DESTAQUES
Nota Técnica orienta sobre qualidade de máscaras e aventais hospitalares
Paciente tem remissão total de câncer terminal com tratamento criado por brasileiro
Hipertensão: cerca de 50% dos idosos têm pressão alta
Evento sobre segurança do paciente reúne gestores e analistas de qualidade
Pesquisa aponta para alta incidência de obesidade e hipertensão em Goiás
Cresce em 180% o número de internações por dengue
Unimed Nacional investe em novos modelos de remuneração para reduzir desperdícios
Planos de Saúde: Prejuízo operacional dos planos de saúde salta para R$ 11,5 bi
Saúde suplementar pode ter mais uma cobertura obrigatória
MEDICINA S/A
Nota Técnica orienta sobre qualidade de máscaras e aventais hospitalares
Em atendimento à demanda do Comitê Técnico Médico Hospitalar da Associação Brasileira das Indústrias de Não tecidos e Tecidos Técnicos (CTH ABINT), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) elaborou e publicou em seu portal a Nota Técnica nº 9/2023/SEI/GEMAT/GGTPS/DIRE3/ANVISA. O documento traz “orientações acerca dos requisitos para fabricação, importação e aquisição de máscaras cirúrgicas e aventais hospitalares descartáveis”, que visam a garantia do cumprimento das normas de qualidade desenvolvidas para esses produtos e suas aplicações específicas.
Na Nota, a ANVISA destaca que, além de máscaras, aventais e campos estarem em conformidade com as Resolução da Diretoria Colegiada (RDCs), é importante e relevante que sigam os requisitos das normas ABNT NBR 15052, ABNT NBR 16064 e ABNT NBR16693, garantindo, dessa forma, a eficiência desses produtos nas aplicações a que são destinados.
A pandemia trouxe grande visibilidade aos produtos para saúde, máscaras, aventais, campos, tantos os usados em ambientes estéreis como não estéreis. Esse movimento ampliou a demanda de mercado e, por consequência a oferta, nem sempre de produtos comercializados, fabricados ou mesmo importados dentro das normas de qualidade, colocando em risco, dessa forma, a segurança e a saúde do usuário.
Desde 2020, a ABINT, como responsável pela normalização desses materiais perante o ABNT/CB-017, vem atuando incisivamente para adequar e revisar as normas ABNT NBR à nova realidade. A ANVISA foi uma das instituições participantes desse processo e teve a oportunidade de consultar os fabricantes, profissionais da saúde e laboratórios sobre a importância de sua participação na orientação a este mercado.
“O CTH ABINT cumpre sua missão de fomentar a qualidade técnica dos dispositivos médicos, visando uma maior garantia de segurança aos profissionais da saúde”, afirma Cristiane Gimenes Lima, membro da Comissão de Estudos de Não tecido de Uso Hospitalar, do Comitê Brasileiro de Têxteis e Vestuário ABNT/CB-017.
Para conhecer a Nota Técnica nº 9/2023/SEI/GEMAT/GGTPS/DIRE3/ANVISA na íntegra, clique aqui: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/setorregulado/regularizacao/produtos-para-saude/notas-tecnicas/nota-tecnica-gemat-no-01-de-2016.pdf/view.
JORNAL OPÇÃO
Paciente tem remissão total de câncer terminal com tratamento criado por brasileiro
Tecnologia BTT foi desenvolvida por médico do Brasil e garantiu eliminação de células cancerígenas com sucesso
Um paciente de câncer terminal que tinha quatro meses de vida, segundo expectativas de médicos, conseguiu chegar à remissão completa da condição graças um novo tipo de tratamento desenvolvido por um médico brasileiro. A tecnologia do túnel térmico cerebral (BTT, na sigla em inglês) foi desenvolvida pelo pesquisador Marc Abreu na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e garantiu a recuperação de Scott Miller.
O paciente foi diagnosticado com câncer de próstata metastático em estágio IV, em julho de 2021, aos 66 anos de idade. Na ocasião, médicos encontraram um tumor de quase 12 centímetros de diâmetro, já espalhado para ossos, vesícula, bexiga, reto e outros órgãos. Miller, então, foi submetido a seis meses de tratamento com a tecnologia BTT.
A técnica consiste em induzir proteínas de choque térmico por meio de aumento da temperatura, de maneira controlada, pelo cérebro. Essas proteínas são comuns em praticamente todos os organismos vivos. Com cinco induções, sem realizar qualquer outro tratamento adicional – como radioterapia ou quimioterapia –, Miller não apresentou nenhum efeito colateral, segundo relato clínico.
“Na primeira indução, já senti algo diferente. Com isso, me mudei temporariamente de Los Angeles para Miami, onde fica o Instituto Médico BTT, para dar continuidade ao tratamento. Depois do tratamento, meu radiologista ao rever os meus exames me informou que inacreditavelmente é como se eu nunca tivesse câncer”, diz o Miller.
Estudo
O relato do caso foi apresentado ness quarta-feira, 26, na 38ª edição do Congresso Anual da Society for Thermal Medicine, em San Diego, nos EUA.
“A redução de expressão da proteína de choque térmico está associada com câncer, doenças neurológicas e o envelhecimento. Para o tratamento de câncer, além da mudança da carga termodinâmica, utilizamos frequências diferentes durante a indução com o objetivo de atuar em áreas distintas. A modalidade é a mesma que usamos no tratamento de doenças neurológicas, mas a receita é diferente”, explica Abreu.
Agora, o paciente deve ser acompanhado a cada seis meses, para checagem da remissão. Além disso, ele deverá fazer baterias de exames por três anos.
Segundo Marc Abreu, o destaque do tratamento é que ele não apenas elimina o câncer, mas também a fonte de seu desenvolvimento, a partir da erradicação das células-tronco cancerígenas e da neutralização das moléculas sinalizadoras. Essas moléculas são responsáveis por gerar o desenvolvimento e, mais tarde, a recorrência do câncer
……………………………
TV RECORD GOIÁS
Hipertensão: cerca de 50% dos idosos têm pressão alta
………………………………
A REDAÇÃO
Evento sobre segurança do paciente reúne gestores e analistas de qualidade
O presidente da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), Victor Grabois, participa nesta quinta-feira (27/4), em Goiânia, de um evento que marca as comemorações dos 10 anos do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), lançado em 1º de abril de 2013. Com o tema “Segurança do Paciente e a Interface com a Engenharia Clínica”, a palestra ministrada por Victor Grabois vai reunir pelo menos 40 unidades hospitalares, gestores e profissionais ligados à área de qualidade. O evento será no auditório do Ipog, no setor Bueno, a partir das 13h30.
A implantação do programa foi coordenada pelo Ministério da Saúde, Anvisa e Fiocruz, contando com o apoio e parceria de diversos atores governamentais e de instituições de saúde. Em 2023, o tema da campanha em comemoração aos 10 anos do PNSP é “Compartilhar os avanços para acelerar a mudança” com o propósito de estimular os trabalhadores da saúde a compartilharem experiências exitosas acerca da Segurança do Paciente.
No sentido de ter um direcionamento sobre a área, a Sobrasp divulgou no final de 2022 os resultados da pesquisa “Demografia dos Núcleos de Segurança do Paciente no Brasil”. A pesquisa foi conduzida pela equipe do Núcleo de Informações Estratégicas da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e da Segurança do Paciente ao longo de 2022, e respondida por coordenadores de Núcleos de Segurança do Paciente das instituições ou diretores técnicos da unidade de saúde.
Dos 400 participantes, 87,5% são núcleos de hospitais. Segundo a Sobrasp, o número demonstra que, embora a Resolução da Anvisa RDC 36/2013 preconize a existência de núcleos de segurança do paciente em todos os serviços de saúde – público, privado, filantrópico, civil ou militar, ensino e pesquisa – ainda é preciso avançar na criação desses núcleos em outros cenários, por exemplo, na atenção primária, em maternidades e pronto-atendimentos.
Segundo os dados, 94% dos entrevistados afirmam receber apoio da alta gestão. Porém 32% não têm reuniões com a alta gestão; 59,8% não recebem recursos financeiros para suas ações; 52% dos núcleos não têm espaço físico para suas atividades. Em 61,5% deles, o profissional coordenador não tem dedicação exclusiva. Em 50,5% dos núcleos, os demais profissionais que compõem a equipe não têm horas dedicadas especificamente para as atividades do núcleo.
Mesa redonda
A palestra com o presidente da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), Victor Grabois, faz parte do evento, que também vai contar com uma mesa redonda sobre “A Engenharia Clínica nas Instituições de Saúde”, com grandes nomes da área da saúde. O objetivo é refletir e fortalecer as ações relacionadas à Segurança do Paciente envolvendo o uso de equipamentos médico-hospitalares.
Destaque ainda para a participação do diretor da Orbis Engenharia e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin), Ricardo Maranhão. Ele ressalta que a comemoração dos 10 anos do Programa Nacional de Segurança do Paciente também abre espaço para discutir os avanços diante do tema. “É uma oportunidade para compartilharmos experiências na área da saúde, com foco nos setores da engenharia clínica e da qualidade para que possamos avançar nas estratégias para promover a segurança do paciente”.
……………………………..
Pesquisa aponta para alta incidência de obesidade e hipertensão em Goiás
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgou, nesta quarta-feira (26/4), o resultado do primeiro inquérito de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis por Inquérito Telefônico (Vigitel). Realizado de janeiro a abril de 2022, com mais de 5 mil adultos, a pesquisa indica que 22,6% dos adultos em Goiás já tiveram um diagnóstico médico de hipertensão, 13,1% são fumantes e 57,3% se declararam acima do peso.
O secretário da Saúde de Goiás, Sérgio Vencio, alertou que os dados são preocupantes. “Primeiro, é muito importante que se tenha o dado. Com ele, é possível mapear todos os fatores de risco da população. Com essas informações consolidadas, já é possível afirmar que a situação geral é preocupante, considerando, por exemplo, que um a cada quatro goianos têm hipertensão arterial”, avaliou, na apresentação da pesquisa, no auditório da Escola de Saúde de Goiás.
Vencio também chamou a atenção para o aumento da obesidade. “Após a pandemia, houve um acréscimo do sedentarismo e do consumo de bebidas alcoólicas. Essas características impactam no ganho de peso, que está na base das inflamações que geram a diabetes, a hipertensão e as doenças cardiovasculares. Esse é um dado extremamente preocupante, e precisamos combater esse cenário, juntamente com os municípios”, alertou ainda o secretário, citando também o aumento do tabagismo.
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, o levantamento é essencial para subsidiar políticas públicas, pois identificam riscos que contribuem para o aumento de mortes evitáveis. “Com o inquérito é possível identificar onde devemos agir com mais ênfase e realizar o monitoramento das ações implantadas, observando se tiveram o impacto esperado”, avalia. “Com os números, é possível personalizar as ações, atendendo a necessidade de cada localidade”, reforça.
A gerente de Vigilância Epidemiológica de Agravos Não Transmissíveis e Promoção à Saúde, Magna Maria Carvalho, também pontuou que alguns números chamaram grande atenção para toda a gestão. “Observamos a prevalência do uso do cigarro eletrônico entre a população jovem e, 14% da população entre 18 e 24 anos afirmaram fazer uso do produto. Já entre os que pegam o volante após o consumo de bebida alcoólica, 10% afirmaram ter essa prática”, lembrou.
Mudança de hábitos
Para Sérgio Vencio, é preciso mudar a mentalidade da população para que busque a prevenção. “Hoje temos uma rede muito grande para atendimento de urgência e emergência, mas as pessoas se acostumaram a procurar ajuda médica somente quando existe algum sintoma”, explica. “Estamos falando de doenças crônicas não transmissíveis, e elas podem ser evitadas. Se a pessoa reduzir o consumo de 500 calorias por dia e fizer atividades físicas três vezes por semana, é possível prevenir 60% dos casos de diabetes”, conclui.
………………………….
O HOJE
Cresce em 180% o número de internações por dengue
Aumento se dá pela temporada de chuvas e o acúmulo de água em diversas regiões do país
Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, no primeiro trimestre de 2023 aponta 242.886 casos prováveis de dengue no Brasil, o que representa um aumento de 47,7% no número de casos, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Com uma temporada de chuvas e acúmulo de água em diversas regiões do país, a tendência de aumento significativo de diagnósticos demonstra que o número está longe de estabilizar e algumas localidades já declararam surto devido à grande proliferação do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Na semana passada a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – Abramed, informou que a quantidade de exames positivos aumentou em 221% desde a primeira semana epidemiológica de 2023. Diversas ações para controle do mosquito transmissor e eliminação de focos de água parada estão sendo realizadas em todo o Brasil. Porém, caso a projeção de diagnósticos continue aumentando, em breve o país enfrentará mais dificuldades para atendimento das demandas da população.
Busca por atendimentos ambulatoriais
Considerando os atendimentos ambulatoriais realizados no SUS no período de 2019 a 2022, foram realizados 657 mil atendimentos, sendo 23% deles no Mato Grosso do Sul, 19% no Distrito Federal, 17% no Estado de São Paulo e 11% em Goiás. As estratégias de controle na proliferação do mosquito da Dengue e o desenvolvimento da vacina contra a doença são considerados pontos indispensáveis para o Dr. Ademar Paes Junior, CEO da LifesHub e Presidente da Associação Catarinense de Medicina, que alerta para a necessidade de planejamento dos gestores de saúde.
“A relação entre proliferação dos mosquitos e aumento do número de pessoas contaminadas leva a uma projeção assustadora em um curto espaço de tempo, que certamente vai impactar a estrutura de atendimento ambulatorial e hospitalar”, afirma o executivo.
…………………….
PPTA SAÚDE E TECNOLOGIA
Unimed Nacional investe em novos modelos de remuneração para reduzir desperdícios
Há anos, o setor privado de saúde brasileiro discute a substituição do tradicional modelo de remuneração fee for service por outros formatos, como forma de evitar o desperdício e reduzir os custos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima uma perda de 20% a 40% de recursos na área. São custos que, em sua maioria, não trazem contrapartida para o paciente. Apesar disso, o fee for service permanece como o mais utilizado no país. Entretanto, na visão do presidente da Unimed Nacional, Luiz Paulo Tostes Coimbra, a tendência é de que o setor passe a adotar modelos baseados em valor, pois pensando em longo prazo, não há como se manter sustentável com o formato atual.
À frente da cooperativa nacional da marca Unimed, com mais de 2 milhões de vidas, Luiz Paulo conta que tem adotado formatos de remuneração baseado em valor e defende que essa é a única saída para que se valorize os prestadores que entregam qualidade e eficiência no atendimento aos pacientes. “É preciso que se migre o modelo do fee for service e se pague pelo resultado clínico. Clínicas e hospitais precisam receber pela qualidade do serviço que é entregue ao paciente. Assim quem for mais eficiente clinicamente, vai ganhar mais”, ressalta.
Ele também ressalta que superar o modelo tradicional abre novos horizontes, permitindo que a operadora avalie qual opção é a melhor para cada tipo de prestador, pode ser capitation, por pacote, entre outros. Em casos de doenças nos quais há maior previsibilidade clínica, o modelo por pacote pode ser mais interessante, pois permite estabelecer previamente um valor por todo o atendimento prestado.
No entanto, observa Luiz Paulo, para que haja ganho para o paciente e, ao mesmo tempo, se reduza o desperdício, é preciso que a remuneração esteja atrelada a indicadores de performance. Ele cita como exemplo um programa para doenças crônicas, no qual os beneficiários da Unimed são atendidos por uma clínica especializada. Nesse caso, o risco é compartilhado com o prestador. Isso significa que o ganho dele varia de acordo com os indicadores estabelecidos. “Se o atendimento não resultar em ganho de qualidade de vida para o paciente, ou seja, em redução de tempo de internação ou de ia ao pronto de socorro, o prestador não recebe um valor menor ou pode nem receber nada”, destaca.
O caso do programa de crônicos é apenas um de várias relações com prestadores que já se baseiam em modelos de remuneração por valor. Para a Unimed Nacional, esse é um caminho sem volta, pois privilegia os prestadores que realmente entregam serviços de excelência e acaba com um modelo de pagamento que não prioriza a saúde do paciente. “A Unimed quer ser referência nessa transformação, para que não se pague mais por desperdícios que prejudicam o paciente e inviabilizam a sustentabilidade do setor”, afirma Luiz Paulo.
…………………………
VALOR
Planos de Saúde: Prejuízo operacional dos planos de saúde salta para R$ 11,5 bi
Resultado negativo das operadoras aumentou 12,5 vezes, segundo dados da ANS
O mercado de planos de saúde encerrou o ano passado com um prejuízo operacional (que não considera os ganhos financeiros) de R$ 11,5 bilhões. O resultado é 12,5 vezes pior do que o registrado em 2021. Além disso, é a maior perda registrada desde 2001, quando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) começou a acompanhar o setor.
Desde 2021, o setor observa queda no desempenho com as operações de assistência à saúde. Especialmente nas operadoras médico-hospitalares, nota-se uma ressaca pós-covid, com déficit de R$ 11,5 bilhões no resultado operacional, informa a agência reguladora.
O valor das despesas médicas e administrativas das operadoras atingiu R$ 265,1 bilhões, uma quantia superior à receita total que somou R$ 264,2 bilhões no ano passado. Esse descompasso entre receita e despesa impacta diretamente no índice de reajustes de planos de saúde, disse Vera Valente, diretora executiva da presidente da Fenasaúde, entidade que representa o setor. A taxa de sinistralidade em 2022 ficou em 89,2%, alta de 2,12 pontos percentuais. Segundo Vera, a expectativa é que o reajuste dos planos individuais fique em 8,8%. A ANS divulga o indicador, que serve de referência para as demais modalidades de convênio médico, no próximo mês.
Além desse descasamento, o crescimento da receita das operadoras em relação a 2021 foi de apenas 0,33% mesmo com um incremento de 1,5 milhão de usuário de convênio médico durante o ano passado o que demonstra que os planos de saúde tiveram um downgrade. Houve ainda a contratação de planos de saúde com tíquete menor o que afeta o faturamento e rentabilidade do setor, uma vez que os custos médicos continuam subindo em altos patamares. O setor detinha em dezembro um total de 50,4 milhões de pessoas com planos de saúde.
No caso concreto do mercado de saúde suplementar, em uma avaliação preliminar, as despesas assistenciais não apresentaram crescimento que possa justificar o aumento da sinistralidade. No entanto, as receitas advindas das mensalidades parecem estar estagnadas, especialmente nas grandes operadoras. Essa análise é compatível com o recente histórico do mercado de saúde suplementar: apesar do expressivo aumento de beneficiários desde o início da pandemia, a sinistralidade não foi tão bem controlada, informa a ANS.
Considerando os ganhos financeiros das operadoras que possuem quantias relevantes em reservas para cobrir possíveis casos de falência o setor de planos de saúde apurou um prejuízo líquido de R$ 505,7 milhões no ano passado, revertendo o lucro líquido de R$ 2,6 bilhões registrado em 2021.
A Fenasaúde alerta ainda que há um crescimento expressivo de operadoras de planos de saúde no vermelho. Em 2019, havia 171 operadoras, que juntas detinham 3,8 milhões de usuários, com despesas operacionais maiores do que as receitas. No ano passado, já eram 263 operadoras nessa situação. Essas empresas possuem 18,5 milhões de clientes, o que representa 36% da base total de usuários de planos de saúde. Esse aumento se dá tanto em operadoras de pequeno e médio portes quanto entre as grandes, disse Vera.
……………………….
PORTAL CQCS
Saúde suplementar pode ter mais uma cobertura obrigatória
CQCS – Centro de Qualificação do Corretor de Seguros
O deputado Duarte (PSB/MA) apresentou projeto de lei que inclui na cobertura dos planos e seguros privados de assistência à saúde, no caso de atendimento ambulatorial, os exames e avaliações complementares solicitados por fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos, quando forem necessários para auxiliar no diagnóstico e evolução do tratamento.
Segundo o parlamentar, atualmente, com base nos números disponíveis na internet, existem mais de 50 mil fonoaudiólogos, mais de 240 mil fisioterapeutas, mais de 20 mil terapeutas ocupacionais e mais de 400 mil psicólogos. Ocorre que, com o passar dos anos, mais esses profissionais têm entrado em evidência, em especial após o período da pandemia do COVID-19 e com a existência de várias doenças que necessitam de estímulo social, participativo e funcional. No entanto, tais tratamentos e solicitações de exames têm sido recusados, em virtude da não previsão de obrigatoriedade dos planos e seguros privados de saúde em cobrir com os gastos dessas solicitações, argumenta o autor da proposta.
Ele acrescenta que a requisição de exames e avaliações complementares não tem como objetivo interferir na área de competência de outros profissionais, uma vez que é necessária uma interdisciplinaridade entre os profissionais de modo que seja possível se chegar a um diagnóstico pelos especialistas competentes em cada área de atuação e, com a recusa dessas solicitações, torna-se mais difícil as investigações, o que não faz sentido. Sendo assim, a recusa na cobertura dos exames e avaliações solicitados pelos fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos não possui impeditivo legal, além de ser prejudicial para os pacientes, conclui.
………………………..
Assessoria de Comunicação