DESTAQUES
Artigo: Piso da enfermagem: risco de colapso para os municípios – por Paulo Ziulkoski
Hospital Estadual de Formosa realiza 1ª captação de órgãos para transplantes
Goiás registra 111 casos por covid-19 nas últimas 24 horas
Saiba como a Cannabis pode ajudar contra câncer, convulsão, depressão e até animais
Mãe e filha se emocionam ao contar que se curaram do câncer juntas
Remédio para emagrecer: o que funciona e o que não funciona?
Após 15 anos, a Associação Americana de Pediatria atualiza recomendações para tratamento de crianças e adolescentes com obesidade
PORTAL HOJE
Artigo: Piso da enfermagem: risco de colapso para os municípios – por Paulo Ziulkoski
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lamenta que o Ministério da Saúde não inclua os Entes locais nos debates sobre o financiamento do piso salarial da enfermagem, tendo em vista que esses são os mais impactados pela medida. Estimativas da entidade apontam que os Municípios, que são responsáveis pela vinculação de 42% desses profissionais, teriam impacto de R 10,5 bilhões somente no primeiro ano da implementação da medida e correriam o grave risco de enfrentar o colapso da saúde e a desassistência da população de forma permanente.
A entidade alerta novamente que as soluções apontadas pelo grupo de trabalho criado pelo MS com o objetivo de viabilizar o pagamento, conforme informações já divulgadas pelo Conselho Federal da Enfermagem (Cofen), não são resolutivas para esse problema.
O movimento municipalista teme que o texto da Medida Provisória em debate pelo grupo seja utilizado como justificativa para derrubar a liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu os efeitos da Lei 14.434/2022 pela falta de indicação da fonte de financiamento e pelos riscos à solvabilidade das finanças de Estados e Municípios.
Em última decisão, o ministro Roberto Barroso solicitou à Câmara e ao Senado informações a respeito do projeto de lei para regulamentar a Emenda 127, uma vez que, na previsão constitucional, a efetivação do piso necessita de lei que defina as fontes de financiamento, os critérios de destinação dos recursos e a metodologia de rateio para repasse aos Entes e prestadores de serviços. O vazio legal não permite a operacionalização da Emenda 127.
A utilização de recursos de fundos públicos para o financiamento do piso, como vem sendo noticiado como a solução para o custeio, é um equívoco, uma vez que a medida é temporária e incerta.
A previsão de recursos vai até 2027, sujeita a superávit dos fundos, e não há fonte de financiamento a partir de 2028. Os fundos públicos são criados e regulados por leis específicas, que devem ser observadas para evitar conflitos e entraves legais. Um exemplo é o Fundo Social do pré-sal (Lei 12.351/2010), que define seu objetivo e aplicação dos seus recursos financeiros. Parte do Fundo já tem destinação fixa e o superávit no exercício de 2021 foi de R 17 bilhões. Esses não são suficientes para cobrir as despesas decorrentes do piso, tendo em vista que o impacto para os Entes e prestadores de serviços supera R 24,3 bilhões.
Para a CNM, uma medida complementar que viabiliza o pagamento, no âmbito dos Municípios, é a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 25/2022, que adiciona ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) mais 1,5%.
A medida é permanente e aporta recursos financeiros que poderão ser aplicados de forma adicional ao auxílio da União para o cumprimento do piso. Outra solução é o custeio permanente do piso pela União, como já ocorre com o piso dos Agentes Comunitários de Saúde e Endemia.
Diante disso, a CNM reitera a necessidade de que seja mantida a liminar do STF até que haja uma solução sustentável e definitiva para viabilizar o pagamento sem comprometer a prestação de serviços e a solvência dos Entes.
Paulo Ziulkoski é presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM)
……………………….
A REDAÇÃO
Hospital Estadual de Formosa realiza 1ª captação de órgãos para transplantes
O Hospital Estadual de Formosa Dr. César Saad Fayad (HEF), na Região de Saúde do Entorno Norte, relaizou, neste sábado (4/2), a primeira captação de órgãos. Com o apoio de transporte aéreo da Casa Militar do Governo de Goiás, a equipe da Gerência de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), composta por dois médicos e duas enfermeiras, foi até o hospital para conduzir o processo de captação.
A gerente de Transplantes da SES-GO, Katiúscia Freitas, pontuou que foram captados rins e córneas após a constatação de morte encefálica da doadora de 74 anos. “A família autorizou a doação dos órgãos após o diagnóstico da morte encefálica devido a um traumatismo craniano. É um momento difícil para a família, mas tiveram a sensibilidade para autorizar a doação”.
“Todos os órgãos doados beneficiarão pacientes que estão na fila de espera no estado”, garantiu a gerente. As córneas foram captadas pela Fundação Banco de Olhos e os rins foram para o Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), unidade da rede estadual referência em realização deste tipo de transplante.
Katiúscia Freitas lembra que esse trabalho foi possível graças ao empenho das equipes do hospital, em conjunto com a Gerência de Transplantes e a Casa Militar, que colaboraram na estrutura logística da captação e transporte dos órgãos. “Tivemos apoio do serviço aéreo para deslocamento de Goiânia até Brasília, e de lá a equipe terrestre do hospital colaborou para o trajeto”.
Momento histórico para o HEF
A paciente deu entrada no pronto socorro do HEF após sofrer queda da própria altura. A equipe médica do hospital prestou toda assistência, realizando exames clínicos e de imagem, chegando à conclusão da morte encefálica da paciente, explicou a coordenadora de enfermagem da UTI do hospital, Bruna Soares. “Após todo esse processo fizemos contato com a família sobre o óbito, e os próprios familiares já levantaram a hipótese para a doação de órgãos. Fizemos a entrevista e a doação foi autorizada”.
Estadualizado em 2020, o HEF funcionou como Hospital de Campanha durante o período crítico da pandemia de Covid-19, prestando atendimento aos moradores da Região de Saúde do Entorno Norte, composta por oito municípios e mais de 260 mil habitantes. Atualmente a unidade conta com 80 leitos, sendo 20 de UTI e um pronto-socorro para atendimentos de urgência e emergência.
…………………….
Goiás registra 111 casos por covid-19 nas últimas 24 horas
Goiás registrou 111 novos casos e nenhuma morte por covid-19 nas últimas 24 horas. Os números são do boletim publicado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) neste domingo (5/2). Com as atualizações, o Estado acumula 1.878.410 infecções e 27.964 óbitos pela doença.
Segundo o boletim, existem 58 mortes sob investigação para saber se há alguma ligação com a doença. A taxa de letalidade do vírus é de 1.49%, em Goiás.
……………………
O HOJE
Saiba como a Cannabis pode ajudar contra câncer, convulsão, depressão e até animais
Cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, médio explica importância de esclarecer sobre o uso correto do produto orgânico que também dá origem à maconha
Não é surpresa pra ninguém que um tipo de planta da mesma família que dá origem à maconha esteja salvando muitas vidas. O responsável por isso é a cannabis, que gera muitas formas medicinais, de acordo com a combinação de substâncias e que tem sido usado para tratamentos contra câncer, convulsão, depressão e até para ajudar animais de estimação. Mas a falta de conhecimento sobre como isso acontece e o preconceito contra o tema ainda é uma barreira.
Por isso, o médico nutrólogo e intensivista, Dr José Israel Sanchez Robles, explica a importância da informação correta sobre o assunto chegar até o máximo de pessoas. “Este é um ano chave para a indústria da cannabis e a expectativa é de que a pauta finalmente receba a atenção que merece, tanto por parte das pessoas quanto por parte das empresas e dos políticos”, introduz o especialista.
“É muito importante que os benefícios que essa planta pode trazer cheguem ao máximo número de pessoas. Pesquisas já provaram que o câncer, por exemplo, uma das doenças que mais causa mortes e que atingirá cerca da metade de homens e um terço de mulheres nos próximos anos, pode ter o cannabis no seu arsenal terapêutico, que atua de forma benéfica no alívio sintomas da quimioterapia, além de tratar a ansiedade que pode estar associada”, afirmou o médico.
De acordo com José Israel, estudos mostram que o cannabis diminui o amplo espectro de células tumorais por meio de vários mecanismos. “Há, ainda, pesquisas que apontam os canabinóides como supressores dos tumores, outros apontam ação anti-inflamatória que bloqueia o sistema de resposta do corpo ao câncer. Com isso, pode haver, até mesmo, a redução do crescimento tumoral de certos tipos da doença”, completa.
Além de ajudar contra o câncer na doença ou prevenção, o especialista lembra que o THC, como é conhecida a molécula mais psicoativa da cannabis, atua como relaxante muscular e anti-inflamatório. “Daí a produção de óleos com efeitos anticonvulsivos, anti-inflamatórios, antidepressivos e até anti-hipertensivos. Esses produtos também são usados como analgésico e estímulo para aumentar o apetite”, pontuou José Israel.
Até em animais a cannabis já provou ser eficiente. Desde 2020, por exemplo, a associação INDICA (Inclusão, Diversidade e Cannabis) de São Paulo decidiu focar seu atendimento nos bichos de estimação. O órgão já conseguiu ajudar mais de 2 mil animais, de todas as regiões do Brasil, a aliviar a dor, diminuir a ansiedade, reduzir problemas gastrointestinais e convulsões em cães e gatos.
A Cannabis Medicinal, que foi reclassificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e incluída na lista das drogas que têm propriedades medicinais reconhecidas, está liberada pela ANVISA desde o ano de 2015. Ainda no Brasil, São Paulo é o estado brasileiro com mais autorizações para importar o medicamento. Além disso, um projeto do estado, pode até mesmo disponibilizá-lo pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Projeto de Lei Nº 1180, de 2019, foi aprovado em votação realizada no final do ano de 2022 instituindo a política estadual de fornecimento gratuito pelo Estado de medicamentos de derivado vegetal à base de canabidiol, em associação com outras substâncias canabinóides, incluindo o tetrahidrocanabinol (THC). Basta, agora, a sanção do governador Tarcísio de Freitas.
Já em Goiás, a Universidade Evangélica do estado (UniEVANGÉLICA) iniciará, em fevereiro de 2023, estudos com dois extratos da cannabis, o canabidiol e o tetrahidrocanabinol em parceria com a Associação Goiana de Apoio e Pesquisa à Cannabis Medicinal (AGAPE).
“Apesar destas evidências in vitro e in vivo, e das expectativas positivas que vemos sobre a expansão deste composto no mundo e no Brasil, sabemos que somente após a legalização e flexibilização do uso derivados da cannabis na medicina é que serão abertas inúmeras e verdadeiras possibilidades para pesquisas e tratamentos cada vez mais eficientes com estes fármacos”, reforçou Dr José Israel.
……………………….
PORTAL G1
Mãe e filha se emocionam ao contar que se curaram do câncer juntas
Ludmila Cruvinel e Maria Alice Cruvinel tiveram câncer de mama. Apoio de pessoas próximas foi um fator importante durante a batalha.
A funcionária pública Ludmila Cruvinel e a mãe dela, Maria Alice Cruvinel, são dois exemplos de superação. As duas enfrentaram a batalha contra o câncer juntas com muita luta, força, bom humor e pensamentos positivos.
Ludmila, de 50 anos, mora em Goiânia e descobriu em junho de 2022 o câncer de mama. Em seguida, também soube que estava com Covid-19. No início, a funcionária pública ficou abalada, mas depois escolheu lutar e vencer a guerra, e venceu.
“A gente deve chorar, mas depois tem que escolher. Eu vou continuar chorando e me vitimizando ou eu vou lutar e vencer essa guerra?”, disse Ludmila à TV Anhanguera.
Foram mais de 10 sessões de quimioterapia. Para distrair e tornar o processo mais tranquilo, Ludmila começou a praticar esportes e agir de forma positiva, sempre confiante na cura.
O apoio de pessoas próximas também foi um fator importante durante a batalha. Inclusive, o aniversário de Ludmila foi bem em uma dia de quimioterapia e, para comemorar, os amigos e familiares dela foram ao hospital e fizeram uma festa.
A batalha da Ludmila contra o câncer de mama acabou no fim de 2022, mas durante o processo, ela descobriu que a mãe, de 80 anos, também estava com câncer de mama. Segundo familiares, as duas foram guerreiras e deram força uma para outra durante a doença.
O estado emocional pode fazer a diferença em tratamentos de pacientes com câncer. Para Maria Alice, mãe da Ludmila, a positividade da filha ajudou durante todo processo.
Maria Alice também encontrou maneiras de acalmar o coração em momentos de angústia. Ela contou à TV Anhanguera que quando estava chateada ou emotiva tocava teclado para distrair.
Câncer
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estiva 704 casos de câncer por ano no Brasil. Segundo o Inca, os cânceres de próstata, de mama feminina e do colorretal são os mais comuns na região centro-oeste.
Entretanto, a medicina avança ano após ano e novos estudos são desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e trazer a cura mais rápida.
O médico oncologista Dr. Luis Onofre contou à TV Anhanguera que nos últimos 10 anos o tratamento contra o câncer sofreu uma grande evolução. Segundo ele, os cientistas aprenderam a estudar o DNA do tumor e a partir disso, descobrir drogas específicas para o tratamento.
3 pilares
Ludmila explicou à TV Anhanguera que seguiu três pilares que a ajudaram durante o tratamento. Para ela, ter fé, ter um apoio familiar e agradecer a cada dia pelo dom da vida fizeram ela ter mais força e esperança.
………………………….
PORTAL UOL
Remédio para emagrecer: o que funciona e o que não funciona?
O desejo por emagrecer leva muitas pessoas a buscarem remédios que aceleram o emagrecimento. Em meio a isso, estão tanto pessoas que querem ter um corpo mais enxuto quanto quem sofre de obesidade.
Nos últimos anos, a indústria farmacêutica desenvolveu medicamentos cada vez mais eficazes para atuar no tratamento da obesidade. Alguns deles vêm apresentando bons resultados quando são usados com prescrição e orientação de médicos capacitados.
Dicas de saúde, alimentação e bem-estar em um único aplicativo. Baixe aqui VivaBem UOL Esses remédios são indicados aos pacientes com o IMC acima de 30 (considerados obesos) e aqueles com IMC a partir de 27 (sobrepeso) que apresentam doenças associadas. (calcule seu IMC).
Atenção: não pratique a automedicação, ela pode provocar mais problemas.
Remédios para emagrecer: o que tomar?No Brasil, existem algumas opções de medicamentos para a obesidade, sendo que alguns têm maior potencial de perda de peso do que outros.
Como cada paciente responde de uma maneira, nenhum deve ser descartado, sendo que o acompanhamento médico é essencial.
Liraglutida (Saxenda®)Desenvolvida para tratar o diabetes, a substância passou a ter indicação para a obesidade depois que estudos mostraram sua ação em diminuir uma média de 6% do peso dos pacientes, trazendo benefícios para a saúde cardiovascular, como a redução da pressão arterial e da gordura visceral.
A liraglutida age de maneira similar a um hormônio produzido no intestino, conhecido como GLP-1, que regula a produção de insulina pelo pâncreas, além de controlar o apetite e a saciedade ao enviar sinais para uma região específica do cérebro que faz esse controle, e retardar o esvaziamento do estômago.
A liraglutida é vendida como uma espécie de caneta com uma agulha fina na ponta para ser aplicada diariamente na região do abdome na quantidade orientada pelo médico. Pode ser usada em pacientes a partir de 12 anos, sendo as náuseas o principal efeito colateral em cerca de 20% dos pacientes no início do tratamento.
Semaglutida (Wegovy)Também criada para o tratamento do diabetes, a semaglutida (“parente” da liraglutida) foi recentemente aprovada pela Anvisa para o tratamento da obesidade por apresentar resultados como uma redução de 15% no peso. conforme estudos realizados com a dose de 2,4 mg, como o divulgado no The New England Journal of Medicine.
A substância funciona de maneira similar à liraglutida: é análoga ao hormônio GLP-1, portanto, age no centro da fome e da saciedade, além de promover um esvaziamento gástrico mais lento e melhorar a produção de insulina.
A diferença entre as duas fica por conta da aplicação semanal da semaglutida e de sua maior potência, uma vez que a substância age por um tempo mais prolongado no organismo.
A substância injetável já é comercializada para o tratamento da obesidade nos Estados Unidos e, em breve, deve estar à venda no Brasil.
TirzepatidaA substância demonstrou resultados muito promissores em 90% dos pacientes que usaram o medicamento, chegando a reduzir o peso em mais de 20% em um ano e meio de tratamento – nível semelhante ao de uma bariátrica. Esses dados estão no estudo Surmont-1 e o remédio deve revolucionar o tratamento para obesidade.
Além de oferecer a mesma ação da semaglutina e da liraglutina sobre o GLP-1, o novo fármaco também atua simulando outro hormônio secretado pelo intestino, o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose).
Em conjunto, eles atuam na saciedade, no controle da glicose e em alguns outros mecanismos que ajudam a manter baixos os níveis de açúcar no sangue após a ingestão dos alimentos por atuarem nas células beta no pâncreas. O medicamento ainda se mostrou seguro, podendo ser usado por tempo indeterminado.
Orlistate ou orlistat (Orlistat STADA®, Lystate® e Lipiblock®)Trata-se de uma substância que atua em uma enzima que faz parte da digestão, diminuindo a absorção da gordura ingerida pela alimentação em cerca de 30%. Dessa maneira, gera um aporte calórico mais baixo, levando ao emagrecimento e contribuindo para reduzir os níveis de colesterol.
A desvantagem é que, como parte da gordura ingerida é eliminada pelas fezes, o paciente pode sofrer com gases e diarreia, além de ter interferência nos níveis de vitaminas que precisam de gorduras para serem absorvidas, como a vitaminas A, B, E e K.
Associação de bupropiona com naltrexonaEssa combinação de fármacos, até então usados separadamente para pacientes com quadros depressivos (bupropiona) ou em tratamento do alcoolismo ou de substâncias opioides (naltrexona), já foi aprovada pela Anvisa e deve ser lançada em breve no mercado brasileiro com o nome de Contrave.
Sua principal indicação será o tratamento de obesidade daqueles pacientes que apresentam episódios de compulsão alimentar, algo que atinge cerca de 30% dos pacientes que apresentam algum grau de obesidade.
A naltrexona potencializa a ação da bupropiona, atuando nos níveis de dois neurotransmissores do cérebro: dopamina e noradrenalina. Isso possibilita que o paciente controle seu impulso por comer um alimento calórico pela busca da sensação de satisfação, além de reduzir a fome.
SibutraminaTrata-se de um fármaco de venda controlada que atua nos níveis de serotonina e noradrenalina, controlando a fome e a saciedade, para ajudar o paciente a seguir uma dieta com restrição calórica e evitar que ele coma por impulso.
O medicamento apresenta bons resultados na perda de peso com a vantagem de ter um custo bem mais baixo do que a liraglutida e a semaglutida. No entanto, é contraindicado para pacientes com risco cardiovascular, e aqueles com diabetes e hipertensão não controladas.
Por isso, o fármaco só é vendido com a Receita B2 acompanhada do Termo de Responsabilidade do Prescritor, que deve ser devidamente emitido, preenchido e assinado pelo médico e também assinado pelo paciente.
TopiramatoUsado no tratamento da enxaqueca e da epilepsia, esse medicamento anticonvulsivante é uma opção de tratamento para os pacientes obesos que têm um padrão compulsivo na alimentação, já que atua no centro da fome e da compulsão no cérebro, contribuindo para a perda de peso.
Dimesilato de lisdexanfetamina (Venvanse® ou Juneve®)Lançada com o objetivo de tratar pacientes com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), em 2018 a substância foi liberada pela Anvisa para o tratamento da compulsão alimentar a fim de contribuir para a redução do peso.
Ela atua sobre a dopamina e a liberação de outros neurotransmissores no cérebro fazendo com que o paciente deixe de ter o impulso por comer. Mas é contraindicado para hipertensos ou pessoas que tenham outras doenças cardiovasculares, além daquelas com hipertireoidismo e glaucoma.
Remédios que NÃO funcionam para a perda de pesoFluoxetinaApesar de inicialmente a substância apresentar resultados nos pacientes a fim de controlar a fome e a sensação de saciedade por atuar em neurotransmissores do cérebro, seu efeito não dura muito tempo.
LaxantesMedicamentos com efeito laxante (como Lacto-Purga® e Dulcolax®, por exemplo) não têm nenhum efeito sobre a redução de gordura corporal, e ainda há o risco de provocar uma inflamação intestinal, alterações na microbiota responsável pela absorção de nutrientes e até uma dependência de laxativos para evacuar.
DiuréticosOs fármacos com essa ação como a furosemida (Lasix®), espironolactona e a hidroclorotiazida têm um problema: esse tipo de substância não é capaz de eliminar gordura e seu uso indiscriminado e sem a devida orientação pode levar à desidratação, problemas renais e até a morte.
LevotiroxinaIndicado para quem tem baixa produção de hormônio tireoidiano, esse medicamento é usado por algumas pessoas sem indicação médica na tentativa de “acelerar o metabolismo” para gerar o emagrecimento. Seu efeito, no entanto, costuma causar a perda de massa magra.
FitoterápicosExtratos de plantas (Citrus aurantium, Rhodia gordoni, Cáscara Sagrada, Pholia negra, entre outros) apresentam um resultado muito discreto na perda de peso, portanto são pouco eficientes no tratamento da obesidade.
ChásInfusões preparadas com hibiscus, carqueja, gengibre e outras ervas possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e algumas vezes diuréticas, mas que não possuem evidência científica de trazer um emagrecimento potencial para os quadros de obesidade.
ProbióticosApesar de existirem estudos que relacionam a alteração da microbiota do intestino com diabetes, obesidade e problemas cardíacos, ainda não foi possível demonstrar que um grupo específico de bactérias seja capaz de proporcionar uma perda de peso significativa.
Dicas que funcionam para a perda de pesoApesar dos fármacos indicados para tratar a obesidade contribuírem muito para o processo de perda de peso, é preciso combiná-los com mudanças no estilo de vida como:
Dieta saudável com restrição calórica, mas com acompanhamento de profissional de saúdeAumentar o consumo de proteínasGarantir a ingestão de mais fibrasPraticar exercícios físicosBeber mais águaDormir mais e ter um sono de qualidadeGerenciar o estresseFontes: Lúcia Cordeiro, médica endocrinologista, professora da disciplina de endocrinologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); Marcelo Miranda, médico endocrinologista, pesquisador do Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes da Unicamp; e Fábio Trujilho. endocrinologista, vice-presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) e diretor do departamento de obesidade da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
……………………………………
O SUL
Após 15 anos, a Associação Americana de Pediatria atualiza recomendações para tratamento de crianças e adolescentes com obesidade
No Brasil, o problema afeta 3,1 milhões de menores de 10 anos.
Após 15 anos, a Associação Americana de Pediatria (AAP) atualizou recomendações para o tratamento de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. Embora reforce que a terapia focada em mudança de estilo de vida seja a mais eficaz, pela primeira vez admite a possibilidade de intervenção combinada a medicamentos emagrecedores (a partir dos 8 anos) ou então cirurgia metabólica e bariátrica (em casos de obesidade grave e para pacientes acima de 13 anos).
O documento é divulgado no momento em que a obesidade, doença crônica, é considerada uma “epidemia”, agravada com o isolamento social imposto pela covid. Além disso, diz a associação, os Estados Unidos têm ambiente “cada vez mais obesogênico”, que promove o comportamento sedentário e escolhas alimentares pouco saudáveis.
No Brasil, conforme a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, a proporção de pessoas com obesidade na população adulta, entre 2003 e 2019, mais que dobrou, passando de 12,2% para 26,8%. No ano passado, o Ministério da Saúde informou que a obesidade infantil afeta 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no País; e o excesso de peso – 6,4 milhões.
“O Brasil curiosamente saltou da desnutrição para a obesidade. Não tivemos um intermediário”, destaca Durval Damiani, chefe de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Aprovação
Há especialistas que consideram positivas as novas recomendações. Destacam que o plano valida opções já feitas pelos médicos, mas que sofriam resistência, na visão deles, por causa de estigmas. Outro ponto elogiado é o documento reconhecer a obesidade como doença multifatorial, não uma escolha, e sobretudo um desafio não de médicos especialistas, mas de todos os que atendem o público jovem.
“O que chama a atenção é a Sociedade de Pediatria, como um todo, discutindo algo antes visto como assunto de alguns médicos especialistas em obesidade, que eram até meio marginalizados por outros”, observa o endocrinologista Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).
Ele aponta que isso é um passo preventivo importante. “Ninguém desenvolve a obesidade de um dia para o outro. A gente tem batalhado muito para que o pediatra chame a atenção da criança ou do adolescente para a obesidade, mesmo que esta não tenha sido a causa primária da consulta.”
Endocrinologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), Julienne Carvalho frisa que o tratamento de crianças depende muito dos pais e responsáveis: “O pediatra é o médico de confiança da família desde sempre. Ele tem de estar a par dessas informações novas, para que a família se sinta realmente segura em fazer um tratamento que, até então, não imaginava possível”.
Conforme Damiani, remédios e cirurgia são cogitados apenas quando mudar o comportamento, sozinho, não apresenta resultados. Ele conta que sua equipe foi pioneira em cirurgia bariátrica em adolescentes no País. Em 2007, operaram uma paciente de 15 anos:
“A adolescente precisava andar com o apoio dos pais do lado, como se fossem muleta. Não ia à escola. Você não imagina o quanto caíram em cima da gente, dizendo que éramos loucos de operar alguém de 15 anos”.
“Chocou o mundo a indicação de remédio ou cirurgia porque as pessoas têm preconceito com obesidade. Existe ainda a visão antiquada e preconceituosa de que a obesidade é uma escolha e é somente relacionada a maus hábitos de vida”, lamenta Halpern.
No documento, a AAP destaca que a farmacoterapia pode ser prescrita para crianças a partir dos 8 anos em “condições específicas”, após avaliação de risco e benefício, embora frise que não haja amplo escopo de evidências para o uso desses medicamentos em pacientes menores de 12 anos.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência integral às pessoas com sobrepeso e obesidade, com atividades preventivas de vigilância alimentar, acompanhamento nutricional. “além de assistência clínica e cirúrgica, como cirurgia bariátrica e reparadora para corrigir excesso de pele”.
Prevenção global
Para Durval Damiani, a prevenção é arma fundamental no combate à “epidemia”. “Onde essa prevenção tem de ser fortemente estimulada? Evidentemente, na família e na chamada família estendida, onde a escola exerce papel fundamental”, defende, acrescentando que: “As pessoas precisam prestar atenção no peso dos filhos. Ir ao pediatra e cobrar: ‘Doutor, como está o meu filho? Está crescendo bem’?”.
………………………
Assessoria de Comunicação