Inteligência Artificial é utilizada por cerca de 3.500 dos estabelecimentos de saúde e está mais presente nos estabelecimentos privados (cerca de 3.200), enquanto a robótica é utilizada por cerca de 4.700 (cerca de 3.300 destes são privados).
A pesquisa
Realizada desde 2013, a pesquisa tem o objetivo de investigar a penetração das TIC nos estabelecimentos de saúde e sua apropriação por profissionais de saúde, e conta com o apoio institucional de organismos internacionais como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Além disso, a realização da pesquisa é apoiada pelo Ministério da Saúde e o Departamento de Informática do SUS (Datasus), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (CONASS), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), e a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), além de especialistas vinculados a importantes universidades e instituições de pesquisa.
Nesta 9ª edição, as entrevistas ocorreram entre abril e outubro de 2022 com 2.127 gestores de estabelecimentos de saúde localizados em todo o território nacional. A pesquisa também entrevistou 1.942 profissionais de saúde.
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Sustentabilidade: cases e desafios das práticas ESG no setor de saúde
O Instituto Horas da Vida – organização sem fins lucrativos que busca levar saúde às pessoas em vulnerabilidade social – promoveu um talk show para debater o ESG e o impacto da sustentabilidade financeira nos negócios no setor de saúde. O evento contou com Bruno Porto, sócio e líder do setor de saúde na PwC Brasil; Fabiana Peroni, doutora em Saúde Coletiva pela Unicamp e mestre em promoção da Saúde pela Unifran; Thaís Melo, diretora médica da farmacêutica Boehringer Ingelheim; Emanuel Pessoa, sócio-diretor do Emanuel Pessoa Advogados; além da mediadora Tania Machado, embaixadora do Instituto Horas da Vida.
ESG é a sigla em inglês para Environmental (Ambiental, E), Social (Social, S) e Governance (Governança, G). O termo foi cunhado em 2004 em um relatório feito pelo Pacto Global, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem o objetivo de engajar empresas e organizações na adoção de princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção, em parceria com o Banco Mundial.
Governança corporativa é essencial para que a empresa continue alinhada aos seus propósitos de crescer e lucrar, assim, a companhia tem recursos necessários para adotar políticas ambientais e sociais. Empresa quebrada não pode investir em sustentabilidade e redução das desigualdades sociais. O que se percebeu é que corporações que investiam em ESG tinham retorno superior às demais que não investiam. Já que uma boa governança corresponde a melhora na administração da empresa e menor desperdício, detalha Emanuel Pessoa, doutor em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo (USP). Além disso, empresas que atuam fortemente na área social e ambiental colhem maior dividendos junto ao mercado consumidor porque acabam criando nicho de fãs, que supera até estratégia de marketing. Quando há fãs eles são verdadeiros defensores da marca.
Thaís Melo, diretora médica da farmacêutica Boehringer Ingelheim, destacou como a parceria de empresas com organizações sociais, como o Instituto Horas da Vida, pode auxiliar empresas a colocar em práticas ações sociais. E, dessa forma, cumprir o critério social das ações ESG.
Um exemplo que colocamos em prática foi uma parceria da Boehringer Ingelheim com o Instituto Horas da Vida. Como uma forma de responder aos dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que mostrou que a população negra encontra mais dificuldades em acessar o sistema público de saúde e que 23,3% das pessoas pretas e pardas se sentem ou já se sentiram discriminadas ao buscar serviços de saúde, realizamos, com execução do Horas da Vida, o projeto Mais Saúde para população negra. O objetivo foi assegurar o acesso dessa população às ações e aos serviços de saúde com foco na prevenção de doenças crônicas, destacou Thaís Melo.
O Horas da Vida promoveu avaliação física, atendimento e exames de mais de 100 pessoas pretas para avaliar se esses pacientes tinham problemas cardiovasculares ou diabetes. É importante que essas iniciativas não sejam isoladas e essas parcerias continuem ativas para que um projeto desse seja expandido e continuado para que não seja um impacto único para aquela população. Isso está totalmente alinhado com essas práticas ESG: promover inclusão e reduzir as desigualdades, tanto no sistema de saúde quanto da nossa sociedade.
O Horas da Vida promoveu avaliação física, atendimento e exames de mais de 100 pessoas pretas para avaliar se esses pacientes tinham problemas cardiovasculares ou diabetes. É importante que essas iniciativas não sejam isoladas e essas parcerias continuem ativas para que um projeto desse seja expandido e continuado para que não seja um impacto único para aquela população. Isso está totalmente alinhado com essas práticas ESG: promover inclusão e reduzir as desigualdades, tanto no sistema de saúde quanto da nossa sociedade.
A pesquisa Como as organizações de saúde podem incorporar as prioridades ESG?, da PwC, analisou as iniciativas ESG de 45 sistemas de saúde e seguradoras e de 32 empresas farmacêuticas e de biociências. No estudo, a consultoria identificou que provedores de serviços, operadoras e seguradoras de saúde e organizações farmacêuticas e de biociências adotaram historicamente o pilar social dos esforços ESG.
Há algumas iniciativas na área ambiental, mas ainda não é tão forte quanto outras indústrias. O setor de saúde tem seus desafios e, assim como outras empresas, precisa olhar para a qualidade de vida de seus colaboradores e da comunidade ao seu entorno. Inclusão e diversidade têm tudo a ver com saúde. Como garantir acesso com equidade é um grande desafio para a indústria de saúde, farmacêutica e operadoras, afirma Bruno Porto, sócio e líder do setor de saúde na PwC Brasil.
Segundo relatório da consultoria e auditoria PwC, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em investimentos que consideram os critérios ESG até 2025. Isso representa cerca de US$ 8,9 trilhões. Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos.
O relatório de ESG da Associação Nacional dos Hospitais Privados apresentou o exemplo de uma instituição de saúde particular de São Paulo que tinha uma reforma programada nos banheiros e decidiu trocar os vasos sanitários por um novo modelo de funcionamento a vácuo, algo simples. Esse sistema novo utiliza 1,5L de água por descarga, o anterior consumia 6L. Em quatro meses de reforma foram investidos cerca de R$ 26 mil. Em um ano constataram uma redução de quase 75% do consumo de água, exemplifica Fabiana Peroni, doutora em Saúde Coletiva pela Unicamp com 15 anos de carreira nas áreas de Saúde Coletiva, Gestão e Planejamento.
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Assessoria de Comunicação