Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 01/02/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde têm maior número de contratações desde 2014, aponta ANS

Teste rápido de hanseníase desenvolvido na UFG será disponibilizado pelo SUS

Oncoclínicas (ONCO3) irá investir R$ 145 milhões em novo ‘Cancer Center’ e deverá surpreender o mercado no 4T22

Checagem beira leito aumenta a segurança dos pacientes do HMAP em Aparecida

Maturidade digital: hospitais brasileiros precisam investir em capacitação e estratégia

Proteção de dados nas redes hospitalares do Brasil

Para STJ, empresa inativa enseja rescisão de plano de saúde coletiva

Ministério da Saúde investiga desvio de medicamentos para garimpeiros

Consumir ultraprocessados eleva risco de 34 tipos de câncer (alguns raros)

Cremerj entra na Justiça para impedir recontratação de médicos cubanos

Artigo – Danos graves evitáveis: a agenda da Segurança do Paciente no Brasil

Preso em operação contra fraude em OS, irmão do ex-secretário Ismael Alexandrino deixa prisão, diz polícia

GAZETA DA SEMANA

Planos de saúde têm maior número de contratações desde 2014, aponta ANS

No final do ano de 2022, o Brasil atingiu uma marca importante no que diz respeito ao número de usuários de planos de saúde, chegando a um total de 50.493.061 pessoas. Este é o número mais alto desde dezembro de 2014. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), houve um aumento significativo de 1.590.912 usuários em comparação com dezembro do ano anterior. Além disso, houve um crescimento de 239.466 clientes em relação a novembro/dezembro de 2022.

A pesquisa da ANS também mostrou que o crescimento foi notável em todos os estados brasileiros, mas os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os que obtiveram o maior número absoluto de novos usuários. A faixa etária que teve o maior crescimento foi a dos 40 aos 44 anos, seguida pela faixa dos 45 aos 49 anos.

Os planos de saúde odontológicos também tiveram resultados expressivos, com 30.950.314 usuários em todo o país. De acordo com a ANS, este número representa a 11ª vez que o recorde histórico é superado no ano, considerando o período de fevereiro a dezembro. Além disso, houve um aumento de 2.057.899 usuários em 12 meses e de 151.721 clientes em comparação a novembro/dezembro de 2022.

Todos os estados brasileiros apresentaram um acréscimo nas contratações, com destaque para os estados mais populosos do país, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A faixa etária com maior crescimento em planos odontológicos foi dos 30 aos 34 anos, seguida por bebês com até um ano de idade.

Em resumo, o Brasil vem apresentando um aumento significativo no número de usuários de planos de saúde, e esse crescimento tem sido observado tanto nos planos padrão quanto nos odontológicos.

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A REDAÇÃO

Teste rápido de hanseníase desenvolvido na UFG será disponibilizado pelo SUS

O Ministério da Saúde (MS), por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), distribuirá 150 mil testes rápidos para o enfrentamento à hanseníase, a partir de fevereiro. O teste rápido foi desenvolvido pela professora e pesquisadora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), da Universidade Federal de Goiás (UFG), Samira Bührer. Na missão ela teve o auxílio de colaboradores do Laboratório de Desenvolvimento e Produção de Testes Rápidos (LDPTR), que fica no Centro Multiusuário de Pesquisa de Bioinsumos e Tecnologias em Saúde (CMBiotecs) do IPTSP. 


A ação foi possível devido à transferência da tecnologia dos testes rápidos de hanseníase para a indústria brasileira Bioclin, que contou com o apoio da multinacional alemã Merck S.A. e potencializou a conexão entre a Universidade e a indústria. 


Durante evento do MS sobre hanseníase, que aconteceu juntamente com a campanha Janeiro Roxo, para conscientização e combate à doença, a ministra da Saúde, Nísia Trindade destacou a importância da ação. “O Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná”, explicou a titular da pasta. 


A ministra reforçou a importância de combater a desinformação e o preconceito, de batalhar pela transversalidade da atuação do Ministério e enfatizou que a hanseníase é uma doença curável. “Não é apenas a doença que é negligenciada, mas também as pessoas”, comentou.


A diretora do IPTSP, Flávia Aparecida de Oliveira, ressalta que a transferência de tecnologia de uma pesquisa é um recurso de muita importância para a academia, além de grande impacto social. “Ver o trabalho da professora Samira sendo disponibilizado para o SUS e o mercado externo é motivo de muito orgulho, pois é a geração e difusão do conhecimento a serviço da vida. E a prova também de que a Universidade com parcerias público-privadas pode ir muito mais além. Haja vista que o nosso sonho é de que todas as pesquisas científicas que possuem esse potencial inovador possam atender às grandes demandas da sociedade”, finaliza. 


Como o teste rápido funciona?

O nome comercial do teste sorológico para a hanseníase é Bioclin Fast ML Flow e ele funciona da seguinte maneira: com um pequeno volume de amostra de sangue ou soro do paciente – baseado na reação antígeno/anticorpo – ele captura os anticorpos produzidos no organismo contra o antígeno (corpo estranho) que são identificados por imunocromatografia, formando assim, uma linha vermelha – nos casos suspeitos e pode significar o diagnóstico da doença.

Já nos contatos de pacientes com hanseníase com resultado positivo outros exames são realizados, e os que apresentarem resultados negativos deverão receber mais informações sobre o diagnóstico da doença para ficarem mais atentos às alterações na pele.

A pesquisadora, Samira Bührer, conta que a realização do teste é muito importante para o diagnóstico precoce, o que possibilita o início do tratamento, que interrompe a transmissão e previne as sequelas.

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Checagem beira leito aumenta a segurança dos pacientes do HMAP em Aparecida

Checagem beira leito ou tripla checagem, a metodologia conta com o uso de sistema de prontuário eletrônico, notebooks, carrinhos móveis e equipamentos para leitura de código de barras, agilizando o trabalho da equipe do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia na administração dos medicamentos

Cada vez mais informatizado, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia — Iris Rezende Machado (HMAP), o maior do Estado construído por uma prefeitura e gerido pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, implantou, em outubro do ano passado, a checagem beira leito. A estratégia tecnológica tem apresentado resultados positivos para pacientes e colaboradores, aumentando a segurança e a transparência na prescrição, dispensação e administração de medicamentos. 

“Essa iniciativa hoje é realizada em todos os 235 leitos do Hospital, inclusive nas UTIs, e atende ao nosso propósito de consolidar um Sistema Único de Saúde (SUS) em Aparecida com excelência e foco no cuidado com as pessoas. Todos ganham com isso, desde os profissionais da assistência até os pacientes, porque é uma ferramenta organizacional que fortalece a cultura de segurança nos atendimentos, algo que já é marca registrada do HMAP”, destaca o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.

Sistema inteligente

Gerente assistencial do HMAP, a enfermeira Camila de Carvalho Gambin explica o procedimento: “O médico faz a prescrição de forma eletrônica, automatizada, conferindo todas as medicações a serem realizadas. No momento de administração do medicamento, com um notebook na beira do leito e com o leitor de código de barras, verificamos os dados na pulseira de identificação do paciente: nome, data de nascimento, informações do prontuário, dentre outras. Dessa forma, evitamos trocas, checamos a medicação e a dosagem. Se não houver um ok do sistema inteligente, o profissional recebe um alerta para não executar a medicação”.

Segundo Camila, há várias barreiras de segurança na prescrição e na checagem, inclusive com conferência realizada por farmacêuticos. “Trata-se de um processo simples, didático e inovador. Ajuda muito a evitar erros e complicações relacionados à medicação dos pacientes e aprimora a integração entre os setores do hospital na atenção prestada às pessoas.

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MONEY TIME

Oncoclínicas (ONCO3) irá investir R$ 145 milhões em novo ‘Cancer Center’ e deverá surpreender o mercado no 4T22

Oncoclínicas (ONCO3) anunciou nesta terça-feira (31) que assinou documentos definitivos para o desenvolvimento de um novo complexo hospitalar de excelência e centro integrado de tratamento ao câncer, o “Cancer Center“, na cidade de Goiânia.

Em comunicado, a empresa destaca que o Cancer Center Goiânia compreenderá uma área total próxima de 34 mil m², com investimentos previstos em aproximadamente R$ 145 milhões.

A Oncoclínicas destaca que o desembolso do investimento mencionado será feito apenas após a conclusão das obras civis, uma vez que o empreendimento será realizado em modalidade build-to-suit, otimizando assim, a alocação de capital da empresa.

Entre os serviços, o novo complexo hospitalar da companhia contará com 320 leitos para internações, um parque de diagnóstico por imagem, anatomia patológica e genômica integradas. Além de 18 salas para cirurgias de alta complexidade.

Oncoclínicas: Crescimento natural

Atualmente, cerca de 10% da receita da Oncoclínicas vem de procedimentos “in patient”, onde o regime é de internação via os Cancer Centers.

Contudo, no seu mercado de atuação, para cada um real gasto para procedimento ambulatorial, tem mais um real gasto em procedimento hospitalar, segundo a Empiricus Investimentos.

“Dessa forma, enxergamos que existe um crescimento natural muito grande ao aumentar a cobertura da jornada do paciente, via abertura de mais Cancer Centers pelo país”, avalia, em relatório.

A corretora lembra que, no fim do no passado, Oncoclínicas anunciou, juntamente com a Unimed Nacional, um novo complexo hospitalar e Cancer Center na cidade de São Paulo. Neste caso, os investimentos previstos serão de aproximadamente R$ 300 milhões. A previsão de conclusão da obra é estimada em cerca de 36 meses, tal qual o novo complexo de Goiânia.

4T22 surpreendente

Apesar do cenário macroeconômico, a Empiricus acredita que Oncoclínicas deverá surpreender novamente o mercado na temporada de resultados do quarto trimestre de 2022.

“Além de atuar em um segmento resiliente, a companhia possui uma série de oportunidades de captura de sinergia com as operações recentemente adquiridas”, completa.

A corretora ressaltou a estratégia de Oncoclínicas em expandir a operação via novas parcerias, como a anunciada com a Porto (PSSA3) recentemente.

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SAUDEBUSINESS

Maturidade digital: hospitais brasileiros precisam investir em capacitação e estratégia

A maturidade na transformação digital pode levar o setor de saúde a outro patamar de eficiência e inovação. Ainda que muitas instituições estejam investindo nesse processo, o caminho para alcançar essa maturidade é longo, sobretudo entre os hospitais brasileiros. Desenvolvido pela Folks, consultoria especializada no tema, o Índice de Maturidade Digital para Saúde (em inglês Digital Maturity Index for Healthcare – DMI-H) analisa duas grandes dimensões: adoção de tecnologia e preparação para a jornada digital.

O recorte feito no final de 2022 aponta que o nível de maturidade  digital das instituições é de 44% (numa escala de 0 a 100). 

O Mapa da Transformação Digital nos Hospitais Brasileiros 2022 é uma pesquisa viva, que está sempre acontecendo, na qual  hospitais participam voluntariamente respondendo a um questionário on-line. A pesquisa ajuda  empresas se localizarem em suas jornadas. O resultado é uma amostra de 175 hospitais que participaram da pesquisa, mas que não reflete um estudo nacional.

O nível de 44% representa o segundo estágio dos quatro níveis de maturidade, o de evolução. Esta etapa é caracterizada pelo uso de algumas soluções básicas e pela compreensão da importância da transformação digital por parte da liderança.

Ainda há uma percepção equivocada de que a transformação digital se restringe ao investimento em equipamentos, quando na verdade ela envolve muitos outros aspectos”, explica o CEO da Folks, Cláudio Giulliano.

A análise da Folks avalia duas dimensões: adoção de tecnologia e preparação para a jornada digital, e cinco domínios: serviços e aplicações, infraestrutura e arquitetura, dados e informações, estratégia e governança, e estrutura e cultura.

Na análise que abrange o período de 2019 a setembro de 2022, Dados e Informações (com índice 32%) é o domínio com maior espaço para avanço, seguido por Estratégia e Governança (35%), Estrutura e Cultura (40%), Infraestrutura e Arquitetura (43%) e Serviços e Aplicações (50%).

Mindset de inovação e capacitação para maturidade digital

Embora o índice apresente um avanço, olhar mais de perto para alguns aspectos da pesquisa ajuda a compreender que, muito mais do que tecnologia, a transformação digital demanda uma mudança de mindset.

Os líderes reconhecerem a transformação digital como relevante para a instituição é um dos critérios avaliados pelo índice. Muitos admitem essa importância, no entanto, apenas 13% das instituições participantes conta com um plano estruturado para promover essa transformação. “Existe uma grande diferença entre dizer que a diretoria conhece o assunto e está afim de fazer, e a que tem um plano”, ressalta Giuliano.

A cultura de inovação também é determinante no avanço da maturidade digital das organizações. Empresas que estão focadas em modelos mais modernos de gestão e que cultivam essa cultura tiveram mais avanços. “O que faz a transformação acontecer são as pessoas, os líderes. É necessário um mindset digital”, avalia.

Dentro desse aspecto, o investimento em capacitação digital das equipes também é necessário. “70% dos hospitais avaliados não têm um programa de capacitação digital dos colaboradores”, destaca. Com os treinamentos sobre tecnologias e os impactos que podem trazer dentro das organizações, as equipes podem contribuir mais com o avanço na transformação digital.

Ainda envolvendo o pilar de pessoas dentro da transformação digital, a integração e colaboração interna entre os profissionais e ediferentes áreas aceleram o amadurecimento digital dentro das empresas. “Tem que promover colaboração interna. Geralmente nos hospitais,  tem ‘o pessoal da TI’ e  os gestores/profissionais de saúde, precisa estabelecer diálogos mais comuns entre eles”, reforça Giuliano.

Neste contexto, o papel do profissional de saúde digital é muito bem-vindo.Médicos e enfermeiros que estão se especializando em saúde digital são estratégicos dentro das instituições para estabelecer o diálogo. “Essa necessidade não é tão percebida pelos hospitais. Só 7% das instituições participantes têm profissionais com esse perfil e são parte dos grandes grupos. Profissionais de saúde que conhecem arquitetura de sistemas, padrões, e processos, e trabalham orientando como a tecnologia vai ser adotada”, analisa.

Por outro lado, também falta profissionais com essa formação no mercado. “A boa notícia é que médicos e enfermeiros descobriram essa área. Éuma evolução na carreira, muitos profissionais buscam pós-graduação em saúde digital fora do Brasil. Faltam cursos especializados nessa área. Nos Estados Unidos, há a especialização em Informática Clínica, no Brasil ainda não há. Isso está sendo trabalhado com Conselho Federal de Medicina por meio da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS)”, relata.

Evolução da tecnologia na maturidade digital

O levantamento da Folks aponta ainda que Dados e Informação é o domínio que mais tem espaço para crescer dentro das organizações participantes. O índice alcançado é caracterizado pelo uso de algumas tecnologias básicas por parte dos hospitais.  

“O básico ainda é a adoção de um sistema de gestão hospitalar que acompanha a operação. Muitas estão trocando os sistemas, a base ainda é estruturante. Quem já tem este tipo de sistemadetém uma base mais sólida, já estão trabalhando em estruturar informações clínicas e adotar tecnologias de apoio à decisão clínica, com ou sem inteligência artificial”, aponta o CEO da FOLKS.

A evolução acontece com a integração da Internet das Coisas Médicas,  do uso de AI e das tecnologias voltadas para o uso de dados. O próximo passo para o amadurecimento digital é as tecnologias para o digital front door, no qual todas as interações com o paciente estão integradas, como ponto de agendamento on-line, aplicativo, CRM e telemedicina.

“Tudo isso é fonte de investimentos. Os hospitais estão investindo e aumentando a sua maturidade digital. Mas vale lembrar que a reparação para a jornada digital inclui tecnologia e pessoas. O hospital compra a tecnologia, mas se ele não treinar o médico em telepropedêutica, por exemplo, não adianta. Como faço um exame, se eu não treinar o médico? É uma mudança de cultura. E para mudar cultura, precisa mudar resultados.e Ao verem novos resultados, as pessoas passam a enxergar outras possibilidade”, finaliza.

O questionário sobre o maturidade digital segue aberto na página da Folks. Para participar, acesse: DMI-H | FOLKS.

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Proteção de dados nas redes hospitalares do Brasil

Acelerado pela pandemia, o futuro da medicina chegou antes do previsto e hoje a telemedicina, Internet das Coisas Médicas (IoMT) e computação em nuvem são realidades das redes hospitalares em todo o mundo. Porém, junto com as inovações, vem as reponsabilidades, em especial, a de tratar os dados coletados e armazenados, tanto para a proteção dos pacientes, médicos e empresas, quanto para o cumprimento das legislações vigentes.

O Dia Internacional da Proteção de Dados, celebrado no dia 28 de janeiro, evidencia as tecnologias aplicadas aos mais variados setores, incluindo o hospitalar, e a importância da proteção dos direitos fundamentais de liberdade e de privacidade, por meio da proteção de dados pessoais.
Tanto na tomada de decisão, como para o ganho de velocidade nos diagnósticos, o uso da Inteligência Artificial se tornou essencial. “Com o uso da IA o foco do corpo clínico pode passar a ser ao tratamento de casos mais graves, bem como auxiliar no acompanhamento da jornada dos pacientes no dia a dia. Mas não podemos nunca deixar de lado que, além de um sistema para comunicação entre médico e médico e médico e paciente, é preciso garantir a segurança dos dados repassados, além do armazenamento seguro destas informações”, conta Alex Julian, CIO da Kora Saúde.  

Em 2022, houve uma evolução de 35% no valor investido, na Kora, para deixar os processos ainda mais seguros. São mecanismos que permitem atendimento integrado entre as unidades, teleatendimento, compartilhamento de resultados de exames, dentre outras facilidades, com o cuidado com os dados pessoais dos pacientes em primeiro lugar. De acordo com estudo “DATA PRIVACY DAY – Indicadores Globais 2022”, realizado pelo L.O. Baptista, a área da saúde figura entre as que mais sofreram sanções, internacionalmente, ao longo de 2022. Em todo o mundo, nunca foi tão relevante – e obrigatório – o cuidado com a privacidade.


A pesquisa traz um pouco da visão comparada sobre a atuação das autoridades nacionais de proteção de dados pelo mundo, tipos de sanções e valores de multas aplicadas. O estudo apurou que nos Estados Unidos, por exemplo, as autoridades multaram uma série de empresas por não cuidarem corretamente das informações de saúde eletrônicas. Fabrício Polido, advogado e sócio do escritório, comandou o levantamento destaca que os principais pontos autuados foram:

Falhas de segurança;

Violação das obrigações legais de proteção de dados;

Acesso não autorizado a dados de titulares e informações de saúde.

As multas, nestes casos, variaram de US$ 2,5 mi a US$5,5 mi. Avaliamos as experiências e práticas envolvendo os processos fiscalizatórios e sancionatórios em perspectiva comparada. Ao longo do estudo, observamos o comportamento das autoridades na apuração de violações às leis de privacidade, as autuações promovidas e os maiores e menores valores das multas aplicadas. Assim como a saúde, as áreas de tecnologia, telecom, varejo, finanças, serviços e mídias digitais estão sob forte vigilância das autoridades. Porque são áreas que lidam com tratamento intensivo de dados pessoais”, explica o advogado.


No caso de agentes da indústria de saúde, existem outras preocupações setoriais em relação a procedimentos fiscalizatórios e sancionatórios pelas autoridades, que têm se concentrado em revisar a conformidade às regras de privacidade e proteção de dados e as salvaguardas de segurança de informações protegidas de saúde de titulares de dados. A análise se soma às expectativas da publicação da regulamentação de dosimetria e aplicação de sanções pela ANPD, programada para fevereiro. “Será um dos maiores produtos regulatórios da autoridade brasileira. Sem dúvida se juntando às melhores práticas em proteção de dados ao redor do globo”, finaliza Polido.

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O HOJE

Para STJ, empresa inativa enseja rescisão de plano de saúde coletiva

            Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, decidiu que a inatividade da empresa contratante de plano de saúde coletivo autoriza a rescisão unilateral do contrato pela operadora. Segundo o colegiado, os beneficiários do plano coletivo são vinculados a uma pessoa jurídica, cuja inatividade rompe o vínculo e impede a manutenção do plano contratado. Com esse entendimento, a turma deu parcial provimento ao recurso especial de uma operadora de plano de saúde que buscava confirmar a rescisão do contrato com uma empresa inativa desde 2008. Apesar da inatividade, o colegiado considerou que a notificação da rescisão foi feita de forma inadequada e determinou que os beneficiários sejam devidamente comunicados do fim do vínculo contratual. A relatora do recurso, ministra Nancy Andrighi, destacou que o vínculo entre o grupo beneficiário do plano e a pessoa jurídica contratante é condição para que o contrato coletivo seja válido. Logo, a inatividade da empresa autoriza a exclusão ou a suspensão da assistência à saúde dos beneficiários do plano coletivo, afirmou. “Se a inatividade da empresa implica o rompimento do vínculo havido entre o titular e a pessoa jurídica contratante, é, consequentemente, circunstância que impede o cumprimento dos requisitos de elegibilidade previstos nos artigos 5º e 9º da Resolução Normativa 195/2009 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), indispensáveis à celebração e à manutenção do contrato de plano de saúde coletivo”, apontou a magistrada.

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O ESTADO DE S.PAULO

Ministério da Saúde investiga desvio de medicamentos para garimpeiros

Ofício da Fiocruz alerta para venda de remédio de malária por mineradores em reserva indígena; grupos ligados à extração ilegal dominam unidade de saúde

RAPHAEL ALVES/EFE

Até no transporte de lotes de remédios para a reserva há problemas

O Ministério da Saúde investiga denúncias de desvio de remédios destinados aos Yanomamis para garimpeiros. Em ofício do último dia 18, a Fiocruz relata ter recebido a informação de que medicamentos para malária estão sendo vendidos por mineradores irregulares na reserva indígena, em Roraima.

“Tendo Farmanguinhos entregue toda a produção ao Ministério da Saúde”, diz a Fiocruz no documento, em referência ao remédio artesunato + mefloquina, “vimos a necessidade de informar-lhes a fim de que medidas possam ser tomadas para que o rastreio da distribuição desse medicamento possa ser feito e apurado o fato relatado”. Profissionais de saúde que atuaram no atendimento a indígenas nos últimos anos também fizeram relatos semelhantes ao Estadão.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já mandou investigar a gestão Jair Bolsonaro por suspeita de genocídio dos povos indígenas e omissões, além do descumprimento de decisões judiciais que determinavam o reforço nas políticas de atenção a essas comunidades.

Os garimpeiros saem da capital Boa Vista com os medicamentos para vender para os que ficaram em campo, segundo disse ao Estadão um enfermeiro que trabalhou por oito anos na terra indígena Yanomami. A estimativa é de que há 20 mil garimpeiros na reserva.

Segundo esse enfermeiro, que prefere não se identificar, os desvios do produto ocorriam na área de Logística da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde. No transporte dos lotes até a reserva, também são relatados problemas. “Durante o translado na aeronave, o medicamento some”, disse outro técnico com passagem pela Sesai.

Na reserva, os profissionais da saúde, por medo, acabam também atendendo garimpeiros. Isso agrava a falta de remdios. Grupos ligados à mineração ilegal dominam áreas dentro da reserva, incluindo até uma unidade de saúde. “Ocorre a troca de remédio por ouro”, afirma Junior Hekurari, do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi).

O desvio, bem como acusações de servidores que negociam com garimpeiros, já haviam sido levantadas em audiência da Câmara dos Deputados em junho de 2022. Após questionamentos da deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), Paulo Teixeira de Souza Oliveira, delegado da Polícia Federal, que representou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, disse que “esse crime de comércio de ouro, cometido supostamente por servidores, em troca de comida e vacina” está sendo investigado.

“A informação da nossa Superintendência de Roraima é de que existe um inquérito aberto. Esse fato foi noticiado pela mídia e esse inquérito está em andamento. É claro que vamos preservar o sigilo até mesmo em interesse do resultado útil da investigação. Mas, sim, os fatos estão sendo apurados”, disse o delegado à época. Questionada pela reportagem, a PF não respondeu até as 2ih de ontem. O Estadão também não conseguiu contato com Joenia, presidente da Fundação Nacional dos Povos Originários (Funai).

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PORTAL UOL

Consumir ultraprocessados eleva risco de 34 tipos de câncer (alguns raros)

O consumo de alimentos ultraprocessados contribui, e muito, para aumentar o risco de incidência e morte por diversos tipos de câncer –inclusive alguns tipos mais raros, como o de ovário. A conclusão é de um estudo obtido com exclusividade pelo O Joio e o Trigo, que acaba de sair na revista eClinicalMedicine, e adiciona mais evidências ao que pesquisadores de diferentes áreas vêm falando há anos.Liderado por Kiara Chang, pesquisadora de políticas de saúde pública no Imperial College de Londres, o estudo avaliou o aumento de incidência e mortes causadas por 34 tipos de câncer em pessoas com idade entre 40 e 69 anos.

Para isso, a equipe de pesquisadores recolheu dados alimentares entre 2009 e 2012 de 197.426 pessoas registradas no UK Biobank – uma base de dados biomédicos que abrange meio milhão de britânicos – e as acompanhou até janeiro de 2021.

Dicas de saúde, alimentação e bem-estar em um único aplicativo. Baixe aqui VivaBem UOL Um dos cuidados que a equipe teve, conta Chang, foi não incluir pessoas que tivessem princípio de câncer. Todos os participantes não tinham a doença quando entraram no estudo. “Ao final do período, quase 16 mil destas pessoas desenvolveram algum tipo de câncer e outras quatro mil morreram pela doença,” conta a pesquisadora.

Cada aumento de 10% no consumo de ultraprocessados aumentou o risco de câncer em geral em 2%, e o risco de mulheres desenvolverem câncer de ovário aumentou em 19%.

Este pequeno incremento no consumo também aumentou o risco de morte pela doença de forma geral (6%), por câncer de mama (16%), e por câncer de ovário (30%).

Segundo Renata Levy, coautora e pesquisadora das escolas de Saúde Pública e de Medicina da USP, os resultados não são exatamente surpreendentes.

“É um resultado denso, mas esperado. Isso, em função das condições associadas ao câncer que esses alimentos provocam – como diabetes, hipertensão e obesidade- , ou pelo desbalanço nutricional que produtos ricos em gordura e pobres em proteínas trazem Renata Levy, pesquisadora das escolas de Saúde Pública e de Medicina da USP

Também há o efeito de outros componentes como aditivos, corantes artificiais e emulsificantes. “Eles têm sido associados a alterações na microbiota intestinal e podem ser um dos mecanismos que, por via do acúmulo prolongado e crônico, podem desencadear a doença.”

Apesar de o resultado estar dentro do esperado, tanto Levy quanto Chang se disseram surpresas com o aumento no risco de desenvolvimento de câncer de cérebro e de ovário, que são tipos relativamente mais raros da doença. “Conseguimos observar isso por causa do grande número de pessoas envolvidas no estudo,” diz Chang. “Agora, precisamos esperar para ver se estudos posteriores confirmam essa tendência que detectamos,” afirma, por sua vez, Levy.

A pesquisa é a primeira a fazer uma ligação direta entre diversos tipos específicos de câncer e o consumo de ultraprocessados. Apenas duas pesquisas anteriores – uma na França e outra nos Estados Unidos- analisaram a relação entre má alimentação e incidência de cânceres mais comuns, como de mama, próstata e colorretal, com resultados que vão ao encontro dos achados no estudo realizado no Reino Unido.

Imagem: Arte o Joio e o Trigo Consumo vem aumentando no BrasilSegundo especialistas ouvidos pelo Joio, a pesquisa é importante porque o consumo de ultraprocessados vem aumentando no Brasil.De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, entre 2002 e 2003 a presença de ultraprocessados na mesa do brasileiro era de 12,6% –no entanto, entre 2017 e 2018, o consumo saltou para 19,7%.

A distribuição desse consumo, ainda de acordo com o IBGE, varia conforme a idade:

entre adolescentes até 18 anos, os ultraprocessados ocupam 26,7% da dieta;entre adultos até 59 anos, o consumo é de 19,5%;entre maiores de 60 anos, é 15,1%.Salgadinhos, biscoitos, macarrão instantâneo, comidas congeladas, salsichas, refrigerantes e iogurtes são alguns exemplos de alimentos ultraprocessados.

O Brasil perde 57 mil vidas ao ano por conta do consumo de ultraprocessados – número maior do que o de homicídios, que mataram 45,5 mil brasileiros em 2019.

Imagem: Denise Matsumoto/ O Joio e O Trigo Para Larissa Brussa, doutora em genética e analista de pesquisa e desenvolvimento do Grupo Fleury, o estudo traz evidências bastante robustas sobre a relação entre câncer e consumo de ultraprocessados graças ao grande número de envolvidos e “por conta do nível de detalhe com que olham para os diferentes tipos de câncer, algo difícil de fazer neste tipo de análise.”

Brussa diz que, apesar de as condições ambientais e fatores genéticos serem diferentes no Reino Unido e no Brasil, é muito provável que os resultados se apliquem por aqui e em outros países.

Renata Levy explica que, assim como nas pesquisas que relacionam o fumo ao câncer de pulmão, os resultados que encontraram são válidos para múltiplos cenários e países. “Isso porque ajustamos as condições para diversos fatores, dentre eles o consumo de álcool, histórico de câncer na família, índice de massa corporal, obesidade – para termos certeza de que estávamos olhando para as causas diretas do câncer. Fizemos estes ajustes para ter certeza de que não estávamos sendo confundidas por outras condições ou doenças.”

Quase metade das calorias (48,6%) consumidas pelos participantes do estudo vinha de alimentos ultraprocessados.”A porcentagem é alta, mas ainda assim é um pouco menor que a média do consumo do britânico, de 54%” diz Chang.

A título de comparação, segundo o IBGE, mais da metade das calorias consumidas pelos brasileiros (53,4%) vem de alimentos in natura ou minimamente processados. Mas isso não é motivo para relaxar, diz Ana Paula Natividade, médica e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Com o avanço da fome, que atinge 33 milhões de brasileiros, e da insegurança alimentar, que atinge outros 92 milhões, o contingente de pessoas vulneráveis ao consumo de ultraprocessados é imenso. “O desafio é acabar com a fome e ao mesmo tempo garantir que as pessoas tenham uma alimentação minimamente saudável,” avalia ela.

Uma doença cara, mas evitávelDados da OMS mostram que o câncer é uma das principais causas de mortalidade no mundo.

Em 2020, praticamente uma em cada seis mortes foi causada pela doença, que ceifou quase 10 milhões de vidas naquele ano.No Brasil, mais de 230 mil pessoas morrem de câncer e cerca de 450 mil novos casos são diagnosticados anualmente, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Entre os brasileiros, a doença é a segunda maior causa de mortalidade.

Se, por um lado, o câncer traz um grande custo emocional e financeiro para pacientes e suas famílias, por outro, traz também um grande custo para a saúde pública.

De acordo com o Inca, os gastos com pacientes com mais de 30 anos com algum tipo de câncer atribuído à alimentação, nutrição e atividade física vai aumentar muito nos próximos anos. Em 2018, o SUS despendeu R$ 338 milhões para estes casos. Em 2030, a estimativa é que sejam gastos R$ 828 milhões – 145% a mais.

A maior previsão de aumento nos gastos deve ser com cânceres provocados pelo consumo de carne processada (bacon, salame, presunto e linguiça), principalmente o colorretal. Em 2018, foram gastos R$ 28 milhões com casos atribuídos a esse consumo, e em 2030 isso pode aumentar para R$176 milhões – um salto de 529%.

O aumento tem motivo: segundo dados do IBGE, o consumo desse tipo de alimento praticamente dobrou entre 2008-09 e 2017-18, passando da casa dos 30% para cerca de 60% entre homens e mulheres maiores de 20 anos no Brasil.

Se cada brasileiro consumir menos de 50 gramas por dia de carnes ultraprocessadas, a economia para o sistema de saúde pode chegar a quase R$170 milhões até 2040.

Para a coautora Fernanda Rauber, também pesquisadora das escolas de Saúde Pública e de Medicina da USP, uma política pública para controle do consumo de ultraprocessados é fundamental. No Reino Unido, a regulação é muito deficitária, mas por aqui ela acredita que as políticas alimentares são avançadas. “O Guia Alimentar para a População Brasileira, de 2014, norteou várias ações e políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar e as novas regras de rotulagem nutricional. Precisamos avançar em outras medidas, mas temos esta grande diferença em relação ao Reino Unido.”

Consumir menos ultraprocessados alivia a saúde pública e poupa vidas. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados pela redução dos principais fatores de risco – dentre eles o consumo de ultraprocessados. O tratamento nos primeiros estágios da doença também é bastante importante: 30% dos casos podem ser curados se detectados e tratados adequadamente no início da doença.

Para Ana Paula Natividade, da Fiocruz, uma grande barreira para que o consumo de ultraprocessados diminua – e com ele os cânceres e as outras doenças que provoca – é a força da indústria alimentícia, cujo lobby é transnacional.

“Assim como temos uma Convenção-Quadro que estabelece diretrizes para o controle do consumo de tabaco, deveríamos ter um tratado parecido para limitar o poder das indústrias de ultraprocessados e o consumo desses produtos”, defende.

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O POVO

Cremerj entra na Justiça para impedir recontratação de médicos cubanos

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro () ingressou com uma ação civil pública para impedir a recontratação de médicos formados no exterior, sem revalidação do diploma, para atuar no programa Mais Médicos. O objetivo é evitar, em caráter liminar, o retorno de profissionais sem o registro no CRM para participar de um novo processo de chamamento para atuarem no estado do Rio de Janeiro.

O tomou a iniciativa após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que autorizou o governo federal a recontratar médicos cubanos que integravam o programa. Para o a decisão é arbitrária, desafia a lei, compromete a separação de Poderes e coloca em risco a saúde pública da população.

Na petição, o conselho explica que, sem o CRM, não pode aplicar sanções em caso de infração ao Código de Ética Médica nem fiscalizar o exercício da prática médica no estado. Ambas as situações expõem diretamente à população e podem acarretar prejuízos na qualidade da assistência dos pacientes.

No texto, a autarquia afirma que “é notório que a recontratação dos profissionais por apenas mais um ano não é medida hábil a sanar o déficit de profissionais nas regiões mais desfavorecidas do país”. Outro trecho do documento aponta que “a medida só mascara um problema existente, deixando a população desamparada quanto a eventuais falhas técnicas e de conduta praticada por esses profissionais, que, por não obterem registro à luz da legislação pátria, não são médicos”.

A revalidação do diploma de medicina no Brasil é feita por meio do Revalida, exame de responsabilidade do Ministério da Educação. Todos os profissionais, inclusive brasileiros, formados em medicina por faculdades estrangeiras devem passar pela revalidação do diploma. O reconhece a importância desse processo e só emite CRM para médicos formados no exterior mediante toda a documentação necessária.

“Não podemos concordar com uma decisão arbitrária, que coloca em risco a saúde da população. Esperamos que o Judiciário entenda a nossa preocupação e estamos à disposição para oferecer todos os esclarecimentos”, disse o presidente do , Clovis Munhoz.

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MEDICINA S/A

Artigo – Danos graves evitáveis: a agenda da Segurança do Paciente no Brasil

Por Victor Grabois e Aline Albuquerque

Em 1º de abril de 2023 completam-se 10 anos da criação do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). A criação do PNSP foi uma resposta à ocorrência sistemática de erros associados aos cuidados de saúde, chamados erroneamente, até hoje, de “erros médicos”. De 2013 a 2018, o Comitê de Implementação do PNSP exerceu suas atividades, que envolviam iniciativas significativas e um importante papel consultivo no âmbito do Ministério da Saúde. O Comitê foi desarticulado no contexto da política do governo passado, de enfraquecimento da participação social.

Impulsionado pela criação do PSNP, verificou-se um movimento pulsante em prol da segurança do paciente no Brasil país. Assim, foram feitos inúmeros progressos na organização das unidades de saúde, principalmente hospitais, na provisão de uma assistência mais segura. Foram implantados núcleos de segurança do paciente em todo o país, com a tarefa de elaborar planos de ações, implementar práticas de cuidado mais seguras, educar os profissionais de saúde e notificar a ocorrência de danos no cuidado. Também foram realizadas mudanças nos currículos da formação universitária em saúde.

Todas essas ações nos âmbitos institucional, político e educacional impactaram positivamente centenas de unidades de saúde e o tema Segurança do Paciente começou a fazer parte da agenda da gestão da saúde nos municípios, nos estados e na União. Mas, apesar desses progressos, ainda não se pode constatar uma diminuição expressiva nos danos aos pacientes hospitalizados ou atendidos em clínicas de família, centros de saúde, UPAs e maternidades, ao longo dos últimos 10 anos, os quais se mantiveram como parte do cotidiano dos serviços de saúde em todo o país.

A pandemia da Covid-19 também contribuiu para certo grau de desorganização de práticas mais seguras, considerando que as prioridades passaram a ser claramente a disponibilidade de leitos, de respiradores, de profissionais e mesmo de oxigênio medicinal. A despeito da pandemia, as notícias das últimas semanas talvez pelo acúmulo num período curto de tempo, da ocorrência de danos gravíssimos aos pacientes, como óbito ou lesões graves são chocantes para todos nós e chamam atenção para questões estruturais dos serviços de saúde do país.

Uma gestante saudável tem sua mão e punho amputados no pós-parto, em decorrência de um procedimento de rotina para administração de medicamentos na veia. Outra gestante morre numa ambulância após a queda de um equipamento médico em seu corpo. Também temos acompanhado notícias de estupro de vulneráveis em hospitais e UPAs. Ainda que não estejam disponíveis ou não tenham sido realizadas análises profundas das causas que levaram a esses eventos, podemos afirmar que eram evitáveis, considerando a disponibilidade de evidências científicas e do conhecimento acumulado para a sua prevenção.

Diferente de tragédias na aviação (voo AF 477 Rio-Paris), de catástrofes ambientais (Mariana, Brumadinho, Golfo do México) e em usinas nucleares (Chernobyl e Fukushima) que envolveram elevado número de vítimas num único evento, os danos associados ao cuidado de saúde gravíssimos e evitáveis distribuem-se por todo o mundo e em nosso território nacional, especialmente, ocorrendo em qualquer serviço de saúde, seja público ou privado. Ao se contabilizar os casos individuais de óbitos e de lesões graves associados aos cuidados em saúde, temos a sensação de que estamos falhando, como sociedade, e de que precisamos urgentemente rever nossos valores coletivos.

É importante nos indagarmos: é possível retomar o rumo da Segurança do Paciente e desenvolver um caminho onde o direito ao cuidado de saúde seguro seja uma realidade? O Brasil dispõe de conhecimento, organizações, pesquisas e profissionais qualificados para reverter esse quadro. Mas, antes de tudo, a decisão que precisa ser tomada é no nível ético. A sociedade brasileira deve se comprometer com o respeito aos pacientes e ser intransigente com a eliminação dos danos graves e evitáveis associados ao cuidado em saúde. O acesso a esses cuidados é essencial e um direito, mas acesso sem segurança não é efetivação de direito, mas sim sua violação. Não podemos mais ouvir uma mãe dizer que não consegue amamentar ou dar banho em seu bebê por ter a mão e o punho amputados no pós-parto. Nunca mais!

*Victor Grabois é presidente da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP), médico sanitarista, mestre e doutor em saúde pública e coordenador executivo do Proqualis/Icict/Fiocruz.

*Aline Albuquerque é diretora SOBRASP, advogada da União, doutora em Ciências da Saúde e professora de Pós-Graduação em Bioética da UNB.

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PORTAL G1

Preso em operação contra fraude em OS, irmão do ex-secretário Ismael Alexandrino deixa prisão, diz polícia

Daniel Alexandrino ficou 4 dias preso na Delegacia de Capturas, em Goiânia. Ismael foi alvo de busca e apreensão da polícia.

Preso em operação que investiga fraude em Organizações Sociais, Daniel Alexandrino, irmão do ex-secretário estadual de Saúde Ismael Alexandrino, deixou a prisão na segunda-feira (30). Daniel ficou 4 dias preso na Delegacia de Capturas, em Goiânia. Ismael foi alvo de busca e apreensão da Polícia Civil.

Daniel foi preso em casa, em São Luís de Montes Belos, em 26 de janeiro. Ele é suspeito de envolvimento na contratação irregular de uma empresa por uma organização social que administra hospitais em cidades de Goiás.

Além dele, duas pessoas apontadas como laranjas no esquema também foram presas: Andréia Lopo de Oliveira Silva e Fernando Borges de Oliveira. Eles também saíram da prisão. Andréia e Fernando constam como sócios na empresa Amme Saúde, investigada na operação, e que seria, na realidade, de propriedade de Daniel Alexandrino.

g1 não conseguiu contato com a defesa de Daniel Alexandrino e dos demais suspeitos até a última atualização dessa reportagem.

A defesa de Ismael Alexandrino, agora deputado federal de Goiás, eleito pelo PSD, informou que ele colabora com a investigação e que, durante a gestão à frente da SES, Ismael sempre garantiu total transparência em todos os processos da pasta.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informou, na sexta-feira (27), que a ação é reflexo do trabalho de uma força-tarefa instalada na SES por determinação do governador Ronaldo Caiado, com participação da Controladoria-Geral do Estado, antes da atual gestão da secretaria.

Segundo as investigações, o dinheiro saía da Secretaria de Estado da Saúde e era repassado para a organização social Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC). A OS, por sua vez, subcontratava a Amme para prestar serviços médicos em três hospitais do estado.

Investigação

As investigações começaram após a polícia receber informações sobre irregularidades nos contratos de gestão da OS Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC), que teria terceirizado o serviço para a empresa Amme Saúde. Ela seria registrada em nomes de laranjas, mas pertenceria, na realidade, a Daniel Alexandrino.

A OS é responsável por administrar cinco hospitais no estado. Nos contratos com o Hospital Estadual de Itumbiara e as Policlínicas das Regionais de São Luís dos Montes Belos e da cidade de Goiás, a suspeita é que houve um direcionamento à empresa terceirizada por meio de processos de contratações simulados.

Em nota divulgada em 26 de janeiro, a IBGC disse que ainda não tem conhecimento oficial de todos os dados contidos nos mandados, mas está colaborando com as investigações. “O IBGC reafirma que será mantida a regularidade do atendimento à saúde e gestão nas Policlínicas e unidades de saúde administradas por essa Organização Social”, informou.

“A organização social pode subcontratar esse serviço concedido a ela. A OS não é obrigada a fazer um processo de licitação, eles adotam um procedimento de concorrência simplificado. E esse processo é que há indícios de que foi direcionado a essa empresa vencedora por meio de simulação de concorrência”, disse o delegado Francisco Lipari.

Quem é quem

Daniel Alexandrino

Daniel é médico e tem especialização em cirurgia vascular e angiologia. Nas redes sociais, Daniel se apresenta como tenente da Marinha, gestor em saúde e trader.

Segundo as investigações, é o verdadeiro dono da empresa Amme Saúde, que foi contratada pela organização social Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC) para prestar serviços a hospitais.

A Polícia Civil informou que o IBGC teria contratado de forma irregular a empresa terceirizada, já que havia o parentesco entre o verdadeiro dono e o então secretário de saúde, Ismael Alexandrino.

Andréia Lopo de Oliveira Silva

Andréia é registrada como parte do quadro de sócios da empresa Amme Saúde, investigada na operação. No site da Amme, ela é listada como responsável legal. No entanto, a Polícia Civil disse que ela é usada como laranja no esquema de fraude na contratação.

Fernando Borges de Oliveira

Fernando é administrador operacional e já trabalhou em várias instituições financeiras, segundo a defesa. O nome dele consta no site da Amme como um dos responsáveis pela empresa.

O advogado Valdemir Pereira da Silva informou que a defesa vai comprovar a inocência de Fernando no processo judicial.

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Assessoria de Comunicação