Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 14 A 16/01/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde individuais podem ter reajuste de somente 10% em 2023, diz Citi

Falta de vacina da Covid-19 para crianças preocupa mães goianas

Período chuvoso acende alerta para cuidado com escorpiões em Goiás

Como funciona a vacina inalável contra Covid em análise pela Anvisa

Por que a pandemia de covid está longe de terminar

Janeiro Branco: importância de promover a saúde mental no ambiente corporativo

PL disciplina transparência das atividades dos conselhos de medicina

VALOR ONLINE

Planos de saúde individuais podem ter reajuste de somente 10% em 2023, diz Citi

Segundo os analistas, o número é pequeno, indicando crescimento anual composto de 5,2% nos últimos três anos, com a sinistralidade ainda elevada do setor

Planos de saúde individuais podem ter um teto de reajuste nos preços de 10%, calcula o Citi, levando em conta números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos nove primeiros meses de 2022 e o IPCA de 5,79% no ano passado.

Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata escrevem que o número é pequeno, indicando crescimento anual composto de 5,2% nos últimos três anos, com a sinistralidade ainda elevada do setor.

“Em nossa visão, a progressão no tíquete médio deve permanecer como o principal fator para aumentar margens no setor e destacamos a importância do teto não só para planos individuais mas como âncora para reajustes nos outros planos”, comentam.

Entre empresas com capital aberto, Hapvida é uma empresa bastante exposta a planos individuais, afirma o banco, com cerca de 17% da sua base de clientes e 21% das receitas neste nicho. Já SulAmérica, recentemente incorporada pela Rede D’Or, tem só 4% de clientes nesses planos.

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O HOJE

Falta de vacina da Covid-19 para crianças preocupa mães goianas

Com os postos desabastecidos, muitas crianças estão com o calendário vacinal atrasado

Por: Alexandre Paes

Desde novembro de 2022, quando houve a ampliação da vacinação com a Pfizer Baby para crianças de seis meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias de idade, sem comorbidades, os pais e responsáveis estão tendo dificuldades para encontrar o imunizante na capital. Em falta desde dezembro, no Estado, a nova remessa disponibilizada pelo Ministério da Saúde deve chegar em Goiás ainda em janeiro.

Segundo informações da gerente de imunização da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Alessandra Santana, a primeira e última remessa com lote de 35 mil doses, recebida em novembro do ano passado, foi distribuída aos 246 municípios do Estado e já está em falta em muitas cidades, incluindo Goiânia.

A gerente confirmou que a previsão, informada pelo Ministério da Saúde na semana passada, é de que a nova remessa dos imunizantes Pfizer Baby e Coronavac cheguem à Goiás ainda na segunda quinzena de janeiro de 2023. “Muitos municípios não têm mais doses, já usaram todo o seu estoque e não conseguiram vacinar toda a população, porque o Ministério da Saúde mandou somente uma remessa e a previsão é que seja na segunda quinzena de janeiro. Mas até então, não há nenhum ofício divulgado”, destaca a Alessandra Santana.

Mães se preocupam com crianças expostas

Com os postos desabastecidos, muitas crianças estão com o calendário vacinal atrasado. Na porta do Centro Municipal de Vacinação e Orientação ao Viajante (CMV), pelo menos cinco mães estavam voltando para casa com os filhos sem receber o imunizante.

Esse foi o caso de Theodoro, de 3 anos, vacinado com a primeira dose em outubro. Quando chegou a hora de receber a segunda, sua mãe, Elizabeth Batista Bastos Costa, 38, descobriu que o insumo estava em falta. “É desagradável. Queríamos que ele já estivesse imunizado. Ele já está em convívio com outras pessoas, e deve começar a ir para escola neste mês”, reclama.

Elizabeth demonstra preocupação com a falta de previsão para reposição do estoque de vacina, especialmente porque a sala de aula é um local de aglomeração. “É muito difícil controlar transmissão com criança pequena. A máscara para eles é mais difícil de usar, colocam a mão na boca o tempo todo. É o perfil que mais está exposto, e por isso me preocupa demais ficar com essa pendência no esquema vacinal”.

Juliana Siqueira Nunes, 40, que trabalha com relações públicas, passou por três postos de saúde só nesta semana em busca da segunda dose da Pfizer Baby para a filha Bruna, de 3 anos. E sempre recebem a mesma resposta das atendentes. “No posto próximo a minha casa me informaram que aqui teria a vacina. Cheguei e foi mais uma decepção. Estou há uma semana nessa corrida”.

Preocupada, ela se diz de mãos atadas com a situação, já que a família está de mudança para outro estado. “Vamos mudar sem ela ter tomado a segunda dose e não sei o que vou fazer. Amanhã já fica complicado resolver isso, porque já mudamos na semana que vem”, relata. Sem ânimo para peregrinar pelos postos de saúde, Juliana disse que vai tentar ligar nas unidades para saber a disponibilidade da vacina. “Creio que devo conseguir”.

Campanha infantil

Na última terça-feira (10/01) a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que a pasta vai iniciar uma campanha de vacinação infantil em fevereiro e que irá propor pontos de vacinação nas escolas. Nísia disse que a ideia é recuperar a alta cobertura de vacinação infantil.

Segundo a ministra, o abastecimento de vacinas para crianças e bebês contra a covid-19, que estão em falta no país, deve ser normalizado. Ela explicou que o Instituto Butantan se comprometeu a adiantar a entrega de 2 milhões e 715 mil doses nos próximos dias.

A vacina infantil contra a Covid-19, inicialmente, foi liberada somente para crianças com comorbidades. No entanto, a campanha passou a abranger crianças de 6 meses a menores de 3 anos, sem comorbidades, a partir do final de novembro, ampliando a procura.

Alessandra elucida que o esquema vacinal dos bebês é diferente da vacinação dos adultos e das crianças maiores, com dosagem desenvolvida especialmente para eles. Os bebês de 6 meses a menores de 3 anos recebem a Pfizer Baby. Já as crianças de 4 a 11 anos recebem a Pfizer Infantil e Coronavac, com duas doses, mais a dose de reforço. A partir de 12 anos, já podem receber a mesma vacina destinada aos adultos.

Até os 4 anos de idade, as crianças devem completar 3 doses no esquema vacinal contra Covid. “A vacina para a criança está recomendada a partir de seis meses até quatro anos, onze meses e vinte e nove dias. São três doses. Da primeira para a segunda dose, o intervalo é de quatro semanas e, da segunda para a terceira dose, oito semanas”, explica a gerente de imunização da SES-GO.

Importância da 2ª dose

O Ministério da Saúde orienta para que os pais e responsáveis levem suas crianças para completar o esquema vacinal, tomando a segunda e a terceira dose. A primeira dose protege contra formas graves da doença, mas a proteção é transitória e precisa ser reforçada com o passar dos meses, como explica o pediatra, Lucas Alvarenga.

“A primeira dose de vacina confere uma proteção relativamente boa, porém é transitória. Então, nós recomendamos fazer a segunda dose. A dose de reforço é, justamente, para manter os níveis de anticorpos contra esses agentes, para que tenha uma boa defesa”.

O pediatra destaca que nos primeiros anos de vida é ainda mais importante que as crianças criem defesas contra vírus e micro-organismos. “Principalmente no primeiro ano de vida, porque é justamente a fase em que o sistema imunológico da criança ainda não está 100% para evitar o contato com esses micro-organismos. Então é ainda mais importante que se vacinem as crianças nessa faixa etária precoce, para que evite formas graves da doença”, finaliza Lucas.

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Período chuvoso acende alerta para cuidado com escorpiões em Goiás

No Estado foram registrados 921 acidentes por picada de escorpiões somente no ano passado

Por: Rodrigo Melo

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) alerta a população sobre a importância de redobrar os cuidados para evitar escorpiões e outros animais peçonhentos no período chuvoso. Neste tempo quente e úmido de verão, os escorpiões saem à procura de abrigo em lugares secos. De forma geral, esses animais não atacam, mas usam o veneno como mecanismo de defesa quando se sentem ameaçados.

No ano passado, em Goiás, foram registrados 921 acidentes por picada de escorpiões. Com 82 notificações, Goiânia foi o município que mais teve ocorrências desse tipo, seguido por Rio Verde e Formosa, ambos com 73 ocorrências. De acordo com o Painel Scorpion, da SES-GO, a maioria das pessoas apresentou sintomas leves após a picada. A faixa etária com mais ocorrências é de 20 a 29 anos. Em todo o Brasil, segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, foram registrados mais de 154 mil acidentes por picada de escorpião.

Para auxiliar profissionais da área da saúde, bem como a população em geral, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Goiás (Ciatox) presta atendimento, em caráter de emergência, quando há qualquer situação de envenenamento ou intoxicação e também acidentes com animais peçonhentos. Por meio dos telefones 0800 646 4350, 0800 722 6001 ou (62) 3241-2723, qualquer pessoa pode acionar os médicos do Ciatox em caso de necessidade.

Orientações

Cuidados básicos devem ser tomados para evitar possíveis agravos com escorpiões ou qualquer outro animal peçonhento. “Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; ter cuidado ao calçar sapatos fechados, balançar roupas, sapatos, toalhas e outros, antes do uso; afastar camas das paredes; não deixar acumular entulho no quintal e manter a grama sempre aparada são ações que evitam esse tipo de acidente”, pontua a enfermeira.

Em situação de interação com um animal peçonhento, basta acionar os profissionais do Ciatox para saber como proceder. “Em um primeiro momento, retire tudo que possa apertar a região da picada, como anéis, pulseiras ou cintos; lave o local com água limpa e sabão e procure uma unidade de saúde mais próxima. Deixe a região afetada elevada em relação ao resto do corpo; evite correr e não dirija sozinho. Também é importante fotografar o animal, para auxiliar o médico no diagnóstico e tratamento do agravo”, orienta Juliana.

A picada de escorpião causa dor imediata e ainda pode ocasionar formigamento, vermelhidão e suor no local da ferida. Crianças, que são mais vulneráveis, podem sentir tremores, náuseas, vômitos, agitação incomum, excesso de saliva e hipertensão por alguns minutos ou horas. Vale destacar que todos os escorpiões são venenosos e que a gravidade aumenta devido à espécie e à quantidade de veneno injetada.

Existem quatro principais espécies. O escorpião-amarelo, encontrado em todas as regiões, é o que mais preocupa por ser o mais venenoso. O escorpião-marrom é encontrado na Bahia e em alguns locais do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O escorpião-amarelo-do-nordeste é mais comum no Nordeste, mas há registros em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina. Já o escorpião-preto-da-amazônia, principal causador de acidentes e mortes, é comum em Estados da Região Norte e no estado do Mato Grosso, no Centro-Oeste.

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ÉPOCA

Como funciona a vacina inalável contra Covid em análise pela Anvisa

No fim do ano passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu o pedido de análise de uma nova vacina contra a Covid-19. Chamado de Convidecia Air, o fármaco traz uma diferença bastante importante em comparação aos demais disponíveis hoje no mercado: em vez de injetável, ele é inalável e indolor.

Embora seja uma novidade no país, o produto já está sendo usado na China como dose de reforço nos cidadãos vacinados com outros imunizantes. Em vídeo publicado na internet, o governo chinês exemplifica a aplicação do produto, que é colocado em um copo de plástico com bico e deve ser aspirado pelo paciente. Toda ingestão leva menos de 30 segundos.

O imunizante foi desenvolvido pela chinesa CanSinoBIO, mas no Brasil está sob a responsabilidade da biofarmacêutica nacional Biomm. Em entrevista exclusiva a Época NEGÓCIOS, o presidente da companhia, Heraldo Marchezini, destaca que a possibilidade de uma vacina aplicada pelas vias orais já era discutida desde o início da pandemia, mas, em razão da emergência global, as injetáveis, que eram amplamentes conhecidas, foram as mais utilizadas.

“Essa é uma vacina que combina o adenovírus [mesma tecnologia usada em AstraZeneca e Janssen], que já tem a sua segurança comprovada e está em utilização na sua forma intramuscular, com uma tecnologia de aerossol de uma máquina já presente no mercado brasileiro. Essa combinação faz com que sua apresentação seja na versão inalável”, diz Marchezini.

Assim como as outras disponíveis no país, a Convidecia Air se destina a reduzir o risco de uma forma grave da doença, e não a evitar a contaminação pelo vírus. A diferença é que ela age no mesmo caminho onde o vírus penetra, pela mucosa nasal ou oral, então funciona como uma primeira linha de defesa do corpo humano para que a infecção perca força logo no início. A tecnologia é muito parecida com a usada no produto em gota, como o de poliomielite.

“As vacinas de mucosa têm uma vantagem, que é defender o organismo da penetração de vírus respiratórios, agindo com os anticorpos de mucosa, que evitam a invasão”, explica Isabella Ballalai, médica pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “Esse tipo conduz a resposta imunológica de mucosa e anticorpos no sangue, com o objetivo de evitar tanto a infecção quanto a transmissão da doença”, define.

Segundo a Biomm, a documentação da vacina inalável foi submetida à Anvisa em novembro do ano passado, complementando um dossiê com dados da Convidecia na versão injetável entregue em maio. Em decisão publicada na última segunda-feira (9), sem explicar os motivos, o órgão de saúde indeferiu a solicitação de registro definitivo da versão injetável, mas ainda deve decidir sobre a versão inalável, que traz a mesma composição medicamentosa.

A Biomm afirmou que vai recorrer da decisão por meio de um recurso administrativo, visto que o imunizante já foi aprovado por agências reguladoras de outros países. A empresa informa ainda que, caso consiga o aval definitivo do órgão, inicialmente as vacinas serão importadas e, depois, fabricadas na planta biofarmacêutica própria, localizada em Nova Lima (MG).

A reportagem entrou em contato com a agência federal para saber o status de aprovação da Convidecia Air, mas, por questões legais de confiabilidades, a Anvisa disse não se manifestar sobre os medicamentos em análise.

Por que ainda é importante criar vacinas contra a Covid -19

Se aprovada pela Anvisa, a Convidecia Air chega em um momento em que – pelo menos no Brasil – a maioria da população já está imunizada contra a Covid-19. No entanto, conforme relatam os cientistas, a tendência é que a aplicação de vacinas contra o vírus entre para o calendário anual, como ocorre com a da gripe, por exemplo, que tem de ser aplicada sazonalmente.

“A ciência está evoluindo, e estamos vendo o que seria uma segunda onda de vacinas, criadas a partir de plataformas diferentes e que podem levar a resultados melhores”, explica Ballalai. “As que temos hoje impedem a complicação dos casos, mas não evitam a infecção pelo vírus”.

Nesse contexto, a vacina inalável surge como mais uma opção para a população, com uma eficácia comprovada por diversos cientistas. Em uma publicação na revista The Lancet, uma das principais revistas científicas do mundo, um grupo de pesquisadores avaliou o fármaco e atestou sua segurança e imunogenicidade, especialmente para aplicação como terceira dose e em reforço à CoronaVac, medicação mais aplicada no Brasil.

“Em conclusão, os nossos resultados mostraram que uma imunização de impulso heterólogo com um Ad5-nCoV aerossolizado em adultos previamente vacinados é segura e altamente imunogênica, e provocou concentrações de NAbs significativamente mais elevadas do que uma terceira dose homóloga de CoronaVac”, relatou o grupo.

Marchezini, da BioMM, pontua que esta versão é ainda mais significativa, porque usa apenas um quinto do material necessário para produzir uma vacina intramuscular. “É uma questão econômica importante, porque você reduz a dose. Todos os indícios mostram que ela conduz a ótimos resultados, inclusive contra a variante ômicron”, afirma.

A médica afirma, ainda, que o imunizante pode ser mantido em geladeira comum, entre 2º C e 8º C, o que dá maior facilidade para o transporte e o armazenamento nas regiões remotas do país. “De uma forma já conhecida e adotada dentro da nossa estrutura, nós temos como transportar e armazenar essa vacina, sem que ela perca nenhuma das suas características, nem sua potência, que é o grande problema quando não está na temperatura ideal”, diz.

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UOL

Por que a pandemia de covid está longe de terminar

O coronavírus praticamente desapareceu do debate público – mas ainda está causando mortes.

No final de outubro de 2022, epidemiologistas e especialistas em doenças infecciosas de todo o mundo começaram a observar uma tendência preocupante.

Segundo o epidemiologista britânico Adam Kucharski, estava em andamento uma nova onda de covid-19, que vinha passando quase despercebida.

Os picos alarmantes de mortes e hospitalizações por covid-19, que todos nós observamos durante os dias sombrios de 2020 e 2021, foram substituídos por uma implacável sucessão de mortes diárias.

Vamos tomar um exemplo. No dia 21 de dezembro de 2022, houve 133 mortes relacionadas à covid-19 na Inglaterra, segundo o governo britânico. Este número pode ser considerado pouco significativo em comparação com 2020, quando as pessoas morriam aos milhares devido ao vírus.

Na mesma semana, 2.919 pessoas morreram de covid-19 nos Estados Unidos. Mas, como salientou Kucharski, mesmo os baixos índices de mortes podem acumular-se ao longo do tempo, até atingirem um número surpreendente, às vezes assustador.

O mesmo banco de dados indica que, em todo o ano de 2022, 46.099 pessoas morreram de covid-19 na Inglaterra. O número está abaixo das 75.240 mortes ocorridas em 2020 ou das 74.558 mortes de 2021, mas ainda é mais do que a maioria de nós poderia esperar.

Em termos de comparação, durante uma temporada de influenza particularmente forte, cerca de 30 mil pessoas podem morrer de gripe e pneumonia em todo o Reino Unido.

É muito difícil comparar os dados de diferentes países ao longo dos anos em nível global. Os meios e critérios de determinação do que conta como morte por covid vêm variando muito.

Mas a OMS reúne os números de mortes por covid informados por cada país, individualmente. Estes dados podem dar uma ideia da escala da pandemia.

Em 2022, pouco mais de 1,215 milhão de mortes de covid foram relatadas em todo o mundo. É muito menos que os 3,505 milhões registrados no ano anterior, mas ainda é um número de mortes enorme e com boas possibilidades de ser significativamente subestimado com relação ao índice real.

Ainda assim, em muitos corredores do poder – e até em redações jornalísticas – de todo o mundo, essas mortes contínuas raramente são mencionadas em comparação com as inúmeras outras crises que estão acontecendo, como as guerras pelo mundo, o custo de vida e as contas de energia. Mas, em todo o planeta, a covid-19 permanece presente.

‘Fadiga do coronavírus’Os cientistas admitem que provavelmente seria necessário acontecer algo drástico, como o impacto de uma nova supervariante, para que isso viesse a mudar.

Ou, como diz Kucharski, ficamos tão concentrados no pico da curva das mortes relativas à covid que acabamos menosprezando o lento crescimento do número de mortes e como ele ainda pode acumular-se até somar um índice muito significativo.

“Vimos isso com a variante delta em 2021”, afirma Kucharski. “Não foi um pico muito forte, mas foi muito mais longo. Com isso, o número total de hospitalizações ficou muito próximo de 2020. Elas apenas foram distribuídas por um período de tempo muito mais longo, já que o vírus não estava contagiando a população da mesma forma.”

A mesma tendência foi observada nos Estados Unidos. Cerca de 2 mil a 3 mil americanos ainda morrem de covid-19 todas as semanas.

O epidemiologista William Hanage, da Universidade Harvard (EUA), afirma que escreveu aos repórteres de um grande órgão de imprensa em julho de 2022, informando que, se o número semanal de mortes daquela época fosse extrapolado para um ano inteiro, seria equivalente a três temporadas de gripe particularmente devastadoras. Mas este tipo de notícia não chega mais às manchetes com a mesma rapidez.

“Os números realmente são muito altos”, afirma Hanage. “Mas uma das coisas que acontecem com os seres humanos é que aquilo que é constante acaba se tornando parte do dia a dia.”

“Nós realmente prestamos atenção quando existem picos muito altos”, afirma Denis Nash, epidemiologista da Universidade da Cidade de Nova York, nos Estados Unidos. “Com isso, criou-se uma situação em que as pessoas agora prestam menos atenção ao que está acontecendo, a não ser que exista algo grande refletido nos dados. Mas, quando você começa a olhar ao longo do tempo, realmente é assustador ver quantas mortes ainda estão acontecendo hoje.”

Para Nash e outros pesquisadores, uma das frustrações é saber que muitas das mortes poderiam ter sido facilmente evitadas.

Hesitação sobre vacinas e reforçosPor trás dos inúmeros gráficos e ilustrações nos websites dos governos, é surpreendentemente difícil penetrar nos números para entender completamente quem ainda está morrendo de covid-19.

A única forma de realmente definir a narrativa dessas mortes é conversar com os médicos na linha de frente dos hospitais. Segundo William Schaffner, professor de doenças infecciosas do Centro Médico da Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee (Estados Unidos), as mortes ainda tendem a concentrar-se no mesmo grupo mais vulnerável desde os primeiros dias da pandemia.

“As pessoas que estamos vendo hospitalizadas normalmente são idosos ou pessoas mais jovens que são imunocomprometidas, devido a alguma doença ou remédio que suprime o seu sistema imunológico”, afirma Schaffner. “São muitos grupos de alto risco.”

O consultor do Hospital Geral do Norte de Manchester, no Reino Unido, Andrew Ustianowski, apresenta um quadro similar.

“As mortes de que me lembro de ter acompanhado recentemente foram de pessoas com forte imunossupressão ou muito frágeis, o que causou maior impacto da covid”, afirma ele. “Isso nem sempre significa que elas morreram de covid. Elas podem ter contraído covid no hospital, mas, na verdade, foi sua doença subjacente que as matou.”

Muitos médicos acreditam que um dos problemas atuais, que torna esses indivíduos ainda mais vulneráveis, é a lenta administração das vacinas de reforço, mesmo nos grupos de alto risco.

As últimas estatísticas demonstram que, ao todo, 26 milhões de indivíduos no Reino Unido podem tomar o reforço, mas apenas a metade deles já recebeu suas vacinas.

Nos Estados Unidos, a demora para tomar o reforço é ainda mais preocupante. Apenas 29,6% dos norte-americanos com mais de 65 anos de idade receberam a última dose.

Existem muitas razões que levam a esta tendência, desde problemas no acesso às vacinas até a hesitação alimentada pelas tensões políticas e desinformação. E existe também a “apatia da covid”, que deixa os políticos e o público em geral ansiosos para deixar a pandemia para trás.

Em setembro de 2022, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou a declarar que “a pandemia acabou”, enquanto as mensagens de saúde pública foram ofuscadas por outras questões emergentes, como a varíola dos macacos, a poliomielite e a tensão sobre os hospitais, causada pelo acúmulo de dois anos de postergação de cirurgias.

Mas, embora perder um reforço possa ter pouco impacto sobre os indivíduos relativamente saudáveis que acumularam imunidade híbrida de infecções passadas e vacinações, as evidências vêm demonstrando repetidamente que a proteção induzida pela vacina desaparece com rapidez entre as pessoas mais vulneráveis.

Em março de 2022, um estudo demonstrou que a imunidade cai dramaticamente entre os idosos residentes em casas de repouso depois de apenas três meses.

Os cientistas acreditam que governos e autoridades de saúde pública precisam fazer mais para garantir que as pessoas em maior risco estejam totalmente conscientes da importância da continuidade das vacinas.

“Meu argumento é que o custo contínuo da covid deveria ser menor do que estamos tolerando”, afirma Hanage. “Podemos certamente reduzi-lo nos Estados Unidos, vacinando melhor as pessoas.”

“A combinação de falta de atenção política e da fadiga pandêmica fez com que a sociedade tropeçasse na situação atual. Conheço pessoas que morreram sem saber que tinham direito a reforços de vacina que provavelmente teriam salvado suas vidas”, segundo ele.

Proteger os vulneráveisComo o impacto atual da covid-19 afeta, ainda mais desproporcionalmente, os mais vulneráveis, vem se questionando se a sociedade como um todo deveria fazer mais para protegê-los e encontrar formas de reduzir o número de mortes atual.

Se fossem oferecidos reforços de vacina a todas as faixas etárias e não apenas aos mais vulneráveis, poderia haver diferença na interrupção da transmissão. Já a distribuição de antivirais como Paxlovid, que se acredita ter reduzido a mortalidade, poderia ser mais fácil, mais bem dirigida e disseminada em todo o mundo.

Existe também o temor de que os anticorpos monoclonais – proteínas cultivadas em laboratório que suplementam o sistema imunológico do corpo -, como o Regen-Cov da Regeneron e o coquetel de anticorpos Evusheld da AstraZeneca, estejam perdendo rapidamente a eficácia contra as variantes mais novas. Acredita-se que esses anticorpos tenham salvado a vida de muitas pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.

Como resultado, Hanage afirma que as variantes emergentes, como a BQ 1.1 (subvariante da ômicron), embora possam ter pouco impacto em nível populacional, provavelmente contribuirão para a estabilidade do número atual de mortes entre os mais vulneráveis.

“Parece muito claro que as terapias com anticorpos monoclonais para as pessoas que delas necessitam serão menos eficazes”, afirma ele. “Isso significa que algumas das pessoas mais vulneráveis poderão ter mais dificuldades para enfrentar infecções pelos vírus que iremos encontrar neste inverno. Mas, como elas são uma minoria, acho que, infelizmente, nossa tendência é de menosprezá-las.”

Até que ponto a variante XBB.1.5 é preocupante?Em outubro de 2022, cientistas descobriram uma nova variante da covid-19 em circulação em Nova York, nos Estados Unidos. Ela recebeu o nome de XBB.1.5 e vem sendo descrita em alguns lugares como a “bisneta da ômicron”.

Acredita-se que o vírus tenha se formado quando duas sublinhagens da ômicron infectaram a mesma pessoa e trocaram alguns dos seus genes, de forma a produzir versões ainda mais infecciosas.

Desde a sua identificação pela primeira vez, o avanço da XBB.1.5 foi rápido. No início de janeiro de 2023, ela já havia se espalhado para 28 países. Nos Estados Unidos, ela superou dezenas de outras variantes, até tornar-se uma das mais dominantes, representando cerca de 28% dos casos.

Até o momento, a nova variante não parece ser mais letal do que suas concorrentes, mas os cientistas receiam que ela possa continuar a se espalhar em todo o mundo.

Acompanhamento contínuoAs desigualdades originais da pandemia, de muitas formas, só cresceram ao longo da sua progressão. Cientistas afirmam que existem medidas que podemos tentar para estancar as traiçoeiras mortes atuais pelo vírus.

Mas todas essas medidas precisam de um grau de disposição da sociedade a fazer sacrifícios, que vão desde usar máscaras no transporte público para romper cadeias de transmissão até aumentar a ventilação dos edifícios.

Os epidemiologistas alertam que, se formos complacentes demais para continuar a compreender quem está morrendo pelo vírus e por quê, provavelmente estaremos despreparados se a tendência atual se alterar.

“A cada poucos meses, estamos vendo os esforços e o dinheiro sendo aplicados neste tipo de coleta de dados diminuírem”, afirma a epidemiologista Emma Hodcroft, do Instituto de Medicina Preventiva e Social da Universidade de Berna, na Suíça. “Para mim, a questão sempre é como ter certeza de que temos dados suficientes para que, se houver uma mudança, possamos realmente observá-la. E fazer recomendações, advertências ou o que quer que precise ser feito.”

Ao mesmo tempo, os médicos afirmam que, embora todas as mortes sejam trágicas, é preciso ter um grau de pragmatismo quando o assunto é o impacto da covid-19.

Ustianowski destaca que muitos sistemas de assistência médica em todo o mundo possuem recursos limitados.

E, embora todas as mortes atuais pelo vírus pudessem ter sido completamente evitadas se vacinas ou antivirais houvessem sido administrados a tempo, o mesmo também vale para muitas mortes por doenças cardíacas, meningite ou outras doenças crônicas.

“Temos intervenções que podem evitar que a saúde das pessoas se deteriore”, afirma ele. “Estamos atingindo todas as pessoas que precisamos? Não, nem de longe. Existe ainda espaço para melhorar com as intervenções? Sim. Mas você nunca terá uma situação perfeita e este é o panorama em todas as áreas do sistema de saúde.”

“Se pudéssemos intervir nas pessoas que fumam com 30 anos de idade, teríamos menos câncer do pulmão e menos doenças cardíacas mais tarde. Por isso, é preciso também ter um pouco de realismo nesta questão”, conclui Ustianowski.

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JOVEM PAN

Janeiro Branco: importância de promover a saúde mental no ambiente corporativo

Neste mês é celebrado o ‘janeiro branco’, uma campanha dedicada à conscientização e com o objetivo de promover ações para combater e prevenir doenças mentais. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 720 milhões de pessoas vivem com doenças mentais no mundo. Apesar de o assunto, por muitos anos, ter sido um tabu social, os debates sobre o problema têm ganhado espaço nas rodas de conversas e redes sociais. Isso porque a população tem reconhecido cada vez mais a necessidade de cuidar da saúde mental.

“Antes se falava menos sobre o tema, então as pessoas tinham mais dificuldade em reconhecer os sinais de alerta. Hoje as pessoas já enxergam isso de outro lugar, o cansaço extremo, a insônia, a alteração de apetite e as dores de cabeça, por exemplo, já são percebidas como alerta para a saúde mental e não apenas física”, esclarece Hugo Couto, psicólogo líder da Amparo Saúde, empresa do Grupo Sabin.

Prejuízos das doenças mentais

Como na saúde física, esses transtornos têm múltiplas causas e uma grande variedade de sintomas, manifestando-se de maneira diferente em cada indivíduo. Mas uma coisa é clara, em desequilíbrio, a saúde mental afeta todas as áreas da vida e compromete até mesmo a saúde física com o desenvolvimento inclusive de doenças crônicas.

Função da atenção primária à saúde no ambiente corporativo

Se o tema tem ganhado cada vez mais relevância na sociedade, nas empresas ele chega como uma necessidade frente aos impactos desses transtornos no ambiente de trabalho, que afetam o clima organizacional, a satisfação e consequentemente a produtividade e a eficiência.

O modelo de atenção primária à saúde, aliado a gestão de grupos populacionais, tem se mostrado uma estratégia efetiva nas empresas para este desafio, na medida em que enxerga o indivíduo como um todo, e não apenas a sua doença, propondo o engajamento das pessoas no protagonismo da própria saúde.

Dessa forma, promovendo estilos de vida mais saudáveis, atuando assim na prevenção das doenças, identificando riscos e oferecendo recursos multidisciplinares para que cada um possa cuidar da sua saúde física e mental de maneira completa e, com isso, ter uma vida mais plena e feliz.

Benefícios da saúde preventiva no trabalho

Segundo Silvia Vilas Boas, gestora da Amparo Saúde, promover a saúde mental no ambiente corporativo é essencial para o contentamento dos colaboradores e desempenho da empresa. “Oferecer recursos para a saúde preventiva nos ambientes organizacionais, promove bem-estar, impacta na satisfação e favorece o clima. Acreditamos que empresas saudáveis são feitas por profissionais saudáveis e, por isso, trabalhamos essa visão nos programas que oferecemos aos nossos parceiros”, destaca.

“As empresas, onde as pessoas passam em média um terço do seu dia, são um espaço importante de sentido, experiências e por que não de promoção a saúde física e mental? Abrir espaços para discutir temas sensíveis e oferecer acesso a saúde preventiva e integral é mais que necessário, é urgente”, alerta Hugo Couto.

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MEDICINA S/A

PL disciplina transparência das atividades dos conselhos de medicina

O Projeto de Lei 2777/22 obriga o conselho federal e os conselhos regionais de Medicina (CFM e CRMs) a divulgar na internet, independentemente de solicitação de cidadão, as informações relacionadas às atividades de fiscalização e disciplina executadas. O texto tramita na Câmara dos Deputados. Entre as informações que devem ser publicadas, desde que resguardados os dados pessoais dos pacientes, estão: os relatórios de fiscalizações, as interdições cautelares realizadas, os autos e as decisões das sindicâncias e dos processos ético-disciplinares, e os nomes e as penas dos médicos sancionados por violação ao Código de Ética Médica.

A proposta é das deputadas Tabata Amaral (PSB-SP) e Adriana Ventura (Novo-SP), e altera a Lei 3.268/57, que disciplina os conselhos de medicinas.

Jurisprudência

As deputadas afirmam que o Supremo Tribunal Federal (STF) já consolidou entendimento de que os conselhos de medicina são autarquias de regime especial. Com isso estão, em regra, submetidos às normas constitucionais de transparência e publicidade dos atos governamentais.

No entanto, na visão delas, os conselhos profissionais, incluindo os de Medicina, ainda não apresentam níveis satisfatórios de divulgação das informações. “A falta de transparência das atividades de fiscalização e disciplina contribui para uma percepção pública de que o sistema ético-profissional é corporativista e ineficaz”, afirmam as deputadas na justificativa do projeto.

“São recorrentes, aliás, os casos de abusos médicos noticiados pela imprensa, contendo relatos de que os profissionais em questão já eram sujeitos a diversos processos ético-disciplinares, mas continuavam no exercício da medicina sem qualquer restrição.”

Relatórios anuais

O projeto, elaborado em parceria com a organização Fiquem Sabendo, também obriga os conselhos de medicina a divulgar na internet os relatórios anuais consolidados das atividades de fiscalização e disciplina realizadas. O CFM regulamentará o formato dos relatórios.

Os sites deverão atender a uma série de requisitos exigidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI), como acessibilidade para pessoas com deficiência, gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos e ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva.

A proposta revoga ainda os dispositivos da Lei 3.268/57 que permitem penas disciplinares de advertência ou censura confidencial aos médicos.

Tramitação

O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

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Assessoria de Comunicação